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Ênfase em Saúde Coletiva – ACD 9 e SUB 1 da ACD 8

ACD: Situação 1 – Declaração de Óbito

Questão 1. Como deveria ser preenchido o atestado das causas da morte e de quem seria a responsabilidade pelo
preenchimento da Declaração de Óbito?

Intencionalidade: o contexto apresentado possibilita avaliar as capacidades de um estudante de 4º ano (i) em aplicar o
raciocínio clínico epidemiológico visando o preenchimento qualificado do campo de Causas da Morte da Declaração
de Óbito (DO) considerando sua relevância nas análises de situação de saúde; e (ii) e compreender, considerando as
implicações legais e éticas, que a responsabilidade da emissão da DO é um ato médico e em quais circunstâncias ele
pode ou não emitir a DO.

Conceito Satisfatório: será considerada satisfatória a resposta que (i) apresentar o preenchimento correto dos campos,
conforme explicitado abaixo; e (ii) apontar o Médico Cirurgião ou o Infectologista ou outro médico substituto que
acompanhou a paciente no decorrer de seu cuidado.

PARTE – I

a) Insuficiência Respiratória.............................................................................3 dias


b) Broncopneumonia com derrame pleural.....................................................7 dias
c) Ruptura esplênica.........................................................................................18 dias
d) Dengue Hemorrágica...................................................................................21 dias

PARTE – II
Laparotomia exploradora com esplenectomia

Referências

Alves Feitoza Neto P, Pereira Fontoura R, Barbosa Ribeiro AC, Brandão de Oliveira Santos G, Neves Brito de Miranda I,
Alves Freitas MA. Ruptura esplênica espontânea na dengue hemorrágica: relato de caso. HRJ [Internet]. 28º de
fevereiro de 2023 [citado 19º de março de 2023]; 4(18). Disponível em:
https://escsresidencias.emnuvens.com.br/hrj/article/view/703

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ACD 9 e SUB 1 da ACD 8 da Ênfase em Saúde Coletiva – 1º semestre de 2023
Brasil. Ministério da Saúde. Declaração de Óbito: manual de instruções para preenchimento [recurso eletrônico]
//Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise de Saúde e Vigilância de Doenças
não Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Acesso em 19 mar 2023. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/vigilancia/declaracao-de-obito-m
anual-de-instrucoes-para-preenchimento.pdf/view

Laurenti R, Mello Jorge MHP. O atestado de óbito: aspectos médicos, estatísticos, éticos e jurídicos. São Paulo:
Cremesp; 2015. Acesso em 19 mar 2023. Disponível em: https://www.cremesp.org.br/pdfs/atestado_de_obito.pdf

ACD: Situação 2 – Perfil Epidemiológico

Questão 2. Considerando os dados levantados e sistematizados pelo grupo, faça uma análise da situação da
Mortalidade Infantil nos territórios investigados da cidade de POLIS, relacionando as informações obtidas aos possíveis
determinantes das mortes em menores de um ano. Aponte pelo menos um desafio e respectiva ação para o
enfrentamento da Mortalidade Infantil.

Intencionalidade: a situação apresentada possibilita avaliar as capacidades de estudantes de 4º ano (i) em formular
perfis de saúde-doença, a partir de dados e das informações obtidas, identificando e articulando aspectos biológicos,
psicológicos e socioeconômico-culturais e relacionando-os ao adoecimento e à vulnerabilidade de coletivos; e (ii)
construção de projetos de intervenção em coletivos, de modo orientado aos problemas priorizados, à melhoria dos
indicadores de morbidade e mortalidade e à redução de riscos, danos e vulnerabilidades.

Conceito Satisfatório: será satisfatória a resposta que contemplar na análise uma síntese dos seguintes aspectos: no
período entre janeiro de 2011 a dezembro de 2021 temos o seguinte perfil epidemiológico da mortalidade infantil nos
territórios de saúde investigados de Polis: (i) pode ser observado uma tendência de queda nos coeficientes de
mortalidade infantil geral, bem como uma tendência declinante na mortalidade pós neonatal. Esta tendência de queda
pode estar associada a uma série de melhorias nas condições de vida e na atenção à saúde da criança, em relação a
questões como segurança alimentar e nutricional, saneamento básico, vacinação e modelo de atenção à saúde. Já o
componente neonatal apresentou, no mesmo período, pouca variação, mantendo-se estável, podendo significar
poucas ações voltadas à prevenção das anomalias congênitas e da atenção ao parto e ao RN. Mesmo com esta
tendência de queda, uma mortalidade infantil de 23,4/1.000 NV é considerada elevada com as tecnologias de saúde
disponíveis na atualidade. É possível também identificar que, a partir de 2017, a mortalidade neonatal ganha uma
relevância temporária, voltando a cair a partir de 2018; (ii) com relação às características das mães, idade e anos de
escolaridade, a análise fica prejudicada pois o percentual de ignorado 72,67% e 84,47% respectivamente são muitos
elevados, mesmo que as evidências em saúde associam a mortalidade infantil com as condições socioeconômicas das
mães (um dos indicadores desta medida é a baixa escolaridade). Esta situação pode estar associada à baixa qualidade
dos registros na Declaração de óbito (DO) e de nascimento (campos não preenchidos). Com relação aos desafios será
satisfatória a resposta que contemplar pelo menos um dos desafios abaixo e propor uma ação factível com potencial
para mudança deste perfil: (i) Baixa qualidade do preenchimento da DO e Declaração de Nascido Vivo – Capacitação
dos profissionais médicos e enfermeiros responsáveis pelo preenchimento da DO e SINASC respectivamente;
intensificação pela vigilância epidemiológica da análise dos campos da DO não preenchidos e resgate das informações
para qualificar o SIM; (ii) mortalidade infantil elevada (23,4%/1.000 NV) – às custas dos dois componentes (neonatal e
pós neonatal) – qualificar as ações de pré-natal, puericultura, assistência ao parto e ao recém nascido e avaliar junto à
Vigilância Sanitária as condições de saneamento dos territórios de saúde investigados; (iii) fazer investigação de todos
os óbitos infantis buscando identificar as causas da evitabilidade dos óbitos e fazendo intervenções específicas nos
problemas identificados.
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Referências

Neto, Antonio Silva Lima, et al.; Epidemiologia Descritiva: Características e Possibilidades de Uso. In: Rouquayrol, M.Z.;
Silva, M.G. da. (Org.). Epidemiologia & Saúde. 7. Ed. Rio de Janeiro: MedBook, 2013. p. 65-96.

Silva, Jakeline Simone Amaral, and Taciana Galba da Silva Tenório. "Mortalidade infantil: avaliação do perfil
epidemiológico no Município das Correntes-PE, no período de 1997 a 2007." (2008).

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ACD: Situação 3 –Processos Epidêmicos

Questão 3. Como você conduziria a investigação epidemiológica do provável surto, incluindo pelo menos duas
medidas de controle para se evitar novos casos, mencionando as possíveis hipóteses que podem explicar a situação
dos casos de intoxicação alimentar ocorrida em POLIS.

Intencionalidade: a situação apresentada possibilita avaliar as capacidades de um estudante de 4º ano para realização
de investigação de surto, contemplando (i) a identificação das etapas de confirmação do surto, a organização do
trabalho de campo, a caracterização dos casos acometidos, a exploração de hipóteses explicativas para a ocorrência do
surto e (ii) proposição de medidas/estratégias de controle.

Conceito Satisfatório: será satisfatória a resposta que contemplar pelo menos três das ações de investigação
elencadas a seguir: (i) afirmar se tratar de um surto, considerando a taxa de ataque de 60%; (ii) realizar inquérito
epidemiológico entrevistando o maior número possível dos convidados da festa; (iii) o formulário do inquérito deverá
contemplar perguntas como quais tiveram sintomas (doentes) e quais não (sadios); e quais alimentos cada um dos
entrevistados consumiu dos alimentos ofertados na festa; (iv) calcular a taxa de ataque específica segundo alimento
ofertado na festa nos expostos e nos doentes; (v) fazer análise comparativa das taxas de ataque dos que consumiram o
alimento (expostos) e adoeceram e dos que não consumiram (não expostos) e adoeceram visando identificar o
alimento suspeito de causar o surto; (vi) fazer análise microbiológica de cada alimento ofertado se houver amostrar
suficiente; (vii) incluir na equipe de campo a Vigilância Sanitária visando avaliar as condições gerais de higiene e
práticas de processamento dos alimentos servidos na festa se produzidos pela responsável pela festa ou por empresas
terceirizadas (pisos, paredes, equipamentos e utensílios em relação ao estado de conservação e limpeza); (viii) avaliar
a saúde dos manipuladores dos alimentos, incluindo coleta de material clínico no leito subungueal, fossa nasal e região
orofaríngea, e as condições de higiene na manipulação; (ix) rastrear os fornecedores das matérias primas utilizada na
produção dos alimentos; e (x) avaliar o armazenamento dos produtos utilizados. E pelo menos duas das medidas de
controle elencadas a seguir: (i) suspender o consumo das sobras de alimentos; (ii) não utilizar as matérias-primas dos
alimentos para uso até liberação da Vigilância Sanitária; (iii) afastar os manipuladores de alimentos até que seja
comprovada que nenhum deles é a fonte de infecção; (III) como prevenção: desenvolver programas educativos
destinados a manipuladores e consumidores, em sobre higiene pessoal e práticas adequadas de manipulação e
conservação de alimentos contribuirá para a prevenção desta doença; E explicitar como hipóteses do surto: (i) a
contaminação do alimento, possivelmente, ocorreu através da manipulação e/ou conservação dos alimentos após
preparação, tornando o alimento potencialmente capaz de provocar intoxicação; (ii) o resultado do inquérito
epidemiológico efetuado e o resultado da análise microbiológica do alimento é que permitirá identificar o alimento
contaminado e qual o agente infeccioso responsável pela intoxicação.

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Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças
Transmissíveis. Guia para Investigações de Surtos ou Epidemias – Brasília: Ministério da Saúde, 2018. Acesso em 21 de
mar 2023. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_investigacao_surtos_epidemias.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância
em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. 5. ed. rev. e atual. Brasília: Ministério da Saúde, 2022.

PASSOS, Maria Helena CR; KUAYE, Arnaldo Y. Relato de surto de intoxicação alimentar provocada por consumo de bolo
contaminado por Staphylococcus aureus. Importância da higiene dos manipuladores e condições de conservação do
alimento na prevenção da doença. Revista do Instituto Adolfo Lutz, v. 56, n. 1, p. 71-76, 1996.

ACD: Situação 4 – Morte de bebês em hospital

Questão 4. Considerando o contexto da matéria apresentada e seus conhecimentos na dimensão da gestão hospitalar,
quais medidas você adotaria para mitigar este cenário?

Intencionalidade: a situação apresentada possibilita avaliar as capacidades de um estudante de 4º ano em: (i) exercer
ações de gestão no âmbito dos serviços hospitalares; (ii) propor estratégias, projetos e programas relacionados à
mitigação de infecções hospitalares, compreendendo as especificidades da instituição e do corpo clínico; iii)
compreender a atuação clínico-assistencial como parte constituinte de um serviço de saúde, mas cujos resultados
estão relacionados a variáveis da gestão; e iv) incluir-se como agente fomentador da cultura de segurança do paciente
nos serviços.

Conceito Satisfatório: será satisfatória a resposta que elencar no mínimo 4 (quatro) ações para um plano de
intervenção no hospital em questão, tais como: i) identificação do evento e análise da causa-raiz; ii) desenvolvimento,
educação permanente e continuada dos profissionais de saúde; iii) envolvimento direto da CCIH; iv) garantia de
materiais estéreis para procedimentos estéreis e equipamentos de proteção individual (EPI); v) supervisão das equipes
para manutenção da aderência aos protocolos e boas práticas clínicas; vii) fomento à cultura de segurança do paciente
sob a perspectiva da comunicação, multidisciplinaridade e cooperação; vii) incentivo ao cuidado centrado no paciente
e família; viii) implantação e sensibilização do uso de protocolos clínicos; ix) notificação do evento à vigilância
epidemiológica; x) desenvolvimento de sistemas de auditoria e "accountability"; xi) aperfeiçoamento de mecanismos
de reforço da prevenção, detecção precoce, mitigação, reduzindo riscos e ocorrências de eventos.
Referências
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Implantação do Núcleo de Segurança do Paciente em Serviços
de Saúde – Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde/Agência Nacional de Vigilância Sanitária–
Brasília: Anvisa, 2014.
BRASIL AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa – RDC n. 36, de 25
de julho de 2013. Institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e de outras providências. Diário
Oficial da União, 26 jul 2013.
CONASS, Qualidade no Cuidado e Segurança do Paciente [livro eletrônico]: educação, pesquisa e gestão-organizadores
Carla Ulhoa, André ... [et al.]. -Brasília, DF: Conselho Nacional de Secretários de Saúde, 2021.
PADILHA, Roberto de Queiroz et al. Princípios para a gestão da clínica: conectando gestão, atenção à saúde e educação
na saúde. Ciência & Saúde Coletiva [online]. v. 23, n. 12, 2018. Acesso em 15 Fev 2021, pp. 4249-4257. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/csc/v23n12/1413-8123-csc-23-12-4249.pdf
PORTAL G1 -
https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2023/03/17/cinco-bebes-morrem-apos-infeccao-por-superbacteria-em-
hospital-de-cuiaba.ghtml

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ACD 9 e SUB 1 da ACD 8 da Ênfase em Saúde Coletiva – 1º semestre de 2023
WHO: WORLD HEALTH ORGANIZATION - Towards a conceptual framework for analysis and action on the social
determinants of health. Discussion Paper, Draft n. 5, 2005, http://www.paho.org/English/CSDH.

ACD: Situação 5 – Investigação Epidemiológica

Questão 5. Analise a tabela acima e discuta sobre as ações e serviços implicados que devem ser implementadas numa
linha de cuidado, visando à redução do risco de transmissão vertical de sífilis.

Intencionalidade: A presente questão permite a abordagem de um importante e crescente problema de Saúde Pública
no Brasil: a sífilis em adultos e a sífilis congênita. Permite que se teste a capacidade do estudante em articular ações e
serviços de saúde, para ampliar a prevenção desta condição específica, no contexto dos conceitos de rede e linha de
cuidado, com especial atenção para a rede de atenção básica e as ações de cuidado pré-natal. Adicionalmente, permite
testar a capacidade de análise de dados epidemiológicos.

Conceito satisfatório: será considerada satisfatória a resposta que analisar a elevada proporção de diagnósticos que se
dão em momentos posteriores ao pré-natal (cerca de metade dos casos), revelando fragilidade neste ponto específico
do cuidado à gestante; dentre as ações esperadas estão aquelas que se destinam ao diagnóstico precoce e
acompanhamento, para minimização da transmissão vertical, que podem ser estruturadas em:
● Testagem: Realização de triagem e testagem para sífilis durante o pré-natal, com a oferta do teste rápido e
do teste laboratorial (VDRL) para todas as gestantes, em momento oportuno (exames no primeiro e
terceiro trimestres) nas unidades de atenção básica.
● Testagem do recém-nascido: Realização do teste rápido para sífilis no recém-nascido logo após o
nascimento, permitindo o diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento, se necessário.
● Tratamento adequado: Caso a gestante seja diagnosticada com sífilis, é importante garantir o tratamento
adequado com penicilina. É fundamental a abordagem também da parceria sexual da gestante, também na
atenção básica, que deve coordenar o cuidado. Considerando a organização em rede de serviços,
disponibilizar meios para diagnóstico rápido nas maternidades e dispor das condições adequadas para
tratamento da mãe e da criança.
● Acompanhamento pré-natal: Realização de um acompanhamento pré-natal de qualidade, com consultas
regulares e exames pertinentes no momento oportuno.
● Educação em saúde: Promover ações de educação em saúde para gestantes, parceiros e profissionais de
saúde, com informações sobre a sífilis congênita, suas consequências e a importância do diagnóstico e
tratamento precoce.
● Notificação e vigilância: Estruturação e acompanhamento dos sistemas de notificação e vigilância
epidemiológica da sífilis congênita, com o objetivo de acompanhar a incidência da doença e adotar
medidas de prevenção e controle.

Referências Bibliográficas:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. Brasília, 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para
prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatites virais. Brasília, DF, 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e
Infecções Sexualmente Transmissíveis. Manual técnico para o diagnóstico da sífilis. Brasília: Ministério da Saúde, 2021.
Domingues, R. M. S. M., Saracen, V., Hartz, Z. M. D. A., & Leal, M. D. C. Sífilis congênita: evento sentinela da qualidade
da assistência pré-natal. Revista de Saúde pública, 47(1), 147-157, 2013.

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ACD 9 e SUB 1 da ACD 8 da Ênfase em Saúde Coletiva – 1º semestre de 2023
Figueiredo, D. C. M. M. D., Figueiredo, A. M. D., Souza, T. K. B. D., Tavares, G., & Vianna, R. P. D. T. Relação entre oferta
de diagnóstico e tratamento da sífilis na atenção básica sobre a incidência de sífilis gestacional e congênita. Cadernos
de Saúde Pública, 36(3), 2020.
Ministério da Saúde. DATASUS. Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan Net. Sífilis Congênita. Acesso
em 20/06/2023.

ACD: Situação 6 – Itinerário Terapêutico –

Situação: Considerando o manejo da doença crônica no contexto da rede de atenção à saúde, proponha medidas que
possibilitem a melhoria do cuidado para a A.F.R.

Intencionalidade educacional: a presente questão possibilita avaliar as capacidades do estudante em (i) analisar
criticamente a organização e operação de redes de serviços de saúde e sua importância no cuidado à saúde e na
prevenção secundária e terciária na morbimortalidade por doenças e agravos não transmissíveis; (ii) estar sensível à
complexidade que envolve o manejo de pacientes com condições crônicas; (iii) elencar ações e/ou estratégias coletivas
concretas e factíveis, envolvendo ferramentas de gestão da clínica para redução da carga de doenças. Permite ainda
propor medidas de gestão que possam aprimorar a linha de cuidado de uma condição clínica que demanda ações em
serviços de saúde de complexidade distinta, mas que deveriam funcionar em rede que promova o cuidado integral em
saúde.

Conceito satisfatório: Será considerada satisfatória a resposta que considerar a ausência de vinculação a uma equipe
de saúde na atenção básica, que atue na promoção da saúde e prevenção de agravamentos da condição clínica da
paciente, compreendendo seu cuidado baseado exclusivamente às situações agudas, em serviço de pronto
atendimento E inserir propostas que produzam ações de atenção individual e coletiva a partir das unidades envolvidas
no cuidado, bem como, a organização da rede no sentido de promover o cuidado integral, interligando os serviços de
saúde em rede: (i) melhoria do vínculo com o serviço de saúde, (ii) promoção do acesso à rede de atenção básica, (iii)
projeto terapêutico singular que garanta o acompanhamento na UBS, (iv) integração dos serviços de saúde (atenção
básica, urgência e emergência e hospitalar) de modo a fornecer continuidade do cuidado integral, (v) implantação de
sistemas de informação que conectem os serviços de diferentes complexidades e competências, (vi) implantação de
linhas de cuidado às condições crônicas, (vii) promoção de apoio social, e (viii) ações intersetoriais que abranjam para
além do alcance da rede de saúde.

Referências Bibliográficas:
Franco TB, Magalhães JHM. Integralidade na assistência à saúde: a organização das linhas do cuidado. In: Merhy EE,
Magalhães JHM, Romoli R, Franco TB, Bueno WS, organizadores. O trabalho em saúde: olhando e experienciando o
SUS no cotidiano. São Paulo: Hucitec; 2003. p. 125-133.
MALTA, D.C., MERHY, E.E. O percurso da linha do cuidado sob a perspectiva das doenças crônicas não transmissíveis.
Interface – Comunicação, Saúde e Educação, 14:593-605, 2010;
SILVA JÚNIOR, A.G.; MERHY, E.E.; CARVALHO, L.C. Refletindo sobre o ato de cuidar da saúde. In: PINHEIRO, R. e
MATTOS, R.A. (Org). Construção da integralidade: cotidiano, saberes e práticas em saúde. Rio de Janeiro, UERJ, IMS:
ABRASCO, 2003, p. 113-128.
Silva, N. E. K., Sancho, L. G., Figueiredo, W. D. S. Entre fluxos e projetos terapêuticos: revisitando as noções de linha do
cuidado em saúde e itinerários terapêuticos. Ciência & Saúde Coletiva, 21, 843-852, 2016.
Padilha, R. Q., Gomes, R., Lima, V. V., Soeiro, E., Oliveira, J. M. D., Schiesari, L. M. C., Silva, S. F., Oliveira, M. S. D.
Princípios para a gestão da clínica: conectando gestão, atenção à saúde e educação na saúde. Ciência & Saúde Coletiva,
23, 4249-4257, 2018.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diretrizes para o cuidado
das pessoas com doenças crônicas nas redes de atenção à saúde e nas linhas de cuidado prioritárias – Brasília:
Ministério da Saúde, 2013.
Mendes, Eugênio Vilaça. As redes de atenção à saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2011

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ACD 9 e SUB 1 da ACD 8 da Ênfase em Saúde Coletiva – 1º semestre de 2023

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