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Como Entender a Questão das Prioridades Para o

Cristão?

Ag. 1.1-11

Objetivo: Deixar claro para a Igreja que Deus planejou até


mesmo o sustento de sua obra na terra.

Introdução: O grande desafio que as Escrituras nos


propõem é o de aprendermos a viver o reino de Deus em
primeiro lugar em nossa vida.
O grande desafio que o mundo nos propõe é o de
construirmos o nosso próprio reino, como proposto no livro,
Cartas do Inferno, de C. S. Lewis: ‘O que queremos mesmo, o
que desejamos muito é fazer com que as pessoas tratem o
cristianismo como um meio; de preferência, é claro, como
um meio para seu próprio benefício’.

Contexto: O povo judeu retornou à Terra Prometida após o


decreto de Ciro em 538 a.C. (Ed. 1.1-4).
Ao retornarem à pátria, os judeus começaram reconstruir o
Templo; no entanto, houve grande oposição externa que,
combinado com o desânimo interno, fizeram com que o
projeto de reconstrução fosse abandonado; pois cada um
preferiu construir a sua própria casa.
Tudo ficou parado por cerca de vinte e cinco; quando então,
em 520 a.C., no segundo ano do reinado de Dário, os
profetas Ageu e Zacarias iniciaram seus ministérios (Ag. 1.1;
Zc. 1.1).
Nesse período também houve oposição, desta vez por parte
de Tatenai, governador persa do Trans-Eufrates.
Dario I reeditou o decreto de Ciro para que o Templo fosse
reconstruído no prazo de quatro anos (Ed. 6.13-15).
É interessante que o próprio livro de Ageu nos informa a
data em que as profecias contidas nele foram entregues, a
saber, entre agosto e dezembro de 520 a.C. (Ag. 1.1).

Transição: Com isto em mente quero refletir nesta ocasião


sobre: Como Entender a Questão das Prioridades
Para o Cristão?

I – Quando a Prioridade é o Material a Casa de Deus


Experimenta a Ruína.

a – O desterro babilônico.

1. No ano 586 a. C. os babilônios (caldeus) tinham


dominado a Palestina e levado quase toda a nação dos
judeus como escravos para o exílio.

2. Jerusalém foi saqueada, seus muros foram derribados.

3. O Templo, magnífico e glorioso, foi derrubado e


queimado, sobrando apenas escombros.

4. Do povo, os nobres, os príncipes, os sábios, dos que não


foram mortos, foram levados para o desterro, servindo
como escravos.

5. Todo trabalhador, guerreiro e pessoa capaz de qualquer


produtividade, também foi levado como mercadoria,
para venda ou para uso das forças dominantes.

6. Só ficaram em Jerusalém e terras de Judá, o povo


extremamente pobre e incapaz, os cegos e deficientes,
incapazes de servirem ou de serem vendidos como
escravos.
b – A reconstrução nacional.

1. Depois de 70 anos de cativeiro, Ciro, rei da Pérsia, que


tinha dominado a Babilônia, deu ordens para que o povo
judeu tivesse a liberdade de voltar e reconstruir a cidade
e o Templo.
1.1 – Ed. 1.1-3 ‘No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia,
para que se cumprisse a palavra do SENHOR, por
boca de Jeremias, despertou o SENHOR o espírito
de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por
todo o seu reino, como também por escrito,
dizendo: Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR,
Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me
encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém
de Judá’.
1.2 – Sl. 126.1-2 ‘Quando o SENHOR restaurou a sorte
de Sião, ficamos como quem sonha. Então, a nossa
boca se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo;
então, entre as nações se dizia: Grandes coisas o
SENHOR tem feito por eles’.

2. O povo voltou em diversas levas de pessoal sob a


liderança de Neemias, Esdras, Ageu e Zorobabel, entre
outros e, puseram mãos à obra no intuito de reconstruir
Jerusalém e a vida do povo como nação.
2.1 – Reconstruíram os muros sob a liderança de
Neemias.
2.2 – Iniciaram a reconstrução do Templo sob a
liderança de Esdras, lançando os fundamentos,
embora de um Templo menor que o de Salomão.
2.3 – Com as dificuldades próprias daquele contexto,
esqueceram-se da Casa de Deus, na ânsia de
reconstruírem a vida, e dissipou-se o sonho.
2.4 – Vinte e cinco anos se passaram desde os começos
de reconstrução do Templo até os dias de Ageu.

3. A prioridade daqueles judeus passou a ser a


reconstrução de suas vidas, de suas casas e fazendas,
estabelecendo-se em sua ‘nova’ terra.

c – Como é o quadro hoje?

1. Quantos hoje estão construindo suas vidas, constituindo


famílias, abrindo seus negócios, e esquecem-se de que
tais coisas não devem ser a prioridade em suas vidas.

2. Nada há de errado em construir a vida, mas há de errado


em termos o material em primeiro plano, não
consagrando ao Senhor nossa vida, nosso tempo, nossos
bens e nosso investimento.

2.1 – Quantas e quantas vezes o Evangelho


transformador de Jesus Cristo fica em situação de
desprezo e inoperante no mundo!
2.2 – Quantas vezes a prioridade do povo que se chama
pelo nome de cristão são a vida e as coisas materiais,
e não o Reino de Deus!

3. Podemos sim, investir no bem estar de nossos filhos e


famílias.
3.1 – Precisamos reter a consciência de que o Reino de
Deus é a prioridade maior.
3.2 – Precisamos não perder de vista que o Reino de
Deus é o referencial de vida e de valores para o povo
de Deus.
4. O que vem em primeiro lugar em sua vida: o Reino de
Deus ou seus interesses pessoais?

5. Assim como na história do povo judeu, também na nossa


história, quando a prioridade é o material, a Casa de
Deus experimenta a ruína.

II – Quando a Prioridade é o Material o Povo de


Deus Experimenta a Ruína.

a – A realidade dos dias de Ageu.

1. Nos dias de Ageu o povo investiu mais em si e estava


negligenciando o Templo, como referencial do Reino de
Deus.

2. Passaram-se cerca de 25 anos entre o tempo do


lançamento da reconstrução do Templo nos dias de
Esdras e os dias de Ageu.

3. O povo estava mais preocupado em reconstruir casas


bem acabadas com estuques e painéis, do que investir na
construção do Templo como centro de adoração ao Deus
Todo-poderoso.
3.1 – Ag. 1.4 ‘Acaso é tempo de habitardes vós em
casas apaineladas, enquanto esta casa permanece em
ruínas?’

b – As bênçãos de Deus sobre seu povo são condicionais.

1. Vivemos nos dias em que a pregação do Evangelho


apresenta Deus quase à semelhança de uma boa fada
que, com sua varinha de condão, está a realizar desejos.
2. É preciso, porém, lembrar que toda promessa de bênção
feita por Deus é atrelada à um mandamento, ou à
obediência em geral dos princípios de Deus exarados em
sua Palavra.

3. O povo nos dias de Ageu foi infiel e teve as bênçãos


retidas por um tempo. Observe as expressões abaixo
(Ag. 1. 6, 9-11):
3.1 – ‘Semeais muito e recolhido pouco’.
3.2 – ‘Comeis, mas não saciais’.
3.3 – ‘Vestis-vos, mas ninguém se aquece’.
3.4 – ‘Recebeis salário, mas ele some (saco furado)’.
3.5 – ‘Os céus..., retém o orvalho’.
3.6 – ‘A terra, retém os frutos’.
3.7 – ‘A seca e a improdutividade estão sobre tudo e
todos’.

4. Quando nosso tempo precede o tempo de Deus, as


bênçãos de Deus não nos alcançam.

III – Quando a Prioridade é o Material Há


Abastança e Glória.

a – A promessa de Deus alcança todos os que obedientes e


fiéis.

1. Esta foi a pregação de Ageu e o povo atendeu o desafio


de Deus.
1.1 – Ag. 1.14-15 ‘O Senhor despertou o espírito de
Zorobabel, filho de Salatiel, governador de Judá, e
o espírito de Josué, filho de Jozadaque, o sumo
sacerdote, e o espírito do resto de todo o povo; eles
vieram e se puseram ao trabalho na Casa do
Senhor dos Exércitos, seu Deus,
ao vigésimo quarto dia do sexto mês’.

2. O templo foi reconstruído em seis meses porque o povo


colocou o coração na obra e o Reino de Deus se tornou
prioridade.

b – Bênçãos abundantes são prometidas e são derramadas.

1. As Escrituras estão cheias de promessas aos obedientes a


Deus.
1.1 – Ag. 2.15-19 ‘O SENHOR Deus diz: Pensem bem
em tudo o que aconteceu desde aquele dia. Antes
de vocês terem começado a construção do
Templo, o que é que acontecia? Se alguém ia até
um depósito procurando duzentos quilos de trigo,
encontrava só cem quilos; se fosse até o lugar
onde se faz vinho querendo cem litros,
encontrava somente quarenta. Eu os castiguei
com ventos muito quentes, com pragas nas
plantas e com chuvas de pedra e assim destruí
todas as suas plantações; mas mesmo assim
vocês não voltaram para mim. Hoje mesmo, no
dia vinte e quatro do nono mês, vocês acabaram
de construir o alicerce do Templo. E vejam bem o
que vai acontecer daqui em diante. Mesmo que
agora não haja trigo nos depósitos, mesmo que as
parreiras, as figueiras, as romãzeiras e as
oliveiras não tenham produzido nada, de hoje em
diante eu os abençoarei’.

2. Antes experimentaram a escassez e a ruína, mas depois


de proporem a obediência, Deus os estava
abençoando.
3. Primeiro o Reino, depois as demais coisas seriam
acrescentadas.
3.1 – Mt. 6.33 ‘buscai, pois, em primeiro lugar, o
seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos
serão acrescentadas’.

c – O padrão de Deus é o mesmo em todos os tempos.

1. A proposta de Deus ao seu povo continua a mesma em


toda a Escritura.

2. Sem obediência não há bênçãos, sejam elas espirituais,


físicas, materiais ou existenciais de qualquer espécie.
2.1 – Pv. 3.9.10 ‘Honra ao SENHOR com os teus bens
e com as primícias de toda a tua renda; e se
encherão fartamente os teus celeiros, e
transbordarão de vinho os teus lagares.’
2.2 – Ml. 3.9-10 ‘Com maldição sois amaldiçoados,
porque a mim me roubais, vós, a nação toda. Trazei
todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja
mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz
o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as
janelas do céu e não derramar sobre vós bênção
sem medida.’
2.3 – Mt. 6.33 ‘...buscai, pois, em primeiro lugar, o seu
reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas.’

Conclusão:

O texto de Ageu clama a plenos pulmões para que o cristão


saiba viver dentro das prioridades.
Todos os bens e riquezas que aqui adquirirmos ficam
também por aqui.

O Reino de Deus é maior que tudo e é riqueza permanente.

Mt. 6.19-21 ‘Não acumuleis para vós outros tesouros


sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde
ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros
tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde
ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o
teu tesouro, aí estará também o teu coração’.

Que cada um de nós viva de modo que a prioridade seja o


Reino de Deus e todas as coisas sejam periféricas.

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