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Por Que Não Deixar de Congregar?

Hb. 10.19-25

Objetivo: Desafiar os crentes a serem mais apegados


ao congregar como fonte de bênção para si, para outros
e para a glória de Deus.

Introdução: Ultimamente tem se ouvido falar muito


no meio do povo de Deus sobre os ‘desigrejados’, que
podem ser definidos1 como ‘pessoas que por
descontentamento com a liderança local de sua
congregação e com a estrutura rígida das igrejas
onde frequentavam, resolveram rejeitar a prática
litúrgica do culto, abandonar o templo e
consequentemente a comunhão com os irmãos da fé,
tornam-se em evangélicos nominais, isto é, sem
vínculo eclesiástico’.
No Brasil, o fenômeno é relativamente novo e vem
crescendo de maneira surpreendente ano após ano. No
último censo do IBGE.
em 2010, os resultados foram alarmantes, pois o
número de cristãos que se declarou sem vínculo
denominacional saltou de menos de 1 milhão em 2000
para quase 10 milhões em 2010, um crescimento de
mais de 780%, sendo a categoria evangélica a que mais
cresceu.
1
https://teologiabrasileira.com.br/os-desigrejados/
Entre os evangélicos a estimativa é de que sejam de
cerca de 4 milhões, o número de desigrejados.

Contexto: O autor aos Hebreus se propõe a escrever a


crentes de origem judaica, demonstrando aos mesmos
que todo o cerimonial do Templo não fazia mais
sentido, pois eram sombras das coisas que viriam
acontecer em Cristo.
Os destinatários são saudados por intermédio do autor
pelos ‘da Itália’ (Hb. 13.24), numa espécie de
saudação enviada para ‘casa’ pelos exilados. Conclui-
se que os destinatários originais eram principalmente
os cristãos judeus da dispersão.
O autor aos Hebreus tenciona fortalecer a fé de seus
leitores em Cristo num período que sofriam fortes
oposições do judaísmo.
A Carta foi escrita para advertir aos crentes (sejam eles
judeus ou gentios) que cuidassem de não voltar a seus
antigos caminhos.

Transição: Já ficou afastado da Igreja ou da vida


cristã por um tempo? É sobre isso que quero vos falar
nesta ocasião: ‘Por Que Não Deixar de
Congregar?’.
I – Porque o Não Congregar é Recusar a
Presença de Deus.

a – O real cristianismo é acesso à presença de Deus.

1. O contexto imediato fala de termos sido remidos e


santificados (separados) como povo de Deus
através do sacrifício de Cristo Jesus.

2. Dentro da antiga economia cúltica judaica, o sumo


sacerdote podia entrar no Santo dos Santos,
somente com o sangue de animais, com o propósito
de aspergí-lo sobre o propiciatório, de modo que o
sangue era o seu passe de entrada.

3. O autor usa no abrir desta perícope, a partícula


pospositiva Οΰν → (oun), com sentido inferencial;
isto é, indica uma consequência do que fora exposto
anteriormente.
3.1 – ‘Portanto’, ‘consequentemente’, ‘por isso’,
‘por esta causa’.
3.2 – O autor afirma que devido ao sacrifício de
Cristo o acesso à presença de Deus é garantido
aos que crêem.
3.3 – Hb. 10.19 ‘... entrar no Santo dos Santos
pelo sangue de Jesus’.

b – Cristãos verdadeiros são pessoas que amam a Deus.


1. O movimento evangélico moderno tem ensinado a
pessoas amarem as bênçãos de Deus, mas nem
mesmo são levadas a uma postura de
arrependimento e confissão de pecados.

2. Cristãos verdadeiros são pessoas que têm


consciência da pessoa e poder de Deus em suas
vidas.
2.1 – Pessoas que foram resgatadas da eterna
perdição de suas vidas.
2.2 – Pessoas que foram transformadas em sua
natureza e motivações.
2.3 – Pessoas que possuem senso de eterna
gratidão a Deus.
2.4 – Pessoas que vivem uma atitude de verdadeira
adoração:
a) Προςκυνέω → “prostrar-se perante”,
“adorar”, “curvar-se ante”, “reverenciar”.
2.5 – Pessoas que tem prazer na casa de Deus e na
comunhão com os irmãos.
2.6 – ‘Se não tens prazer em Deus aqui e
comunhão com os irmãos numa convivência
prazerosa na Igreja, como esperar viver a
eternidade?’

3. Estímulos bíblicos:
3.1 – Sl. 16.3 ‘Quantos aos santos que há na terra
são eles os notáveis em quem eu tenho todo o
meu prazer’.
3.2 – Sl. 122.1 ‘Alegrei-me quando me disseram:
Vamos à Casa do Senhor’.
3.3 – Sl. 84.1 ‘Quão amáveis são os teus
tabernáculos, Senhor dos Exércitos’.

4. A confirmação de sua fé é a realidade de sua vida.


4.1 – Hb. 10.19 → Temos entrada no santo dos
santos.
4.2 – Hb. 10.20 → Temos um novo e vivo
caminho.
4.3 – Hb. 10.21 → Temos Jesus como sumo
sacerdote.
4.4 – Hb. 10.22 → Temos acesso a Deus, com
nova vida.

5.Será tudo isso mera teoria?

→ Não congregar é recusar a presença de


Deus.

II – Porque o Não Congregar é Negar a


Confissão (Vs. 23).

a – Religiosidade apenas com os lábios não agrada a


Deus.

1. Is. 29.13 ‘Este povo honra-me com os lábios, mas


o coração está longe de mim’.
2. Ez. 33.31-32 ‘O meu povo vem a você, como
costuma fazer, e se assenta para ouvir as suas
palavras, mas não as põe em prática. Com a boca
eles expressam devoção, mas o coração deles está
ávido de ganhos injustos. De fato, para eles, você
não é nada mais que um cantor que entoa cânticos
de amor com sua bela voz e que sabe tocar um
instrumento, pois eles ouvem as suas palavras,
mas não as põem em prática’.

b – Negar a confissão é negar os relacionamentos da fé.

1. Relacionamento com Deus.


1.1 – Como afirmar que mantém comunhão e
relacionamento estreito com Deus se não se tem
prazer de estar reunido com os que adoram e
promovem o nome e a glória de Deus?

2. Relacionamento com a Igreja local.


2.1 – Não congregar é negar os relacionamentos
assumidos na sua pública profissão de fé. Não
congregar é dar o seu voto para que a Igreja
local feche as portas.

3. Relacionamento com os irmãos.


3.1 – O crente que abandona ou se mantém
displicente com a Igreja local, está
abandonando e desvalorizando os próprios
irmãos.
→ Não congregar é negar a nossa confissão.

III – Porque o Não Congregar é Desconsiderar


o Corpo (Vs. 24).

a – O Corpo místico de Cristo.

1. Somos, como Igreja, o Corpo de Cristo; e quando


descongregado por motivos banais, o crente nada
mais faz a não ser desmerecer e desconsiderar o
Corpo de Cristo.

2. É no Corpo que o Espírito Santo se manifesta.


2.1 – ‘Um dedo ou braço separado do corpo se não
enxertado, em pouco tempo estará morto; do
mesmo modo, a vida cristã separada da
congregação não se mantém viva e, desnutrida,
num tempo muito curto ele se deteriora em
fraqueza, frieza, e em muitos casos, em torpeza e
em degeneração moral’.

b – Congregar é celebrar a vitória.

1. ‘O túmulo vazio testifica a vitória de Cristo sobre a


morte. A Igreja vazia nega essa vitória na vida de
seus membros’.

IV – Porque o Não Congregar Pode Ser


Costume, Mas Não Culto (Vs. 25).
a – A religiosidade impõe costumes.

1. Hb. 10.25 ‘É costume de alguns...’.

2. Religiões sem a salvação em Cristo adoram ou


cultuam esporadicamente. É costume, não culto.

b – Não existe culto apenas na individualidade.

1. Embora você possa adorar a Deus sozinho, as


Escrituras sempre reportam a adoração
acontecendo no Corpo.
1.1 – Jo. 4.23-24 ‘... os verdadeiros adoradores
adorarão o Pai em espírito e em verdade... Deus
é espírito, e é necessário que os seus adoradores
o adorem em espírito e em verdade’ (plurais).
1.2 – Ef. 3.10 ‘... para que pela Igreja a
multiforme sabedoria de Deus se torne
conhecida... ’.
1.3 – As visões do Apocalipse sempre mostram
Deus sendo adorado em conjunto, em multidões.
1.4 – A adoração individual acontece na vida do
indivíduo só quando o mesmo adora no Corpo, na
Igreja; assim como só há brasa acessa quando
tirada de um braseiro, e isso por tempo curto.
1.5 – Assim como a brasa tirada do braseiro se
apaga em tempo curto, assim também o crente
que se afasta da intensa comunhão está fadado a
perder o vigor espiritual em pouco tempo.
1.6 – Só lhe restará o costume, a esporadicidade e
serás, como muitos já são, um turista ou um
visitante na Igreja.

2. Fortaleça a comunhão e os vínculos.


2.1 – Você não pode ficar fora do congregar e da
comunhão do Corpo.
2.2 – É preciso fortalecer os vínculos com o povo de
Deus.

Conclusão:

Congregar é estarmos juntos, e juntos somos mais


fortes, seja para o exercício da comunhão, seja para o
exercício da exaltação, seja para o exercício da
edificação, ou seja, para o exercício da evangelização.

A Igreja só consegue realizar aquilo para o qual foi


posta se a mesma se exercitar a vida de corpo; por isso
precisamos resgatar esse congregar da Igreja primitiva;
por isso: Não deixe de congregar.

At.2.47 ‘Enquanto isso lhes acrescentava o Senhor,


dia a dia, os que iam sendo salvos’.

É no congregar e numa vida de adoração verdadeira e


comunhão intensa uns com os outros que o Senhor vai
nos usar para alcançar outros.

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