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Quando a Igreja Perde o Poder

Mc. 9.14-29

Introdução: Há hoje controvérsias sobre o poder da Igreja.


Há daqueles que querem uma Igreja de poder, onde
ocorram milagres, batalhas espirituais visíveis, e um clima
de sobrenaturalidade pairando constantemente no ar.
Se não há um ambiente assim logo é rotulada de Igreja
fria e sem o poder do Espírito.
Quando se observa a vocação da Igreja logo se percebe
que o seu poder está orientado para o cumprimento de sua
missão, ou seja, a proclamação do Evangelho salvador em
Jesus Cristo. Pode a Igreja perder o seu poder e ainda assim
continuar existindo?

Contexto: O Senhor Jesus estava contornando a Região de


Cesaréia de Filipos (Mt. 16.13) e possivelmente passando
com os discípulos pelo Monte Hermom.
Ali, neste monte com cerca de 3.000 metros de altura, Jesus
foi transfigurado diante de seus discípulos.
‘Seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes se
tornaram brancas como a luz’ (Mt. 16.2).
Terminado aquela surpreendente e gloriosa manifestação de
Deus na terra, desceu Jesus para o sopé da montanha, e
encontrou esse quadro que acabamos de ler em Mc. 9.

Transição: Quero vos questionar nesta oportunidade sobre


o seguinte tema: ‘Quando a Igreja Perde o Poder?’.
I – Quando se Envolve em Discussões Vazias.

a – Os Discípulos Estavam Discutindo Com os Escribas.

1. Mc. 9.14 ‘Quando chegaram aonde estavam os


discípulos, viram ao redor deles uma grande multidão,
e alguns escribas a discutirem com eles.’

2. Quem eram os escribas?


2.1 – Eram parte da seita dos fariseus e se aplicavam a
reprodução das Escrituras.
2.2 – Eram letrados.
2.3 – Eram conhecedores das línguas originais.
2.4 – Eram profundos conhecedores da Lei.
2.5 – Eram reconhecidos e reputados como mestres e
doutores.
2.6 – Não criam em espíritos imundos, em anjos...

3. Os discípulos estavam aprendendo que cristianismo


não é uma questão de Lei, mas de vida pessoal com
Deus, por meio da pessoa e da obra de Cristo.

4. Erraram os discípulos em cair em discussões com os


legalistas.

b – A Missão da Igreja é Viver e Proclamar o Evangelho.

1. A mensagem de Deus muitas vezes não é a mensagem da


Igreja.
1.1 – A mensagem de Deus fala do pecado e da
depravação do homem.
1.2 – A mensagem de Deus fala da necessidade de
conversão, do novo nascimento.
1.3 – A mensagem de Deus fala da exigência ética –
comportamento abalizado nas Escrituras.
1.4 – A mensagem de Deus fala de julgamento.
1.5 – A mensagem de Deus fala de juízo, inferno e
perdição eterna.

2. A mensagem da Igreja muitas vezes não é a mensagem


de Deus.
2.1 – A mensagem da Igreja fala dos direitos do homem
diante de Deus.
a) ‘O direito do homem diante de Deus é reconhecer
que não tem direito’.
2.2 – A mensagem da Igreja fala de reivindicar e
exigir que Deus faça.
2.3 – A mensagem da Igreja fala do poder da palavra
e da confissão positiva.
a) ‘Declare isto irmão, pois o que você declarar vai
acontecer, pois há poder em suas palavras’.
2.4 – A mensagem da Igreja fala da prosperidade
material que o crente deve ter.
a) Tal pregação não se coaduna com o fato de que o
próprio Filho de Deus, o cabeça da Igreja viveu
em pobreza.
b) Essa pregação não se ajusta aos seus discípulos e
apóstolos que nunca pregaram tal ensino, antes,
experimentaram escassez, privações e tribulações
das mais diversas.

c – A estratégia de Satanás contra a Igreja.

1. O alvo de Satanás, o arqui-inimigo de Deus e do povo de


Deus, é sempre retardar a caminhada da Igreja de Jesus,
bem como diminuir o seu impacto no mundo.
2. No período que antecedeu a Reforma, todo tipo de
excessos e perversidades estiveram no meio da Igreja.

3. O trabalho dos reformadores visava um


reavivamento religioso, ético e moral no seio da Igreja, e
o reavivamento aconteceu.

4. Hoje vemos grupos evangélicos ordenando até


homossexuais para o ministério e ofícios. Isso já
acontece no Brasil.

5. Discussões e práticas vazias do evangelho tiram o


poder da Igreja.

II – Quando Se Alimenta da Incredulidade.

a – A incredulidade é visível no texto.

1. O Senhor Jesus repreende a incredulidade.


1.1 – A incredulidade é repreendida em todo o texto
bíblico, mas aqui em Jesus se torna clássica.
a) Mc. 9.19 ‘Ó geração incrédula! Até quando
estarei convosco? Até quando vos sofrereis?’.

2. O pai da criança confirma a incredulidade.


2.1 – Ficou claro para o pai daquela criança que os
discípulos não estavam munidos da fé que traria
libertação ao seu filho.
a) Mc. 9.22 ‘Se tu podes fazer alguma coisa...’.
b) Não só questiona o poder dos discípulos, mas
levanta a mesma dúvida em respeito ao Mestre.
c) A partícula ‘ean’ no texto grego pode significar
‘visto que’, o que não traria dúvida mas certeza.
b – Alternativas para a incredulidade.

1. Quando a Igreja se alimenta da incredulidade e busca


mecanismos da religiosidade para ocupar o lugar da fé e
do serviço ao Senhor, ela perde a visão de sua missão e o
poder que teria para o testemunho e salvação dos povos.

2. A rejeição das verdades fundamentais da Palavra de


Deus, já é em si mesmo, incredulidade.

3. Quando a Igreja passa a discutir, inquirir e vivenciar


o não estabelecido na simplicidade do Evangelho, é sinal
de apostasia e de incredulidade.
3.1 – A apostasia e a incredulidade são sinais que
antecederão a vida do Senhor Jesus Cristo.
3.2 – A religiosidade existirá, mas a fé pura e simples do
Evangelho será distorcida e corrompida. Será um
elemento em extinção.

4. Quando a incredulidade toma lugar na vida do


indivíduo ou da Igreja, a Igreja perde o poder.

III – Quando a Dimensão do Relacionamento Com


Deus é Perdida.

a – O Senhor Jesus aponta para a falta de poder.

1. Os discípulos ainda estavam sob treinamento e havia


aprendizados que ainda não tinham recebido.
1.1 – Quando interrogado Jesus respondeu:
a) Mc. 9.29 ‘Esta casta só pode sair por meio de
jejum e oração’.
b) O Senhor Jesus usa esse incidente para fortalecer
a fé dos discípulos, mas também para lhes ensinar
estratégias de combate que ainda não haviam
aprendido.
1.2 – Ficou claro que seus discípulos não haviam
aprendido ainda este princípio da devoção pessoal.

2. Caso quisessem uma vida de poder deveriam se


aplicar à oração, ao jejum, à Palavra e a uma vida de
devoção piedosa diante do Senhor.
2.1 – Até a noite de sua prisão os seus discípulos não
eram homens de oração: ‘dormiam’.
2.2 – Só no livro de Atos em diante é que se vê os
discípulos em reuniões de oração e jejuns intensos.

3. O modelo de relacionamento com Deus está na


pessoa de Jesus.
3.1 – Jesus era visto vezes sem conta em jejuns e
orações.
a) Mt. 4.2 ‘E depois de jejuar 40 dias e 40 noites
teve fome’.
b) Mc. 1.35 ‘Levantando-se de manhã muito cedo,
ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto e
ali orava’.
3.2 – Jesus ensinava assim aos seus discípulos:
a) Mt. 6.5-6 ‘⁵E, quando orardes, não sereis como
os hipócritas; porque gostam de orar em pénas
sinagogas e nos cantos das praças, para serem
vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles
já receberam a recompensa. ⁶Tu, porém, quando
orares, entra no teu quarto e, fechada a porta,
orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai,
que vê em secreto, te recompensará’.
b) Mt. 6.7-8 ‘⁷E, orando, não useis de vãs
repetições, como os gentios; porque presumem
que pelo seu muito falar serão ouvidos. ⁸Não vos
assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso
Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que
lho peçais’.

4. O verdadeiro relacionamento com Deus é pessoal e


secreto: esse não pode ser falsificado.

c – O poder da Igreja não está no elemento corporativo.

1. O que capacita e manifesta o poder de Deus na vida da


Igreja não é o que acontece no culto público, mas o que
acontece no culto privado, pois um é reflexo do outro.

2. O poder da Igreja hoje está no culto:


2.1 – Liturgias que empolgam e emocionam.
2.2 – Manipulações psicológicas.
2.3 – Grandes concentrações. Quanto maior a audiência,
mais poder tem a Igreja.

3. A Igreja dos dias primitivos tinha suas reuniões nos


lares, nas catacumbas, e em pequenos grupos; contudo,
o poder de Deus estava neles e sobre eles.

Conclusão:

A Igreja hoje é uma Igreja de poder?


É preciso praticar os princípios de Jesus.
A vida e relacionamento individual de cada crente diante de
Deus orientam os rumos da vida comunitária da Igreja.
Que o poder real do real Evangelho esteja sobre esta Igreja
cumprimento de sua missão.

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