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AULA 1

ESTADO DE SUPERFÍCIE

SEM 0560 - Fabricação Mecânica por Usinagem

Professores

Alessandro Roger Rodrigues


Renato Goulart Jasinevicius
ESTADO DE SUPERFÍCIE (ACABAMENTO) EM

DESENHO TÉCNICO MECÂNICO


SIMBOLOGIA QUANTITATIVA
INDICAÇÃO EM PROJETO

símbolo básico remoção exigida remoção não permitida

valor único intervalo


CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRIAS
CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRIAS
INDICAÇÃO COMPLETO EM PROJETO
SIMBOLOGIA QUALITATIVA
EQUIVALÊNCIA ENTRE SIMBOLOGIAS
EXEMPLO DE APLICAÇÃO
INTRODUÇÃO

Superfícies funcionais: devem ser adequadas à função que exercerá


Processo de fabricação: imprime sua rugosidade característica
Quanto mais lisa a superfície, maior o custo de sua produção
RUGOSIDADE X CUSTO
SUPERFÍCIES MANUFATURADAS

Peças Fundidas Peças Forjadas Peças Poliméricas Injetadas

Peças Poliméricas Injetadas Compósito de Matriz Polimérica Impressão 3 D


PADRÃO DE RUGOSIDADE DE PEÇA TORNEADA

Vista de frente

Placa

Peça

Ferramenta
PADRÃO DE RUGOSIDADE DE PEÇA FUNDIDA
PADRÃO DE RUGOSIDADE DE PEÇA USINADA POR DIFERENTES PROCESSOS

Rebolo
Lapidador

Peça
Abrasivo Peça
PADRÃO DE RUGOSIDADE DE PEÇA USINADA POR DIFERENTES PROCESSOS

Fresa Ferramenta
Peça

Fresa
Peça

Peça
Exemplo de Texturas
Cada Processo gera uma Textura Superficial

Superfície Brunida

Brunidora

Superfície Brunida

Peça
Exemplo de Texturas
Cada Processo gera uma Textura Superficial

Exemplo de superfície rasqueteada

Processo manual

Rasquete

Barramento de máquina

Morsa
Exemplo de Texturas
Cada Processo gera uma Textura Superficial

Ferramenta
Superfície Aplainada

Morsa
Peça
Exemplo de Texturas
Cada Processo gera uma Textura Superficial

Wafer de Silício polido


Exemplo de Texturas
Cada Processo gera uma Textura Superficial

Eletroerosão por
penetração
Eletroerosão
a Fio Fio Eletrodo

y
x

Peça
Exemplo de Texturas
Cada Processo gera uma Textura Superficial

Desbastado Alisado Polido

Torneamento aço ABNT 1020


PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E RUGOSIDADE
Brocha

Ranhuras

Peça

Perfis
brochados Brochas
ERROS GEOMÉTRICOS EM SUPERFÍCIES

Macrogeométricos:

Erros de forma verificáveis em micrômetros, projetores de perfil, relógios


comparadores

Tipos: ondulações, ovalizações, retilineidade, planicidade, circularidade etc

Causas: defeitos em guias, desvios da máquina ou peça, fixação errada da


peça, distorções térmicas da peça etc

Microgeométricos:

Rugosidade: conjunto de irregularidades compostas de picos e vales que


caracterizam qualquer superfície

Influência: deslizamento, desgaste, aderência, ajuste, escoamento de


fluidos, vedação, aparência, corrosão, fadiga etc

Causas: vibrações no contato peça-ferramenta, desgaste da ferramenta etc


SUPERFÍCIES

Ideal Real Efetiva


PERFIS

Ideal Real

Efetiva
COMPOSIÇÃO DA SUPERFÍCIE
CRITÉRIOS PARA AVALIAR A RUGOSIDADE

lm: comprimento total de avaliação

le: comprimento de amostragem (cut-off) também conhecido por c

lv: comprimento para atingir a velocidade do apalpador

ln: comprimento para parada do apalpador

Medição de 5 cut-offs (Norma ABNT 6405/1988)


CUT-OFF (le =  c) x PROCESSO DE FABRICAÇÃO
SISTEMAS DE MEDIÇÃO DA RUGOSIDADE

Sistema M (linha média): linha paralela à direção geral do


perfil, no comprimento de amostragem, tal que:

Área A1 + Área A2 = Área A3


PARÂMETROS DE RUGOSIDADE

Amplitude Espaçamento Híbrido


PARÂMETROS DE RUGOSIDADE (AMPLITUDE)

Conhecido como Ra ou CLA (Center Line Average)


Uso: controle contínuo de produção, em processos de fabricação com sulcos bem orientados
(torneamento, fresamento etc) e superfícies estéticas.
Vantagem: mais usado no mundo, aplicado na maioria dos processos de fabricação, todos os
rugosímetros medem.
Desvantagens: oculta efeito de picos ou vales atípicos, não define a forma da rugosidade,
sem distinção entre picos e vales, não adequado a peças sinterizadas.
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE (AMPLITUDE)

Conhecido como Rq ou RMS (Root Mean Square). Representa a desvio padrão do perfil de
rugosidade.
Uso: componentes ópticos e eletrônicos.
Vantagem: acentua o efeito dos valores do perfil que se afastam da média.
Desvantagens: não detecta diferenças de espaçamento ou a presença não frequente de
picos altos e vales profundos.

Ra Rq
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE (AMPLITUDE)

Conhecido como Ry. Indica o maior valor das rugosidades parciais Zi.
Uso: superfícies de vedação, superfícies dinamicamente carregadas etc.
Vantagem: indica a deterioração da superfície, fácil obtenção, grande difusão, complementa o Ra.
Desvantagens: nem todos os rugosímetros medem, cuidado ao obtê-lo sem filtragem, não informa o
formato da superfície.

Diversas formas com Ry igual


PARÂMETROS DE RUGOSIDADE (AMPLITUDE)

Conhecido como Rt. Indica a distância vertical entre o pico mais elevado e o vale mais profundo.
Uso: idem ao Ry.
Vantagem: mais rígido que o Ry (considera todo comprimento de avaliação), mais fácil de ser obtido
graficamente e demais vantagens do Ry.
Desvantagens: pode levar a resultados pontuais enganosos (vales isolados e profundos).
PARÂMETROS DE RUGOSIDADE (AMPLITUDE)

Conhecido como Rz. Corresponde à média de 5 valores de rugosidade parcial.


Uso: superfícies periódicas e conhecidas, onde pontos isolados não afetam sua função.
Vantagem: informa a distribuição média das rugosidades, define muito bem superfícies periódicas.
Desvantagens: nem todos os rugosímetros medem, não informa o formato da superfície e nem os
espaçamentos das rugosidades.
PARÂMETRO DE RUGOSIDADE (ESPAÇAMENTO)

Conhecido como Rsm. Largura média de um elemento do perfil de rugosidade.


Uso: superfícies sujeitas à corrosão e escoamento de fluidos.

Mesma amplitude, porém espaçamentos distintos


PARÂMETRO DE RUGOSIDADE (HÍBRIDO)

Conhecido como RDq. Inclinação média quadrática do perfil de rugosidade.


Uso: superfícies ópticas.

Menos reflexão da luz

Mais reflexão da luz


DEMAIS PARÂMETROS

Parâmetros R (2D): Rp, Rv etc


DEMAIS PARÂMETROS

Parâmetros S (3D): Sa, Sq, Sz, St etc


DEMAIS PARÂMETROS

Parâmetros S (3D): Sa, Sq, Sz, St etc


DEMAIS PARÂMETROS

Parâmetros S (3D): Sa, Sq, Sz, St etc


DEMAIS PARÂMETROS

Parâmetros estatísticos: Rsk, Ssk, Rku, Sku etc


DEMAIS PARÂMETROS

Parâmetros estatísticos: Rsk, Ssk, Rku, Sku

Ssk < 0
Sku > 3

Sku < 3
Ssk > 0
ESCOLHA DO COMPRIMENTO DE AMOSTRAGEM

Cut-off recomendados pela Norma ISO 4288 -1996.


FORMAS DE MEDIR A RUGOSIDADE (COM CONTATO)

Portátil

Mesa Perfis reais no fresamento


MEDIÇÃO DA RUGOSIDADE COM CONTATO

Ponta diamante: raio = 0,5 a 15 mm


Motor ultrapreciso (deslocamento submicrométrico 0,25 a 0,50 mm)
Resolução eixo z: 1 nm
Força: 0,1 a 10 mN
FORMAS DE MEDIR A RUGOSIDADE
FORMAS DE MEDIR A RUGOSIDADE
DIRECIONALIDADE DA MEDIDA

A
DIRECIONALIDADE DA MEDIDA

C
DIRECIONALIDADE DA MEDIDA

E
FORMAS DE MEDIR RUGOSIDADE (SEM CONTATO)

2D
Perfilômetro ótico

Resolução eixo z: < 1 nm


Resolução eixos x-y: 1 a 2,5 mm 3D
Sem contato: interferência de luz
FORMAS DE MEDIR RUGOSIDADE (SEM CONTATO)

Perfilômetro ótico: princício de funcionamento


FORMAS DE MEDIR RUGOSIDADE (SEM CONTATO)

Sondas de varredura microscópica

Ponta de Si ou Si3N4: raio = 1 a 20 nm


Resolução eixo z: 0,01 nm
Força: 100 pN a 100 nN
Processo lento
Área: 100 mm x 100 mm
Altura: 10 mm

Microscópio de força atômica (AFM)


FORMAS DE MEDIR RUGOSIDADE (SEM CONTATO)

Sondas de varredura microscópica

Princípio de funcionamento: Microscópio de força atômica (AFM)


FORMAS DE MEDIR RUGOSIDADE (SEM CONTATO)

Sondas de varredura microscópica

Átomos de Si obtidas de SiC

Átomos de C em Grafite

Microscópio de Tunelamento (STM)

Semicondutor orgânico
Ponta de W em moléculas de PTCDA
(Dianidrido Perilenetetra
Resolução lateral: 0,1 nm carboxílico)

Resolução eixo z: 0,01 nm


Sem contato
FORMAS DE MEDIR RUGOSIDADE (SEM CONTATO)

Sondas de varredura microscópica

Princípio de funcionamento: Microscópio de Tunelamento (STM)


RUGOSIDADE CINEMÁTICA x DINÂMICA

Rmax = Rt = f² / 8.re
Interação peça-ferramenta no torneamento externo

0,0312.f 2
Ra 
re
RUGOSIDADE CINEMÁTICA

Condição de corte
f = 0,05 mm/rev
re = 1,52 mm
FONTES DE ERROS NA MEDIÇÃO

• Diâmetro da ponta da agulha


• Carga aplicada pela ponta da agulha
• Velocidade da agulha
• Deslocamento lateral devido às irregularidades
• Danos causados pela sapata ou calço
• Elasticidade da superfície
TOLERÂNCIA DIMENSIONAL x RUGOSIDADE

(mm)
EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

blocos padrão, guias de instrumentos de medição de alta precisão = 0,01 μm

superfícies de medidas de micrômetros = 0,02 μm

calibradores, elementos de válvulas de alta pressão = 0,03 μm

agulhas de rolamento, super acabamento de camisas de bloco de motor = 0,04 μm

pistas de rolamentos = 0,05 μm

camisa de bloco de motores = 0,06 μm

eixos montados em mancais de teflon, atuando com velocidade média = 0,1 μm

flancos de engrenagens, guias de mesas de máquinas-ferramentas = 0,3 μm

tambores de freios, válvulas de esferas = 0,6 μm

superfícies usinadas em geral, alojamento de rolamentos = 2 a 3 μm

superfícies desbastadas por usinagem = 4 μm

superfícies fundidas, estampadas = 5 a 15 μm

peças fundidas, forjadas e laminadas = > 15 μm


REFERÊNCIAS

Silva, A., Ribeiro, C. T., Dias, J., Souza, L. Desenho Técnico


Moderno. Ed. LTC, 4ª ed., 475p. 2006.

Agostinho, O., Rodrigues, A. C. S., Lirani, J. Tolerâncias, Ajustes,


Desvios e Análise de Dimensões. Ed. Edgard Blücher, 43ª ed.,
295p. 1977.

Novaski, O. Introdução à Engenharia de Fabricação Mecânica.


Ed. Edgard Blücher, 1ª ed., 120p., 1994.

ABNT NBR ISO 4287:2002. Especificações geométricas do produto


(GPS) - Rugosidade: Método do perfil - Termos, definições e
parâmetros da rugosidade.

ABNT NBR ISO 4288:2008. Especificações geométricas de produto


(GPS) - Rugosidade: Método do perfil - Regras e procedimentos
para avaliação de rugosidade.

ABNT NBR 8404:1984. Indicação do estado de superfícies em


desenhos técnicos - Procedimento.

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