Você está na página 1de 114

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO:

ESTAMPAGEM

PROF. Me ROBSON BUSSOLOTI


ESTAMPAGEM

Refere-se a um conjunto de operações feitas em uma matéria


prima na forma de chapa ou fita, onde no final do processo,
obtêm-se um produto acabado.
A ESTAMPABILIDADE DOS
MATERIAIS METÁLICOS

Capacidade que a chapa metálica tem de


adquirir à forma de uma matriz, pelo
processo de estampagem sem se romper ou
apresentar qualquer outro tipo de defeito de
superfície ou de forma.
ESTAMPAGEM
ESTAMPAGEM
ESTAMPAGEM

Exemplos de peças estampadas


ESTAMPAGEM PROFUNDA
REPUXO: É realizados a partir do blank
que é comprimido para dentro da
matriz através de um punção.
ESTAMPAGEM COM
DOBRAMANTO
DOBRAMENTO: É um processo de conformação que transforma segmentos
retos em curvos por flexão.
A superfície externa fica tracionada e a interna comprimida.
Nas linhas internas as tensões são neutras, mas crescem a partir deste ponto
chegando a valores máximos nas camadas mais externas e internas.
ESTAMPABILIDADE

Não refere-se as propriedades do material, mas sim a um


conjunto de aspectos relacionados entre si, que deveria se
chamar: Sistema de Estampagem:
PRINCIPAIS FATORES QUE INTERFEREM
EM UMA PEÇA ESTAMPADA

Material → propriedades mecânicas, uniformidade dimensional,


rugosidade.

Processo→ Lubrificantes, velocidade, estágios (etapas),


temperatura, ferramental.

Equipamento→ Sistema de controle, características / rigidez


PRINCIPAIS OPERAÇÕES DE
ESTAMPAGEM

O processo de estampagem pode ser dividido em três operações


básicas, sendo:

CORTE REPUXO DOBRA


CORTE (CISALHAMENTO)

Tem como objetivo a obtenção de formas geométricas


determinadas a partir de chapas, submetidas a ação de uma
ferramenta (punção de corte), aplicada através do equipamento
de estampagem (prensa) que exerce uma força sobre a chapa.
CORTE (CISALHAMENTO)

DIFERENTES TIPOS DE CORTE:

Shearing: Corte transversal efetuado por guilhotinas;

Blanking: Corte de uma figura;

Piercing: Corte de um furo completo (passante)

Lancing: Corte parcial da peça;

Parting: Separação de duas ou mais peças estampadas


simultaneamente;
CORTE (CISALHAMENTO)

SHEARING: Corte transversal efetuado por guilhotinas;


GUILHOTINA
corte reto de chapas
CORTE (CISALHAMENTO)

BLANKING: Corte de uma figura (separação da bobina)


MATRIZ DE CORTE
EX: CORTE DO BLANK
CORTE (CISALHAMENTO)

PIERCING: Corte de um furo completo e passante


CORTE (CISALHAMENTO)

LANCING: Corte parcial da peça normalmente seguido de uma


operação de dobramento;
CORTE (CISALHAMENTO)

PARTING: Separação de duas ou mais peças estampadas


simultaneamente;
DOBRA
Chama-se dobramento de chapas metálicas a operação a qual
transforma segmentos retos em curvas no processo de
dobramento que pode ser considerado como uma flexão que
atinge o regime plástico.
DOBRA
• Nesta operação, a tira
metálica é submetida a
esforços aplicados em
duas direções opostas
para provocar a flexão e
a deformação plástica.

UM PONTO IMPORTANTE É
EVITAR CANTOS VIVOS A
FIM DE MINIMIZAR A
POSSIBILIDADE DE
RASGAMENTO PELO
PUNÇÃO.
ALGUNS TIPOS DE DOBRAS EM
CHAPAS
DOBRAS EM CHAPAS
DOBRA
Devido a passagem de tração para compressão, existe uma superfície no
interior da chapa que não está sofrendo esforço. Está superfície é chamada de
linha neutra.
RAIO DE DOBRAMENTO

Quando dobra-se uma peça com um raio interno muito


pequeno, pode ocorrer trincas.

Para evitar as trincas, podem ser adotados os seguintes valores


para o dimensionamento de raios:

Materiais Moles ou recozidos: 1 a 2 X a espessura da chapa;

Materiais Duros: 3 a 4 X a espessura da chapa;

Materiais Leves: 0,4 a 0,8X a espessura da chapa;


REPUXO PROFUNDO

Na operação de repuxo, a peça inicialmente plana (Blank) é


transformada em um corpo “oco” sem que haja o surgimento de
rugas ou trincas, e para isso, um dos principais fatores que
deve ser observado é a folga entre o punção e a matriz e a
lubrificação.
REPUXO PROFUNDO
FOLGA ENTRE O PUNÇÃO E A
MATRIZ (δ)

Aço →

Cobre →
Alumínio→
DIÂMETRO DO BLANK (D)

Em que:

d: diâmetro final da peça


h: altura final da peça
SEVERIDADE DE REPUXO (βo)

Os números de operações necessárias para repuxar uma peça é representado por βo.

βo é obtido pela razão entre o diâmetro do Blank (D) e o diâmetro do punção (d),
portanto:
SEVERIDADE DE REPUXO MÁXIMO
(βo máx)

Para determinar se o repuxo pode ser feito em uma única operação, é necessário
calcular a severidade de repuxo máxima, representado por βo máx, onde:

Aço Baixo Carbono / Aço Inox

Ligas de Cobre e Alumínio de alta


Dureza
QUANTIDADES DE ESTÁGIOS

Em resumo:

Se βo ≤ βo máx → 1 Operação

Se βo > βo máx → Mais de 1 operação/estágio

Quando βo > βo máx recomenda-se praticar redução do diâmetro na ordem


de 40% no 1° estágio e 20% nas demais operações, até que se obtenha o
diâmetro desejado.
ENSAIOS DE ESTAMPABILIDADE
ENSAIOS DE ESTAMPABILIDADE
Testes tecnológicos – Ensaio Erichsen / Olsen
• O ensaio Erichsen é um ensaio de padronização europeia
• Consiste em um punção esférico que avança sobre uma
fina chapa metálica (blank), causando deformação plástica.
ENSAIOS DE ESTAMPABILIDADE
Testes tecnológicos – Ensaio Erichsen / Olsen
• O ensaio é conduzido até o instante em que ocorre a
fratura.
• O valor é dado pela altura obtida na ruptura (ÍNDICE
ERICHSEN)
ENSAIOS DE ESTAMPABILIDADE
Testes tecnológicos – Ensaio Erichsen / Olsen
Ensaio depende da:
•Velocidade de avanço do punção,
•Lubrificação entre ferramenta e blank
•Material que está sendo testado
ENSAIOS DE ESTAMPABILIDADE
Testes tecnológicos – Ensaio Erichsen / Olsen
• Influência do Tamanho de Grão no acabamento
ENSAIOS DE ESTAMPABILIDADE
Testes tecnológicos – Ensaio Erichsen / Olsen
• Influência do Tamanho de Grão no acabamento
(Casca de laranja)
ENSAIOS DE ESTAMPABILIDADE
Testes tecnológicos – Ensaio Erichsen / Olsen
• Escala comparativa do teste Erichsen
ENSAIOS DE ESTAMPABILIDADE
Testes tecnológicos – Ensaio Erichsen / Olsen
• O ensaio Olsen difere do Erichsen apenas no Diâmetro
do punção (d) e da matriz (D)
ENSAIOS DE ESTAMPABILIDADE
Testes tecnológicos – Ensaio Swift
• Teste para avaliação de embutimento
• Consiste na deformação de um disco metálico
(blank) preso em uma matriz com um punção na
forma cilíndrica.
ENSAIOS DE ESTAMPABILIDADE
Testes tecnológicos – Ensaio Swift
• Razão Limite de Estampagem (LDR): Dado pela relação
entre o diâmetro máximo do Blank (d0) e o diâmetro do
punção (d1) que provoca a ruptura da peça.
• Necessidade de ensaiar várias medidas para obtenção do
valor
• Permite avaliar orelhamento (anisotropia)
ENSAIOS DE ESTAMPABILIDADE
Testes tecnológicos – Ensaio Fukui
• O ensaio Fukui se difere pela conformação da chapa em
um cone com ponta esférica
• Permite analisar estampagem profunda
ENSAIOS DE ESTAMPABILIDADE
Testes tecnológicos – Ensaio Nakazima
• Ensaio realizado por um punção hemisférico
• A força aplicada no prensa chapas evita qualquer escorregamento do
material do flange para a parte central do corpo de prova que está
sendo deformado durante o ensaio.
ENSAIOS DE ESTAMPABILIDADE
Testes tecnológicos – Ensaio Nakazima
• Geometria dos corpos de prova é baseada em tiras retangulares de
diferentes larguras
• Os corpos de prova mais estreitos têm a forma de um corpo de prova
para o ensaio de tração, com uma parte paralela de pelo menos 50%
do diâmetro do punção.
ENSAIOS DE ESTAMPABILIDADE
Testes tecnológicos – Ensaio Nakazima
• Cada corpo de prova é submetido a um diferente regime
de deformação
• Isto porque os corpos de prova mais estreitos mostram um
comportamento não desejado de ruptura prematura perto
do raio da matriz.
ENSAIOS DE ESTAMPABILIDADE
Testes tecnológicos – Definição da Curva CLC
Máquina Universal de Ensaios
ENSAIOS DE ESTAMPABILIDADE
Testes tecnológicos – Definição da Curva CLC
• Curva CLC – Curva Limite de Conformação
• As deformações limites são geralmente determinadas realizando-se o
ensaio até a aparição de uma fratura dúctil e, em seguida, analisando
a distribuição de deformações obtida na vizinhança da zona fraturada.
• As deformações são usualmente obtidas através de medidas
efetuadas na malha de círculos impressa na superfície da chapa
ensaiada.
ENSAIOS DE ESTAMPABILIDADE
Testes tecnológicos – Definição da Curva CLC
Efeito do tipo de lubrificante

• 200 mm com Óleo • 220 mm com Teflon


ENSAIOS DE ESTAMPABILIDADE
Testes tecnológicos – Definição da Curva CLC
Pode auxiliar a explicar falhas de processo, bem
como alternativas de solução para o mesmo!
ENSAIOS DE ESTAMPABILIDADE
Testes tecnológicos – Definição da Curva CLC
Fornece dados para simuladores de elementos finitos (Ex.:
Autoform)
MATÉRIA PRIMA EM BOBINA
1º CORTE DO BLANK
BLANK
2º BLANK SOBRE A MATRIZ
3º INICIO DO DOBRAMENTO
4º ESTÁGIO FINAL DA CONFORMAÇÃO
5º PROCESSO DE DOBRAMENTO FINALIZADO
PRODUTO ACABADO
DISPOSITIVO DE INSPEÇÃO
REPUXO OU EMBUTIMENTO
O Repuxo é um processo de
fabricação, pelo qual uma chapa
metálica adquire forma
volumétrica, oca, previamente
definida. São formados
basicamente por um punção e
uma matriz.

Muito importante no repuxo é a


folga, que deve ser de 20% da
espessura da chapa a ser
embutida.
BLANK
BLANK SOBRE A MATRIZ DE DOBRA E REPUXO (1º ETAPA)
PÇ. DOBRADA E REPUXADA
PÇ. SOBRE A MATRIZ DE RECORTE (2º ETAPA)
PÇ. RECORTADA
EX: PÇ. REPUXADA
ESTAMPO PROGRESSIVO
EXEMPLO DE PEÇA PRODUZIDA
EM ESTAMPO PROGRESSIVO
VANTAGENS DESVANTAGENS

• Processo versátil • Alto custo

• Rápida produção • Necessidade de


rebarbação

• Produção em larga
escala
EX: DE PÇS. ESTAMPADAS
PRENSA HIDRÁULICA PARA REPUXO PROFUNDO.
É indicada para serviços "Extra Pesados", tendo construção
muito robusta. Utilizada para repuxo profundo, sendo
também utilizada para forjamento a frio.
PRENSA HIDRÁULICA
Para produção automática com elevada precisão. Com martelo guiado
em quatro colunas cilíndricas, curso regulável.
Sendo indicada para integrar centros de estampagem automáticos, para
produção diversificada.
PRENSA DE FICÇÃO

A Prensa de fricção é uma máquina acionada por meio de robustos


volantes laterais, posicionados verticalmente, que friccionam um volante
horizontal central, localizado no ponto superior do fuso.
PRENSA EXCÊNTRICA
Seu nome é prensa excêntrica devido à sua forma de acionamento, que é
excêntrico e rotativo, permitindo um funcionamento contínuo e com ações repetidas
rapidamente, diferente de outros tipos de prensa, que possuem alta capacidade,
mas trabalham mais lentamente.
PRENSA EXCÊNTRICA
Detalhes:
FERRAMENTAL
ESTAMPO SIMPLES
FERRAMENTAL
ESTAMPO COMPOSTO
FERRAMENTAL ESTAMPO COM CORTE
PROGRESSIVO
DEFEITOS VISUAIS

Falta de Penetração de Solda

Peça OK Peça ÑOK


DEFEITOS VISUAIS

Componente

Peça OK Penetração de solda excessiva


no componente (Arame).
DEFEITOS VISUAIS
Manchas de Acabamento Superficial
DEFEITOS VISUAIS

Peças OK Peças com Trinca


DEFEITOS VISUAIS

Peças OK Material com Empenamento Lateral


(arco)
Impossibilita o Alinhamento da peça
no ferramental.

Você também pode gostar