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PROCESSOS

DE
CONFORMAÇÃO
Processos Mecânicos: Aplicação de Tensão
Conformação
Plástica Por Usinagem

Trefilação
Laminação
Estampagem Torneamento
Forjamento Fresamento
Retificação

Dificuldade de fabricar fios


metálicos
com pequenas dimensões, feitas
em formas planas por simples
martelamento manual.
Os primeiros fios metálicos foram
fabricados na Alemanha e França
por arraste manual no sec. VIII,
sendo somente industrializado em
1925 na Pennsylvania (USA)
Trefilação
O que é: a trefilação é uma operação em que a matéria-prima
(por exemplo, o fio máquina resultante de um processo de laminação)
é estirada através de uma matriz em forma de canal convergente
(FIEIRA ou TREFILA) por meio de uma força de tração aplicada do
lado de saída da matriz.
Matéria-prima da trefilação: Fio-máquina
(Diâmetros entre 5,5 e 22,0mm)

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TREFILAÇÃO
• Matéria-prima: A matéria-prima é o fio-máquina: vergalhão laminado a
quente.
• Decapagem Química : HCl ou H2S04 diluídos.
• Lavagem: em água corrente.
• Recobrimento normalmente por imersão em leite de cal Ca(OH)2 a
100°C a fim de neutralizar resíduos de ácido, proteger a superfície do
arame e servir de base para o lubrificante de trefilação.
• Secagem (em estufa) - Também remove H2 dissolvido na superfície do
material. Trefilação : início do processo de conformação plástica
DECAPAGEM MECÂNICA

Descarepação Mecânica por descascamento: dobramento e escovarmento.


TRATAMENTO TÉRMICO DE PATENTEAMENTO
(VISA AUMENTAR A DUCTILIDADE DE AÇOS DE ALTO CARBONO)
TREFILAÇÃO - PONTEAMENTO
TREFILAÇÃO

Possui simetria com a matriz


TREFILAÇÃO
Tração pura

máx.

2=3=0 1

Velocidade de trefilação:

10 m/s para fios de aço,


20 m/s para fios de cobre
Lubrificação na trefilação
O atrito que ocorre durante a deformação por trefilação pode ocasionar:
rugosidade superficial no produto, desgaste da ferramenta, aumento da força,
aumento da energia necessária para deformação, distribuição de tensão não
uniforme tendo como consequência à ocorrência de estrutura não homogênea.
A força necessária para superar a resistência (atrito) entre a fieira e o fio pode
chegar a 70 % da energia total de conformação.
O uso do lubrificante apropriado acarreta: redução do atrito, melhoria das
condições de escoamento do material, qualidade superficial do fio e estrutura
homogênea.
 Lubrificação seca: sabões sólidos em pó.
 Lubrificação úmida: soluções ou emulsões de óleos em água.
 Pastas e graxas.
MECANISMO DE ENDURECIMENTO POR DEFORMAÇÃO PLÁSTICA AFRIO

Vantagens da trefilação:
 Deformação plástica com acabamento e controle dimensional;
 Redução de arames a fios;
 Aumento da resistência mecânica.
Tratamento térmico intermediário
Para melhorar a ductibilidade do aço, que durante a trefilação a frio
endurece e aumenta a resistência é reaquecê-lo.
O recozimento é o processo de aquecimento e resfriamento
controlado .
FABRICAÇÃO DE ARAME
TREFILAÇÃO - FIEIRAS
• As fieiras ou trefilas, utilizadas na trefilação são compostas de uma carcaça
de aço e um núcleo feito de material bastante duro.
• O núcleo é geralmente feito de carboneto de tungstênio, diamante ou
diamante industrial monocristalino.

NÚCLEO DE ESTOJO
METAL DURO DE AÇO
EMBTIDO
TREFILAÇÃO - FIEIRAS

I – cone de entrada
II – cone de trabalho
III – zona cilíndrica ou
cilindro de calibração
IV – cone de saída

I - O cone de entrada tem a finalidade de guiar o fio em direção ao cone


de trabalho e permitir que o lubrificante acompanhe o fio.
II - No cone de trabalho ocorre a redução.
III - No cilindro de calibração ocorre o ajuste do diâmetro do fio.
IV - O cone de saída deve proporcionar uma saída livre do fio.
FIEIRAS DE DIAMANTE

O diamante industrial, é usado


geralmente nas etapas iniciais da
trefilação enquanto que as fieiras de
diamante natural são utilizadas nas
etapas finais.
Para trefilar fios muito finos um cristal
simples de diamante é utilizado.
TREFILAÇÃO DE TUBOS COM MANDRIL PASSANTE

a) Processo básico: Laminador mandrilhador Mannesmann


Depois de laminado o tubo é trefilado (acabamento)
TREFILAÇÃO DE TUBOS
Os Tubos podem ser trefilados dos seguintes modos:
 „ sem apoio interno (rebaixamento ou afundamento).
 „ com mandril passante.

a) Sem suporte interno b) Com mandril passante c) com bucha (plug) fixa d) com bucha flutuante
(rebaixamento)
Comparação entre tolerâncias de barras laminadas
a quente e barras trefiladas

Laminador mandrilhador Mannesmann


 Tubo mecânico trefilado
ST 52 / VMEC134 AP

Laminada a quente Trefilada a frio


Diâmetro (mm) Tolerância (mm) Diâmetro (mm) Tolerância (mm)
5 a 14 0,8 3a6 0,08
15 a 18 1,0 6 a 10 0,09
20 a 24 1,1 10 a 18 0,11
25 a 30 1,2 18 a 30 0,13
32 a 40 1,4 30 a 50 0,16

Tubo mecânico laminado 21


ST 52 / VMEC134 AP
DEFEITOS DA TREFILAÇÃO
Os defeitos podem ser resultantes de :
 defeitos na matéria-prima do fio máquina original, fissuras, lascas e
vazios,
 ou do processo de deformação.
O tipo de defeito mais comum é a fenda interna no centro da barra ou
trincamento estriado ou chevrons.
Diagramas de Avitzur

Para o controle de rupturas


centrais e trincas internas:
αótimo < α < αcr1

Correlaciona condições de processamento (semi-ângulo da fieira e percentual de redução)


com o aparecimento de rupturas centrais.
Conformação mecânica - trefilação

Redundante = excessivo, superabundante


TRABALHO REDUNDANTE
A energia gasta no trabalho redundante, relacionada com a mudança no
sentido de escoamento durante o processo de conformação

Efeito da variação do ângulo de abertura de


entrada da matriz sobre a deformação interna
(redundante) na trefilação, Button (2002)
TREFILAÇÃO
A geometria da fieira tem grande influência sobre a força de trefilação,
onde, para qualquer passe de redução dado no material, existe uma
geometria de trabalho ideal que produz um esforço de tração mínimo em
relação ao limite de escoamento do material.
ÂNGULO ÓTIMO DE FIEIRA O ângulo ótimo
de fieira para trabalho é dado por:

Sendo:
α = ângulo ótimo fieira; 
 = coeficiente atrito
Ao = área transversal inicial;
Af = área transversal final
Trefilação – Esforços
Para cada passe de trefilação, a carga necessária pode ser estimada
pela seguinte expressão:
(a)
Defeitos Típicos dos
Produtos Trefilados (e)
(b)

(c) (f)

(d)
(a) - Diâmetro escalonado (causa: partículas duras que ficam retidas na fieira e que
depois se desprendem).
(b) - Fratura irregular com estrangulamento (causas: esforço excessivo devido a
lubrificação deficiente, excesso de espiras no anel tirante rugoso,
com diâmetro incorreto ou devido a redução excessiva).
(c) - Fratura com risco lateral ao redor da marca de inclusão (causa: partícula dura
inclusa no fio inicial proveniente da laminação ou extrusão).
(d) - Fratura com trinca aberta em duas partes (causas: trincas provenientes da
laminação).
(e) - Marcas na forma de V ou fratura em ângulo (causas: redução grande e parte
cilíndrica pequena com inclinação do fio na saída, ruptura de parte da fieira com inclusão
de partícula no contato fio-fieira, inclusão de partículas duras estranhas.
(f) - Rupturas taça-cone (causas: redução pequena e ângulo de fieira muito grande com
acentuada deformação na parte central).
TREFILAÇÃO DE PREGOS

Prego Cabeça Dupla


Não danifica a madeira; fácil arranque; desforma rápida e
elimina etapas no fechamento das fôrmas

Os grampos para cerca são próprios para fixação de arames


farpados e ovalados, possuindo ponta bastante aguda,
proporcionando uma fácil penetração mesmo nos mourões de
madeira mais duros
Modelos Lúdicos para transformar o engenheiro
em produtor de cultura

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Lúdicos = jogos ou brinquedos
TREFILAÇÃO E APLICAÇÕES
Com a trefilação é possível manufaturar pregos, barras, tubos
finos, vergalhões, arames, cabos de aço.

Cabo de aço
Vergalhão em bobina

Tubos de aço

Barras de aço

Barras hexagonais

Tubos
PRODUTOS DA TREFILAÇÃO CABOS DE AÇO

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CABOS DE AÇO

Número de pernas e número de arames em


cada perna
(por exemplo: o cabo 6 X 19 possui 6 pernas
com 19 arames cada).
Tipos de alma: Alma de Fibra e Alma de Aço

Cabo com Alma de Aço


formada por uma Perna = AA

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CABOS DE AÇO

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Diâmetro de um cabo de aço

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CABOS DE AÇO

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Estais da Ponte Newton Navarro
Natal-RN

Ponte estaiada Octávio Frias de Oliveira


São Paulo – SP

ABNT NBR 5909 – Cordoalhas de fios de aço zincados, para estais, tirantes, cabos
mensageiros e usos similares - Especificação
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APLICAÇÃO SOCIAL
INOVAÇÕES
TECNOLOGICAS
NA TREFILAÇÃO
ATRITO DE DESLIZAMENTO
ATRITO DE ROLAMENTO
TREFILAÇÃO COM MICROCASSETE

GRUPO GERDAU é o 14º maior produtor de aço do


mundo e líder no segmento de aços
MICROCASSETE (CONT.)
EXERCÍCIOS – TREFILAÇÃO 13.1.1
1. O que é o como é realizado a trefilação?
2. Quais as características, vantagens e desvantagens da trefilação?
3. Quais as etapas normalmente realizadas até o trefilação?
4. Como é realizada a trefilação de arames?
5. Como é realizada a trefilação de tubos?
6. Quais os principais defeitos na trefilação?
7. O que são as bancadas de trefilação? Para que são utilizadas?
8. O que são as trefiladoras de tambor? Para que são utilizadas?
9. O que são as fieiras? Quais as características necessárias?
10.Quais os materiais utilizados para a fabricação das fieiras? Quais as
aplicações de cada um deles?
11. Quais os lubrificantes utilizados na trefilação?
12. Por que o fio máquina é decapado antes da trefilação?
13. Quais os tipos de decapagem utilizados? Quais as vantagens e
desvantagens de cada tipo de decapagem?
14. Cite 3 peças trefiladas, ressaltando a importância da trefilação.
Prof. M.Sc. Antonio Fernando de Carvalho Mota
EXTRUSÃO
O que é: na extrusão o material é forçado através de
uma matriz, de forma similar ao aperto de um tubo de
pasta de dentes.  

Formas resultantes: Praticamente qualquer forma de seção


transversal vazada ou cheia pode ser produzida por extrusão.
Como a geometria da matriz permanece inalterada, os produtos
extrudados têm seção transversal constante
O que é Extrusão ? • Conformação de Metais
por deformação plástica
• Altas pressões
Hidráulicas
• Matérias Moles

Processo de Extrusão

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EXTRUSÃO
Materiais: Alumínio, cobre, aço, magnésio e chumbo são
os materiais mais comumente extrudados
TIPOS DE EXTRUSÃO

EXTRUSÃO DIRETA
 
EXTRUSÃO
EXTRUSÃO INDIRETA
MOLDAGEM DE BLOCOS CERÂMICOS VAZADOS - EXTRUSORA
Estrutura da Perovskita

Bloco antes e depois da queima Moldagem.


Secagem.
Tratamento térmico.
TIPOS DE EXTRUSÃO

EXTRUSÃO
DIRETA
 

EXTRUSÃO
INDIRETA
 
TIPOS DE EXTRUSÃO
COMO SE FAZ UMA PILHA ZINCO CARVÃO

EXTRUSÃO INDIRETA
EXTRUSÃO

Extrusão direta
(P)

i
Pmax
Pistão

zonas de fluxo matriz f


restringido Pmin

Extrusão indireta
Deslocamento do êmbolo

matriz (P)
êmbolo

i f
PExt
Placa de
Areas de fluxo fechamento
restringido

Deslocamento do êmbolo
EXTRUSÃO DE PRÉ-FORMA
 Escovas para motores CC, eletrodos, grafites,
perfis, etc.
EXTRUSÃO DE PERFIS VAZADOS
Parte posterior (perfil)
Parte anterior

Matriz de extrusão para tubos sem costura

Sentido de extrusão
EXTRUSÃO - INOVAÇÃO
EXTRUSÃO HIDROSTÁTICA
 
O diâmetro do tarugo é menor que o diâmetro da câmara, que é preenchida por
um fluido. A pressão é transmitida ao tarugo através de um pistão. Não há
fricção nas paredes da câmara

A extrusão hidrostática é realizada usualmente a temperatura ambiente, em geral


usando óleo vegetal como meio fluido, combinando as qualidades de viscosidade
e lubrificação. Pode-se também trabalhar em alta temperatura. Neste caso ceras,
polímeros ou vidro são usados como fluido que também tem a função de manter
o isolamento térmico do tarugo durante o procedimento de extrusão.
EXTRUSÃO HIDROSTÁTICA
 Desvantagem do processo: Necessidade de uma
pré-forma na extremidade.

Dificuldade operacional: selo


mecânico.
Força de extrusão
A força requerida para o processo depende da resistência do
material, da relação de extrusão, da fricção na câmara e na matriz,
e outras variáveis como a temperatura e a velocidade de extrusão.
A força pode ser estimada pela fórmula

F = Força de Extrusão
Ao = área de seção
transversal do tarugo antes
da extrusão
Af = área de seção
transversal do tarugo após a
extrusão
K = constante de extrusão

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EXTRUSÃO

Campo de temperaturas para extrusão de vários metais:


EXTRUSÃO
EXTRUSÃO DE TUBOS
 
Na extrusão de tubos um mandril é preso à extremidade do êmbolo, de
modo a conformar o diâmetro interno do tubo. As dimensões da parede do
tubo são determinadas pela folga entre o mandril e o orifício da matriz
DEFEITOS NA EXTRUSÃO
Trincas internas:
O centro do tarugo pode desenvolver fissuras que são conhecidas como trincas
centrais, fratura tipo ponta de flecha ou chevron. O defeito é atribuído à tensão
hidrostática de tração na linha central, similar à situação da região de estricção
em um corpo em ensaio de tração. A tendência à formação de fissuras centrais
aumenta com o crescimento da fricção e da relação de extrusão. Este tipo de
defeito também aparece na extrusão de tubos
Esquadrias : Portão Búzios

Alumínio
Lambri Búzio Lambri e Concha anodizado
para Portões Búzios
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PERFIS EXTRUDADOS DE ALUMÍNIO
MÁQUINA EXTRUSORA E PRODUTOS EXTRUDADOS

Características Anisotrópicas
(resistência na seção longitudinal
diferente da seção transversal )

MATERIAIS COM ALTA EXTRUDABILIDADE:

• Razão de Extrusão = área da seção transversal do tarugo


área da seção transversal do perfil
A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO

 Deformação:
 Cisalhamento entre planos (densos)
de maior distância entre si e sempre
numa direção compacta.
A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO – SISTEMAS DE
DESLIZAMENTO (CISALHAMENTO)

 Rede CFC:

4 Planos {1 1 1} e 3 direções <1 1 0>

12 sistemas de deslizamento (fácil).


A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO – SISTEMAS DE
DESLIZAMENTO (CISALHAMENTO)

 Rede CCC:

6 Planos {1 1 0} e 2 direções <1 1 1>

12 sistemas de deslizamento fácil.


A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO – SISTEMAS DE
DESLIZAMENTO (CISALHAMENTO)

 Rede HC:

1 Plano {0 0 0 1} e 3 direções <1 1 -2 0>

3 sistemas de deslizamento fácil.


A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO – SISTEMAS VARIANTES

 Rede CCC:

6 Planos {1 1 2} e 2 direções <1 1 1> 6 Planos {1 2 3} e 2 direções <1 1 1>

12 sistemas de deslizamento fácil 12 sistemas de deslizamento fácil


LATASA
PRIMEIRA FÁBRICA
DE LATAS DE ALUMÍNIO
NO BRASIL
RECICLAGEM DO ALUMÍNIO
ALGUMAS VANTAGENS:
 Economia de 95% da
Energia gasta na produção
do alumínio primário.
 Benefícios ambientais
(economia de matéria
prima).
 Reduz o volume de lixo
enviado aos aterros
sanitários e ajuda a manter
a cidade limpa.
 Beneficia entidades
assistenciais como igrejas
e escolas.
 Incentivos fiscais.
Extrusora de poliméros

Esquema do processo de extrusão:1-rosca sem fim; 2-


alimentador; 3-matriz; 4-produto extrudado
FIM

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