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DOBRAMENTO

Prof. Sandro Rosa Corrêa


Processos de Fabricação

EXTRUSÃO
O que é dobramento?
Processos de Fabricação

INTRODUÇÃO https://www.youtube.com/watch?v=TRRRzrfVUiA

• Dobramento consistem em dar forma a uma chapa ou perfil


através da deformação ao longo de um única direção
Processos de Fabricação

INTRODUÇÃO
• Partes dobradas de chapas;
• Compor elementos laterais;
• Bordas e outras mudanças geométricas;
• Formatação de perfis dobrados;
• Substituição dos pesados perfis extrudados ou laminados.
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DOBRAMENTO
Tipos de dobramento
• Dobramento manual
✓Efetuado por meio manual, utilizando-se ação de
martelamento em matrizes previamente desenhadas.
• Dobramento Mecânico
✓Efetuado por meio de máquinas, chamadas de prensas
dobradeiras.
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DOBRAMENTO
• Dobramento manual
• O esforço de flexão é exercido
manualmente, pela ação de força
biomecânica do individuo.
• Execução em chapas de pequena
espessura
• Pode ser feito artesanalmente por
martelamento, com auxilio de
ferramentas e dispositivos específicos.
• Martelo, morsa, cantoneira e
mordentes postiços; ou dobradeiras
manuais
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DOBRAMENTO
• Dobramento manual
• Prensa dobradeira manual
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DOBRAMENTO
• Dobramento mecânico
• Chapas de diversas espessuras e dimensões;
• Equipamentos de grandes dimensões formados por um dispositivo de
pressão onde é fixado o estampo (cutelo).
• Acionado verticalmente comprimindo a chapa a ser conformada contra
a matriz, posicionada na parte inferior do equipamento (mesa);
• Equipamentos acionados hidraulicamente, por meio de unidades
hidráulicas, ou mecanicamente por meio de sistemas excêntricos;
• Perfiladoras de até 6 metros de comprimento.
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DOBRAMENTO
• Dobramento mecânico
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DOBRAMENTO
• Matriz de dobramento
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DOBRAMENTO
• Matriz de dobramento
• As matrizes de dobramento
são moldes confeccionados
para conferir a chapa a ser
dobrada as características
aos formados usinados
destas matrizes.
• São fabricadas de aço liga,
temperados e revenidos.
• A parte superior é chamado
de estampo (cutelo) e a
parte inferior de base
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DOBRAMENTO
• Fatores que influenciam o dobramento

• Forças que atuam na operação de dobramento;


• Capacidade elástica do material (efeito mola);
• Raio interno mínimo da peça a ser dobrada;
• Comprimento desenvolvido;
• Direção de laminação da peça.
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DOBRAMENTO
• Esforços de dobramento – Dobra em V
• Esforços aplicados em duas direções opostas
para provocar a flexão e a deformação
plástica, mudando assim a forma de uma
superfície plana para duas superfícies
concorrentes.

2 * f * b * e 2 P = força necessária para o dobramento, Kgf

P= b = largura da chapa, mm
l = distância entre os apoios, mm
l = 15 a 30 e
3*l e = espessura da chapa, mm
f = tensão de flexão necessária para se obter a deformação permanente, Kgf/mm2
σf = 2 x σt
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DOBRAMENTO
• Capacidade elástica do material (efeito mola)
• Este retorno é maior para raios de dobramento menores, chapas mais espessas e
materiais temperados. Valores aproximados vão de 1° a 2° para aços de baixo
carbono e de 3° a 4° para aços de médio carbono mole. Para se contornar este
retorno, deve-se dobrar para um ângulo ligeiramente superior ao desejado.
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DOBRAMENTO
• Capacidade elástica do material (efeito mola)
• O “retorno elástico” é função da resistência do material, do raio e ângulo de dobra e
da espessura do material a ser dobrado.
• A Tabela abaixo ilustra um exemplo da relação entre o raio de dobra e o retorno
elástico para diferentes tipos de aços inoxidáveis austeníticos, onde e é a espessura
do blank. Os aços ferríticos normalmente apresentam menor retorno elástico que os
aços austeníticos porque apresentam menor encruamento.

Material (Aços Inoxidáveis) Raio de Dobramento


1e 6e 20 e
ABNT 304 recozido 2° 4° 15 °
ABNT 301 meio recozido 4° 13 ° 43 °
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DOBRAMENTO
• Raio interno mínimo da peça a ser dobrada
• Quanto menor o raio de dobramento, maiores são as tensões
desenvolvidas na região tracionada.
• Um excessivo tracionamento provocado por um pequeno raio de
dobramento pode vir a romper as fibras externas da chapa dobrada.
• Define-se o raio mínimo de dobra, como o menor valor admissível para o
raio para se evitar grande variação de espessura da chapa na região
dobrada.
• Este valor é função do alongamento que o material sofre ao ser
tracionado e da espessura da chapa que está sendo dobrada.
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DOBRAMENTO
• Raio interno mínimo da peça a ser dobrada

50e e
RMin = *
Al 2
RMin = raio mínimo
Al = Alongamento % da chapa
e = espessura da chapa
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• Raio interno mínimo da peça a ser dobrada
• Exercício: Calcule o raio de dobramento mínimo para uma chapa
com espessura de 2 mm e alongamento longitudinal máximo =
40%.

50𝑒 𝑒
𝑅𝑀𝑖𝑛 = ∗
𝐴𝑙 2

RMin = raio mínimo


Al = Alongamento % da chapa
e = espessura da chapa
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• Raio interno mínimo da peça a ser dobrada
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• Comprimento desenvolvido

• Quando se quer produzir uma peça dobrada, é necessário conhecer a


dimensão inicial da chapa a ser utilizada – o chamado comprimento
desenvolvido da peça.
• A variação da espessura da chapa na região da dobra impede que o
comprimento desenvolvido seja simplesmente a soma dos comprimentos
retos e curvos da peça.
• Deve-se levar em conta esta variação de espessura da região dobrada, para se
obter o exato comprimento da chapa que vai dar origem à peça.
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• Comprimento desenvolvido

 = ângulo de dobramento
𝜋 𝑒 R = raio de dobramento
𝐿𝑒 = (𝑎 + 𝑏) + ∗𝛼∗ 𝑟+𝑓 e = espessura
180° 2 f = fator de correção
a= comprimento da aba
b= comprimento da aba
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DOBRAMENTO
• Direção de laminação da peça
• Os grãos (fibras) dos materiais são dispostos de forma alongada, longitudinalmente
ao sentido de laminação.
• Se o dobramento for efetuado de forma coincidente ao sentido de laminação, ou
seja, a fibras estiverem na mesma direção do dobramento, ocorrerá ruptura do
mesmo.
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DOBRAMENTO
• Determinação da linha neutra
• Procede-se inicialmente à determinação da linha neutra, é a linha da seção
transversal cuja fibra correspondente não foi submetida a nenhum esforço, quer de
tração ou de compressão e que, em consequência, não sofreu qualquer deformação.
Espessura Y
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e < 2 mm 1/2 e
DOBRAMENTO 2mm < e < 4 mm 3/7 e
e > 4 mm 1/3 e

• Determinação da linha neutra


• Uma tira de chapa correspondente ao material que vai ser dobrado é submetida a
um dobramento preliminar. Seu comprimento é c e a sua espessura é e; dobrada a
tira, mede-se os comprimentos a e b e o raio r. Admitindo-se que o valor y
corresponde à distâncias da linha neutra.

c=a+b+/2(r+y)

2c= 2 a + 2 b +  r +  y
a= a-e-r
b= b-e-r
c−a −b Raio na linha de
y=2 −r centro

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DOBRAMENTO
• Determinação da linha neutra
• Exercício: Determinar a distância entre a linha neutra e a face interna da
dobra de uma tira de aço de 100 x 20 x 3 mm, que uma vez dobrada
ficará com qual dimensão?
c−a −b
y=2 −r
 a= a-e-r
b= b-e-r
Raio na linha de
centro
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DOBRAMENTO
• Exercícios de força
• Qual é a força necessária para dobrar em ângulo reto uma tira de 120 mm de largura
espessura de 2 mm , σf = 50 kgf/mm² e a abertura ''V'' = 50mm.
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• Exercícios de força
Conforme figura abaixo calcule:
Dados: σr = 30kgf/mm²

a) Abertura da matriz;.
b) Comprimento desenvolvido;
c) Força de dobramento;
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• Dobras em U
• Em primeiro plano temos como influência a folga ente o punção e a matriz, e
em segundo plano a forma das entradas da matriz nos pontos de apoio do
material.
• A folga deve ser escolhida, suficientemente grande de forma que não haja
estiramento do material, e sim apenas as dobras nos raios internos.
• Raios internos das dobras (tanto na peça como na matriz), devem ser no
mínimo igual a espessura do material.
• Nas dobras de perfis em “U” sem pisadores tornam-se os fundos abaulados,
que em parte necessitam de grandes forças para a sua planificação.
• As forças para planificar o fundo no fim do dobramento podem alcançar
valores de até duas vezes e meia a força de dobramento normal.
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• Dobras em U
• Força de dobramento sem planificação de fundo
• Força de dobramento com planificação de fundo
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• Dobras em U
• Força de dobramento sem planificação de fundo

2 ∗ 𝜎𝑓 ∗ 𝑏 ∗ 𝑒 2
𝑃=
3∗𝑙
P = força necessária para o dobramento, Kgf
b = largura da chapa, mm
𝜎𝑓 ∗ 𝑏 ∗ 𝑒
𝑃= l = 2 x e, mm
3 e = espessura da chapa, mm
f = tensão de flexão necessária para se obter a deformação permanente, Kgf/mm2
σf = 2 x σt
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DOBRAMENTO
• Dobras em U
• Força de dobramento com planificação de fundo

1,2 ∗ 𝜎𝑓 ∗ 𝑏 ∗ 𝑒 2
𝑃=
2𝑒
P = força necessária para o dobramento, Kgf
b = largura da chapa, mm
l = 2 x e, mm
1,2 𝜎𝑓 ∗ 𝑏 ∗ 𝑒
𝑃= ∗𝜀 e = espessura da chapa, mm
2 f = tensão de flexão necessária para se obter a deformação permanente, Kgf/mm2
σf = 2 x σt
ε = 2,5
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DOBRAMENTO
• Dobras em U
• Exercício: Calcular a força necessária para dobrar em U, 1 m de chapa de
aço com σr = 40kgf/mm² e espessura e = 3mm em ferramentas de
dobrar tipo matriz e punção.
a) Calcular sem planificação de fundo.
b) Calcular com planificação no fundo.
c) Calcular com dobramento em V.
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• Dobras em U
Sujeitador ou prensa-chapa
• Quando a necessidade de prender a chapa para evitar que a
mesma se desloque
• Pc = 03 x P
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• Força de dobra

𝜎𝑓 ∗ 𝑏 ∗ 𝑒
𝑃=
6
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• Dobras em L
• Exercício: Calcular a força necessária para dobrar em L, 1 m de chapa de
aço com σr = 40kgf/mm² e espessura e = 3mm em ferramentas de
dobrar tipo matriz e punção.
Processos de Fabricação

DOBRAMENTO
• Dobras em L
• Calcular a força necessária para dobrar em L, 1 m de chapa de aço com
σr = 40kgf/mm² e espessura e = 3mm em ferramentas de dobrar tipo
matriz e punção.
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DOBRAMENTO
• Retorno elástico (springback)
• Depois da operação de dobra, a peça obtida tende readquirir a forma
primitiva, isto é, tende a “reendireitar”. Isto acontece por causa da
deformação elástica remanescente que precede a deformação plástica
permanente.
• Apenas para orientação, podemos considerar que, para compensar o
efeito do retorno elástico e se obter o produto com curvatura r' e a
dobra seja feita com ângulo α, é necessário que o punção apresente um
raio r’ e a dobra seja feita com ângulo α’:
O retorno elástico depende do material e da relação r/e . É
r’= f (r + 0,5e) – 0,5e maior nos materiais mais duros.
α’= kα
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• Retorno elástico (springback)
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DOBRAMENTO
• Retorno elástico
(springback)
• Determinar o raio do punção
e o ângulo de dobra para a
peça em figura. Material :
aço inox. 18 – 8 doce.
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BIBLIOGRAFIA
• GROOVER, MIKELL P. Introdução aos processos de fabricação / Mikell P. Groover; tradução Anna
Carla Araujo; tradução e revisão técnica André Ribeiro de Oliveira... [et al.] - 1. ed. - Rio de
Janeiro: LTC, 2014.

• CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica – vol.02 -McGraw Hill – 2ª edição.


• HELMAN, Horacio; R. ROBERTO, Celtin. FUNDAMENTOS DA CONFORMAÇÃO: Mecânica dos
Metais. São Paulo: Artliber Editora, 2005.
• LIRIO, Shaeffer. Conformação Mecânica. Rio Grande do Sul: Imprensa Livre Editora, 1999.
• L. PACHECO, Joyson; A. BORTOLIN, Arthur. PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO. Rio Grande do Sul.
2012.

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