Você está na página 1de 21

Processos de Fabrico Engª Graça Sobral

______________________________________________

Trefilagem

Trefilagem é o processo de fabrico de arame e barras finas de metal. É um processo industrial que acarreta a redução
da seção transversal (largura) e respetivo aumento no comprimento do material. Consiste na tração da peça através
de uma ferramenta chamada fieira, com forma de canal.

1
As operações de trefilagem envolvem o “puxamento” de uma barra, fio ou arame de uma matriz que lhe oferece
um certo tamanho, geometria e acabamento.
Uma parte significativa da conformação do metal é causada por esforços resultantes de compressão pelo
pressionamento do material contra a matriz.
O método de aplicação de carga e o arranjo da matriz dependem principalmente, da relação área da secção
reta/comprimento do material a ser trefilado.

2
A figura ilustra três possíveis maneiras de se realizar o processo de trefilagem em barras, arames e fios
respetivamente.
Adicionalmente, as máquinas de trefilar podem ser classificadas segundo três critérios:
⇒ Modo de aplicação do esforço de trefilagem;
⇒ Sistema de lubrificação utilizado
(lubrificação é para diminuir o atrito);
⇒ Dimensões (área secção reta ou diâmetro) dos produtos trefilados.

3
Matrizes ou Fieiras
A parte principal do processo de trefilagem é a matriz de trefilagem ou fieira para a trefilagem de arames ou fios.
A figura ilustra este elemento através de esquema. A fieira é uma ferramenta cilíndrica que contem um furo no
centro por onda passa o fio, e cujo o diâmetro vai diminuindo.

A presença desse ângulo, maior que o ângulo de trefilação é para facilitar a lubrificação. A lubrificação é
necessária para facilitar a passagem do material, a fim de diminuir o atrito entre o fio e o cone de trabalho.
O cone de entrada tem a finalidade de guiar o fio em direção ao cone de trabalho.
O cilindro de calibração serve para ajustar o diâmetro do fio.
O cone de saída permite a saída livre do fio.

a) Cone de entrada;
b) Cone de trabalho;
c) Cilindro de calibração;
d) Cone de saída.

4
Maquinas de trefilação

A classificação quanto ao modo com que exercem o esforço de trefilação, dão-se de dois tipos:
▪ Máquinas de trefilar sem deslizamento;
▪ Máquinas de trefilar com deslizamento.

Máquina de trefilar sem deslizamento

A máquina de trefilar sem deslizamento


contém um sistema de tração do fio, para
conduzi-lo através do furo da fieira,
constituído de um anel tirante que primeiro
acumula o fio trefilado para depois permitir o
seu movimento em direção a uma segunda
fieira.

5
6
Máquina de trefilar com deslizamento

Para a trefilação de fios metálicos de


pequenos diâmetros, as máquinas com
deslizamento são as mais utilizadas.
O fio parte de uma bobina, num recipiente
denominado desbobinadeira, passa por uma
roldana e dirige-se alinhado à primeira fieira.

O número de voltas ou espiras de fio no anel


de metal depende da força de atrito
necessária para tracionar o fio através da
primeira fieira; o movimento do fio na forma
de hélice provoca o seu deslizamento lateral
no anel.
7
Trefilagem a Frio
Este tipo de trefilagem é usado para metais de rede CFC (Cúbico de Face Centrado), materiais
maleáveis. Consiste em 'puxar' o material sem aquecimento prévio, o que exige maior força da
máquina. Logo, pode causar exaustão antecipada do equipamento e fadigas no metal, que podem
provocar a rutura.

Trefilagem a Quente
Este tipo de trefilagem aplica-se a metais de rede CCC (Cúbico de Corpo Centrado). Por esses metais serem
pouco maleáveis, é necessário aquecê-los até uma temperatura adequada em que obterão estrutura cristalina
igual às redes CFC, para poderem, então, serem trefilados. Após resfriamento recuperam sua característica
original.

8
Estampagem
É um processo de conformação mecânica, geralmente realizado a frio, que engloba um conjunto de operações,
onde a chapa plana adquire uma nova forma geométrica, plana ou oca.

As chapas metálicas de uso mais comum na estampagem são:


▪ As feitas com as ligas de aço de baixo carbono;
▪ Os aços inoxidáveis;
▪ As ligas alumínio – manganês e Alumínio – magnésio;
▪ O latão70-30 (liga Cu-30%Zn), que tem um dos melhores índices de estampabilidade entre os
materiais metálicos.

9
Operações de estampagem

Realizadas por meio de prensas que podem ser mecânicas ou


hidráulicas, dotadas ou não de dispositivos de alimentação
automática das chapas, tiras cortadas, ou bobinas.
A seleção de uma prensa depende do formato, tamanho e
quantidade de peças a serem produzidas e,
consequentemente, do tipo de ferramentas que será usado.

Normalmente, as prensas
mecânicas são usadas nas
operações de corte, dobragem
e estampagem rasa.
Prensa hidráulica

Prensa Mecânica
10
Estampagem: operações básicas

▪ Corte;
▪ Dobragem; Isso só é possível devido a plasticidade.

▪ Estampagem profunda.
Nem todo o material pode passar pelas operações de estampagem.

Corte de chapas
É a operação de corte de um material na qual uma ferramenta ou punção de corte é forçada contra uma matriz por
intermédio da pressão exercida por uma prensa.

Em princípio, a espessura da chapa a ser cortada deve ser igual


ou menor que o diâmetro do punção.

As peças obtidas por corte, podem, eventualmente, ser


submetidas a uma operação posterior de estampagem
profunda.

11
O corte permite a produção de peças nos mais variados formatos. Estes são determinados pelos formatos do
punção e da matriz.

12
Principais componentes de uma matriz de corte
Matriz para corte

O punção deve apresentar secção conforme o


contorno desejado da peça a ser extraída da chapa;
do mesmo modo, a cavidade da matriz.
É muito importante o estabelecimento da folga entre
o punção e a matriz.
Essa folga depende da espessura da chapa e do tipo
de material, que pode ser duro ou mole.

Na prensa, o punção geralmente é preso na parte superior que executa os movimentos verticais de subida e
descida. A matriz é presa na parte inferior constituída por uma mesa fixa.
Essas ferramentas devem ser resistente ao desgaste, ao choque e à deformação, e grande dureza.

13
O gráfico abaixo permite a determinação da folga entre o punção e a matriz, em função do tipo de material e da
espessura da chapa.

Folgas muito grandes provocam rebarbas que podem ferir os


operadores.
As folgas pequenas provocam fissuras, ou seja, rachaduras, que
causarão problemas nas operações posteriores.
Quanto menores forem as espessuras das chapas e o diâmetro do
punção, menor será a folga e vice-versa.

14
Ferramentas especiais: Estampos
Constituição básica:
▪ Punção (macho);
▪ Matriz

Classificação das ferramentas de acordo com o tipo de operação a ser


executada:
▪ Ferramentas para corte;
▪ Ferramentas para dobragem;
▪ Ferramentas para estampagem profunda.

Os estampos são fabricados com aços ligados, chamados de aços para ferramentas e matrizes.
O fio de corte da ferramenta é muito importante e seu desgaste, com o uso, provoca rebarbas e contornos pouco
definidos das peças cortadas.
A capacidade de corte de uma ferramenta pode ser recuperada por meio de retificação para obter a afiação.

15
Dobragem

Na dobragem, a chapa sofre uma deformação por flexão em prensas que fornecem a energia e os
movimentos necessários para realizar a operação. A forma é conferida mediante o emprego de punção e
matriz específicas até atingir a forma desejada.

Para comprimentos de dobra considerados pequenos, utilizam-se estampos que possuem a forma a ser
dobrada. Para fabricação de perfis dobrados ou alguns tipos de peças com comprimentos de dobras
considerados grandes, utilizam-se prensas dobradeiras/viradeiras com matrizes e machos (punções)
universais.
16
Cantos vivos ou raios pequenos podem provocar a rutura durante a dobragem.
A dobragem pode ser conseguida em uma ou mais operações, comum a uma ou mais peças por vez, de forma
progressiva ou em operações individuais.

17
Até atingir o formato final, o produto pode ser dobrado com o auxílio de apenas um estampo em uma única ou
em mais fases ou, então, com mais de um estampo.

18
E para obter os variados formatos que a dobragem proporciona, realizam-se as seguintes operações:

19
Estampagem Profunda

A estampagem profunda é uma operação de estampagem onde uma chapa, inicialmente plana, é transformada em
um corpo oco sem que haja aparecimento de rugas e fissuras.

É realizada a frio e, dependendo da característica do


produto, em uma ou mais fases de conformação.
Por este processo, produzem-se panelas, partes das
chaparias de carros como para-choques, capôs,
portas, e peças como cartuchos e refletores
parabólicos.

20
21

Você também pode gostar