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H’ : H ∧ ∼ T T ’: f
n 6= m2 , m um número natural
H √ Seja ainda:
x= n
H’: H∧ ∼ T T ’: f
T : x é irracional ∼ T : x é racional
Demonstração:
√ √ seja
Consideremos, ainda:
x = 2 + √5 um número racional (conforme H’).
x2 = 7 + 2 10 (elevando
√ ao quadrado)
H’: H∧ ∼ T T ’: f
Ora, x2 = 7 + 2 10 representa uma contradição
√ pois, x2 é racional (o quadrado de todo número
Demonstração: x = n = pq é racional (con- √
racional é um número racional), enquanto 7 + 2 10 é
forme H’; aqui, p e q são dois números inteiros,
um número irracional conforme exemplos 1 e 2, logo
primos entre si). Elevando ambos os membros ao
acima. Assim, a demonstração está terminada.
quadrado e transpondo q 2 ao primeiro membro,
obtemos nq 2 = p2 .
Exemplo 4. Mostre que existem infinitos números
Mostremos, agora, que nq 2 = p2 , que é o nosso
primos. Temos:
T ’ representa uma contradição. Realmente, de-
vido ao sinal de igualdade, os dois números nq 2 e
H: seja C o conjunto dos números primos p1 , p2 ,
p2 quando decompostos em fatores primos deverão
p3 , etc.;
coincidir, isto é, a representação de nq 2 como pro-
duto de fatores primos deverá apresentar os mes-
T : C é um conjunto infinito ∼ T : C é finito
mos fatores primos da representação de p2 quando
escrito como produto de fatores primos. Cada
Consideremos, ainda:
número primo deve aparecer um número par de
vezes na decomposição tanto de p2 como de q 2
H’: H∧ ∼ T T ’: f
(pois ambos os números p e q estão ao quadrado)
e isto significa que a mesma coisa deverá ocorrer
Demonstração: conforme H’, C é um conjunto
na decomposição de n, o que implica ser n um qua-
finito de números primos, isto é, C é um conjunto
drado perfeito, contrariando, portanto H. Logo,
√ formado dos únicos números primos p1 , p2 ,... pn ;
de acordo com a tautologia, n é um número ir-
então, há sentido formar-se o número N = (p1 · p2 · . . .
racional toda vez que n não for um quadrado per-
· pn ) + 1; a análise de N nos leva a uma contradição,
feito. Observação: na demonstração acima em-
senão vejamos:
pregamos
Folhetim Educ. Mat., Feira de Santana, Ano 19, Número 168, set./out. 2012 - Editores: Inácio, Grilo e Trazı́bulo -
Digitação: Josenildes Oliveira Venas Almeida e Manoel Aquino dos Santos - Editoração: Evandro Vaz e Nivaldo Assis
- Impressão: Imprensa Gráfica Universitária - Periodicidade: bimestral - Tiragem: 1.500 exemplares - Distribuição
gratuita - Endereço: Avenida Transnordestina s/n, Módulo Prof. Carloman Carlos Borges, bairro Novo Horizonte, Feira
de Santana, BA, Brasil. CEP 44.036-900. - Telefone: (75)3161-8115 - Fax: (75)3161-8086 - E-mail: nemoc@uefs.br -
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Folhetim Educ. Mat., Feira de Santana, Ano 19, Número 168, p.3, set./out., 2012
(H ⇒ T ) ⇐⇒ (∼ T ⇒∼ H)
Considere o teorema: “Se x2 é divisı́vel por 5 então, Seja a hipótese: “os ângulos 1 e 2 são iguais entre
x também o é”. Temos: si”; tese: “as retas AB e CD são paralelas”. Temos:
H: x2 é divisı́vel por 5; ∼ T : AB e CD se intersectam em I;
T : x é divisı́vel por 5; ∼ H: os ângulos 1 e 2 são diferentes entre si.
∼ T : x não é divisı́vel por 5; Demonstração: no triângulo PQI, o ângulo 2 é
∼ H: x2 não é divisı́vel por 5. interno, enquanto que o ângulo 1 é exterior; logo, a
Podemos, pois, escrever a equivalência: medida de 1, isto é, m(1) é maior que m(2) pois “a
“Se x2 é divisı́vel por 5, então, x também o é”. medida do ângulo externo de um triângulo é igual à
m soma das medidas dos dois ângulos internos não adja-
“Se x não é divisı́vel por 5, então, x2 também não centes” (prove este teorema); esta contradição prova o
o é”. teorema, conforme a equivalência usada no exemplo 5.
Exemplo 8. Sejam E1 e E2 dois espaços métricos Ora, seja a ≥ n + 1 para qualquer n natural e como
com as distâncias respectivas d1 e d2 ; então, uma n + 1 pertence a N, podemos escrever: a − 1 ≥ n
aplicação de E1 dentro de E2 é uniformemente para qualquer n natural, o que mostra ser o número
contı́nua se, para todo ε > 0, existe a > 0 tal que, a − 1 também, uma cota superior de N, o que entra
quaisquer que sejam x ’ e x ” dentro de E1 , tem-se: em contradição com o fato admitido de ser a a cota
d1 (x0 , x00 ) < a ⇒ d2 (f(x0 ), f(x00 )) < ε superior mı́nima.
Esta definição é equivalente à seguinte: seja f
uma função real (pode ser complexa também) defi- Exemplo 10. Para quaisquer a e b reais positivos,
nida sobre um intervalo I. A função f é uniformemente existe um número inteiro natural n pertencente a N ,
contı́nua dentro de I se, para ε > 0, existe a > 0, tal tal que an > b. Temos:
que H: a e b reais positivos, n ∈ N;
|x − x0 | < a, x, x0 ∈ I ⇒ |f(x) − f(x0 )| < ε T : an > b ∼ T : an ≤ b
É evidente que uma função uniformemente Façamos:
contı́nua dentro de E1 é contı́nua em todo ponto de H’: (H∧ ∼ T ) T ’ : f
E1 , porém, a recı́proca é falsa. Por exemplo: seja a Demonstração: consideremos o conjunto A dos
função f (x) = x2 , a qual é contı́nua para qualquer “múltiplos positivos” de a, isto é:
x real, porém, esta função não é uniformemente A = {na}; ora, da hipótese (isto é, de ∼ T ), con-
contı́nua dentro de R. Temos: cluı́mos ser A majorado por b, donde existe s = sup A.
Podemos, pois, escrever:
H: f é contı́nua para qualquer x real; (∀n ∈ N), (n + 1) a ≤ s ⇒ na ≤ s − a, o contradiz
T : f não é uniformemente contı́nua para qualquer o fato de ser s = sup A.
x real;
∼ T : f é uniformemente contı́nua;
∼ H: f não é contı́nua.
A Matemática: suas origens, seu objeto e seus
Demonstração: na definição acima basta fazer
métodos. (Continuação)
ε = 1; existirá, então, um número a > 0 tal que: