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metodologia para encontrarmos um campo médio que possa auxiliar na solução do problema. O
método variacional que vamos discutir aqui é o apresentado no CL. A idéia é aproximar a matrix
onde Tr[...] representa a soma ou a integral sobre todos os valores possíveis de φ. Para um λ
qualquer, podemos estabelecer a desigualdade
e−λφ ≥ e−λhφi
(2)
Para demonstrá-la, basta observarmos que, para qualquer número real, temos
eφ ≥ 1 + φ
Logo,
1
e−λφ = e−λhφi e−λ(φ−hφi) ≥ e−λhφi [1 − λ(φ − hφi)] (3)
Tomando a média em φ,
Vamos considerar agora o caso quântico. Seja  um operador quântico e |n > um estado
D E
n ≥ e−λhn|Â|ni
−λÂ
n e (5)
Para demonstrar essa desigualdade, consideremos um conjunto completo de estados {|p >} nos
quais  é diagonal. Temos então,
D E
n e−λ n = e−λhn|Â|ni hn|pi e−λ(hp|Â|pi−hn|Â|ni) hp|ni
X
p
h D E D Ei
≥ e−λhn|Â|ni
X
hn|pi 1 − λ p  p − n  n hp|ni
p
" #
D E X D E
= e−λhn|Â|ni 1 + n  n − hn|pi p  p hp|ni (6)
p
−λhn|Â|ni
= e (7)
onde o último passo é obtido sabendo-se que {|p >} é um conjunto completo de estados.
contínuo. Consideremos ρ(φ) uma distribuição clássica qualquer de probabilidades para φ, onde
Trρ = 1
ρ(φ) ≥ 0 (8)
2
A função canônica de partição é
−βH(φ)
≡ Tr ρe−βH(φ)−ln ρ
Z = Tre
= e−βH−ln ρ ρ = e−βF
(9)
onde h...iρ representa a media em relação a matriz densidade ρ, F é a energia livre associada
ao hamiltoniano H e a entropia é
Da desigualdade 2 temos
e−βF ≥ exp −β hHiρ − kB hln ρiρ (11)
ou ainda
= Tr (ρH) + kB T Tr (ρ ln ρ) (12)
Fρ = Fρ − ζ (Trρ − 1) (13)
em relação a ρ:
δFρ
= H + kB T (ln ρ + 1) − ζ = 0 (14)
δρ
3
onde ζ é o multiplicador de Lagrange. Da equação 14 e da restrição Trρ =1 obtemos
ζ = kB T (1 − ln Z) (15)
e−βH
ρ= (16)
Z
X
−βH
n e−βH n
Z = Tre =
n
X X
−βhn|H|ni
≥ e = ρn e−βhn|H|ni−ln ρn (17)
n n
diagonal e
ρn = hn |ρ| ni ≥ 0 (18)
Podemos considerar a última expressão como sendo o valor esperado de exp (−β hn |H| ni − ln ρn ),
função de n, em relação a um peso probabilístico ρn . Utilizamos então a desigualda 2, e obtemos
" #
X
Z ≥ exp −β ρn (βm hn |H| ni + ln ρn )
n
h i
≥ exp −β hHiρ − hln ρin (19)
onde h...iρ é a média em relação a ρ. Essa equação identica-se com a equação 11 do caso
4
O procedimento para obtermos uma aproximação do campo médio consiste nas seguintes etapas:
• Encontramos uma forma funcional para ρ que aproxime a matriz densidade real escrevendo-a
por meio de parâmetros livres não especicados.
• A matriz densidade que melhor se aproxima da matriz densidade real é obtida minimizando
• A teoria de campo médio é obtida pela matriz densidade expressa como um produto de
• Nesse caso, se ρα é a matriz densidade de uma única partícula dependendo apenas dos graus
Y
ρ= ρα (20)
α
X
Fρ = hHiρ + kB T Tr (ρα ln ρα ) (21)
α
Trρα =1
onde
5
O parâmetro variacional é simplesmente o parâmetro de ordem hφα i. Se não há nenhum
para um plasma clássico. Por falta de tempo, vamos discutir apenas o caso do plasma deixando
Vamos considerar o caso clássico de um plasma em equilíbrio, formado por cargas móveis e de
sinais opostos. Essa teoria é bastante utilizada em diversas situações, como a teoria de eletrólitos
onde vários íons em solução estão presentes e a blindagem eletrônica em semicondutores dopados.
Vamos nos restringir ao caso de duas cargas diferentes, positiva Q+ e negativa, Q− = |Q+ |. A
Q+ N+ + Q− N− = 0 (24)
α α
de ~r+ a posição das partículas positivas e ~r− a posição das partículas negativas. Consideremos a
6
1 X X
H= Qσ Qσ0 U (~rσα − ~rσα0 ) + Qσ φext (~rσα ) (25)
2 α,β,σ,σ0 α,σ
onde
e2
U (~r) = (26)
|~r|
aproximação de campo médio. Para isso, escolhemos uma representação para a matriz densidade
α α
total ρ em termos das matrizes densidade de partículas únicas, ρ+ (~r+ ), ρ− (~r− ), para as cargas
positivas e negativas:
Y Y β
α
ρ= ρ+ (~r+ ) ρ(~r− ) (27)
α β
* +
X
α
hn± (~r)i = δ(~r − ~r± = N± ρ± (~r) (28)
α
Podemos portanto utilizar tanto ρ± como n± como funções variacionais. A densidade total de
carga é
ˆ ˆ
1 0 0 0
Fρ = hρQ (~r)i U (~r − ~r ) hρQ (~r )i + d~r hρQ (~r)i φext (~r)
d~
rd~r
2
ˆ ˆ
hn+ (~r)i hn− (~r)i
+ kB T d~r hn+ (~r)i ln + kB T d~r hn− (~r)i ln (30)
N+ N−
7
n± com a condição de vínculo de conservação das cargas de cada tipo:
δFρ n± (~r)
= kB T ln + 1 + Q± φ(~r) = µ± (31)
δ hn± (~r)i N±
ˆ
0
φ(~r) = d~
r U (~r − ~r0 ) hρQ (~r0 )i + φext (~r)
onde o potencial é composto do potencial externo φext (~r) e por um potencial induzido φind (~r)
originado da densidade de carga hρQ (~r)i. Os multiplicadores de Lagrange são escolhidos de forma
que
ˆ
r hn± (~r)i
d~ = N± (33)
e então
N± −Q± φ(~r)/kB T
hn± (~r)i = e (34)
Z±
ˆ
Z± = re−Q± φ(~r)/kB T
d~ (35)
O potencial induzido depende das densidades de carga o que torna o porlbema auto-consistente
para as densidades de carga. Para o caso em que φext (~r) = 0, a solução é simples: a densidade de
carga média hρQ i e o potencial φ(~r) anulam-se e Z± = V e hn± (~r)i = hn± i = N± /V , onde V é o
volume do sistema.
8
Função resposta da densidade de carga e constante dielétrica
δ hρQ (~r)i
χρρ (~r, ~r0 ) = − (36)
δφext (~r0 )
O sinal negativo foi introduzido porque o hamiltoniano externo é positivo e não negativo como
utilizado usualmente.
A resposta linear de hn± (~r)i em relação a φext (~r) é obtida por meio da expressão 34,
ˆ
δ hn± (~r)i Q± δφ(~r) hn± i2 δφ(~y )
= − hn± i + d~
y (37)
δφext (~r0 ) kB T δφext (~r0 ) N± δφext (~r0 )
onde utilizamos hn± (~r)i = hn± i, para um sistema espacialmente uniforme em equilíbrio quando
φext é zero. A função resposta da densidade de carga é
onde utilizamos
Q+ hn+ i2 Q− hn− i2 1
+ = 2 (Q+ N+ + Q− N− ) = 0 (39)
N+ N− V
e denimos
4π
κ2 = Q2+ hn+ i Q2− hn− i
(40)
T
9
ˆ
δφ(~r)
ext 0
= δ(~r − ~r0 ) − d~
y U (~r − ~y )χρρ (~y , ~r0 ) (41)
δφ (~r )
Essa é uma equação auto-consistente em χρρ (~r, ~r0 ), que pode ser resolvida utilizando a eq. 38
κ2 κ2
χρρ (~q) = − χ ρρ (~
q ) +
q2 4π
2 2
κ q
⇒ χρρ (~q) = (42)
4π q + κ2
2
a zero na medida que q tende a zero, o que indica que a densidade de carga é incompressível para
de um campo elétrico externo para sistemas isolantes. A resposta é escrita em termos do tensor
Di = ij Ej . Para condutores com cargas móveis, a constante dielétrica, ou seja, a função resposta
para vetor de onda nulo é innita. A constante dielétrica para vetores de onda nitos e a frequência
nula pode ser denido em termos da resposta a um deslocamento elétrico variando espacialmente
~ r)
D(~ em relação a um campo elétrico variando no espaço ~ r0 ):
E(~
ˆ
Di (~r) = d~
rij (~r − ~r0 )Ej (~r0 ) (43)
Para sistemas isotrópicos, o tensor dielétrico pode ser separado em uma resposta longitudinal
10
ij (~q) = L (~q)q̂i q̂j + T (~q)(δij − q̂i q̂j ) (44)
onde q̂i = qi / |~q|. Para situações estáticas (isto é, sem resposta temporal), os dois campos ~
E e
~
D são irrotacionais e podem ser expressos como gradientes de um potencial. O campo elétrico é
determinado pelo potencial total φ(~r) e o deslocamento elétrico pelo potencial externo φext :
~ = −∇φ
E ~
~ = −∇φ
D ~ ext (45)
δφ(~r)
L−1 (~r − ~r0 ) = (46)
δφext (~r0 )
ou,
ou ainda
κ2
L (~q) = 1 + (48)
q2
A função dielétrica diverge para ~q → 0. Ela função dielétrica é a resposta do potencial total
ao pontencial externo, nos permitindo calcular φ(~r) se conhecemos φext (~r). Consideremos por
exemplo uma carga pontual Q localizada na origem. O potencial que ela forma é
Q
φext (~r) = (49)
|~r|
ou ainda
11
4πQ
φext (~q) = (50)
q2
ou,
Q −κ|~r|
φ(~r) = e (52)
|~r|
O potential total decai para zero com o comprimento κ−1 , enquanto que o potencial decai
algebricamentee para zero. Esse resultado é o que conhecemos por blindagem (ou screening).
Essencialmente, as cargas formam uma nuvem de blindagem em torno da carga pontual externa,
Transição de Mott em semicondutores Essa análise está baseada no livro do Kittel (ref. 2).
A blindagem do potencial coulombiano por um gás de elétrons tem encontrado inúmeras apli-
cações e foi introduzido inicialmente por Yukawa para tratar de problemas de física nuclear. Em
Aplicado para o cálculo de níveis ligados de impurezas razas (como Si em GaAs, por exemplo)
(ver Phys. Rev. 134, A1235A1237 (1964) Bound States in a Debye-Hückel Potential) mostra que
acima de uma certa concentração de elétrons o estado ligado de uma impureza tipo hidrogenóide
deixa de existir e temos uma transição de Mott para o estado ligado do elétron na impureza. Nesse
4me2 1/3
κ2 ≡ qT2 F = n (53)
c ~
12
me2
1
qT F ≥ = ∗ (54)
c ~2 aB
ligado.
13
Figure 1: (Superior) Potencial de Thomas-Fermi e (inferior) condutividade a T = 0 K em função
da concentração para o Si dopado com P. Resultado experimental extraído de R.F. Rosembaum
et al., Phys. Rev. Lett. 45, 1723 (1980).
Plasma de elétrons-buracos Essa análise está baseada no livro de Klingshirn (ref. 3).
Uma outra situação bastante estudada em semicondutores é durante a excitação óptica quando
buracos. Nesse caso, a relação entre o raio de Bohr excitônico e o comprimento crítico para o qual
14
aX lc−1 = 1, 19
l−1 = ks ≡ κ (56)
de Boltzmann para descrever o gás de elétrons e buracos. Nesse caso o comprimento de blindagem
está ligado diretamente ao modelo que descrevemos de Debye-Hückel, lDH , e é expresso por
1/2
kB T
lDH = (57)
4πe2 nP
kB T
nM = (1, 19)2 (58)
4πe2 a2X
No regime degenerado, temos o que chamamos de blindagem de Thomas Fermi, com o compri-
4πe2 X ∂ni
lT−2F =
i=e,h ∂EFi
(59)
15
3
~2
1
nM = (1, 19)6 a−6
X 2
(3π 2 )2 (61)
12e me + mh
Essa densidade é conhecida como densidade de Mott e descreve a transição entre um gás de
altas densidades.
Há inúmeras complicações para a vericação dessa fase. Entre elas, o fato que temos de buscar
uma situação de quase-equilíbrio, uma vez que estamos em um estado excitado (opticamente). Para
isso, é interessante que o gap seja indireto, para aumentar o tempo de vida das excitações. Para
óptico for grande o suciente. O aparecimento de complexos excitônicos, tais como bi-excitons,
também aumenta a complexidade do sistema real. Um esquema para o CdS do diagrama de fase
está na gura 2.
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Figure 2: Diagrama de fase para o CdS mostrando a existência da fase de plasma elétron-buraco
e a fase de gás de excitons e portadores livres. Extraído da ref. , ref. original R. Zimmermann,
Many-Particle Theory of Highly Excited Semiconductors, Teubner Text Phys., 1988.
A teoria de campo médio substitui no potencial de Coulomb as coordenadas das posições individuais
das cargas por densidades médias as quais são espacialmente uniformes na ausência de potenciais
externos. Não há formação de estados ligados, portanto. A aproximação é boa quando a energia
cinética domina sobre a energia potencial, ouseja, para temperaturas altas no sistema clássico
ou para altas densidades em sistemas fermiônicos. Em sistemas clássicos, a energia cinética por
partícula é 3kB T /2 enquanto que a energia potencial média é da ordem de Q2 / hni1/3 , onde Q+ =
Q− = Q e hn+ i = hn− i = hni. A teoria de campo médio aplica-se portanto quando
17
kB T hni−1/3 > Q2 (62)
Podemos chegar a esse valor utilizando o critério de que a utuação na densidade de carga deve
ser pequena quando comparada com o quadrado da densidade média de cada tipo de carga, ou
seja,
δ hρ(~r)i
βSρρ (~r, ~r0 ) = (64)
δφ(~r0 )
ˆ
1
[δρQ (~r)]2 = kB T χρρ (~q) ∼ T κ5
d~
q (65)
(2π)3
5/2
Q2 hni
kB T < Q2 hni2
kB T
⇒ T > Q2 hni1/3 (66)
18
References
[1] P.M. Chaikin and T.C. Lubensky, Principles of Condensed Matter Physics,
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