Você está na página 1de 3

FÍSICA

Frente: Física II
EAD – ITA/IME
Professor(a): Carlos Eduardo
AULAS 61 e 62

Assunto: O Fóton

Se a superfície absorver totalmente o fóton. Caso a superfície


seja perfeitamente refletora, temos que o fóton volta, logo:
Resumo Teórico
IA P
F =2 = 2 ot
c c
O Fóton
Definir fótons em poucas palavras pode ser uma tarefa Espalhamento Compton:
um tanto quanto complicada, mas podemos observar algumas
Até 1923, todos ainda pensavam sobre essa coisa de pacotes
propriedades que são extremamente importantes. Uma delas é que
de energia, ou seja, pensavam sobre uma natureza corpuscular do
os fótons são partículas que possuem massa de repouso nula. Você
fóton. Neste ano, um físico chamado Arthur Holly Compton comprovou
achou estranho eu chamá-los de partículas? Bom, vários fenômenos
essa ideia.
como interferência, difração e polarização são explicados pela
Compton atirou essa radiação sobre átomos pesados e percebeu
natureza ondulatória da onda eletromagnética. Entretanto, existem uma variação no comprimento de onda da radiação emergente.
vários outros efeitos que só permitem serem explicados através da
natureza corpuscular. Veja o exemplo do espalhamento Compton
Fendas a
que falaremos adiante. A energia de um fóton (cinética) é dada por colimadoras de chumbo
E = hf, como foi visto para explicar o efeito fotoelétrico. Essa teoria, Fonte Feixe
a
pa d
idealizada por Planck, indica que tal energia não é contínua, mas sim de Raio X espalhado 2
l
quantizada. Lembra disso? Se não lembra, volte e estude o capítulo l2 dsena
l0 a a
anterior novamente. Alvo de
Plano
Cristal cristalino
Bem, a ideia agora é a seguinte: Vamos tomar uma área grafite q móvel
de secção transversal A num determinado tempo ∆t. De um modo Detector
fixo
simplificado, temos que a intensidade da radiação é dada por:

Por enquanto basta sabermos que raio X é um tipo de


E radiação eletromagnética. Mais adiante voltaremos a esse assunto
I=
A∆t e explicaremos melhor como são produzidos. O uso do cristal no
experimento é simples. Queremos identificar interferências construtivas
Que igual a potência sobre a área. Observe que se a fonte for para essa onda eletromagnética (radiação) que chega ao detector fixo.
pontual:
Chamamos essa condição de “condição de Bragg”.
Pot l = 2d sin a
I= → I ∝ 1/ r 2
A
Onde α é o ângulo entre o feixe e a superfície e d a distância
entre dois planos do cristal.
O número de fótons emitido por segundo é dado pela potência
A intensidade dos raios X espalhados foram medidas em
da fonte sobre a energia de cada fóton. Logo: função do comprimento de onda. Para nosso espanto, encontra-se
dois comprimentos de onda que possuem intensidade máxima.
n = Pot/E

Podemos ainda calcular a pressão de radiação. Lembre-se que I I I I


q = 135º
a força pode ser escrita como: q = 0º q = 45º q = 90º

IA∆t
l0 l0 lt l0 l1 l0 l1
dp IA Pot
F= = c = = l→
dt ∆t c c

F B O NLINE.COM.BR 011.614 - 137413/19

//////////////////
Módulo de Estudo

Um deles é o comprimento de onda próprio λ0. O outro é O processo de espalhamento no qual o comprimento de
maior que este, λ1. onda não é alterado é chamado de espalhamento Thomson. Este é
Dl = l1 – l0 completamente explicado pela teoria eletromagnética clássica.

A expressão acima é conhecida por deslocamento Compton.


Raios X:
Vamos calcular tal deslocamento utilizando de equações
relativísticas. Na Alemanha, chegara a primeira demonstração de estranhos
raios que podiam ver através da carne para revelar os nossos ossos.
y n l1 Estes raios eram tão inexplicáveis que os cientistas não sabiam que
Fóton l0 Fóto nome lhes dar. Por isso chamaram-lhes “raios X” Roentgen.
x q x Esse tipo de radiação é produzida quando um feixe de elétrons
j
E0, p0 elétron elétron de alta energia são desacelerados ao atingir um alvo de átomos
K, p pesados.
ANTES DEPOIS Na época, o que se conhecia era a teoria eletromagnética
clássica e esta afirmava que toda carga acelerada produzia um espectro
A conservação do momento fornece: contínuo de radiação, deste comprimento de onda zero até o infinito.
p0 = p1 cosq + pcosj ⇒ p0 – p1cosq = pcosj e p1 senq = psenj
Elevando-se essas equações ao quadrado e somando-as em Raios X

intensidade relativa
e– 6 40klV
seguida, obtém-se
K 4
p02 + p12 – 2p0p1cosq = p2. (a) 30klV (b)
lmin.
(3.9) 2
V (Alta voltagem) 20klV
0
A conservação de energia total relativística fornece 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
l(A0)
E0 + m0c = E1 + K + m0c
2 2

O estranho era que existia um limiar para comprimento de onda


E0 – E1 = K
(figura b). Esse fato só poderia ser explicado com o conceito de fóton.
ou ainda, como E0 = p0c e E1 = p1c, Para um certo material, comprimento de onda mínimo depende da
c(p0 – p2) = K. diferença de potencial aplicada ao elétron. O elétron que possui energia
(3.10) cinética K é desacelerado pela interação com o núcleo e essa variação
de energia é liberada em forma de fóton. Tal processo é conhecido
Substituindo-se E = K + m0c2 na equação E2 = (pc)2 + (m0c2)2, como breamsstrahlung (radiação de frenagem).
obtém-se

(K + m0c2)2 = p2c2 + (m0c2)2 Fóton


K
ou K2 + 2Km0c2 = p2c2
K2
+ 2Km0 = p2
c2 K’
(3.11) Núcleo

Substituindo-se p2 da equação (3.9) e K da equação (3.10), na


equação (3.11) obtém-se:
Acontecem vários processos desta natureza, o que gera um
(p0 – p1)2 + 2m • c (p0 – p1) = p02 + p12 – 2p0 • p1 cosq espectro contínuo. Quando a energia cinética final K’ é nula, obtemos:
⇒ p02 + p12 − 2p0p1 + 2m0c (p0 − p1) = p02 + p12 − 2p0p1 cos θ
hc
ou λ min =
eV
m0c(p0p1) = p0p1 (1 – cosq)
O processo de breamsstrahlung é o oposto do efeito
ou ainda
fotoelétrico.
1 1 1
− = (1− cos θ) .
p1 p0 m0c
Dl = l1 – l0 = lc (1 – cosq), (3.12) Exercícios
onde
h
λc = = 2, 43 × 10−12 m = 0,0243A 0 (3.13)
m0c 01. (Uepa) A quantidade de movimento linear do fóton, no vácuo, é
é denominado de comprimento de onda Compton. tanto maior, quanto menor:
A) a sua massa.
B) a sua aceleração.
C) a sua frequência.
D) o seu comprimento de onda.
E) a sua energia.
F B O NLINE.COM.BR 2 011.614 - 137413/19

//////////////////
Módulo de Estudo

02. (ITA-SP) Dobrando-se a energia cinética de um elétron não 08. Um feixe estreito de elétrons mono energéticos cai normalmente
relativístico, o comprimento de onda original de sua função de na superfície de um cristal de Ni. O máximo de reflexão de quarta
onda fica multiplicado por: ordem é observada na direção, formando um ângulo θ = 55 ° com
1 a normal à superfície. Considere a energia dos elétrons igual a
A) D) 2 T = 180 eV. Calcule o valor correspondente da distância entre
2
os átomos.
1
B) E) 2
2
1
C)
4 dcos q
03. Um fóton de raios X de comprimento de onda de 6,00 pm q
colide frontalmente com um elétron, de tal modo que o fóton d
espalhado sai na direção oposta à do fóton incidente. O elétron
está inicialmente em repouso.
A) Quanto maior é o comprimento de onda do fóton espalhado
em relação ao comprimento de onda do fóton incidente?
B) Qual é a energia cinética do elétron recuado?
09. Suponha que queremos verificar a possibilidade de os elétrons
04. Mostre que a energia cinética máxima Ek que um elétron pode nos átomos moverem-se em órbitas, “observando-os” com fótons
possuir, depois de participar de um espalhamento Compton, de comprimento de onda suficientemente curto, por exemplo,
é dada por: 10 pm ou menos.
hf A) Qual seria a energia desses fótons?
Ek = B) Qual a energia que um desses fótons transferiria a um elétron
mc2
1+ livre num espalhamento Compton frontal?
2hf
C) O que isso lhe diz sobre a possibilidade de confirmar o
movimento orbital pela “observação” de um elétron atômico
05. Um pósitron de momento p colide com um elétron em repouso, em dois ou mais pontos de sua trajetória?
levando o par a aniquilar-se em dois fótons, cujas direções de
propagação formam um ângulo θ uma com a outra. Demonstre 10. (ITA-2007) Aplica-se instantaneamente uma força a um corpo
que a soma dos comprimentos de onda dos dois fótons é igual de massa m = 3,3 kg preso a uma mola, e verifica-se que este
a l0 (1– cosq) , onde l0 é o comprimento de onda Compton do passa a oscilar livremente com a frequência angular w = 10 rad/s.
Agora, sobre esse mesmo corpo preso à mola, mas em repouso,
elétron.
faz-se incidir um feixe de luz monocromática de frequência
f = 500 . 1012 Hz, de modo que toda a energia seja absorvida pelo
06. Quando se olha para a radiografia de uma mão, observa-se que,
corpo, o que acarreta uma distensão de 1 mm da sua posição de
na chapa, as posições correspondentes aos ossos são claras. Isso se equilíbrio. Determine o número de fótons contido no feixe de luz.
deve ao fato de nos corpos constituídos por átomos mais pesados: Considere a constante de Planck h = 6,6 . 10–34 J.s.
A) ser menor a absorção de raios X.
B) ser maior a absorção de raios X.
C) haver reflexão de raios X. Gabarito
D) haver difração de raios X.
01 02 03 04 05 06 07 08
E) nenhuma das anteriores é correta.
D A * * B * *
07. Um espelho plano está localizado na horizontal e perpendicular a 09 10
um feixe de raios luminosos. A massa do espelho é 20 g. Assuma
* *
que não existe absorção na lente e que apenas 30% da luz
emitida pela fonte atravessa a lente. Encontre a potência da fonte
* 03. A) 4.86pm B) 93Kev
necessária para que o espelho fique flutuando. Tome a gravidade
04. Solução com o professor
como 10 m/s2.
07. 100MW]
kπ θ
08. d = Sec2 = 0 ⋅ 232nm
2mT 2
09. A) 124 keV; B) 40,6 keV; C) Solução com o professor.
10. k = 330 N/m
n = 5.1014 fótons

SUPERVISOR/DIRETOR: DAWISON – AUTOR: CADU


DIG.: Rodrigo E.– REV.: Karlla P.M.

011.614 - 137413/19
3 F B O N L I NE .C O M . B R
//////////////////

Você também pode gostar