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COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
a) têm sentido figurado.
b) revelam preocupação com o estilo.
Texto 1:
c) constituem termos técnicos da área da comunicação.
d) remetem a um uso alheio.
e) são sinônimas entre si.
@clubedeaprendizagem_
Texto: Para o autor, o acatamento da incompatibilidade entre lazer e trabalho,
Tempos houve em que o cidadão que ligasse para alguma empresa ou dentro do modo de vida burguês, implica a
para uma repartição pública (públicas eram quase todas) com a a) autodisciplina repressiva.
finalidade de reclamar de algum serviço ou solicitar algum favor (com b) liberdade intelectual.
polidez) ouvia em 90% das vezes: “não posso fazer nada”. Para c) autogratificação do trabalho.
amenizar, às vezes o “nada” era “naaaaada”. Agora a pessoa que atende d) liberdade absoluta no descanso.
costuma dizer "vou estar fazendo isto, vou estar fazendo aquilo". Pois e) dignidade do ócio.
bem: quem era impolido no infinitivo hoje é polido no gerúndio.
(Adaptado de José Walter Rossi, discussão sobre "gerundismo" – Questão 13
Internet) O sentido da frase o trabalho é um prazer mesmo nos momentos de
esforço mais desesperado está preservado nesta outra redação:
Questão 08 a) ainda quando é um prazer, todo trabalho exige um esforço mais do
Na frase “quem era impolido no infinitivo hoje é polido no que desesperado.
gerúndio”, o autor faz uso da ironia, como ocorre em: b) não obstante traga algum prazer, o trabalho pode levar a um momento
de esforço mais desesperado.
a) Suporta-se com paciência a cólica do próximo. c) nem quando implica o mais desesperado esforço, o trabalho deixa de
b) A vida, se bem aproveitada, rende encantos inimagináveis. ser prazeroso.
c) Ser amado mas não ser ouvido por todos é seu grande drama. d) embora pareça prazeroso, o trabalho passa por momentos de
d) Dinheiro e negócios são indissociáveis na vida moderna. desesperado esforço.
e) Não se educa batendo ou xingando. e) é nos momentos de esforço mais desesperado que o trabalho sabe se
revelar um real prazer.
Questão 09
“Um momento, vou estar fazendo o seu pedido”. Texto:
“Vou estar passando o seu recado quando o Dr. José chegar". Medo e ceticismo
Nas frases acima, o emprego abusivo do gerúndio supõe uma ação que Diversos fatores têm conspirado para o dramático quadro da segurança
pública no Brasil, do qual o Rio de Janeiro é uma das faces mais visíveis
a) se prolonga indefinidamente no tempo. e chocantes. O acelerado processo de urbanização por que passou o
b) possui continuidade no passado. Brasil não tem mais encontrado na expansão da economia uma válvula
c) se sucede a uma outra no futuro. de escape. Num período alongado de baixo crescimento econômico, as
d) transcorre em um curto espaço de tempo. periferias e favelas aumentam sem que seus habitantes contem com
e) é simultânea a uma outra no presente. mecanismos básicos de inclusão social.
Diante dessa situação social calamitosa, amplificada pela violência
Texto: urbana, era de esperar que o poder público formulasse planos de ação
O Exame de curto, médio e longo prazos, contemplando os diversos aspectos do
A uma pergunta do médico, esclarece a mulher: problema. Não é o que se vê. A cada momento de pânico, o que vem à
– Dói meio um pouco bastante. cena são o oportunismo e a improvisação. São as promessas de
(Dalton Trevisan, Arara bêbada) sempre, as disputas políticas e os apelos salvacionistas por intervenções
federais.
Questão 10 Passada a crise, acaba-se voltando à rotina até que um novo surto de
violência ecloda e a indignação mais uma vez tenha lugar. Eis uma
A resposta da mulher não corresponde à expectativa criada pelo termo
dinâmica extremamente perigosa, que apenas fomenta o ceticismo e a
a) exame.
descrença da sociedade em relação às instituições e aos homens
b) pergunta.
públicos.
c) médico.
(Adaptado de Folha de S.Paulo)
d) esclarece.
e) mulher.
Questão 14
Texto: A consequência mais visível do círculo vicioso descrito no último
Horário parágrafo é
Poucas coisas diferenciam tão profundamente o modo de vida a) a fragilização do mercado de trabalho.
conveniente ao intelectual do modo de vida burguês quanto o fato de que b) o ceticismo em relação ao poder público.
o primeiro não reconhece a alternativa entre trabalho e divertimento. O c) o agravamento das desigualdades sociais.
trabalho não necessita primeiro infligir ao sujeito todo o mal que este d) a deterioração das condições de sociabilidade.
deverá mais tarde infligir a outros; o trabalho é um prazer mesmo nos e) a infiltração da violência no cotidiano.
momentos de esforço mais desesperado. O sentido de liberdade que ele
guarda é o mesmo que a sociedade burguesa reserva apenas às horas Questão 15
de descanso e que ela mesma retoma, por conta dessa Observe as representações a seguir:
compartimentação. Quem conhece a liberdade acha insuportável todo
divertimento tolerado por essa sociedade, e fora do seu trabalho – no
tempo em que se inclui tudo aquilo que os burgueses elegem como
“cultura para as horas de lazer” – recusa-se a se entregar a qualquer
prazer do tipo compensatório. Work while you work, play while you play
(*) – esta é uma das regras fundamentais da autodisciplina repressiva.
_____________
* Trabalhe enquanto trabalha, divirta-se enquanto se diverte.
(Theodor Adorno, Minima moralia)
Questão 11
A afirmação de que é preciso trabalhar e divertir-se em períodos bem
definidos evidencia
a) uma divisão de tempos e de atividades que o intelectual sabe
administrar melhor do que os outros trabalhadores.
b) como o modo de vida burguês opõe trabalho e divertimento, numa
relação em que o segundo compensa o primeiro.
c) uma alternativa entre dois tipos de liberdade que se oferecem à
escolha do trabalhador intelectual.
d) como o trabalho e o prazer tendem a se confundir, no modo de vida
burguês.
e) uma relação entre trabalho e prazer que se torna espontânea para o
trabalhador intelectual.
Questão 12
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e) ela pretende alertar o leitor, utilizando linguagem híbrida e
Tais imagens são motivadoras de um processo de compreensão que se humor (por meio dos homófonos “enxadas” e “inchadas”),
dá por uma associação que pode melhor ser definida pela seguinte sobre problemas sociais graves.
afirmação:
Não há vagas
a) Os símbolos (realidade visível) designam um elemento
representativo que está em lugar de algo (realidade invisível) O preço do feijão
que tanto pode ser um objeto como um conceito ou uma ideia. não cabe no poema. O preço
b) As imagens representam metonimicamente (parte pelo todo) do arroz
um ideal que deve ser exclusivamente nacional, sendo não cabe no poema.
reconhecido por apenas um meio cultural. Não cabem no poema o gás
c) Há a busca pela representação semiótica por meio dessas a luz o telefone
imagens, entretanto o fato de uma estar ligada ao a sonegação
nacionalismo restringe a compreensão da mesma. do leite
d) A estratégia de comunicação ocorre por meio de uma relação da carne
entre as cores e a simbologia a que se pretende representar. do açúcar
e) Os símbolos representam um objeto que não pode ser do pão.
mostrado devido ao seu tamanho ou magnitude.
O funcionário público
não cabe no poema
Questão 16 com seu salário de fome
Veja a tirinha: sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
O poema, senhores,
não fede
nem cheira.
Questão 17
Assinale a alternativa que contenha o comentário mais pertinente acerca
do mesmo:
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Só se conformemos quando o Joca falou:
Questão 19 "Deus dá o frio conforme o cobertor"
Sobre a função de linguagem predominante no texto, é correto dizer que: E hoje nóis pega a páia nas grama do jardim
E prá esquecê nóis cantemos assim:
a) há predomínio da função poética, principalmente no trecho Saudosa maloca, maloca querida,
“O funcionário público/não cabe no poema.” Que dim donde nóis passemos dias feliz de nossa vida
b) há predomínio da função emotiva, já que as impressões do Adoniran Barbosa (http://letras.terra.com.br/adoniran-barbosa/43969/)
eu-lírico acerca da realidade estão presentes no texto.
c) há predomínio da função metalinguística, portanto o texto Questão 21
pode ser chamado de metapoema.
A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes.
d) há predomínio da função referencial, isso é confirmado pela
Nem individualmente podemos afirmar que o uso seja uniforme.
apresentação, quase jornalística, do que cabe e do que não
Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes
cabe no poema.
variedades de uma só forma da língua. O texto acima apresenta um tipo
e) há predomínio da função conativa, já que a intenção do texto
de variação linguística chamada de:
é denunciar certa realidade ao interlocutor.
a) Variação diafásica, relacionada aos diferentes momentos de
Questão 20 comunicação e aos fatores de natureza pragmática e
O texto a seguir pertence ao livro Infância (1945), de Graciliano Ramos. discursiva, principalmente em função do contexto.
b) Variação diastrática, uma variedade linguística partilhada por
Leia-o e assinale a alternativa correta sobre ele. um grupo social que o demarca em relação a outros.
O ponto de reunião e fuxicos era a sala de jantar, que, por duas portas, c) Variação diacrônica, relacionada aos equívocos linguísticos
em épocas diferentes.
olhava o alpendre e a cozinha. Como falavam muito alto, as pessoas se d) Variação de idioleto, relacionada com o modo estilizado de se
entendiam facilmente de uma peça para outra. Nos feixes de lenha comunicar.
e) Variação sintática, marcada pelos erros de produção do
arrumados junto ao fogão, na prensa de farinha, nos bancos duros que falante.
ladeavam a mesa, a gente se sentava e ouvia as emboanças do criado,
Questão 22
um caboclo besta e palrador. Rosenda lavadeira cachimbava e Ainda sobre a linguagem do texto, não é possível afirmar que:
engomava roupa numa tábua. (…) Vivíamos todos em grande mistura —
a) A linguagem enquanto meio de comunicação supera e iguala
e a sala de visitas era inútil, com as cadeiras pretas desocupadas, uma as diferenças entre o coloquial e o culto, na medida em que
litografia de S. João Batista e uma do inferno, o pequeno espelho de cumpre o seu papel: comunicar.
b) É a linguagem de identificação de um tipo social e transmite a
cristal que Amâncio, afilhado de meu pai, trouxera do Rio ao deixar o imagem de um indivíduo simples.
exército no posto de sargento. c) Não se trata de uma forma a ser ensinada, mas não deve ser
ignorada, pois é falada no Brasil.
d) Do ponto de vista da comunicação, é tão válida quanto à forma
A) No trecho, o narrador estabelece uma relação contrastante entre dois culta.
e) É uma linguagem incorreta que trunca a comunicação, e o
espaços domésticos distintos. autor só utilizou a mesma por se tratar de uma música popular.
B) Ao afirmar que a sala de jantar “olhava o alpendre e a cozinha”, o
narrador cria uma metáfora da vigilância opressiva e autoritária sobre
Questão 23
empregados. Leia a tira:
C) A inutilidade atribuída à sala de visitas se explica pela condição de
comunhão em que vive a família do narrador e todos que viviam na casa.
D) O narrador se coloca em uma postura objetiva, estabelecendo um
distanciamento em relação ao espaço retratado.
E) A separação nítida entre espaços de patrões e de empregados
funciona como evidência e denúncia do elitismo característico da família
patriarcal nordestina.
Malvados (www.malvados.com.br)
Saudosa Maloca A tira faz uma crítica sobre uma das consequências das novas
tecnologias de informação. A principal crítica recai sobre:
Si o senhor não está lembrado
Dá licença de contá a) a possibilidade do anonimato na internet.
Que aqui onde agora está b) a precariedade de informações acerca da fonte real de
Esse edifício alto determinado conteúdo.
Era uma casa velha c) a possibilidade de apropriação da produção intelectual de
Um palacete abandonado autoria alheia.
Foi aqui seu moço d) o uso indevido da internet para propagar conteúdo falso e
Que eu, Mato Grosso e o Joca desinteressante.
Construímos nossa maloca e) a possibilidade de aprendizado de determinada linguagem em
Mais, um dia contexto digital.
Nem quero me lembrar
Veio os homens cas ferramentas Texto:
O dono mandô derrubá
Peguemo tudo a nossas coisas Não, não é fácil escrever. É duro como quebrar rochas. Mas
E fumos pro meio da rua voam faíscas e lascas como aços espalhados.
Apreciar a demolição Ah que medo de começar e ainda nem sequer sei o nome da
Que tristeza que eu sentia moça. Sem falar que a história me desespera por ser simples demais. O
Cada táuba que caía que me proponho contar parece fácil e à mão de todos. Mas a sua
Duia no coração elaboração é muito difícil. Pois tenho que tornar nítido o que está quase
Mato Grosso quis gritá apagado e que mal vejo. Com mãos de dedos duros enlameados apalpar
Mas em cima eu falei: o invisível na própria lama. (Clarice Lispector. A hora da estrela. Rio de
Os homis tá cá razão Janeiro: Nova Fronteira, 1984, p. 25.)
Nós arranja outro lugar
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ou não quisesse, lá estava pronta, livre de desejos, tranqüila, para o
rápido amor dos brutos. Malícia nenhuma.
Questão 24
No trecho do romance A hora da Estrela, de Clarice Lispector, (Graciliano Ramos – Angústia)
apresenta-se uma concepção do fazer literário, segundo a qual a
literatura é Observando a caracterização de Trajano e Sinha Germana no trecho
acima, podemos afirmar que Graciliano Ramos só não denuncia:
a) uma forma de resolver os problemas sociais abordados pelo
escritor ao escrever suas histórias. a) o respeito das massas à figura do coronel;
b) uma forma de, pelo trabalho do escritor, tornar sensível o que b) a dicotomia entre a entrega ao amor romântico e a traição em
não está claramente disponível na realidade. seu mais alto teor naturalista;
c) um dom do escritor, que, de forma espontânea e fácil, alcança o c) a submissão da mulher aos mandos do marido-senhor;
indizível e o mistério graças a sua genialidade. d) o autoritarismo nas políticas familiares do início do século;
d) o resultado do trabalho árduo do escritor, que transforma e) a frigidez dos relacionamentos sexuais dos casamentos
histórias complexas em textos simples e interessantes. arranjados.
e) um modo mágico de expressão, por meio do qual se de
abandona a realidade histórica em favor da pura beleza estética Questão 28
graças à sensibilidade do escritor.
Oxímoro (ou paradoxo) é uma construção textual que agrupa
Questão 25 significados que se excluem mutuamente. Para Garfield, a frase de
Ao escolher a protagonista de sua obra, a narradora parece deparar-se saudação de John (tirinha abaixo) expressa o maior de todos os
com dificuldades para construí-la, devido a ser sua vida “simples oxímoros.
demais”. A poetização do segmento social a que ela pertence constitui
traço marcante
Questão 26
a) não insere o elemento nativo, o brasileiro, dada sua b) A casa que ele fazia
inferioridade ante o europeu.
b) assume o ponto de vista daqueles que, em terra, Sendo a sua liberdade
contemplaram a chegada. Era a sua escravidão.
c) destaca a posição privilegiada do português que ocupa terra
alheia.
d) deixa implícito o repúdio dos brasileiros devido à chegada c) Naquela casa vazia
repentina das naus.
e) sugere a importância de manter o apego a pátria, ainda que Que ele mesmo levantara
sob influência externa. Um mundo novo nascia
Questão 27 De que sequer suspeitava.
Durante o dia passava muitas vezes pela porta de Marina,
desejando reconciliar-me com ela. Faltava-me coragem, a vergonha
baixava-me o rosto, esquentava-me as orelhas. d) O operário faz a coisa
Que me importava que Marina fosse de outro? As mulheres não E a coisa faz o operário.
são de ninguém, não têm dono. Sinha Germana fora de Trajano Pereira
de Aquino Cavalcante e Silva, só dele, mas há que tempo! Trajano
possuíra escravos, prendera cabras no tronco. E os cangaceiros, vendo- e) Ele, um humilde operário
o, varriam o chão com a aba do chapéu de couro.
Tudo agora diferente. Sinha Germana nunca havia trastejado: ali no Um operário que sabia
duro, as costas calejando a esfregar-se no couro cru do leito de Trajano. Exercer a profissão.
- "Sinha Germana!" E Sinha Germana, doente ou com saúde, quisesse
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2. B
Texto: 3. E
Transforma-se o amador na cousa amada, 4. D
por virtude do muito imaginar; 5. D
não tenho, logo, mais que desejar, 6. C
pois em mim tenho a parte desejada. 7. A
8. A
Se nela está minh’alma transformada, 9. A
que mais deseja o corpo de alcançar? 10. D
Em si somente pode descansar, 11. B
pois consigo tal alma está liada. 12. A
13. C
Mas esta linda e pura semideia, 14. B
que, como um acidente em seu sujeito, 15. A
assi co a alma minha se conforma, 16. E
17. B
está no pensamento como ideia: 18. D
e o vivo e puro amor de que sou feito, 19. C
como a matéria simples busca a forma. 20. C
21. B
Camões, ed. A.J. da Costa Pimpão 22. E
23. C
Questão 29 24. B
análise dos elementos que constituem uma oração. Sob esse prisma, ao 26. B
observar o verso: “não tenho, logo, mais que desejar”, podemos 27. B
Questão 30
A partir da leitura do poema, podemos inferir do primeiro terceto que
GABARITO
1. D
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