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AULA 1 – DIVISÃO EM GÊNEROS POÉTICOS É formado pelas personagens + ação + espaço + tempo.
MITO: história sagrada de origem arcaica, que a tradição Dividido em começo, meio e fim:
de um povo ou de uma civilização preserva e transmite de
geração em geração. Começo: apresentação
Meio: mudanças, conflitos
EPOPÉIA: poema narrativo de assunto heroico e mítico, Fim: consequência
composto em linguagem elevada.
POESIA SATÍRICA: peça repleta de críticas sociais, Em 1ª pessoa, fazendo parte da história. E
porém com carga de humor e ironia. nesse caso ainda pode se subdividir em
narrador protagonista ou observador.
Em 3ª pessoa, quando não participa da história,
tendo apenas uma visão da trama. Ele pode,
ainda assumir a visão de alguma personagem da
trama, o que denominamos de foco narrativo
multisseletivo.
CONTO
1 ação – 1 só conflito;
Personagens pouco descritas;
1 espaço; AULA 5 - ESTRUTURA DA NARRATIVA -
1 tempo; PERSONAGENS
1 a 5 páginas
Planas
NOVELA
são fixas
1 ação; são claras
Personagens um pouco mais detalhadas; possuem foco externo
Enredo mais lento;
Tempo / espaço variantes. Esféricas
Enredo é a história propriamente dita, uma sucessão de É o ambiente em que ocorre a narrativa, servindo para
acontecimentos. situar o leitor.
AÇÃO
AUTORREFLEXIVO
Assunto
ERA CLÁSSICA
Classicismo
Barroco
AULA 9 – TIPOS DE ROMANCE Neoclassicismo / Arcadismo
Classicismo (XVI) – No Brasil, mais conhecido como TRADIÇÃO CLÁSSICA (Classicismo, Arcadismo,
Quinhentismo Realismo)
ERA ROMÂNTICA
Romantismo
Realismo / Naturalismo
Prosa
AULA 4 - SINALEFA E DIÉRESE
Presente nos contos, novelas, romances, etc.
Não possui rima. SINALEFA: contração de vogais.
Linhas preenchidas completamente.
Subdivide-se em:
Pode-se dizer que verso é uma linha de palavras que se DIÉRESE: separação de vogais.
interrompe após atingir um determinado número de
sílabas, ainda que fique com sentido incompleto, sendo Ditongos gramaticais se transformam em hiatos, pela
este finalizado no verso seguinte. presença do trema colocado sobre a vogal que se deseja
separar. Recurso usado para aumentar a quantidade de
Essa contagem de sílabas na poesia é feita por meio de silabas poéticas, obedecendo à métrica do poema.
sílabas poéticas, diferentes das gramaticais.
AULA 6 - RIMAS
Quanto à acentuação
Quanto à extensão
Quanto ao vocabulário
Quanto à disposição
RIMA INTERNA:
o Rima dentro do mesmo verso
o Rima no final de um verso concordando
com a primeira palavra do seguinte
o Rima entre palavras no meio de versos
diferentes
RIMA EMPARELHADA:
o Versos sucessivos, rimados de 2 em 2.
RIMA CRUZADA:
o Rimas alternadas num quarteto (verso
sim, verso não).
RIMA ENLAÇADA:
o Num quarteto, o 1º verso rima com o
4º. E o 2º e 3º rimam entre si.
Figuras de harmonia tratam do ritmo, do som da poesia. IRONIA: Dizer o contrário do que realmente
São elas: gostaria de falar. É necessário saber o
contexto para entender a presença da
ONOMATOPEIA: Imitação se um som através de ironia.
palavras.
APÓSTROFE: Invocação.
ALITERAÇÃO: Repetição de sons consonantais.
HIPÉRBOLE: Exagero.
ASSONÂNCIA: Repetição de sons vocálicos.
GRADAÇÃO: Sequência de termos gradativos em
PARONOMÁSIA: Emprego de palavras parônimas, ou ordem ascendente ou descendente.
seja, semelhantes no som, mas com
sentidos diferentes. PROSOPOPEIA: É uma personificação, ou seja, atribuir
características humanas a algo.
HIPÉRBATO: Inversão da ordem dos termos. AUTONOMÁSIA: Semelhante à perífrase, porém sempre
se referindo a nomes próprios.
Retomada ao clássico
Vida na natureza
Bucolismo
Pastoralismo
Utilização de pseudônimos
Escrita clara
Versos brancos (sem rima)
Racionalismo na escrita
Amor galante
Introdução ao nacionalismo
AULA 2 - CARACTERÍSTICAS
Cultismo
Conhecido como “Boca do Inferno”, devido á sua
forma um tanto grosseira e dura de se expressar.
Além disso, sua escrita era repleta de crítica
social.
Sua obra é dividida em três fases:
o Lírica (citações de amor, emoção)
o Religiosa (retratação da dualidade
entre Deus e homem, fé e razão)
o Satírica (crítica social)
Houve nessa época a transposição da Idade Média para a Camões era de família Fidalga e teve uma base cultura
Idade Moderna, gerando: muito boa. Sua obra era dividida em poesia lítica, peça
teatral e epopeia.
A queda do sistema feudal;
Sua principal obra foi Os Lusíadas.
Ascensão da monarquia Absolutista, em que o
rei passava a ter o poder total e absoluto;
AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO Outro fator que contribuiu pra o surgimento do Humanismo
foi a expansão marítima.
Início na Itália, no final do século XIII e início do século
XIV.
Retorno ao Cristianismo original, onde passa o Criada nos palácios, pelos próprios
a haver um questionamento sobre as imposições nobres, para ser declamada apenas à
da Igreja, buscando regenerá-la. Há também corte.
uma repulsa ao autoritarismo. Enquanto no o Poesias para leitura, sem música,
Trovadorismo tudo o que a Igreja impunha era diferentemente do Trovadorismo.
aceito, no Humanismo há uma reflexão acerca o Mote Glosado (explicação das ideias,
dessas imposições, visando analisar e enxergar do tema central da poesia).
de forma mais racional.
Prosa Historiográfica
Valorização cultural da antiguidade clássica.
o Participação do povo, não mais da
nobreza.
o Prosa imparcial
Duas características fundamentais do Humanismo são: o Críticas sociais
o Destaque para Fernão Lopes, cronista.
Liberdade;
Teatro Medieval
Valorização do homem.
Antes do teatro medieval, essa forma de apresentação era
Dessa forma, ocorre um conflito entre o TEOCENTRISMO realizada somente de forma litúrgica, nas igrejas, sempre
e o ANTROPOCENTRISMO. Enquanto no Trovadorismo, com foco no Teocentrismo. Se o teatro saísse da igreja e
escola anterior, predominava o Teocentrismo, que abordasse temas que não fossem sacros, era denominado
colocava Deus como o centro de todas as coisas, no Teatro Profano.
Humanismo enxerga-se o homem como um ser racional,
pensante, que é influenciado pelo meio em que vive. O Quem rompeu com essa forma de teatro foi Gil Vicente, eu
homem passa a ser o centro de todas as coisas. trouxe os Autos e as Farsas. Os Autos abordavam temas
moralizantes e religiosos, enquanto as Farsas tratavam de
criticar alguns assuntos do período.
Fatores
Alguns fatores que contribuíram para a formação dessa AULA 3 - FERNÃO LOPES E GIL VICENTE
Escola são:
Fernão Lopes
Início do Mercantilismo;
Marco inicial do Humanismo;
Surgimento das cidades novas, denominadas Cronista, tendo como principais obras a Crônica
Burgos, originando a Burguesia; de El Rei D. Pedro, a Crônica de El Rei D.
Fernando e a Crônica de El Rei D. João;
Invenção da Imprensa de Gutemberg; Destaque pra sua imparcialidade na escrita,
valorizando as críticas sociais e a figura do povo;
Valorização da filosofia de Platão; Escrita de qualidade muito superior a de outros
cronistas.
Descrença ao destino.
Gil Vicente
AULA 2 - HUMANISMO EM PORTUGAL
Inovou o teatro, que antes era apenas voltado à
Início em Portugal através de Fernão Lopes, quando foi Igreja, carregando-o de criticidade;
nomeado o guarda mor da Torre do Tombo (em 1418). Escreveu cartas ao rei repudiando a perseguição
religiosa;
Na época o poder era monárquico, passando Despertou inveja de seus “concorrentes”;
posteriormente ao Absolutismo. Uma de suas principais obras é Farsa de Inês
Pereira;
Autos de moralidade
Farsas
As manifestações artísticas subdividiram-se em dois Autores não conhecidos que faziam sua própria produção
grupos: um deles mantendo os valores tradicionais, e o e divulgação. Receberam o nome de poetas marginais por
outro fazendo uma ruptura com essas tradições. estarem à margem dos que já estavam em evidência.
Concretismo
Tropicalismo
Poesia Marginal
Concretismo
Poesia concreta;
Nova forma de escrita, considerando o verso
tradicional ultrapassado;
Valorização do aspecto gráfico das palavras;
Entendimento dos poemas como verbais,
sonoros e visuais.
Intensidade na escrita;
Escreve-se sobre “áreas”, não mais sobre
“temas”, tendo a primeira uma visão muito mais
abrangente sobre um determinado assunto;
Valorização da Composição, ou seja, palavras
formando outras palavras.
Dadaísmo
AULA 2 - AUTORES
O mais rebelde dos movimentos;
Fernando Pessoa Ruptura total com o tradicionalismo;
Contra as crises sociais e políticas;
Principal representante do Modernismo em Escrita livre;
Portugal; Fundador: Tristan Tzara.
Sua obra divide-se em ortônimo (ele mesmo, sua
própria voz) e heterônimos. Seus heterônimos
são:
Surrealismo
Alberto Caeiro
Sonhos;
Homem do campo, órfão, de poucos estudos, Apego às teses psicanalíticas de Freud;
autor de textos simples e sentimentais. Busca do homem primitivo;
Escrita por impulso;
Ricardo Reis Valorização do irreal.
Álvaro de Campos
Futurismo
Expressão da velocidade;
Mundo novo, avanço das máquinas e da
tecnologia;
Principal autor: Marinetti, que visava romper com
a sintaxe.
2ª fase
Romance Histórico;
Principal obra dessa fase: O Tempo e o Vento.
AULA 2 - CARACTERÍSTICAS
Prosa
Poesia
AULA 3 - AUTORES
Regionalismo;
Universalismo;
Neologismos;
Representação do homem em sua relação com o
meio em que vive;
Destaque para o povo sertanejo, inclusive seu
modo de falar;
Principais obras: Sagarana e Grande Sertão:
Veredas.
Clarice Lispector
AULA 2 - CACARTERÍSTICAS
AULA 3 - AUTORES
Olavo Bilac
Alberto Oliveira
Perfeição na escrita;
Muitos autores e obras bastante extensas; Autor singular, que nunca buscou se ligar a
Mescla de tendências do século XIX; nenhuma escola literária;
Literatura regionalista e documental, expondo a Preferência pela poesia, uma poesia cientificista;
realidade brasileira; Linguagem culta;
Exposição dos problemas sociais; Principal tema: existência de forma material;
Linguagem conservadora, imitando o “homem da Pessimista;
terra”, o nativo; Sua única obra publicada é Eu, que trata da
Personagens marginalizados; morte física e da decomposição da matéria.
Retratação das diferentes classes sociais de
nosso país. Miséria.
AULA 3 - AUTORES
Euclides da Cunha
Os Sertões
Lima Barreto
O Realismo surgiu na Europa, mais precisamente na Em Portugal, o Realismo teve início em 1865, em meio à
França, no final do século XIX. A primeira obra dessa Questão Coimbrã e às Conferências do Cassino, sendo
escola foi Madame Bovary, de Gustave Flaubert, tendo essa última a que realmente consolidou as características
como tema principal os assuntos cotidianos e o adultério, Realistas em Portugal.
de forma bem objetiva. Essa objetividade é uma das
principais características do Realismo. O marco inicial dessa nova escola em Portugal foi com a
obra “O Realismo como Nova Expressão da Arte”, de Eça
Nascia ali o Ciclo Antirromântico, que derrubava a forma de Queirós, o maior nome do Realismo português, e autor
de se expressar da escola anterior, o Romantismo, visto do livro “O Crime do Padre Amaro”, obra importantíssima
que agora a subjetividade era substituída pela clareza e desse período realista.
objetividade, e o amor não era mais idealizado, e sim
exposto em sua forma real, com suas imperfeições e
peripécias.
Os principais autores europeus dessa época são Gustave No Brasil o Realismo foi instituído entre 1850, a partir da
Flaubert, que deu início à escola, Eça de Queirós e decadência da economia açucareira, e 1881, com a
Charles Dickens. publicação das obras “Memórias Póstumas de Brás
Cubas”, do principal nome do Realismo brasileiro –
Dessa forma, o Realismo surgiu em meio ao seguinte Machado de Assis -, e “O Mulato”, de Aluísio de Azevedo,
contexto: considerada Naturalista.
O Ateneu é, na verdade, uma autobiografia de Raul Bentinho se divorcia de Capitu e a manda com o filho para
Pompeia, que conta a história da época em que foi aluno o exterior, onde a moça acaba morrendo depois de um
do Colégio Abílio, dos 10 aos 12 anos, denunciando o tempo. E, assim, ele se torna Dom Casmurro, um homem
autoritarismo do diretor Barão de Macaúbas. Ademais, os amargo e triste.
conflitos psicológicos vividos pelo protagonista e a
desumanização das pessoas também são parte essencial Apesar disso tudo, não fica explícito na obra se a traição
deste livro. ocorreu ou não. É uma interpretação subjetiva.
AULA 7 - NATURALISMO
AULA 6 – REALISMO: MACHADO DE ASSIS
O Naturalismo possui muitas características em comum
Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, em
com o Realismo, mas ficou conhecido como o “Realismo
21/06/1839.
Científico”, justamente por ser influenciado por doutrinas
científicas e materialistas.
O marco inicial do Realismo no Brasil foi sua obra
“Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de 1881. Machado
Outra divergência básica entre o Realismo e o
também escrevia peças de teatro, crônicas, críticas
Naturalismo, é que o primeiro trata do individual, enquanto
literárias e poesias.
o último aborda o coletivo. Além disso, enquanto o
Realismo retrata mais as camadas altas da sociedade, o
As principais características de suas obras são:
Naturalismo se preocupa em registrar em suas obras as
camadas mais baixas.
Retratação de assuntos polêmicos em seus
contos;
Características
Utilização de personagens metafísicos, além dos
tradicionais, como na própria obra “Memórias
Ocorreu no Brasil entre 1881 e 1922;
Póstumas”, em que o falante é uma pessoa
Era embasado no Positivismo (que pregava que
morta;
toda teoria deveria ter um fundamento científico),
Forte presença da ironia;
no Determinismo (crendo que o homem era
Utilização do tempo psicológico, quebrando a
influenciado por seu meio social, sua raça e pelo
linearidade da história;
momento histórico que vivia) e no Darwinismo
Crítica à sociedade;
(que acreditava na dominação dos mais fortes
Descrença na melhoria dessa sociedade,
sobre os mais fracos);
desesperança;
Objetividade / antirromantismo;
Narradores em 1ª pessoa;
Romance de Tese, ou seja, baseado em teses
Digressão (envolvimento do leitor na história) e
científicas.
metalinguagem (o texto falando do próprio texto).
O Cortiço
Dom Casmurro
“O Cortiço”, de Aluísio de Azevedo, de 1890, é
Tema: adultério (porém, não há certeza de que realmente
considerada a principal obra do Naturalismo brasileiro.
houve traição).
Características da obra:
Narrador em 1ª pessoa: o próprio Dom Casmurro, cujo
verdadeiro nome era Bentinho.
É um romance de tese;
A personagem principal é o próprio cortiço, já
Resumo da obra:
que essa escola aborda o coletivo, em vez do
individual;
A mãe de Bentinho, dona Maria, deseja que o filho sirva a
Narrador em 3ª pessoa onisciente;
Deus. Entretanto, Bentinho era apaixonado por Capitu, e,
Tempo linear, sequência de fatos;
contrariando a vontade da mãe, se casa com a moça.
Retratação da classe baixa, que vive no cortiço.
Paralelamente, seu melhor amigo, Escobar, casa-se com
Sancha, a melhor amiga de Capitu.
A Revolução Francesa, por sua vez, desencadeada em Seu marco inicial foi em 1825 com a publicação do poema
1789, acabou por levar a burguesia ao poder. Assim, Camões, de Almeida Garret, em que o autor faz uma
ambas as revoluções incentivaram a livre-iniciativa, o espécie de biografia sentimental do poeta.
individualismo econômico e o liberalismo político,
estimulando também o nacionalismo. Esse clima de Esse primeiro momento do Romantismo português é
valorização da liberdade e renovação marcou muito a subdividido em três fases:
literatura romântica, afinal, principalmente baseados nessa
liberdade, os poetas se sentiram livres para expressar 1. Prisão ao Neoclassicismo: ainda havia traços
seus sentimentos na poesia, além de não se sentirem presos ao Neoclassicismo (ou Arcadismo), como
mais presos à métrica dos versos que as escolas a poesia de Almeida Garret e Alexandre
anteriores valorizavam. Nascia uma nova forma de Herculano.
escrever. 2. Início dos Exageros: os poetas se assumem
inteiramente românticos, deixando a escola
Desse modo, o Romantismo é a escola da expressão dos anterior para trás. É o caso de Soares de Passos
sentimentos, da liberdade de expressão. Por isso, alguns e Camilo Castelo Branco.
escritores passaram a falar da natureza e do amor num 3. Início dos Traços Realistas: os poetas já estão
tom pessoal e melancólico, fazendo da literatura uma deixando o Romantismo para trás e inserindo
forma de expressar seus sentimentos. Além disso, traços da escola posterior em suas obras: o
voltaram-se para os tempos medievais, época da Realismo. Os poetas de destaque são João de
formação de suas nações, valorizando os heróis e as Deus e Júlio Dinis.
tradições populares, exaltando o nacionalismo. E essa
liberdade também fica evidente na forma de escrever, já
que os escritores românticos abandonaram o tom solene e
adotaram um estilo simples e comunicativo na escrita. Características dos autores portugueses
que seriam lucrativos para ele. É considerado o Índio como herói. Figura do “bom selvagem”;
criador da novela passional portuguesa, isto é, Exaltação de nossas paisagens naturais e de
das histórias que envolvem a paixão; nossa pátria;
Sua obra mais conhecida, e de maior destaque Principais poetas: Gonçalves de Magalhães e
como novela passional, é Amor de Perdição. Gonçalves Dias, sendo este último o autor da
clamada obra Canção do Exílio.
Soares de Passos
2ª Geração: Ultrarromântica / Mal do Século
Principal obra: Noivado no Sepulcro, que trata de
temas mais melancólicos, sobre a morte etc. Individualismo / Egocentrismo;
Morte como refúgio;
João de Deus Idealização do amor perfeito;
Pessimismo;
Sua única obra foi Campo de Flores. Saudade da infância;
Principais poetas: Álvares de Azevedo e
Julio Dinis Casimiro de Abreu, sendo este último autor da
renomada obra Meus Oito Anos.
Em sua obra não há o clima de tragédia e
fatalismo que marca, por exemplo, a novela 3ª Geração: Social / Libertária
passional de Camilo Castelo Branco. Ainda que
fale de amor e paixão, fala de um jeito mais Abordagem das questões sociais, principalmente
simples e, no final, os mal entendidos se acerca da abolição da escravatura;
esclarecem e tudo se resolve. Sua obra possui Linguagem enfática;
um ar de otimismo e esperança; Defesa dos escravos;
Obra mais conhecida, inclusive com grande Erotismo;
repercussão no Brasil: As Pupilas do Senhor Principal poeta: Castro Alves, “o poeta dos
Reitor. escravos”, tendo como obra de destaque O
Navio Negreiro.
Urbano
Sertanejo
AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO servo, e a partir disso nascia o sofrimento dele em não
poder tê-la, visto que, além de tudo, eram de camadas
O Trovadorismo teve início em Provença, sul da França, sociais diferentes.
no século XII.
Trovadorismo em Portugal
Após o fim do Império Romano e das invasões bárbaras,
houve a fuga das pessoas da cidade para o campo. A O início do Trovadorismo em Portugal aconteceu com a
partir daí iniciou-se o Feudalismo. obra A Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós.
Poesia Trovadoresca: tom lírico, tendo como tema o AULA 4 - GÊNERO SATÍRICO
amor e a emoção.
O gênero satírico trata de críticas sociais e, assim como no
Principais características gênero lírico, essas críticas eram feitas através de
cantigas, subdivididas em:
Mesura: era o cuidado em não falar o nome da mulher
amada, pois existia a questão do servo ser apaixonado por Cantigas de Escárnio
sua Senhora, sendo um romance proibido. Essa poesia,
ainda, abordava mais o sofrimento do servo submisso à Crítica indireta;
sua Senhora do que a história de amor em si. Linguagem popular;
Abordagem de situações da época.
Coita: era o prazer interrompido entre o servo e a
Senhora. Ou seja, eles queriam dar continuidade a um Cantigas de Maldizer
amor que foi interrompido.
Crítica direta;
Vassalagem amorosa: era uma metáfora da relação de Linguagem baixa, pesada, uso de palavrões;
vassalagem entre o Suserano e o Vassalo. No caso da Temas “mais pesados”.
poesia trovadoresca a amada era nobre, o homem era o
Bertoleza: escrava que pensa ser alforriada. Mantém uma disso, se aproxima da família de Miranda e pede a mão da
relação amorosa com João Romão, trabalha para ele e faz filha dele, Zulmira, em casamento, visando ascender ainda
tudo o que ele pede, cometendo suicídio ao final devido a mais. Há, entretanto, o empecilho representado por
ele denunciá-la a seus antigos patrões como fugitiva. Bertoleza, que, percebendo a intenção de João Romão em
se livrar dela, exige parte dos bens que ele acumulou
Zulmira: filha de Miranda, casa-se com João Romão e enquanto ela estava ao seu lado. Diante disso, para se ver
promove a ascensão social do dono do cortiço por meio do livre da amante, que atrapalha seus planos de ascensão
AULA 2 – RESUMO
AULA 1 – A HORA E A VEZ DE AUGUSTO MATRAGA: Major buscando vingança; Mimita, sua filha, se tornara
RESUMO
prostituta. Mas, mesmo diante de tudo isso, Matraga
A hora e vez de Augusto Matraga aborda a saga do resiste à tentação de se vingar. E com isso vai realmente
homem pela vida, onde Matraga pode ser considerado o garantindo seu lugar no céu.
representante do homem universal. De qualquer homem.
Sua trajetória representa a busca pelo aprendizado da Em seguida vem o período de chuvas, simbolizando o
vida, pelo amadurecimento e ascensão espiritual. Seu batismo, o nascimento de um novo homem despido das
objetivo era ter sua hora e vez de entrar no céu. Trata-se cinzas de outrora. E é aí que surge na vizinhança o grupo
de uma história de redenção, de conversão, em que ele de Joãozinho Bem-Bem, homem da mesma estirpe do
passa de um homem mau a um homem bom, da perdição antigo Augusto Matraga. Provavelmente estaria buscando
à salvação. confusão na região, mas é recebido tão bem por Matraga
que acaba desarmado. Chega a convidar o protagonista
A narrativa é iniciada numa festa popular, em que Matraga para fazer parte de seu bando, mas o convite é recusado.
participa de um leilão e arrebata uma prostituta, pelo Novamente Matraga resiste à tentação. Assim, Joãozinho
simples capricho de não deixá-la para outro homem que Bem-Bem parte, porém levando uma afeição enorme por
estava interessado. Mas Matraga nem chega a usá-la, por ele.
ser feia. Diante disso já temos uma mostra de seu caráter
rude, violento, volúvel. Tratava com pouco caso sua Passados alguns dias, Matraga desiste partir daquela
esposa, Dionóra, e sua filha, Mimita, ligando apenas para região. Queria liberdade, como um pássaro. Monta em um
jogo, caçadas e mulheres de vida fácil. jumento e vai embora, fazendo alusão à viagem que Maria
fizera no lombo deste animal às vésperas do nascimento
Porém, num dado momento sua sorte muda: perde seu de Jesus. Ele viaja muitos dias, até chegar ao arraial do
apoio político, está cheio de dívidas, suas terras estão Rala-Coco, deparando-se novamente com o bando de
hipotecadas, a esposa o abandona, trocando-o por outro, Joãozinho Bem-Bem, que estava prestes a matar toda a
um homem chamado Ovídio, e seus capangas passam família de um capanga que havia o abandonado,
para o lado de seu inimigo, o Major Consilva, com exceção buscando vingança para esta traição.
de Quim Recadeiro, que se mantém fiel. Diante dessa
última afronta, Augusto vai tomar satisfações com o Major, Augusto Matraga intercede, e mesmo havendo um enorme
mas ao passo que entra na fazenda deste é cercado pelos apreço entre ele e Joãozinho, inicia-se uma briga: de um
capangas do vilão, inclusive por seus próprios ex- lado o bandido, tomado pelo espírito de vingança; do
subordinados. Matraga apanha muito, é marcado por ferro outro, Matraga, defendendo a bondade divina. Assim, é
em brasa e, antes que o matassem, atira-se de um gerada uma terrível luta, da qual os dois saem feridos,
altíssimo barranco. Todos creem que havia morrido, mas mas Matraga acaba vencendo, matando Joãozinho. O
acaba sendo resgatado e cuidado por um casal de velhos. protagonista também estava morrendo, mas feliz. E
aclamado como santo e salvador pelo povo que assistiu a
Durante o tempo em que passa se recuperando dos tudo. Morre, porque havia chegado a sua hora e a sua vez.
machucados se arrepende dos males que já cometeu e se Havia realizado sua missão, e estava salvo. Ia para o Céu.
volta ao cristianismo, convicto de que o arrependimento
lhe garantirá um lugar no céu. Torna-se um homem
trabalhador e bom, até um dia em que sofre uma grande
tentação. Um antigo conhecido passa pelo local em que
ele está e traz notícias desagradáveis: sua esposa estava AULA 2 – A HORA E A VEZ DE AUGUSTO MATRAGA:
prestes a se casar com o homem com o qual havia fugido, PERSONAGENS
crente de que estava viúva; Major Consilva apoderou-se
de suas terras; Quim, o único capanga que havia se
Augusto Esteves Matraga: Protagonista, passa de um
mantido fiel a Matraga, fora morto por invadir as terras do
homem mau, mulherengo e agressivo a um homem bom,
trabalhador e cheio de fé, a partir do momento em que seu vaqueiros. Foi salvo, na noite da enchente, pelo burrinho
comportamento desregrado o fez perder sua fortuna, Sete-de-Ouros.
esposa, filha e quase a própria vida.
Raymundão: vaqueiro de confiança do Major Saulo.
Joãozinho Bem-Bem: Famoso chefe de jagunços, era
destemido e aterrorizava todos no sertão, famoso por fazer Badu: vaqueiro novo no pedaço, que rouba a namorada
justiça com as próprias mãos, defender seus aliados e de Silvino e fica jurado de morte.
eliminar seus inimigos.
Silvino: vaqueiro; perdeu a namorada para Badu e
Quim Recadeiro: Empregado de Augusto, tendo a função planejava matar o rival na volta da viagem.
de levar e trazer recados.
Resumo do conto
Dona Dionóra: Esposa de Augusto até o momento em
que não aguentou mais ser maltratada e fugiu com outro Na Fazenda do Major Saulo os boiadeiros estão se
homem. organizando para sair pelo sertão tocando uma boiada. O
Major ordena que os homens preparem os animais,
Mitinha: Filha de Augusto. Ainda criança sofre com a inclusive os cavalos que acompanharão os bois e, por
agressividade do pai. Acaba se tomando prostituta. azar, o burrinho Sete-de-Ouros, que devido à idade já não
participava mais dessas trilhas, também é escolhido, por
Major Consilva: Inimigo de Augusto, homem mau e rico estar ali por perto. Para montá-lo, o Major escolheu o
que detém todo o poder da região após a suposta morte vaqueiro João Nanico.
dele.
Depois de um dia de chuva forte, partiram com a boiada e
Tião da Thereza: Conterrâneo de Augusto, é ele quem o chegaram ao córrego da Fome, que estava cheio, gerando
atualiza sobre o que ocorreu enquanto o pessoal do uma travessia bem perigosa. Ali já havia morrido muita
vilarejo onde moravam achava que ele havia morrido. gente. Mas a travessia é feita sem perdas. Até o Sete-de-
Ouros atravessou sem grandes dificuldades.
AULA 3 – O BURRINHO PEDRÊS passo que este obedecer, mas apela: na entrada do
povoado, pede que a troca seja desfeita, pois não ficaria
Personagens
bem para ele, encarregado do Major, ser visto montado no
burrinho Sete-de-Ouros.
Burrinho Sete-de-Ouros: animal miúdo, muito idoso,
protagonista e herói da história.
Paralelamente, nos surge a figura de Badu, que está na
fazenda há apenas dois meses e já roubou a namorada do
Major Saulo: proprietário da fazenda de onde sai a
Silvino e, diante disso, os dois viraram inimigos. Francolim
caravana estrada a fora, tocando a boiada. Homem rígido
já avisou o major sobre o risco de um matar o outro, e este
e corpulento. Não sabia ler nem escrever, massa cada ano
último ordena que Francolim vigie Silvino o tempo todo.
enriquecia mais, comprando gado e terras.
Ele está convencido de que Silvino já planejou a morte de
Badu.
João Nanico: vaqueiro pequeno selecionado para montar
o burrinho Sete-de-Ouros na ida.
A chegada ao povoado foi uma festa e depois os animais
ficaram descansando enquanto os vaqueiros andavam um
Francolim: espécie de secretário do Major Saulo, ao qual
pouco pelas redondezas. Na hora de ir embora, cada um
obecebe cegamente, e encarregado de supervisionar os
pegou a sua montaria, exceto Badu, que além de estar Tio Laudônio - irmão do Major Anacleto e seu
bêbado tinha ido comprar um presente para sua morena. conselheiro.
Por maldade, deixaram-lhe o burrinho Sete-de-Ouros.
Francolim seguia de olho nele e em Silvino. Benigno: inimigo político do Major Anacleto.
AULA 4 – A VOLTA DO MARIDO PRÓDIGO Na volta para casa, encontra Ramiro, um espanhol que
andava cercando sua mulher, Maria Rita. Imediatamente
Personagens
Laio argumenta que quer ir embora sem a mulher, mas
falta-lhe dinheiro para viajar, ao que Ramiro lhe empresta
Laio Salãthiel: mulato esperto e contador de histórias.
um conto de réis, e fica com o caminho livre para corteja-
Protagonista.
la. Com o dinheiro no bolso, Laio pega o trem rumo à
cidade do Rio de Janeiro.
Maria Rita: mulher de Laio, carinhosa e dedicada.
conversar com a mulher. Diante disso, o espanhol Certa tarde, depois de dormir um pouco na cadeira de
concordou, desde que não fosse em particular. De lona, o Major foi acordado com uma grande confusão, e
repente, Laio muda de ideia: não queria mais ver Ritinha, com Ritinha jogou-se aos seus pés lhe pedindo proteção
queria apenas pegar o violão. Pega-o e se despede. para que os espanhóis não a levassem dali, pois Ramiro,
com ciúmes, queria matar a ela e a Laio.
Algum tempo depois Laio encontra Oscar, filho do Major, e
este o promete que vai falar com seu pai para tentar O Major mandou chamar o mulato e foi informado de que
arrumar um trabalho para Laio na política. Porém, o major ele estava bebendo com alguns homens que chegaram à
não aceita, ainda mais depois da falta de escrúpulos vila num automóvel. Imediatamente pensou que eram da
demonstrada por Laio ao vender sua esposa. Foi Tio oposição e começou a praguejar contra Laio, acusá-lo de
Laudônio quem intercedeu a favor de Laio e convenceu o traição. Mas, de repente, Laio desce automóvel,
Major a chamar o mulato no dia seguinte. acompanhando Sua Excelência o Senhor Secretário do
Interior. Então, o Major se encheu de sorrisos, e a
Porém, Laio não apareceu. Deu as caras dois dias depois autoridade, satisfeita e elogiando muito Laio, pediu ao
apenas, e topou logo com o Major Anacleto, que furioso Major que, quando fosse à capital, o levasse junto.
tentou expulsá-lo da fazenda. Mas, Laio deu-lhe Por fim, o Major, contentíssimo, mandou trazer Maria Rita,
informações sobre todas as manobras políticas da região, que fez as pazes com Laio, e expulsou os espanhóis dali.
Assim, o povo local ficou sabendo que Laio era o cabo Personagens
eleitoral do Major Anacleto e, como tal, merecia respeito.
Quando o Major e Tio Laudônio passaram em frente à Primo Ribeiro: Vem sobrevivendo à malária, que há
casa de Ramiro, o espanhol aproveitou para denunciar tempos assola a região. No início da doença, foi
Laio, contando que ele estava o mulato estava de papo abandonado pela esposa, Luísa, que fugiu com um
com Nico, o filho do Benigno, diante do que o Major ficou boiadeiro.
extremamente bravo. Depois de procurar Laio por todo
canto, o Major voltou para a fazenda, onde ele já o Primo Argemiro: Como Primo Ribeiro, vai sobrevivendo à
esperava para explicar que era tudo uma estratégia malária. Os dois moram isolados, numa região em que a
política para descobrir as manobras politicas do malária já expulsou todo mundo. Apesar de ter terras em
adversário. outra região, prefere ficar ao lado de Primo Ribeiro, devido
à forte amizade que os une.
Passado um tempo de calaria, Laio pediu a Oscar, filho do
Major, que fosse conversar com Ritinha para tentar Prima Luísa: Mulher de Ribeiro. Morena, muito bonita.
descobrir o que se passava em seu coração, mas sem Fugiu com um boiadeiro quando o marido adoeceu.
dizer que ele o havia mandado lá. Oscar foi e fez o
contrário: falou mal de Laio, disse a Ritinha que o marido Ceição: Preta velha que sem mantém fiel aos primos,
estava sempre por aí com outras mulheres, e aproveitou a cuidando de ambos, fazendo a comida etc.
proximidade para lhe pedir um. Ritinha expulsou-o, Jiló - Cachorro.
confessando que gostava mesmo era de Laio, e que ia
morrer gostando dele. De volta, Oscar contou o contrário, Resumo do Conto
dizendo que Ritinha não gostava mais do marido, mas sim
do espanhol.
aguentaria continuar a perseguição por muito tempo. Mas Assim, de repente, no meio da estrada fechada, o
Dona Silivana contou isso a Cassiano na primeira pequeno cavaleiro falou com voz firme e grossa que havia
oportunidade. prometido ao Compadre Cassiano, na hora dele morrer,
que mataria Turíbio. E havia chegado o momento. Este
A caçada já durava meses. Um dia, numa de suas último tentou ganhar tempo, mas levou dois tiros, um do
andanças, Turíbio encontrou uns baianos que estavam lado esquerdo da cara e outro no meio da testa. E caiu
indo para São Paulo, em busca de dinheiro fácil. Apesar morto. E Vinte-e-Um, satisfeito por cumprir a promessa
da saudade da mulher, Turíbio foi também. que havia feito ao amigo, seguiu o caminho de volta.
Nesse meio tempo, Cassiano foi ao boticário reclamando
de inchaço nas pernas e muito cansaço, ao que este lhe
deu apenas mais alguns meses de vida. Diante de tal
realidade, ele resolve ir atrás de Turíbio. Tinha que matá-lo
antes de morrer.
AULA 7 – MINHA GENTE
Personagens
No caminho, Cassiano piorou e teve que fazer repouso
num pequeno povoado, bastante isolado. Até chegou a
Narrador: Homem da cidade que estava a passeio pelas
procurar por ali alguém que pudesse vingar a morte de seu
fazendas dos tios, no interior de Minas Gerais.
irmão. Estava disposto a pagar alta quantia por isso. Mas
Chamavam-no de "Doutor", mas, fora isso, nem mesmo
não encontrou ninguém. Até que um dia, sentado à porta
seu nome é mencionado. É o protagonista.
de um casebre do povoado, presenciou um irmão batendo
em outro, menor. Quem apanhava era Timpim Vinte-e-Um,
Santana: Inspetor escolar e companheiro nas andanças
o 21º filho de uma mãe que lhe ensinara que não deveria
do narrador pelo interior.
reagir a pessoas mais velhas que ele. Assim, Timpim
apanhava sem se defender. Iniciou-se uma amizade entre
Tio Emílio: Fazendeiro e chefe político, dono da fazenda a
os dois, e Cassiano lhe deu, inclusive, dinheiro para
qual o protagonista visita.
comprar alimentos para seu bebê recém-nascido. No outro
dia, Vinte-e-Um trouxe-lhe o filho para lhe tomar bênção.
José Malvino: Roceiro que acompanha o protagonista na
Cassiano ficou emocionado e piorou. Noutra ocasião
viagem para a fazenda do Tio Emílio, pois conhece os
novamente lhe emprestou dinheiro, pois seu filhinho ficara
caminhos, é atencioso, desconfiado e supersticioso.
doente. Até que chegou a hora de Cassiano, e este
resolveu dar todo seu dinheiro ao novato pai de primeira
Maria Irma: Prima do protagonista e seu primeiro amor. É
viagem. E morreu.
inteligente e determinada.
Lá, reencontra sua prima, Maria Irma, que faz questão de Aurísio Manquitola: Homem experiente, contador de
lhe contar que estava quase noiva. O narrador quis saber histórias, que conhecia bem todas as pessoas do arraial.
de quem, mas ela fez mistério.
Tião Tranjão: Vendedor de peixe no arraial. Virou outro
O narrador fica na varanda até anoitecer, e na hora do homem depois de aprender a oração de São Marcos.
jantar, a prima lhe sorri de modo diferente, deixando-o
desconfiado. Cypriano: homem que ficava com a mulher de Tião
Tranjão escondido.
No dia seguinte, o narrador vai pescar no poço com Bento
Porfírio, empregado da fazenda, com o qual faz passeios Resumo do conto
regularmente. Este começa a lhe contar que está de caso
com uma prima, mas o marido dela está muito Mangolô era um preto velho que tinha fama de feiticeiro.
desconfiado. Mal acaba de contar, surge o marido traído e, Um dia, o narrador da história, José, passou em frente a
com uma foice, mata Bento com um só golpe. O corpo sua casa e gritou algumas brincadeiras ofensivas, das
caiu no poço, e o narrador, apavorado, não sabia o que quais o preto não gostou nem um pouco, trancando-se
fazer, e correu para casa para avisar o Tio Emílio. As dentro de casa.
ordens foram dadas: tirar o morto do poço, avisar o
subdelegado e ir atrás do assassino, para que as Mais à frente o narrador encontrou Aurísio Manquitola, e
autoridades tomassem as providências. também por brincadeira, começou a recitar a oração
proibida de São Marcos. Aurísio fica cheio de medo, pois é
Os dias vão passando, e o narrador recomeça a se um perigo dizer as palavras dessa oração, e, como bom
interessar muito pela prima Maria Irma, e observa de longe contador de histórias que é, conta a José a história de Tião
quando um rapaz da cidade veio visitá-la e trazer-lhe Tranjão, um vendedor de peixe do arraial.
livros. À noite, ele descobre que o rapaz se chama Ramiro
e é namorado de Armanda, uma amiga de Maria Irma. Tião era amigado com uma mulher, que começou a traí-lo
com Cypriano, um homem bem mais velho. Além da
O narrador não se contém e faz uma declaração de amor traição, levantaram calúnia sobre ele, dizendo ter sido
à prima, diante da qual recebeu resposta negativa. Ela, na quem bateu em Filipe Turco, que dias antes havia tomado
verdade, insiste que ele conheça Armanda, a namorada de uma bofetada no escuro e não conseguira ver de quem
Ramiro. Passado algum tempo, o narrador foi apresentado tinha sido. Tentando ajudar Tião, Gestal da Gaita, morador
a ela, e foram passear a pé. Deste primeiro passeio já da região, ensinou a ele a reza de São Marcos.
nasceu o namoro, e meses depois se casaram, ainda
antes do matrimônio da prima Maria Irma com Ramiro Depois da reza decorada, vieram alguns soldados prender
Gouveia, ex de Amanda. Tião devido à acusação de ter batido em Filipe Turco.
Levaram-no para a cadeia e lá bateram muito nele. Depois
da meia-noite, Tião rezou a oração de São Marcos e,
misteriosamente, conseguiu fugir da cela e voltar para
casa. Não encontrando a mulher, foi direto à casa de
afastado de qualquer ser humano que pudesse lhe ajudar, Resumo do conto
ficou desesperado e começou a gritar. Mas não obteve
resposta. Percebeu que estava perdido, numa escuridão A amizade entre o narrador e Manuel Fulô nasceu
apavorante, e começou a chorar recitando a reza-brava de instantaneamente, e foi se solidificando. Este último tinha
São Marcos. uma besta, Beija-Flor, e um cuidava muito do outro.
Quando Manuel ficava bêbado, e isso ocorria
Sem entender o porquê, aparentemente uma força maior frequentemente, atracava-se ao pescoço de Beija-Flor, e
passou a conduzi-lo rapidamente pela mata fechada, até esta o carregava com todo o cuidado.
que ele chegou à casa de João Mangolô, dominado por Um belo dia, Manuel Fulô conta ao narrador que viveu um
uma fúria incontrolável. E a voz do feiticeiro pedindo pelo tempo com alguns ciganos, para aprender alguns truques,
amor de Deus que não o matasse. De repente, sua visão já que esse povo era cheio de artimanhas. Os ciganos
voltava magnífica. E o preto velho tentava esconder gostavam dele porque pensavam que ele era bobo e
alguma coisa. Depois de levar alguns bofetes, Mangolô ingênuo, não representando perigos. Com os ciganos,
mostrou um boneco, e explicou: amarrara uma tirinha de Manuel Fulô aprendeu tudo sobre domação de cavalos,
pano preto nas vistas do boneco para que José passasse aprendendo a amansar a pior das feras, tanto é que
uns tempos sem enxergar, como castigo pelos insultos quando os deixou, passou a ganhar dinheiro negociando
que lhe havia feito horas atrás. animais.
Manuel contou ao narrador que certa vez enganou os
Tudo terminou em paz. E os dois acabaram amigos. ciganos. Arranjou dois cavalos imprestáveis, preparou-os,
fez-lhe maquiagens para disfarçar os defeitos e trocou-os
por dois cavalos bem melhores. Mas, com isso, perdeu a
freguesia, pois ninguém mais quis negociar com alguém
capaz de enganar até ciganos.
Então, uma noite, o narrador e Manuel Fulô estavam
bebendo cerveja na venda, quando de repente, entrou
AULA 9 – CORPO FECHADO Targino, caminhando em direção aos dois amigos e
falando bem alto para Manuel: “A coisa é que eu gostei da
Personagens das Dor, e venho visitar sua noiva, amanhã... Já mandei
recado, avisando a ela... É um dia só, depois vocês podem
Médico: Narrador, mora num arraial do interior de Minas e se casar... Se você ficar quieto, não te faço nada... Se
tem como grande amigo Manuel Fulô. não...” – e simulou um tiro em Manuel, saindo gargalhando
em seguida.
Manuel Fulô: Sujeito de conversa fiada, mulherengo e Depois da ameaça, Manuel foi para a casa do doutor, de
cachaceiro. porre. Quando amanheceu, enquanto ele ainda se
recuperava da bebedeira, o anfitrião saiu à procura de
Beija-Flor: Besta de Manuel Fulô. Lustrosa, sábia, mansa, ajuda, mas não a obteve, já que ninguém tinha coragem
e tinha uma cruz preta no dorso. de enfrentar Targino. Enquanto isso, Maria das Dores,
sozinha em casa com a mãe, chamava pelo noivo.
Das Dor: Noiva de Manuel Fulô; moça pobre, mas muito Foi aí que Antônio das Pedras, ou das Águas, pedreiro,
bonita. curandeiro e feiticeiro da região, bateu à casa do doutor.
Ali, com ar de pressa, trancou-se no quarto com Manuel
Targino: O valentão mais temido do lugar. Era magro, feio Fulô e, um tempo depois, quando a porta se abriu, Manuel
e dificilmente ria. pediu com semblante fantasmagórico: “entreguem a besta
Beija-Flor para seu Antônio”. Em troca, o feiticeiro pediu
Antônio das Pedras, ou das Águas: Era pedreiro, um prato fundo, brasas, linha e cachaça, e depois se
curandeiro e feiticeiro.
trancou com Manuel no quarto novamente. Paralelamente, são os bois-guia, que vão bem à frente do carro. Capitão e
Targino caminhava rumo à casa de Maria das Dores. Brabagato são os bois que vão mais atrás.
Depois de algum tempo trancado no quarto com Antônio O pai de Tiãozinho, Januário, estava há tempos entrevado
feiticeiro, Manuel Fulô saiu com cara de mau, olhar fixo, e e cego em cima de uma cama., enquanto a mãe do garoto,
foi caminhando para a rua, ao encontro de Targino. Todos já sem paciência para cuidar do enfermo, mantinha um
ficaram assustados, e Antônio Feiticeiro explicou: Manuel caso com Agenor Soronho, o carreiro. Por isso, Tiãozinho
Fulô estava com o corpo fechado. Então, nenhuma arma odiava Agenor, que mesmo enquanto o pai do garoto
de fogo teria poder sobre ele. A mãe de Manuel ainda estava vivo, dava-lhe ordens, xingava, batia... Mesmo
pediu que detivessem seu filho, mas ninguém ousou. Tiãozinho tentando fazer tudo direito.
Assim, lá estavam Targino e Manuel Fulô, frente a frente. A viagem pelo sertão seguia, e o caminhar lento e
Manuel deu o primeiro passo, tirando da cintura um monótono do carro de bois fez Agenor Soronho pegar no
pequeno canivete. E foi para cima de Targino. Este lhe sono. Se ele caísse, as rodas do carro de boi passariam
deu cinco tiros, que pareceram confetes sobre Manuel, por cima dele. Na frente dos bois, Tiãozinho se mantinha
que pulou sobre Targino e aplicou-lhe várias facadas no meio acordado, meio dormindo, e seu pensamento
peito. O valentão morreu na hora. coincidia com a fala dos bois. Era como se o menino fosse
Manuel fez um mês inteiro de festa e até adiou o boi também, pois os animais entendiam o pensamento
casamento, pois o padre disse que não matrimoniaria dele: era de vingança, pensava na morte do carreiro. De
gente bêbeda. O narrador foi o padrinho. repente, meio inconsciente, Tiãozinho deu um grito,
fazendo os bois saltarem para frente, e Agenor Soronho
caiu. Uma das rodas do carro passou por cima do pescoço
dele, quase o degolando. Estava morto.
Agora, com dois defuntos, a caminhada ficava mais alegre.
Personagens
Resumo do conto
Caubi: irmão de Iracema. Então, numa ocasião em que Martim e Poti saem para
uma batalha, nasce o filho do casal, Moacir. Quando os
Irapuã: chefe guerreiro dos Tabajaras. dois amigos voltam da guerra, encontram Iracema à beira
da morte. Enterram seu corpo aos pés de um coqueiro, em
cujas folhas se pode ouvir um lamento de sua jandaia de
estimação, a ave que sempre acompanhava a índia.
Essa obra dá início ao Realismo no Brasil, e, além disso, Mas, daí vem sua primeira frustração: Brás perde Virgília e
inicia também a análise psicológica dos personagens, o cargo para Lobo Neves, e se torna amante da mulher a
revelando seu caráter, hipocrisias, vaidades etc. De ritmo qual seria sua esposa, inclusive alugando uma casinha
lento, é narrada por um "defunto autor”, Brás Cubas, que exclusivamente para manter encontros com ela, evitando
por estar morto e não ter mais nenhum compromisso com levantar suspeitas das pessoas. Para disfarçar ainda mais,
a sociedade a qual pertencia, sente-se livre para criticá-la colocam na casa D. Plácida, uma senhora da confiança da
e expô-la da maneira que achar mais pertinente. família de Virgília, que aceita a missão de alcoviteira por
ter sido subornada por Brás e por temer a solidão e o
Assim, Brás Cubas vai contando a sua vida, começando abandono, devido a algumas situações que já enfrentou na
sobre sua morte, seu enterro e seus últimos momentos vida, como Brás no conto em seguida: Sempre foi de
terrenos. A narração é mesclada com digressões, família humilde, perdeu o pai ainda criança e com isso
uma característica marcante de Machado de Assis, que começou a ajudar a mãe a fazer docinhos para fora para
consiste num desvio momentâneo do assunto sobre o qual sobreviverem. Ainda bem jovem casou-se com um alfaiate
se está falando para inserir comentários. Devido a isso, que morreu de tuberculose deixando-lhe em condição de
nesse início não há nenhuma ordem convencional dos miséria, com uma filha e tendo também a mãe idosa para
capítulos, já que a história é narrada da forma como o sustentar. Não se envolve com mais ninguém, dedicando-
narrador prefere, desobedecendo qualquer linearidade. se arduamente ao trabalho. Adoeceu, envelheceu, a mãe
Narrador
A narração é feita em primeira pessoa por um narrador
observador e protagonista, que se autointitula um defunto-
autor, ou seja, um morto que resolveu escrever suas
memórias, e que, estando desprovido de qualquer
compromisso com o mundo terreno, denuncia as
personagens e as mazelas da sociedade carioca do século
XIX em tom irreverente e irônico.
Tempo
Nesta obra há o tempo psicológico, do defunto-autor, que
conta sua vida fazendo várias digressões, sem seguir uma
linearidade temporal, narrando, por exemplo, a morte