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GÊNEROS E ERAS LITERÁRIAS

AULA 1 – DIVISÃO EM GÊNEROS POÉTICOS É formado pelas personagens + ação + espaço + tempo.

MITO: história sagrada de origem arcaica, que a tradição Dividido em começo, meio e fim:
de um povo ou de uma civilização preserva e transmite de
geração em geração.  Começo: apresentação
 Meio: mudanças, conflitos
EPOPÉIA: poema narrativo de assunto heroico e mítico,  Fim: consequência
composto em linguagem elevada.

POESIA LÍRICA: composta em 1ª pessoa, acompanhada


pela lira (instrumento), apresenta temas de culto aos
deuses, vida, natureza, trabalho, amor e sonhos.

POESIA DRAMÁTICA: teatro representado em forma de


versos, que pouco a pouco foi cedendo espaço para a AULA 4 – ESTRUTURA DA NARRATIVA - NARRADOR
prosa. Subdividida em Tragédia - peça com carga trágica,
para gerar piedade por parte do público - e Comédia – A função do narrador é expor o enredo.
peça com crítica moral, mas que visa distrair o público e
fazê-lo rir. Ele pode estar:

POESIA SATÍRICA: peça repleta de críticas sociais,  Em 1ª pessoa, fazendo parte da história. E
porém com carga de humor e ironia. nesse caso ainda pode se subdividir em
narrador protagonista ou observador.
 Em 3ª pessoa, quando não participa da história,
tendo apenas uma visão da trama. Ele pode,
ainda assumir a visão de alguma personagem da
trama, o que denominamos de foco narrativo
multisseletivo.

AULA 2 - NARRATIVAS EM PROSA

CONTO

 1 ação – 1 só conflito;
 Personagens pouco descritas;
 1 espaço; AULA 5 - ESTRUTURA DA NARRATIVA -
 1 tempo; PERSONAGENS
 1 a 5 páginas
Planas
NOVELA
 são fixas
 1 ação;  são claras
 Personagens um pouco mais detalhadas;  possuem foco externo
 Enredo mais lento;
 Tempo / espaço variantes. Esféricas

ROMANCE  são mutáveis


 são misteriosas
 Diversas ações;  possuem foco interno
 Narrativa longa;
 Personagens bem detalhadas;
 Tempo / espaço diversos.

AULA 6 - ESTRUTURA DA NARRATIVA - ESPAÇO E


TEMPO

AULA 3 – ESTRUTURA DA NARRATIVA - ENREDO Espaço

Enredo é a história propriamente dita, uma sucessão de É o ambiente em que ocorre a narrativa, servindo para
acontecimentos. situar o leitor.

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GÊNEROS E ERAS LITERÁRIAS

AÇÃO

Tempo  Focado na sucessão de fatos;


 Possui personagens planas.
Está interligado ao espaço, podendo ter uma linearidade
cronológica – quando os acontecimentos obedecem a
ordem cronológica – ou uma inversão cronológica –
quando os acontecimentos são exibidos de frente para DRAMÁTICO
trás, como se fossem lembranças, recordações.
 Focado na análise psicológica das personagens;
O tempo pode, ainda, ser:  Personagens esféricas.

 Cronológico: quando trata do curso das horas;


 Psicológico: quando adentra o pensamento das
personagens. PICARESCO

 Cada capítulo do romance conta uma historia


curta. São independentes um do outro.
 O que eles têm em comum é o protagonista da
história, que é o mesmo em todos.

AULA 7 - ESTRUTURA DA NARRATIVA -


REPRESENTAÇÃO DA INTIMIDADE FORMAÇÃO

A representação da intimidade das personagens numa  Focado no caráter da personagem principal,


narrativa pode ocorrer por: exibindo as transformações que ele sofre durante
a trama e seu amadurecimento.
 Discurso indireto livre: quando há uma fusão  Possui personagens esféricas.
na voz do narrador e da personagem, sem aviso
prévio.
 Fluxo de consciência: quando há um monólogo
interior de uma personagem, havendo uma fusão POÉTICO
entre a voz do narrador e o pensamento de uma
personagem.  Possui amplo uso de figuras de linguagem e
linguagem conotativa.
 Subjetividade.

AUTORREFLEXIVO

AULA 8 - ESTRUTURA DA NARRATIVA - ASSUNTO E  Possui em si uma referência ao ato de escrever;


TEMA  Metalinguagem.

Assunto

É a matéria que será exposta. É algo bem objetivo.

Tema AULA 10 – ERAS LITERÁRIAS

É uma interpretação do assunto, uma exploração dele. É MEDIEVAL


algo subjetivo.
 Trovadorismo
 Humanismo

ERA CLÁSSICA

 Classicismo
 Barroco
AULA 9 – TIPOS DE ROMANCE  Neoclassicismo / Arcadismo

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GÊNEROS E ERAS LITERÁRIAS

ERA ROMÂNTIICA  Início em Portugal com a publicação da obra


Crime do Padre Amaro, de Eça de Queirós.
 Romantismo  Início no Brasil com a publicação de Memórias
 Realismo / Naturalismo / Parnasianismo Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
 Simbolismo
 Modernismo Parnasianismo

 Escola ligada ao Realismo.


 Início com a obra Fanfarras, de Teófilo Dias, em
ESCOLAS LITERÁRIAS 1882.

ERA MEDIEVAL Simbolismo

Trovadorismo (XII a XV)  Início em Portugal com a obra Oaristos, de


Eugênio de Castro, em 1890.
 1ª escola de Portugal  Início no Brasil com a publicação de Missal e
 Início com a publicação de A Ribeirinha, de Paio Broquéis, de Cruz e Sousa, em 1893.
Soares de Taveirós
Modernismo
Humanismo (XV a XVI)
 Início em Portugal com a publicação da Revista
 Início quando Fernão Lopes foi nomeado Orpheu, em 1915.
guardador da Torre do Tombo.  Início no Brasil com a Semana de Arte Moderna,
 Marca o final da Era Medieval. em 1922.

ERA CLÁSSICA PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Classicismo (XVI) – No Brasil, mais conhecido como TRADIÇÃO CLÁSSICA (Classicismo, Arcadismo,
Quinhentismo Realismo)

 Início em Portugal através de Sá de Miranda.  Equilíbrio, harmonia;


 Regularidade, senso de proporção;
 Simplicidade, clareza;
 Objetividade, racionalismo.
Barroco (XVII)
TRADIÇÃO ROMÂNTICA (Trovadorismo, Barroco,
 1ª escola literária do Brasil. Romantismo, Simbolismo)
 Início com a publicação de Prosopopeia, de
Bento Teixeira, em 1601.  Desequilíbrio;
 Contorção das formas;
Arcadismo (XVIII)  Complexidade, obscuridade;
 Subjetividade, sentimentalismo.
 Início em Portugal em 1756, quando foi
construída no país a Arcádia Lusitana.
 No Brasil, iniciou em 1768, com a publicação de
Obras Poéticas, de Claudio Manuel da Costa.

ERA ROMÂNTICA

Romantismo

 Início em Portugal com a publicação da obra


Camões, de Almeida Garret.
 Início no Brasil com a publicação de Suspiros
Poéticos e Saudades, de Gonçalves de
Magalhães.

Realismo / Naturalismo

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PROSA E POESIA

AULA 1 - VERSO E PROSA VERSO ESDRÚXULO: ocorre quando a sílaba tônica do


verso é a antepenúltima, ou seja, quando o verso termina
Verso em uma proparoxítona.

 Presente nas poesias.


 Possui rima.
 Semelhante ao movimento do arado de
plantação.

Prosa
AULA 4 - SINALEFA E DIÉRESE
 Presente nos contos, novelas, romances, etc.
 Não possui rima. SINALEFA: contração de vogais.
 Linhas preenchidas completamente.
Subdivide-se em:

 Elisão: quando a vogal final de uma palavra se


une à vogal inicial da palavra seguinte.
 Crase: quando há a fusão de duas vogais iguais,
uma finalizando a palavra anterior e a outra
iniciando a seguinte.
AULA 2 - METRIFICAÇÃO  Sinérese: quando duas ou mais vogais,
gramaticalmente formando um hiato, se fundem,
A metrificação está presente na poesia. unindo-se em uma única sílaba poética.

Pode-se dizer que verso é uma linha de palavras que se DIÉRESE: separação de vogais.
interrompe após atingir um determinado número de
sílabas, ainda que fique com sentido incompleto, sendo Ditongos gramaticais se transformam em hiatos, pela
este finalizado no verso seguinte. presença do trema colocado sobre a vogal que se deseja
separar. Recurso usado para aumentar a quantidade de
Essa contagem de sílabas na poesia é feita por meio de silabas poéticas, obedecendo à métrica do poema.
sílabas poéticas, diferentes das gramaticais.

 Sílaba poética é o som percebido pelo ouvido,


ainda que uma palavra emende em outra. Na
contagem de sílabas poéticas, conta-se apenas
até a última sílaba tônica de um verso,
desprezando as posteriores a ela.
 Sílaba gramatical é o som distinguido AULA 5 - METROS PRINCIPAIS
rigorosamente em cada palavra.
Conforme a divisão em silabas poéticas dos versos,
podemos obter os seguintes resultados:

PENTASSÍLABO: 5 sílabas poéticas

HEXASSÍLABO: 6 sílabas poéticas

AULA 3 - VERSOS AGUDOS, GRAVES E HEPTASSÍLABO: 7 sílabas poéticas


ESDRÚXULOS
OCTOSSÍLABO: 8 sílabas poéticas
Como já visto, na contagem de sílabas poéticas, conta-se
apenas até a última sílaba tônica de um verso, ENEASSÍLABO: 9 sílabas poéticas
desprezando as posteriores a ela. Assim:
DECASSÍLABO: 10 sílabas poéticas
VERSO AGUDO: ocorre quando a sílaba tônica do verso é
a última, ou seja, quando o verso termina em uma HENDECASSÍLABO: 11 sílabas poéticas
oxítona.
DODECASSÍLABO: 12 sílabas poéticas
VERSO GRAVE: ocorre quando a sílaba tônica do verso é
a penúltima, ou seja, quando o verso termina em uma LIVRE: sem medida fixa
paroxítona.

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PROSA E POESIA

AULA 6 - RIMAS

Rima é a concordância sonora que ocorre entre palavras


ou expressões, verificada nas últimas vogais tônicas de
cada verso. Podem ser classificadas:

Quanto à acentuação

 Rima entre proparoxítonas: ESDRÚXULA


 Rima entre paroxítonas: GRAVE
 Rima entre oxítonas: AGUDA

Quanto à extensão

 Paridade total: CONSOANTE


 Paridade parcial: TOANTE

Quanto ao vocabulário

 Rima entre palavras de mesma classe


gramatical:
o POBRE
 Rima entre palavras de classes gramaticais
diferentes:
o RICA

Quanto à disposição

 RIMA INTERNA:
o Rima dentro do mesmo verso
o Rima no final de um verso concordando
com a primeira palavra do seguinte
o Rima entre palavras no meio de versos
diferentes
 RIMA EMPARELHADA:
o Versos sucessivos, rimados de 2 em 2.
 RIMA CRUZADA:
o Rimas alternadas num quarteto (verso
sim, verso não).
 RIMA ENLAÇADA:
o Num quarteto, o 1º verso rima com o
4º. E o 2º e 3º rimam entre si.

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FIGURAS DE LINGUAGEM - TROPOS

AULA 1 - INTRODUÇÃO QUIASMO: Cruzamento de palavras ou expressões.

IMAGINAÇÃO: despertada através das palavras.

IMAGEM: Sonora: som, rima do poema.

Visual: ler o poema. AULA 4 - FIGURAS DE LINGUAGEM – PENSAMENTO

SENTIDO: Figurado: conotativo COMPARAÇÃO: Comparação entre dois termos.

Real: denotativo METÁFORA: Comparação sem o elemento “como”


explícito, ou, ainda, presença de termos
que fazem alusão a outros.

ANTÍTESE: Emprego de palavras opostas dentro de


uma mesma frase ou verso.

PARADOXO: Emprego de termos, além de opostos,


AULA 2 - FIGURAS DE LINGUAGEM – HARMONIA contraditórios dentro da mesma frase.

Figuras de harmonia tratam do ritmo, do som da poesia. IRONIA: Dizer o contrário do que realmente
São elas: gostaria de falar. É necessário saber o
contexto para entender a presença da
ONOMATOPEIA: Imitação se um som através de ironia.
palavras.
APÓSTROFE: Invocação.
ALITERAÇÃO: Repetição de sons consonantais.
HIPÉRBOLE: Exagero.
ASSONÂNCIA: Repetição de sons vocálicos.
GRADAÇÃO: Sequência de termos gradativos em
PARONOMÁSIA: Emprego de palavras parônimas, ou ordem ascendente ou descendente.
seja, semelhantes no som, mas com
sentidos diferentes. PROSOPOPEIA: É uma personificação, ou seja, atribuir
características humanas a algo.

AULA 3 - FIGURAS DE LINGUAGEM – CONSTRUÇÃO


AULA 5 - FIGURAS DE LINGUAGEM – TROPOS
Figuras de construção tratam do visual da poesia. São
elas: Os tropos consistem no desvio de sentido de uma palavra.
ANÁFORA: Repetição de palavra ou expressão no São eles:
início dos versos de um poema. CATACRESE: Emprego de um termo para designar
algo semelhante, que não possui um termo próprio para si.
ANACOLUTO: Quebra de uma sequência, gerando
desconexão entre expressões. ALEGORIA: É uma sucessão de metáforas.

POLISSÍNDETO: Repetição de conectivos numa EUFEMISMO: É o ato de utilizar uma


determinada sequência. palavra/expressão para suavizar uma
mensagem.
PLEONASMO: Na POESIA, é uma repetição de
palavras ou expressões para enfatizá- SÍMBOLO: É uma imagem que designa algo.
las.
METONÍMIA: Substituição de um termo por outro que
ELIPSE: Omissão de palavra subentendida. lhe faça referência.

ZEUGMA: Omissão de palavra subentendida, já PERÍFRASE: Substituição de um nome por um


dita anteriormente. conjunto de termos que aludem a ele.

HIPÉRBATO: Inversão da ordem dos termos. AUTONOMÁSIA: Semelhante à perífrase, porém sempre
se referindo a nomes próprios.

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ARCADISMO

AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO AULA 3 – ARCADISMO NO BRASIL

Início Após a expulsão dos jesuítas e queda de alguns dogmas


da Igreja, abre-se espaço às ideias iluministas.
Teve início na Europa no século XVIII, ainda em meio aos
conceitos antropocentristas e teocentristas da escola Há o surgimento da classe média, que visava ascensão
anterior, o Barroco. social. Além disso, tem inicio o sistema literário: AUTOR –
OBRA – PÚBLICO, ou seja, QUEM (autor) escreveu O
 O Arcadismo é também conhecido por QUE (obra) para QUEM (público).
Neoclassicismo. Considerado, portanto, um
novo Classicismo, ou seja, retomando a questão
da perfeição formal, da mitologia pagã.
 Arcádia era uma região montanhosa na Grécia, Poesia Árcade
onde acreditava-se que Apolo vivia com suas
ninfas. Era uma região de pastoril e repleta de Divide-se em gênero lírico, satírico e épico:
paz. Esta escola recebeu esse nome justamente
por pregar esse desejo de paz, apesar da época  Lírico: tendo como principais representantes
tumultuada que o mundo atravessava, com Claudio Manoel da Costa e Tomás Antônio
perseguições da Igreja etc. Assim, o Arcadismo Gonzaga, autor de Marilia de Dirceu.
contraria a angústia e o pessimismo do Barroco,  Satírico: tendo como principais representantes
e remete a tempos de paz, de equilíbrio. Claudio Manoel da Costa e Tomás Antônio
 Ocorre a decadência da religião e crescimento Gonzaga, que juntos escreveram Cartas
da razão, acompanhados pelo Iluminismo: Chilenas, obra de grande crítica social.
o O Iluminismo foi um movimento que  Épico: o gênero épico no Brasil tratava do índio,
surgiu na Europa e acreditavam que a diferentemente das epopeias já vistas, que
verdadeira luz estava no fato de sermos traziam Deuses, mitologia, cavaleiros etc. Seus
racionais. Não havia mais o forte principais representantes são Basilio da Gama,
embasamento nas teorias teocentristas; com a obra Uruguai, e Frei Santa Rita Durão,
agora o homem era a figura em com a obra Caramuru.
destaque, como um ser questionador e
pensante.
o Aliado a essas ideias Iluministas vem o
avanço da ciência moderna, tornando o
homem cada vez mais independente da
religião.
o Importantes Iluministas: Montesquieu,
Voltaire, Rosseau e Descartes.
 Falando agora no território brasileiro, o
Arcadismo teve início na região de Minas Gerais,
devido ao ciclo da mineração presente no local.

AULA 2 – CARACTERÍSTICAS GERAIS

 Retomada ao clássico
 Vida na natureza
 Bucolismo
 Pastoralismo
 Utilização de pseudônimos
 Escrita clara
 Versos brancos (sem rima)
 Racionalismo na escrita
 Amor galante
 Introdução ao nacionalismo

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BARROCO

AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO Padre Antônio Vieira (prosa)

Surgiu junto à Contrarreforma, que foi uma reação da  Conceptismo


Igreja Católica ao Antropocentrismo, buscando retomar  Defesa da Contrarreforma
sua força anterior. Além da volta da Inquisição, a Igreja  Seus sermões eram divididos em quatro partes:
fica mais rígida, inclusive perseguindo os que se o Apresentação do tema
recusavam a seguir suas ideias pragmáticas. o Invocação, bênção
o Argumentação, conceptismo
Ao mesmo tempo nasce a Companhia de Jesus, que o Conclusão
tratava do envio de pregadores da palavra de Deus às
colônias, na tentativa de doutrinar a população com os
conceitos da Igreja Católica.

Ocorre a retomada das ideias teocentristas, em


oposição ao antropocentrismo vigente até então.

É a primeira escola literária que chega ao Brasil, em 1601,


com a publicação da obra Prosopopeia, de Bento Teixeira.

AULA 2 - CARACTERÍSTICAS

 Dualidade: fusão entre certo x errado, céu x


terra, fé x razão, corpo x alma;
 Transformação constante;
 Divisão entre Cultismo e Conceptismo:
o Cultismo (ou gongorismo): preocupa-
se em COMO está sendo dito.
o Conceptismo (ou quevedismo):
preocupa-se com O QUE está sendo
dito.
 CARPE DIEM: “Aproveite o dia”, pois não se
sabia se haveria o amanhã, diante de tantas
transformações que vinham ocorrendo. Portanto,
devia-se aproveitar o momento presente.

AULA 3 - GREGÓRIO DE MATTOS E PADRE ANTÔNIO


VIEIRA

Gregório de Mattos (poesia)

 Cultismo
 Conhecido como “Boca do Inferno”, devido á sua
forma um tanto grosseira e dura de se expressar.
Além disso, sua escrita era repleta de crítica
social.
 Sua obra é dividida em três fases:
o Lírica (citações de amor, emoção)
o Religiosa (retratação da dualidade
entre Deus e homem, fé e razão)
o Satírica (crítica social)

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CLASSICISMO

AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO  Surgimento da Medida Nova, que são os versos


decassílabos (com 10 sílabas poéticas) e os
O Classicismo também é conhecido como a escola sonetos compostos por 2 quartetos e 2 tercetos).
artística do Renascimento, tendo inicio na Itália no século
XIV.

Fatores AULA 3 - CAMÕES ÉPICO E OS LUSÍADAS

Houve nessa época a transposição da Idade Média para a Camões era de família Fidalga e teve uma base cultura
Idade Moderna, gerando: muito boa. Sua obra era dividida em poesia lítica, peça
teatral e epopeia.
 A queda do sistema feudal;
Sua principal obra foi Os Lusíadas.
 Ascensão da monarquia Absolutista, em que o
rei passava a ter o poder total e absoluto;

 Surgimento do Mercantilismo, que era a união da Os Lusíadas


Burguesia com a Coroa, havendo uma expansão
do comércio que ia além do reinado, chegando a Os Lusíadas é de 1572 e se trata de uma epopeia, tendo
outras cidades. Isso também aumentou o lucro as seguintes características:
local;
 Narrativa em 3ª pessoa;
 Início das Grandes Navegações, em que os  Linguagem rebuscada;
homens se aventuravam em alto mar para  Narração de fatos heroicos universais;
descobrir novos povos, conquistar novas terras,  Culto à honra, fama, coragem;
visando também a lucratividade, assim como o  Mitologia;
Mercantilismo visava.  Exaltação da glória dos lusitanos, povo
português que estava em busca de novas
Em 1517 ocorre a Reforma Protestante, a partir de descobertas;
Martinho Lutero, que marca esse período.  Presença de personagens como cavaleiros,
nobres, fidalgos e reis;
Martinho Lutero era um membro do clero que começa a  O enredo de Os Lusíadas gira em torno da
questionar os dogmas da Igreja. E, juntamente com essas história de Vasco da Gama, em 1498, indo para
novas ideias e questionamentos, surge o Renascimento, as Indias;
que retoma a cultura clássica Greco-latina (Mitologia  Retratação do patriotismo e da cultura
Grega, Deuses), e a Ciência Moderna, que deixa um renascentista.
pouco de lado a visão do Teocentrismo, colocando o
homem como centro do universo. Estrutura de Os Lusíadas:

O Renascimento, ainda, entra em conflito com a Filosofia  10 cantos;


Escolástica. Enquanto esta última permitia que a Bíblia  Estrofes em 8ª rima;
Católica fosse estudada dentro de alguns limites impostos,  Dividida em 5 partes:
o Renascimento chega cheio de questionamentos e ideias o I Proposição
libertárias quanto à palavra divina. o II Invocação
o III Dedicatória
o IV Narração
o V Epílogo
AULA 2 - CARACTERÍSTICAS
Figuras de destaque em Os Lusíadas:
 Arte como Mimesis, que era a arte como imitação
da natureza;  Inês de Castro;
 Valorização da cultura pagã, da mitologia, dos  Velho do Restelo;
Deuses gregos;  Gigante Adamastor.
 Culto à arte clássica (daí o nome da escola:
Classicismo);
 Valorização de formas literárias antigas, como a
Epopeia;
 Racionalismo. Não havia mais o pensamento
focado apenas nos dogmas da igreja católica. O
homem passa a pensar como um ser humano;
 Fusionismo, que era a junção das ideias da igreja
católica com a mitologia grega;
 Universalismo, que prega que não há UM
HERÓI, e sim um POVO HERÓICO;

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HUMANISMO

AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO Outro fator que contribuiu pra o surgimento do Humanismo
foi a expansão marítima.
Início na Itália, no final do século XIII e início do século
XIV.

Características principais Características da Literatura Portuguesa da época

Princípios básicos:  Poesia Palaciana

 Retorno ao Cristianismo original, onde passa o Criada nos palácios, pelos próprios
a haver um questionamento sobre as imposições nobres, para ser declamada apenas à
da Igreja, buscando regenerá-la. Há também corte.
uma repulsa ao autoritarismo. Enquanto no o Poesias para leitura, sem música,
Trovadorismo tudo o que a Igreja impunha era diferentemente do Trovadorismo.
aceito, no Humanismo há uma reflexão acerca o Mote Glosado (explicação das ideias,
dessas imposições, visando analisar e enxergar do tema central da poesia).
de forma mais racional.
 Prosa Historiográfica
 Valorização cultural da antiguidade clássica.
o Participação do povo, não mais da
nobreza.
o Prosa imparcial
Duas características fundamentais do Humanismo são: o Críticas sociais
o Destaque para Fernão Lopes, cronista.
 Liberdade;
 Teatro Medieval
 Valorização do homem.
Antes do teatro medieval, essa forma de apresentação era
Dessa forma, ocorre um conflito entre o TEOCENTRISMO realizada somente de forma litúrgica, nas igrejas, sempre
e o ANTROPOCENTRISMO. Enquanto no Trovadorismo, com foco no Teocentrismo. Se o teatro saísse da igreja e
escola anterior, predominava o Teocentrismo, que abordasse temas que não fossem sacros, era denominado
colocava Deus como o centro de todas as coisas, no Teatro Profano.
Humanismo enxerga-se o homem como um ser racional,
pensante, que é influenciado pelo meio em que vive. O Quem rompeu com essa forma de teatro foi Gil Vicente, eu
homem passa a ser o centro de todas as coisas. trouxe os Autos e as Farsas. Os Autos abordavam temas
moralizantes e religiosos, enquanto as Farsas tratavam de
criticar alguns assuntos do período.

Fatores

Alguns fatores que contribuíram para a formação dessa AULA 3 - FERNÃO LOPES E GIL VICENTE
Escola são:
Fernão Lopes
 Início do Mercantilismo;
 Marco inicial do Humanismo;
 Surgimento das cidades novas, denominadas  Cronista, tendo como principais obras a Crônica
Burgos, originando a Burguesia; de El Rei D. Pedro, a Crônica de El Rei D.
Fernando e a Crônica de El Rei D. João;
 Invenção da Imprensa de Gutemberg;  Destaque pra sua imparcialidade na escrita,
valorizando as críticas sociais e a figura do povo;
 Valorização da filosofia de Platão;  Escrita de qualidade muito superior a de outros
cronistas.
 Descrença ao destino.

Gil Vicente
AULA 2 - HUMANISMO EM PORTUGAL
 Inovou o teatro, que antes era apenas voltado à
Início em Portugal através de Fernão Lopes, quando foi Igreja, carregando-o de criticidade;
nomeado o guarda mor da Torre do Tombo (em 1418).  Escreveu cartas ao rei repudiando a perseguição
religiosa;
Na época o poder era monárquico, passando  Despertou inveja de seus “concorrentes”;
posteriormente ao Absolutismo.  Uma de suas principais obras é Farsa de Inês
Pereira;

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HUMANISMO

 Subdivisão de sua obra.

Autos Pastoris (Éclogas)

Voltado ao Cristianismo primitivo, à vida pura.

Autos de moralidade

Carregados de críticas sociais. Destaca-se a trilogia:

 Auto da Barca do Inferno


 Auto da Barca do Purgatório
 Auto da Barca da Glória

Farsas

Obra mais conhecida: Farsa de Inês Pereira.

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LITERATURA CONTEMPORÂNEA

AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO  Escrita tradicional;


 Preocupação com o entendimento do leitor.
A Literatura Contemporânea é bem mais amena que as 3
fases modernistas, porém, surgiu em um ambiente caótico:

 JK assumindo a presidência do Brasil, em 1956; Tropicalismo


 Inauguração de Brasília;
 Euforia política e econômica em nosso país;  Foi um movimento musical popular;
 Renúncia de Jânio Quadros, que assumiu após  Pôs em evidência músicos e compositores como
JK e ficou apenas 8 meses na presidência; Chico Buarque e Caetano Veloso;
 Golpe Militar, que derrubou João Goulart do  Principais características: humor, anarquia e
poder; atitudes rebeldes;
 Época de censura e medo;  Retomada das ideias do Movimento
 Sanção da Lei da Anistia, em 1979; Antropofágico, ocorrido durante a 1ª fase do
 Início das eleições diretas, na década de 80. Modernismo;

AULA 2 - MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS Poesia Marginal

As manifestações artísticas subdividiram-se em dois Autores não conhecidos que faziam sua própria produção
grupos: um deles mantendo os valores tradicionais, e o e divulgação. Receberam o nome de poetas marginais por
outro fazendo uma ruptura com essas tradições. estarem à margem dos que já estavam em evidência.

Vemos nessas manifestações a questão do Ludismo, ou


seja, as paródias. Há grande intertextualidade também
presente.

A poesia passa a conter uma reflexão sobre a realidade,


possuindo novas técnicas e formas de expressão.

Em meio a essa arte, não poderiam ficar de fora algumas


Vanguardas, como:

 Concretismo
 Tropicalismo
 Poesia Marginal

Concretismo

 Poesia concreta;
 Nova forma de escrita, considerando o verso
tradicional ultrapassado;
 Valorização do aspecto gráfico das palavras;
 Entendimento dos poemas como verbais,
sonoros e visuais.

Do Concretismo surgiu um grupo que, ao não se encaixar


bem em sua proposta, criou a Poesia Práxis, com as
seguintes características:

 Intensidade na escrita;
 Escreve-se sobre “áreas”, não mais sobre
“temas”, tendo a primeira uma visão muito mais
abrangente sobre um determinado assunto;
 Valorização da Composição, ou seja, palavras
formando outras palavras.

Além da Poesia Práxis, há também a Poesia Social:

 Retorno sutil ao tradicionalismo;


 Assuntos sociais, políticos e econômicos;

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MODERNISMO EM PORTUGAL

AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO Expressionismo

Tem início durante a primeira guerra mundial, ou seja, em  Valorização do eu interior;


um período extremamente conturbado. Além disso, nasce  Subjetivismo;
numa época de forte industrialização e avanços  Expressão da angústia;
tecnológicos, os chamados “tempos modernos”.  Temas ilógicos.

O marco inicial é a publicação da Revista Orpheu, em


1915, que visava uma ruptura com o idealismo e com o
tradicionalismo, exibindo a realidade do mundo naquele Cubismo
momento, justamente para chocar a sociedade e fazê-la
acordar.  Formas geométricas;
 Retratação do perfil e da fronte ao mesmo
Os autores que tiveram a iniciativa de publicá-la foram os tempo;
renomados Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro e  Liberdade de escrita;
Almada Negreiros. Todos possuíam uma visão futurista  Ruptura com rimas e tradicionalismos;
em comum, rompendo com o passado e avançando  Principal autor: Pablo Picasso.
juntamente com o mundo.

Dadaísmo
AULA 2 - AUTORES
 O mais rebelde dos movimentos;
Fernando Pessoa  Ruptura total com o tradicionalismo;
 Contra as crises sociais e políticas;
 Principal representante do Modernismo em  Escrita livre;
Portugal;  Fundador: Tristan Tzara.
 Sua obra divide-se em ortônimo (ele mesmo, sua
própria voz) e heterônimos. Seus heterônimos
são:
Surrealismo
Alberto Caeiro
 Sonhos;
Homem do campo, órfão, de poucos estudos,  Apego às teses psicanalíticas de Freud;
autor de textos simples e sentimentais.  Busca do homem primitivo;
 Escrita por impulso;
Ricardo Reis  Valorização do irreal.

Médico, monarquista, dono de linguagem


culta, extremamente racional e que aborda,
também, a mitologia em seus escritos.

Álvaro de Campos

Engenheiro naval, rebelde, emocional e


futurista.

AULA 3 - VANGUARDAS EUROPEIAS

As Vanguardas Europeias foram manifestações artísticas


e literárias do início do século XX. São elas:

Futurismo

 Expressão da velocidade;
 Mundo novo, avanço das máquinas e da
tecnologia;
 Principal autor: Marinetti, que visava romper com
a sintaxe.

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1
MODERNISMO NO BRASIL – 1ª FASE

AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO  Muito culto;


 Assunto principal: mudanças na cidade de São
A primeira fase do Modernismo no Brasil também é Paulo nos anos 20;
conhecida como Fase Heroica, ou Fase de Destruição, e  Principais obras: Pauliceia Desvairada, Clã do
aconteceu entre 1922 e 1930. Surgiu em meio ao seguinte Jabuti, Amar – Verbo Intransitivo e Macunaíma.
contexto:

 Fundação do Partido Comunista;


 São Paulo como centro da cultura e da economia Manuel Bandeira
do país;
 Crise econômica no país.  Preso aos valores parnasianos;
 “Libertinagem”;
Além disso, seu marco inicial foi a Semana da Arte  Linguagem coloquial;
Moderna, que ocorreu em fevereiro de 1922.  Assuntos principais: negros, atualidades e sua
doença;
A Semana de Arte Moderna representou  Principais publicações: Poética e Pneumotórax.

 A união entre as manifestações artísticas;


 A junção das visões de artistas do Rio de Janeiro
e de São Paulo;
 A formação do “grupo dos cinco”, que foram os
representantes iniciais do Modernismo no Brasil:
Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Mário de AULA 4 – MOVIMENTOS DA 1ª FASE MODERNISTA
Andrade, Oswald de Andrade e Menoth Del
Picchia. Movimento Pau-Brasil

Iniciado em 1924, liderado por Oswald de Andrade;

Buscava a redescoberta do Brasil, diante das inovações


ocorridas naquela época. Por esse motivo é considerado
AULA 2 - CARACTERÍSTICAS um movimento primitivista;

 Experimentalismo, ou seja, mudança de gêneros Exaltava o progresso da pátria;


e vocabulário;
 Ruptura com o passado; Principal participante, ao lado de Oswald de Andrade:
 Paródia, piada, sarcasmo; Tarcila do Amaral.
 Polêmica;
 Liberdade de expressão;
 Linguagem coloquial;
 Assuntos cotidianos; Movimento Verde-Amarelo
 Nacionalismo.
Iniciado em 1924, liderado por Plínio Salgado;

Extremamente nacionalista, buscando o total rompimento


com os moldes europeus.
AULA 3 - AUTORES
Tinha a anta como símbolo, por ser um animal
considerado mítico no Tupi, enfatizando a busca pelas
Oswald de Andrade
raízes nacionais.
 Ligado aos movimentos “Pau Brasil” e
“Antropofágico”;
 Autor polêmico;
 Preferência por poemas curtos; Movimento Antropofágico
 Mistura de prosa com poesia;
 Temas antirromânticos; Iniciado a partir da publicação da Revista Antropofagia,
 Principais obras: Memórias Sentimentais de João liderada por Oswald de Andrade, Alcântara Machado e
Miramar e Serafim Ponte Grande. Tarsila do Amaral;

Foi uma reação ao extremismo do Movimento Verde-


Amarelo, buscando revitalizar e consolidar o Movimento
Mário de Andrade Pau-Brasil.

 Chamado de “Papa do Modernismo”;

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1
MODERNISMO NO BRASIL – 2ª FASE

AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO Vinicius de Moraes

Ocorreu entre 1930 e 1945, representando o  1ª fase: neosimbolista;


amadurecimento do Modernismo, e deixando de lado a  2ª fase: temas como: sensualidade, mulheres e
rebeldia da 1ª fase. temas sociais;
 Participação no Movimento Bossa Nova;
 Aconteceu durante a Era Vargas e logo após a
crise de 1929;
 Além disso, teve início enquanto eclodia a
revolução de 1930, justamente a qual colocou AULA 4 - AUTORES – PROSA
Getúlio Vargas ao poder;
 São Paulo teve a inauguração de sua primeira A prosa da 2ª fase modernista ficou conhecida como
universidade estadual, a USP, em 1934; “Romance de 30”, e possui as seguintes características:
 Nesse período também enfrentamos o Estado
Novo, que foi de 1937 a 1945;  Regionalismo (porém com linguagem não
 E, finalizando, a 2ª fase do Modernismo ocorreu tipicamente regional)
também enquanto o mundo vivia a 2ª Guerra  Neorrealismo
Mundial, que foi de 1939 a 1945.  Abordagem de temas sociais

AULA 2 - CARACTERÍSTICAS José Lins do Rego

 Linguagem coloquial;  Temas bem brasileiros, como o ciclo da cana de


 Versos livres; açúcar, devido a ter vivenciado o dia a dia no
 Retorno ao lirismo; engenho;
 Poesia de questionamento;  Sua principal obra é Fogo Morto, que representa
 Liberdade temática. a queda do engenho.

AULA 3 - AUTORES - POESIA Jorge Amado

Manuel Bandeira 1ª fase

 Tinha um estilo básico e simples de escrever;  Ideais políticos;


 Linguagem coloquial;  Exibição do ponto de vista dos marginalizados
 Autobiográfico; pelo sistema;
 Principais temas: erotismo, morte, problemas  Principal obra dessa fase: Capitães de Areia.
sociais, volta à infância / saudosismo.
2ª fase

 Representação da cultura popular da Bahia;


Cecília Meireles  Erotismo;
 Exposição das religiões africanas;
 Tom delicado;  Personagens felizes à margem da sociedade;
 Intimista;  Principal obra dessa fase: Gabriela.
 Passou por experiências de perda que retratou
em suas obras;
 Uso de simbologias;
 Poesia histórica, como O Romanceiro da Graciliano Ramos
Inconfidência, que traz romances medievais;
 Principais temas: transitoriedade, vida, solidão,  Forma de pensar reflexiva sobre o mundo;
morte.  Escrita direta e objetiva;
 Representação do sertão nordestino;
 Principais obras: São Bernardo e Vidas Secas.

Carlos Drummond de Andrade

 Grande representante da poesia moderna; Érico Veríssimo


 Tom de humor, paródia;
 Temas variados, como: amor, amizade, família, 1ª fase
cotidiano, etc.
 Romances Urbanos;

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1
MODERNISMO NO BRASIL – 2ª FASE

 Vida dos gaúchos nas décadas de 30 e 40;


 Suas obras nesta fase eram paralelas, e ao final,
todas tinham uma ligação.

2ª fase

 Romance Histórico;
 Principal obra dessa fase: O Tempo e o Vento.

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2
MODERNISMO NO BRASIL – 3ª FASE

AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO  Principal tema: assuntos sociais;


 Principal obra: Morte e Vida Severina.
Essa última fase no Modernismo no Brasil ficou conhecida
como “Geração de 45”.

Teve início ao final da Era Vargas e estendeu-se durante a


Ditadura Militar e Guerra Fria. Ou seja, ocorreu em meio a
uma época conturbada em nosso país e no mundo.

AULA 2 - CARACTERÍSTICAS

Prosa

A prosa caracterizou-se pela continuidade ao Romance de


1930, ou seja, abordando o regionalismo, os temas
urbanos e os tons psicológicos e introspectivos.

Poesia

A poesia caracterizou-se por:

 Busca pela análise interior, pelo próprio “eu”;


 Oposição à linguagem coloquial e à liberdade
formal;
 Valorização da norma culta;
 Temática universalista.

AULA 3 - AUTORES

João Guimarães Rosa

 Regionalismo;
 Universalismo;
 Neologismos;
 Representação do homem em sua relação com o
meio em que vive;
 Destaque para o povo sertanejo, inclusive seu
modo de falar;
 Principais obras: Sagarana e Grande Sertão:
Veredas.

Clarice Lispector

 Romances e contos introspectivos;


 Sondagem psicológica e valorização do “EU”;
 Linguagem simples;
 Atemporalidade, tempo psicológico;
 Principais obras: Laços de Família e A Hora da
Estrela.

João Cabral de Melo Neto

 Preocupação com os aspectos formais na


construção do poema;

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PARNASIANISMO

AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO  Desprendimento do tema;


 Escrita morna, sem vida;
O Parnasianismo é contemporâneo ao Realismo e ao  Excesso de descrições.
Naturalismo, porém é exclusivamente poético e tem
características bem distintas, como o culto à beleza, à
estética e à perfeição formal na escrita.
Raimundo Correia
É a escola da arte pela arte gerando forte presença da
metalinguagem. Características de seus poemas:

Recebeu esse nome devido a uma região montanhosa na  Reflexões, pessimismo;


Grécia, Parnasse, onde acreditava-se que Apolo vivia com  Temas sobre a natureza e melancolia;
suas ninfas, também sendo habitada por poetas. E,  Questões moralistas.
quando fala-se em Grécia, remete-se ao clássico. Desse
modo, o Parnasianismo busca esse retorno ao clássico, às
métricas valorizadas antigamente.

Os primeiros poetas parnasianos publicavam suas obras


na revista francesa Le Parnasse Contemporain.

Esta escola também nasceu em meio ao contexto da


abolição da escravatura, da proclamação da república no
Brasil e do fim do regime militar, sendo todos esses fatos
ligados à liberdade, à mudança, exercendo influência
direta sobre as obras parnasianas.

AULA 2 - CACARTERÍSTICAS

 Não valorização do sentimentalismo;


 Frieza na escrita;
 Perfeição formal dos poemas;
 Arte pela Arte. Arte falando da arte,
metalinguagem;
 Objetividade;
 Impessoalidade;
 Preciosismo vocabular, rebuscamento;
 Neologismos;
 Preferência por sonetos;
 Visão sensual da mulher;
 Mitologia.

AULA 3 - AUTORES

Olavo Bilac

Características de seus poemas:

 Abordava (discretamente) temas nacionalistas;


 Reflexões sobre a perfeição e a existência;
 Presença da sensualidade (também
discretamente);
 Retomada das formas clássicas.

Alberto Oliveira

Características de seus poemas:

 Perfeição na escrita;

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1
PRÉ-MODERNISMO

AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO  Linguagem coloquial;


 Presença de temas nacionalistas, expostos em
É importante ressaltar que o Pré-Modernismo não é uma tom irônico;
escola literária. É um período de transição.  Sua principal obra foi O Triste Fim de Policarpo
Quaresma, em que ele trata e critica de forma
Marca o início do século XX, estendendo-se até 1922. irreverente os problemas do nosso país na
época.
Ocorre no período de ascensão da República, um período
ainda conflituoso, repleto de manifestações populares etc. Monteiro Lobato
Além disso, ao redor do mundo está acontecendo a 1ª
guerra mundial. E, mais especificamente no Brasil,  Em seu primeiro momento escrevia literatura
estamos vivenciando o Ciclo do Cangaço, a Guerra de adulta, sendo suas principais obras Cidades
Canudos, a República do Café com Leite e as Revoltas da Mortas, Urupês e Negrinha;
Vacina e da Chibata. Ou seja, percebe-se um despertar do  Principal tema: regionalismo, mais precisamente
povo brasileiro, e essa é uma característica também a miséria e o abandono no interior de São Paulo;
presente na literatura desse período.  Personagens que aludem ao caipira, ao povo
humilde do interior;
 Resistente à mudança estética.

AULA 2 - CACARTERÍSTICAS Augusto dos Anjos

 Muitos autores e obras bastante extensas;  Autor singular, que nunca buscou se ligar a
 Mescla de tendências do século XIX; nenhuma escola literária;
 Literatura regionalista e documental, expondo a  Preferência pela poesia, uma poesia cientificista;
realidade brasileira;  Linguagem culta;
 Exposição dos problemas sociais;  Principal tema: existência de forma material;
 Linguagem conservadora, imitando o “homem da  Pessimista;
terra”, o nativo;  Sua única obra publicada é Eu, que trata da
 Personagens marginalizados; morte física e da decomposição da matéria.
 Retratação das diferentes classes sociais de
nosso país. Miséria.

AULA 3 - AUTORES

Euclides da Cunha

 Temas como miséria e abandono;


 Linguagem sofisticada;
 Sua principal obra, Os Sertões, com trações bem
documentais, nasceu a partir de uma cobertura
que fez para o jornal O Estado de São Paulo
sobre a Guerra de Canudos.

Os Sertões

Esta obra é dividida em três partes:

1. A primeira, A TERRA, trata do nosso clima,


da seca, do árido, mais especificamente da
região nordeste, onde ocorreu a guerra;
2. A segunda, O HOMEM, trata do povo, de
seu comportamento e costumes;
3. E a terceira, A GUERRA, trata justamente
da documentação da Guerra de Canudos e
seus reflexos e consequências.

Lima Barreto

 Temas de crítica social e retratação do subúrbio


carioca;

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REALISMO

AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO AULA 3 - REALISMO EM PORTUGAL

O Realismo surgiu na Europa, mais precisamente na Em Portugal, o Realismo teve início em 1865, em meio à
França, no final do século XIX. A primeira obra dessa Questão Coimbrã e às Conferências do Cassino, sendo
escola foi Madame Bovary, de Gustave Flaubert, tendo essa última a que realmente consolidou as características
como tema principal os assuntos cotidianos e o adultério, Realistas em Portugal.
de forma bem objetiva. Essa objetividade é uma das
principais características do Realismo. O marco inicial dessa nova escola em Portugal foi com a
obra “O Realismo como Nova Expressão da Arte”, de Eça
Nascia ali o Ciclo Antirromântico, que derrubava a forma de Queirós, o maior nome do Realismo português, e autor
de se expressar da escola anterior, o Romantismo, visto do livro “O Crime do Padre Amaro”, obra importantíssima
que agora a subjetividade era substituída pela clareza e desse período realista.
objetividade, e o amor não era mais idealizado, e sim
exposto em sua forma real, com suas imperfeições e
peripécias.

Assim, os valores Realistas eram, basicamente:

 a Crítica social direta; e,


 a Crítica ao catolicismo. AULA 4 - REALISMO NO BRASIL

Os principais autores europeus dessa época são Gustave No Brasil o Realismo foi instituído entre 1850, a partir da
Flaubert, que deu início à escola, Eça de Queirós e decadência da economia açucareira, e 1881, com a
Charles Dickens. publicação das obras “Memórias Póstumas de Brás
Cubas”, do principal nome do Realismo brasileiro –
Dessa forma, o Realismo surgiu em meio ao seguinte Machado de Assis -, e “O Mulato”, de Aluísio de Azevedo,
contexto: considerada Naturalista.

 Segunda Revolução Industrial, colocando o


Capitalismo cada vez mais em alta;
 Segundo reinado de Pedro II, ou seja, final do
império;
 Abolição da Escravatura;
 Proclamação da República.
AULA 5 – REALISMO NO BRASIL: AUTORES

Aluísio de Azevedo (Naturalismo)

Escreveu peças de teatro e romances, dentre os quis se


destacam as obras O Mulato, obra que deu início ao
Naturalismo no Brasil em 1881, e O Cortiço, sua produção
AULA 2 - CARACTERÍSTICAS GERAIS mais conhecida.

 Realidade como fundamento; O Mulato, que aborda a questão do preconceito racial,


 Temas do cotidiano, egoísmo, adultério; demarca também o início da narrativa realista-naturalista,
 Destaque da classe trabalhadora nas obras; sendo esta repleta de descrições a fim de situar o leitor no
 Verossimilhança, ou seja, aproximação da
ambiente da história.
realidade;
 Descrição, análise e crítica da sociedade;
O Cortiço retrata o cotidiano carioca, mostrando um Rio de
 Ausência do heroísmo e da melancolia
Janeiro em crescimento, onde a pobreza e as
tipicamente românticos;
aglomerações sociais em virtude da escravidão e da
 Fiel retratação das personagens, excesso de
detalhes; imigração são reinantes, originando, assim, os cortiços. É
 Objetividade; uma obra com forte carga de denúncia social, onde a
 Mulher, amor e sentimentos tratados de forma exploração do mais forte sobre o mais fraco fica bem
real, não mais idealizada; evidenciada.
 Personagens analisadas psicologicamente;
 Enredo em 3ª pessoa onisciente, imparcial e Raul Pompeia (Realismo/Naturalismo)
impessoal. Visão generalizada.
A marca de Raul Pompeia, cuja principal obra é O Ateneu,
é a versatilidade. O autor mescla em sua obra traços do
Realismo Psicológico, do Impressionismo, do
Expressionismo, do Naturalismo e do Simbolismo, que
seria a escola literária subsequente.

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1
REALISMO

O Ateneu é, na verdade, uma autobiografia de Raul Bentinho se divorcia de Capitu e a manda com o filho para
Pompeia, que conta a história da época em que foi aluno o exterior, onde a moça acaba morrendo depois de um
do Colégio Abílio, dos 10 aos 12 anos, denunciando o tempo. E, assim, ele se torna Dom Casmurro, um homem
autoritarismo do diretor Barão de Macaúbas. Ademais, os amargo e triste.
conflitos psicológicos vividos pelo protagonista e a
desumanização das pessoas também são parte essencial Apesar disso tudo, não fica explícito na obra se a traição
deste livro. ocorreu ou não. É uma interpretação subjetiva.

AULA 7 - NATURALISMO
AULA 6 – REALISMO: MACHADO DE ASSIS
O Naturalismo possui muitas características em comum
Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, em
com o Realismo, mas ficou conhecido como o “Realismo
21/06/1839.
Científico”, justamente por ser influenciado por doutrinas
científicas e materialistas.
O marco inicial do Realismo no Brasil foi sua obra
“Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de 1881. Machado
Outra divergência básica entre o Realismo e o
também escrevia peças de teatro, crônicas, críticas
Naturalismo, é que o primeiro trata do individual, enquanto
literárias e poesias.
o último aborda o coletivo. Além disso, enquanto o
Realismo retrata mais as camadas altas da sociedade, o
As principais características de suas obras são:
Naturalismo se preocupa em registrar em suas obras as
camadas mais baixas.
 Retratação de assuntos polêmicos em seus
contos;
Características
 Utilização de personagens metafísicos, além dos
tradicionais, como na própria obra “Memórias
 Ocorreu no Brasil entre 1881 e 1922;
Póstumas”, em que o falante é uma pessoa
 Era embasado no Positivismo (que pregava que
morta;
toda teoria deveria ter um fundamento científico),
 Forte presença da ironia;
no Determinismo (crendo que o homem era
 Utilização do tempo psicológico, quebrando a
influenciado por seu meio social, sua raça e pelo
linearidade da história;
momento histórico que vivia) e no Darwinismo
 Crítica à sociedade;
(que acreditava na dominação dos mais fortes
 Descrença na melhoria dessa sociedade,
sobre os mais fracos);
desesperança;
 Objetividade / antirromantismo;
 Narradores em 1ª pessoa;
 Romance de Tese, ou seja, baseado em teses
 Digressão (envolvimento do leitor na história) e
científicas.
metalinguagem (o texto falando do próprio texto).

O Cortiço
Dom Casmurro
“O Cortiço”, de Aluísio de Azevedo, de 1890, é
Tema: adultério (porém, não há certeza de que realmente
considerada a principal obra do Naturalismo brasileiro.
houve traição).
Características da obra:
Narrador em 1ª pessoa: o próprio Dom Casmurro, cujo
verdadeiro nome era Bentinho.
 É um romance de tese;
 A personagem principal é o próprio cortiço, já
Resumo da obra:
que essa escola aborda o coletivo, em vez do
individual;
A mãe de Bentinho, dona Maria, deseja que o filho sirva a
 Narrador em 3ª pessoa onisciente;
Deus. Entretanto, Bentinho era apaixonado por Capitu, e,
 Tempo linear, sequência de fatos;
contrariando a vontade da mãe, se casa com a moça.
 Retratação da classe baixa, que vive no cortiço.
Paralelamente, seu melhor amigo, Escobar, casa-se com
Sancha, a melhor amiga de Capitu.

Posteriormente, Bentinho e Capitu têm um filho chamado


Ezequiel, que à medida que cresce, passa a se parecer
cada vez mais com Escobar. É a partir disso que surge a
desconfiança do adultério.

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2
ROMANTISMO

AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO Além disso, o cenário do nascimento do Romantismo em


Portugal também era de disputa pelo poder.
Teve inicio na Europa no final do século XVIII, na Europa,
obtendo maior destaque na França. Desenvolveu-se em Depois de abdicar do trono brasileiro em favor do filho, D.
meio à Revolução Industrial e à Revolução Francesa. Pedro I volta para Portugal para disputar o trono com seu
irmão D. Miguel. Essa disputa foi vista como uma luta
Acontece que a partir da segunda metade do século XVIII entre o liberalismo de D. Pedro e o absolutismo de D.
começou a constituir-se na Inglaterra a sociedade Miguel. Enfim, D. Pedro sai vitorioso e começam a ocorrer
industrial. Passou-se bruscamente do sistema doméstico diversas mudanças sociais e políticas, apesar de as
ao sistema fabril de produção, provocando o surgimento disputas entre conservadores e liberais ter perdurado por
de várias cidades industriais. Assim, a burguesia começou todo o século XIX.
a crescer econômica e politicamente e o proletariado
(trabalhadores) começou a crescer em número. Da antiga Assim, é nesse ambiente de lutas políticas e
sociedade de senhores e servos, passou-se à sociedade reivindicações liberais que se desenvolve o Romantismo
de operários e empresários. português.

A Revolução Francesa, por sua vez, desencadeada em Seu marco inicial foi em 1825 com a publicação do poema
1789, acabou por levar a burguesia ao poder. Assim, Camões, de Almeida Garret, em que o autor faz uma
ambas as revoluções incentivaram a livre-iniciativa, o espécie de biografia sentimental do poeta.
individualismo econômico e o liberalismo político,
estimulando também o nacionalismo. Esse clima de Esse primeiro momento do Romantismo português é
valorização da liberdade e renovação marcou muito a subdividido em três fases:
literatura romântica, afinal, principalmente baseados nessa
liberdade, os poetas se sentiram livres para expressar 1. Prisão ao Neoclassicismo: ainda havia traços
seus sentimentos na poesia, além de não se sentirem presos ao Neoclassicismo (ou Arcadismo), como
mais presos à métrica dos versos que as escolas a poesia de Almeida Garret e Alexandre
anteriores valorizavam. Nascia uma nova forma de Herculano.
escrever. 2. Início dos Exageros: os poetas se assumem
inteiramente românticos, deixando a escola
Desse modo, o Romantismo é a escola da expressão dos anterior para trás. É o caso de Soares de Passos
sentimentos, da liberdade de expressão. Por isso, alguns e Camilo Castelo Branco.
escritores passaram a falar da natureza e do amor num 3. Início dos Traços Realistas: os poetas já estão
tom pessoal e melancólico, fazendo da literatura uma deixando o Romantismo para trás e inserindo
forma de expressar seus sentimentos. Além disso, traços da escola posterior em suas obras: o
voltaram-se para os tempos medievais, época da Realismo. Os poetas de destaque são João de
formação de suas nações, valorizando os heróis e as Deus e Júlio Dinis.
tradições populares, exaltando o nacionalismo. E essa
liberdade também fica evidente na forma de escrever, já
que os escritores românticos abandonaram o tom solene e
adotaram um estilo simples e comunicativo na escrita. Características dos autores portugueses

As principais obras Românticas na Europa são: Almeida Garret

 Contos e Inocência, de Willian Blake;  Precursor do Romantismo em Portugal, com a


 Os Miseráveis, de Victor Hugo; obra Camões;
 Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas.  Apesar disso ele não se intitulava nem clássico
nem romântico e, de fato, suas criações como
poeta, prosador e dramaturgo estavam longe do
sentimentalismo exagerado que caracteriza o
AULA 2 - ROMANTISMO EM PORTUGAL típico escritor romântico.

Em Portugal o Romantismo surgiu em meio a uma grande Alexandre Herculano


agitação política.
 A característica principal de suas obras é a
Em 1808 a corte de D. João VI se transfere para o Brasil, historiografia, o relato da história de Portugal;
ameaçada pelas tropas de Napoleão Bonaparte. A partir  Sua principal obra é Eurico, o Presbítero, que
daí é organizado um movimento de resistência que fala sobre a figura do Clero, destacando o amor
consegue expulsar o invasor e, em 1820, ocorre na cidade proibido, além da retomada do poder de
de Porto uma rebelião que se espalha por todo o país, Portugal.
combatendo a monarquia absolutista, forma de governo
em que o rei exerce o poder absoluto, superior ao poder Camilo Castelo Branco
de outros órgãos do Estado.
 Foi o primeiro autor a ganhar a vida com a
Literatura. Ele vivia dela, e escrevia sobre temas

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1
ROMANTISMO

que seriam lucrativos para ele. É considerado o  Índio como herói. Figura do “bom selvagem”;
criador da novela passional portuguesa, isto é,  Exaltação de nossas paisagens naturais e de
das histórias que envolvem a paixão; nossa pátria;
 Sua obra mais conhecida, e de maior destaque  Principais poetas: Gonçalves de Magalhães e
como novela passional, é Amor de Perdição. Gonçalves Dias, sendo este último o autor da
clamada obra Canção do Exílio.
Soares de Passos
2ª Geração: Ultrarromântica / Mal do Século
 Principal obra: Noivado no Sepulcro, que trata de
temas mais melancólicos, sobre a morte etc.  Individualismo / Egocentrismo;
 Morte como refúgio;
João de Deus  Idealização do amor perfeito;
 Pessimismo;
 Sua única obra foi Campo de Flores.  Saudade da infância;
 Principais poetas: Álvares de Azevedo e
Julio Dinis Casimiro de Abreu, sendo este último autor da
renomada obra Meus Oito Anos.
 Em sua obra não há o clima de tragédia e
fatalismo que marca, por exemplo, a novela 3ª Geração: Social / Libertária
passional de Camilo Castelo Branco. Ainda que
fale de amor e paixão, fala de um jeito mais  Abordagem das questões sociais, principalmente
simples e, no final, os mal entendidos se acerca da abolição da escravatura;
esclarecem e tudo se resolve. Sua obra possui  Linguagem enfática;
um ar de otimismo e esperança;  Defesa dos escravos;
 Obra mais conhecida, inclusive com grande  Erotismo;
repercussão no Brasil: As Pupilas do Senhor  Principal poeta: Castro Alves, “o poeta dos
Reitor. escravos”, tendo como obra de destaque O
Navio Negreiro.

AULA 3 - CARACTERÍSTICAS GERAIS


AULA 5 - ROMANTISMO NO BRASIL – PROSA
 Liberdade de criação e expressão;
 Individualismo / subjetivismo;  Surgimento dos folhetins, a partir da implantação
 Valorização das emoções; da imprensa no Brasil, que veio com a chegada
 Nacionalismo; da família real, em 1808. Esses folhetins eram o
 Escapismo / fuga da realidade; que chamamos hoje de telenovelas.
 Pessimismo;  Herói idealizado.
 Valorização da natureza;  A literatura passar a ter um público alvo, visando
 Religiosidade / Cristianismo; à lucratividade.
 Idealismo.  Exaltação do Brasil / nacionalismo
 Flashbacks: recordações utilizadas para explicar
acontecimentos do presente.
 Sentimentalismo explícito.
AULA 4 - ROMANTISMO NO BRASIL – POESIA

Teve início em 1808, com a chegada da família real.


Tipos de romance
É a primeira escola literária do Brasil que assume maior
independência em relação à literatura europeia, até pelo Indianista
fato de ter inicio próximo à nossa independência de
Portugal, em 1822.  Exaltação da cultura e costumes indígenas;
 Índio representado como herói;
O sentimento nacionalista passa a ser expresso na arte,  Representação da paisagem brasileira;
ressaltando principalmente a figura do índio.  Principais obras: Iracema e O Guarani, ambas de
José de Alencar.
O marco inicial do Romantismo no Brasil é a publicação
das obras “Suspiros Poéticos” e “Saudades”, ambas de Histórico
Gonçalves de Magalhães.
 Exposição dos costumes do passado;
As três gerações românticas brasileiras  Mescla de ficção e realidade;
 Principais obras: As Minas de Prata e A Guerra
1ª Geração: Nacionalista / Indianista dos Mascates, ambas também de José de
Alencar.

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2
ROMANTISMO

Urbano

 Exposição dos costumes no ambiente urbano,


principalmente na cidade do Rio de Janeiro;
 Principais obras: A Moreninha, de Joaquim
Manuel de Macedo, Memórias de um Sargento
de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida,
Senhora, de José de Alencar.

Sertanejo

 Aborda temas e situações que se passam longe


dos ambientes urbanos, focando no povo do
interior e em seus costumes;
 Principal obra: O Sertanejo, de José de Alencar.

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3
SIMBOLISMO

AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO AULA 4 - AUTORES BRASILEIROS

O Simbolismo surgiu paralelamente ao Realismo, Cruz e Souza


Naturalismo e Parnasianismo.
Características:
Teve inicio na França, no final do século XIX, com a obra
As Flores do Mal, de Charles Baudelaire, em 1857.  Representante mundial do Simbolismo;
 Fascínio pela cor branca, talvez pelo fato de ser
Essa escola surgiu em um momento em que a Europa negro, filho de escravos e ter sofrido preconceito
passava por um período de grande tensão, juntamente racial;
com as evoluções que o mundo vivenciava. E essas  Temas espirituais;
evoluções e revoluções foram refletidas também na  Retratação da dor e do sofrimento;
literatura, gerando essas ramificações de escolas literárias  Exposição da condição do negro na época;
contemporâneas.  Erotismo.

Assim, em meio aos Realistas e Naturalistas, surgem os


Simbolistas, totalmente avessos a essas duas escolas e
também ao Parnasianismo. Em suma, eles buscavam Alphonsus de Guimarães
resgatar os valores românticos já esquecidos, trabalhando
bastante a questão da individualidade, em oposição ao Características:
Realismo e Naturalismo, que trabalhavam a coletividade.
 Temas melancólicos, envolvendo a dor da perda,
devido à morte de sua noiva;
 Presença de traços de paisagens;
AULA 2 - CACARTERÍSTICAS GERAIS  Religiosidade;
 Idealização do amor.
 Visão intuitiva da realidade / exposição do
sensorial;
 Busca do interior, do inconsciente, da
individualidade;
 Subjetividade, egocentrismo;
 Temas envolvendo a espiritualidade e o
misticismo;
 Presença de sonhos e sexualidade;
 Fascínio pela cor branca;
 Letras maiúsculas enfatizando alguns termos;
 Musicalidade, demarcada pela presença de
rimas, assonâncias e aliterações.

AULA 3 - SIMBOLISMO EM PORTUGAL E NO BRASIL

Tanto em Portugal quanto no Brasil, o Simbolismo não


teve tanta relevância quanto na França.

Em Portugal essa escola teve inicio com a obra Oaristos,


de Eugênio de Castro, em 1890.

Outros importantes simbolistas portugueses foram Camilo


Pessanha, Antônio Nobre e Augusto Gil.

Já no Brasil, o marco inicial é a publicação das obras


Missal (prosa) e Broquéis (poesia), ambas de Cruz e
Sousa, o maior representante desse movimento em nosso
país, em 1893.

Outros nomes do Simbolismo brasileiro são Alphonsus de


Guimarães e Augusto dos Anjos, estando este último já
numa transição para o Modernismo.

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TROVADORISMO

AULA 1 - CONTEXTO HISTÓRICO servo, e a partir disso nascia o sofrimento dele em não
poder tê-la, visto que, além de tudo, eram de camadas
O Trovadorismo teve início em Provença, sul da França, sociais diferentes.
no século XII.
Trovadorismo em Portugal
Após o fim do Império Romano e das invasões bárbaras,
houve a fuga das pessoas da cidade para o campo. A O início do Trovadorismo em Portugal aconteceu com a
partir daí iniciou-se o Feudalismo. obra A Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós.

Feudalismo: recebeu esse nome por causa dos feudos, Cancioneiros:


que eram pedaços de terra cujos proprietários eram os
senhores feudais, homens do clero com elevado poder  Cancioneiro da Ajuda
aquisitivo. Os senhores feudais concediam pedaços de  Cancioneiro da Vaticana
terra aos servos, que eram as pessoas que tinham  Cancioneiro da Biblioteca Nacional
deixado a cidade para habitar o campo. Em troca destas
terras, os servos pagavam impostos aos senhores, além Os trovadores eram os compositores das cantigas.
de prestar favores a estes. Assim, havia uma relação de Faziam parte da nobreza.
interdependência entre eles.
Os jograis eram os que recitavam as cantigas, ou em
Vassalagem: nessa relação, o Suserano era o nobre dono festas da nobreza ou em praças públicas.
das terras, como um senhor feudal. Porém, havia alguns
nobres, denominados Vassalos, que ainda não possuíam
seus pedaços de terra. Assim, o Suserano cedia um
pedaço de terra ao Vassalo, que passava a ser AULA 3 - GÊNERO LÍRICO
eternamente leal a ele, estando ao seu lado em possíveis
combates. Desse modo, o Vassalo gerava um novo feudo, O gênero lírico trata do amor, da expressão de
e a partir daí cedia partes de sua propriedade a outros sentimentos. Isso era realizado através de cantigas, que
servos, em troca de impostos e favores também. eram a palavra cantada. Subdivide-se em:

Educação no período: homens formados pra serem Cantigas de amor


cavaleiros; militarismo.
 Eu lírico masculino;
Princípios básicos: honra, lealdade, dignidade.  Amor cortês;
 Erotismo implícito;
Fundamentação nos princípios cristãos, que eram envoltos  Tema principal: amor impossível.
no Teocentrismo (Deus como centro de tudo).
Cantigas de amigo

 Eu lírico predominantemente feminino;


AULA 2 - CARACTERÍSTICAS  Sensualidade e erotismo explícitos;
 Elementos da natureza;
As obras do Trovadorismo podem ser divididas em:  Mulher lamenta a falta de seu amado;
 Presença de refrão.
Novelas de Cavalaria: prosas que contavam histórias
heroicas de cavaleiros do período.

Poesia Trovadoresca: tom lírico, tendo como tema o AULA 4 - GÊNERO SATÍRICO
amor e a emoção.
O gênero satírico trata de críticas sociais e, assim como no
Principais características gênero lírico, essas críticas eram feitas através de
cantigas, subdivididas em:
Mesura: era o cuidado em não falar o nome da mulher
amada, pois existia a questão do servo ser apaixonado por Cantigas de Escárnio
sua Senhora, sendo um romance proibido. Essa poesia,
ainda, abordava mais o sofrimento do servo submisso à  Crítica indireta;
sua Senhora do que a história de amor em si.  Linguagem popular;
 Abordagem de situações da época.
Coita: era o prazer interrompido entre o servo e a
Senhora. Ou seja, eles queriam dar continuidade a um Cantigas de Maldizer
amor que foi interrompido.
 Crítica direta;
Vassalagem amorosa: era uma metáfora da relação de  Linguagem baixa, pesada, uso de palavrões;
vassalagem entre o Suserano e o Vassalo. No caso da  Temas “mais pesados”.
poesia trovadoresca a amada era nobre, o homem era o

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ALUÍSIO AZEVEDO –
O CORTIÇO
AULA 1 – PERSONAGENS A obra narra inicialmente a trajetória de João Romão, dono
do cortiço, de uma pedreira e de uma taverna, em busca
Os personagens da obra são psicologicamente
do enriquecimento, não medindo esforços para isso, ou
superficiais, ou seja, o destaque vai para os tipos sociais.
seja, explorando seus empregados, furtando etc. Sua
Os principais são:
amante, a ex-escrava Bertoleza, o ajuda de domingo a
domingo, trabalhando incansavelmente.
João Romão: português ambicioso, dono de uma venda,
Em seguida entra na história Miranda, um
do cortiço e da pedreira. Aproveita-se da amante
comerciante bem estabelecido que desperta a inveja de
Bertoleza, mas acaba se casando com Zulmira, filha de
João Romão, que passa a trabalhar e explorar seus
Miranda, para subir na vida e alcançar uma posição de
empregados cada vez mais para se tornar mais rico que
mais prestígio na sociedade.
ele. Porém, no momento em que Miranda recebe o título
de barão, João Romão entende que não basta ganhar
Miranda: comerciante que mora no sobrado ao lado do
dinheiro, é necessário também possuir uma posição social
cortiço. É infeliz em seu casamento com Estela, mas não
reconhecida, como frequentar bons restaurantes, teatros,
se separa por razões financeiras e de exposição.
usar roupas finas etc. E começa a fazê-lo, até receber
também o mesmo título.
Jerônimo: português trabalhador, pai de família, torna-se
A partir daí João Romão se equipara à Miranda e
gerente da pedreira de João Romão, mas larga tudo para
viver uma paixão ardente com a mulata Rita Baiana. começa a imitar suas conquistas, reformando o cortiço, a
taverna etc, ostentando agora ares aristocráticos. Além

Bertoleza: escrava que pensa ser alforriada. Mantém uma disso, se aproxima da família de Miranda e pede a mão da

relação amorosa com João Romão, trabalha para ele e faz filha dele, Zulmira, em casamento, visando ascender ainda

tudo o que ele pede, cometendo suicídio ao final devido a mais. Há, entretanto, o empecilho representado por

ele denunciá-la a seus antigos patrões como fugitiva. Bertoleza, que, percebendo a intenção de João Romão em
se livrar dela, exige parte dos bens que ele acumulou

Zulmira: filha de Miranda, casa-se com João Romão e enquanto ela estava ao seu lado. Diante disso, para se ver

promove a ascensão social do dono do cortiço por meio do livre da amante, que atrapalha seus planos de ascensão

casamento. social, ele a denuncia a seus antigos donos como escrava


fugida. Assim, num gesto desesperado prestes a ser
Rita Baiana: mulata muito envolvente que assume um capturada, Bertoleza se mata, deixando o caminho livre
relacionamento com Jerônimo no decorrer da história. para o casamento de Romão e Zulmira.
Paralelamente à história da ganância de João
Piedade: esposa abandonada por Jerônimo que se torna Romão, estão os habitantes do cortiço: pessoas com
alcoólatra pelas desilusões da vida. menor ambição financeira, que todo o tempo servem de
exemplo das teses naturalistas, como o determinismo
Pombinha: jovem pura e tímida que se torna prostituta. biológico e geográfico, ao passo que são influenciados
pelo ambiente em que estão inseridos, como é o caso do
português Jerônimo, por exemplo, que tem uma vida
exemplar até cair nas graças da mulata Rita Baiana,
largando sua esposa e mudando todos os seus hábitos em
prol da atração sexual que sente pela nova moça.
Além dele, há o exemplo de Pombinha, uma
AULA 2 – RESUMO
moça culta que sonhava em se casar, mas renuncia a isso
Este romance é um importantíssimo exemplo das
para viver como prostituta, após se envolver com Léonie
teses naturalistas, que explicam o comportamento dos
(que também levava essa vida). Assim, esses
personagens com base na influência do meio, da raça e do
personagens são animalizados, colocados como agindo
momento histórico.
por puro instinto.

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1
ALUÍSIO AZEVEDO –
O CORTIÇO
julgamentos e buscando comprovar as influências do
meio, da raça e do momento histórico sobre eles.
Já sobre o tempo, ele é linear, cronológico, e o
espaço é dividido em dois: o cortiço, um amontoado de

AULA 3 – ANÁLISE DA OBRA pequenas casas desorganizadas onde os pobres vivem,


representando a mistura de raças e a promiscuidade das
O Cortiço é considerado o melhor representante do
classes desfavorecidas; e o sobrado de ares aristocráticos
movimento naturalista brasileiro, por expor de forma
do comerciante Miranda e sua família, representando a
excelente as teses naturalistas do início do século XIX,
burguesia em ascensão do século XIX.
apresentando-nos o condicionamento do homem ao meio
em que está inserido através da história que se passa
numa habitação coletiva de pessoas pobres, o cortiço, na
cidade do Rio de Janeiro.
O autor naturalista em geral intencionava provar
que este meio, a raça e o contexto histórico determinam a
conduta do homem. Desse modo, Aluísio pretende mostrar
que a mistura de raças em um mesmo ambiente resulta
em promiscuidade, amoralidade e completa degradação
humana, o que nos coloca diante de uma das principais
características do movimento naturalista: a animalização
dos personagens, que agem por instintos naturais, como
os sexuais e os de sobrevivência.
E, ademais dessa representação animalesca das
relações individuais e sentimentais, que levam o homem à
promiscuidade, há na obra destaque também para a
questão social, tendo como figura central João Romão,
que passa por cima de tudo e de todos em prol de sua
ascensão social e econômica, mostrando que o homem é
guiado pelo egoísmo, ganância e egocentrismo, havendo
aqui um retrato do Brasil do século XIX, com suas
diferenças sociais, desigualdades econômicas, regime de
trabalho escravo etc.
Outro fator interessantíssimo desta obra é que a
personagem principal é justamente o cortiço em si, não
alguém específico, embora haja alguns personagens com
mais destaque que outros, como é o caso de João Romão,
por exemplo. Num dado momento do romance o narrador
compara o cortiço a uma estrutura biológica, como uma
floresta, um ser vivo que cresce e se desenvolve, e que
determina o caráter moral de quem habita seu interior.
Assim, essa projeção do cortiço na obra, mais evidenciado
que as personagens, demonstra outra forte característica
do Naturalismo: a coletividade.
Quanto ao narrador, este é em terceira pessoa e
onisciente, isto é, conhece tudo acerca da história e dos
personagens, entrando em seus pensamentos, fazendo

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2
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE –
CLARO ENIGMA
RESUMO

Após um período de forte engajamento político,


Drummond passa por uma fase de decepção com os
rumos do Brasil e do mundo após a Segunda Guerra
Mundial. Por abandonar a militância, cerrou-se numa
introspecção mais acentuada. Claro Enigma é fruto dessa
introspecção, resultando em temas tratados de forma
profunda e transcendente.

Para entender melhor este livro, podemos compará-lo à


obra A Rosa do Povo, publicada anteriormente, em 1945,
onde predominava seu engajamento e compromisso
social. Em Claro Enigma surge o questionamento em torno
desse posicionamento de outrora. Assim, a poesia
abandona o desejo de buscar respostas e foca nas
perguntas que precisam ser feitas. Além disso, em virtude
dos fatos ocorridos ao longo dos anos 40, a esperança é
substituída pelo desencanto. Não há mais certezas. O
caminho a ser seguido é muito incerto, na realidade.

Entende-se agora que as certezas e as esperanças de


épocas anteriores são capazes de nos fazer sangrar. Até
por que, na época em que os poemas desta obra
começaram a ser escritos,
vivia-se a Guerra Fria e a ameaça da bomba atômica, e o
mundo mergulhava numa divisão ideológica entre
capitalismo e comunismo. Para um poeta como
Drummond, que sempre lutou pela liberdade, essa divisão
ideológica do mundo conduzia à perplexidade e ao
pessimismo em relação ao futuro.

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EÇA DE QUEIRÓS –
A CIDADE E AS SERRAS
AULA 1 – PERSONAGENS primeiro contato, mas aos poucos, porém, a natureza o
encantou e ele resolver ficar. Sentiu-se, inclusive, mais
Jacinto: O protagonista, residente em Paris, deslumbrado disposto, tanto que imediatamente passou a realizar
pela vida urbana, pelas inovações tecnológicas e algumas reformas na propriedade, melhorando as
científicas, mas que muda de postura ao longo da trama. condições de vida dos empregados e estabelecendo com
eles novas relações de trabalho.
José Fernandes: Narrador personagem, amigo
de Jacinto desde os tempos de estudante. Apaixonou-se por Joaninha, prima de Zé Fernandes, e
isso o faz se instalar definitivamente nas serras. Da
Jacinto Galião: Também chamado dom Galião, é avô modernidade parisiense, carrega consigo apenas a
de Jacinto. instalação do telefone, que lhe parece útil ali. Assim,
Jacinto encontra a “Suma Felicidade” bem distante da
Cintinho: Pai de Jacinto. civilização. Mas Zé Fernandes não comprova sua tese por
completo, visto que foi necessário fundir um pouco da
Grilo: O mais antigo criado de Jacinto, negro que desde a modernidade (o telefone) à vida serrana, não havendo
infância acompanha o patrão. uma dissolução por completo entre as duas formas de
vida.
Joaninha: Prima de Zé Fernandes, camponesa
portuguesa saudável e rústica, por quem Jacinto se
apaixona.

AULA 2 – RESUMO

O narrador Zé Fernandes tem como objetivo demonstrar


ao leitor que a vida no campo é superior à vida na cidade.
Para isso, conta a história de seu amigo Jacinto. Herdeiro
de grande fortuna, Jacinto morava em Paris e adorava a
cidade, que para ele era um exemplo perfeito de
civilização, e esta última seria o único espaço em que o
ser humano poderia ser plenamente feliz. Chegou a criar
uma fórmula, que mostrava que a tecnologia multiplicada
pela capacidade humana, conduzia à “Suma Felicidade”.

Jacinto e Zé Fernandes se conheceram na Universidade


em Paris, mas Zé teve que retornar a sua terra natal,
Portugal, por motivos familiares. Durante sete anos se
dedicou à administração da propriedade rural de sua
família nas serras portuguesas, e, decidindo tirar um
tempo para descansar, viaja a Paris para rever o amigo
Jacinto. Mas chegando lá o encontrou entristecido, muito
distante do homem vivaz que conhecera na juventude.
Seu estado de espírito causava espanto, já que Jacinto
tinha transformado seu palacete numa perfeita
demonstração da fórmula que havia criado na juventude,
adornando-o com as maiores novidades tecnológicas da
época e dotando-o de uma ampla biblioteca. Mas, a
despeito de tudo isso, Jacinto era infeliz. As amizades
eram falsas e superficiais, a tecnologia de que se cercava
não funcionava satisfatoriamente e, por fim, os livros que
lia lhe causavam aborrecimento.

Todavia, Zé Fernandes também se encantara por Paris, no


momento em que se deixou ser dominado por uma paixão
carnal pela prostituta Madame Colombe. Esse fato
também contraria as teorias de Jacinto, conforme as quais
o homem se tornava um selvagem no campo. Nesse caso,
foi a cidade de Paris que transformou Zé Fernandes num
macho instintivo.

Seguindo, ao receber a notícia de um desabamento em


sua propriedade em Tormes, na serra portuguesa, Jacinto
decidiu ir até lá, e Zé Fernandes o acompanhou. O atraso
e a rusticidade de Tormes surpreenderam Jacinto no

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1
GRACILIANO RAMOS –
VIDA SECAS
AULA 1 – PERSONAGENS situações, entra em constantes devaneios, recordações, e
algumas vezes chega a enxergar a família como um fardo
Baleia: cadela que é tratada como membro da família.
a carregar. Isso torna o tempo da obra uma mescla entre
Considerada a mais humana da obra.
cronológico e psicológico.

Sinhá Vitória: mulher de Fabiano, batalhadora e


Sinha Vitória, esposa de Fabiano, é uma mulher cheia de
inconformada com a miséria em que vivem. Esperta,
fé e muito trabalhadora, que além de cuidar dos filhos e da
sempre ajuda o marido no que pode.
casa, também ajuda o marido em seu trabalho. Sonhava
com um futuro melhor para seus filhos e não se
Fabiano: vaqueiro rude e sem instrução, que mal
conformava com a miséria em que viviam.
consegue se comunicar, se assemelhando mais a um
bicho.
E é nesse cenário de miséria que viviam os dois meninos,
não nomeados. O mais novo via na figura do pai um
Filhos: o mais novo admira a figura do pai vaqueiro,
exemplo, e queria ser vaqueiro como ele; o mais velho
integrado à terra em que vivem. Já o mais velho não tem
queria aprender sobre as palavras, inspirando-se mais na
interesse pela vida sofrida do sertão e quer descobrir o
mãe.
sentido das palavras, recorrendo mais à mãe. Não são
nomeados, sendo referidos apenas como “filho mais novo”
Além das personagens humanas, havia a considerada
e “filho mais velho”.
mais humana der todas, mas que na verdade era uma
cadela: Baleia. E o capítulo que a aborda seja talvez o
Patrão: fazendeiro desonesto que explora seus
mais famoso do livro. Baleia está doente e Fabiano, vendo
empregados, e contrata Fabiano para trabalhar, em troca
seu estado, decide sacrificá-la, por crer que esteja com
de um lugar para morar e um salário miserável.
Raiva. Os filhos protestam contra o sacrifício do pobre
animal, mas não havia outra escolha. Fabiano lança o
primeiro tiro e a cadela sente o fim próximo, e chega a
querer morder Fabiano. Mas apesar da raiva que sentia do
dono, o via como um companheiro de muito tempo. Em
AULA 2 – RESUMO
meio a isso sua visão fica anuviada e ela se vê numa
"Vidas Secas é uma obra regionalista que retrata a vida espécie de paraíso dos cachorros, onde poderia caçar
miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada preás à vontade. Assim, Baleia morre.
a se deslocar de tempos fugindo da seca. Para transmitir
essa ideia da seca sertaneja, Graciliano Ramos usa uma Então, a vida vai passando para essa família sofredora do
linguagem bem direta, com escassas adjetivações. A obra sertão nordestino. Até que um dia, com o céu
é cíclica, representando a constante mudança da família extremamente azul e nenhuma nuvem à vista, vendo os
de Fabiano atrás de um lugar menos castigado pela animais ao redor quase morrendo pela seca, Fabiano
aridez. decide que a hora de partir novamente havia chegado. A
família parte sem conversar muito, com Fabiano e Vitória,
Fabiano é um homem rude, típico vaqueiro do sertão com seus sonhos sempre adiados, refletindo se algum dia
nordestino, que por nunca ter frequentado a escola mal poderão dar um futuro melhor aos seus filhos.
sabe falar, e chega a ver a si próprio como um animal às
vezes. Empregado em uma fazenda, reflete
constantemente sobre a brutalidade com a qual seu patrão
o trata. Justamente por “não ser bom com as palavras”
jamais de impõe diante dos que se aproveitam de sua
ingenuidade, sendo passado para trás pelo patrão e pelo
soldado, que representa a autoridade. Diante dessas

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GUIMARÃES ROSA - SAGARANA

AULA 1 – A HORA E A VEZ DE AUGUSTO MATRAGA: Major buscando vingança; Mimita, sua filha, se tornara
RESUMO
prostituta. Mas, mesmo diante de tudo isso, Matraga
A hora e vez de Augusto Matraga aborda a saga do resiste à tentação de se vingar. E com isso vai realmente
homem pela vida, onde Matraga pode ser considerado o garantindo seu lugar no céu.
representante do homem universal. De qualquer homem.
Sua trajetória representa a busca pelo aprendizado da Em seguida vem o período de chuvas, simbolizando o
vida, pelo amadurecimento e ascensão espiritual. Seu batismo, o nascimento de um novo homem despido das
objetivo era ter sua hora e vez de entrar no céu. Trata-se cinzas de outrora. E é aí que surge na vizinhança o grupo
de uma história de redenção, de conversão, em que ele de Joãozinho Bem-Bem, homem da mesma estirpe do
passa de um homem mau a um homem bom, da perdição antigo Augusto Matraga. Provavelmente estaria buscando
à salvação. confusão na região, mas é recebido tão bem por Matraga
que acaba desarmado. Chega a convidar o protagonista
A narrativa é iniciada numa festa popular, em que Matraga para fazer parte de seu bando, mas o convite é recusado.
participa de um leilão e arrebata uma prostituta, pelo Novamente Matraga resiste à tentação. Assim, Joãozinho
simples capricho de não deixá-la para outro homem que Bem-Bem parte, porém levando uma afeição enorme por
estava interessado. Mas Matraga nem chega a usá-la, por ele.
ser feia. Diante disso já temos uma mostra de seu caráter
rude, violento, volúvel. Tratava com pouco caso sua Passados alguns dias, Matraga desiste partir daquela
esposa, Dionóra, e sua filha, Mimita, ligando apenas para região. Queria liberdade, como um pássaro. Monta em um
jogo, caçadas e mulheres de vida fácil. jumento e vai embora, fazendo alusão à viagem que Maria
fizera no lombo deste animal às vésperas do nascimento
Porém, num dado momento sua sorte muda: perde seu de Jesus. Ele viaja muitos dias, até chegar ao arraial do
apoio político, está cheio de dívidas, suas terras estão Rala-Coco, deparando-se novamente com o bando de
hipotecadas, a esposa o abandona, trocando-o por outro, Joãozinho Bem-Bem, que estava prestes a matar toda a
um homem chamado Ovídio, e seus capangas passam família de um capanga que havia o abandonado,
para o lado de seu inimigo, o Major Consilva, com exceção buscando vingança para esta traição.
de Quim Recadeiro, que se mantém fiel. Diante dessa
última afronta, Augusto vai tomar satisfações com o Major, Augusto Matraga intercede, e mesmo havendo um enorme
mas ao passo que entra na fazenda deste é cercado pelos apreço entre ele e Joãozinho, inicia-se uma briga: de um
capangas do vilão, inclusive por seus próprios ex- lado o bandido, tomado pelo espírito de vingança; do
subordinados. Matraga apanha muito, é marcado por ferro outro, Matraga, defendendo a bondade divina. Assim, é
em brasa e, antes que o matassem, atira-se de um gerada uma terrível luta, da qual os dois saem feridos,
altíssimo barranco. Todos creem que havia morrido, mas mas Matraga acaba vencendo, matando Joãozinho. O
acaba sendo resgatado e cuidado por um casal de velhos. protagonista também estava morrendo, mas feliz. E
aclamado como santo e salvador pelo povo que assistiu a
Durante o tempo em que passa se recuperando dos tudo. Morre, porque havia chegado a sua hora e a sua vez.
machucados se arrepende dos males que já cometeu e se Havia realizado sua missão, e estava salvo. Ia para o Céu.
volta ao cristianismo, convicto de que o arrependimento
lhe garantirá um lugar no céu. Torna-se um homem
trabalhador e bom, até um dia em que sofre uma grande
tentação. Um antigo conhecido passa pelo local em que
ele está e traz notícias desagradáveis: sua esposa estava AULA 2 – A HORA E A VEZ DE AUGUSTO MATRAGA:
prestes a se casar com o homem com o qual havia fugido, PERSONAGENS
crente de que estava viúva; Major Consilva apoderou-se
de suas terras; Quim, o único capanga que havia se
Augusto Esteves Matraga: Protagonista, passa de um
mantido fiel a Matraga, fora morto por invadir as terras do
homem mau, mulherengo e agressivo a um homem bom,

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GUIMARÃES ROSA - SAGARANA

trabalhador e cheio de fé, a partir do momento em que seu vaqueiros. Foi salvo, na noite da enchente, pelo burrinho
comportamento desregrado o fez perder sua fortuna, Sete-de-Ouros.
esposa, filha e quase a própria vida.
Raymundão: vaqueiro de confiança do Major Saulo.
Joãozinho Bem-Bem: Famoso chefe de jagunços, era
destemido e aterrorizava todos no sertão, famoso por fazer Badu: vaqueiro novo no pedaço, que rouba a namorada
justiça com as próprias mãos, defender seus aliados e de Silvino e fica jurado de morte.
eliminar seus inimigos.
Silvino: vaqueiro; perdeu a namorada para Badu e
Quim Recadeiro: Empregado de Augusto, tendo a função planejava matar o rival na volta da viagem.
de levar e trazer recados.
Resumo do conto
Dona Dionóra: Esposa de Augusto até o momento em
que não aguentou mais ser maltratada e fugiu com outro Na Fazenda do Major Saulo os boiadeiros estão se
homem. organizando para sair pelo sertão tocando uma boiada. O
Major ordena que os homens preparem os animais,
Mitinha: Filha de Augusto. Ainda criança sofre com a inclusive os cavalos que acompanharão os bois e, por
agressividade do pai. Acaba se tomando prostituta. azar, o burrinho Sete-de-Ouros, que devido à idade já não
participava mais dessas trilhas, também é escolhido, por
Major Consilva: Inimigo de Augusto, homem mau e rico estar ali por perto. Para montá-lo, o Major escolheu o
que detém todo o poder da região após a suposta morte vaqueiro João Nanico.
dele.
Depois de um dia de chuva forte, partiram com a boiada e
Tião da Thereza: Conterrâneo de Augusto, é ele quem o chegaram ao córrego da Fome, que estava cheio, gerando
atualiza sobre o que ocorreu enquanto o pessoal do uma travessia bem perigosa. Ali já havia morrido muita
vilarejo onde moravam achava que ele havia morrido. gente. Mas a travessia é feita sem perdas. Até o Sete-de-
Ouros atravessou sem grandes dificuldades.

Em determinado ponto do caminho, Major Saulo ordenou


que Francolim trocasse de montaria com João Nanico, ao

AULA 3 – O BURRINHO PEDRÊS passo que este obedecer, mas apela: na entrada do
povoado, pede que a troca seja desfeita, pois não ficaria
Personagens
bem para ele, encarregado do Major, ser visto montado no
burrinho Sete-de-Ouros.
Burrinho Sete-de-Ouros: animal miúdo, muito idoso,
protagonista e herói da história.
Paralelamente, nos surge a figura de Badu, que está na
fazenda há apenas dois meses e já roubou a namorada do
Major Saulo: proprietário da fazenda de onde sai a
Silvino e, diante disso, os dois viraram inimigos. Francolim
caravana estrada a fora, tocando a boiada. Homem rígido
já avisou o major sobre o risco de um matar o outro, e este
e corpulento. Não sabia ler nem escrever, massa cada ano
último ordena que Francolim vigie Silvino o tempo todo.
enriquecia mais, comprando gado e terras.
Ele está convencido de que Silvino já planejou a morte de
Badu.
João Nanico: vaqueiro pequeno selecionado para montar
o burrinho Sete-de-Ouros na ida.
A chegada ao povoado foi uma festa e depois os animais
ficaram descansando enquanto os vaqueiros andavam um
Francolim: espécie de secretário do Major Saulo, ao qual
pouco pelas redondezas. Na hora de ir embora, cada um
obecebe cegamente, e encarregado de supervisionar os

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GUIMARÃES ROSA - SAGARANA

pegou a sua montaria, exceto Badu, que além de estar Tio Laudônio - irmão do Major Anacleto e seu
bêbado tinha ido comprar um presente para sua morena. conselheiro.
Por maldade, deixaram-lhe o burrinho Sete-de-Ouros.
Francolim seguia de olho nele e em Silvino. Benigno: inimigo político do Major Anacleto.

Viajavam à noite e, de repente se deparam com o Córrego Nico: filho de Benigno


da Fome, que havia transbordado e inundado tudo ao
redor. Diante disso, todos aprovaram a ideia de deixar Estêvão: capanga respeitado do Major Anacleto.
Badu e o burrinho Sete-de-Ouros entrarem primeiro na
água, já que burro não entra em lugar de onde não pode Resumo do conto
sair. Se ele seguisse, os demais iriam atrás.
Na introdução do conto é apresentado o cenário, onde os
Sete-de-Ouros entrou levando Badu nas costas. Os homens trabalham duro na mineradora, sob a supervisão
cavalos o seguiram, mas foi uma tragédia: oito vaqueiros de Seu Marra, o encarregado. Laio é um malandro, que
mortos naquela noite, inclusive Silvino, que pretendia sempre chega atrasado e inventa as mais variadas
matar Badu. O burrinho Sete-de-Ouros, com Badu desculpas, em vez de trabalhar duro como os demais.
agarrado às crinas e Francolim agarrado à cauda,
conseguiu atravessar o mar de águas sem grandes À noite os funcionários da mineradora têm o hábito de ir à
problemas, pois tinha experiência para aquilo, ao contrário casa de Waldemar, chefe da companhia, para ter aulas de
dos outros animais, bem mais jovens. Já em terra firme, violão, mas naquela noite Laio não aparece. No outro dia,
seguiu rápido para a fazenda, salvando Francolim e Badu. falta no trabalho e fica em casa vendo revistas com
fotografias de mulheres e só no final da tarde é que vai à
empresa para acerta as contas com Marra. Está disposto a
ir embora dali.

AULA 4 – A VOLTA DO MARIDO PRÓDIGO Na volta para casa, encontra Ramiro, um espanhol que
andava cercando sua mulher, Maria Rita. Imediatamente
Personagens
Laio argumenta que quer ir embora sem a mulher, mas
falta-lhe dinheiro para viajar, ao que Ramiro lhe empresta
Laio Salãthiel: mulato esperto e contador de histórias.
um conto de réis, e fica com o caminho livre para corteja-
Protagonista.
la. Com o dinheiro no bolso, Laio pega o trem rumo à
cidade do Rio de Janeiro.
Maria Rita: mulher de Laio, carinhosa e dedicada.

Passado o sofrimento pelo abandono, Maria Rita vai morar


Marra: encarregado dos serviços na companhia de
com o espanhol, enquanto corria a história que Laio
mineração.
vendera a mulher para Ramiro.

Ramiro: espanhol que ficou com Ritinha, a mulher de


Seis meses depois, Laio estava quase sem dinheiro no Rio
Laio.
de Janeiro, e começou a sentir saudades. Resolveu voltar:
queria só ver a cara das pessoas quando o vissem chegar.
Waldemar: chefe da companhia de mineração
Por onde passava era insultado pelos moradores, que o
achavam um grande canalha. Finalmente, chegou à casa
Major Anacleto: chefe político do distrito, homem de
de Ramiro, dizendo-lhe que havia voltado para devolver o
princípios austeros, intolerante atento.
dinheiro do empréstimo. Ramiro, querendo evitar que Laio
visse Ritinha, perdoou o empréstimo, ao passo que Laio
Oscar: filho do Major.
foi mais incisivo, pegando o revólver e dizendo que queria

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conversar com a mulher. Diante disso, o espanhol Certa tarde, depois de dormir um pouco na cadeira de
concordou, desde que não fosse em particular. De lona, o Major foi acordado com uma grande confusão, e
repente, Laio muda de ideia: não queria mais ver Ritinha, com Ritinha jogou-se aos seus pés lhe pedindo proteção
queria apenas pegar o violão. Pega-o e se despede. para que os espanhóis não a levassem dali, pois Ramiro,
com ciúmes, queria matar a ela e a Laio.
Algum tempo depois Laio encontra Oscar, filho do Major, e
este o promete que vai falar com seu pai para tentar O Major mandou chamar o mulato e foi informado de que
arrumar um trabalho para Laio na política. Porém, o major ele estava bebendo com alguns homens que chegaram à
não aceita, ainda mais depois da falta de escrúpulos vila num automóvel. Imediatamente pensou que eram da
demonstrada por Laio ao vender sua esposa. Foi Tio oposição e começou a praguejar contra Laio, acusá-lo de
Laudônio quem intercedeu a favor de Laio e convenceu o traição. Mas, de repente, Laio desce automóvel,
Major a chamar o mulato no dia seguinte. acompanhando Sua Excelência o Senhor Secretário do
Interior. Então, o Major se encheu de sorrisos, e a
Porém, Laio não apareceu. Deu as caras dois dias depois autoridade, satisfeita e elogiando muito Laio, pediu ao
apenas, e topou logo com o Major Anacleto, que furioso Major que, quando fosse à capital, o levasse junto.
tentou expulsá-lo da fazenda. Mas, Laio deu-lhe Por fim, o Major, contentíssimo, mandou trazer Maria Rita,
informações sobre todas as manobras políticas da região, que fez as pazes com Laio, e expulsou os espanhóis dali.

sobre quem era fiel ao Major e quem o estava traindo,


além de já ter descoberto uma estratégia de seu inimigo
político, Benigno, para derrotá-lo na próxima eleição. Em
troca de toda essa informação, pediu a proteção do
Estêvão, o capanga mais temido do Major.
AULA 5 – SARAPALHA

Assim, o povo local ficou sabendo que Laio era o cabo Personagens
eleitoral do Major Anacleto e, como tal, merecia respeito.
Quando o Major e Tio Laudônio passaram em frente à Primo Ribeiro: Vem sobrevivendo à malária, que há
casa de Ramiro, o espanhol aproveitou para denunciar tempos assola a região. No início da doença, foi
Laio, contando que ele estava o mulato estava de papo abandonado pela esposa, Luísa, que fugiu com um
com Nico, o filho do Benigno, diante do que o Major ficou boiadeiro.
extremamente bravo. Depois de procurar Laio por todo
canto, o Major voltou para a fazenda, onde ele já o Primo Argemiro: Como Primo Ribeiro, vai sobrevivendo à
esperava para explicar que era tudo uma estratégia malária. Os dois moram isolados, numa região em que a
política para descobrir as manobras politicas do malária já expulsou todo mundo. Apesar de ter terras em
adversário. outra região, prefere ficar ao lado de Primo Ribeiro, devido
à forte amizade que os une.
Passado um tempo de calaria, Laio pediu a Oscar, filho do
Major, que fosse conversar com Ritinha para tentar Prima Luísa: Mulher de Ribeiro. Morena, muito bonita.
descobrir o que se passava em seu coração, mas sem Fugiu com um boiadeiro quando o marido adoeceu.
dizer que ele o havia mandado lá. Oscar foi e fez o
contrário: falou mal de Laio, disse a Ritinha que o marido Ceição: Preta velha que sem mantém fiel aos primos,
estava sempre por aí com outras mulheres, e aproveitou a cuidando de ambos, fazendo a comida etc.
proximidade para lhe pedir um. Ritinha expulsou-o, Jiló - Cachorro.
confessando que gostava mesmo era de Laio, e que ia
morrer gostando dele. De volta, Oscar contou o contrário, Resumo do Conto
dizendo que Ritinha não gostava mais do marido, mas sim
do espanhol.

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A malária avança por um povoado, fazendo com que as AULA 6 – DUELO


pessoas o abandonem deixando tudo para trás. As que
Personagens
não se vão acabam morrendo.

Turíbio Todo: Seleiro, considerado um homem vingativo e


Mas, moram ali, numa fazenda abandonada, três pessoas:
mau.
Primo Ribeiro, Primo Argemiro e uma preta velha que
cozinha o feijão de todos os dias, já que os primos não
Dona Silivana: Esposa de Turíbio Todo, mulher muito
podem mais trabalhar devido à doença.
bonita e de olhos grandes.

Certo dia, Primo Ribeiro começou a falar de morte,


Cassiano Gomes: Ex-militar, fama de excelente atirador.
achando que seu dia havia chegado. Relembrou a ex-
Solteiro, tinha um caso Dona Silivana, esposa de Turíbio
mulher, dizendo que se ela voltasse, até sua doença seria
Todo.
curada. Estava casado com ele há apenas três anos, e a
ingrata fugiu com outro. Na época Argemiro quis ir atrás
Timpim Vinte-e-Um: Caipira pequenino, que devia um
dos dois, matar o homem e trazer a mulher de Ribeiro de
favor a Cassiano, e, por isso, vinga sua morte ao final da
volta. Mas não foi. Ribeiro também confessa que não foi
história.
atrás deles porque, se fosse, os mataria. E faltava-lhe
coragem.
Resumo do conto

Talvez por causa da malária, Argemiro também soltou a


A história começa com Turíbio Todo avisando à mulher
imaginação e relembrou, mas apenas em pensamento,
que iria pescar e só voltaria no dia seguinte, porém,
que chegou a sentir ciúmes de Luisa com o primo. Ele
machuca o pé à beira do rio e precisa retornar no mesmo
também era apaixonado por ela, antes mesmo de ela se
dia, à noite. Quando chegou em casa, ouviu vozes no
casar com Ribeiro, mas nunca confessara seu amor.
quarto e foi verificar. Olhou por uma fresta da porta e viu a
mulher estava na cama com outro, o ex-militar e excelente
Ribeiro não se cansa de dizer que considera Argemiro um
atirador Cassiano Gomes. Turíbio não fez nada. Apenas
irmão, e este começa a se sentir mal. Resolve confessar o
saiu tão manso quanto quando entrou.
seu grande segredo. Quando Ribeiro ouviu, apesar da
doença e da fraqueza, ficou muito zangado e insistiu que o
No outro dia, ao voltar para casa, agiu como se nada
Argemiro fosse embora. Este explicou que nunca disse
tivesse acontecido, mas começou alguns preparativos
nada a Luísa, nunca a desrespeitou, que ela foi embora
para se vingar do inimigo e foi dormir cedo. No dia
sem saber de nada, mas Ribeiro negava-se a entender.
seguinte, ficou de tocaia em frente à casa de Cassiano,
Considerava aquilo uma grande traição.
até que o viu à janela, de costas, e não pensou duas
vezes: disparou um tiro certeiro na nuca. Porém, Turíbio
Então, não obtendo o perdão de Ribeiro, Primo Argemiro
Todo matara não Cassiano, mas o irmão dele, Levindo
reúne as forças para ir embora, caminhando com bastante
Gomes. Diante disso, passado o enterro, Cassiano partiu
dificuldade. O cão Jiló não sabia mais a quem obedecer.
para vingar a morte do irmão. Sabia que só podia ter sido
Quer seguir com Argemiro, mas também quer ficar com
Turíbio.
Ribeiro. Na dúvida, ficou.

Mas Cassiano não o encontrou de primeira, e como queria


Argemiro segue adiante, com os primeiros sintomas da
pega-lo desprevenido, começou a tocaiar à noite e dormir
tremedeira. E sua memória vai buscar Luisa, toda de azul.
de dia. Mas Turíbio conhecia a região como a palma da
A paisagem ali também se enfeitava de flores azuis. Era
mão, e ia conseguido escapar. Foi, inclusive audaz a
um bom lugar para se deitar e morrer.
ponto de voltar ao arraial e passar uma noite com a
esposa, até contando a ela sua estratégia de vencer
Cassiano pelo cansaço, julgando que este último não

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aguentaria continuar a perseguição por muito tempo. Mas Assim, de repente, no meio da estrada fechada, o
Dona Silivana contou isso a Cassiano na primeira pequeno cavaleiro falou com voz firme e grossa que havia
oportunidade. prometido ao Compadre Cassiano, na hora dele morrer,
que mataria Turíbio. E havia chegado o momento. Este
A caçada já durava meses. Um dia, numa de suas último tentou ganhar tempo, mas levou dois tiros, um do
andanças, Turíbio encontrou uns baianos que estavam lado esquerdo da cara e outro no meio da testa. E caiu
indo para São Paulo, em busca de dinheiro fácil. Apesar morto. E Vinte-e-Um, satisfeito por cumprir a promessa
da saudade da mulher, Turíbio foi também. que havia feito ao amigo, seguiu o caminho de volta.
Nesse meio tempo, Cassiano foi ao boticário reclamando
de inchaço nas pernas e muito cansaço, ao que este lhe
deu apenas mais alguns meses de vida. Diante de tal
realidade, ele resolve ir atrás de Turíbio. Tinha que matá-lo
antes de morrer.
AULA 7 – MINHA GENTE

Personagens
No caminho, Cassiano piorou e teve que fazer repouso
num pequeno povoado, bastante isolado. Até chegou a
Narrador: Homem da cidade que estava a passeio pelas
procurar por ali alguém que pudesse vingar a morte de seu
fazendas dos tios, no interior de Minas Gerais.
irmão. Estava disposto a pagar alta quantia por isso. Mas
Chamavam-no de "Doutor", mas, fora isso, nem mesmo
não encontrou ninguém. Até que um dia, sentado à porta
seu nome é mencionado. É o protagonista.
de um casebre do povoado, presenciou um irmão batendo
em outro, menor. Quem apanhava era Timpim Vinte-e-Um,
Santana: Inspetor escolar e companheiro nas andanças
o 21º filho de uma mãe que lhe ensinara que não deveria
do narrador pelo interior.
reagir a pessoas mais velhas que ele. Assim, Timpim
apanhava sem se defender. Iniciou-se uma amizade entre
Tio Emílio: Fazendeiro e chefe político, dono da fazenda a
os dois, e Cassiano lhe deu, inclusive, dinheiro para
qual o protagonista visita.
comprar alimentos para seu bebê recém-nascido. No outro
dia, Vinte-e-Um trouxe-lhe o filho para lhe tomar bênção.
José Malvino: Roceiro que acompanha o protagonista na
Cassiano ficou emocionado e piorou. Noutra ocasião
viagem para a fazenda do Tio Emílio, pois conhece os
novamente lhe emprestou dinheiro, pois seu filhinho ficara
caminhos, é atencioso, desconfiado e supersticioso.
doente. Até que chegou a hora de Cassiano, e este
resolveu dar todo seu dinheiro ao novato pai de primeira
Maria Irma: Prima do protagonista e seu primeiro amor. É
viagem. E morreu.
inteligente e determinada.

Logo Turíbio Todo ficou sabendo da morte de Cassiano,


Armanda: Filha de fazendeiros, termina casada com o
por meio de uma carta enviada pela mulher. Arrumou-se
narrador.
todo, arranjou um cavalo emprestado e partiu em direção a
sua velha casa. No caminho, foi alcançado por um
Bento Porfírio: Empregado da fazenda de Tio Emílio.
cavaleiro miúdo, montando um cavalo bem magro.
Envolveu-se com uma prima casada (de-Loudes) e
Percorrido certo caminho, o cavaleiro perguntou se ele era
terminou assassinado a foice pelo marido enciumado
Turíbio Todo, voltando de viagem. Turíbio confirmou, e a
(Alexandre). É companheiro de pescaria do protagonista.
viagem prosseguiu. Este falava da felicidade que estava
sentindo em poder reencontrar a mulher, enquanto o outro
Resumo do conto
mostrava-se pessimista, diante da brevidade daquela
alegria.
O protagonista deste conto é o próprio narrador, um
observador apaixonado pelas coisas do sertão. O conto
começa com sua viagem rumo à fazenda de seu tio Emílio.

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Lá, reencontra sua prima, Maria Irma, que faz questão de Aurísio Manquitola: Homem experiente, contador de
lhe contar que estava quase noiva. O narrador quis saber histórias, que conhecia bem todas as pessoas do arraial.
de quem, mas ela fez mistério.
Tião Tranjão: Vendedor de peixe no arraial. Virou outro
O narrador fica na varanda até anoitecer, e na hora do homem depois de aprender a oração de São Marcos.
jantar, a prima lhe sorri de modo diferente, deixando-o
desconfiado. Cypriano: homem que ficava com a mulher de Tião
Tranjão escondido.
No dia seguinte, o narrador vai pescar no poço com Bento
Porfírio, empregado da fazenda, com o qual faz passeios Resumo do conto
regularmente. Este começa a lhe contar que está de caso
com uma prima, mas o marido dela está muito Mangolô era um preto velho que tinha fama de feiticeiro.
desconfiado. Mal acaba de contar, surge o marido traído e, Um dia, o narrador da história, José, passou em frente a
com uma foice, mata Bento com um só golpe. O corpo sua casa e gritou algumas brincadeiras ofensivas, das
caiu no poço, e o narrador, apavorado, não sabia o que quais o preto não gostou nem um pouco, trancando-se
fazer, e correu para casa para avisar o Tio Emílio. As dentro de casa.
ordens foram dadas: tirar o morto do poço, avisar o
subdelegado e ir atrás do assassino, para que as Mais à frente o narrador encontrou Aurísio Manquitola, e
autoridades tomassem as providências. também por brincadeira, começou a recitar a oração
proibida de São Marcos. Aurísio fica cheio de medo, pois é
Os dias vão passando, e o narrador recomeça a se um perigo dizer as palavras dessa oração, e, como bom
interessar muito pela prima Maria Irma, e observa de longe contador de histórias que é, conta a José a história de Tião
quando um rapaz da cidade veio visitá-la e trazer-lhe Tranjão, um vendedor de peixe do arraial.
livros. À noite, ele descobre que o rapaz se chama Ramiro
e é namorado de Armanda, uma amiga de Maria Irma. Tião era amigado com uma mulher, que começou a traí-lo
com Cypriano, um homem bem mais velho. Além da
O narrador não se contém e faz uma declaração de amor traição, levantaram calúnia sobre ele, dizendo ter sido
à prima, diante da qual recebeu resposta negativa. Ela, na quem bateu em Filipe Turco, que dias antes havia tomado
verdade, insiste que ele conheça Armanda, a namorada de uma bofetada no escuro e não conseguira ver de quem
Ramiro. Passado algum tempo, o narrador foi apresentado tinha sido. Tentando ajudar Tião, Gestal da Gaita, morador
a ela, e foram passear a pé. Deste primeiro passeio já da região, ensinou a ele a reza de São Marcos.
nasceu o namoro, e meses depois se casaram, ainda
antes do matrimônio da prima Maria Irma com Ramiro Depois da reza decorada, vieram alguns soldados prender
Gouveia, ex de Amanda. Tião devido à acusação de ter batido em Filipe Turco.
Levaram-no para a cadeia e lá bateram muito nele. Depois
da meia-noite, Tião rezou a oração de São Marcos e,
misteriosamente, conseguiu fugir da cela e voltar para
casa. Não encontrando a mulher, foi direto à casa de

AULA 8 – SÃO MARCOS Cypriano. Com ar de guerreiro, bateu na mulher, no


amante, e quebrou tudo que havia por lá. Foram
Personagens
necessárias mais de dez pessoas para segurá-lo.

José: Narrador, um admirador da natureza.


Após ouvir a história, José segue seu caminho, trilhando
pela mata fechada até chegar a uma lagoa, e lá senta-se
João Mangolô: Preto velho que tinha fama de feiticeiro.
observando a natureza ao seu redor. De repente, sem
explicação, ficou cego. Lembrando que estava distante,

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GUIMARÃES ROSA - SAGARANA

afastado de qualquer ser humano que pudesse lhe ajudar, Resumo do conto
ficou desesperado e começou a gritar. Mas não obteve
resposta. Percebeu que estava perdido, numa escuridão A amizade entre o narrador e Manuel Fulô nasceu
apavorante, e começou a chorar recitando a reza-brava de instantaneamente, e foi se solidificando. Este último tinha
São Marcos. uma besta, Beija-Flor, e um cuidava muito do outro.
Quando Manuel ficava bêbado, e isso ocorria
Sem entender o porquê, aparentemente uma força maior frequentemente, atracava-se ao pescoço de Beija-Flor, e
passou a conduzi-lo rapidamente pela mata fechada, até esta o carregava com todo o cuidado.
que ele chegou à casa de João Mangolô, dominado por Um belo dia, Manuel Fulô conta ao narrador que viveu um
uma fúria incontrolável. E a voz do feiticeiro pedindo pelo tempo com alguns ciganos, para aprender alguns truques,
amor de Deus que não o matasse. De repente, sua visão já que esse povo era cheio de artimanhas. Os ciganos
voltava magnífica. E o preto velho tentava esconder gostavam dele porque pensavam que ele era bobo e
alguma coisa. Depois de levar alguns bofetes, Mangolô ingênuo, não representando perigos. Com os ciganos,
mostrou um boneco, e explicou: amarrara uma tirinha de Manuel Fulô aprendeu tudo sobre domação de cavalos,
pano preto nas vistas do boneco para que José passasse aprendendo a amansar a pior das feras, tanto é que
uns tempos sem enxergar, como castigo pelos insultos quando os deixou, passou a ganhar dinheiro negociando
que lhe havia feito horas atrás. animais.
Manuel contou ao narrador que certa vez enganou os
Tudo terminou em paz. E os dois acabaram amigos. ciganos. Arranjou dois cavalos imprestáveis, preparou-os,
fez-lhe maquiagens para disfarçar os defeitos e trocou-os
por dois cavalos bem melhores. Mas, com isso, perdeu a
freguesia, pois ninguém mais quis negociar com alguém
capaz de enganar até ciganos.
Então, uma noite, o narrador e Manuel Fulô estavam
bebendo cerveja na venda, quando de repente, entrou
AULA 9 – CORPO FECHADO Targino, caminhando em direção aos dois amigos e
falando bem alto para Manuel: “A coisa é que eu gostei da
Personagens das Dor, e venho visitar sua noiva, amanhã... Já mandei
recado, avisando a ela... É um dia só, depois vocês podem
Médico: Narrador, mora num arraial do interior de Minas e se casar... Se você ficar quieto, não te faço nada... Se
tem como grande amigo Manuel Fulô. não...” – e simulou um tiro em Manuel, saindo gargalhando
em seguida.
Manuel Fulô: Sujeito de conversa fiada, mulherengo e Depois da ameaça, Manuel foi para a casa do doutor, de
cachaceiro. porre. Quando amanheceu, enquanto ele ainda se
recuperava da bebedeira, o anfitrião saiu à procura de
Beija-Flor: Besta de Manuel Fulô. Lustrosa, sábia, mansa, ajuda, mas não a obteve, já que ninguém tinha coragem
e tinha uma cruz preta no dorso. de enfrentar Targino. Enquanto isso, Maria das Dores,
sozinha em casa com a mãe, chamava pelo noivo.
Das Dor: Noiva de Manuel Fulô; moça pobre, mas muito Foi aí que Antônio das Pedras, ou das Águas, pedreiro,
bonita. curandeiro e feiticeiro da região, bateu à casa do doutor.
Ali, com ar de pressa, trancou-se no quarto com Manuel
Targino: O valentão mais temido do lugar. Era magro, feio Fulô e, um tempo depois, quando a porta se abriu, Manuel
e dificilmente ria. pediu com semblante fantasmagórico: “entreguem a besta
Beija-Flor para seu Antônio”. Em troca, o feiticeiro pediu
Antônio das Pedras, ou das Águas: Era pedreiro, um prato fundo, brasas, linha e cachaça, e depois se
curandeiro e feiticeiro.

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GUIMARÃES ROSA - SAGARANA

trancou com Manuel no quarto novamente. Paralelamente, são os bois-guia, que vão bem à frente do carro. Capitão e
Targino caminhava rumo à casa de Maria das Dores. Brabagato são os bois que vão mais atrás.
Depois de algum tempo trancado no quarto com Antônio O pai de Tiãozinho, Januário, estava há tempos entrevado
feiticeiro, Manuel Fulô saiu com cara de mau, olhar fixo, e e cego em cima de uma cama., enquanto a mãe do garoto,
foi caminhando para a rua, ao encontro de Targino. Todos já sem paciência para cuidar do enfermo, mantinha um
ficaram assustados, e Antônio Feiticeiro explicou: Manuel caso com Agenor Soronho, o carreiro. Por isso, Tiãozinho
Fulô estava com o corpo fechado. Então, nenhuma arma odiava Agenor, que mesmo enquanto o pai do garoto
de fogo teria poder sobre ele. A mãe de Manuel ainda estava vivo, dava-lhe ordens, xingava, batia... Mesmo
pediu que detivessem seu filho, mas ninguém ousou. Tiãozinho tentando fazer tudo direito.
Assim, lá estavam Targino e Manuel Fulô, frente a frente. A viagem pelo sertão seguia, e o caminhar lento e
Manuel deu o primeiro passo, tirando da cintura um monótono do carro de bois fez Agenor Soronho pegar no
pequeno canivete. E foi para cima de Targino. Este lhe sono. Se ele caísse, as rodas do carro de boi passariam
deu cinco tiros, que pareceram confetes sobre Manuel, por cima dele. Na frente dos bois, Tiãozinho se mantinha
que pulou sobre Targino e aplicou-lhe várias facadas no meio acordado, meio dormindo, e seu pensamento
peito. O valentão morreu na hora. coincidia com a fala dos bois. Era como se o menino fosse
Manuel fez um mês inteiro de festa e até adiou o boi também, pois os animais entendiam o pensamento
casamento, pois o padre disse que não matrimoniaria dele: era de vingança, pensava na morte do carreiro. De
gente bêbeda. O narrador foi o padrinho. repente, meio inconsciente, Tiãozinho deu um grito,
fazendo os bois saltarem para frente, e Agenor Soronho
caiu. Uma das rodas do carro passou por cima do pescoço
dele, quase o degolando. Estava morto.
Agora, com dois defuntos, a caminhada ficava mais alegre.

AULA 10 – CONVERSA DE BOIS

Personagens

Tiãozinho: Menino-guia, órfão de pai, odiava Agenor


Soronho, o carreiro, que havia engraçado para os lados de
sua mãe mesmo quando o pai do garoto inda estava vivo,
acamado.

Agenor Soronho: Carreiro, que se achava no direito de


dar ordens a Tiãozinho como se fosse seu pai.

Januário: Pai de Tiãozinho.

Buscapé, Namorado, Capitão, Brabagato, Dansador,


Brilhante, Realejo e Canindé: protagonistas bovinos da
história, que vão puxando o carro de bois.

Resumo do conto

Um carro, puxado por bois, vai cortando o sertão mineiro,


carregando rapaduras e um defunto – o pai de Tiãozinho -
para o arraial. Os bois, enquanto arrastam o carro, vão
conversando, emitindo opinião sobre muitas coisas,
principalmente sobre os humanos. Buscapé e Namorado

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HELENA MORLEY – MINHA VIDA
DE MENINA
AULA 1 – ANÁLISE DA OBRA representada pelos ingleses, e a cultura popular; crise
versus prosperidade, através da ascensão e decadência
A obra Minha Vida de Menina, de Helena Morley, é
da cidade de Diamantina; dentre outras.
formada por passagens do diário da própria autora durante
Assim, vemos em Minha Vida de Menina uma adolescente
sua adolescência, entre 1893 e 1895, mas só foi publicado
contando sobre seu dia a dia simples, mas feliz, nos
em 1942, com o intuito de mostrar às adolescentes da
aproximando, inclusive, de temas árcades como o
década de 40 as diferenças entre a vida levada por elas e
bucolismo e o carpe diem. Trata-se, portanto, de uma obra
a simplicidade do cotidiano das garotas do final do século
leve, de fácil leitura, mas que traz consigo
XIX, na cidade de Diamantina, em Minas Gerais.
importantíssimos registros culturais e históricos sobre
Por se tratar de um diário, predomina o tom coloquial e o
nosso país.
registro do dia a dia de Helena, desde os menores
acontecimentos até os mais grandiosos, retratando
fielmente a sociedade da época, numa reprodução de seu
mundo e de seus valores.
O livro possui, ademais, grande valor histórico, por narrar
um período tão importante da história brasileira, quando a
Lei Áurea (1888) e a República (1889) haviam sido recém-
instauradas. Através do cotidiano da garota temos contato
com problemáticas como a permanência do negro na
condição de escravo mesmo após a abolição, o
coronelismo, a crise econômica em que se encontravam
os mineradores de Diamantina agora que a extração de
diamantes estava escassa, dentre outras.
O livro possui, ainda, forte carga humorística, ao passo
que Helena, curiosa e pragmática, questiona tudo o que vê
e ouve, justificando que para algo ter valor, tem de ser
muito bem explicado e provado.
Sobre a história narrada por ela vale ressaltar que, por se
tratar de um diário, todas as vivências são importantes
para construirmos a imagem da garota, mas algumas
podem ser destacadas para melhor compreensão de seu
universo.
Helena era de família inglesa, e por isso convivia com
alguns parentes, como sua tia Madge, que traziam bem
enraizados os costumes britânicos. Assim, em alguns
momentos, presenciamos certo choque cultural entre
ingleses e a vida humilde dos mineiros, que era a levada
por Helena e seus pais. Além disso, o livro possui diversas
polaridades, nos mostrando, por exemplo, os papéis dos
homens e das mulheres dentro da sociedade da época, no
qual o chefe da família saía para trabalhar, por vezes
passando dias fora, e a função da mulher era o cuidado da
casa e dos filhos; a oposição entre protestantismo e
catolicismo; religião versus ciência, ao passo que a
protagonista, apesar da religiosidade da família,
frequentemente questionava o que ouvia de sua mãe e
avó sobre a Igreja; contraste entre a cultura erudita,

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1
JORGE AMADO -
CAPITÃES DA AREIA
AULA 1 – PERSONAGENS
Querido-de-Deus: grande capoeirista da Bahia, respeita o
Protagonista: A obra não possui um personagem grupo liderado por Pedro Bala e é respeitado por ele.
principal, sendo que o mais apropriado seria apontar o Ensina sua arte para alguns garotos e exerce grande
grupo como um todo, ou seja, todos os capitães da areia, influência sobre eles.
já que as ações não giram em torno de um ou de outro
personagem, mas ao redor de todos. Entretanto, há certo
destaque para Pedro Bala, o líder do bando, não é mais
importante para o enredo do que o Sem-Pernas ou o Gato.
Pode-se dizer que ele é o líder do bando, e Dora, a única
garota. Aqui surge uma ideia de o protagonista ser o
elemento coletivo, como ocorre em O Cortiço, de Aluísio
de Azevedo, apesar de João Romão também ter destaque AULA 2 – RESUMO
na referida obra.
A obra se inicia com uma série de reportagens fictícias que
exibem a existência de um grupo de menores
Pedro Bala: líder dos Capitães da Areia, cujo pai, líder
abandonados e marginalizados que aterrorizam a cidade
sindical, fora assassinado por policiais.
de Salvador, sendo conhecido por Capitães da Areia. Após
esta introdução, começa a narrativa que gira em torno
Sem-Pernas: deficiente físico, possui uma perna coxa.
desse grupo que sobrevive basicamente de furtos.
Carrega um trauma psicológico de um episódio em que
fora humilhado por policiais, que o obrigaram a correr em
O chefe do grupo é um jovem chamado Pedro Bala, filho
volta de uma mesa na delegacia até cair exausto, sendo
de um grevista morto por policiais. Foi parar na com cerca
alvo da zombaria destes. Tornou-se amargo, alimentando
de cinco anos de idade e desde criança já se mostrava
um ódio irrefreável contra tudo e todos. corajoso e o mais capacitado para assumir a liderança. O
grupo composto por mais de cinquenta crianças vivia num
Gato: é o galã dos Capitães da Areia. Anda bem vestido, é
galpão abandonado na praia. Uma delas era o Professor,
jogador, trapaceiro, e além do dinheiro ganho com os
que sabia ler e passava as noites lendo livros à luz de
furtos e o jogo, ainda trabalha como cafetão de uma
vela. Auxiliava o líder no planejamento dos furtos. Outra
prostituta chamada Dalva, com quem também se
personagem que compõe os Capitães da Areia é Gato,
relaciona.
conhecido assim por ser o mais bonito do grupo. Era muito
vaidoso e tentava andar arrumado na medida do possível,
Professor: intelectual do grupo, que ajuda Pedro Bala no
conforme sua condição de menino de rua lhe permitisse.
planejamento dos assaltos.
Apaixona-se por uma prostituta chamada Dalva, com
quem tem um romance e uma fonte de renda, atuando
Pirulito: o mais cruel do bando, até ser tocado pelos
como seu cafetão, além dos furtos e do dinheiro que
ensinamentos do padre José Pedro, quando converte-se à
ganhava nas jogatinas. Outra personagem que merece
religião.
destaque é Sem-Pernas, um menino deficiente físico que,
por ser manco, às vezes era usado nos assaltos a casas,
Boa-vida: de caráter sossegado, contenta-se com
batendo na porta se dizendo um órfão aleijado e pedindo
pequenos furtos, o bastante para contribuir com o bem-
ajuda. Quando ganhava a confiança dos moradores,
estar do grupo, e com algumas mulheres pelas quais
descobria o que tinha de valor na casa e depois relatava
Gato não se interessa mais.
aos Capitães da Areia. Enfim, além das personagens
destacadas, há vários outros garotos que vão sendo
João Grande: é respeitado pelo grupo devido a sua
apresentados no decorrer da narrativa.
coragem e da grande estatura.
Em certo momento da trama, a varíola passa a assustar
Dora: a única garota entre os capitães da areia. Seus pais
os moradores da cidade, e até um dos meninos do grupo
morreram, vítimas da varíola, quando tinha apenas 13
contrai a doença e é internado. É nesse momento que os
anos. É encontrada com seu irmão mais novo, Zé Fuinha,
irmãos Dora e Zé Fuinha entram para o grupo, pois a mãe
pelo Professor e por João Grande, que a levam para o
deles também morreu por causa da varíola. Por ser a
galpão onde os garotos dormem. Chegando lá Dora quase
única garota do bando, no início alguns jovens tentaram se
é violentada, mas João Grande a protege, e ela passa a
relacionar com Dora, mas são impedidos por Pedro Bala,
ser vista como uma figura materna pelo grupo, exceto por
Professor e João Grande. Porém, Dora e Pedro Bala
Pedro Bala, que acaba se relacionando amorosamente
iniciam um relacionamento amoroso depois.
com ela.

Num dia alguns dos meninos foram pegos em um assalto,


Padre José Pedro: padre de origem humilde,
mas foram protegidos por Pedro Bala e somente ele e
discriminado por não possuir a cultura nem a erudição dos
Dora foram levados presos. Ela foi levada para um
colegas. Por isso, assume a missão de levar conforto
orfanato e Pedro Bala foi torturado pela polícia e mantido
espiritual às crianças abandonadas da cidade, das quais
preso em uma solitária por mais de uma semana. Algum
os Capitães da Areia são o grande expoente.

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1
JORGE AMADO -
CAPITÃES DA AREIA
tempo depois, os garotos conseguem ajudar Pedro a sair
do reformatório e partem para libertar Dora também, mas a
encontram muito doente e ela passa apenas mais alguns
dias com os meninos antes de morrer.

Após a morte da garota, o grupo vai sofrendo algumas


alterações. Pirulito parte com o Padre José Pedro para
trabalhar com ele na igreja, Sem-Pernas acaba morrendo
em uma fuga da polícia, Gato vai para Ilhéus com Dalva,
Professor torna-se pintor no Rio de Janeiro, retratando as
crianças baianas e, por fim, Pedro Bala, cada vez mais
fascinado com as histórias de seu pai sindicalista que
morrera lutando pelas causas que defendia, passa a se
envolver em greves e lutas a favor do povo. Movido por
ideais comunistas e revolucionários, o menino passa o
comando do bando para outro garoto, e parte para se
tornar um militante proletário.

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JOSÉ DE ALENCAR – IRACEMA

AULA 1 – PERSONAGENS Martim, Iracema e Caubi refugiam-se na taba do pajé


Araquém. Uma luta é travada entre Tabajaras e
Martim: herói branco, representante da cultura Potiguaras, e Martim consegue escapar de seus inimigos,
colonizadora. Envolve-se com Iracema e com ela tem um unindo-se aos vencedores Potiguaras. Iracema, o
filho. acompanha, porém, sente-se profundamente triste pela
morte dos entes queridos e não suporta viver na terra de
Iracema: é a índia guerreira, a famosa “virgem dos lábios seus inimigos.
de mel”. Belíssima e casta, se une com Martim, tornando-
se submissa a ele a partir de então. Representa o índio O casal muda-se então para uma cabana afastada,
colonizado. acompanhados por Poti, o grande amigo de Martim. Lá
vivem um tempo de felicidade, que culmina com a gravidez
Moacir: filho de Iracema e Martim. de Iracema e o batismo indígena de Martim. Mas, com o
passar do tempo, o português se entristece por não poder
Araquém: Pajé pai de Iracema. dar vazão a seu espírito guerreiro e por estar com muita
saudade de sua terra. Iracema também se mostra cada
Poti: amigo fiel de Martim, estando sempre com ele nas vez mais triste, por imaginar que Martim sinta saudade de
lutas. outra mulher que deixara na Europa.

Caubi: irmão de Iracema. Então, numa ocasião em que Martim e Poti saem para
uma batalha, nasce o filho do casal, Moacir. Quando os
Irapuã: chefe guerreiro dos Tabajaras. dois amigos voltam da guerra, encontram Iracema à beira
da morte. Enterram seu corpo aos pés de um coqueiro, em
cujas folhas se pode ouvir um lamento de sua jandaia de
estimação, a ave que sempre acompanhava a índia.

Assim, por amor a Martim, Iracema abandonara família,


povo, religião e Deus, havendo uma clara referência à
AULA 2 – RESUMO submissão do indígena ao colonizador português.

A narrativa de Iracema estrutura-se em torno da história do


amor entre ela e Martim, e se inicia em 1608. Iracema é
apresentada ao leitor como a “Virgem dos lábios de mel,
que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e
mais longos que seu talhe de palmeira”. A índia era uma
guerreira da tribo dos Tabajaras, e ao avistar o explorador
Martim, lança uma flechada certeira. Quando seus olhares
se cruzam, Martim desiste de contra atacá-la e esta se
arrepende do gesto, levando-o até sua aldeia, onde é
acolhido pelo pajé Araquém, pai da índia.

Mesmo apresentando-se como aliado de seus inimigos da


tribo dos Potiguaras, Martim é tratado com grande
hospitalidade pelo pajé, que lhe garante hospedagem,
mulheres e proteção. Porém, quando Iracema lhe oferece
as mulheres prometidas por seu pai, Martim revela sua
paixão por ela. Entretanto, o amor de ambos é idealizado.
De Martim, por ser cristão, e de Iracema por ser portadora
do segredo da jurema, que a obrigava a manter-se virgem.
Assim, nasce o amor entre os dois, permeado por
proibições que o reforçam ainda mais. O romance
estrutura-se no embate entre o que une e o que separa os
dois amantes.

Como antagonista de Martim, temos Irapuã, o chefe


guerreiro Tabajara que guarda um amor secreto por
Iracema, que reconhece no português colonizador um
inimigo mortal.

Um dia, Iracema leva Martim ao bosque sagrado, onde lhe


dá uma poção alucinógena. O guerreiro branco delira, e
ela adormece entre os seus braços. Sucede-se a
realização amorosa entre os dois, narrada de forma bem
delicada. “Tupã já não tinha sua virgem na terra dos
tabajaras” é a sutil indicação de que a união amorosa se
realizara.

Enquanto isso, Irapuã continua alimentando planos para


se livrar do estrangeiro, e arma uma emboscada para ele.

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MACHADO DE ASSIS -
MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS
AULA 1 – PERSONAGENS Posteriormente, o narrador retoma essa linearidade
narrando seu nascimento e infância, e contando como era
Brás Cubas: o defunto-autor narrador do livro, que conta inquieto, o que lhe rendeu o apelido de “menino diabo”.
suas memórias e é o responsável pela caracterização de Conta-nos que maltratava os escravos, mentia; caçoava
todos os demais personagens. dos outros... tudo isso acobertado pelo pai e presenciado
com inércia pela mãe.
Vigília: grande amor de Brás Cubas, sobrinha de ministro,
e a quem o pai do protagonista via como grande Após isso, Brás comenta sobre seu Tio João, um militar
possibilidade de acesso para o filho ao mundo boa-vida fã de obscenidades, que o influencia desde muito
político. Torna-se sua amante depois. jovem, e depois passa a contar sobre sua árvore
genealógica. Damião Cubas foi o fundador da família, um
Marcela: prostituta com a qual Brás se envolveu na homem humilde especializado em consertar coisas, que se
adolescência. tornou lavrador e fez fortuna, deixando uma boa herança
ao filho, Luís Cubas. Entretanto, era nesse herdeiro que
Eugênia: moça humilde pela qual o protagonista se
começava a linhagem dos Cubas, já que não reconheciam
interessa, mas não se dispõe a levar adiante um romance,
Damião por se envergonharem de sua origem humilde.
porque a garota mancava de uma perna.
Então, é nesse contexto familiar que o menino cresce,
envolto em mentiras, lutas por ego, o que nos leva a
Nhá Loló: última possibilidade de casamento para Brás
compreender sua personalidade depois de adulto.
Cubas, moça simples, que morre de febre amarela aos 19
anos.
Já adolescente, de início estimulado pelo pai e sofrendo
influência do Tio João, envolve-se com Marcela, uma
Lobo Neves: casa-se com Virgília e tem carreira política
prostituta, com a qual ele mesmo nos conta ter gasto
sólida, mas sofre o adultério da esposa com o
“onze contos de réis”. Diante desses gastos abusivos, seu
protagonista.
pai, que outrora o estimulara, resolve afastá-lo da moça e
o manda à Europa para estudar. Ao final do Curso
Quincas Borba: teórico do humanitismo, doutrina à
Superior Brás retorna, já homem feito, com diploma na
qual Brás Cubas adere. Morre antes de Brás, com
mão, e perde a mãe em seguida.
problemas psicológicos.
Na sequência Brás narra seu envolvimento com a jovem
Dona Plácida: representante da classe média, tem uma Eugênia, moça humilde conhecida de sua família.
vida de muito trabalho e sofrimento, e serve de alcoviteira Entretanto, visto que seu pai almejava que ele fosse
para Brás e Virgília. político, imagina um casamento para o filho com Virgília,
filha do Conselheiro Dutra, que devido a sua influência
Prudêncio: escravo da infância de Brás Cubas, ganha
política poderia ajuda-lo a ascender. Além disso,
depois sua alforria.
argumenta sobre a necessidade de continuar o ilustre
nome de família, não se casando com “qualquer uma”.
Assim, convencido pelo pai, dispõe-se a obter o amor de
Virgília em troca de fama e prestígio, apesar de ter se
encantado pela beleza da humilde Eugênia. Outro fato que
o faz desistir da moça é ela mancar de uma perna. Diante
desses fatores Brás segue rumo ao casamento com
AULA 2 – RESUMO Virgilia e ao cargo de deputado.

Essa obra dá início ao Realismo no Brasil, e, além disso, Mas, daí vem sua primeira frustração: Brás perde Virgília e
inicia também a análise psicológica dos personagens, o cargo para Lobo Neves, e se torna amante da mulher a
revelando seu caráter, hipocrisias, vaidades etc. De ritmo qual seria sua esposa, inclusive alugando uma casinha
lento, é narrada por um "defunto autor”, Brás Cubas, que exclusivamente para manter encontros com ela, evitando
por estar morto e não ter mais nenhum compromisso com levantar suspeitas das pessoas. Para disfarçar ainda mais,
a sociedade a qual pertencia, sente-se livre para criticá-la colocam na casa D. Plácida, uma senhora da confiança da
e expô-la da maneira que achar mais pertinente. família de Virgília, que aceita a missão de alcoviteira por
ter sido subornada por Brás e por temer a solidão e o
Assim, Brás Cubas vai contando a sua vida, começando abandono, devido a algumas situações que já enfrentou na
sobre sua morte, seu enterro e seus últimos momentos vida, como Brás no conto em seguida: Sempre foi de
terrenos. A narração é mesclada com digressões, família humilde, perdeu o pai ainda criança e com isso
uma característica marcante de Machado de Assis, que começou a ajudar a mãe a fazer docinhos para fora para
consiste num desvio momentâneo do assunto sobre o qual sobreviverem. Ainda bem jovem casou-se com um alfaiate
se está falando para inserir comentários. Devido a isso, que morreu de tuberculose deixando-lhe em condição de
nesse início não há nenhuma ordem convencional dos miséria, com uma filha e tendo também a mãe idosa para
capítulos, já que a história é narrada da forma como o sustentar. Não se envolve com mais ninguém, dedicando-
narrador prefere, desobedecendo qualquer linearidade. se arduamente ao trabalho. Adoeceu, envelheceu, a mãe

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MACHADO DE ASSIS -
MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS
faleceu e a filha fugiu com um homem desconhecido, antes das própria vida; e o tempo cronológico, quando ele
ficando D. Plácida completamente sozinha até conhecer e narra sequencialmente sua infância, adolescência, ida
cair nas graças da família de Virgília, para quem passou a para Coimbra, volta ao Brasil e morte.
costurar e, agora, acobertar o adultério de Virgília.
Uma vida de fracassos
E, como se não bastasse esse envolvimento clandestino
com a moça, Brás, num ato ambicioso em busca de Publicado em 1881, o livro trata das vivências de Brás
alguma ascensão qualquer, torna-se secretário do marido Cubas, um membro da elite brasileira do século XIX e
da amante, chegando, depois, a deputado. Mas, em narrador da obra, que começa nos contando sobre sua
seguida nova frustração lhe assola: engravida Virgília, mas morte até retornar a sua infância e daí ir avançando nos
o filho more antes mesmo de nascer, o que, somado a fatos cronologicamente vividos por ele.
uma carta anônima enviada ao marido traído, põe fim à
relação entre os amantes. O curioso do romance é que não apresenta grandes
acontecimentos: há sempre a sensação de que haverá um
Brás tenta novamente a felicidade no amor, num possível clímax, de que algo grandioso será realizado, seguido pela
noivado arranjado por sua irmã com D. Eulália, conhecida frustração da não obtenção do êxito esperado. Brás
por Nhá Loló, mas que morre vítima de uma epidemia. Cubas não se casa, não conclui seu emplasto, se torna
deputado mas com um desempenho é medíocre, e não
Posteriormente o defunto-autor fala sobre seu amigo de tem filhos. Assim, o leitor se depara continuamente com a
infância Quincas Borba, destacando sua filosofia do vida vazia do protagonista, representante da elite.
Humanitismo, em que o mais forte, rico e esperto impera
sobre os demais. Quincas aparece e desaparece diversas Entretanto, por mais que seus ideais não fossem
vezes ao longo do romance, algumas vezes rico e outras alcançados, o que importava era o direito de ter esses
pobre, mas vem a morrer também após reaparecer depois ideais, ou seja, a capacidade de almejar, da qual muitos
de ter sumido por quase um ano. eram desprovidos na época, como é o caso de Dona
Plácida, que teve uma vida de sofrimentos na qual só teve
No meio tempo entre a morte de Quincas e a de Brás, este tempo para lutar pela sobrevivência, sem luxos ou
último tem a ideia de fazer um emplasto contra a caprichos.
hipocondria, buscando finalmente obter a supremacia
almejada por toda sua vida, deixando para trás os Assim, o a importância de Memórias Póstumas de Brás
fracassos que o acompanharam até então. Todavia, este Cubas, vai além da literária, pois a obra funciona como
acaba sendo mais um projeto fracassado. Seu último instrumento de entendimento do desnível social da época,
fracasso, aliás, já que morreu de pneumonia antes de já que a sociedade se estruturava a partir de uma divisão
registrar seu invento. nítida, onde de um lado estavam os donos de escravos,
componentes da classe dominante do país, representada
Ao seu enterro comparecem pouquíssimas pessoas, entre na obra pelos políticos, e de outro os escravos
responsáveis pelo trabalho e sustento do país. No meio,
elas Virgília.
estava a classe média, composta por pequenos
comerciantes, funcionários públicos e outros servidores
Então, para distrair-se do tédio que sentia após a morte, o
dependentes dos favores da classe privilegiada.
defunto torna-se autor e nos narra sua história.

AULA 3 – ANÁLISE DA OBRA

Narrador
A narração é feita em primeira pessoa por um narrador
observador e protagonista, que se autointitula um defunto-
autor, ou seja, um morto que resolveu escrever suas
memórias, e que, estando desprovido de qualquer
compromisso com o mundo terreno, denuncia as
personagens e as mazelas da sociedade carioca do século
XIX em tom irreverente e irônico.

Tempo
Nesta obra há o tempo psicológico, do defunto-autor, que
conta sua vida fazendo várias digressões, sem seguir uma
linearidade temporal, narrando, por exemplo, a morte

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PEPETELA - MAYOMBE

AULA 1 – ANÁLISE DA OBRA Resumo e análise

Sobre o autor O romance Mayombe, escrito pelo angolano Pepetela,


expõe um momento importante da história política de
Pepetela é o pseudônimo do angolano Artur Carlos Angola. A estória narrada é focada no personagem Sem
Maurício Pestana dos Santos, nascido em 29 de outubro de Medo, um líder guerrilheiro que comanda o seu pequeno
1941, na cidade de Benguela, no litoral do país. Na década contingente em meio a dificuldades, como o racismo, o
de 1960, começou a cursar engenharia, mudou para letras, tribalismo, o oportunismo...
mas acabou se decidindo pela política e passou a integrar o
MPLA – Movimento Popular para a Libertação de Angola, Ocorre uma representação da realidade mesclada com o
um dos vários movimentos que lutavam pela independência ficcionário, já que movimentos guerrilheiros lutavam pela
do país, então uma colônia de Portugal. libertação nacional contra o colonialismo português na
década de 60 e estendido até meados da década de 70,
Seria difícil resumir em um parágrafo o processo de luta sendo conduzida efetivamente a independência em 75.
que se estendeu por cerca de 15 anos, entre os angolanos Tudo começou com a partilha da África por interesses
e portugueses, até a independência obtida em 1975. Para Europeus numa conferência de Berlim em 1884-1885.
complicar, depois disso, eclodiu uma guerra civil entre as Neste momento, tribos aliadas foram separadas e tribos
duas principais forças políticas no país, o já citado MPLA e inimigas unidas. Assim, somente após a Segunda Guerra
a Unita – União Nacional Para a Independência Total de Mundial as colônias foram conquistando a independência.
Angola, que durou até 2002. De qualquer modo, é
importante ressaltar que é esse panorama de conflito Pepetela faz essa transposição, de algo realmente vivido
revolucionário e da história angolana que marcam a para o literário, a fim de mostrar aos leitores como foi sua
literatura de Pepetela. experiência durante a guerra de guerrilha e não para
justificar, por meio dos documentos históricos, os
Por seu envolvimento político, o escritor teve de viver no acontecimentos.
exílio e só após a independência retornou ao país,
integrando o governo do presidente Agostinho Neto, como O Mayombe diz respeito a um exílio comunitário e, ao
vice-ministro da Educação. Nessa época, por sinal, lançou mesmo tempo, singular, onde cada um vive o seu e,
boa parte de sua obra, como "Muana Puó" (1978), "As também, o outro, tendo uma permuta de experiências
aventuras de Ngunga" (1979) e "Mayombe" (1980). Este moradas e uma aquisição de conduta e caráter para a
último livro, agora incluído na lista da Fuvest, retrata a formação de tais indivíduos.
experiência do autor na guerra revolucionária, mostrando o
convívio de guerrilheiros de diversas origens étnicas e o exílio de Sem Medo é uma situação de fuga do passado,
sociais em que se divide a nação angolana. algo sentimental deixado para trás. Mas esta fuga não é
mais do que uma ilusão criada por ele, pois ele está preso
Ana Mafalda Leite, professora de literatura africana em ao exílio, suas memórias estão sempre próximas,
português da Universidade de Lisboa, considera prendendo-o a este ciclo rotativo.
"Mayombe" uma obra ao mesmo tempo crítica e heroica,
que destaca a diversidade étnica angolana e ilustra as Assim, vemos que como comandante, Sem Medo faz do
divisões tribais presentes naquele país e o levariam à Mayombe de todos, o seu próprio, contudo tendo um toque
guerra civil. Para a professora Leite, o romance é ainda o de desraizamento com este local. Isso mostra que há uma
relato do conflito que define a fundação da pátria. Mas é busca incessante por uma identidade, sendo formada por
interessante acrescentar a esse respeito a própria opinião passagens obscuras e objetivas, em que esta busca não
do autor, para quem o texto seria uma simples reportagem terminou antes e nem depois do Mayombe.
sobre a guerra, mas como o texto acabasse lhe parecendo
muito frio, ele foi escrevendo mais e mais, até transformá-lo Um exílio sentimental mostra ser mais doloroso e mais
num romance. sombrio para a pessoa que carrega esse fardo; para
abstrair essa ideia do passado, ela usa as atividades
Em tempo, Mayombe, que dá título, ao romance que os atuais como algo que possa ocupar sua mente, afastando
candidatos ao vestibular da Fuvest devem ler a partir de da sua memória recordações do passado que infrinja o
agora, é o nome de uma região montanhosa da África, que seu presente e, principalmente, seu futuro, um futuro
se estende por vários países, entre os quais Angola, na incerto que, dependendo da dor, pode direcionar o
província de Cabinda. E "Pepetela" significa cílios ou caminho a total desgraçada.
pestana, em uma das línguas africanas de Angola, sendo
uma referência a um dos sobrenomes do autor. Por esse motivo, percebemos que o exílio é algo que deve
ser visto por diferentes perspectivas, pois, ainda que o
exílio seja algo penoso e torturante, ele, indiretamente,
pode auxiliar na formação do indivíduo. Entretanto, o
indivíduo deve estar receptivo ao aprendizado, até mesmo
em momentos difíceis e não se torturando mentalmente.
Ou seja, o exílio é uma bela arma para a construção de

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PEPETELA - MAYOMBE

uma nova identidade do indivíduo no espaço em que


pertence, já que a antiga se mantém em fragmentos como
em um segundo plano, ativada, apenas, em momentos
chaves. Assim, só depende do indivíduo superar e seguir
em rumo à paz interior ou fracassar e viver amargurado.

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