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ESAD.

CR, ESCOLA SUPERIOR DE ARTES E DESIGN, CALDAS DA RAINHA


FATORES HUMANOS
DESIGN DE AMBIENTES
1º ANO, 2º SEMESTRE – 2021/2022

EXERCÍCIO 2 – RELATÓRIO

Quais são as palavras certas para descrever os tipos de deficiência que existem hoje em dia?
Com certeza não há uma resposta para isso exceto que todas as pessoas que sofrem com isso mereciam
mais. De acordo com o trabalho requerido e com a pesquisa feita, é fato que as principais são, visual,
motora, auditiva e física. As causas são inúmeras; adquirida ao longo do percurso da vida ou no próprio
nascimento, é difícil passar pelo processo de aceitação e recuperação sem evitar uma grande frustração,
ou seja, é inimaginável o desgaste mental que essas pessoas sofrem todos ou na maioria dos dias. Com
isso, é importante relembrar também sobre a desigualdade social e os termos capacitistas que as
pessoas com deficiência, mais conhecidos como PcDs, suportam, não podendo deixar de lado todas as
experiências e dificuldades que eles enfrentam e como tornar o lugar ou ambiente mais inclusivo.

Meu trabalho teve foco na deficiência motora, seus tipos e desafios, e um depoimento de uma
pessoa com deficiência – mais precisamente, a tetraplegia. Em minha opinião, sua definição é óbvia, é a
perda relacionada à estrutura anatômica, psicológica ou fisiológica. Dentre a tetraplegia (a paralisia do
pescoço para baixo), existem mais 3 tipos: a monoplagia, hemiplagia e a paraplegia (respectivamente a
paralisia de um membro, metade do corpo e dos membros inferiores). Penso que é um tema importante
e interessante de se abordar por poder proporcionar novos pontos de vista que, as pessoas sem
deficiência, não tem, mudando completamente o modo de pensar, de agir e de falar, aumentando o
nível de respeito e educação, que é uma base fundamental para nós enquanto sociedade.

Para tornar o espaço menos restrito e “fechado” – em termos de visibilidade para deficientes
motores e inclusividade, o primeiro passo é procurar soluções para os vários obstáculos enfrentados por
eles no cotidiano. Como dito anteriormente no primeiro parágrafo, o preconceito verbal e a
desigualdade social são dois de muitos desafios que até hoje muitos lutam para superar. Na lista citada
em minha apresentação, pude notar dez desafios, dentre eles:

- arquitetura inclusiva, pública ou particular (residência acessível, circulação em espaços públicos)


- cuidados em casa (como por exemplo, tomadas, janelas, puxadores, cortinados, armários, etc.)
- transporte público (espaços pequenos em autocarros; dificuldade de locomoção com a cadeira de
rodas)
- ruas (calçadas esburacadas, estreitas; que não permitem a circulação livre dos cadeirantes)
- o preconceito no mercado de trabalho
- a falta de reconhecimento face ao psicólogico e a estrutura financeira que muitos não tem para
conciliar a sua deficiência com uma vida normal

Esses podem ser alguns dos problemas encarados hoje em dia e acho muito importante o
assunto ser tratado com seriedade e sensatez pois, não tem como uma pessoa que vive sua vida
andando e correndo saber quais são as dificuldades de um cadeirante. Obviamente, são duas vidas
completamente diferentes mas normais na mesma. Não vejo motivos para um lado ser “privilegiado” e
outros desfavorecidos. Portanto, escolhi esses desafios com o intuito de trazer mais atenção ao tema e
deixar um ponto de interrogação na mente de meus colegas e, não só, como na minha também.

O depoimento escolhido foi de uma senhora chamada Flávia Cintra que, após sofrer um
acidente de carro e perder os movimentos do pescoço pra baixo, conseguiu se formar na universidade e
ser mãe de gêmeos, em um parto natural e tranquilo. É interessante pensar em quão fortes são os
cadeirantes e quanta resiliência eles possuem, até porque, não é fácil conviver todos os dias e horas
com um estigma nas costas. A história dela é inspiradora pra mim pois mostra que com as maiores
dificuldades, ainda podemos “dar a volta por cima”, se suceder na vida, realizar os nossos sonhos.
Depois do acidente, ela fez muitas sessões de fisioterapia e conseguiu recuperar parte dos movimentos
dos braços e das mãos, ou seja, mesmo com todo o sofrimento e luta, ela conseguiu se recuperar e logo
depois disso foi estudar jornalismo e se formou. Ainda na cadeira de rodas, teve seus dois filhos e
continua a trabalhar como jornalista, também na cadeira de rodas.

Por fim, é de extrema importância para mim parar e refletir sobre esses assuntos pois nos faz
pensar sobre quais são nossas atitudes perante aos outros e como nossas ações atingem as pessoas. E
não só, mas também que não é necessário criar um ambiente dramático com os cadeirantes,
vitimizando os mesmos de forma que eles se sintam diminuídos ou fracos – pois muito pelo contrário,
possuem muita garra e força mental para tentar superar seus medos e tristezas, e acho que foi
exatamente essa perseverança que me inspirou a escolher a história dela, pois nos dias de hoje, no
mundo em que vivemos é preciso ser muito forte e isso nem todos conseguem ser. Me senti grata e
muito mais informada por saber quais termos evitar e como tentar criar um ambiente mais inclusivo
pensando em soluções que melhorariam a autoestima dos cadeirantes e seu estilo de vida.

CAROLINA REIS COSTA


3210866
carolina.reis02@hotmail.com

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