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Baia de Guanabara

Um dos acidentes ecológicos que teve grande repercussão no Brasil nos últimos nos foi o
vazamento de milhões de litros de óleo na Baía de Guanabara – Rio de Janeiro – ocorrido no ano
de 2000 e que 16 anos após o desastre ecológico ainda vem causando grande preocupação aos
governantes, principalmente pelo fato de que durante o ano de 2016 o estado do Rio de Janeiro
sediará as Olimpíadas, tendo como palco a Baía de Guanabara como um dos locais de
competição, uma das mais bonitas do país, além disso, é classificada, também, como a segunda
maior baía em extensão territorial no Brasil.

A Baía de Guanabara mede cerca de 380 Km2 de extensão, com aproximadamente 31 km de


comprimento e 28 km de largura. Os principais rios que desaguam em seus domínios são os rios:
Alcântara, Bomba, Cacebiru, Iguaçu, Carioca e Guaraxindiba. O relevo que enquadra a sua
extensão é composto por terrenos irregulares, zonas montanhosas, áreas planas de baixada e
restingas, tudo isso contribui para que a Baía de Guanabara seja naturalmente moldada em forma
de porto natural, e é usada como tal. Atualmente a baía conta com um intenso trafego de navios,
balsas (que interligam o continente com suas principais ilhas) e aerobarcos. Porém, todo esse
intenso fluxo de embarcações atreladas juntamente com a exploração indevida dos manguezais
(estima-se que só reste cerca de 80 Km2 de manguezais ao entorno da baía, o que acarreta na
redução da capacidade de reprodução dos animais provenientes da região) e as constantes
contaminações por esgoto domestico e industrial além dos constantes derrames de óleo, o
ecossistema da baía de Guanabara agoniza.

No ano de 2000, um acidente ecológico marcou o Brasil: o derramamento de cerca de 1,3


milhões de litros de óleo cru pela empresa Petrobrás, o acidente ocorreu devido a problemas nas
tubulações da Refinaria Duque de Caxias.

Esse acidente é considerado o segundo maior acidente marítimo ocorrido no Rio de


Janeiro, perdendo somente para o acidente ocorrido com o navio TARIK em 1975. O acidente
causou profundos impactos no ecossistema que, segundo especialistas, só voltarão a ter
condições normais daqui a alguns anos.

A mancha de óleo que havia no mar se espalhou por cerca de 50 km², e acabou atingindo
e contaminando o manguezal e as praias que são banhadas pela Baía de Guanabara, toda a
fauna e aflora da região foi gravemente afetada, além disso este acidente provocou grandes
agravos de ordem social, econômica e populacional.
A população que tirava seu sustento ou dependia, de alguma forma das águas da Baía de
Guanabara, através da pesca, e do turismo, por exemplo, foram muito prejudicadas (na pesca,
por exemplo, houve a contaminação de peixes e crustáceos).

O vazamento atingiu também o manguezal, que fica sobre a proteção ambiental de


Guapimirim, o que acabou afetando negativamente o ecossistema e associado à Mata Atlântica.

O derramamento de óleo faz com que surja um tipo de película que envolve as raízes do
mangue, fazendo com que as plantas não consigam absorver oxigênio por suas raízes e fique ao
mesmo tempo envenenada. Depois disso, o óleo desce para o fundo do mar e intoxicam faunas e
floras, o óleo também mata caranguejos, peixes, moluscos e etc. A morte dessas espécies causa
desequilíbrio tanto no ecossistema quanto na cadeia alimentar.

O óleo quando misturado com a areia formam-se pelotas que caem nas profundezas do
oceano, já o óleo que é visto pela superfície quando exposto ao sol pode se decompor, a sua
evaporação pode causar o aumento do efeito estufa.

Os animais em contato com o óleo, alguns morrem instantaneamente e outros sofrem


com a falta de oxigênio na água, os peixes que são contaminados e outros animais que vivem no
mesmo ambiente marinho sofrem com o envenenamento do óleo. As aves que pousam no
ambiente afetado têm suas penas cobertas pelo óleo, podendo não conseguir voar mais e ter
alteração da temperatura corporal.

Na pescaria ocorreu a queda de 70% de peixes pescados, pois o óleo atingiu a


profundeza. As famílias que sobreviviam pela pesca enfrentam dificuldades até nos dias de hoje.
As atividades turísticas que ocorriam pelas ilhas da baía obtiveram uma drástica queda.

A Petrobrás foi multada pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis) devido ao vazamento em R$35 milhões de reais, e destinou R$15
milhões para revitalização da baía, já 21 mil pescadores entraram na justiça buscando uma
indenização, sendo a Feperj (Federação de Pescadores do Estado do Rio de Janeiro) a
representante de 12 mil pescadores, buscava um ressarcimento em um período de 10 anos,
porém a Petrobrás questionou e o número de indenizados foi de 120 pescadores.

A Petrobrás não pagou a indenização dos pescadores e utilizou o dinheiro cobrado para
pagar os materiais utilizados pelos pescadores, que tiveram seu ambiente de lucro afetado pelo
óleo. O Ministério Público Estadual também pediu um inquérito por crime ambiental segundo a lei,
o custo da multa foi de R$5 mil por animais mortos.
O óleo que era visível na superfície da Baía foi limpo, porém grande parte do óleo foi para
o fundo do mar. Já o grande número de aves e arvores como pau-brasil e cedro, que eram
comuns na região, foram diminuídos assim como as árvores frutíferas e os peixes da Baía.

(pesca e turismo), onde foi prometida pela própria Petrobras a indenização aos mesmo
que ainda não ocorreu devidamente, nenhum dos acusados como responsáveis pela catástrofe
ambiental foi penalizado judicialmente.

Desde a época da catástrofe houve diversas intervenções de ONGs a fim de restaurar o


que foi perdido da baia de Guanabara com retiradas dos lixos e replantação dos manguezais
atingidos, mesmo assim a área não foi 100% restaurada, apesar da retirada do óleo superficial.

Como medida de prevenção a Petrobrás criou centros de defesa ambiental espalhados


por todo o pais, com o objetivo de detectar vazamentos que venham a ocorrer, com mais rapidez
e eficácia. O óleo não foi retirado 100% os tratamentos com as aguas da baia de Guanabara são
constantes envolvendo ONGs e projetos.

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