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Seminário 10/08 – Amoco Cadiz

16 de Março de 1978. O Amoco Cadiz encalhou frente à costa noroeste Francesa.


223000 toneladas correram para o mar.
MAPA DO LOCAL!!
Usou dispersante químico? A legislação permitia seu uso?
Foram utilizados produtos químicos para a remoção da mancha? Qual a atuação do
químico deste desastre? Atingiu regiões que tinham metais? Formou complexos
organometálicos?
Qualidade da água antes e após o derramamento.

LOCAL DO ACIDENTE:
O aterramento do navio petroleiro Amoco Cadiz em 16 de Março de 1978
resultou no maior derramamento de óleo conhecido até aquela data. 210000 toneladas
de óleo foram liberadas para o ambiente marinho no período de 15 dias. Nas 4
semanas seguintes ao acidente, 64000 toneladas contaminaram 320 km da costa. O
acidente ocorreu durante surtos de tempestade, espalhando o óleo pelo mar. Diversas
áreas foram contaminadas pelo óleo, como praias, rochas no litoral, estuários de maré,
e pântanos salgados.
Diversos procedimentos físicos foram usados para “limpar” o óleo, incluindo o
uso de adsorventes, drenando o óleo as praias com trincheiras escavadas e levando-o
a caminhões tanque, usando dispersantes para limpar as rochas, escavando
profundamente o óleo nas áreas, incluindo a vegetação remanescente. Estima-se que
a limpeza tenha removido aproximadamente 25000 toneladas de óleo. Parte do óleo
provavelmente retornou aos sedimentos marinhos. Cerca de 11000 toneladas
permaneceram encalhadas no litoral. O óleo derramado no mar é sujeito a diversos
processos de intemperismo, que alteram sua composição química, gerando uma nova
mistura de hidrocarbonetos, com propriedades diferentes do óleo original. Dentre os
processos de intemperismo, incluem-se: emulsificação, dispersão, evaporação e foto-
oxidação, mas, a chave do processo é a degradação microbiana doa hidrocarbonetos.
Formou-se uma emulsão de água em óleo, que penetrou na zona litoral. Algumas
evidências indicam a biodegradação do óleo na coluna de água.
Na zona litoral, o óleo não foi removido fisicamente e continuou a influenciar
em uma variedade de processos físico-químicos e biológicos. Os fatores que
influenciaram nisto foram a energia das ondas e transporte de sedimentos na costa,
que movem o óleo.
ATLAS, R. M., BOEHM, P. D., CALDER, J. A. Chemical and Biological
Weathering of Oil, from the Amoco Cadiz Spillage, within the Littoral Zone.
Estuarine, Coastaland Shelf Science n. 12. 1981. p. 589-608

O supertanque Amoco Cadiz naufragou na costa noroeste britânica em Março


de 1978. Resultou em 223000 toneladas de petróleo poluindo 360 km de margens
arenosas e rochosas, estuário de maré e pântanos rochosos. Um impacto mortal
imediato foi observado, populações de bivalves, pervincas, lapas, crustáceo
peracarídeo, ouriços do coração e aves marinhas foram severamente afetadas.
Populações nas costas foram menos afetadas. Em até 3 anos após o acidente, foram
observados efeitos na mortalidade, crescimento e fecundidade das espécies foram
diminuídas.
Nas 2 semanas seguintes ao acidente, as 223 000 toneladas de petróleo de carga
Iraniana e Arábica foram derramados no mar. Seus constituintes eram leves e de
baixa viscosidade, aproximadamente 30-35 % eram hidrocarbonetos aromáticos
tóxicos e pesados. As condições “rudes” do mar ocasionaram a formação de uma
emulsão óleo-água e a consequente dissolução do óleo. Aproximadamente 40% do
petróleo evaporou do local em poucos dias.
Durante 2 semanas os ventos provenientes do oeste sopraram o
derramamento para o leste. O óleo atingiu Aber Benoît e Aber Wrac'h em 19 de
Março, Baía de Lennon em 21 de Março, o santuário Sept Îles Bird em 22 de Março e
Sillon de Talbert em 23 de Março. Após 2 de Abril, ventos do leste carregara o petróleo
em direção as Ilhas Ushant e Douarnenez, atingindo-as em 11 e 22 de Abril,
respectivamente. Foram poluídas aproximadamente 360 km da costa, contendo
rochas, praias, estuários de maré e pântanos rochosos. Os intervalos da maré (5-9m)
permitiram a deposição direta do óleo em uma ampla vertente intramareal.

O óleo fresco continha 39 % de hidrocarbonetos saturados, 34% de


aromáticos, 24% de materiais polares e 3% residuais. Os alcanos lineares variavem de
C8 a C37, sendo o C11 o mais abundante. Hidrocarbonetos isopreopides, fitano e
pristano também foram encontrados. Os compostos aromáticos encontrados foram
metilados derivados de benzeno, em sua maioria naftalenos e uma pequena parte de
fenantrenos. Derivados de dibenzotiofeno. Enfim, foram encontrados mais de 300
compostos presentes no óleo bruto, envolvendo diferentes condições ambientais,
como temperatura, oxigênio, luz e turbulência marinha. Sugere-se que, em locais
rasos, em que havia incidência de luz, formaram-se pesticidas durante os processos
de intemperismo.
Os efeitos a longo prazo deste derramamento seriam: desbalanço demográfico
devido a mortalidade imediata das populações, eventualmente resultando em
deslocamento das comunidades, e o impacto posterior de populações que
aparentemente não foram afetadas em curto prazo.

MORTALIDADE IMEDIATA
Após uma semana do acidente, já houve alta mortalidade afetando a zona
litoral e subtidal: peixes, crustáceos, moluscos e ouriços do coração. Alguns moluscos
poliquetos foram anestesiados na zona litoral (não reagem aos predadores). Houva
alta mortalidade há um raio de 10 km do desastre. Estima-se um efeito de mortalidade
futura 1,4 vezes maior que o efeito imediato.
Nos pântanos marinhos Lle Grandè, em que a vegetação foi coberta pelo óleo
e destruída em grande parte, parece que o excesso de lodo ainda está sendo erodido
pelo mar, um efeito aparentemente irreversível. Isso é obseravdao porque, em 1981 o
ambiente biológico ainda não havia retornado a condição primária.

CONAN, G. The long-term effects of the Arnoco Cadiz oil spillf. COB . N.
558. Maio de 1983. P 575-585.

O óleo dispersou verticalmente me colunas de água. Grande quantidade foi


depositada em ambientes sedimentares. A degradação dos hidrocarbonetos é um
processo primariamente aeróbico, uma grande quantidade de óleo se depositou e
sedimento anaeróbicos.
EVIDÊNCIA QUÍMICA DA BIODEGRADAÇÃO
Deficiência de nutrientes
Alteração dos hidrocarbonetos poluentes

Dispersantes aumentam a área interfacial entre óleo e água, facilitando a


biodegradação. Mas, tem efeitos sobre o ambiente. Na França, o uso de dispersantes
é considerado útil para o controle da poluição por óleo e geralmente a única maneira
de lidar com isto. Não foram usados em distâncias menores que 50 m da costa

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