Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
LOCAL DO ACIDENTE:
O aterramento do navio petroleiro Amoco Cadiz em 16 de Março de 1978
resultou no maior derramamento de óleo conhecido até aquela data. 210000 toneladas
de óleo foram liberadas para o ambiente marinho no período de 15 dias. Nas 4
semanas seguintes ao acidente, 64000 toneladas contaminaram 320 km da costa. O
acidente ocorreu durante surtos de tempestade, espalhando o óleo pelo mar. Diversas
áreas foram contaminadas pelo óleo, como praias, rochas no litoral, estuários de maré,
e pântanos salgados.
Diversos procedimentos físicos foram usados para “limpar” o óleo, incluindo o
uso de adsorventes, drenando o óleo as praias com trincheiras escavadas e levando-o
a caminhões tanque, usando dispersantes para limpar as rochas, escavando
profundamente o óleo nas áreas, incluindo a vegetação remanescente. Estima-se que
a limpeza tenha removido aproximadamente 25000 toneladas de óleo. Parte do óleo
provavelmente retornou aos sedimentos marinhos. Cerca de 11000 toneladas
permaneceram encalhadas no litoral. O óleo derramado no mar é sujeito a diversos
processos de intemperismo, que alteram sua composição química, gerando uma nova
mistura de hidrocarbonetos, com propriedades diferentes do óleo original. Dentre os
processos de intemperismo, incluem-se: emulsificação, dispersão, evaporação e foto-
oxidação, mas, a chave do processo é a degradação microbiana doa hidrocarbonetos.
Formou-se uma emulsão de água em óleo, que penetrou na zona litoral. Algumas
evidências indicam a biodegradação do óleo na coluna de água.
Na zona litoral, o óleo não foi removido fisicamente e continuou a influenciar
em uma variedade de processos físico-químicos e biológicos. Os fatores que
influenciaram nisto foram a energia das ondas e transporte de sedimentos na costa,
que movem o óleo.
ATLAS, R. M., BOEHM, P. D., CALDER, J. A. Chemical and Biological
Weathering of Oil, from the Amoco Cadiz Spillage, within the Littoral Zone.
Estuarine, Coastaland Shelf Science n. 12. 1981. p. 589-608
MORTALIDADE IMEDIATA
Após uma semana do acidente, já houve alta mortalidade afetando a zona
litoral e subtidal: peixes, crustáceos, moluscos e ouriços do coração. Alguns moluscos
poliquetos foram anestesiados na zona litoral (não reagem aos predadores). Houva
alta mortalidade há um raio de 10 km do desastre. Estima-se um efeito de mortalidade
futura 1,4 vezes maior que o efeito imediato.
Nos pântanos marinhos Lle Grandè, em que a vegetação foi coberta pelo óleo
e destruída em grande parte, parece que o excesso de lodo ainda está sendo erodido
pelo mar, um efeito aparentemente irreversível. Isso é obseravdao porque, em 1981 o
ambiente biológico ainda não havia retornado a condição primária.
CONAN, G. The long-term effects of the Arnoco Cadiz oil spillf. COB . N.
558. Maio de 1983. P 575-585.