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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Centro de Engenharias
Curso de Engenharia de Petróleo

Acidente do Exxon Valdez: Um


Desastre Ambiental e Econômico

Hélio Junnior Sartor Dalmolin


Cristian Parisotto Júnior

Pelotas – RS
2023
1. INTRODUÇÃO
O acidente do petroleiro Exxon Valdez, ocorrido em 24 de março de 1989,
no Golfo do Alasca, é um marco na história da indústria do petróleo, com
consequências ambientais e econômicas significativas. Este trabalho
abordaráem detalhes as características do navio, os motivos do acidente, o
próprio incidente, os métodos empregados para contê-lo, as graves
consequências ambientais, econômicas e as mudanças legais
desencadeadas, incluindo a criação da Lei OPA 90, e, por fim, uma análise
conclusiva sobre o impacto desse desastre.

2. CARACTERÍSTICAS DO NAVIO
O Exxon Valdez era um petroleiro de casco simples, construído em 1986,
comcapacidade para transportar até 1,48 milhão de barris de petróleo bruto,
possuía 330 m de comprimento e 240.291 t. Ele era operado pela Exxon
Shipping Company e tinha uma tripulação de 20 pessoas.

Figura 1 - Navio petroleiro Exxon Valdez


Fonte: National Oceanic and Atmospheric Administration – NOAA

3. MOTIVOS DO ACIDENTE
O acidente do Exxon Valdez resultou de uma série de fatores humanos. O
principal deles foi a negligência do capitão Joseph Hazelwood, que estava
soba influência do álcool passou o comando para um subordinado, que não
possuía autorização para condução do navio, que em sequência acabou
colidindo com o recife de Bligh. Além disso, sistemas de segurança e
comunicação a bordo falharam, contribuindo para o desastre.
Figura 2: Localização do Acidente
Fonte: National Oceanic and Atmospheric Administration – NOAA

4. ACIDENTE EM SÍ
O fatídico dia de 24 de março de 1989 marcou o derramamento de cerca de
36mil de petróleo cru no Golfo do Alasca após o Exxon Valdez colidir com
um iceberg no Estreito de Prince William. O derramamento se espalhou
rapidamente, cobrindo mais de 2.000 km de litoral com uma camada tóxica
de petróleo, causando danos ambientais irreparáveis.

Figura 3: A macha de óleo do acidente se espalhando.


Fonte: Mar Sem Fim
5. MÉTODOS PARA CONTORNAR A SITUAÇÃO
Após o acidente, uma maciça operação de contenção e limpeza foi iniciada.
Foram utilizadas barreiras de contenção, bombas de sucção, bactérias
devoradoras de petróleo, limpeza dos animais, dispersantes químicos e
equipes dedicadas à remoção manual do petróleo das praias e da água, que
mobilizou cerca de 11 mil pessoas, 1400 barcos, 85 aviões, gerando um
gastoem torno de US$ de 2 bilhões. No entanto, a magnitude do
derramamento tornou a recuperação completa do ambiente uma tarefa
hercúlea.

Figura 4: Vestígios de óleo na costa

Fonte: Aventuras na Historia


6. CONSEQUÊNCIAS AMBIENTAIS
O derramamento de petróleo teve um impacto avassalador na vida marinha
e nos ecossistemas do Golfo do Alasca. Causou a morte de 250 mil aves
marinhas , 3 mil lontras, 300 focas, 250 águias, 22 orcas, e milhares de
peixesforam afetados, com muitas espécies sofrendo declínios acentuados
em suas populações. Muitos ecossistemas ainda não se recuperaram
totalmente.

Figura 3: ave coberta de petróleo


Fonte: researchgate
7. CONSEQUÊNCIAS ECONÔMICAS PARA A REGIÃO
A economia da região costeira do Alasca sofreu um duro golpe em
decorrênciado acidente do Exxon Valdez. As indústrias de pesca e turismo,
fundamentais para a subsistência das comunidades locais, foram
profundamente prejudicadas, levando à perda de empregos e renda.

8. CONSEQUÊNCIAS PARA A EXXON


A Exxon enfrentou consequências significativas em termos de
responsabilidadefinanceira e de imagem. A empresa teve que pagar multas e
indenizações substanciais que chegaram em torno de US$ 7 bilhões,
sofrendo sérios danos à sua reputação e impacto negativo em seus
resultados financeiros.

9. CRIAÇÃO DA OPA 90
O acidente do Exxon Valdez teve um impacto duradouro na legislação
ambiental dos Estados Unidos. Isso levou à aprovação da Lei Oil Pollution
Act(OPA) de 1990, que estabeleceu regulamentações mais rigorosas para
prevenção e resposta a derramamentos de petróleo. A OPA 90 também
impôsrequisitos mais estritos para o planejamento de emergência, aumentou
a responsabilidade das operadoras de petroleiros e estabeleceu limites de
responsabilidade financeira mais altos.

Figura 7: Oil Pollution Act of 1990 (OPA) - Fonte: gCaptain

10. CONCLUSÃO
O acidente do Exxon Valdez permanece como um lembrete trágico dos
perigosassociados à exploração e transporte de petróleo. Suas
consequências ambientais devastadoras, impactos econômicos negativos e
as mudanças legais que desencadeou enfatizam a importância da prevenção
de desastres semelhantes. A criação da Lei OPA 90, como resposta a esse
desastre, destaca a necessidade contínua de regulamentações mais rígidas
e medidas de segurança na indústria do petróleo para evitar futuros
desastres de grande escala como o do Exxon Valdez
11. REFERÊNCIAS

ANP. Relatório anual de segurança operacional das atividades de exploração e


produção de petróleo e gás natural 2021. Rio de Janeiro, 2021.

BRANCO, A. DO N. Acidentes marítimos e o surgimento de algumas regras. 2014.


Tese (Monografia) – Marinha do Brasil/ Centro de Instrução Almirante Graça Aranha.
Rio de Janeiro, 2014.

CASTRO, CB DE, et al. As relações entre os acidentes na indústria de petróleo e o


desenvolvimento das normas e marcos regulatórios associados: Um estudo
exploratório. In: CONEPETRO, nº 1, 2015, Salvador.

HECK, M. A ação normativa da organização marítima internacional e seus


instrumentos em face da poluição marítima por óleo causado por navios. Revista de
Direito Internacional, Brasília, v. 3, pág. 193-218, 2012.

MOREIRA, JFM Acidentes na indústria de petróleo e seus impactos na segurança


operacional e preservação ambiental. 2017. Tese (Monografia) - UFF/ Escola de
Engenharia. Rio de Janeiro, 2017.

MOREIRA, JFM Indústria de Petróleo e Gás: Acidentes relevantes no mundo. In:


CONEPETRO, nº 3, 2018, Salvador.

NASPOLINA, G., F. Prevenção e resposta ao derramamento de petróleo na


exploração e produção offshore: Análise internacional e recomendações para o Brasil.
2018. Tese (Mestrado - Programa de Planejamento Energético) - UFRJ/COPPE. Rio
de Janeiro.

GUARDA COSTEIRA DOS ESTADOS UNIDOS. Lei de Poluição por Petróleo de 1990.
Disponível em: https://www.uscg.mil/Mariners/National-Pollution-Funds-
Center/about_npfc/opa/ . Acesso em: 20 de nov. 2022.

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