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A influência de costumes islâmicos no Candomblé e na Umbanda

Por Mario Filho

Inicialmente permitam-me fazer alguns comentários sobre a Linha do Oriente na


Umbanda, especificamente a dos árabes. O nome “Jimbaruê”, que é um dos líderes da
Linha do Oriente, foi adaptado do nome de um gênio (jinn em árabe). Os jinn (para os
muçulmanos) são seres que Deus criou, antes dos seres humanos e depois dos anjos, do
fogo mais puro. Eles são dotados de livre-arbítrio e, assim como nós, têm suas diversas
crenças: há gênios muçulmanos, budistas, judeus, cristãos etc. Esse gênio foi o
responsável pela condução das entidades que trabalham na Umbanda.

Sempre vemos as afirmações de estudiosos dos cultos afro-brasileiros sobre a influência


do catolicismo popular no estabelecimento das Religiões e Cultos Afro-brasileiros, no
entanto poucos falam sobre a influência que alguns muçulmanos tiveram no
estabelecimento destas Religiões e Cultos. Podemos dizer, analisando alguns textos
acadêmicos, que a cultura africana sofreu influências muçulmanas, especialmente as
obras de Roger Bastide ( in o Candomblé da Bahia) e José Beniste (in Òrún Àiyé), que
afirmam que o sistema oracular de Ifá advém dos muçulmanos. Há autores que refutam
essa idéia (Wándé Abímbólá, p. ex.) com os quais concordo, pois acredito que houve,
sim, uma simbiose entre formas oraculares: o Darb ar-Raml (árabe) e o Òpèlè (Yorùbá),
unindo as duas formas de geomancia.

Muitos costumes muçulmanos passarem a fazer parte do culto afro-brasileiro. O uso do


turbante por homens e mulheres é um dos mais visíveis. Foi introduzido pelos
muçulmanos na África, que desconheciam essa indumentária. Esse costume acabou
sendo trazido para o Brasil. O uso da roupa branca e a sexta-feira ser sagrada
(consagrada a Oxalá) foram outros costumes muçulmanos trazidos ao Brasil. Para os
muçulmanos a sexta-feira é um dia para se rezar em congregação, assim como o sábado
para os judeus e o domingo para os cristãos.

Infelizmente o Brasil é uma país cujos habitantes não apreciam muito o estudo da
história. Pouco se fala sobre os malês (negros muçulmanos escravizados) e a revolução
que realizaram na Bahia. Não se fala sobre a influência que os cultos afro-brasileiros
sofreram deles. O culto Omolokô, por exemplo, advém, essencialmente dos malês.
Assumano (corruptelo do nome Uthman) Sau Adio (um malê) faz parte da linhagem
desse culto. No Omolokô há o uso da palavra árabe sunna (tradição) para se referenciar
ao nome iniciático que no candomblé angola se chama dijina. Há uma série de adventos
ligados aos cultos afro-brasileiros especialmente no Rio de Janeiro e na Bahia. Faz-se
referência aos mussurumi (muslimim, ) que quer dizer muçulmanos até mesmo em
sambas de enredo. Aniceto do Império, compôs uma música chamada Raízes da África.
Algumas estrofes coloco abaixo:

“Assumano, Alabá. Abaca, Tio Sani


E Abedé me batizaram na lei de mussurumi
Como vêem tenho o corpo cruzado e fechado
Carrego exé na língua, não morro envenenado
Viajei semana e meia daqui pro Rio Jordão
Lugar em que fui batizado com uma vela em cada mão
Cinco macota d’Angola me prepararam de berço
Enquanto Hilário Jovino me cruzou com sete terços
Mesmo assim, me considero um insigne mirim
Filho de cuemba não cai Ogum, Xangô, Alafim”
Para esclarecermos, vejamos o que o sambista e escritor Nei Lopes nos diz:

‘Assumano’, algumas vezes erroneamente grafado como ‘Aço Humano’, foi o nome
através do qual se fez conhecido Henrique Assumano Mina do Brasil, famoso alufá
radicado no Rio de Janeiro e pertencente à comunidade da Pequena África, na virada do
século XIX para o XX. Residiu no nº 191 da Praça Onze e tinha como freqüentadores
de sua casa, entre outros, o célebre sambista Sinhô e o jornalista Francisco Guimarães, o
Vagalume, fundador da crônica de samba no Rio.

O nome “Assumano” é o abrasileiramento do antropônimo Ansumane ou Ussumane (do


árabe Othman ou Utmân), usual entre muçulmanos da antiga Guiné Portuguesa.

No mesmo contexto, João Alabá, falecido em 1926, foi um famoso babalorixá,


certamente baiano, radicado no Rio de Janeiro. Um dos mais prestigiados de seu tempo,
sua casa era no número 174 da rua Barão de São Félix, nas proximidades do terminal da
Estrada de Ferro Central do Brasil. Seu nome marca sua origem nagô (alàgbà, chefe do
culto de Egungun; pessoa venerável, de respeito; ou antropônimo dado ao segundo filho
que nasce depois de gêmeos). Era pai de santo da legendária Tia Ciata (nome árabe
Aisha), também mãe-pequena de sua comunidade religiosa.

Da mesma forma, Cipriano Abedé, falecido em 1933, foi um famoso babalorixá do Rio
de Janeiro, no princípio do século XX, com casa, primeiro na rua do Propósito e depois
na rua João Caetano, próximo à Central do Brasil. O nome Abedé, redução de Alabedé,
designa uma das manifestações ou qualidades do orixá Ogun.

Já “Abaca” é provavelmente corruptela de Abu Bacar, nome muçulmano, mas o


personagem não foi por nós identificado. “Tio Sanim”, por sua vez, parece ser o mesmo
Babá Sanin, morador na rua dos Andradas, e mencionado no já referido livro de João do
Rio.”1

Acrescentando, podemos dizer que Tio Sani (Assumano ou Uthman Sau Adio), que faz
parte da linhagem do Omolokô, era conhecido nos Terreiros de Candomblé como Bàbá
Sanim ou Obá Sanya, foi um dos companheiros de viagem de Bamboxê Obiticô e Mãe
Aninha pelo Rio de Janeiro. Nascido na Nigéria, adotou, no Brasil, o nome de Joaquim
Vieira da Silva, foi um dos fundadores da Casa de Candomblé conhecida como Ilê Axé
Opô Afonjá, junto com Mãe Aninha e Bamboxê Obitikô. Funda, também, no Rio de
Janeiro junto com Mãe Aninha e Bamboxê Obitikô, uma Casa de Candomblé no Bairro
da Saúde, em 1895. O Prof. Agenor Miranda Rocha afirma que Tio Sani ou Sanim era
muçulmano2 .

Alabá, ou João Alàgbà foi o Sacerdote que ficou responsável pela mantença do Terreiro
fundado no Rio de Janeiro por Tio Sani, Bamboxê Obitikô e Mãe Aninha. João Alabá
era conhecido por suas curas utilizando rituais malês, um deles citado por Aniceto do
Império Serrano. João Alabá era amicíssimo de Henrique Assumano Mina do Brasil.
O nome Assumano é uma corruptela do nome árabe Uthman (Ussman), que adquire, na
África a grafia de Uthmanu (Ussmanu). Muitos muçulmanos pelo mundo usam o nome
de Uthman. A esposa de Assumano, Tia Gracinha, foi uma das fundadoras do rancho
carnavalesco “Rei de Ouro”, que veio a dar origem à Escola de Samba Império Serrano.
A obra de um dos maiores cronistas do samba brasileiro, Francisco Guimarães
(conhecido como Vagalume), chamada “Na Roda do Samba”, editada pela primeira vez
em 1933, pela Editora São Benedicto, traz algumas informações sobre Assumano.
Vamos a elas:

Fervoroso adepto da religião africana, Sinhô (conhecido, naquela época, como o rei do
samba, g,n.), jamais abandonou o seu PAE ESPIRITUAL – o PRINCIPE DOS
ALUFÁS, o grande, o conceituado e respeitado HENRIQUE ASSUMANO MINA DO
BRASIL, o seu protector na Vida e que era tambem de JOSÉ DO PATROCINIO
FILHO (por intermedio de Sinhô) e o é de muita gente bôa, da alta sociedade e
perfeitamente, optimamente installada na vida!” “As primeiras audições das producções
do grande e inolvidavel muzicista popular, eram feitas na residencia de ASSUMANO,
no sobrado n.° 191 da rua Visconde Itaúna, onde Sinhô conheceu e fez amizade com o
primoroso jornalista Raymundo Silva. Depois da benção do ALUFÁ, o samba corria
mundo com uma procura assombrosa. Sinhô foi o musicista popular mais festejado,
mais querido e mais preferido do publico.

A Drª. em história comparada da UFRJ, Juliana Barreto Farias, em seu livro Cultura,
identidade e religião afro-brasileiras na cidade do Rio de Janeiro -1870-1930: cenários e
personagens, traça um esboço biográfico bastante interessante sobre Assumano:

Filho de Muhammad Salim e Fátima Faustina Mina Brasil, negros vindos da Costa da
África, Assumano, “uma figurante impressionante de preto”- nas palavras do
compositor e escritor Almirante – morava na rua Visconde de Itaúna, dizia trabalhar no
comércio e dar consultas em sua residência, inclusive para pessoas conhecidas na
sociedade carioca da época, como é o caso do jornalista e escritor Medeiros e
Albuquerque.

“Em 25 de outubro de 1927 , então com 47 anos, foi preso em flagrante, quando ‘dava
consulta’ a Nair dos Santos, sendo levado para a Repartição Central da Polícia do Rio
de Janeiro. Os investigadores policiais apreenderam alguns objetos em sua casa, entre os
quais, um par de chifres de carneiro, três caramujos grandes, um pedaço de pele de
cabra e fios de cabelo. Além disso, também foram encontradas receitas em caracteres
arábicos, conforme depoimento do investigador Ruy Vasconcellos. Na conclusão do
processo que se instaurou contra Assumano, consta que ele foi processado como incurso
no artigo 157 do Código Penal de 1890, sob acusação de falso espiritismo e
cartomancia. Mas os peritos concluíram que os objetos apreendidos não seguiam “as
modalidades mais usuais na prática das ‘macumbas’ ou da ‘Magia Negra’”; sua
especialidade era apenas “a prática de preces quase sempre em linguagem africana,
preocupando-se mais com a prática da caridade”. O processo foi arquivado em 28 de
janeiro de 1928.

‘Não houve qualquer tipo de denúncia formal contra Assumano, mas os investigadores
policiais que o prenderam já sabiam que no sobrado 191 da Praça Onze havia um
‘indivíduo que praticava o exercício ilegal da medicina’. Certamente o delegado
Antonio Augusto M. Mendes, que presidiu os autos contra Assumano e tinha ‘jurisdição
prorrogada para repressão do falso espiritismo e cartomancia’, também já teria ouvido
falar do Pai Assumano, ‘protetor espiritual’ do sambista Sinhô, dos jornalistas do
Correio da Manhã José do Patrocínio Filho, Raymundo Silva e Medeiros e Albuquerque
e do senador Irineu Machado, seu compadre.

“As informações biográficas sobre Assumano são esparsas ou mesmo conflitantes. Em


alguns momentos, ele é descrito como um famoso Pai de Santo e, em outros, como um
negro malê, o ‘príncipe dos alufás’, o líder islâmico que trabalhava com os astros e
costumava passar dias em jejum. Dessa forma, Assumano Henrique Mina do Brasil, que
trazia grafado em seu nome a descendência “mina”, parecia transitar por práticas
religiosas que remetiam às tradições da África Ocidental, região de onde vieram seus
pais. ‘Os “minas” também podiam ser encontrados nos registros policiais, talvez pelo
fato de que sua reputação de escravos e libertos rebeldes atraía as atenções do sistema
repressivo. A polícia do Rio de Janeiro os mantinha sob estreita vigilância, perscrutando
sinais de sua organização, particularmente da prática do Islam, tendo em vista a revolta
dos malês ocorrida na Bahia em 1835. Segundo Mary Karasch, no Rio de Janeiro dos
anos 1840, mina assumira um significado adicional: “orgulhosos, indômitos e corajosos
muçulmanos de língua árabe que eram escravos alfabetizados, inteligentes, capacitados
e cheios de energia – e que trabalhavam duro para comprar sua liberdade”. Uma filiação
que chegou ao século XX como vemos a partir da trajetória de Assumano Mina do
Brasil.

‘Seja como for, na cidade do Rio de Janeiro em fins do século XIX e nas primeiras
décadas do século XX, a despeito de toda a repressão policial, das medidas da elite para
reformar e disciplinar a cidade e de uma espécie de campanha da imprensa, que
estigmatizava as religiões afro-brasileiras e os “macumbeiros” e “feiticeiros” em geral,
encontramos além do Pai Assumano, outros líderes famosos, pessoas comuns, africanos,
descendentes de africanos, e mesmo trabalhadores brancos, policiais e políticos
frequentando terreiros e casas de cultos de origem africana.”

No Tambor de Mina, casa de tradição Fanti-Ashanti, há a manifestação do Povo da


Turquia (país muçulmano há mais de mil anos). Há uma música cantada no Maranhão,
composta por Paulinho Akomabu, da Casa de Mina, que diz assim:

Akomabu traz sua força


Seu canto de fé, de lá de Africa
Maranhão
Salve, Nan Agotine
Querebetan de Zomadono e hierarquia
Salve o Egito, salve o povo da Turquia
Ô Ô Ô Badé Akomabu
Badé na casa de Nagô
Ô Ô Ô Badé Akomabu
Badé na casa de Nagô
Badé sou negro mina eu sou
Boroboró, pretas minas que fundaram
Resistiram e cuidaram da nossa religião
Akomabu, religiosidade negra com gentileza
Vou saudar a Mãe Dudu
Ouvir tambor no mar, ouvir tambor no mar.
È mina ê, é mina, é mina ê, é mina.

Uma pesquisa feita nos arquivos da polícia, por Alberto da Costa e Silva, no Rio de
Janeiro, demonstra as perseguições que existiam contra os “negros islamizados”,
dizendo que eram difíceis e irritantes de lidar, formavam uma facção insubmissa e
perigosa, sempre propensa a antagonizar as autoridades e a rebelar-se.

Roger Bastide e seu discípulo, Arthur Ramos, dizia que os muçulmis (mussurumis,
mussurumins, muslins) não eram muçulmanos verdadeiros, pois faziam práticas pagãs
que haviam trazido da África. E é mais interessante ainda verificar que apresentam
como provas de sincretismo práticas reguladas ou aceitas por ramos do Islam, como a
feitura de grigris, as pequeninas bolsas de couro contendo versículos do Alcorão, a
oração pela chuva, a crença nos jinns (gênios) e as tabuinhas de escrever, com
versículos do Alcorão escritos com giz (ou efum) que se lavavam, sendo a água, em
seguida, bebida pelos fiéis. Essa mesma prática é feita pelos Babalaôs ao riscarem
algum caractere representativo do Odu, no sistema oracular do Opelê Ifá, de forma a
melhorar a vida do consulente.

Gobineau, que na década de 1860 era o ministro da França no Brasil, escreveu um


relatório político para o governo francês, onde diz que todos os africanos muçulmanos
eram minas, denominação que no Rio de Janeiro e outras regiões do sul do Brasil
significava qualquer africano que não fosse bantu ou qualquer um que tivesse
embarcado entre a costa do Senegal e os Camarões. Ele também menciona que um bom
número dos africanos muçulmanos de Salvador, aos se tornarem livres, regressavam à
Africa, mas que outros preferiam emigrar para o Rio de Janeiro. Quarenta anos mais
tarde, João do Rio confirmaria a informação de Gobineau: muitos dos muçulmanos do
Rio de Janeiro provinham da Bahia. É possível que quisessem não apenas ficar longe de
seus antigos donos, mas também escapar de constrangimentos pessoais, da desconfiança
e das perseguições que se seguiram às revoltas das primeiras quatro décadas do século
XIX. Em conseqüência dessa migração forçada, uma área de predomínio bantu como a
província do Rio de Janeiro presenciou, durante cinco décadas (1830 a 1870), o
crescimento numérico dos chamados minas: não somente iorubás, mas também fons,
hauçás, gãs, guns, ewés, baribas, fantes, bornus, nupes, grunces, mahis e mandingas.
Alguns deles eram muçulmanos.

Os negros muçulmanos nunca foram tão numerosos no Rio quanto em Salvador, onde,
de acordo com Nina Rodrigues, um em cada três dos velhos africanos, antes da
insurreição de 1835 (Revolta dos Malês), era praticante do Islam. No Rio, como na
Bahia e noutros lugares do Brasil, os muçulmanos desprezavam a religião dos orixás e
seus seguidores, e os adeptos dos orixás zombavam das práticas religiosas daqueles.
Embora os muçulmanos fossem geralmente respeitados como pessoas sérias e virtuosas,
eram também temidos pelo segredo que os cercavam. Diziam que eram feiticeiros de
grande conhecimento e que seus feitiços não podiam ser desfeitos, a não ser por um
alufá (sábio muçulmano).

Os mesmos muçulmanos faziam parte, no Rio de Janeiro, da idêntica diáspora africana,


viviam entre os baianos de outras denominações religiosas e era no meio deles que
escolhiam mulheres e maridos. Quase desde o princípio, os muçulmanos menos estritos
se misturaram e fraternizaram com membros de outras religiões: iam às suas festas,
inclusive aos bailes e às rodas de samba, embora nunca tomassem bebidas alcoólicas
nem comessem feijoada, porque continha carne de porco (um interdito alimentar aos
muçulmanos). Seus filhos e filhas viam-se, entretanto, obrigados a escolher entre ser
parte de uma minoria sob suspeita ou aderir aos valores comuns do grupo dentro do qual
viviam. Por isso, alguns dos que tinham sido criados como muçulmanos acabaram por
converter-se à religião dos orixás, e a outros cultos de matriz africana, tais como a
macumba, a cabula, a umbanda (em seu nascimento), ao catolicismo, ao evangelismo ou
ao espiritismo. Sobre os mandingas, uma das etnias africanas islamizadas, vamos ver o
que Artur Ramos nos diz: “Este povo, a que os negros chamavam mandinga, os
espanhóis mandimença, maniinga (do radical mani ou mali, o hipopótamo, visto que
eram povos totêmicos, e a terminação nke, povo), tinha uma índole guerreira e cruel.
Não obstante a influência maometana (muçulmana, g.n.), eram considerados grandes
mágicos e feiticeiros, e daí o termo mandinga, no sentido de mágica, coisa-feita,
despacho, que os negros divulgaram no Brasil” (in Artur Ramos, Culturas Negras no
Novo Mundo).

A historiadora Andréa Nascimento afirma que “na cidade do Rio de Janeiro, alguns
cultos de origem afro-brasileira eram conhecidos popularmente pelo nome de
Macumba, e os grandes responsáveis pelo culto da Macumba Carioca eram os negros
muçulmanos, hauças e malês que se misturavam nos candomblés da cidade…” ( in
Salve Pai Pedra Preta: uma contribuição singela à trajetória do Babalorixá. Revista
Virtual de Humanidades. n. 4, Jul. Set. 1994).

A questão dos jinn (gênios), o uso de fórmulas mágicas de cura, os riscos nas tabuinhas,
a prática da astrologia e da numerologia, o uso de talismãs etc são frutos dessa grande
miscigenação que houve no Brasil. Isso também aconteceu e acontece na África.
REFERÊNCIAS

1 – A presença Africana na música popular brasileira. in Revista Espaço Acadêmico, nº


50, 2005
2 – SODRÉ, Muniz e LIMA, Luis Felipe de. Um Vento Sagrado. Rio de Janeiro: Ed.
Mauad, 1996

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