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Concretizando o livro:

Até que Nada Mais


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de Luciano Subirá
01. Até que nada mais importe
“Que não se admita no coração outro desejo ou propósito, cujo objeto supremo não seja
ele.” John Wesley

O padrão de busca que Deus determina vai além da performance.


Ele deseja nosso coração completamente.
Muitos vivem sem propósito real, distraídos por preocupações mundanas.
Deus nos criou para buscá-Lo intensamente, não superficialmente.
As distrações, mesmo as legítimas, podem desviar nosso foco.
Devemos buscar Deus com intensidade, amando-o acima de tudo.
A distração é sutil, mas pode nos afastar da verdadeira comunhão com Deus.
Buscar o Reino de Deus em primeiro lugar traz equilíbrio às demais áreas da vida.

02. Embriagados com o quê?


Muitas pessoas, apesar de realizarem ações boas e legítimas ao longo de suas vidas,
não colocam Deus como prioridade. Ele não ocupa o centro de suas vidas, e se fosse o
caso, não o negligenciaram.
Ao meditar sobre Isaías 5:11,12, que fala daqueles que buscam prazeres, festas e
entretenimento, percebemos que a embriaguez é espiritual, nos fazendo esquecer de
Deus.
Existem diferentes formas de embriaguez espiritual, incluindo prazeres carnais,
prosperidade financeira, posição social, ativismo ministerial e até mesmo a família.
Destaca-se que, mesmo as bênçãos divinas, quando mal administradas, podem nos
afastar de Deus.
Às vezes achamos que estamos ocupados demais para orar. Este é um grande engano,
porque orar é ganhar tempo.
Devemos evitar a embriaguez e buscar a sobriedade espiritual, envolve estar atento e
pronto para responder a Deus.

Podemos destacar 3 práticas que podem guardar o nosso coração da embriaguez:


01. Encher-se da Palavra;
02. Encher-se do Espírito Santo;
03. Manter tempo de qualidade com Deus.

03. Um Deus exigente


Precisamos colocar Deus em primeiro lugar em nossa vida, explorando o significado e
os desafios dessa entrega total. Essa prioridade não é uma necessidade de Deus, mas
sim uma necessidade nossa para nosso próprio bem. Deus, sendo completo e
absoluto em Si mesmo, não precisa de nossa adoração, amor ou obediência; é para
nosso bem e proteção que Ele busca essa posição em nossas vidas.
Ao colocar Deus em primeiro lugar, evitamos a sufocação espiritual causada por outros
interesses.

É necessário esforço, diligência e sacrifício na vida cristã. Embora a salvação seja pela
graça e não por obras, o comprometimento, a dedicação e o esforço são
indispensáveis para viver uma vida cristã. Alcançar o reino de Deus requer um custo,
embora a entrada seja pela graça.

04. A reciprocidade de Deus


Os verdadeiros beneficiados em cumprir o padrão divino de busca por Deus somos
nós mesmos e como consequência, temos tudo Nele.

O conceito da “Lei da Reciprocidade”, destaca a relação mútua entre a atitude humana


e a resposta divina.

“Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros” (Tiago 4:8)

Deus não faz acepção de pessoas, mas faz acepção de atitudes, enfatizando que
nossa postura em relação a Ele influencia diretamente a forma como Ele se revelará a nós.

O comportamento humano determina as respostas divinas, seja na oferta ao Senhor, na


obediência que atrai bênçãos ou na desobediência que atrai maldição. Embora Deus
permaneça fiel em seu caráter, nossas atitudes afetam a maneira como Ele se
relaciona conosco.

A busca por Deus deve envolver uma entrega total e uma busca intensa, pois:
“Você nunca terá tudo de Deus enquanto Deus não tiver tudo de você”.

Essa perspectiva ressalta a nossa responsabilidade de nos entregarmos


completamente a Deus, buscando-o com paixão e dedicação.

05. Amado e agradável


Existe uma grande diferença entre ser amado por Deus e agradar a Ele por meio do
comportamento.

Podemos destacar a semelhança dessa situação com a parábola do filho pródigo,


ressaltando que muitos cristãos lutam para “merecer” o amor de Deus, enquanto
outros, compreendendo que o amor divino é incondicional, não se preocupam em
agradar a Deus. No entanto, para além do amor, há um chamado para agradar a Deus:

“Finalmente, irmãos, nós vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, como de nós
recebestes, quanto à maneira por que deveis viver e AGRADAR A DEUS, e efetivamente
estais fazendo, continueis progredindo cada vez mais. (1Ts 4.1)
Nossa atitude e fé determinam a intensidade do relacionamento com Deus e as nossas
conquistas espirituais. Deus não responde à nossa necessidade; ele responde à nossa fé.

É da vontade de Deus que todos se salvem. (1Tm 2.4).


Porém, as pessoas só são salvas mediante a fé. (Ef 2.8).

Por isso o apóstolo João declarou:


“Para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3.16).

Viver eternamente ou experimentar a condenação eterna depende de crer ou não crer:


“Quem Nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado.” (Jo 3.18).

Se nós atentássemos para o fato de que, quanto mais nos entregamos ao Senhor mais
desfrutamos Dele, certamente nossa busca não seria tão rasa. Quando ponho Deus em
primeiro lugar, ele me supre.
“Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas.” (Mt 6.33).

Somos responsáveis por buscar Deus, ir mais fundo é uma escolha individual. Cuidar
dos interesses de Deus resulta em Deus cuidando dos nossos interesses.

06. Fascinados por Deus


“O que nos molda não é o tempo dedicado, mas o que exerce maior poder.”
–OSWALD CHAMBERS

A Bíblia é o livro mais lido no mundo e no Brasil, segundo a pesquisa “Retratos da


Leitura no Brasil” (2016). A Bíblia mantém a posição principal em listas de “livros mais
marcantes” e “últimos livros mais lidos” pelo terceiro ano consecutivo. O livro de
Salmos é o mais lido, destacando-se por elevar a voz da humanidade a Deus.

Davi, autor de 73 salmos, é um dos grandes nomes da história. Sua reputação não
está apenas em suas conquistas, mas como o único chamado de homem segundo o
coração de Deus. Não por perfeição, mas por buscar a Deus, como evidenciado em
sua ênfase em estar na presença divina.

O Tabernáculo de Davi, mencionado por Amós e relacionado a Davi, simboliza a


busca pela presença de Deus. A restauração desejada não é apenas um culto
específico, mas a adoração em espírito e verdade, conforme Jesus indicou ao falar
com a mulher samaritana (Jo 4.23). Esse é o foco divino na busca por verdadeiros
adoradores.

Muitos não compreendem o que Deus realmente procura. Alguns afirmam que Ele
busca a verdadeira adoração, mas Jesus destacou que Deus busca os verdadeiros
adoradores, não a adoração em si. O mesmo se aplica às ofertas; Deus se interessa
pelo ofertante, não apenas pela oferta. O coração é crucial nas ofertas, refletindo a
atitude de quem as oferece.
O maior mandamento, segundo Jesus, é amar a Deus acima de tudo. Ele espera que O
amemos com todo o nosso ser, indicando Sua importância em nossas vidas. O homem
foi criado para buscar Deus e a busca eficaz exige intensidade, buscando-o de todo o
coração.

Deus deseja um relacionamento com o homem, como evidenciado desde Adão e Eva.
Davi exemplifica essa busca pela intimidade, preferindo a tenda simples de Deus à sua
própria casa. A construção do templo por Salomão, embora magnífica, não foi o que
Deus realmente desejava; Ele ansiava pela atitude de adoração, não pela
grandiosidade da estrutura.

Davi expressa o desejo de morar na Casa do Senhor para contemplar Sua beleza.
Isso vai além de admirar atributos divinos; é uma fascinação pela presença de Deus.
A mesma fascinação é observada nos seres celestiais que proclamam a santidade de
Deus ininterruptamente.

Além disso, Davi busca meditar no templo, buscando conhecer a Deus melhor.
A busca por conhecimento divino é uma responsabilidade do homem.
A prioridade, petição, busca, morada, contemplação e meditação compõem o quadro
de um homem segundo o coração de Deus. Deus busca adoradores verdadeiros, não
apenas adoração e ofertas. Ele anseia por relacionamento e intimidade com o homem,
que deve buscá-lo de todo coração.

Que o nosso coração seja tomado de uma fascinação cada vez maior por Jesus!
Que uma santa obsessão por Cristo se aposse de nós!

07. Descobrindo os tesouros


de Cristo
Buscar o tesouro em Cristo envolve uma jornada de descoberta dos tesouros
escondidos. Na Bíblia, o maná representa a Palavra de Deus e Cristo, enquanto a arca
da aliança simboliza a presença divina. Assim como o maná estava escondido na arca,
os tesouros da sabedoria e ciência estão ocultos em Cristo.

A superficialidade no relacionamento com Cristo impede a descoberta desses


tesouros. O maná escondido é a revelação divina, e a Palavra de Deus é central para
conhecer Cristo. Jesus é a Palavra que revela a Deus e as Escrituras testificam Dele.

Portanto, se queremos conhecer melhor a Cristo e descobrir os tesouros da sabedoria


e da ciência que nele se encontram, precisamos nos envolver com a Palavra de Deus
num nível muito mais profundo do que o que alcançamos até agora.
08. Manancial ou cisterna?
“Não há nada que diga a verdade a nosso respeito como cristãos tanto quanto nossa
vida de oração.”
–MARTYN LLOYD-JONES

Jeremias alerta sobre a armadilha de cavar cisternas rotas em vez de depender dos
mananciais divinos. No passado, as pessoas buscavam água em fontes distantes,
enquanto hoje muitos preferem cisternas, representando uma busca superficial.

Buscar a renovação diária em Deus é essencial. Muitos tentam driblar a busca diária,
confiando apenas em cultos semanais, mas a sobrevivência espiritual não se baseia
em estoques, mas na busca diária.

A analogia da fonte não somente retrata o nosso relacionamento diário com Deus,
mas também exprime a ideia de que não é necessário estocarmos ou armazenarmos
água e que podemos dar preferência à água fresca. Decida hoje mesmo a investir em
seu relacionamento diário com o Senhor e a fazer disso a sua fonte de águas vivas.
Não se deixe levar pelo desejo de cavar para você mesmo uma cisterna rota que não
retém as águas.

Jesus exemplifica a importância de beber da fonte em vários textos bíblicos. A busca


diária é crucial, envolvendo intensidade e frequência.

Investir tempo na presença de Deus é mais crucial do que o trabalho incessante.


O episódio de Maria e Marta destaca a escolha da boa parte ao estar aos pés do
Senhor. Poucas coisas são verdadeiramente necessárias e devemos priorizar a
presença de Deus na nossa vida.

Se você tivesse que escolher uma única atividade em seu dia, por ser a mais
importante ou a única que verdadeiramente pudesse ser chamada de necessidade,
essa atividade deveria ser a sua permanência aos pés do Senhor.

09. Voltando à fonte


“Quem não prioriza a oração na vida é fraco na obra de Deus e incapaz de projetar a
causa divina ao mundo.”
- E.M.BOUNDS.

A Bíblia ilustra o desgaste pós-batalha, exemplificado em Sansão, cuja unção externa


o deixou exausto após a vitória. O desgaste, por vezes, requer a fonte da unção interna
para refrigeração e renovação.
“Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, do
seu no interior correrão rios de água viva. Ora, isto ele disse a respeito do Espírito que
haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito ainda não fora dado, porque Jesus
ainda não tinha sido glorificado”. (Jo 7.37-39)

Somos convidados por Jesus a beber de uma fonte que sacia a nossa sede.
Essa fonte é o bendito Espírito Santo. A oração é vital para prevenir desgastes.
Oração não é opcional, mas essencial para a sobrevivência.

Afiar o machado espiritual é crucial. A falta de tempo com Deus prejudica o serviço
eficaz. O crescimento ministerial, se mal administrado, pode se tornar um inimigo. J
esus, nosso modelo, buscava lugares solitários para orar, mesmo durante o sucesso do
ministério.

A oração não é apenas um dever; devemos encontrar prazer nela. A oração prazerosa é
a oração que refrigera a nossa alma e revigora o nosso espírito. A alegria na
comunicação com Deus renova o espírito e nos leva de volta à fonte, o ponto de
partida em todas as coisas.

10. Vivendo de aparência


O crescimento espiritual ocorre principalmente na raiz, além da visão. A religiosidade,
centrada na forma, roubou a essência da relação sincera com Deus. Jesus condenou o
culto frio sem paixão, destacando a importância do coração.

O relato de um casal ilustra a diferença entre aparência e desejo genuíno. A esposa


preferia que o marido não a acompanhasse nas compras, pois percebia sua falta de
vontade. Essa situação reflete a expectativa divina de um desejo real, não apenas de
aparência. Assim como Isaías denunciou adoração superficial, Jesus alertou sobre o
culto sem coração.

A humanidade, desde Adão, tende a esconder falhas e fingir espiritualidade. Profecias


alertam sobre tempos de aparência piedosa sem essência. O comportamento
superficial tem roubado as pessoas do melhor de Deus.

Jesus ensina sobre ser sal e luz, visíveis para glorificar a Deus, não para buscar
reconhecimento. Ele condena fariseus que praticam para serem vistos, apesar de
obedientes. O problema não é ser notado, mas desejar ser visto.

A religiosidade é espiritualmente venenosa, podendo ser pior que a imoralidade, pois o


religioso, com sua aparência piedosa, se fecha ao arrependimento.

Jesus comparou prostitutas aos religiosos, indicando que os primeiros estão mais
próximos do Reino de Deus. O problema atual é a religiosidade que encobre
desobediência. O filho aparentemente obediente é comparado aos fariseus, e o filho
aparentemente rebelde representa pecadores.
A religiosidade pode ser pior que a imoralidade, pois mascara a desobediência,
criando uma falsa justiça. A parábola do fariseu e publicano destaca a arrogância
religiosa, enquanto a humildade é exaltada.

A religiosidade cultiva justiça própria e orgulho. O religioso muitas vezes não


reconhece sua necessidade de arrependimento. O comportamento de Roboão,
substituindo escudos de ouro por bronze para manter as aparências, reflete o desejo
de parecer espiritual sem buscar verdadeiramente a Deus.

Muitos trocam os “escudos de ouro” da busca genuína por Deus pelos “escudos de
bronze” da aparência. O pedido é para uma busca intensa, sem misturar com anseios
de reconhecimento ou vida de aparência. Que, dependendo de Deus, possamos viver
autenticamente, rejeitando a mera fachada religiosa.

11. Vidas preciosas demais


“Se não estiver pronto para morrer uma causa, não está pronto para viver por ela.”
– Martin Luther King Jr.

Por que hoje a resposta ao chamado missionário é tão rara? O Espírito Santo me
revelou: “Vidas valiosas demais!”

Paulo, ao não considerar sua vida preciosa, destacava que o propósito divino
valia mais. O segredo dos que se dedicam ao reino é valorizar o propósito sobre a vida.
Paulo enfrentaria prisões e tribulações, mas sua prioridade era completar a carreira e o
ministério pelo Evangelho da graça.

O valor da vida está em viver para Deus, cumprindo Seu propósito.

Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes:


“Se alguém quer vir a mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.”
(Mc 8.34).

Tomar a cruz, segundo Jesus, é assumir publicamente a sentença de morte sobre nós,
morrendo para o eu e para o mundo. Jesus exigiu negar a si mesmo para ser
discípulo. Fé e obediência andam juntas; crer é obedecer. A autonegação é figurativa,
representando a renúncia aos prazeres da carne.

Negar-se a si mesmo e aceitar a cruz são condições para seguir Jesus. Salvar a vida,
ignorando essa exigência, resulta em perda. Entregar tudo a Deus é a lei da
reciprocidade, permitindo desfrutar mais do Senhor.

Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e
do evangelho salvá-la-á.”
(Mc 8.35).
Historicamente, os que mais contribuíram para o reino de Deus se entregaram
completamente. A entrega total impede obstáculos, conforme Apocalipse 12.11
destaca: vencer Satanás pelo sangue do Cordeiro, testemunho e não amar a própria
vida.

Mártires, como Paulo, não consideravam a vida valiosa diante do chamado de Deus.
A disposição de sacrifício impulsiona o avanço do reino. A entrega total neutraliza o
medo da morte, tornando os crentes invencíveis contra as estratégias do diabo.

Ao entregar tudo a Deus, não há mais nada a perder. Essa entrega não apenas f
ortalece a intimidade com o Senhor, mas também torna os crentes invencíveis diante
do adversário. Que possamos compreender e praticar esse princípio inegociável do
reino de Deus.

12. Reacendendo a paixão


“Prazer em Deus é a saúde de sua alma. Essa é a chave da adoração aceitável. Deus não
está satisfeito, nem nós somos renovados, por uma obediência repleta de tarefas, mas
isenta de prazer.”
–RICHARD BAXTER

A ausência de paixão, tanto em novos convertidos como naqueles que perderam o amor
por Deus, é problemática. A carta de Jesus à igreja de Éfeso em Apocalipse critica a
decadência do primeiro amor, instando ao arrependimento e retorno às obras iniciais.

O “primeiro amor” mencionado por Jesus é a intensa devoção a Ele. Ilustrado nas
parábolas do tesouro e da pérola, envolve alegria pela descoberta do reino de Deus e
a disposição de sacrificar tudo. É um amor que prioriza Deus acima de tudo.

O entusiasmo inicial pode esmorecer diante de provações, mas alguns permanecem


inabaláveis. Atitudes diante das circunstâncias são cruciais.

O amor a Cristo, conforme Paulo, nos constrange a viver para Ele. Esse
constrangimento levou Paulo a um serviço incansável, superando outros apóstolos.
O entendimento do amor de Cristo gera busca intensa e serviço apaixonado.

Recuperar o primeiro amor exige arrependimento e retorno às obras iniciais. O primeiro


amor é a chama que impulsiona a busca fervorosa e o serviço dedicado ao Senhor.

Às vezes, compreender a natureza de algo envolve definir o que não é. Para entender a
diminuição do amor entre os efésios, é crucial examinar o que a Escritura não
considera a perda do primeiro amor. Alguns veem a diminuição da produtividade como
sinal, mas Jesus elogia seus esforços. A perda não é desânimo, pois Jesus destaca a
perseverança. Não é uma crise momentânea, mas um pecado. Muitos crentes,
dedicados, perdem a paixão, fazendo por hábito, não por amor.
A queixa divina é de abandono intencional do primeiro amor, um pecado que exige
arrependimento. Jesus não repreende a falta de amor total, mas a diminuição da
intensidade.

Por que perdemos o amor? Podemos resumir em alguns motivos:

01. Convívio com o pecado: A iniquidade em torno de nós pode sufocar nosso amor.
Não apenas nosso pecado, mas tolerar o pecado alheio pode acostumar-nos a valores
contrários.
02. Falta de profundidade: Viver superficialmente na fé impede raízes fortes.
O compromisso diário é vital para manter a paixão.
03. Falta de tratamento: Áreas não tratadas em nossa vida podem crescer e sufocar
nosso amor. Pequenas negligências podem levar à queda espiritual.
04. Distrações: Manter-se vigilante contra distrações é essencial para preservar nossa
paixão por Jesus.

O caminho de volta envolve três passos práticos:


01. Lembrança: Recordar os primeiros momentos de fé e intimidade com Deus traz
esperança.
02. Arrependimento: Reconhecer a perda como um pecado, lamentar e buscar o
perdão divino.
03. Recomeço: Retornar às práticas iniciais, agindo como no início da jornada de fé.
Isso não só resgata o amor, mas também o alimenta.

Paulo destaca o “amor incorruptível” como o tipo que traz graça. Esse amor não se
corrompe, é eterno e puro. Não basta reconhecer quem ama e quem não ama; a
distinção está entre o amor que permanece intocado e o que se corrompe ao longo do
tempo. Que possamos estar no grupo certo, entre os que amam com amor
incorruptível e vivem em tamanha fascinação por Jesus até que nada mais importe!

13. Para refletir e colocar em


prática
Reflita e liste os principais motivos que te afastam do “primeiro amor” relacionados a
cada um dos seguintes tópicos: convívio com o pecado, falta de profundidade, falta de
tratamento e distrações.

Se julgar necessário, siga três passos práticos de retomada: lembrança, arrependimento


e recomeço.

“Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim
e do evangelho salvá-la-á.”
(Mc 8.35).

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