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Estado do Rio de Janeiro

PREFEITURA DA CIDADE DE NOVA IGUAÇU


GABINETE DO PREFEITO

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

Nova Iguaçu, 26 de novembro de 1998.

Senhor Presidente,

A recente história da Nova Iguaçu demonstra que, nos últimos anos, ocorreu um
intenso e incontrolado processo de expansão urbana. No entanto, o Poder Público não conseguiu
acompanhar tal expansão, deixando, pois, de garantir à população a adequada infra-estrutura urbana e a
devida qualidade dos espaços públicos de uma maneira geral.
Na verdade, nesse período, as diversas Administrações Municipais precedentes não
conseguiram criar uma coerente estrutura urbana geral da cidade e, tampouco. atender às demandas
latentes da população iguaçuana. Foram muitos os "déficit's" herdados e os erros cometidos, quer por falta
de uma legislação adequada, quer por falta de controle e de fiscalização e, em última instância, por falta de
vontade política.
Com o recente encaminhamento, pelo Executivo Municipal, e a aprovação, por esta
egrégia Câmara, de uma série de importantes leis urbanísticas, em especial a Revisão do Plano Diretor
de Desenvolvimento Urbano e Sustentável e a Lei de Uso e Ocupação do Solo, confirma-se, de
forma contundente e cristalina, o compromisso deste Governo de dotar a municipalidade dos instrumentos
legais necessários ao disciplinamento e ordenamento urbano.
Hoje, em nossa cidade, existe um grande descaso da população e, principalmente, de
agentes do mercado imobiliário quanto ao respeito às normas, regras e legislações urbanísticas em vigor.
Dentre essas, destaca-se as normas referente ao "Habite-se", fato este facilmente constatado pela
significativa defasagem entre os pedidos de Licença de Construção e as solicitações necessários quando
do término das obras.
O Projeto de Lei, ora apresentado, procura estabelecer regras eficientes e eficazes que
permitam a Administração Pública Municipal não só o monitoramento da produção imobiliária de nossa
cidade mas também garantir à população a segurança predial e as condições mínimas de habitabilidade
das mesmas.
Certos da aprovação desse importante instrumento legal para o desenvolvimento de
nossa Cidade, agradecemos antecipadamente.

Atenciosamente,

NELSON ROBERTO BORNIER DE OLIVEIRA


PREFEITO

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GABINETE DO PREFEITO

LEI Nº 2.960, de 18 de dezembro de 1998

“DISPÕE SOBRE AS CONDIÇÕES PARA O HABITE-SE


DAS OBRAS NA CIDADE, LIGAÇÃO DOS SERVIÇOS DAS
CONCESSIONÁRIAS DE ENERGIA ELÉTRICA, ÁGUA,
TELEFONE E OUTROS SERVIÇOS E LIGAÇÃO À REDE
DE ESGOTO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS”

CONSIDERANDO que o HABITE-SE é uma ação que visa o controle da atividade edilícia da
cidade e que contribui para a atualização do cadastro imobiliário;

CONSIDERANDO que a segurança da população tem sido atingida nos últimos tempos por
obras mal executadas;

CONSIDERANDO que sem os serviços das concessionárias de serviços públicos, os prédios


não poderão ser habitados;

CONSIDERANDO, ainda, a necessidade da melhoria da qualidade de vida da população


iguaçuana..

A CÂMARA MUNICIPAL DE NOVA IGUAÇU, por seus representantes legais, decreta e


eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º - Fica estabelecido que uma obra concluída só poderá receber o Habite-se, quando tiver
as seguintes condições de habitabilidade:

I – garantir à segurança a seus usuários e à população indiretamente a ela afetada;

II – possuir todas as instalações prevista em projeto funcionando a contento e de acordo com


as normas das devidas concessionárias;

III – for capaz de garantir a seus usuários padrões mínimos de conforto térmico, luminoso,
acústico e de qualidade do ar, conforme projeto aprovado;

IV – não estiver em desacordo com as disposições das leis vigentes, como Código de Obras,
Lei de uso e Ocupação do solo, Plano Diretor, Código Ambiental e outras;

V – atender as exigências do Corpo de Bombeiros relativas às medidas de segurança contra


incêndio e pânico;

VI – tiver garantida a solução de esgotamento sanitário prevista em projeto aprovado ,


quando for o caso.
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Art. 2º - O Habite-se deverá ser solicitado pelo proprietário ou profissional responsável pela obra
tão logo concluída à construção e poderá ser concedido total ou parcial, conforme o caso.

Art. 3º - O Habite-se parcial , poderá ser concedido nos seguintes casos:

I – prédio composto de parte comercial e parte residencial, utilizadas de forma independentes;

II - quando se tratar de prédios em vilas, condomínios, grupamentos habitacionais, estando


com a devida infra-estrutura pronta, desde a entrada até a testada dos prédios a habitar, bem
como das reservas urbanas quando for o caso;

III – programas habitacionais de reassentamentos com caráter emergencial, desenvolvidos e


executados pelo Poder Público ou por comunidades beneficiadas, em regime de “multirão”
(auto construção), supervisionadas pela Prefeitura.

Parágrafo único – O Habite-se parcial não substitui o que deve ser concedido ao final da obra.

Art. 4º - A vistoria para a concessão do Habite-se deverá ser efetuada no prazo máximo de 15
(quinze) dias, a contar da data de seu requerimento, e concedido ou recusado dentro de outros 15 (quinze)
dias.

Art. 5º Fica proibida, a qualquer concessionária de serviço público, efetuar a ligação definitiva
de seus serviços, em todo território da Cidade de Nova Iguaçu, quando o prédio não possuir o Habite-se
expedido pela Prefeitura.

§ 1º - A concessionária deverá proceder vistoria para verificar se os serviços foram executados


dentro das normas técnicas da mesma, para emissão do certificado ou declaração de funcionamento das
instalações.

§ 2º - Fica estabelecido a multa de 300 (trezentas) UFINIG para a concessionária que


contrariar o disposto nesta lei.

§ 3º - A concessionária que reincidir na infração, terá a multa dobrada em seu valor, a cada
reincidência, progressivamente.

Art. 6º - Das ligações à rede de esgoto, águas pluviais e outras, nos logradouros públicos.

Parágrafo único – Toda e qualquer ligação em logradouro público, só poderá ser realizada por
firma especializada, cadastrada na Prefeitura, e com a autorização da Secretaria Municipal de Obras e
Serviços Públicos da Cidade de Nova Iguaçu.

Art. 7º - Fica estabelecido que todos os Processo de Licença de Construção, além do Visto
Prévio expedido pelo Conselho Regional de Engenharia, Agronomia e Arquitetura (CREA), terão de
apresentar Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), referente ao cálculo estrutural da obra

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Art. 8º - A documentação necessária para a solicitação do Habite-se são:

I – requerimento do Habite-se, que poderá ser solicitado, também, dentro do processo da


licença para construção;

II – certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros;

III – certificado de funcionamento e garantia dos aparelhos de transportes, fornecido pelo


fabricante ou por empresa instaladora por ele credenciada e visado pelo órgão municipal
competente, quando for houver e for o caso;

IV – certificado de funcionamento do sistema de exaustão mecânica e renovação de ar,


fornecido por empresa instaladora e visado no órgão municipal competente, quando houver e
for o caso;

V – certificado de funcionamento de sistema de condicionamento de ar, fornecido por


empresa instaladora e visado pelo órgão municipal competente, quando houver e for o caso;

VI – certificado de funcionamento do compactador de lixo fornecido pela empresa


instaladora, quando for o caso;

VII – certificado de funcionamento de equipamento de tratamento de água de piscina


fornecido pela empresa instaladora ou profissional responsável, quando for caso;

VIII – declaração do profissional responsável pela execução da obra comprovando o plantio


de mudas de árvores ou seu fornecimento para plantio à Secretaria Municipal de Urbanismo
e Meio Ambiente, em obediência à legislação vigente.

IX – certificado ou declaração de funcionamento das instalações fornecido pelas devidas


concessionárias, de acordo com o § 2,º do Art. 5º, desta lei;

X – certificado ou declaração das ligações de esgoto e águas pluviais fornecido pela empresa
responsável, visado pelo órgão municipal competente;

XI – certidão de averbação de remembramento ou desmembramento do Registro Geral de


Imóveis, quando houver;

XII – certidão de averbação de recuo, quando houver;

XIII – certidão de averbação de investidura, quando houver;

XIV – comprovação de doação de áreas para reservas urbanas, quando for o caso;

XV – declaração de vinculação de vagas, quando for o caso;

XVI – certidão de registro de imóveis com novas dimensões do lote, quando for o caso;

XV – comprovação do pagamento de multas porventura incidentes sobre a obra;

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XVI – outros documentos que se façam necessários, a critério da Secretaria Municipal de


Urbanismo e Meio Ambiente.

Art. 9º - O disposto nesta lei, deverá ser aplicado para todas as Licença de Construção e
Alvará de Autorização excetuando-se as licenças para residência unifamiliar.

Art. 10 - Para as obras de modificações, reconstrução, transformação de uso e para as


destinadas a edificações novas de residência unifamiliares é concedida a “DECLARAÇÃO DE ACEITE
DE OBRAS “, cujo objetivo é semelhante ao do “HABITE-SE “. Esta declaração é concedida após a
fiscalização ter verificado que foram atendidas, pelo proprietário, todas as exigências legais previstas quando
da liberação da licença e apresentação do certificado ou declaração de funcionamento das instalações pela
concessionária.

Art. 11 – A Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente fará, ainda, as seguintes


exigências especiais.

I – edificações destinadas à indústrias: declaração de vistoria expedida pelo órgão


competente da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente quanto aos despejos
industriais.

II – edificações destinadas a confecção ou distribuição de alimentos, restaurantes, bares ou


similares, atividades que contenham cozinhas tipo industrial: declaração de vistoria expedida
pelo órgão competente da Secretaria Municipal de Saúde.

Art. 12 - Esta lei entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.

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