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CURSO DE PRÁTICA

EM BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
(ADVOCACIA ADMINISTRATIVA E JUDICIAL)
Prof. Tiago Pereira
Advogado

Pós graduado em Direito e Processo do Trabalho e Previdenciário


Criador do Portal Advocacia na Prática @advpratica

Prof. Vanusa Mendes


Advogada

Pós graduada em Direito Previdenciário


Criadora do Portal Dia a Dia Advocacia @diadiaadvocacia

Contatos do Suporte: advocacianapratica1@gmail.com


WhatsApp 19 99509-2645
OBJETIVO
A advocacia não é uma profissão de covardes já dizia Sobral Pinto. Muitas vezes essa frase nos revolta,
porquanto passamos muitas dificuldades no início e sentimos na pele a falta de experiência e prática.

Ocorre que a maioria dos advogados que se lançam no mercado, procuram primeiro ter resultado
financeiro sem se esquecer que sem conhecimento não temos clientes e sem clientes não temos
resultados financeiros.

Atuar na advocacia previdenciária nem sempre foi uma tarefa fácil e agradável, ressalvando o viés social
do nosso trabalho. Porém, é uma das advocacia mais rentáveis e promissoras para os próximos anos já
que o réu será sempre solvente e teremos sempre pessoas necessitando do regime geral para
subsistência.

Cabe a nós advogados enxergar a advocacia previdenciária como uma oportunidade e adquirir
conhecimento prático suficiente para, primeiro sair na frente da concorrência entregando um trabalho de
qualidade, se colocar no mercado como autoridade no assunto e por fim, ter recorrência nas ações ou
pedidos administrativos que traga renda suficiente para bancar seu escritório e suas despesas pessoais.
OBJETIVO

Com tudo isso, eu quero te dizer que o objetivo desse curso é trazer você para dentro do universo
que é a advocacia previdenciária no âmbito administrativo e judicial.

Te mostrar passo a passo de como atuar nesse ramo do direito tão promissor e rentável, desde o
atendimento ao cliente com ferramentas e instrumentos certos para conseguir seu espaço no
mercado como autoridade e especialista no assunto, até a atuação administrativa e judicial no
Regime GERAL de Previdência Social.

O curso trará o conhecimento prático nos benefícios previdenciários e para isso, é preciso que você
tenha uma noção do que é o Direito Previdenciário e, posteriormente, busque uma pós graduação
para se especializar.

Após esse treinamento o advogado terá plenas condições técnicas de requerer qualquer benefício
previdenciário perante o INSS ou em juízo caso haja indeferimento na esfera administrativa.
PLATAFORMA E MÉTODO DE ENSINO
Plataforma: Você terá acesso a todas as aulas por meio dessa plataforma chamada Área de
Membros ou Área do aluno.

Não há limites de acesso em cada um dos vídeos, tampouco do download dos materiais.

Não há prazo para assistir o curso, porque acreditamos que você vá precisar dele durante toda sua
caminhada. Esse conteúdo vai funcionar como um guia, um passo a passo do seu dia a dia na
advocacia previdenciária.

Método de Ensino: Nosso método de ensino chama-se Advocacia na Prática. Parece lógico e
simples o método, mas todas as aulas são pautadas no que você vai viver de verdade na advocacia
previdenciária.

Vamos nos ater a questões puramente práticas e que vão te trazer resultados a curto prazo. Isso
não exclui a responsabilidade do advogado aluno, de estudar a fundo as matérias para
aperfeiçoamento da sua advocacia, assim como dizia Eduardo Couture: “O advogado que não
estuda é cada dia menos advogado”.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Carga Horária: Mais de 30 horas de aula dividias em blocos temáticos.

Estrutura do Treinamento:

1 - Apresentação
2 - Advocacia Previdenciária no Cenário Atual (mercado)
3 - Implementação da Advocacia Previdenciária (região, formas de atendimento, tipos de clientes,
ferramentas de publicidade, documentos obrigatórios para atendimento, ferramentas de trabalho, cobrança
de honorários).
4 - Noções Básicas de Direito Previdenciário (Conceito, Princípios e Posição da Matéria)
5 - Estrutura do INSS e Competência Jurisdicional em matéria previdenciária
5.1 - Atuação administrativa, CRSS, Juntas de Recursos, CAJ e Conselho Pleno.
5.2 - Competência e Jurisdição em matéria previdenciária.

6 - Visão geral dos benefícios previdenciários (requisitos legais e contingências)


7 - Benefícios Previdenciários:
7.1 - Aposentadoria por Tempo de Contribuição
7.2 - Aposentadoria por idade (urbana e rural)
7.3 - Aposentadoria por Invalidez
7.4 - Aposentadoria Especial
7.5 - Auxílio-doença (acidentário e previdenciário)
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

7.6 - Auxílio-Acidente
7.7 - Pensão por morte
7.8 - Salário Maternidade
7.9 - Auxílio Reclusão

8 - Benefício Assistencial (BPC ou LOAS)


2. ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA

Durante anos a advocacia previdenciária tem se mostrado um dos ramos do direito mais rentáveis,
entretanto um dos mais concorridos diante do número de escritórios especializados atualmente no Brasil.

Os que se destacam, são os mais preparados e que conseguiram construir uma imagem do próprio
profissional ou do seu escritório (banca) na sua região.

Temos diversos nomes da advocacia trabalhista atualmente como Adriana Bramante, Carlos Gouveia,
Theodoro Agostinho, etc.

O que todos eles tem em comum, é que começaram do zero, sem nenhum cliente e sem nenhum
conhecimento na matéria. Tiveram que construir essa carreira aos poucos e isso é perfeitamente possível
pra você.
2. ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA

Os motivos para investir nessa área são vários:

- O INSS é o maior litigante atualmente na esfera judicial


- É solvente
- Tem clientes para todo lado (atualmente mais de 208 milhões de brasileiros)
- Mesmo com a reforma a demanda vai continuar
- Se atuar na esfera administrativa, em questão de dias já se pode receber os primeiros
honorários
- Não tem espaço para aventureiros, pois um erro na prestação de serviços, o advogado
se queima perante os clientes.
- Tem muito concorrente despreparado para atuar na área previdenciária e se destaca o
que entregar o melhor serviço.
2. ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA

O mercado da advocacia previdenciária


- A população vem envelhecendo e tendo problemas com o INSS - De acordo com o
IBGE, de 2005 a 2015, o percentual de participação dos idosos de 60 anos ou mais no
total da população passou de 9,8% para 14,3%.
- Com a reforma novas oportunidades surgirão com teses e revisões
- Em até 60 dias (processo administrativo) o requerimento do benefício estará deferido e o
segurado recebendo.
- A cobrança de honorários é praticamente padrão (vamos ensinar como cobrar na aula de
atendimento).
- Dá para manter um ótimo networking sem muito esforço, basta entregar um serviço de
qualidade que os clientes indicam uns aos outros.
- Menos trabalho em comparação as outras áreas, pois quase sempre não há audiência a
ser realizada.
2. ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA

Qual área escolher?

É bom desde cedo ter uma clareza no objetivo de atuação na esfera previdenciária. Fazer de
tudo pode dar lucro no início, porém é necessário uma especialização dentro dessa área
especializada para se destacar no mercado.

Estamos falando de um nicho específico dentro do direito previdenciário e aqui vão alguns
deles:
- Concessão de benefícios por incapacidade
- Concessão de aposentadorias
- Revisão de benefícios em geral
- Atuação administrativa para comprovação de tempo de serviço (urbano e rural)
- Consultoria preventiva tributária
- Consultoria preventiva para o FAP (fator acidentário de prevenção)
- Assessoria contenciosa empresarial
2. ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA

Cenário atual dos processos previdenciários

O INSS é responsável por mais de um quinto de todos os processos judiciais no país. Por quase a
metade na justiça federal. E por 80% nos juizados especiais federais.

Sem contar nos inúmeros processos administrativos nas agências, juntas, câmaras de julgamento e
no Conselho Pleno.

Um pedido administrativo, tem o prazo de 60 dias para ser concluído na “primeira instância” que é
nas agências. O prazo para agendamento de perícias varia de cidade para cidade.

Agora com o INSS Digital um pedido de aposentadoria por idade pode durar 5 minutos e poucos
cliques.

O tempo de tramitação dos processos vai depender da sua comarca e se ela conta com a Justiça
Federal.
2. ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA

Há uma forte tendência de modernização dos processos administrativos a serem iniciados pelo
próprio segurado através de um computador na sua casa. Isso porquê a estrutura física da
autarquia não comporta a demanda de segurados por benefícios diversos.

A ideia é de desburocratizar os pedidos, facilitar o acesso ao cidadão e agilizar a concessão. Ocorre


que falta informação por parte da autarquia, pois se o segurado não consegue o benefício, falta
fundamento para a negativa administrativa para que o segurado possa sanar eventual falta de
informação ou documentos inerentes ao benefício.

Por outro lado esse cenário é bom para o advogado que terá o seu trabalho facilitado pelo Meu Inss
(plataforma digital) e mais demanda por segurados que não saberão resolver sozinhos seus pedidos
no sistema. Ademais, o próprio advogado pode se utilizar do sistema para diversos pedidos, sendo
o principal, o CNIS do segurado, que antes tinha que ser retirado na agência.
2. ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA

A Reforma da Previdência…

Parece uma novela em que os capítulos mudam de acordo com o jogo político jogado no momento.

Ocorre que a oposição a reforma foi e é muito grande. Atualmente a proposta encontra-se parada e
iniciou com a PEC 287/16. Seu andamento depende muito de quem assumir o governo em 2019, e
as principais mudanças são:

- Idade mínima de aposentadoria, com regra de transição até 2042 sendo 62 anos se mulher e
65 anos para o homem.
- Tempo mínimo de contribuição de 15 anos para o RGPS e 25 anos para o Regime próprio dos
servidores públicos começando com 60% do salário benefício, até 100% para 40 anos de
contribuição.
3. IMPLEMENTANDO A ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA

Eu sempre gostei muito de uma frase que diz: “Quando você não sabe para onde quer ir, qualquer
lugar serve”. Essa de começar a advogar sem ter um rumo, sem ter um objetivo fixo, não traz
nenhum resultado e tampouco satisfação profissional.

Por isso vemos diversos novos advogados reclamando do mercado, que não tem clientes, que não
tem espaço, enfim. Mas se analisarmos há algo em comum entre eles: não possuem um ramo de
atuação especifico e fixo. Ficam pulando de área em área e não conseguem se firmar e se
posicionar no mercado.

O que é e como se posicionar no mercado?

Para começar a atuar na advocacia previdenciária, o colega tem que se identificar com o mercado.
Verificar como é a concorrência e como se comportam os advogados com seus clientes.
3. IMPLEMENTANDO A ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA

Primeiro passo - Coloque metas no seu escritório

Dê um prazo para implementação da advocacia previdenciária no seu escritório. Não importa o


tempo que vai levar, mas coloque um prazo.

Qual a média de honorários que você espera receber adotando a advocacia previdenciária no seu
escritório.

Quanto você vai investir de tempo e dinheiro nessa área.

Quantos pedidos administrativos ou processos por mês.


3. IMPLEMENTANDO A ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA

Segundo Passo - Definir o cliente

Qual tipo de cliente você quer atuar? Segurados do Regime Geral ou Regime Próprio ou Regime
Complementar, empresas, sócios (plano de previdência geral ou privado).

Ao definir o cliente, fica mais fácil saber onde eles estão e como se apresentar para eles.
3. IMPLEMENTANDO A ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA

Terceiro Passo - Definir o tipo de serviço a ser prestado

Dentro da advocacia previdenciária, o advogado pode ter um leque diversificado de prestação de


serviços e quanto mais específico for, é melhor para se destacar no mercado.

A advocacia previdenciária compreende:


- Benefícios (atuação administrativa e judicial)
- Especialista em benefícios específicos (aposentadoria especial, rural, dos professores)
- Planos de Previdência para empresários
- Auditoria previdenciária para empresas (análise tributária SAT, RAT, FAP) https://
www.oliveiraecarvalho.com/site/rat-e-fap-sua-empresa-pode-estar-pagando-tributos-a-mais/
- Atuação administrativa para auxílio do segurado nos processos iniciados
- LOAS (formas de captação de cliente - exemplo colega).
3. IMPLEMENTANDO A ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA

Quarto Passo - Definir o local e região de atendimento

Faz muito sentido você abrir um escritório na frente de uma agência do INSS, pois o cliente sai de lá com
várias dúvidas, mais do que quando entrou, e, a primeira pessoa que ele vai buscar as respostas é o
advogado.

Isso fere o código de ética? NÃO! O que fere o código é a forma que você vai fazer a sua publicidade
como placa, classificados, anúncios em sites, etc.

Se for atender os segurados em geral, o recomendado é um escritório em piso inferior, com fácil acesso
(sem escadas) principalmente por conta dos segurados de idade avançada ou os incapacitados.

Se for atender clientes empresas, investir um pouco mais em infraestrutura, principalmente em salas de
reuniões com TVs para demonstrar ao cliente o tipo de serviço prestado e a análise tributária que você
fará da empresa para prestar consultoria.

Se for segurados em geral, pense em bairros populosos de baixa e média renda. Ex: Vale do Aço e ABC
Paulista
3. IMPLEMENTANDO A ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA
Quinto Passo - Publicidade

Diferente das demais profissões, o advogado não pode fazer propaganda, porém pode fazer publicidade do seu
trabalho seja no mundo off Line ou on Line (sendo esse com mais restrições) .

Atualmente a OAB libera:


- Sites próprios
- Anúncio em sites de parceiros (notícias jurídicas, Conjur, Jota)
- Anúncios em classificados de jornais
- Google
- Placas com estética moderada (nome, OAB e áreas de atuação com telefone)
O advogado previdenciarista, com o tempo vai ganhando “fama” pelos seus resultados, e o boca-a-boca se torna
automático.

Venda de listas do INSS. Prática ilícita.

Parqueiro (SP ou grandes cidades)

A melhor forma de atrair clientes nessa área é produzindo conteúdo jurídico de relevância, com linguagem simples e
objetiva, e se posicionando nas redes sociais do escritório e do seu site, além do Youtube.
3. IMPLEMENTANDO A ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA

Quinto Passo - Publicidade

Você pode trabalhar com dois tipos de público alvo. O novo cliente e o velho cliente.

Com o novo cliente você vai usar as ferramentas que falei anteriormente. Produzindo conteúdo relevante,
você vai chamar a atenção das pessoas e automaticamente elas vão te procurar para sanar suas dúvidas e
isso não fere o código de ética.

Crie uma fanpage e um perfil no instagram. Publique notícias, grave vídeos ou escreva pequenos artigos e
seja constante na internet. No mundo off-line procure participar de associações de bairros, brechós de lar
dos velhos, mutirão de comunidades dando atendimento gratuito, procure em um jornal um espaço gratuito
ou pago para escrever artigos semanais.

Já o cliente velho, pode ser qualquer cliente que já tenha passado em seu escritório e fique sempre atento
aquele que está próximo de se aposentar. Se você atua na área trabalhista, fique atento a idade e aos
direitos que foram pleiteados do seu cliente. Um cliente que ganhou adicional de insalubridade numa ação
trabalhista poderá requerer aposentadoria especial calculando o novo período se completado os 15, 20 ou
25 anos de contribuição.
3. IMPLEMENTANDO A ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA

Sexto Passo - Tenha um BOM CALCULISTA

Se você decidir por trabalhar com revisões de benefícios, tenha um bom calculista para simular o benefício
revisado. Muitos advogados se atentam mais as teses jurídicas mas esquecem de conferir se aquela revisão
vai ser mesmo benéfica para o cliente.

Já ocorreu de advogados ingressarem com o pedido de revisão e o valor do benefício diminuir e prejudicar o
cliente.

Além disso, pode o INSS após a sentença, propor acordo e para isso, você precisa ter os cálculos dos
valores atrasados e do novo benefício.

O calculista servirá também para fase de cumprimento de sentença, tanto na implementação do benefício
com o cálculo correto, quanto da atualização dos atrasados.

Se você mesmo quiser fazer os cálculos, será uma renda extra, pois poderá ofertar esse serviço aos clientes
que ainda não atingiram o tempo de aposentadoria ou só querem conferir se o valor do benefício está
correto, cobrando entre 100 a 200 o cálculo.
3. IMPLEMENTANDO A ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA

Sétimo Passo - Conheça a matéria previdenciária

As ações previdenciárias judiciais são bem tranquilas, mas exige uma expertise que não se aprende só nos
livros e sim na vivência prática.

Difícil no início dominar a matéria, mas com o passar do tempo, o advogado começa a familiarizar com o
direito previdenciário conhecendo normas complementares, regulamentos e instruções normativas (receita e
INSS), além das súmulas da TNU e jurisprudência sedimentada do STJ para casos bem específicos.

Muito embora em primeiro grau a análise dos casos é mais superficial, os tribunais exigem um
conhecimento técnico mais apurado do advogado.

Estude sempre o básico do direito previdenciário (benefícios, custeio, regimes, princípios), mas sempre
aprofunde o conhecimento em matérias específicas como revisões, compensação tributária, recolhimentos
dos segurados facultativos, obrigatório, etc.
3. IMPLEMENTANDO A ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA

Oitavo Passo - Saiba cobrar os honorários

Uma das grandes dificuldades dos advogados é a cobrança dos honorários, seja pelo medo do cliente fugir
do seu escritório, seja por vergonha e não ter noção ainda do valor do nosso trabalho, seja por
inexperiência.

Para se ter noção do valor, precisamos entender o quanto vale nosso trabalho para nós mesmos. Se
coloque na situação do cliente previdenciarista, aquele que precisa do benefício para o sustento próprio.
Tente imaginar a necessidade dele, e aqui vem dois pontos controvertidos sendo o primeiro de que nosso
trabalho vai trazer o sustento (integral ou parcial) do cliente mas em contrapartida não podemos cobrar um
valor muito acima a ponto de prejudicar o sustento do cliente.

LOAS é um pouco mais complicado, pois se a pessoa está na faixa da miserabilidade fica complicado
cobrar sobre um salário mínimo (aqui você vai ganhar na quantidade mesmo cobrando menos que a tabela).

Veja a tabela da OAB de SP que dá um norte de como cobrar:


3. IMPLEMENTANDO A ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA
3. IMPLEMENTANDO A ADVOCACIA PREVIDENCIÁRIA

Oitavo Passo - Saiba cobrar os honorários

No contrato de honorários deixe claro:


- Que você vai cobrar honorários sobre as parcelas devidas em sede de tutela
(durante todo o processo ou só dos 4 ou 5 primeiros?)
- Que incidirá seus honorários sobre os atrasados caso não tenha tutela.
- Destaque dos honorários (art. 22, §4º da lei 8.906/94)
- Que o cliente é responsável pela documentação e estipule multa contratual caso o
cliente “suma” e não preste mais as informações devidas ou receba os honorários e
não lhe pague.
4. CONCEITOS BÁSICOS DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Nosso objetivo com esse curso é te dar condições técnicas profissionais de atuar no
ramo previdenciário para concessão de benefícios, sendo esse o trabalho “grosso" da
advocacia previdenciária atualmente.

Familiarizando com a matéria, você pode inclinar sua advocacia para outros ramos
como a advocacia previdenciária empresarial, revisional ou tributária.

Conhecendo o básico do direito previdenciário já é possível começar a distribuir suas


primeiras ações.

Como nosso curso está pautado na prática, para que eu possa te explicar item a item
de cada benefício e como redigir uma petição requerendo a implementação ou
reestabelecimento do benefício, é importante trazer conceitos básicos do direito
previdenciário e aprofundar tema a tema nas demais aulas de benefícios específicos
4. CONCEITOS BÁSICOS DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO

4.1. POSIÇÃO DA MATÉRIA NO CURSO

Todas as vezes que você ouvir Previdência Social lembre-se de Seguridade Social
prevista no art. 194 da CF que diz:

“A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos


Poderes Públicos e da Sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
saúde, previdência e assistência social”.

Seguridade = Saúde, Previdência e Assistência.

O que vamos estudar de um modo geral é a Previdência Social em Regime Geral.


4. CONCEITOS BÁSICOS DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO

A previdência social é composta de:

- Regimes Principais - Previdência Social dos Congressistas


- RGPS
- RPPS - Civis e Militares

- Regimes Complementares - Participação Facultativa - Público


- Privado (fechados e abertos)

Fechados - Fundos de Pensão


Abertos - oferecidos pelas instituições financeiras
4. CONCEITOS BÁSICOS DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Previdência Social > Regime Previdenciário > Regime Geral de Previdência Social que
é composta de:

Serviços - Segurados e dependentes


- Serviços sociais (art. 88 da lei 8.213/91)
- Habilitação e Reabilitação (art. 89 da lei 8.213/91).

Benefícios - Pagos aos dependentes e aos segurados. Art .18 da lei 8.213/91 // Art.
25 do Decreto 3.048/99. Art. 201 e ss da CF (contingências).
4. CONCEITOS BÁSICOS DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO

4.2. Legislação Básica de Aplicação - LBA

- CF art. 104 a 204


- Lei 8.212 e 8.213/91 - Lei de Custeio e Benefícios
- Decreto 3.048/99 - Regulamenta a Previdência Social
- Lei 9.876/99 - Fator Previdenciário
- Lei Complementar 142/13 - Regras de Aposentadoria de Pessoas com Deficiências
- Lei 8.742/93 - LOAS
- IN 77 do INSS
- Manual de Perícia Médica do INSS
4. CONCEITOS BÁSICOS DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO

4.3. CONCEITO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

Previdência Social é o sistema pelo qual, mediante contribuição, as pessoas


vinculadas a algum tipo de atividade laborava e seus dependentes ficam
resguardadas quanto a eventos de infortunística (morte, invalidez, idade avançada,
doença, acidente de trabalho, desemprego involuntário), ou outros que a lei considera
que exijam um amparo financeiro ao indivíduo (maternidade, prole, reclusão),
mediante prestações pecuniárias (benefícios previdenciários) ou serviços. (MANUAL
DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO - João Batista Lazzari, pg. 55).

O Estado concede benefícios mediante a contribuição daquele a que se destina os


benefícios ou seus dependentes. Todo benefício possui uma contingência que pode
ser a idade, morte, doença, acidente, desemprego, maternidade, filhos, reclusão).
4. CONCEITOS BÁSICOS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

4.4. Princípios Previdenciários Constitucionais (art. 194, CF):


- Universalidade da cobertura e do atendimento - cobertura de todos os eventos
(contingências) e atendimento a todos que necessitarem seja no que tange a
previdência, assistência ou saúde.
- Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços à população rural e
urbana - igualdade de benefícios e cobertura de eventos (tanto para o urbano
quanto par ao rural - segurado especial - haverá benefícios como auxílio doença,
aposentadoria, etc).
- Seletividade e distributividade - os benefícios vão ser concedidos a quem
realmente precisa e preenche os requisitos determinados pela previdência.
Distribuição pelo sistema de participação (contributividade).
- Irredutibilidade do valor dos benefícios - não pode ter redução do benefício e
nem descontos, salvo situações legais previstas em lei (empréstimos consignados
por exemplo em até 35% do benefício - Lei 10.820/2003).
4. CONCEITOS BÁSICOS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

4.4. Princípios Previdenciários Constitucionais (art. 194, CF):


- Equidade na forma de participação e custeio - participação equitativa dos
trabalhadores, empregadores e Poder Público no custeio da seguridade.
- Diversidade da base de financiamento - várias fontes pagadoras (art. 10 e 11 da lei
8.212/91).
- Caráter democrático e descentralizado da administração mediante gestão
quadripartite - participação, organização e gestão por parte dos trabalhadores,
empregadores, aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
4. CONCEITOS BÁSICOS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

4.5. Regime Previdenciário - aquele que, mediante normas disciplinadoras da


relação jurídico-previdenciária, uma coletividade de indivíduos que têm vinculação
entre si em virtude da relação de trabalho ou categoria profissional a que está
submetida, garantindo a esta coletividade, no mínimo, os benefícios essencialmente
observados em todo o sistema de seguro social - aposentadoria e pensão por
falecimento do segurado.

4.6. Conceito de Benefício Previdenciário - São benefícios concedidos pela


Previdência Social aqueles segurados previstos na lei. Cada benefício possui
destinação ao segurado que preenche os seus requisitos. Prestação pecuniária paga
aos segurados ou dependentes quando houver alguma das contingências legais
(morte, doença, acidente, etc).
4. CONCEITOS BÁSICOS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

4.7. Riscos sociais - Doença, invalidez, morte e idade avançada, proteção ao


trabalhador em situação de desemprego involuntário, pensão por morte do segurado,
homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, salário-família e
auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda, proteção à
maternidade, especialmente a gestante.
4. CONCEITOS BÁSICOS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

4.8. Princípios de Custeio

- Orçamento Diferenciado - A seguridade social terá orçamento próprio. Pretendeu


o legislador constituinte evitar que houvesse transferência de recursos da
Seguridade para despesas públicas que não as pertencentes as suas áreas de
atuação.
- Precedência da Fonte de Custeio - Não se pode criar benefício ou serviço,
majorar ou estender a categorias de segurados sem que haja correspondente fonte
de custeio total (§5º do art. 195, CF).
- Princípio da Compulsoriedade da contribuição - ninguém pode escusar-se de
recolher contribuição social, caso a lei estabeleça como fato gerador alguma
situação em que incorra. Nenhuma pessoa que exerça trabalho remunerado pode
ficar isenta de contribuir com parcela de seus ganhos, seja este trabalhador
vinculado à iniciativa privada ou ao serviço público.
4. CONCEITOS BÁSICOS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

- Anterioridade Tributária em matéria de contribuições sociais - As contribuições,


quando criadas ou majoradas, só podem ser exigidas após um prazo de vacatio
legis, a exemplo do que acontece com os tributos em geral. Entretanto, conforme
regime tributário, esse prazo é diferenciado. No caso das contribuições de que trata
o art. 194, CF, que vertem para o RGPS e custeiam também as políticas de saúde e
assistência, o prazo a ser obedecido é de 90 dias após a vigência da lei que as
instituiu ou majorou. Se for para reduzir ou isentar, a lei passa a vigorar na data da
sua publicação.
4. CONCEITOS BÁSICOS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

4.9. Beneficiários do RGPS

4.9.1. Segurados: a pessoa física que exerce atividade remunerada, efetiva ou


eventual, de natureza urbana ou rural, com ou sem vínculo de emprego, ou contribui
facultativamente para o regime.

4.9.2. Dependentes: a pessoa que tem relação de parentesco com o segurado,


podendo fazer jus a: pensão por morte, auxílio-reclusão, serviço social e reabilitação
profissional.
4. CONCEITOS BÁSICOS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

4.10. Segurados

4.10.1. Obrigatórios: são aqueles que ingressam no RGPS sem precisar expressar sua vontade
e que contribuem compulsoriamente para a Seguridade Social, com direito aos benefícios
pecuniários previstos para a sua categoria (aposentadorias, pensões, auxílios, salário-família e
salário-maternidade) e aos serviços (reabilitação profissional e serviço social) a cargo da
Previdência Social.

4.10.2. Facultativos: são as pessoas que não estando em nenhuma situação em que a lei as
considera seguradas obrigatórias, contribuirem para o sistema, desde que sejam maiores de 16
anos e não estejam vinculadas a nenhum outro regime previdenciário (art. 11 e §2º do Decreto
3.048/99).

Obs: O servidor publico que não possui regime próprio, será inscrito no RGPS.
Obs2: Pode o trabalhador que presta serviços no exterior ser segurado obrigatório do RGPS
desde que a contratação tenha ocorrido no território nacional ou em virtude de tratados ou
acordos internacionais.
4. CONCEITOS BÁSICOS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

4.11. São segurados obrigatórios (art. 12 da Lei 8.212/91)

- Empregado urbano (CLT) ou rural


- Empregado doméstico
- Trabalhador avulso
- Contribuinte individual (autônomo ou empresário a partir de 1999 com a lei 9.876/99)
- Segurado especial
4. CONCEITOS BÁSICOS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

4.12. Filiação

Filiação é o vínculo jurídico que se estabelece entre pessoas que contribuem como segurados para a
Previdência Social e esta, vínculo este do qual decorram direitos e obrigações (art. 20 do Decreto n.
3048/99).

Na relação jurídico tributária o Polo Ativo é o INSS que possui o direito de cobrar as contribuições e polo
passivo o segurado quando ocorrer o fato gerador (exercício de atividade remunerada).

Na relação jurídico previdenciária o Polo Ativo é o Segurado que possui o direito de exigir do INSS a
concessão dos benefícios caso preenchidos os requisitos. O Polo passivo é o INSS que deve conceder o
benefício.

A filiação decorre automaticamente do exercício de atividade remunerada para os segurados


obrigatórios, sendo a inscrição formalizada com o pagamento da primeira contribuição para o segurado
facultativo.
4. CONCEITOS BÁSICOS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

4.13. Inscrição

Considera-se inscrito o segurado quando houver atribuição do Número de Identificação do Trabalhador -


NIT perante a Previdência Social.

A inscrição do contribuinte individual, doméstico e facultativo, será realizado no CNIS (Cadastro Nacional
de Informações Sociais) mediante atribuição do NIT que pode ser feito pelo site do INSS.

Nas atividades com vínculo de emprego, a inscrição fica a cargo do empregador por meio do PIS/PASEP.

Do segurado especial indígena será feito pela FUNAI.


4. CONCEITOS BÁSICOS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

4.14. Siglas do RGPS

- LB - Lei de Benefícios (8.213/91)


- LC - Lei de Custeio (8.212/91)
- RMI - Renda Mensal Inicial
- SB - Salário de Benefício
- SC - Salário de Contribuição
- RGPS - Regime Geral de Previdência Social
- CM - Correção Monetária
- PBC - Período Básico de Cálculo
- DER - Data de Entrada do Requerimento
- DAT - Data do Afastamento da Atividade
- DICB - Data do Implemento das Condições Necessárias à Concessão do Benefício (DICB).
- MAS - Média Aritmética Simples
- DIP - Data de Início de Pagamento
- DIB - Data de Início do Benefício
- DII - Data de Início da Incapacidade
4. CONCEITOS BÁSICOS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

4.15. Código dos Benefícios

- Auxílio-Acidente - B36 de qualquer natureza e B94 acidentário.


- Auxílio-Doença - B31 de qualquer natureza e b91 acidentário.
- Aposentadoria por invalidez - B32 de qualquer natureza e B92 acidentário.
- Aposentadoria por tempo de contribuição - B42.
- Aposentadoria especial - B46.
- Aposentadoria por idade - B41.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1. Atuação Administrativa

A concessão de benefícios previdenciários depende da provocação administrativa pelo Processo


Administrativo Previdenciário (PAP ou PA), sendo o conjunto de atos administrativos (regidos pelos
princípios do art. 37 da CF), praticados por meio dos canais de atendimento da Previdência Social,
iniciado em razão de requerimento formulado pelo interessado, pela administração ou por terceiro
legitimado, e concluído com a decisão definitiva no âmbito administrativo (art. 658 da IN 77/2015).

No RE 631.240, o STF decidiu que haverá interesse de agir nas ações previdenciárias quando houver o
prévio requerimento administrativo.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.2. Princípios constitucionais do processo administrativo

- Legalidade Administrativa
- Legalidade individual - ao administrado é permitido aquilo que a lei não proíba.
- Contraditório
- Ampla defesa
- Celeridade ou duração razoável do processo
- Devido Processo Legal
- Isonomia
- Impessoalidade Administrativa
- Publicidade
- Eficiência administrativa
- Direito de Petição
- Dignidade da pessoa humana
- Moralidade Administrativa
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.3. Princípios administrativos aplicáveis ao processo previdenciário

- Presunção de boa-fé - art. 659, I, IN 77/2015


- Legalidade - art. 659, II, III, IN 77/2015
- Impessoalidade administrativa - art. 659, IV IN 77/2015
- Publicidade - art. 659, VIII, IN 77/2015
- Da proteção do hipossuficiente e ao direito adquirido - art. 659, VI, VII, XII, IN 77/2015
- Moralidade Administrativa - art. 659, V - IN 77/2015
- Razoabilidade e proporcionalidade administrativa - art. 659, IX IN 77/2015
- Contraditório e ampla defesa - art. 659, XIV, IN 77/2015
- Duplo Grau de Jurisdição - art. 659, XVI, IN 77/2015
- Motivação - art. 659, X, IN 77/2015
- Gratuidade do processo administrativo - art. 659, XV, IN 77/2015
- Oficialidade - Impulso de ofício do processo administrativo, Art. 659, XVI, IN 77/2015
- Segurança Jurídica - art. 659, XVII, IN 77/2015 - interpretação da norma administrativa de forma que
mais bem garanta o atendimento do fim público a quem se dirige.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4. Fases do Processo Administrativo

Fase Inicial ou de Instauração - Início do processo, com o requerimento do administrado ou a


instauração de ofício, em que se definem os objetos do processo administrativo.

Fase Instrutória - Fase em que se produzem as provas necessárias para a comprovação do direito e/ou
a tomada de decisão pelo servidor/julgador.

Fase Decisória - Momento em que o servidor/julgador analisa as provas, considera os requerimentos e


os objetivos traçados para o processo e decide sobre o caso posto.

Fase Recursal - Fase em que o administrado, não concordando com a decisão administrativa, postula a
sua alteração ao órgão superior, via recurso administrativo para o CRSS.

Fase de cumprimento da decisão administrativa - Após o encerramento do processo, inicia-se a fase


de cumprimento da decisão, em que se implementam ou se cancelam benefícios, por exemplo.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4.1. Fase Inicial ou de Instauração

O PA inicia-se pelo requerimento do segurado ou dependente, de ofício pela administração ou pelo


requerimento de terceiro legitimado.

Após o PA, deve seguir o curso normal, ainda que haja abandono do segurado. A Administração deve
concluir o requerimento dentro dos prazos e formas previstas, devendo movimenta-lo de ofício, se
necessário.

Ocorrem 3 atos na fase inicial:

- Registro do atendimento no sistema informatizado


- Identificação do requerente
- Formalização e atuação do processo com a juntada dos documentos apresentados pelo requerente.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4.1. Fase Inicial ou de Instauração

- Legitimados - Art. 660 da IN 77/2015:

I - o próprio segurado, dependente ou beneficiário;


II - o procurador legalmente constituído;
III - o representante legal, assim entendido o tutor, curador, detentor da guarda ou administrador
provisório do interessado, quando for o caso;
IV - a empresa, o sindicato ou a entidade de aposentados devidamente legalizada, na forma do art.
117 da Lei nº 8.213, de 1991; e
V - o dirigente de entidade de atendimento de que trata o art. 92, § 1º, do Estatuto da Criança e do
Adolescente - ECA, na forma do art. 493.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4.1. Fase Inicial ou de Instauração

Competência Administrativa - o segurado poderá requerer o benefício em qualquer APS,


independentemente da localidade do seu domicílio. Art. 670, IN 77/2015

Falta de documento não justifica a recusa para o receber o requerimento - art. 670, IN 77/2015 e
176 do Decreto 3.048/99.

Se no atendimento, todas as condições necessárias para concessão do benefício, estiverem


presentes, a decisão será dada imediatamente. Art. 689, IN 77/2015.

Reafirmação da DER - Art. 690, IN 77/2015:

Art. 690. Se durante a análise do requerimento for verificado que na DER o segurado não
satisfazia os requisitos para o reconhecimento do direito, mas que os implementou em
momento posterior, deverá o servidor informar ao interessado sobre a possibilidade de
reafirmação da DER, exigindo-se para sua efetivação a expressa concordância por escrito.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4.1. Fase Inicial ou de Instauração

Os canais de requerimento são: 135, Meu INSS (para segurados e procuradores), APS.

As cópias podem ser autenticadas pelo advogado - Art. 677, VII, IN 77/2015.

Retenção de documentos originais:


- Para tirar cópia e o próprio servidor autenticar
- Se extraviada, responsabilidade do servidor
- Prazo máximo de 5 dias para retenção
- Deve ser expedido termo de retenção de restituição em duas vias
- Obrigação de entrega de uma via do termo ao segurado
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4.2. Fase Instrutória

- Terminada a fase inicial, temos a fase instrutora em que se produzem as provas e elementos
necessários para a decisão. A produção pode ser feita por requerimento do INSS ou de forma
voluntária pelo requerente.
- Todos os meios de prova são emitidos para comprovar o direito ao recebimento do benefício,
salvo se a lei exigir forma determinada.
- Cabe ao INSS analisar todas as provas para todos os requisitos, mesmo que algum deles esteja
faltando para concessão do benefício. (ex: aposentadoria por tempo de contribuição de
carência).
- Quando a documentação apresentada não for suficiente para o acerto do CNIS o INSS vai
realizar as seguintes diligências: a) consulta ao Banco de Dados colocados à disposição do
INSS; b) emissão de ofício para empresas ou órgãos; c) pesquisa externa; d) justificação
administrativa.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4.2. Fase Instrutória

Carta de Exigência - É o meio mais comum de intimação do INSS para a produção de prova do
requerente.

São emitidas posteriormente ao requerimento administrativo e enviadas pelo Correio aos


segurados ou advogados. O prazo mínimo para cumprimento da exigência pelo segurado é de 30
dias - art. 678, §1º, IN 77/2015.

Não há necessidade de agendamento, podendo ser feito com senha de atendimento geral.

Considera-se concluída a instrução do processo administrativo quando estiverem cumpridas todas


as exigências, se for o caso, e não houver mais diligências ou provas a serem produzidas - Art.
691, §5º da IN 77/2015.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4.2. Fase Instrutória

Tipos de Prova:

a) Documental

Documentos de identificação pessoal: cpf, rg, certidões de casamento e nascimento;


CTPS ou documentos que comprovem recolhimentos de contribuição e/ou exercício de atividade
laboral urbana ou rural;
Documentos médicos para a prova da incapacidade laboral, como atestados e exames;
PPPs e LTCATs ou documentos relativos ao ambiente de trabalho e ao direito de contagem de
tempo exposto a agentes nocivos à saúde ou à integridade física do segurado, entre outros.

Qualquer documento cuja informação esteja em base de dados de órgãos oficiais, não podem ser
exigidos dos segurados, devendo a autarquia solicita-los por meio de ofício (art. 684, IN 77/2015 c/
c art. 2º do Decreto 6.932/2009.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4.2. Fase Instrutória

Tipos de Prova:

a) Documental

Pode o segurado requerer a utilização de documentos constantes em processo administrativo anterior - Art. 685,
IN 77/2015.

Todas as vezes que for requerer o benefício, junto com a documentação, faça a juntada do CNIS para que o
servidor faça a confrontação de informações e provas.

O reconhecimento de firma somente poderá ser exigido quando houver dúvida de autenticidade no documento.

b) testemunhal ou oral

Duas formas de produzir a prova testemunhal no âmbito administrativo: Justificação administrativa e entrevista
rural.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4.2. Fase Instrutória

Tipos de Prova:

b) testemunhal ou oral

Duas formas de produzir a prova testemunhal no âmbito administrativo: Justificação administrativa e entrevista rural.

Usada no processo administrativo com o fim de complementar o valor probatório dos documentos, sendo em regra,
prova secundária.

Exemplo: prova de dependência econômica ou de relação de dependência como união estável. Na esfera administrativa
é exigida a prova documental como início de prova material e em regra, a prova testemunhal.

A prova de tempo de serviço, deve estar sempre acompanhada de provas documentais, sendo a testemunhal, de forma
isolada, não aceita pela autarquia e pelo judiciário.

No INSS é muito usada para o segurado especial de forma a colaborar com a prova material. Art. 47, §1º da IN 77,
determina a indispensabilidade da realização da entrevista para a corroboração de provas a serem consideradas em
favor do grupo familiar, ressaltando que, restando dúvidas ao servidor, além de entrevistas deverão ser tomados
depoimentos das testemunhas.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4.2. Fase Instrutória

Tipos de Prova:

b) testemunhal ou oral

Entrevista rural é o procedimento interno utilizado pelo INSS principalmente nos benefícios rurais, com a oitava do segurado. Tem
por finalidade a comprovação do exercício da atividade rural, complementando a prova documental.

A oitava pode ser feita com vizinhos confrontantes do imóvel rural onde era exercida atividade do segurado.

As entrevistas são consideradas indispensáveis para comprovação do exercício da atividade rural para confirmar (art. 112, IN
77/2015:

- Confirmar a categoria (segurado especial, contribuinte individual ou empregado);


- Confirmar a forma de ocupação (proprietário, posseiro, parceiro, meeiro, arrendatário, comodatário, entre outros);
- Confirmar a forma de exercício da atividade (individual ou em economia familiar);
- Confirmar a condição do grupo familiar (titular ou componente) quando se tratar de segurado especial;
- Confirmar período de exercício rural
- Confirmar a utilização de assalariados
- Confirmar eventuais outras fontes de rendimentos
- Confirmar outros fatos que possam caracterizar ou não sua condição
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4.2. Fase Instrutória

Tipos de Prova:

b) testemunhal ou oral

Em regra o servidor deverá dar parecer conclusivo após a entrevista. Se surgir duvidas, pode requerer a oitava de testemunhas e
dar o parecer após.

Justificação Administrativa

JA é o procedimento realizado pelo INSS que deve ser oportunizado, quando cabível, ao interessado que dele desejar fazer uso,
destinado a suprir eventual falta de documento ou comprovação de um fato do interesse do beneficiário ou empresa, art. 574, IN
77/2015.

Pode ser requerido para comprovação de informações para atualização do CNIS ou para reconhecimento de direitos, sem
qualquer custo ao segurado.

O requerimento deve ser feito acompanhado de início de prova material, justificando o fato que se quer comprovar com as
testemunhas em número não inferior a 3 e não superior a 6. Art. 584, IN 77/2015.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4.2. Fase Instrutória

Tipos de Prova:

b) testemunhal ou oral

Podem ser ouvidas as testemunhas que não residam no local do requerimento. O segurado pode requerer que sejam ouvidas na
agência da cidade onde residam. Art. 585, IN 77/2015.

O servidor vai verificar se cumpre os requisitos para o devido prosseguimento administrativo marcando data, hora e local da
oitava das testemunhas. Cabe ao interessado intima-las a comparecerem na agência.

Não é obrigatória a presença do justificante (quem requereu a JA) e seu procurador, porém é importante caso o servidor queira
esclarecer algum fato com o requerente.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4.2. Fase Instrutória

Tipos de Prova:

c) prova pericial

Realizado por peritos médicos, assistentes sociais do INSS e por perito grafotécnico em caso de JA.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4.3. Fase Decisória

Após a conclusão da fase de instrução, a unidade de atendimento do INSS terá o prazo de 30 dias para decidir, podendo
prorrogar por igual período de forma motivada.

O art. 696 da IN 77/2015 prescreve que conclui-se o processo administrativo com a decisão administrativa, ressalvando o direito
do segurado de recorrer ou revisar nos prazos previstos na lei.

A decisão administrativa deve ter (§1º do art. 691, IN 77/2015):

- Prazo de trinta dias após a conclusão da instrução com prorrogação de igual período quando motivado (art. 691, §4º, IN
77/2015).
- Despacho sucinto do objeto do requerimento administrativo
- Fundamentação com análise das provas constantes nos autos.
- Conclusão deferindo ou indeferindo o pedido formulado, sendo suficiente a mera justificativa do indeferimento constante no
sistema informatizado da Previdência Social.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4.3. Fase Decisória

As decisões da autarquia devem ser motivadas de forma clara e coerente, indicando quais
os requisitos legais que foram ou não atendidos, podendo fundamentar-se em decisões
anteriores, bem como notas técnicas e pareceres do órgão consultivo componente, os
quais serão parte integrante do ato decisório (art. 691, §2º, IN 77/91).

Das decisões do INSS cabem recurso no prazo de 30 dias (art. 692, INS 77/2015.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4.4. Fase Recursal

Após o ato decisório, o segurado poderá recorrer da decisão para as Juntas de Recurso (JR).

O recurso não é julgado pelo próprio INSS, mas sim por órgão à parte, denominado pelo Conselho de
Recursos do Seguro Social em que as Juntas compõe.

O CRSS é composto de:


- 29 juntas de recursos com a competência de julgar, em primeira instância, os recursos interpostos
contra as decisões projetadas pelos órgãos regionais do INSS, em matéria de interesse de seus
beneficiários.
- 4 Câmaras de Julgamento (CAJ) com sede em Brasília, com a competência de julgar, em segunda
instância, os recursos interpostos conta as decisões proferidas pelas Juntas de Recurso que infringem
a lei, regulamento, enunciado ou ato normativo ministerial.
- 1 Conselho Pleno, com a competência para uniformizar a jurisprudência previdenciária mediante
enunciados, podendo ter outras competências definidas no Regimento Interno do CRSS.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4.4. Fase Recursal

- Não é necessário o esgotamento da via administrativa para o pleito judicial. Indeferido nas agências, o
segurado pode ingressar com a medida judicial.
- O prazo é de 30 dias para recurso e para contrarrazões do INSS, contados em dias corridos.
- É facultativo
- Deve ser interposto na APS que decidiu o requerimento
- Contado da data da ciência da decisão e da data da intimação da interposição do recurso
(contrarrazões)

Contagem do prazo para interessados (art. 617, IN 77/2015)


- Da ciência pessoal, registrada no processo (quando o segurado vai na agência e recebe o resultado);
- Do recebimento constante do AR quando se tratar de notificação postal/
- Se por edital, quinze dias após sua publicação ou afixação
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4.4. Fase Recursal

e-Recursos

O INSS adotou o processamento virtual dos recursos ao CRSS por meio do e-recursos. Um sistema
informatizado que processará os recursos do segurado dou do próprio INSS.

Tem o aplicativo para acompanhamento do recurso. Ainda não é possível o peticionamento no sistema,
sendo usado internamente pelo INSS.

Assim quando necessário o recurso, deve ser feito na agência que fará a digitalização e iniciará o
andamento virtual do processo.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4.4. Fase Recursal

Competência para recursos da Previdência Social (CRSS)

JR - Juntas de Recursos - Primeira instância recursal para julgar o Recurso Ordinário interposto contra
decisões projetadas pelos órgãos do INSS em matéria de interesse dos seus beneficiários.

CAJ - Câmaras de Julgamento - Segunda instância recursal para julgar o Recurso Especial interposto
contra as decisões proferidas pelas Juntas de Recuso que infringirem a lei, regulamento, enunciado ou
ato normativo ministerial. Vedado conhecer Recurso Especial exclusivamente baseado em matéria
médica em benefícios de auxílio-doença e assistenciais.

Conselho Pleno - Terceiriza instância recursal que julga pedidos de Uniformização de Jurisprudência
previdenciária e deliberar acerca da perda de mandato de Conselheiros do CRSS.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4.5. Fase de Cumprimento das Decisões Administrativas

A conclusão administrativa decorre da decisão não mais passível de recurso (art. 696, IN 77/2015), ressalvado o
direito de pedir revisão da decisão no prazo decadencial previsto no art. 103, da Lei de Benefícios ou se o órgão rever
sua decisão de ofício (art. 59 do RI do CRSS).

O prazo para cumprimento das decisões do CRSS é de trinta dias a contar da data do recebimento do processo pela
Seção de Revisão de Direitos (SDR) conforme previsto no §1º do art. 549, IN 77/2015).

As agências terão o mesmo prazo sob pena de responsabilização funcional do servidor que der causa ao
retardamento (art. 56, §1º do RI do CRSS). Caso o servidor retarde o cumprimento da decisão, cabe ao segurado a
Reclamação junto ao CRSS no INSS (art. 57, §1º RI do CRSS).

Renúncia do benefício na esfera administrativa

O art. 800 da IN 77, prescreve que o INSS entende que os benefícios são irrenunciáveis e suas concessões são
irreversíveis salvo em caso de opção pelo mais benéfico previsto no art. 688 da IN. Assim após o recebimento do
primeiro pagamento do benefício ou do saque do PIS ou FGTS não pode mais o segurado desistir do seu
recebimento. A renúncia expressa deve ser feita por escrito por segurança.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.1.4.5. Fase de Cumprimento das Decisões Administrativas

Pagamento dos benefícios:

Art. 515. O pagamento dos benefícios obedecerá aos seguintes critérios:

I - com renda mensal superior a um salário mínimo, do primeiro ao quinto dia útil do mês subsequente ao de sua
competência, observada a distribuição proporcional do número de beneficiários por dia de pagamento; e
II - com renda mensal no valor de até um salário mínimo, serão pagos no período compreendido entre o quinto dia
útil que anteceder o final do mês de sua competência e o quinto dia útil do mês subsequente, observada a
distribuição proporcional dos beneficiários por dia de pagamento.

§ 1º Para os beneficiários que recebem dois ou mais benefícios vinculados ao mesmo NIT, deverá ser observado o
seguinte:

I - se cada um dos benefícios tiver a renda mensal no valor de até um salário mínimo, haverá antecipação de
pagamento, conforme inciso II do caput; e
II - se pelo menos um dos benefícios tiver a renda mensal no valor superior a um salário mínimo, o pagamento será
efetuado nos cinco primeiros dias úteis do mês subsequente ao da competência.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.2. Estrutura e Competência Administrativa do INSS

5.2.1. INSS

O Instituto Nacional do Seguro Social - INSS é uma autarquia federal e foi instituída com base na lei 8.029/90, em que
suas atribuições, com as alterações promovidas pela lei 11.457/2007, tem por finalidade promover o reconhecimento
de direito ao recebimento dos benefícios administrados pela Previdência Social, assegurando agilidade, comodidade
a seus usuários e ampliação do controle social, cabendo-lhe:

- Conceder e manter os benefícios e serviços previdenciários e o benefício de prestação continuada (BPC/ LOAS).
- Emitir certidões relativas ao tempo de contribuição perante o RGPS.
- Gerir os recursos do Fundo do Regime Geral de Previdência Social.
- Calcular o montante das contribuições incidentes sobre a remuneração e demais rendimento dos trabalhadores,
devidas por estes, pelos empregadores domésticos e pelas empresas com vistas à concessão ou revisão de
benefício requerido.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.2. Estrutura e Competência Administrativa do INSS

A rede de atendimento ao público da Previdência Social é composta por mais de 1.500 agências _ APS. As APS são
responsáveis pela inscrição do contribuinte, para fins de recolhimento, bem como pelo reconhecimento inicial,
manutenção re revisão de benefícios previdenciários e ampliação do controle social.

5.2.2. Conselho de Recursos do Seguro Social - CRSS

O CRSS é o órgão de controle jurisdicional das decisões administrativas do INSS, nos processos de benefícios a
cargo da autarquia. A sede fica em Brasília-DF e sua jurisdição é em todo território nacional.

Previsto no decreto 3.048/99, art. 303, é composto dos seguintes órgãos:

Conselho Pleno: competência para uniformizar a jurisprudência previdenciária mediante enunciados, podendo ter
outras competências definidas no Regimento Interno do CRSS.
5. ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E ESTRUTURA DO INSS

5.2.2. Conselho de Recursos do Seguro Social - CRSS

Câmaras de Julgamento: Com sede em Brasília, com a competência de julgar, em segunda instância, os recursos
interpostos contra as decisões proferidas pelas Juntas de Recursos que infringem a lei, regulamento, enunciado ou
ato normativo ministerial.

Juntas de Recurso (CAJ): 29 juntas com competência para julgar, em primeira instância, os recursos interpostos
contra as decisões projetadas pelos órgãos regionais do INSS, em matéria de benefício administrado pela autarquia
ou quanto a controvérsias relativas à apuração do FAP, a que se refere o art. 202-A, conforme sistemática a ser
definida em ato conjunto dos Ministérios da Previdência da Fazenda.

O postulante junto a essa estrutura sempre pode recorrer à via judicial, mesmo após ter sido parte vencida perante os
órgãos do CRSS. Também não é obrigatório o esgotamento da instância administrativa para o ingresso em juízo.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Conceito: Antigamente chamada de aposentadoria por tempo de serviços extinta pela EC 20/98, que era
devida ao segurado de forma proporcional que completasse no mínimo vinte e cinco anos de serviço se
mulher e trinta anos se homem, desde que cumprida a carência exigida. Para a aposentadoria com
proventos integrais, necessário comprovar 35 anos homem e 30 anos mulher.

As regras sobre a aposentadoria por tempo de serviço estavam disciplinadas nos artigos 52 a 56 da lei
8.213/91.

A EC 20/98 assegurou a concessão da aposentadoria por tempo de serviço, a qualquer tempo, aos
segurados do RGPS, que até a data da sua publicação em 16.12.1998, tivessem cumprido os requisitos
para obtenção desse benefício.

Para quem se filiou até 16.12.1998, mas não completou o tempo de serviço exigido (25 anos mulher, 30
homem), aplica-se as regras de transição do art. 9º da EC 20/98, caso não prefiram escolher pelas novas
regras da aposentadoria por tempo de contribuição.

Quem se filiou após 16.12.1998, passa a regra nova de comprovação de tempo de contribuição e não de
serviços.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Fundamentação: art. 201, §7º, I CF. art. 52 a 56, Lei 8.213/91. Art. 56 a 63 Decreto 3048/99.

Requisitos: Inscritos até 16.12.1998

- Aposentadoria por tempo de serviço - Carência de 180 contribuições (art. 25, II lei 8.213/91) - 30 anos
mulher e 35 anos homem - 100% da renda mensal
- Aposentadoria por tempo de contribuição - renda proporcional - idade mínima 53 anos homem e 48 anos
mulher, tempo mínimo de contribuição 30 anos homem e 25 anos mulher - período adicional de
contribuição equivalente a 40% do tempo que, em 16.12.1998, faltava para atingir o tempo de
contribuição estabelecido (30 anos homem, 25 anos mulher) Ex: se em 16.12.1998 o segurado tinha 18
anos de tempo de serviço, teria que contribuir 40% do que restava para completar 30 anos se homem e
25 se mulher.
- Aposentadoria por tempo de contribuição - segurados inscritos no RGPS após 17.12.1998, cumprida a
carência de 180 contribuições, comprovando 35 anos de contribuição se homem e 30 anos se mulher.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

As regras de transição previstas no art. 9º da EC 20, são aplicáveis aos segurados inscritos no RGPS até
16.12.1998 e não se aplicam para concessão de aposentadoria integral por ser mais gravoso (além de ter
que contribuir os 35 anos homem e 30 mulher, teria um adicional de 20%). Não se exige idade mínima e o
pedágio de 20% para concessão de aposentadoria integral pelas regras de transição.

Já quem opta pelos proventos proporcionais de acordo com as regras de transição, terão que preencher a
idade mínima e pagar 40% de contribuição adicional como explicado anteriormente.

O STF decidiu no RE 575089/RS que não se pode utilizar contribuição posterior a EC 20/98 para concessão
de aposentadoria pelas regras anteriores.

A perda da qualidade de segurado não será óbice para requerer aposentadoria por tempo de contribuição
(art. 3º da lei 10.666/2003).

Pode ocorrer de o INSS não reconhecer a qualidade de segurado de empregado que trabalha sem registro,
fazendo com que este entre com ação trabalhista e mesmo fazendo acordo ou sem prova documental, o
pedido é indeferido. Se houve acordo ou não tem prova do vínculo, o INSS não reconhece o período. A
jurisprudência entende que o fato do vínculo não constar no CNIS não afasta a presunção de veracidade do
vínculo anotado na CTPS. O recomendável é que no acordo trabalhista, haja prova de que o empregado
efetivamente prestou serviços a empresa.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Anotações e comprovação do CNIS (Decreto 6.722/2008):

“Art. 19. Os dados constantes do Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS relativos a vínculos,
remunerações e contribuições valem como prova de filiação à previdência social, tempo de contribuição e
salários-de-contribuição.

Pode o INSS exigir documentos que serviram de base para as anotações no CNIS.

Ao mesmo tempo que o Segurado pode solicitar a qualquer momento, a inclusão, exclusão ou retificação das
informações constantes no CNIS, §1º, Decreto 6.722/2008.

Os documentos comprobatórios de tempo de contribuição deverão ser contemporâneos ao período que se


busca reconhecer. Entendimento da TNU no PEDILEF n. 2005.72.95.020412-6 de SC.

Obs: PEDILEF é o pedido feito à TNU para uniformizar a interpretação dos juizados quanto a lei federal
(prazo de 15 dias) contados da publicação dos julgados divergentes.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

A aposentadoria por tempo de contribuição substituiu a por tempo de serviço quando adveio a EC 20/98.
Eliminou a exigência de idade mínima e aposentadoria proporcional.

REQUISITOS:

- 35 anos de contribuição homem


- 30 anos de contribuição mulher
- Carência mínima de 180 contribuições
PERÍODO DE CARÊNCIA

A carência para aposentadorias voluntárias é de 180 contribuições (art. 25 da Lei 8.213/91) para segurados
filiados após 24.7.1991 e os que se filiaram antes, segue a regra da tabela progressiva do art. 142 da lei
8.213/91.

SEGURADOS

Obrigatórios.
O contribuinte individual, facultativo e segurado especial, devem observar algumas regras.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Contribuinte individual, segurado facultativo e segurado especial.

O recolhimento das contribuições individuais pelos contribuintes individuais e segurados facultativos na


forma da LC 123/2006 (trabalhe por conta própria sem relação de trabalho com empresa ou equiparado) tem
alíquota de 11% sobre o valor do salário contribuição (salário mínimo), entretanto não farão jus a
aposentadoria por tempo de contribuição se não complementarem o recolhimento com mais 9%.

§ 2º É de 11% (onze por cento) sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário-de-contribuição a alíquota
de contribuição do segurado contribuinte individual que trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa
ou equiparado, e do segurado facultativo que optarem pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de
contribuição.
§ 3o O segurado que tenha contribuído na forma do § 2o deste artigo e pretenda contar o tempo de contribuição
correspondente para fins de obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição ou da contagem recíproca do tempo de
contribuição a que se refere o art. 94 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, deverá complementar a contribuição mensal
mediante o recolhimento de mais 9% (nove por cento), acrescido dos juros moratórios de que trata o disposto no art. 34
desta Lei.” (NR)

Se o seu cliente contribuiu na forma da lei complementar 123/2006 mas quer contar esse período para fins
de aposentadoria por tempo de contribuição, poderá recolher a diferença de 9% acrescido de juros. O
recolhimento é feito pela guia solicitada pelo segurado no INSS ou na Internet com o código correspondente
ao contribuinte individual ou segurado facultativo.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Contribuinte individual, segurado facultativo e segurado especial.

O segurado especial só fará jus a aposentadoria por tempo de contribuição se contribuir como individual
(art. 200, §2º, do Regulamento), após cumprida a carência de 180 contribuições não considerando o período
de atividade rural não contributivo.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Data de Início do Benefício (DIB)

A aposentadoria por tempo de contribuição é devida ao segurado empregado, inclusive o doméstico, a


partir da data do desligamento do emprego (quando requerido até essa data ou até 90 dias depois), ou da
data do requerimento (quando não houver desligamento do emprego ou após os 90 dias). Os demais
segurados será na a partir da DER.

Atualmente o Meu INSS não comporta o pedido desse benefício, porém pode ser agendado no 135. Não há
necessidade de deixar o emprego para pedir o benefício.

Pode o segurado desistir do benefício?

Art. 181-B. As aposentadorias por idade, tempo de contribuição e especial concedidas pela previdência social, na
forma deste Regulamento, são irreversíveis e irrenunciáveis
Parágrafo único. O segurado pode desistir do seu pedido de aposentadoria desde que manifeste esta intenção e
requeira o arquivamento definitivo do pedido antes da ocorrência do primeiro de um dos seguintes atos: (Redação
dada pelo Decreto nº 6.208, de 2007)
I - recebimento do primeiro pagamento do benefício; ou (Incluído pelo Decreto nº 6.208, de 2007)
II - saque do respectivo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço ou do Programa de Integração Social.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Data de Início do Benefício (DIB)

A desaposentação era uma tese que foi amplamente discutida no judiciário favorecendo diversos segurados que
continuavam trabalhando após aposentadoria, podendo renunciar ao benefício anterior buscando um novo benefício
computando o tempo novo para fins de cálculo da RMI.

Ocorre que o STF ao julgar o RE 661.256/SC em 2016, entendeu não ser possível por ausência de previsão legal,
sendo constitucional a regra do art. 18, §2º da lei 8.213/91:

§ 2º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS que permanecer em atividade


sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em
decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional,
quando empregado.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

RMI (Renda Mensal Inicial)

100% do salário benefício calculado na forma do §9º do art. 32 do Decreto 3.048/99

I - para as aposentadorias por idade e por tempo de contribuição, na média aritmética simples dos maiores
salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo, multiplicada pelo
fator previdenciário;

Os benefícios requeridos após 26.11.1999 terão incidência do Fator Previdenciário (Lei 9.876/99), deixando de
ser obrigatório para facultativo se o segurado estiver na regra 95/85 instituído pela lei 13.183/15.

O PBC (Período Básico de Cálculo) é fixado conforme o caso, de acordo com as datas relacionadas a seguir
sendo a mais vantajosa para o segurado a escolher:

- Data do afastamento da atividade (DAT)


- Data de entrada do requerimento (DER)
- Data da publicação da EC 20/98 (DPE)
- Data da publicação da Lei 9.876/99 (DPI)
- Data de implementação das condições necessárias à concessão do benefício (DICB)
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

RMI (Renda Mensal Inicial)

Para os benefícios da regra de transição da EC 20/98, deferidos com contagem de tempo após 16.12.1998, o coeficiente
de cálculo será de 70% do salário de benefício acrescido de 5% por ano de contribuição que supere a soma do tempo
de 30 anos se homem e 25 anos se mulher, mais o tempo adicional do pedágio.

Quando da concessão de aposentadoria com o cômputo do tempo de atividade até 16.12.1998 ou até 28.11.1999, a
renda mensal inicial será calculada com base nos 36 últimos salários de contribuição anteriores àquelas datas,
reajustadas pelos mesmos índices aplicados aos benefícios, até a data da entrada do requerimento, não sendo devido
qualquer pagamento relativamente a período anterior a esta data.

A apuração do benefício vão depender da norma vigente na época em que o segurado adquiriu o direito a
aposentadoria, pois legislação posterior não pode alterar a forma de cálculo dos benefícios cujo direito já foi adquirido.

O art. 56, §4º do Regulamento impõe ao INSS apresentar um comparativo entre o valor inicial da aposentadoria pelas
regras atuais com as regras anteriores, demonstrando ao segurado qual a opção mais vantajosa se ele puder optar.

A IN 77 no art. 169 prevê formas de estabelecer o PBC de acordo com a época em que o segurado ou seus
dependentes implementaram as condições para ter o benefício.
Art. 169. O Período Básico de Cálculo - PBC é fixado, conforme o caso, de acordo com a:

I - data do afastamento da atividade ou do trabalho - DAT;


II - data de entrada do requerimento - DER;
III - data do início da incapacidade - DII, quando anterior à DAT;
IV - data da publicação da Emenda Constitucional nº 20, de 1998 - DPE;
V - data da publicação da Lei nº 9.876, de 1999- DPL;
VI - data de implementação das condições necessárias à concessão do benefício - DICB.

§ 1º Considera-se período básico de cálculo:

I - para os filiados ao RGPS até 28 de novembro de 1999, véspera da publicação da Lei nº 9.876, de 1999, que
tenham implementado todas as condições para a concessão do beneficio até essa data, o disposto no art. 178;
II - para os filiados ao RGPS até 28 de novembro de 1999, véspera da publicação da Lei nº 9.876, de 1999, que
tenham implementado as condições para a concessão do benefício após essa data, todas as contribuições a partir
de julho de 1994, observado o disposto no art. 3º da Lei nº 9.876, de 1999; e
III - para os filiados ao RGPS a partir de 29 de novembro de 1999, data da publicação da Lei nº 9.876, de 1999,
todo o período contributivo.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

RMI (Renda Mensal Inicial)

Se o segurado optar por contar o tempo de contribuição posterior a EC 20/98, não poderá fazer jus as regras de cálculos
anteriores a publicação da emenda REXT 575089, relatoria Ricardo Lewandowski.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

COMPENSAÇÃO DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO ENTRE REGIMES

Não será computado como tempo de contribuição o já considerado para concessão de qualquer aposentadoria do
RGPS ou por outro regime de previdência social (ex: servidor público aposentado por regime próprio, ao iniciar nova
atividade vinculante ao RGPS , não poderá usar do tempo de contribuição no regime próprio para aposentar-se no
RGPS).

Contagem recíproca do tempo de contribuição (art. 201, §9º da CF e art. 94 da lei 8.213/91).

Para fazer o pedido entre os sistemas, deve ser requerido o CTC (Certidão de Tempo de Contribuição) para
comprovação no regime que for requerido o benefício.

O excesso de contribuições de um regime pode ser utilizado para requerer aposentadoria em outro regime se
preenchido os requisitos. Ex: Pessoa que trabalhou na concursada e aposenta, e sobra um período das contribuições
para o regime próprio, podendo usar esse período para o regime geral se continuou contribuindo para este regime.

Contribuição concomitante.

Ex: Procurador federal que dá aula em faculdades privadas, em que se recolhe concomitantemente as contribuições em
ambos os regimes. Não pode somar as contribuições nos dois regimes recolhidos ao mesmo tempo. Somente se for a
contagem sucessiva.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

REGRA 85/95

A regra 85/95 foi criada para exclusão do fator previdenciário aquele que quer aposentar por tempo de contribuição
quando preenchido o critério de pontos. A lei 13.183/2015 incluiu o art. 29-C a lei 8.213/91.

“Art. 29-C. O segurado que preencher o requisito para a aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar pela não incidência
do fator previdenciário no cálculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de
contribuição, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria, for:
I - igual ou superior a noventa e cinco pontos, se homem, observando o tempo mínimo de contribuição de trinta e cinco anos; ou
II - igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mulher, observado o tempo mínimo de contribuição de trinta anos.
§ 1º Para os fins do disposto no caput, serão somadas as frações em meses completos de tempo de contribuição e idade.
§ 2º As somas de idade e de tempo de contribuição previstas no caput serão majoradas em um ponto em:
I - 31 de dezembro de 2018;
II - 31 de dezembro de 2020;
III - 31 de dezembro de 2022;
IV - 31 de dezembro de 2024; e
V - 31 de dezembro de 2026.
§ 3º Para efeito de aplicação do disposto no caput e no § 2º, o tempo mínimo de contribuição do professor e da professora que
comprovarem exclusivamente tempo de efetivo exercício de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio será
de, respectivamente, trinta e vinte e cinco anos, e serão acrescidos cinco pontos à soma da idade com o tempo de contribuição.
§ 4º Ao segurado que alcançar o requisito necessário ao exercício da opção de que trata o caput e deixar de requerer aposentadoria
será assegurado o direito à opção com a aplicação da pontuação exigida na data do cumprimento do requisito nos termos deste
artigo.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

REGRA 85/95

Exemplos: Fulano em 2018 tem 63 anos de idade e 32 anos de contribuição que somando totaliza 95 pontos. Entretanto
o requisito de 35 anos de contribuição não foi preenchido, portanto não faz jus a aposentadoria pela regra.

Fulano em 2018 tem 56 anos de idade e 39 anos de contribuição que somando, totaliza 95 pontos. Nesse caso,
o tempo de contribuição foi preenchido e, portanto, faz jus ao benefício integral pela regra 85/95.

Em 2019 passa a ser 96/86 pontos, em 2021, 97/87 pontos, até o limite de 100/90 pontos.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Atuação Administrativa

1. Atendimento ao cliente

- Geralmente o cliente aparece com dúvidas sobre o tempo que falta para que ele possa requerer o benefício e
cabe a nós fazermos uma simulação para ter a noção da quantidade de contribuições.
- Não esqueça de fazer um cotejo entre a carteira de trabalho e o CNIS, pois pode haver período não computado
ou períodos com lançamentos incorretos.
- Pode ser feita uma simulação do salário benefício se o segurado tiver todos os salários de contribuição
corretamente lançados no CNIS.
- A lista de documentos necessários para comprovação do tempo de contribuição, você pode acessar no site do
INSS nesse endereço: https://www.inss.gov.br/servicos-do-inss/atualizacao-de-tempo-de-contribuicao/
documentos-para-comprovacao-de-tempo-de-contribuicao/
- Previsão no art. 80 da IN 45 do INSS.
- O Contribuinte individual que encerrou ou suspendeu suas atividades, deve comprovar tal fato perante o INSS,
que entende que houve continuidade da atividade (empresarial ou autônoma) podendo cobrar o período sem
recolhimento.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Atuação Administrativa

1. Atendimento ao cliente

Empregado/Desempregado
• Carteira Profissional (CP)
• Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)
• original ou cópia autenticada da Ficha de Registro de Empregados ou do Livro de Registro de Empregados,
onde conste o referido registro do trabalhador acompanhada de declaração fornecida pela empresa,
devidamente assinada e identificada por seu responsável
• original ou cópia autenticada do cartão, livro ou folha de ponto do trabalhador acompanhada de declaração
fornecida pela empresa, devidamente assinada e identificada por seu responsável
• contrato individual de trabalho
• acordo coletivo de trabalho, desde que caracterize o trabalhador como signatário e comprove seu registro na
respectiva Delegacia Regional do Trabalho – DRT
• termo de rescisão contratual ou comprovante de recebimento do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço –
FGTS
- Dentre outros previstos no site.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Atuação Administrativa

1. Atendimento ao cliente

Comprovação de tempo de contribuição pela ação trabalhista (IN 45, INSS):


Art. 90. No reconhecimento da filiação e na contagem do tempo de contribuição para os fins previstos no RGPS, decorrentes de ação trabalhista transitada em julgado, o processo deverá ser
encaminhado para análise da Chefia de Benefícios da APS, devendo ser observado:

I - o reconhecimento da filiação e a contagem de tempo de serviço/contribuição dependerá da existência de início de prova material, isto é, de documentos contemporâneos que possibilitem a
comprovação dos fatos alegados, juntados ao processo judicial ou ao requerimento administrativo;
II - observado o inciso I deste artigo, os valores dos salários-de-contribuição constantes da ação trabalhista transitada em julgado, serão computados, independente de início de prova material,
ainda que não tenha havido o recolhimento das contribuições devidas a Previdência Social, respeitados os limites máximo e mínimo de contribuição; e
III - tratando-se de ação trabalhista transitada em julgado envolvendo apenas a complementação de salários-de-contribuição de vínculo empregatício devidamente comprovado, não será exigido
início de prova material, independente de existência de recolhimentos correspondentes.

§ 1º A apresentação pelo segurado da decisão judicial e das provas que levaram a Justiça do Trabalho a reconhecer o tempo de contribuição ou homologar o acordo realizado, na forma do inciso I
do caput, não exime o INSS de confrontar tais informações com aquelas existentes nos sistemas corporativos da Previdência Social e órgãos conveniados, para fins de validação do tempo de
serviço.
§ 2º O cálculo de recolhimento de contribuições devidas por empregador doméstico em razão de determinação judicial em reclamatória trabalhista não exime a obrigatoriedade do requerimento de
inclusão de vínculo com vistas à atualização de informações no CNIS.

Art. 91. Na concessão ou revisão dos benefícios em que houver apresentação de processo de ação judicial de reintegração, deverá ser observado:

I - apresentação de cópia do processo de reintegração com trânsito em julgado ou certidão de inteiro teor emitida pelo órgão onde tramitou o processo judicial;
II - não será exigido início de prova material, considerando que existe anteriormente a prova de vinculação trabalhista; e
III - em caso de dúvida fundada, a chefia de benefícios da APS deverá emitir um relatório fundamentado e enviar o processo para a Procuradoria Federal Especializada - PFE local analisar,
ficando pendente a decisão em relação ao cômputo do período.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Atuação Administrativa

1. Atendimento ao cliente

REAFIRMAÇÃO DA DER

É possível quando o segurado permanece recolhendo contribuições previdenciárias (continuou trabalhando) após a entrada
do requerimento administrativo ou do ajuizamento da ação e que pretende computar esse novo período para concessão do
benefício.

Previsão do art. 690 da IN 77/INSS.

690. Se durante a análise do requerimento for verificado que na DER o segurado não satisfazia os requisitos para o
reconhecimento do direito, mas que os implementou em momento posterior, deverá o servidor informar ao interessado
sobre a possibilidade de reafirmação da DER, exigindo-se para sua efetivação a expressa concordância por escrito.

Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se a todas as situações que resultem em benefício mais vantajoso ao
interessado.

Em outras palavras, o requerimento pode ser feito por petição simples. O INSS poderá verificar na reafirmação da DER se
houve a implementação dos requisitos de outro benefício mais vantajoso.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Atuação Administrativa

2. Processo Administrativo

- O advogado pode comparecer sem agendamento no guichê específico para esse profissional (no estado de SP) ou
agendar pelo 135.
- Poderá antes, fazer um pedido no MEU INSS e se estiver tudo em termos (conferir o CNIS antes) o benefício será
concedido automaticamente.
- Tirar cópia de todos os documentos (inclusive os Carnês) para não ter que deixar todos os originais na autarquia.
- Declarar autêntico no próprio documento com uma rúbrica e OAB.
- Levar os documentos na seguinte ordem: procuração, documentos pessoais do segurado, documentos comprobatórios do
tempo de contribuição.
- Levar duas vias de uma petição simples de requerimento pedindo para que o servidor assine que recebeu uma via.
- Caso haja outros PAs em que você vai necessitar dos documentos, pode fazer uma petição requerendo o uso dos
documentos do outro PA nesse novo requerimento (ex caso Renato).
- Feito o requerimento o INSS terá 30 dias para responder podendo prorrogar por mais 30 dias.
- Constituição do processo e seu andamento - Art. 673 da IN 77 e seguintes.
- Não pode o INSS segurar os originais (art. 674 IN 77).
- O INSS não pode recusar-se a fazer o requerimento por documentação incompleta, devendo quando for o caso, expedir
carta de exigência (art. 678 IN77) com prazo mínimo de 30 dias para cumprimento.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Atuação Administrativa

2. Processo Administrativo

- Cabe ao requerente comprovar dados divergentes, extemporâneos ou não constantes no CNIS (art. 682, IN77). Se
precisar retificar o CNIS para preenchimento dos requisitos, fazer antes do pedido de concessão. Pode ser feito ao
mesmo tempo, pedindo a retificação e análise do benefício, porém faça uma petição explicando o que deve ser retificado
e apontando os documentos que servirão de base.
APOSENTADORIA POR IDADE

CONCEITO: A aposentadoria por idade, criada pela Lei Orgânica da Previdência Social (3.807/60), hoje mantida pela lei
8.213/91, é devida ao segurado que, cumprida a carência de 180 contribuições, completar 65 anos homem e 60 anos
mulher.

Reduz 5 anos para os trabalhadores rurais, de ambos os sexos, e para os que exerçam sua atividade em regime de
economia familiar (tem um pequeno negócio rural, como produtor de leite, de queijo, em que a família toda trabalha), nestes
incluídos o Produtor Rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

Previsão legal: Art. 201, §7º, II da CF, Art. 51 a 55, Decreto 3048/99 e Art. 48 a 51, da lei 8.213/91

O empregador poderá pedir a aposentadoria do trabalhador de forma compulsória, desde que esse complete a carência e
70 anos de idade homem e 65 anos mulher.

Essa regra não tem sido aplicada na prática, pois é o segurado detentor do direito ao benefício, cabendo a ele decidir pela
época mais oportuna em requerer a aposentadoria, podendo, inclusive, desistir do benefício não recebendo a primeira
parcela.
APOSENTADORIA POR IDADE

A jurisprudência tem entendimento de que os requisitos da Carência + Idade não precisam ser preenchidos
simultaneamente. Pode o segurado com 180 contribuições em 2012 e ter a idade de 65 anos somente em 2017, ocasião em
que completará o quesito etário para se aposentar.

Nesse sentido a TNU no pedido 200872650011307 e o STJ no AGRESP 6ª Turma 200400739764.

Já para o pedido de aposentadoria por idade rural, é necessária a simultaneidade entre a carência e a idade. Entendimento
da TNU no pedido de uniformização 2006.71.95.018143-8/RS e o STJ no incidente de uniformização Pet 7476/PR.

REQUISITOS GERAIS

Segurado: Obrigatório, Especial, Contribuinte Individual e Facultativo.

Carência: 180 contribuições (ver tabela do art. 142, lei 8.213/91)

Idade: Mínima de 65 anos homem e 60 anos mulher (rural é 60 anos homem e 55 mulher).
APOSENTADORIA POR IDADE

Quanto a qualidade de segurado no momento do requerimento do benefício.

Art. 3o A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de
contribuição e especial.
§ 1o Na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a
concessão desse benefício, desde que o segurado conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao
exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício.

O momento de verificar a implementação do benefício é no momento que o segurado completa o requisito etário (idade)
desde que observada a tabela progressiva.

Nesse sentido a súmula 44 da TNU.

Para efeito de aposentadoria urbana por idade, a tabela progressiva de carência prevista no art.
142 da Lei nº 8.213/91 deve ser aplicada em função do ano em que o segurado completa a idade
mínima para concessão do benefício, ainda que o período de carência só seja preenchido
posteriormente.
APOSENTADORIA POR IDADE

Período de Carência

O período de carência é 180 contribuições mensais. Para o segurado inscrito na Previdência Social Urbana até
24.7.1991, bem como para o trabalhador e o empregador rurais antes cobertos pela Previdência Social Rural, a
carência da aposentadoria por idade, tempo de serviço e especial, obedece a tabela progressiva do art. 142 da lei
de benefícios.

Para o segurado que cumpriu as condições no ano de 2008 são exigidos 162 meses de contribuição segundo a
tabela.

Benefício por incapacidade conta como tempo de carência?

Muito embora o INSS não reconheça administrativamente, o benefício por incapacidade recebido, desde que
intercalado com períodos de contribuição, pode ser utilizada como carência para fins de aposentadoria por idade.
Súmula 73 da TNU:

O tempo de gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez não decorrentes de acidente de


trabalho só pode ser computado como tempo de contribuição ou para fins de carência quando
intercalado entre períodos nos quais houve recolhimento de contribuições para a previdência social.
APOSENTADORIA POR IDADE

DIB

A aposentadoria por idade é devida ao segurado empregado, incluindo-se o doméstico, a partir da data do
desligamento do emprego (quando requerida até 90 dias depois deste) ou da data do requerimento (quando
não houve desligamento do emprego ou quando requerida após os 90 dias). Para os demais segurados é a
partir da DER.

Assim como na por tempo de contribuição não se exige do segurado empregado sair da empresa após
aposentar, o mesmo os demais segurados não precisam encerrar suas atividades após aposentar por idade.

RMI

O valor da aposentadoria por idade será proporcional ao tempo de contribuição, consistindo numa renda
mensal correspondente a 70% do salário de benefício, mais 1% por grupo de 12 contribuições mensais até o
máximo de 10)% do salário de benefício, aplicando-se o fator previdenciário, caso, se for aplicado, seja
condição mais benéfica ao segurado (art. 7º, da Lei 9.876/99).
APOSENTADORIA POR IDADE

RMI

Em relação a apuração (PBC) do salário de benefício, aplicam-se as mesmas regras da aposentadoria por
tempo de contribuição. Média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a
80% de todo o período contributivo, multiplicado pelo fator previdenciário (se for benéfico ao segurado).
APOSENTADORIA POR IDADE

RMI

Quanto ao cálculo da aposentadoria por idade, a TNU antes permitia a utilização de tempo rural para elevar o
coeficiente do cálculo, entretanto, o entendimento mudou com a adoção da súmula 76:

A averbação de tempo de serviço rural não contributivo não permite majorar o coeficiente de cálculo
da renda mensal inicial de aposentadoria por idade previsto no art. 50 da Lei nº 8.213/91.

DER

Quando implementado o requisitos etário e carência. Pode o segurado programar o pedido para aumentar o
coeficiente do cálculo. Por exemplo, aguardar contribuindo por mais 5 anos para ter 75% de salário de
benefício.
APOSENTADORIA POR IDADE

Aposentadoria por idade do Rural

Prevista no art. 201, §7º, inciso II da CF:

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as
seguintes condições:
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco
anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em
regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

Antes da lei 8.213/91 era devido o benefício somente ao homem e excepcionalmente a mulher desde que
fosse chefe ou arrimo de família nos termos do art. 297 do Decreto 83.080/79. A partir da Lei de Benefícios,
foi estendido aos demais integrantes do grupo familiar (cônjuges ou companheiros, filhos maiores de 14 anos
ou a eles equiparados).

Somente os trabalhadores rurais enquadrados como segurado empregado (aquele que trabalha no âmbito
rural com CTPS assinada), trabalhador eventual, trabalhador avulso e segurado especial fazem jus a redução
de 5 anos para esse benefício (art. 48 da Lei de Benefícios e art. 51 do Decreto 3048/99).
APOSENTADORIA POR IDADE

Aposentadoria por idade do Rural

Requisitos:

- Idade mínima de 60 anos homem e 55 anos mulher


- Comprovação do exercício de atividade rural nos termos do art. 143 da Lei de Benefícios:

Art. 143. O trabalhador rural ora enquadrado como segurado obrigatório no Regime Geral de Previdência Social, na
forma da alínea "a" do inciso I, ou do inciso IV ou VII do art. 11 desta Lei, pode requerer aposentadoria por idade, no
valor de um salário mínimo, durante quinze anos, contados a partir da data de vigência desta Lei, desde que
comprove o exercício de atividade rural, ainda que descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento
do benefício, em número de meses idêntico à carência do referido benefício.
APOSENTADORIA POR IDADE

Aposentadoria por idade do Rural

A comprovação pode ser feita nos termos do art. 106 da Lei de Benefícios:
Art. 106. A comprovação do exercício de atividade rural será feita, alternativamente, por meio de: (Redação dada pela Lei nº 11.718, de
2008)
I - contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e Previdência Social; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
II - contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
III - declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural ou, quando for o caso, de sindicato ou colônia de
pescadores, desde que homologada pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
IV - comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, no caso de produtores em regime de
economia familiar; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
V - bloco de notas do produtor rural; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
VI - notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o § 7o do art. 30 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, emitidas pela
empresa adquirente da produção, com indicação do nome do segurado como vendedor; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
VII - documentos fiscais relativos a entrega de produção rural à cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou outros, com indicação
do segurado como vendedor ou consignante; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
VIII - comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social decorrentes da comercialização da produção; (Incluído pela
Lei nº 11.718, de 2008)
IX - cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda proveniente da comercialização de produção rural; ou (Incluído
pela Lei nº 11.718, de 2008)
X - licença de ocupação ou permissão outorgada pelo Incra. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
APOSENTADORIA POR IDADE

Aposentadoria por idade do Rural

Quanto a comprovação, a TNU editou o Enunciado 14 que dispõe: “Para a concessão da aposentadoria rural
por idade, não se exige que o início de prova material corresponda a todo o período equivalente à carência do
benefício”.

Se o segurado tem alguns documentos que comprovem o trabalho rural, pode utilizar de outros meios de
prova para comprovação dos 15 anos de trabalho rural (testemunha por exemplo).

O fato de um dos componentes do grupo familiar exercer atividade urbana não exclui dos demais a
possibilidade de computar, para fins de atividade rural, a atividade exercida no campo como sendo em
regime de economia familiar. Deve ser analisado caso a caso para verificar se a atividade rurícula ainda era
indispensável para o sustento da família. Sumula 41 da TNU.

O segurado especial tem direito ao benefício a qualquer tempo (art. 39, I da Lei de Benefícios).
APOSENTADORIA POR IDADE

Aposentadoria por idade do Rural

Carência:

O §2º do art. 48 da Lei de Benefícios prevê que o trabalhador rural deve comprovar o efetivo exercício de
atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do
benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição à carência do benefício pretendido.

Súmula 46 da TNU - O exercício de atividade urbana intercalada não impede a concessão de benefício
previdenciário ao trabalhador rural, condição que deve ser analisada no caso concreto.

Súmula 54 da TNU - Para a concessão de aposentadoria por idade de trabalhador rural, o tempo de exercício
de atividade equivalente à carência deve ser aferido no período imediatamente anterior ao requerimento
administrativo ou à data do implemento da idade mínima.
APOSENTADORIA POR IDADE

Aposentadoria por idade do Rural

RMI - 1 Salário Mínimo.

O trabalhador rural que exercer atividade remunerada fora do campo por mais de 120 dias do ano civil, pode
descaracterizar a qualidade de segurado especial. Contudo, deve ser analisado caso a caso para ver se a
atividade urbana, representou ruptura definitiva do trabalhador em relação ao campo. PEDILEF
20087057001130).

Outro tema relevante assentado pela TNU é que o uso de maquinário agrícola não é incompatível com o
regime de economia familiar. Assim também o arrendatário de terras não retira a condição de economia
familiar.
APOSENTADORIA POR IDADE

Aposentadoria por idade Híbrida

Conceito: Previsto no §3º do art. 48 da Lei de Benefícios, os trabalhadores rurais que não atendam ao
requisito de carência no efetivo exercício em trabalho rural, ainda que de forma descontínua, farão jus ao
benefício de aposentadoria por idade considerando outros períodos de contribuição sob outras categorias,
desde que completados 65 anos homem e 60 anos mulher.

A redução aplicável ao segurado especial, não se aplica a essa possibilidade por ter contagem de tempo em
trabalho urbano.

Há entendimento, com fulcro no princípio da uniformidade e equivalência dos benefícios e dos serviços, de
que não cabe a aposentadoria mista somente ao trabalhador rural, podendo o segurado que trabalhou em
atividade urbana, requerer a contagem do período sem contribuição quando exercida atividade rural para fins
de aposentar por idade.
APOSENTADORIA POR IDADE

Aposentadoria por idade Híbrida

Carência - Pode ser computado até mesmo o período de tempo rural anterior a 1.11.1991, não se aplicando
a restrição do art. 55, §2º da Lei de Benefícios: “§2º. O tempo de serviço do segurado trabalhador rural,
anterior à data de início de vigência desta lei, será computado independentemente do recolhimento das
contribuições a ele correspondentes, exceto para efeito de carência conforme dispuser o Regulamento”.

O art. 39, I, da lei 8.213/91 foi alterado pela lei 12.873/2013, posterior a regra do art. 55, para estabelecer que,
quanto ao segurado especial, considera-se computado o prazo carencial desde que comprove o exercício de
atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do
benefício, igual ao número de meses correspondentes a 180 contribuições.

Considerando ainda que a lei 11.718/2008 disciplina de forma inovadora o cômputo de tempo rural
(admitindo-o para efeito de carência) e por ser norma posterior, deve prevalecer o entendimento de que o
regramento referido (art. 55, §2º da LB) não tem aplicabilidade para essa modalidade de aposentadoria,
portanto, pode ser considerado o período de trabalho rural anterior a 1991.
APOSENTADORIA POR IDADE

Aposentadoria por idade Híbrida

RMI - O cálculo desse benefício, tem a mesma sistemática do salário benefício da aposentadoria por
invalidez e especial, podendo ser maior que um salário mínimo. Art. 48, §4º, Lei de Benefícios:

§4º. Para efeito do §3º deste artigo, o cálculo da renda mensal do benefício será apurado de acordo com o
disposto no inciso II do caput do art. 29 desta Lei, considerando-se como salário de contribuição mensal do
período como segurado especial o limite mínimo do salário de contribuição da Previdência Social.

Obs: média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondente a 80% de todo o período
contributivo.

- O período de trabalho como segurado especial não contributivo, considera o valor do salário mínimo para
efeitos de salário de contribuição.
- Para os outros períodos de contribuição sob o exercício de outras categorias de segurados, os salários de
contribuição respectivos referentes a tais categorias de segurados.
APOSENTADORIA POR IDADE

Aposentadoria por idade Híbrida

RMI

O coeficiente do cálculo será de 70% do salário de benefício, mais 1% para cada grupo de 12 contribuições
até o máximo de 100% do salário de benefício.

Não se aplica ao fator previdenciário mesmo que resultasse em maior que 1, pois o §4º do art. 48 da Lei de
Benefícios se remete ao critério de cálculo dos benefícios não sujeitos ao fator previdenciário.

Segundo entendimento do STJ não importa em qual regime o segurado estiver trabalhando na época do
requerimento, desde que cumprido o quesito etário de 65 anos homem e 60 anos mulher. Ele pode requerer o
benefício de aposentadoria híbrida mesmo estando trabalhando no campo como na cidade. (REsp n.
1.407.613/RS).

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