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PREVCLASS 05 - Instrução Normativa 128/2022 2

Seja muito bem-vindo!

Seja muito bem-vindo a mais uma aula da nossa querida PREVCLASS!

Esse é o seu material de apoio para ajudar no seu aprendizado!

Eu preparei pra você, com muito carinho, para você ter sempre em

mãos tudo o que você precisa saber sobre como criar um excelente

planejamento previdenciário.

Ao fim de cada aula, você vai receber um ebook como este, com o

resumo completinho de tudo o que foi dito!

Por isso, eu sugiro que você continue no grupo do WhatsApp para

receber a sua versão e o aviso das próximas aulas, ok?

O PREVCLASS é a minha forma de compartilhar com você, numa

conversa super produtiva e descontraída, as estratégias para ter uma

advocacia de resultado - tanto para você quanto para o seu cliente,

afinal, estamos aqui pra fazer a diferença na vida dos outros e colher

os frutos do nosso trabalho, não é mesmo?

Eu sou Jéssica Matias - advogada previdenciarista e especialista em

cálculos e planejamento previdenciário!

O que você vai encontrar aqui…


o que a IN 128/22 traz de novo
mudanças mais importantes
efeitos da IN no nosso trabalho
resumo da IN para você consultar sempre que precisar
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POR QUE
RESOLVI TRAZER ESSE
TEMA?

O tema de hoje é a nossa tão temida Instrução Normativa do

INSS, de número 128/22 - publicada agora no dia 29 de março

de 2022.

Nós vamos falar dos destaques da IN, mudanças que vão

impactar o planejamento previdenciário e as vantagens (e

desvantagens) desta Instrução.

Como advogados previdenciaristas, nós precisamos entender e

conhecer de perto as regras que regem a atividade do INSS.

Afinal, é a partir desse conhecimento que o nosso trabalho

pode ser mais assertivo e eficiente.

Você está preparado?


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A BÍBLIA
DO INSS

Mas só para começarmos no mesmo pé, você precisa ter muito claro

na sua cabeça o que é uma Instrução Normativa!

A IN é uma norma infralegal lavrada pelo Presidente do INSS que…

… disciplina as regras, procedimentos e rotinas

necessárias à efetiva aplicação das normas de

direito previdenciário.

E não sou eu que estou dizendo isso! Essa descrição da IN aparece lá

no documento legal do Diário Oficial da União.

Na prática, a IN serve como um manual para os servidores do INSS que

orienta como o INSS vai tratar as questões previdenciárias!

Ela determina como é o reconhecimento de um benefício, quando, o

que vai ser considerado.

Tudo o que o INSS faz é ditado pelas instruções contidas na Instrução

Normativa. E elas servem para facilitar a rotina e agilizar o trabalho

dos servidores.

É pela IN que o servidor consegue agir em conformidade com as

práticas do INSS e conduzir suas atividades administrativas de forma

mais rápida e normatizada.

Não à toa, a IN é chamada de Bíblia do INSS.


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Tudo o que o Instituto como corpo de servidores precisa fazer (e como

fazer) está orientado pela Instrução Normativa.

O INSS precisa obedecer o que está na IN (assim como seus

servidores), seguindo o princípio da legalidade estrita, segundo o

Direito Administrativo.

A IN é tão influente que o INSS prefere seguir a IN do que a

jurisprudência.

Entretanto, a IN não é uma lei - e você precisa ter isso grudado na

cabeça!
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A IN NÃO
É UMA LEI

A IN é tão influente que o INSS prefere seguir a IN do que a

jurisprudência. Entretanto, a IN não é uma lei - e você precisa ter

isso grudado na cabeça!

Isto é, a IN é importante, mas ela não está acima da Constituição ou

da legislação que rege a Previdência.

A IN é uma interpretação que o INSS faz da lei. É o entendimento que

aquela autarquia tem da legislação previdenciária!

E aqui eu já quero te acalmar! Se você ficou, assim como a maioria,

assustado com as mudanças da IN. Calma!

Como eu acabei de te dizer, a IN não é uma lei e não é maior do que

a legislação. O que vale é o que está escrito na Constituição.

A IN não muda as regras dos benefícios, não altera os cálculos

previdenciários.

As fadas e fados do DZAMB também podem ficar tranquilos. A

mudança da IN não altera o conhecimento do curso - no DZAMB nós

focamos na legislação, que é o fator mais importante!


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A TEMIDA
IN 128/2022

A IN publicada no dia 29 de março de 2022 veio para substituir a IN

77/2015, que estava revogada.

E essa atualização já era necessária há muito tempo. Depois da

Reforma, o INSS ainda usava uma IN de 4 anos atrás.

Muitas normas e orientações da IN não dialogavam com as novas

regras da Reforma! Já era hora de ter uma IN atualizada para a nova

realidade previdenciária.

Além da IN foram também publicadas 10 novas portarias que orbitam

em torno da nova Instrução Normativa!

Cada portaria tem um tema diferente:

cadastro

compensação previdenciária

benefícios

acumulação de benefícios

acordo internacional

manutenção de benefícios

recursos

revisão

reabilitação profissional

dependentes

Nessa brincadeira, nós temos quase 3 mil artigos! Coisa pra caramba,

hein? Mas calma! Nós vamos passar pelo mais importante aqui.
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Ah, detalhe: a portaria não pode contrariar a IN de jeito nenhum. Mas

para facilitar o seu entendimento, eu vou deixar aqui embaixo a

hierarquia das normas e quais sobrepõem quais.

No fim das contas, a IN vem para esclarecer alguns pontos confusos! E

muito do que a IN traz é bastante vantajoso para nós, advogados

previdenciários, na hora de executar nosso trabalho.

Ela ajuda bastante quando tem alguma divergência de entendimento,

porque se está na IN, o INSS vai acatar. Então, pode ser uma ótima

aliada. Por isso, fique tranquilo! São muitos artigos e muitas

novidades, mas nada que não dê para administrar! O que você precisa

carregar no seu coração é: as coisas estão sempre mudando!

Mas você não é obrigado a acompanhar essas mudanças de um dia

pra noite! Eu mesma ainda estou estudando a IN e me colocando a

par de tudo. Estude aos poucos e você vai saber o necessário para

tocar a sua advocacia! Ok?


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UMA BOA
NOTÍCIA

Agora, eu quero te trazer uma boa notícia!

São nesses momentos de mudanças que as grandes oportunidades

surgem! Nunca na história a advocacia previdenciária esteve tão em

alta! Desde a Reforma da Previdência, o Direito Previdenciário está

em destaque e o resultado é uma procura cada vez maior por

advogados capacitados e especialistas.

Historicamente, são nas grandes mudanças que os mais preparados

chegam primeiro! Quem domina o conteúdo e a informação está na

frente.

Esse é o momento de usar todas essas novas informações ao seu

favor, principalmente na hora de vender o seu serviço e vender o

planejamento previdenciário.

Saber como a IN funciona e o que ela altera é um ótimo argumento na

hora de mostrar para o seu cliente que você é a melhor opção -

porque você domina esse assunto.

Quando você se mostrar por dentro do assunto, o seu cliente, que é

leigo, vai sentir segurança e autoridade na sua fala, no seu serviço.

Encontrar um advogado não é um problema hoje em dia! Encontrar um

bom advogado, sim! E os clientes percebem isso: quem sabe e quem

não sabe do que está falando. Entendeu?

Bom, agora, eu quero te apresentar 6 destaques da IN 128. São pontos

essenciais que você precisa conhecer.


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SEIS DESTAQUES DA
IN 128/2022

A aposentadoria por incapacidade permanente, que é a antiga

aposentadoria por invalidez, não possui data de cessação. Isto é, por

via de regra, o segurado que se aposenta por essa modalidade vai

ficar aposentado enquanto houver incapacidade.

Entretanto, pode acontecer dessa aposentadoria ser cessada - se

ficar comprovada a reversão parcial ou total da incapacidade que

gerou a aposentadoria.

A gente recebeu aqui no escritório uma cliente que passou por isso!

Em um dos chamados “pentes-finos”, ela perdeu a aposentadoria por

invalidez (antes da Reforma).


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Quando o benefício integral foi cortado, ela começou a receber a tal

da mensalidade de recuperação, que nada mais é do que uma

redução gradual do valor das parcelas.

Essa redução é aplicada quando:

o segurado recebia a aposentadoria há 5 anos ou mais;

se o segurado recuperou parcialmente a capacidade laborativa;

se o segurado pode exercer outra atividade que não aquela em

que ela foi aposentada;

Na prática, significa que a aposentadoria não vai ser cessada

imediatamente!

Nesses casos, o valor é reduzido gradualmente seguindo as seguintes

regras:

Até o 6º mês, a partir da data de cessação do benefício, o

segurado vai receber 100% - se fosse um salário mínimo, ele

receberia hoje R$1.212.00.

A partir do 7º mês , o segurado vai receber 50% do valor que

costumava receber antes - considerando o salário mínimo de hoje,

ele receberia R$606,00.

A partir do 13º mês até o 16º , este segurado vai receber apenas

25% do total que recebia - hoje, esse valor seria de R$303.00.

O benefício será pago - com reduções - até a completa cessação do

benefício no 16 º mês após a data de cessação da aposentadoria!

A mensalidade de recuperação permite que o segurado se reinsira no

mercado de trabalho com algum tipo de suporte.

O que é importante você saber com a IN sobre a Mensalidade de


Recuperação:
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A MENSALIDADE DE RECUPERAÇÃO É CONSIDERADA COMO SALÁRIO

DE CONTRIBUIÇÃO?

Será que os meses em que o segurado esteve recebendo a

mensalidade de recuperação devem ser contados como salário de

contribuição?

Só lembrando: salário de contribuição é o valor da remuneração do

segurado em determinado mês, sobre o qual é calculado o valor da

contribuição.

E a resposta é: sim! A mensalidade de recuperação é considerada

como salário de contribuição, desde que intercalada com períodos

contributivos.

Olha só o texto da IN:

Art. 224. Havendo recebimento de benefícios por

incapacidade no período contributivo, inclusive

na modalidade acidentária, os períodos de

recebimento deste benefício são considerados

como salários de contribuição para fins de

formação do PBC, desde que intercalado entre

atividades.

§ 4 º Aplica-se o disposto no caput ao período em

gozo de mensalidade de recuperação de que

trata o art. 47 da Lei n º 8.213, de 1991.

Outra dúvida que a IN vai esclarecer é: o período em que o segurado

recebe a mensalidade de recuperação pode ser considerado como

tempo de contribuição?

Na prática, a resposta seria não! O segurado não está contribuindo,

de fato, porque ele não está trabalhando.


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Outra dúvida que a IN vai esclarecer é: o período em que o segurado

recebe a mensalidade de recuperação pode ser considerado como

tempo de contribuição?

Na prática, a resposta seria não! O segurado não está contribuindo,

de fato, porque ele não está trabalhando.

Mas aí, olha só o que diz o texto da IN:

Art. 333. Verificada a recuperação da

capacidade de trabalho do aposentado por

incapacidade permanente, deverá ser observado

o disposto no art. 49 do RPS quanto ao período

de mensalidade de recuperação.

§5º A mensalidade de recuperação será

considerada como tempo de contribuição,

observado o inciso II do art. 55 da Lei n º 8.213, de

1991, inclusive o período com redução da renda

previsto no caput.

Ou seja, até a validação da nova IN, o INSS não considerava o período

de recebimento da mensalidade de recuperação como tempo de

contribuição. Mas agora a IN deixou expresso que é obrigatório

considerar.

Mas você pode se perguntar: “E nos meses em que o benefício é

reduzido?”.

Como a gente viu, nos primeiros meses o valor ainda é integral, mas

no restante, tudo é reduzido.

Sim! Mesmo em períodos de renda reduzida, esse tempo deve ser

considerado como tempo de contribuição. É o que diz no final do §5º


que coloquei ali em cima.
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Primeiro, vamos definir o que é essa tal de “qualidade de segurado do

contribuinte individual desempregado”.

Antigamente, o INSS não considerava como segurado o contribuinte

individual que perdia o emprego.

Até certo tempo atrás, apenas empregados que perderam o emprego

mantinham a chamada qualidade de segurado por um período após o

desemprego.

Para fazer valer esse direito aos contribuintes individuais era

necessário entrar na Justiça.

A própria Turma Nacional de Uniformização estabeleceu, no Tema 239,

que a qualidade de segurado por desemprego também se estendia ao

contribuinte individual - desde que o contribuinte comprove que o

desemprego decorreu de causa involuntária.


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Mas o INSS não via dessa forma! Então, era uma luta sem fim para

estender esse direito para os contribuintes individuais.

Até que, finalmente, a IN 128 trouxe essa previsão expressa, no art.

184, que diz assim:

Art. 184. Período de manutenção da qualidade de

segurado, ou período de graça, é aquele em que

o segurado mantém sua condição,

independentemente de contribuição,

correspondendo ao seguinte lapso temporal:

§ 10. O segurado contribuinte individual faz jus à

prorrogação prevista no § 5º.

§5º O prazo do inciso II do caput ou do § 4 º será

acrescido de 12 (doze) meses para o segurado

desempregado, desde que comprovada essa

situação pelo registro no Sistema Nacional de

Emprego (SINE) ou pelo recebimento de seguro-

desemprego dentro do período de manutenção

da qualidade de segurado, inexistindo outras

informações que venham a descaracterizar essa

condição.

Essa é uma notícia muito boa para o contribuinte individual! Mas

lembrando: a jurisprudência já tinha esse entendimento. Mas agora,

com a IN, o INSS também precisa seguir essa interpretação.


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A reafirmação da DER é uma parte muito importante da nova IN. Não

que ela tenha sido alterada por completo - na verdade, o que mudou

foi o artigo e o texto. Na IN 77, a reafirmação da DER estava no artigo

690, agora ela está no artigo 577, na IN 128. Observe também como

mudou o texto, no inciso II:

Art. 577. Por ocasião da decisão, em se tratando

de requerimento de benefício, deverá o INSS:

II - verificar se, não satisfeito os requisitos para o

reconhecimento do direito na data de entrada do

requerimento do benefício, se estes foram

implementados em momento posterior, antes da

decisão do INSS, caso em que o requerimento

poderá ser reafirmado para a data em que

satisfizer os requisitos, exigindo-se, para tanto, a

concordância formal do interessado, admitida a

sua manifestação de vontade por meio

eletrônico.
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DER, para deixar claro, é a Data de Entrada para Requerimento, isto

é, o dia em que você pede ao INSS um benefício.

Para entender o que a reafirmação, aqui vai um exemplo:

Imagine um segurado que fez um requerimento em janeiro de 2020.

Mas nessa data ele ainda não cumpria os requisitos para receber

determinado benefício.

Mas em fevereiro, o segurado cumpriu os requisitos para o benefício

que ele havia pedido lá em janeiro.

Pouco depois, em maio, o INSS negou o pedido.

Durante o processo administrativo, antes do INSS sequer deferir ou

indeferir, este segurado se tornou apto para receber o benefício.

Então, nesse caso, o requerimento pode ser reafirmado para a data

em que o segurado cumpriu os requisitos. Daí vem a expressão

“reafirmação”.

A partir dessa ideia, agora o INSS é obrigado a deferir o benefício. E

aqui está o pulo do gato para a reafirmação da DER.

Porque ela serve para dois casos - tanto para quem não tinha

cumprido o requisito quando fez o requerimento, mas cumpriu durante

o processo, como para quem já tinha direito na DER mas, durante o

processo administrativo, cumpriu os requisitos para uma regra melhor.

Eu recebi um cliente que passou por isso!

Ele pediu a aposentadoria (antes de fazer o planejamento) e o INSS

concedeu, no caso dele, uma aposentadoria por tempo de

contribuição, porque ele tinha Direito Adquirido.


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Mas, durante o processo administrativo, dois meses depois de ter feito

o pedido, ele cumpriu os requisitos de uma regra muito mais vantajosa

- uma regra de transição.

Entretanto, o INSS não observou isso, mesmo sendo uma obrigação! E

é isso que o artigo 577, inciso II, da IN 128 está expressando.

Só para você ter uma ideia: em todos os meus requerimentos eu

coloco um pedido de reafirmação da DER, já para garantir essa

vantagem, caso aconteça.

E aqui, eu quero falar um pouquinho sobre a importância do

planejamento previdenciário - sobre como é necessário oferecer para

os nossos clientes essa ferramenta!

Com o planejamento, o cliente não tem a dor de cabeça de descobrir

uma regra mais vantajosa no meio do caminho.

O planejamento permite prever quais regras são aplicáveis ao caso

dele.

E isso não é apenas para aquele cliente que ainda não se aposentou -

e não entrou com o requerimento. Você também pode fazer o

planejamento para aquele cliente que já pediu a aposentadoria.

Em ambos os casos, você pode encontrar regras mais vantajosas e

benefícios mais interessantes para o seu cliente.


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Essa mudança também é super interessante! Os períodos de

recebimento de benefícios por incapacidade contam como tempo de

contribuição?

De acordo com a IN 128, sim! Desde que intercalada com períodos

contributivos - ou seja, o segurado trabalhava regularmente, então,

passou a receber benefício por incapacidade, mas tempos depois,

voltou a trabalhar e a contribuir normalmente.

Somente nesses casos - de intercalação - é possível usar o período de

recebimento de benefícios por incapacidade como tempo de

contribuição.

Eu atendi uma cliente que, por muito tempo, quase 10 anos, recebeu

um benefício por incapacidade. Mas, sem saber desse requisito, ela

solicitou ao INSS uma aposentadoria por idade, quando cumpriu os

requisitos.
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Isso foi péssimo para ela. Porque os 10 anos não foram contabilizados!

Ela não trabalhou depois disso, então, essa década foi descartada da

contribuição dela* .

E aí, pra completar a situação, o STF, no tema 1125 julgou o seguinte:

os períodos de recebimento de benefícios por incapacidade contam

como tempo de contribuição se forem intercalados com períodos de

atividades laborativas.

Mas esse entendimento exclui o segurado facultativo, ou seja, aquela

pessoa que, depois de ter o recebimento cessado, volta a contribuir

como facultativamente. Na prática, essa pessoa não exerce uma

atividade laborativa. Ela contribui se quiser.

Ou seja, esse entendimento do STF vale para uns e para outros não! E

a única forma de tentar isso, até então, era pela via judicial. Mas,

felizmente, a IN veio para resolver esse impasse também. Olha só o

que o artigo 211 diz:

Art. 211. Considera-se tempo de contribuição o

tempo correspondente aos períodos para os quais

tenha havido contribuição obrigatória ou

facultativa ao RGPS, dentre outros, os seguintes:

VI - o período em que o segurado esteve

recebendo:

a) benefício por incapacidade previdenciário,

desde que intercalado com períodos de atividade

ou contribuição; ou

b) benefício por incapacidade acidentário:

A expressão “atividade ou contribuição”, agora, inclui tanto o

segurado obrigatório quanto o facultativo, o que resolve esse

problema.

*Para considerar os 10 anos, ela precisou fazer duas contribuições como contribuinte individual.
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Com a nova IN, esse tópico mudou de artigo. Antes, estava no artigo

687 e agora passou para dois artigos diferentes: o 222, parágrafo 3 , º


e para o 589:

§ 3 º Na hipótese de ser identificado o direito a

mais de uma forma de cálculo de aposentadoria,

fica resguardada a opção pelo cálculo mais

vantajoso, observada a reafirmação da data de

entrada do requerimento administrativo a critério

do segurado, se for o caso, na forma do art. 577.

Isto é, caso o segurado tenha direito a mais de uma aposentadoria,

ele tem o direito de receber a opção mais vantajosa, considerando a

reafirmação da DER.

Com isso, se um segurado tem direito a duas ou mais opções, o INSS,

agora, precisa considerar a opção mais vantajosa.


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O mesmo é dito no artigo 589, parágrafo 1 : º

§1º Na hipótese de o segurado ter implementado

todas as condições para mais de uma espécie de

aposentadoria na data da entrada do

requerimento e em não tendo sido lhe oferecido o

direito de opção pelo melhor benefício, poderá

solicitar revisão e alteração para espécie que lhe

é mais vantajosa.

Esses artigos também estavam presentes na IN 77 e foram mantidos na

nova Instrução Normativa!

Obviamente, eu não posso deixar de falar do planejamento

previdenciário aqui também! Só o planejamento vai mostrar quais são

as possibilidades do seu cliente!

E se você não viu a PrevClass passada - foi toda sobre planejamentos,

já clica aqui pra ver! O planejamento vai te mostrar se há uma opção

mais vantajosa para o seu cliente!


PREVCLASS 05 - Instrução Normativa 128/2022 23

Sinceramente, esse foi um dos pontos mais importantes pra mim!

Quem é meu aluno no DZAMB sabe como esse assunto é interessante e

valioso. Temos uma aula inteira dedicada a ele no nosso curso.

Quando o segurado deixa de contribuir em algum momento, esses

“buracos” na contribuição fazem muita falta no futuro. E indenizar o

INSS (pagar essas contribuições faltantes) pode ser extremamente

vantajoso na hora de receber um benefício.

Até pouco tempo, o INSS cobrava juros e multa por esses atrasos, não

importa quando tinha ocorrido. Mas acontece que a lei que

regulamenta essa cobrança só entrou em vigor em outubro de 1996.

Por que o segurado precisa pagar juros e multas de 1991, por exemplo,

se a lei surgiu em 1996?

Para contornar isso, a gente precisava entrar com ação judicial!

Contudo, nesse meio tempo, apareceu o Decreto 10.410, no artigo 239,

parágrafo 8A, vedando a aplicação dos encargos - dos juros e multas

- antes da MP 1523, de 1996.

E mesmo assim o INSS continuou cobrando esses valores nas guias de

recolhimento. Mas, felizmente, a IN 128 trouxe a seguinte previsão, no

artigo 101, parágrafo 2:

§2º A incidência de juros moratórios e multa de

que trata o §1º será estabelecida para fatos

geradores ocorridos a partir de 14 de outubro de

1996, por força do disposto no § 8 º -A do art. 239

do RPS.

Isso é uma ótima notícia para o segurado - e pra gente também,

principalmente na hora de fazer o planejamento previdenciário, já que

precisamos checar se há a necessidade de pagar os períodos em

atraso!
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ANTES DE
VOCÊ IR
Eu trouxe pra você os principais destaques! Pontos relevantes para o

nosso trabalho prático.

Mas eu quero estimular você a estudar a fundo a IN! Quanto mais você

souber sobre o INSS, melhor você vai ser no seu trabalho.

Nós temos um desafio diário de encontrar o melhor benefício para o

nosso cliente e isso só é possível quando a gente entende como o

INSS funciona.

Por isso, dedique um tempo para estudar e entender as mudanças

trazidas pela IN.

Você vai ver como isso vai influenciar no seu trabalho - e na

apresentação do seu serviço, afinal, quanto mais você souber, mais

confiança o cliente vai sentir na sua proposta.

Espero que você tenha gostado da nossa aula - e do nosso ebook!

Até a próxima!
SOBRE A AUTORA
Jéssica Matias

Especialista em cálculos previdenciários e advogada apaixonada

pelo que faz, Jéssica Matias é previdenciarista, empreendedora e

dona do seu próprio negócio, além de influenciadora e criadora de

conteúdo digital sobre Direito Previdenciário e advocacia.

Referência na área previdenciária, Jéssica é graduada pela

Universidade de Brasília (UnB) e pós-graduada em Direito

Previdenciário. Atualmente é sócia-proprietária do escritório

Carreiro Matias Advocacia, escritório especializado em Direito

Previdenciário, tendo atendido centenas de segurados e auxiliado na

concessão de aposentadorias mais benéficas, por meio da expertise

em cálculos previdenciários.

Além de produzir conteúdo de valor na internet, Jéssica é

apaixonada por compartilhar conhecimento e ministra o curso Do


Zero ao Melhor Benefício, onde ensina cálculos e planejamento

previdenciário, de maneira didática e descomplicada. Para saber

mais, clique aqui.

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acompanhe mais de perto!
@jessicamatias Jéssica Matias Jéssica Matias

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