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DIREITO
PREVIDENCIÁRIO
CAPÍTULO 1
Recado para você que está assistindo às videoaulas
Prezado aluno, a princípio, estamos trazendo algumas informações relevantes para você que
está assistindo às nossas videoaulas e complementará os estudos através do conteúdo do nosso
O CERS book foi desenvolvido para complementar a aula do professor e te dar um suporte nas
revisões!
Um mesmo capítulo pode servir para mais de uma aula, contendo dois ou mais temas, razão
pela qual pode ser eventualmente repetido;
A ordem dos capítulos não necessariamente é igual à das aulas, então não estranhe se o capítulo
03 vier na aula 01, por exemplo. Isto acontece porque a metodologia do CERS é baseada no
estudo dos principais temas mais recorrentes na sua prova de concurso público, por isso, nem
todos os assuntos apresentados seguem a ordem natural, seja doutrinária ou legislativa;
1
Olá, aluno!
Para isso, estamos constantemente analisando o histórico de provas anteriores com fins
de entender como cada Banca e cada Carreira costuma cobrar os assuntos do edital. Afinal,
queremos que sua atenção esteja focada nos assuntos que lhe trarão maior aproveitamento,
pois o tempo é escasso e o cronograma é extenso. Conte conosco para otimizar seu estudo
sempre!
estrutura do PDF Ad Verum foi feita em capítulos, de modo que você possa consultar
especificamente os assuntos que estiver estudando no dia ou na semana. Ao final de cada
capítulo você tem a oportunidade de revisar, praticar, identificar erros e aprofundar o assunto
com a leitura de jurisprudência selecionada.
E mesmo você gostando muito de tudo isso, acreditamos que o PDF sempre pode ser
aperfeiçoado! Portanto pedimos gentilmente que, caso tenha quaisquer sugestões ou
comentários, entre em contato através do email pdf@cers.com.br. Sua opinião vale ouro para
a gente!
● Questões comentadas
● Jurisprudência comentada
2
● Indicação da legislação compilada para leitura
Acreditamos que com esses recursos você estará munido com tudo que precisa para alcançar a
sua aprovação de maneira eficaz. Racionalizar a preparação dos nossos alunos é mais que um
objetivo para o CERS, trata-se de uma obsessão. Sem mais delongas, partiremos agora para o
estudo da disciplina.
Bons estudos
3
SOBRE ESTA DISCIPLINA
Trata-se de matéria muito cobrada nos certames para o ingresso na magistratura federal
e na advocacia pública de todos os entes federativos. Compreender satisfatoriamente o Direito
Previdenciário será fundamental para que o aluno garanta pontos valiosos em prova. E isto é
algo simples de se alcançar.
Afinal, além de não ter conteúdo muito extenso, o Direito Previdenciário apresenta uma
lógica e base legal sólida, que facilitam bastante o estudo. Por fim, não é exagero, mas os
assuntos são super interessantes e corriqueiros, ainda mais no período de crise econômica e
previdenciária que vivenciamos hoje. Por isso, convidamos você, querido aluno, a mergulhar no
4
RECORRÊNCIA DA DISCIPLINA
A partir da análise das últimas provas da carreira de Titular de serviços de Notas e de Registros,
verificou-se que a disciplina de Direito Penal possui grande recorrência. Através destes dados, identificou-
se quais os temas mais cobrados na disciplina de Direito Penal.
3% 1% 2%
5%
7%
17%
65%
Seguridade social
Da assistência social
TEMAS RECORRÊNCI
A
5
RGPS - Lei n° 8.213/1991
Seguridade social
Da assistência social
Regime Geral da Previdência Social - RGPS
Previdência Complementar (Lei Complementar nº 109/2001)
Seguridade Social do Servidor Público
Lei nº 12.618/2012 (Regime de Previdência Complementar para os
Servidores Públicos Federais)
Dos regimes de previdência social existentes
Lei Complementar nº 108/2001
Impactos da Lei nº 13.467/2017 na Previdência Social
6
Assim, os assuntos de Direito Previdenciário estão distribuídos da seguinte forma:
CAPÍTULOS
7
SOBRE ESTE CAPÍTULO
O presente capítulo vai tratar sobre a Seguridade Social, pois, apesar de nossa matéria ser
Direito Previdenciário, é essencial iniciarmos o estudo da disciplina compreendendo sua base
constitucional e os acontecimentos históricos que viabilizaram a configuração atual do tema.
Por ser disciplinado expressamente na CF/88, o assunto também é cobrado em muitos editais
na disciplina de Direito Constitucional.
Vale destacar que se trata de conteúdo muito relevante para todas as carreiras jurídicas, em
especial os concursos da Advocacia Pública, da Magistratura Federal e da Defensoria Pública,
tanto federal, quanto estadual. Em relação a Defensoria Pública e a Magistratura Federal, tenha
atenção redobrada quando se falar nos princípios constitucionais da Seguridade e em benefícios
assistenciais, especialmente o Benefício de Prestação Continuada – BPC.
Ao estudar a Seguridade Social, fique bem atento aos princípios que regem o tema e para
as diferenças entre os subsistemas da Saúde, Assistência Social e Previdência Social. Uma forma
de estudo bem legal é você ler os dispositivos constitucionais pertinentes ao assunto pelo site
do planalto, onde também é possível acessar a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
relativa a cada dispositivo.
Vamos, juntos, conhecer esse assunto maravilhoso e a disciplina linda iniciada aqui!
8
SUMÁRIO
Capítulo 1 ................................................................................................................................................ 11
1.3.2 Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais ...................33
9
QUADRO SINÓPTICO ............................................................................................................................ 49
GABARITO ............................................................................................................................................... 65
JURISPRUDÊNCIA................................................................................................................................... 70
10
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Capítulo 1
Vamos juntos!
Caro aluno, embora o histórico da seguridade social seja, por vezes, um tema considerado
pouco recorrente, por cautela e para lhe possibilitar um aprendizado mais completo – e,
inclusive, facilitar, mais adiante, a compreensão das reformas previdenciárias – optamos por
detalhar esse assunto aqui. Vamos iniciar trazendo um panorama da assistência e previdência
social pelo mundo.
Previdência Social é um termo oriundo do latim pre videre, significando a busca pela
antecipação das contingências sociais e a composição delas1, para impedir a indigência social.
1
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da Seguridade Social. São Paulo: Atlas, 2013. P.287.
11
Inicialmente, não existia muita distinção entre previdência e assistência. Desta maneira, a
previdência social pode ter a sua história dividida em quatro principais fases, a experimental, a
de consolidação, a de expansão e a de redefinição2.
1)Experimental 2)Consolidação
3)Expansão 4)Redefinição
O primeiro momento histórico aqui estudado remete ao modelo inaugurado por Otto von
Bismarck na Alemanha em 18833, centrado na capitalização individual dos segurados do sistema,
à semelhança de um seguro individual4. Houve, ainda, nesta época, outras iniciativas legislativas
em sentido semelhante por toda a Europa, a exemplo da Lei de Reparação a Acidentes de
Trabalho, promulgada em 1907 na Inglaterra5.
2
CRUZ, Paulo Márcio. Poder, Política, Ideologia e Estado Contemporâneo. Florianópolis: Diploma Legal,
2001. P.231.
3
CAMPOS, Marcelo Barroso Lima Brito de. Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos.
Curitiba: Juruá, 2012. p.34.
4
AFONSO, Luís Eduardo. Uma estimativa dos aspectos distributivos da Previdência Social no Brasil. São
Paulo: Tese de Doutorado em Economia da USP, 2003. P.23.
5
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário. São Paulo:
Conceito Editorial, 2011. P.42.
12
Na fase de consolidação, segundo momento do histórico aqui relacionado, verifica-se a
constitucionalização de direitos sociais e políticos, com destaque para a Constituição Mexicana
de 1917, seguida pela Constituição de Weimar, de 1919.
A expansão da Previdência Social, terceira etapa aqui estudada, deu-se após a Segunda
Guerra Mundial, quando ganharam espaço as ideias do economista inglês John Maynard Keynes,
que apregoava a necessidade de uma maior intervenção do Estado, a fim de assegurar a melhor
distribuição de renda6. As propostas de Keynes foram aprofundadas na Inglaterra em 1944, com
o Plano Beveridge, responsável por instituir um regime de repartição em que toda a sociedade
contribui para a criação de um fundo previdenciário único, do qual são retiradas as prestações
para aqueles que venham a ser atingidos por alguma das hipóteses de risco social, assim
previstas na lei7.
Em decorrência deste processo, surgiram duas formas fundamentais de proteção social, uma
firmada na ideia de capitalização individual, o modelo bismarckiano, e outra respaldada na
repartição entre toda a sociedade dos custos previdenciários, o beveridgeano.
6
CRUZ, Paulo Márcio. Poder, Política, Ideologia e Estado Contemporâneo. Florianópolis: Diploma Legal,
2001. P.233.
7
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário. São Paulo:
Conceito Editorial, 2011. P.44.
8
IBRAHIM, Fábio Zambitte. A previdência social como direito fundamental. Disponível em: <
http://www.impetus.com.br/noticia/download/21/a-previdencia-social-como-direito-fundamental>. Acesso em: 23
Out.2016. P.11.
13
aumento nos gastos públicos9 acenderam os questionamentos sobre os papéis assumidos pelo
Estado nos sistemas públicos de previdência. Eis aí a crise que conduziu à fase atualmente
vivenciada: a necessidade de redefinição da Previdência Social.
Segundo Carlos Alberto Lazzari, as normas de previdência social indicam uma tendência
existente desde o Império, segundo a qual a extensão de benefícios, no Brasil, parte sempre de
uma categoria para a coletividade, e inicia-se no serviço público para depois se estender aos
trabalhadores da iniciativa privada10.
A doutrina majoritária aponta que apenas em 1917, com a Lei Eloy Chaves, responsável por
criar as Caixas de Aposentadorias e Pensões nas empresas de estradas de ferro existentes, houve
o primeiro marco da Previdência Social no Brasil.
A Constituição de 1934 foi a primeira a prever a forma tripartite de custeio: contribuição dos
empregadores, dos trabalhadores e do Poder Público. Em seguida, a Constituição de 1937 não
trouxe grandes inovações, mas se destacou por ter usado, pela primeira vez, a expressão ``seguro
social``. Tenha atenção a isso, porque o assunto já foi cobrado por uma questão da CEBRASPE.
Inclusive, o histórico da seguridade social no Brasil já foi cobrado em provas de concursos para
a Defensoria Pública.
9
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário. São Paulo:
Conceito Editorial, 2011. P.44.
10
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de. LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário. Rio de Janeiro:
Forense, 2020. P.101.
14
A Constituição de 1946 trouxe normas sobre previdência no capítulo dos Direitos Sociais,
obrigando, a partir de então, o empregador a manter seguro de acidentes de trabalho. Foi a
primeira tentativa de sistematização constitucional de normas de âmbito social e a primeira
Constituição brasileira a empregar a expressão “previdência social”.
Tenha em mente, também, que a seguridade social, desde suas origens, busca proteger a
pessoa contra os riscos sociais, a exemplo da morte, do desemprego, da doença, dentre outros.
Então, ao estudar a seguridade social e especialmente os benefícios do direito previdenciário,
11
AMADO, Frederico. Direito Previdenciário. Coleção Sinopses para Concursos. Vol.27. Salvador: Juspodivm, 2018.
P.24.
15
lembre-se de questionar qual o risco social cuja proteção está sendo buscada. Isso vai facilitar
bastante o aprendizado.
Por fim, trouxemos o quadrinho seguinte pra você entender melhor a evolução histórica aqui
estudada:
Por ser um instituto tão importante, o conceito de Seguridade Social é dado pela própria
Constituição, observe:
16
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa
dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde,
à previdência e à assistência social.
Dessa forma, a Seguridade Social consiste num conjunto de ações integradas que têm a
finalidade de assegurar os seguintes direitos:
● Saúde
● Previdência
● Assistência Social
Inclusive, para aprofundarmos mais um pouco o tema do custeio da seguridade social, Pedro
Lenza lembra que o STF interpretou de maneira ampla a destinação do dever de custeio da
seguridade social, o que torna necessário distinguir a imunidade prevista no art. 155, § 3.º, da
CF/8812.
Diante desta mudança de redação, muitos passaram a defender que, antes da EC n. 33/2001,
a imunidade constitucional incluiria também as contribuições para o financiamento da
seguridade social.
12
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2016. P.1412.
17
Todavia, o STF entendeu de forma diversa. Para a Corte, o referido art. 155, § 3.º deve ser
harmonizado com o art. 195, caput, consoante a ementa abaixo expressou:
Nessa linha, o STF editou o seu enunciado 659, nos seguintes termos: “É legítima a cobrança
da COFINS, do PIS e do FINSOCIAL sobre as operações relativas a energia elétrica, serviços de
telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do país”.
Por fim, vale a pena chamar a sua atenção para um ponto relevante e, de quebra, fazer um
link com Direito Constitucional: note que, em regra, caberá privativamente à União legislar sobre
seguridade social. Mas, será concorrente entre as entidades políticas a competência para legislar
sobre previdência social, proteção e defesa da saúde, dos portadores de deficiência, da infância
e juventude.
Esses três direitos acima citados – saúde, assistência social e previdência - são, na verdade,
as espécies do gênero “seguridade social”. Vamos estudar os detalhes gerais de cada uma dessas
espécies agora. Ainda, precisamos destacar que o presente assunto já foi cobrado em provas
de magistratura federal e em provas de procuradorias estaduais.
18
1.2.1 Saúde
Iremos tratar da assistência social a seguir, mas, desde já, observe que, enquanto a saúde
será prestada a todos, indistintamente, a assistência social será disponibilizada a quem dela
necessitar. Esse detalhe importa muito em provas!
De acordo com Frederico Amado, ``a saúde pública consiste no dever fundamental as
medidas preventivas ou curativas de enfermidades, sendo dever estatal presta-las
adequadamente a todos, tendo a natureza jurídica de serviço público gratuito, pois prestada
diretamente pelo Poder Público ou por delegatários habilitados por contrato ou convênio, de
maneira complementar, quando o setor público não tiver estrutura para dar cobertura a toda a
população``14.
Diante do caráter de direito social da saúde, ressalta-se, ainda, que a Suprema Corte brasileira
já decidiu pela possibilidade de o Poder Judiciário obrigar o Estado a manter quantidade mínima
de medicamentos em estoque15.
13
STF. Plenário. RE 581488/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/12/2015 (repercussão geral) (Info 810).
14
AMADO, Frederico. Direito Previdenciário. Coleção Sinopses para Concursos. Vol.27. Salvador: Juspodivm, 2018. P.76.
15
STF. 1ª Turma. RE 429903/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 25/6/2014 (Info 752).
19
O Supremo Tribunal Federal, ao analisar o RE 393.175/RS, em 2006, fixou importante
precedente sobre o direito em tela, nos seguintes termos:
O caráter programático da regra inscrita no art. 196 da Carta Política - que tem por
destinatários todos os entes políticos que compõem, no plano institucional, a organização
federativa do Estado brasileiro (JOSÉ CRETELLA JÚNIOR, "Comentários à Constituição de
1988", vol. VIII/4332-4334, item n. 181, 1993, Forense Universitária) - não pode converter-
se em promessa constitucional inconseqüente, sob pena de o Poder Público, fraudando
justas expectativas nele depositadas pela coletividade, substituir, de maneira ilegítima, o
cumprimento de seu impostergável dever, por um gesto irresponsável de infidelidade
governamental ao que determina a própria Lei Fundamental do Estado.
Nesse contexto, incide, sobre o Poder Público, a gravíssima obrigação de tornar efetivas
as prestações de saúde, incumbindo-lhe promover, em favor das pessoas e das
comunidades, medidas - preventivas e de recuperação -, que, fundadas em políticas
públicas idôneas, tenham por finalidade viabilizar e dar concreção ao que prescreve, em
seu art. 196, a Constituição da República.
Vê-se, desse modo, que, mais do que a simples positivação dos direitos sociais - que
traduz estágio necessário ao processo de sua afirmação constitucional e que atua como
pressuposto indispensável à sua eficácia jurídica (JOSÉ AFONSO DA SILVA, "Poder
Constituinte e Poder Popular", p. 199, itens ns. 20/21, 2000, Malheiros) -, recai, sobre o
Estado, inafastável vínculo institucional consistente em conferir real efetividade a tais
prerrogativas básicas, em ordem a permitir, às pessoas, nos casos de injustificável
inadimplemento da obrigação estatal, que tenham elas acesso a um sistema organizado
de garantias instrumentalmente vinculadas à realização, por parte das entidades
governamentais, da tarefa que lhes impôs a própria Constituição.
20
Os serviços de saúde são de relevância pública e, como tais, são regulamentados, fiscalizados
e controlados pelo Poder Público. E a execução, professor? A execução dos serviços de saúde
não precisa ser feita necessariamente pelo Poder Público, observe:
CF Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder
Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle,
devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por
pessoa física ou jurídica de direito privado.
● Por terceiros
16
Vide: STF. Plenário. RE 855178 ED/SE, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2019
(Info 941).
21
§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na
assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
● Descentralização
● Atendimento integral
● Participação da comunidade
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos
da lei:
22
Em tempo, fique atento para a EC 86/2015, que estabeleceu em 15% o percentual mínimo a
ser investido pela União em ações e serviços públicos de saúde, tendo criado regra de transição,
segundo a qual o percentual de investimentos cresceu de 2016 a 2020. Assim, o percentual de
investimento em 2016, ano subsequente a promulgação da emenda, foi 13,2%, passando para
13,7%, 14,1%, 14,5%, até chegar em 15%, em 2020.
O diploma legislativo responsável por disciplinar a saúde foi a Lei 8.080/90, cujo art.7º
estabelece os princípios regentes do direito. Vejamos:
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins
idênticos.
O subsistema em estudo foi disciplinado nos artigos 203 e 204 da CF/88, bem como na Lei
Federal 8.742/93. Relembre que, no mundo inteiro, especialmente no Estado Liberal, as medidas
assistencialistas precederam a criação dos sistemas previdenciários. Desta maneira, em sua
gênese, as medidas assistencialistas tinham caráter de liberalidades, ``presentes`` dos governos.
Com o decurso da história, essa ideia mudou e a assistência social ganhou o aspecto de direito
subjetivo dos necessitados, configurando direito social de execução obrigatória pelo Estado17.
De acordo com o artigo 203 da Constituição, a Assistência Social é prestada a quem dela
necessitar. Essa espécie da Seguridade Social, então, diferentemente da saúde, não é oferecida
a todos os cidadãos, mas apenas a uma parcela deles: os necessitados.
17
AMADO, Frederico. Direito Previdenciário. Coleção Sinopses para Concursos. Vol.27. Salvador: Juspodivm, 2018. P. 39.
24
Os objetivos da Assistência Social também estão listados no artigo 203 da Constituição. Por
serem muito cobrados em prova, é importante dar bastante atenção.
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente
de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
Esquematizando:
25
● Que as diretrizes da Assistência Social consistem na descentralização político-
administrativa e na participação da população.
Guarde que essa garantia constitucional de um salário mínimo mensal aos idosos e às
pessoas com deficiência que não tenham meios de prover a própria subsistência ou de tê-la
provida por sua família motivou o surgimento do Benefício de Prestação Continuada –
BPC/LOAS, também chamado Amparo Assistencial, Benefício Assistencial ou simplesmente LOAS.
A prestação em debate foi disciplinada pelos arts. 20 a 21-A da Lei 8.742/93 e pelo art .34
da Lei 10.741/2003 (Estatuto do Idoso). Inclusive, o Estatuto do Idoso reduziu a idade mínima
para o recebimento do benefício para 65 anos de idade.
Sobre o BPC/LOAS, vale, também, ressaltar dois precedentes recentes, um do STJ e outro do
STF. Assim, de acordo com o STJ, no Recurso Especial 1.404.019-SP, a LOAS não exige a
incapacidade absoluta do segurado para a concessão do benefício. A decisão amparou-se no
caráter solidário e não contributivo da Assistência Social.
26
por integrante da unidade familiar, para que o necessitado obtenha o benefício, apesar de ser
esta a fração exigida pelo parágrafo terceiro do art. 20 da Lei 8.742/9318.
A dispensa de ¼ do salário mínimo por cabeça foi positivada em 2020, com a Lei 13.982/20.
Tal dispensa incluiu, na verdade, uma ampliação do requisito da renda per capita para ½ do
salário mínimo e vai viger para o período de calamidade pública ocasionada pela COVID-19, até
31 de dezembro de 2020. O mencionado diploma legislativo inseriu, ainda, os parágrafos catorze
e quinze ao art.20 da Lei 8.742/93:
Finalmente, recorde que a Lei 13.846/2019 trouxe uma novidade o parágrafo 12 do art.20 da
Lei 8.742/93. Vejamos:
18
Para mais informações, vale a leitura: https://www.dizerodireito.com.br/2020/04/lei-139822020-alteracoes-no-
beneficio.html#:~:text=O%20art.,Assistencial%E2%80%9D%20ou%20%E2%80%9CLOAS%E2%80%9D.&text=Desde
%20que%20comprove%20n%C3%A3o%20possuir,la%20provida%20por%20sua%20fam%C3%ADlia.
27
II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação
assistencial alcançável pelas demais políticas públicas;
Apenas a União poderá legislar sobre previdência social, exceto no que concerne ao regime
de previdência dos servidores públicos efetivos dos estados , do Distrito Federal e dos
municípios, que poderão editar normas jurídicas para instituí-los e discipliná-los, observadas as
normas gerais editadas pela União e as já postas pela própria Constituição.
28
De acordo com Alberto Lazzari, o direito às prestações da Previdência Social foi consagrado
no rol dos Direitos Sociais, como um direito fundamental, decorrente do direito à segurança 19.
Vale ressaltar, ainda, que o direito à previdência é irrenunciável, tanto pelo segurado, quanto
por seus beneficiários. Fique atento a isso! Afinal, são informações super relevantes tanto para
uma prova objetiva, quanto para uma resposta aberta em provas de concursos.
Por fim, o direito aqui estudado não vai ser perdido pelo decurso do tempo. Aqui, prescrição
e decadência apenas atingem direitos ao recebimento de prestações, mas não alcançam o fundo
do direito. Assim já decidiu o STF:
19
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de. LAZZARI, Joao Batista. Manual de Direito Previdenciário. Rio de Janeiro:
Forense, 2020. P.240.
29
A Previdência Social, ao contrário das demais espécies da Seguridade Social, possui um
caráter contributivo, ou seja, somente aqueles que contribuem podem ter acesso às prestações
previdenciárias (benefícios e serviços). Fora isso, a filiação à Previdência é obrigatória. Todas as
pessoas que pratiquem alguma atividade remunerada serão obrigatoriamente filiadas ao regime
geral de Previdência Social.
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência
Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a:
Por fim, importa adiantar aqui a existência de dois sistemas previdenciários no Brasil
atualmente: um público, mantido prioritariamente pelo Estado, para a iniciativa privada e para
os servidores públicos, e outro complementar ou privado, que pode contar com recursos
públicos, mas onde tais recursos não podem ser majoritários.
30
Regime Geral de
Previdência
Social - RGPS
Pública
Regime Próprio
Previdência
de Previdência
Social no Brasil
Social - RPPS
Privada ou
Complementar
Os princípios aplicáveis à Seguridade Social estão previstos no parágrafo único do artigo 194
da Constituição. Essa previsão expressa não exclui outros princípios que, embora não estejam
listados no artigo 194, são perfeitamente aplicáveis à Seguridade Social.
CF Art. 194 Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a
seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
31
previdência e assistência social, preservado o caráter contributivo da previdência social;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
O princípio definido no inciso I do artigo 194 representa, na verdade, dois princípios. Fala-
se, por isso, em universalidade objetiva e subjetiva. De acordo com Frederico Amado, a vertente
subjetiva deste princípio determina que a seguridade social alcance o maior número possível de
pessoas que necessitem de cobertura, enquanto a objetiva compele o legislador e o
administrador a adotarem as medidas possíveis para cobrir o maior número de riscos sociais20.
20
AMADO, Frederico. Direito Previdenciário. Coleção Sinopses para Concursos. Vol.27. Salvador: Juspodivm, 2018.
P.28
32
Somente podemos falar em universalidade de atendimento e de cobertura na Saúde, pois,
todos os brasileiros e estrangeiros, independente da doença ou da condição social, têm direito
de ser atendido no sistema público de saúde, ainda que nunca tenha contribuído com o sistema.
No caso da previdência social, que é regime contributivo de filiação obrigatória para os que
exercem atividade remunerada lícita, essa universalidade é subjetiva, pois se refere apenas ao
sujeito da relação jurídica previdenciária, seja ele segurado ou seu dependente. Fala-se, ainda,
em universalidade mitigada neste caso.
Guarde que, enquanto os benefícios envolvem obrigações de ``dar`` por parte do Estado, os
serviços envolvem obrigações de ``fazer``.
Qualquer diferenciação entre os benefícios e serviços entre essas classes deve estar prevista
no próprio texto constitucional e fundada na proporcionalidade.
Esse princípio serve para limitar o da universalidade, sendo interessante dividi-lo em duas
partes:
33
● Seletividade: o legislador precisará selecionar as prestações previdenciárias a
serem ofertadas à população, levando em consideração os riscos sociais cobertos
pela Seguridade. Essas prestações podem ser melhor visualizadas a partir da leitura
do artigo 201 da Constituição. Nesse dispositivo, o Constituinte listou os benefícios
e serviços ofertados pela Previdência, observe:
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência
Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a:
34
1.3.4 Irredutibilidade do valor dos benefícios
Ele apresenta uma complexidade a mais em relação aos outros princípios da seguridade
social, porque sua compreensão depende da interpretação conjunta do texto constitucional e
da jurisprudência do STF.
Imagine que João recebe um benefício da Previdência Social no valor de R$ 1.000,00 e que
o percentual inflacionário do período foi de 5%. Para garantir a preservação do valor real do
benefício de João, será necessário reajustá-lo para R$ 1.050,00. Do contrário, se não houver o
reajuste, é como se o benefício de João tivesse sido reduzido, pois, diante da inflação de 5%,
João não conseguirá usar os mil reais da mesma forma.
Até agora, vimos que o princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios, quando aplicado
à Previdência Social, obriga o reajuste do valor de acordo com o índice inflacionário do período,
de modo a preservar o seu valor real.
21
AMADO, Frederico. Direito Previdenciário. Coleção Sinopses para Concursos. Vol.27. Salvador: Juspodivm,
2018. P.32
35
1. A correção monetária nada mais é do que um mecanismo de manutenção do poder
aquisitivo da moeda, não devendo representar, consequentemente, por si só, nem
um plus nem um minus em sua substância. Corrigir o valor nominal da obrigação
representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas
oscilações inflacionárias positivas e negativas ocorridas no período. Atualizar a obrigação
levando em conta apenas oscilações positivas importaria distorcer a realidade econômica
produzindo um resultado que não representa a simples manutenção do primitivo poder
aquisitivo, mas um indevido acréscimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de
Orientação de Procedimento de Cálculos aprovado pelo Conselho da Justiça Federal que,
não havendo decisão judicial em contrário, "os índices negativos de correção monetária
(deflação) serão considerados no cálculo de atualização", com a ressalva de que, se,
no cálculo final, "a atualização implicar redução do principal, deve prevalecer o valor
nominal".
Dessa forma, o índice inflacionário negativo pode e deve ser utilizado no cálculo de
atualização dos benefícios. Mas, caso o resultado desse cálculo importe na redução do valor
nominal do benefício, deve-se preservar o valor nominal, ou seja, deve-se manter o benefício
no valor nominal até então vigente.
Segundo o STF, os benefícios da Seguridade Social também são irredutíveis, assim como os
da Previdência. Mas, essa irredutibilidade não assegura a preservação do valor real dos
benefícios, mas apenas o valor nominal.
Se o benefício recebido por João for da Seguridade Social, o reajuste não será obrigatório,
pois, de acordo com o entendimento do STF, como o valor nominal do benefício (R$ 1.000,00)
não foi reduzido, não há que se falar em violação do princípio da irredutibilidade do valor dos
benefícios.
Em síntese, os benefícios da saúde pública e da assistência social são apenas protegidos por
uma irredutibilidade nominal, ao passo que os benefícios pagos pela previdência social gozam
de uma irredutibilidade material, pois precisam ser reajustados anualmente pelo índice legal.
36
Na prova realizada pelo CESPE para o cargo de Advogado da União em 2015, foi cobrado o
seguinte:
O item foi dado como ERRADO. Já que a questão não especificou se se trata de
benefícios da previdência social, temos o posicionamento consagrado da jurisprudência, com
base na Constituição Federal, no sentido de não ser assegurado o valor real dos benefícios
das demais vertentes da seguridade social.
Cabe mencionar que a irredutibilidade do valor dos benefícios não será na mesma proporção
do salário mínimo. Isto fica evidenciado na parte final do inciso IV, do art. 7º, da CF:
Art. 7, IV, CF – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a
suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação,
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos
que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.
37
Para você não confundir nenhuma informação deste tópico (inclusive, porque o assunto já foi
cobrado na prova de Procurador do Estado do Piauí, em 2014), veja o seguinte esqueminha:
Irredutibilidade do valor
dos benefícios
Irredutibilidade real e
nominal.
Se houver deflação, Apenas irredutibilidade
assegura-se a nominal
irredutibilidade nominal
38
Por isso que esse princípio da seguridade está muito relacionado ao princípio da isonomia
e a seu consectário mais famoso, o princípio da capacidade contributiva22.
Bem, existem várias formas criadas pelo legislador para efetivar esse princípio. Uma dessas
formas é a contribuição progressiva dos segurados (8%, 9% e 11%): aqueles que ganham mais
e, portanto, têm mais capacidade contributiva terão uma alíquota maior incidindo sobre o seu
salário de contribuição. Em contrapartida, os que ganham menos terão uma alíquota menor.
A Constituição, seguindo esse princípio, instituiu várias fontes de custeio para a Seguridade,
veja:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
22
AMADO, Frederico. Direito Previdenciário. Coleção Sinopses para Concursos. Vol.27. Salvador: Juspodivm, 2018.
P.33.
39
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas
alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência
Social; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
CF Art. 195 § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção
ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
O que o legislador derivado quis, com essa alteração, foi garantir uma maior transparência
das receitas e das despesas. A partir de agora, deve-se identificar a área da Seguridade para a
qual o dinheiro está sendo destinado.
Esse princípio não se confunde com o princípio da precedência da fonte de custeio, que
determina que nenhum benefício ou serviço da seguridade social pode ser criado, majorado ou
estendido sem a correspondente fonte de custeio total. Ele não pode ser excepcionado nem em
hipóteses excepcionais e somente diz respeito à seguridade social financiada por toda a
sociedade, sendo alheio às entidades de previdência privada. Por fim, frise-se que quando o
benefício da seguridade social for previsto na própria CF/88, não terá aplicação esse princípio.
40
O princípio em foco, também chamado de Princípio da Preexistência, Contrapartida ou
Antecedência da Fonte de Custeio, encontra-se previsto no artigo 195, §5o, da Constituição
Federal, nos seguintes termos,
Desta forma, antes de criar um novo benefício da seguridade social ou majorar ou estender
os já existentes, deverá o ato de criação indicar expressamente a fonte de custeio respectiva,
através da indicação da dotação orçamentária, a fim de ser resguardado o equilíbrio entre as
despesas e as receitas públicas. O princípio em estudo não poderá ser excepcionado nem em
hipóteses anormais, pois a Constituição é taxativa 23.
No entanto, tenha muita atenção para o seguinte detalhe: quando o benefício for criado
pela própria Constituição, não será necessária a prévia fonte de custeio. Assim já entendeu o
STF:
23
AMADO, Frederico. Direito Previdenciário. Coleção Sinopses para Concursos. Vol.27. Salvador: Juspodivm,
2018. P.38.
41
Antes de criar um novo
Precedência da benefício da seguridade RESSALVA: Quando o
social ou majorar ou benefício for criado
fonte de custeio estender os já existentes, o
pela própria
ato de criação deve indicar
expressamente a fonte de Constituição
custeio respectiva
A Seguridade Social não pode ser administrada exclusivamente pelo Poder Público. Esse
princípio, ora em estudo, garante a gestão democrática e descentralizada da Seguridade por
meio da gestão quadripartite, ou seja, uma gestão composta por representantes dos
trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo.
42
A doutrina aponta que esse princípio resulta também do art.10 da Constituição. Como
exemplo, podemos citar a composição do Conselho Nacional de Previdência, que estudaremos
nos próximos capítulos. Vale ressaltar, entretanto, que os aposentados apenas integram o
Conselho Nacional de Previdência, mas não os demais conselhos dos outros subsistemas da
Seguridade Social
A Seguridade Social precisa de recursos financeiros para exercer suas atividades, certo? A
maior parte desses recursos advém das receitas derivadas, das receitas obtidas a partir dos
contribuintes. Para evitar que o contribuinte seja surpreendido com novas contribuições sociais,
criou-se o princípio da anterioridade nonagesimal ou mitigada.
CF Art. 195 § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas
após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou
modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
O Estado, então, é livre para instituir ou modificar contribuições sociais. Mas, precisará
esperar o prazo mínimo de 90 dias para começar a exigi-las. Afinal, o contribuinte precisa ter
um prazo para se planejar financeiramente.
A ressalva feita no final no §5º significa que as contribuições sociais não precisam observar
o princípio da anterioridade. Assim, caso uma nova contribuição seja instituída em abril, o Estado
não precisará aguardar até o 1º dia do exercício seguinte (princípio da anterioridade) para
começar a exigi-la. Precisará, apenas, aguardar o prazo de 90 dias (princípio da anterioridade
nonagesimal), a contar da instituição.
43
Não incide sobre as
Anual contribuições sociais
da Seguridade Social
Anterioridade
Nonagesimal ou Incide sobre as
Mitigada ou contribuições sociais
Noventena da Seguridade Social
44
sem ter vertido ainda nenhuma contribuição ao sistema, desde que após a filiação seja
acometido de infortúnio que o torne inválido de maneira definitiva para o trabalho em geral 24.
Solidariedade
Repartição Socialização
dos custos dos riscos
Em 2016, surgiu uma discussão bem acirrada no STF sobre o suposto direito à
desaposentação. Ao analisar o tema, a Corte decidiu, em sede de repercussão geral, com base
no princípio da solidariedade e na ausência de previsão legal sobre o direito em tela, que não
24
AMADO, Frederico. Direito Previdenciário. Coleção Sinopses para Concursos. Vol.27. Salvador: Juspodivm,
2018. P.37.
45
No âmbito do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, somente lei pode criar
benefícios e vantagens previdenciárias, não havendo, por ora, previsão legal do direito à
“desaposentação”, sendo constitucional a regra do art. 18, § 2º, da Lei 8.213/1991.
STF. Plenário. RE 381367/RS, RE 661256/SC e RE 827833/SC, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli,
julgados em 26 e 27/10/2016 (repercussão geral) (Info 845).
Mais tarde, em 2020, a questão chegou de outra forma para o STF. Questionava-se, na
No âmbito do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, somente lei pode criar
benefícios e vantagens previdenciárias, não havendo, por ora, previsão legal do direito
à desaposentação, sendo constitucional a regra do art. 18, § 2º, da Lei nº 8.213/91.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.334.488-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 27/03/2019
(recurso repetitivo) (Info 649).
Trouxemos esse assunto, para que você, aluno, faca de cara um link com o princípio da
solidariedade. Todavia, a temática será melhor detalhada nos próximos capítulos de nosso curso.
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades
da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público;
46
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela
vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações
instituídos e mantidos pelo Poder Público.
Assim, o assunto aqui abordado importa em um link com o Direito Constitucional e com
o Direito Financeiro. Portanto, a Lei Orçamentária Anual (LOA) vai compreender três espécies de
orçamento, dos quais um será especialmente destinado à seguridade social. Ademais, ao estudar
Direito Financeiro, fique bem atento, porque existem várias normas relativas ao tema da
seguridade social nas leis desta disciplina25.
25
AMADO, Frederico. Direito Previdenciário. Coleção Sinopses para Concursos. Vol.27. Salvador: Juspodivm, 2018.
P. 40.
47
Orçamento Fiscal
LOA Orçamento de
Investimento
Orçamento da
Seguridade Social
48
QUADRO SINÓPTICO
DA SEGURIDADE SOCIAL
3) Expansão;
4) Redefinição.
de ferro existentes;
49
● Constituição de 1937 – Usado, pela primeira vez, a
50
Com a CF/88, a assistência social passou a trazer a noção
eles:
benefícios e serviços;
51
5) Equidade na forma de participação no custeio;
9) Solidariedade;
52
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
D) princípio da solidariedade
Comentário:
A alternativa correta é letra ``d``. Já vimos ao longo de nosso estudo que o princípio da
solidariedade significa a repartição dos custos e dos riscos sociais entre toda a sociedade.
Inclusive, na explicação deste princípio, abordamos a possibilidade de ser concedido benefício
previdenciário a pessoa que se acidentou no primeiro dia de trabalho, sem nunca antes ter
contribuído para o sistema, com base no princípio da solidariedade. De igual modo, também
com base no princípio em tela, é que se concede benefício assistencial aos indigentes, por
exemplo.
53
B) O princípio da equidade na forma de participação no custeio envolve a
contribuição na medida das possibilidades de cada um, não se enquadrando ao
comando do enunciado.
E) ALTERNATIVA CORRETA.
Questão 2
B) a gestão administrativa deve ser tripartite, com participação dos trabalhadores, dos
empregadores e do Governo nos órgãos colegiados.
C) a seguridade social está assentada no binômio que engloba o conjunto de ações de iniciativa
do poder público e da sociedade, destinado a assegurar direitos restritos à previdência e à
assistência social.
E) a uniformidade dos benefícios significa que o valor da renda mensal dos benefícios deve ser
igual, e não equivalente, entre populações urbanas e rurais.
54
Comentário:
A alternativa correta é letra ``a``, porque corresponde aos incisos IV e VI do parágrafo único
do art.194 da CF/88.
A) Alternativa correta.
B) A gestão vai ser quadripartite, de acordo com o art. 194, parágrafo único, inciso VII, da CF/88.
C) De acordo com o caput do art.194, a seguridade social engloba ações relacionadas aos
setores da previdência social, assistência social e saúde. Ademais, ela não compreende um
binômio, mas um conjunto de ações integradas.
Questão 3
C) solidariedade.
55
E) diversidade da base de financiamento.
Comentário:
A assertiva correta é a letra ``c``. Observe que, mais uma vez, exploramos o princípio da
solidariedade. Ele é um queridinho das bancas, especialmente da CEBRASPE. Portanto, guarde
bem o conceito do princípio em tela, pois ele certamente será explorado em provas futuras.
C) Alternativa correta.
E) Este princípio consagra o esforço para que a seguridade social possua distintas
fontes, assegurando, assim, a viabilidade do sistema.
Questão 4
56
I A assistência social integra o conjunto de direitos sociais assegurados aos necessitados e as
ações atinentes à seguridade social.
IV A seguridade social é financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, mediante
recursos provenientes das contribuições sociais e dos orçamentos da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios.
A) I e III.
B) I e IV.
C) II e III.
D) II e IV.
E) III e IV.
Comentário:
I. O item encontra-se correto, pois corresponde ao art. 203 da CF, que dispõe o
seguinte: `` A assistência social será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por
objetivos: (...)``.
57
III. Errado! O princípio da universalidade significa a maior cobertura ao maior
número de segurados, dentro das possibilidades do sistema.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
§ 9º. As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas
ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva
de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
Questão 5
Comentário:
58
A assertiva correta é a letra ``d``. Afinal, a seletividade e distributividade na prestação dos
benefícios e serviços significa justamente a escolha das contingências a serem protegidas,
juntamente com os indivíduos alvo de proteção. As demais alternativas encontram-se erradas,
porque tratam de princípios distintos e já abordados ao longo deste capítulo, bem como nas
explicações das questões anteriores. Observe a recorrência de questões explorando os princípios
da seguridade social e estude bem o tema, pra não perder pontos importantes em prova!
Questão 6
I - Saúde, previdência social e assistência social são os pilares do sistema de seguridade social.
III - O acesso aos programas de saúde pública deve seguir os princípios da universalidade e da
gratuidade do atendimento.
IV- A concessão dos benefícios de previdência e de assistência social estão sujeitos a carência
e são devidos na medida da contribuição do beneficiário.
E) Não respondida.
59
Comentário:
Questão 7
Comentário:
60
1)Experimental 2)Consolidação 3) Expansão 4) Redefinição
Neste sentido, a fase experimental surgiu na Alemanha, com Otto Von Bismarck, em 1883. A
fase de consolidação corresponde justamente ao momento das Constituições Mexicana de 1917
e de Weimar, de 1919. Após a Segunda Guerra Mundial, veio a fase de expansão e a doutrina
aponta que hoje vivenciamos a fase de redefinição. Portanto, a assertiva está certa!
Questão 8
(CEBRASPE – Defensor Público Federal – 2017) Acerca da seguridade social no Brasil, de sua
evolução histórica e de seus princípios, julgue o item a seguir.
A Lei Eloy Chaves, de 1923, foi um marco na legislação previdenciária no Brasil, pois unificou os
diversos institutos de aposentadoria e criou o INPS.
Comentário:
A assertiva é equivocada! Já estudamos no início deste capítulo que a Lei Eloy Chaves apenas
tratava sobre caixa de aposentadoria e pensão dos empregados das empresas de estradas de
ferro. A criação do INPS ocorreu bem depois, apenas em 1967.
Questão 9
61
(FCC – Defensor Público do Estado do Espírito Santo – 2016) No Brasil, após a Constituição
de 1988, houve uma profunda mudança na forma de disciplinar a seguridade social, um
A) previdência que contará apenas com a contribuição dos a ela vinculados, a saúde que contará
com o esforço da sociedade e a assistência social que é fruto do esforço do terceiro setor.
C) previdência aos contribuintes, a saúde para todos e a assistência social a quem dela necessitar.
Comentário:
A assertiva correta é a letra “c”, pois corresponde aos artigos 196, 201 e 203 da CF/88.
A) A assistência social não será financiada pelo terceiro setor, mas por recursos de toda a
sociedade e será prestada a quem dela necessitar.
B) Tudo nessa assertiva está errado! Primeiramente, veremos ao longo do nosso estudo que
a aposentadoria não vai ser concedida apenas com base na idade no regime geral de
previdência social, mas, em regra, vai levar em conta a idade e o tempo de contribuição.
A saúde será prestada a todos, consoante o art. 196 da CF.
C) Assertiva correta.
62
D) Em primeiro plano, a saúde não abarca apenas o atendimento básico. A previdência social
não se restringe a quem tem emprego e os benefícios de assistência social podem
implicar em pagamento de valores, a exemplo do que ocorre com o Benefício de
Prestação Continuada – BPC.
Questão 10
C) preexistência do custeio em relação ao benefício ou serviço para que haja previsão anterior
da fonte de recursos que financiará a criação ou ampliação de qualquer benefício ou serviço da
previdência pública.
Comentário:
63
Antes de mais nada, precisamos ressaltar que esta foi uma questão muito problemática, em
virtude de sua redação. No entanto, vocês precisam estar preparados para o enfrentamento
deste tipo de pergunta em prova.
D) A gestão conjunta aqui descrita será quadripartite, contando, também, com a participação
dos aposentados nos órgãos colegiados, conforme estabelece o art.194 da CF/88, no
inciso VII de seu parágrafo único.
E) O princípio da solidariedade (veja mais uma vez aqui o queridinho das bancas) implica
na repartição dos custos e dos riscos sociais. Ele não se confunde com o princípio da
universalidade, segundo o qual a abrangência da seguridade deve ser a maior possível.
Por fim, a escolha dos benefícios a serem concedidos e das pessoas alvo de proteção
corresponde aos princípios da seletividade e da distributividade.
64
GABARITO
Questão 1 - D
Questão 2 - A
Questão 3 - C
Questão 4 - B
Questão 5 - D
Questão 6 - B
Questão 7 - CERTO
Questão 8 - ERRADO
Questão 9 - C
Questão 10 - C
65
QUESTÃO DESAFIO
66
GABARITO QUESTÃO DESAFIO
o máximo de pessoas; na objetiva compele o legislador adotar medidas para cobrir o maior
número de riscos sociais. A seletividade lastreia a escolha do legislador nos benefícios
assistência social e da saúde pública, que são gratuitas, pois independente do pagamento de
contribuição direta dos usuários. Já a Previdência, terá a sua universalidade limitada em
decorrência de sua necessária contributividade.
A vertente subjetiva deste princípio determina que a Seguridade Social alcance o maior
número possível de pessoas que necessitem de cobertura, ao passo que a objetiva compele o
26)
67
extensivas em favor do recolhimento e mitigam a referibilidade das exações que mantêm
a seguridade social. 3. Agravo regimental não provido. (STF: AI 764794 AgR)
A seletividade deverá lastrear a escolha feita pelo legislador dos benefícios e serviços
integrantes da Seguridade Social, bem como os requisitos para sua concessão, conforme as
Por seu turno, a distributividade coloca a Seguridade Social com sistema realizador da
justiça social, consectário do princípio da isonomia, sendo instrumento de desconcentração de
riquezas, pois devem ser agraciados com as prestações da Seguridade Social especialmente os
mais necessitados. (AMADO, Frederico; Direito Previdenciário; 6 ed.; Salvador: Ed. Juspodivm;
2015; p. 28)
consta do art. 201, § 11, da Constituição Federal, não restou desatendida, já que deve ser
examinada de forma harmônica com o contido no art. 194, parágrafo único, inciso III, da Carta,
195, § 4º, e 154, inciso I, ambos da Constituição Federal, tendo em conta que a contribuição de
que ora se trata encontra acolhida no enunciado do art. 195, inciso II, da CF/88, deixando de
68
LEGISLAÇÃO COMPILADA
HISTÓRICO E PRINCÍPIOS
⮚ Súmula Vinculante n. 04
“Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de
cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial”.
69
JURISPRUDÊNCIA
HISTÓRICO E PRINCÍPIOS
⮚ RE 636.941/RS
A seguridade social prevista no art. 194 da CF/1988 compreende a previdência, a saúde e a assistência
social, destacando-se que as duas últimas não estão vinculadas a qualquer tipo de contraprestação
por parte dos seus usuários, a teor dos arts. 196 e 203, ambos da CF/1988. [RE 636.941, rel. min. Luiz
Fux, j. 13-2-2014, P, DJE de 4-4-2014, Tema 432.]
Comentários:
Em suma, a Suprema Corte iniciou seu julgamento, fixando que o art.195, parágrafo 7º da
CF/88, embora não inserido na parte da Constituição que versa sobre normas tributárias,
caracteriza-se como verdadeira imunidade constitucional, ao isentar de contribuição para a
seguridade social as entidades beneficentes de assistência social desprovidas de fins lucrativos.
Sendo assim, para que a entidade faça jus ao gozo da imunidade, ela deve atender aos requisitos
do art.14 do CTN.
A Corte estabeleceu que as normas do CTN, recebido pela ordem constitucional vigente
como lei complementar, fixam, neste caso, apenas as diretrizes gerais, ou os aspectos objetivos,
para o gozo da imunidade, em atenção ao art.146 da CF/88. Contudo, nada impede que outros
requisitos para o gozo da imunidade sejam fixados por lei ordinária, no caso, o art.55 da Lei
8.212/91, sendo constitucional o estabelecimento de limites formais ou subjetivos pelo referido
diploma, não havendo, no caso, restrição desproporcional ao gozo da imunidade em estudo.
Para chegar à conclusão ora delineada, a Suprema Corte analisou a razão de ser da
imunidade em discussão.
70
Segundo o STF, a Seguridade Social, nos termos hoje conhecidos, foi novidade trazida pela
Constituição de 1988, a qual trouxe três subsistemas, a saúde, a previdência e a assistência
social, marcados pelo princípio da solidariedade. Contudo, de acordo com o Supremo, a
assistência social seria o subsistema em que o princípio da solidariedade incidiria mais
enfaticamente, porque ausente, neste caso, qualquer espécie de contraprestação pelo segurado.
Eis a razão pela qual, neste caso, a imunidade do art.195, parágrafo 7º da CF/88 estaria
restrita a este subsistema, aplicando-se ao dispositivo, por analogia, o art.150, VI, da CF/88.
Neste ponto do julgado, o Tribunal ressaltou que o CTN fala de assistência social, sem a precisão
de entendê-la como subsistema da Seguridade Social, divisão realizada apenas em 1988, mas
ausente nas ordens constitucionais anteriores. Assim, a Corte ressalta que a imunidade deve ser
interpretada, na CF/88 e no CTN, como extensiva apenas às entidades de assistência social.
Ademais, o uso, pelo constituinte de 1988, da palavra isenção representou mera imprecisão
incapaz de retirar o caráter de imunidade da norma aqui analisada.
⮚ RE 587.970/SP
Os estrangeiros residentes no País são beneficiários da assistência social prevista no art. 203, V, da
Constituição Federal, uma vez atendidos os requisitos constitucionais e legais. STF. Plenário. RE
587970/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 19 e 20/4/2017 (repercussão geral) (Info 861).
Comentários:
Ainda no mesmo julgado, o STF entendeu pela divisão do princípio da dignidade da pessoa
humana em três aspectos: valor intrínseco, autonomia e valor comunitário. No caso, o último
71
aspecto – o de valor comunitário – seria o principal alicerce da extensão do BPC aos estrangeiros
residentes no Brasil. Somado a isso, haveria ainda o silêncio supostamente eloquente da CF/88,
a qual apenas assegura que a assistência social será prestada a quem dela necessitar, e da
legislação infraconstitucional que regula o tema.
Atenção aqui, pois este julgado foi cobrado na prova da DPU, realizada em 2015 pelo
CEBRASPE.
⮚ REsp 1.404.019/SP
A Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) não exige incapacidade absoluta de pessoa com deficiência
para concessão do Benefício de Prestação Continuada. STJ. 1ª Turma. REsp 1.404.019-SP, Rel. Min.
Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 27/6/2017 (Info 608).
Comentários:
Art. 20 (...)
com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir
Portanto, aplicando regras básicas de hermenêutica jurídica, o STJ decidiu ser impossível
ao intérprete restringir o que o legislador não delimitou. Assim, dispensou a incapacidade
absoluta para fins de obtenção do benefício.
72
MAPA MENTAL
73
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AFONSO, Luís Eduardo. Uma estimativa dos aspectos distributivos da Previdência Social no
Brasil. São Paulo: Tese de Doutorado em Economia da USP, 2003.
AMADO, Frederico. Direito Previdenciário. Coleção Sinopses para Concursos. Vol.27. Salvador:
Juspodivm, 2018.
CAMPOS, Marcelo Barroso Lima Brito de. Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores
Públicos. Curitiba: Juruá, 2012.
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário.
São Paulo: Conceito Editorial, 2011.
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de. LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário.
Rio de Janeiro: Forense, 2020.
IBRAHIM, Fábio Zambitte. A previdência social como direito fundamental. Disponível em: <
http://www.impetus.com.br/noticia/download/21/a-previdencia-social-como-direito-
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da Seguridade Social. São Paulo: Atlas, 2013.
74