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MUNYRA CAROLINA DUARTE

Apostila
Seguridadade Social
para o concurso do
INSS”

INSS EXPLICADO
2022

Munyra Carolina S. Duarte. Todos os Direitos Reservados.


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INTRODUÇÃO

A Previdência Social é tão grande que engloba diversos pontos


da vida das pessoas, mesmo aquelas que não querem prestar concurso
para o INSS.
Todo mundo está sujeito a ficar doente, a se acidentar, a ter
filhos, a ficar velho, a ser preso ou a ao falecimento de um ente
próximo.
Então, tudo que está escrito aqui nesta apostila pode ajudar
VOCÊ tanto a ser aprovado no concurso do INSS como também na
sua vida.
Isso significa que o conhecimento adquirido aqui vai auxiliar
você e sua família a descobrir como agir em horas difíceis (infortúnios
sociais) e também vai lhe ajudar a acertar questões na hora da pro va
do concurso.
Diariamente, quantas histórias eu fico sabendo de pessoas que
PERDERAM DIREITO de benefícios por falta de conhecimento... O
que é bem triste.
Às vezes você mesmo está prestes a perder um DIREITO SEU e
não sabe!
Um exemplo clássico é o das mulheres que têm direito de
receber salário-maternidade, mas precisam dar entrada no pedido até
no máximo 5 anos após o nascimento da criança, senão decai o direito
.
Isso representa hoje, uma perda de pelo cerca de 5 mil reais!
E por quê? Por falta de informação, de conhecimento.

Munyra Carolina S. Duarte. Todos os Direitos Reservados.


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Então, é muito VERDADE quando dizem que conhecimento é


PODER.
Ainda mais levando em consideração que tudo aquilo que você
realmente aprende/absorve/assimila, não pode mais ser tirado de
você!
Assim, tudo aquilo que você vai aprender aqui representa um
conhecimento valiosíssimo que pode ser usado a seu favor, de seus
familiares e todas as pessoas que o rodeiam e principalmente para ser
aprovado nesse concurso do INSS.
Depois de disponibilizar um e-book gratuitos sobre como
começar a estudar para o concurso do INSS do ZERO eu recebi uma
demanda muito grande de pedidos para ensinar também a
matéria de seguridade social, ou seja, para entrar no " olho do
furacão " exigido pelo concurso.
Não foi uma missão fácil.
Revisei cada mínimo detalhe, buscando as informações mais
atualizadas e trazendo metodologias mais avançadas de
aprendizagem eficaz.
Fiz mapas mentais, associação dos conteúdos com cores,
ilustrações, paródias, mnemônicos, tudo em uma linguagem super
simples... Enfim, dei o meu melhor para que essa apostila se
transformasse em uma verdadeira obra prima para você!
É claro que o preço cobrado é muito menor do que o valor
entregue a você, então, mesmo sabendo de sua integridade e que
nunca você ia querer prejudicar o trabalho de alguém, não custa nada
REFORÇAR que é terminantemente proibido distribuir, revender,
publicar, copiar ou manipular esse livro. É aquela velha questão de
direitos autorais que a gente já sabe.
Munyra Carolina S. Duarte. Todos os Direitos Reservados.
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Agora, você sabe de onde as bancas de concurso retiram 71% das


questões das provas? Diretamente da letra da LEI!
Muitas e muitas questões se referem à literalidade da LEI!
Só que estudar a letra fria da lei pode ser maçante, complexo,
difícil… então pensando nisso, resolvi criar um material diferente de
estudos.
O que eu mais sentia falta quando estudei para este concurso
era um material, digamos, mais acolhedor… algo que me desse prazer
e emoção na hora de aprender.
Como não encontrei nada assim na internet, eu mesma criava
meu material, com base, é claro, na fundamentação legal exigida.
Pensando nisso, a metodologia que utilizei para garantir de
maneira mais eficaz a sua aprovação é praticamente a mesma
metodologia que eu utilizei quando estudei e fui aprovada no concurso
do INSS.
Assim, enchi esta apostila de cor, de amor, de reforços positivos,
no intuito de encantar ao ensinar, assim, tenho certeza que o estudo
fluirá bem melhor.
Você vai reparar que o sumário dessa apostila segue
basicamente o último edital do concurso do INSS.
Então, isso significa que após ler todo esse material, você terá
esgotado o edital, na parte de Conhecimentos Específicos (e ainda vai
faltar a parte de Conhecimentos Básicos, ok?).
Isso será maravilhoso, mas não significa que o trabalho estará
terminado. Significa que você viu toda a matéria previdenciária em
linhas gerais e que a partir de então DEVERÁ começar a se
aprofundar, assimilar os conceitos mais complexos, revisar tudo com
afinco, para ir à prova sabendo que deu o seu melhor!
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Portanto, não tenho a intenção de esgotar os seus estudos


APENAS com essa apostila, mas sim, lhe dar um direcionamento,
uma base, um norte.
Faça um bom proveito, tenha disciplina, fé, perseverança que a
sua aprovação chegará!

Munyra Carolina S. Duarte. Todos os Direitos Reservados.


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Lista de siglas e abreviaturas

BPC - Benefício de Prestação Continuada


CEI - Cadastro Específico do INSS
CF - Constituição Federal
CLT - Consolidação das Leis do Trabalho
CNIS - Cadastro Nacional de Informações Sociais
DCTFWeb - Declaração de Débitos e Créditos Tributários
Federais Web
EC - Emenda Constitucional
EFD-Reinf - Escrituração Fiscal Digital de Retenções e
Outras Informações Fiscais
eSocial - Sistema de Escrituração Fiscal Digital das
Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas
FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
GFIP - Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço e Informações à Previdência Social
GPS - Guia da Previdência Social
IN - Instrução Normativa
INSS - Instituto Nacional do Seguro Social
LC - Lei Complementar
LOAS - Lei Orgânica de Assistência Social
ME - Ministério da Economia
MEI - Microempreendedor Individual
MP - Medida Provisória
NIT - Número de Identificação do Trabalhador
OGMO - Órgão Gestor de Mão de Obra
RFB - Secretaria da Receita Federal do Brasil
RGPS - Regime Geral de Previdência Social
RMB - Renda Mensal de Benefício
RPPS - Regime Próprio de Previdência Social
RPS - Regulamento da Previdência Social - Decreto
3.048/99.
SB - Salário de Benefício
SC - Salário de Contribuição
TNU- Turma Nacional de Uniformização

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SUMÁRIO
Capítulo 1 - SEGURIDADE SOCIAL

a) Seguridade Social – Origem

b) Seguridade Social - Evolução Legislativa no Brasil

c) Seguridade Social - Conceituação e Organização

d) Seguridade Social: Princípios Constitucionais

d.1) Universalidade da Cobertura e do Atendimento

d.2) Seletividade e distributividade dos serviços e


benefícios

d.3) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços


às populações urbanas e rurais

d.4) Irredutibilidade do valor dos benefícios

d.5) Equidade na forma de participação no custeio

d.6) Diversidade da base de financiamento

d.7) Caráter democrático e descentralizado da


administração, mediante gestão quadripartite, com
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados

e) Previdência Social: Princípios Constitucionais

e.1) Princípios Constitucionais da Previdência Social:


Caráter contributivo e filiação obrigatória

e.2) Princípios Constitucionais da Previdência Social:


Equilíbrio Financeiro e atuarial

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e.3) Princípios Constitucionais da Previdência Social:


Cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-
contribuição corrigidos monetariamente

e.4) Princípios Constitucionais da Previdência Social:


Valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário-de-
contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado não
inferior ao do salário mínimo.

e.5) Princípios Constitucionais da Previdência Social:


Previdência complementar facultativa, custeada por
contribuição adicional (art. 202, CF/1988).

f) Princípios Constitucionais Implícitos da Seguridade


Social

f.1) Preexistência de Custeio – Princípio da


Contrapartida

f.2) Princípio da Progressividade das Contribuições


Sociais

f.3) Princípio da Anterioridade Nonagesimal

f.4) Princípio da Solidariedade

f.5) Princípio da Vinculação da Receita ao Orçamento

f.6) Princípio da vedação para contratar ou receber


benefícios fiscais ou creditícios

CAPÍTULO 2 - LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

a) Características: Conteúdo e Fontes

b) Competência Legislativa da Seguridade Social e da


Previdência Social (CF/1988)

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c) Autonomia da legislação previdenciária

d) Aplicação das normas previdenciárias

d.1) Hierarquia

d.2) Interpretação

d.3) Integração

d.4) Eficácia

d.5) Eficácia no tempo: Anterioridade Nonagesimal (art.


195, §6º CF)

d.6) Eficácia no tempo: Anterioridade do Exercício


Financeiro Seguinte (art. 150, III, CF/1988)

d.7) Eficácia da lei: benefícios previdenciários

d.8) Eficácia no Espaço

CAPÍTULO 3 - ESTRUTURA DO SISTEMA


PREVIDENCIÁRIO NO BRASIL

a) Sistema Previdenciário Brasileiro

b) Regimes Próprios de Previdência Social

c) Regimes de Previdência Complementar

d) Regime Geral de Previdência Social

e) Filiação e inscrição

f) Segurados Obrigatórios

f.1) Empregados

f.2) Empregados domésticos

f.3) Trabalhadores avulsos

f.4) Segurados especiais


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f.5) Contribuintes Individuais

g) Segurados Facultativos

h) Dependentes

e.1) Classes de dependentes

e.2) Relação entre as classes de dependentes

e.3) Primeira classe de dependentes

e.4) Dependente cônjuge

e.5) Cônjuge dependente AUSENTE

e.6) Companheiro (a)

e.6.1) Comprovação do vínculo de união estável

e.6.2) Relação homoafetiva

e.6.3) Impedimentos ao casamento ou a união estável

e.7) Filho não emancipado MENOR de 21 anos

e.8) Filho INVÁLIDO de qualquer idade

e.9) Filho que tenha deficiência intelectual ou mental

e.10) Filho que tenha deficiência grave

e.11) Equiparados a filho: enteado e tutelado

e.12) Menor sob guarda

e.13) Ressalva sobre a emancipação

e.14) Dependentes de SEGUNDA CLASSE

e.15) Dependentes de TERCEIRA CLASSE

i) Trabalhadores excluídos do RGPS

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CAPÍTULO 4 - EMPRESA E EMPREGADOR DOMÉSTICO:


CONCEITO PREVIDENCIÁRIO

a) Empresa: conceito previdenciário

b) Empregador doméstico: conceito previdenciário

CAPÍTULO 5 - FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE


SOCIAL

a.1) Formas de financiamento da seguridade social

a.2) A Contribuição da União

a.3) Da contribuição do segurado

a.3.1) Da Contribuição dos Segurados Contribuinte


Individual e Facultativo

a.3.2) Segurados facultativos de Baixa Renda

a.4) Da contribuição da Empresa

a.4.1) Da contribuição do clube de futebol

a.4.2) Do transporte rodoviário de carga ou de passageiro


e assemelhados

a.4.4) Sobre o faturamento e o lucro

a.6) Da Contribuição do Produtor Rural e do Pescador

a.7) Da Contribuição sobre a Receita de Concursos de


Prognósticos

a.8) Das outras receitas

b) Salário-de-Contribuição: conceito

b.1) Parcelas não integrantes

b.2) Limites mínimo e máximo


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b.3) Proporcionalidade e reajustamento

c) Arrecadação e recolhimento das contribuições destinadas


à Seguridade Social

c.1) Prazo de recolhimento das contribuições destinadas à


Seguridade Social

c.2) Recolhimento fora do prazo: incide juros e multa

d) Obrigações Acessórias

CAPÍTULO 6 - DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO

a) Conceituação de Decadência

b) Prazo de contagem

c) Conceituação de prescrição

c.1) Interrupção do prazo prescricional

Capítulo 7 - CRIMES CONTRA A SEGURIDADE SOCIAL

a) Apropriação indébita previdenciária (Art. 168 -A, Código


Penal)

b) Sonegação Fiscal Previdenciária

c) Falsificação de documento público

d) Inserção de dados falsos em sistemas de informações

e) Modificação ou alteração não autorizada de sistema de


informações

f) Divulgação de informações sigilosas ou reservadas


(divulgação de segredo)

g) Estelionato

h) Violação de sigilo funcional


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i) Falsificação de selo ou sinal público

CAPÍTULO 8 - RECURSO DAS DECISÕES


ADMINISTRATIVAS

a) O processo administrativo previdenciário

b) Da fase recursal

c) Conselho de Recursos da Previdência Social - CRPS

d) Da composição e competências do Conselho de Recursos da


Previdência Social - CRPS

e) Da tramitação dos recursos

f) Quanto aos prazos e o início da contagem

g) Do conhecimento da Decisão Recursal

CAPÍTULO 9 – PLANO DE BENEFÍCIOS DO RGPS

a) Beneficiários do RGPS

b) Espécies de prestações

c) Aposentadoria Programada

a.1) Regras Básicas da Aposentadoria Programada

a.2) Aposentadoria dos Professores

a.3) Aposentadoria dos Trabalhadores Rurais

d) Aposentadoria compulsória

d.1) Para empregados de empresas estatais (empresas


públicas, sociedades de economia mista e consórcios públicos)

d.2) Aposentadoria por idade compulsória (obrigatória) para


empregados de empresas não estatais

e) O aposentado em atividade remunerada


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f) Regras sobre o tempo de contribuição

g) Regras de Transição – Aposentadoria

g.1) Segurado com direito adquirido

g.2) Segurado em cumprimento dos requisitos

g.2.1) Aposentadoria por Idade

g.2.2) Aposentadoria por tempo de contribuição e idade


mínima

g.2.3) Aposentadoria por Tempo de Contribuição - Sistema


de Pontos

g.2.4) Aposentadoria por Tempo de Contribuição e Período


adicional de 50%

g.2.5) Aposentadoria por Tempo de Contribuição +


Pedágio

h) Aposentadoria especial

i) Aposentadoria do segurado com deficiência

i.1) Aposentadoria por idade do segurado com deficiência

i.2) Aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com


deficiência

i.3) Aposentadoria especial e o segurado com deficiência:

j) Aposentadoria por Incapacidade Permanente

k) Auxílio por Incapacidade Temporária (antigo auxílio -


doença)

l) Salário-Família (Art. 81 e seguintes do RPS)

m) Salário Maternidade

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n) Auxílio-Acidente

o) Pensão por morte

p) Auxílio-reclusão

q) Quadro-resumo das rendas mensais dos benefícios vistos


nesse capítulo

r) Salários de benefícios

R.1) Etapas do cálculo dos benefícios previdenciários com


base no salário de benefício

R.2) Definição do período básico de cálculo (PBC)

R.3) Identificação e atualização monetária dos salários de


contribuição integrantes do PBC

R.4) Soma de 100% dos salários de contribuição que compõe


o PBC (para benefícios com direito adquirido a partir de
13/11/2019)

s) Regras complementares no cálculo do salário de benefício

s.1) Regras sobre o pagamento dos benefícios após a


concessão

s.2) Aposentadoria precedida de auxílio-acidente

s.3) Pensão por morte precedida de aposentadoria e auxílio-


acidente

s.4) Aposentadoria para aqueles que optarem por


permanecer em atividade

s.5) Contribuinte individual e facultativo optantes pelo


recolhimento trimestral

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s.6) Comprovação de regularidade das deduções do


contribuinte individual

s.7) Segurado oriundo de regime próprio de Previdência


Social

s.7) Atividades concomitantes

t) Reajustamento dos benefícios

u) Abono Anual

v) Acumulação de Benefícios

v.1) Pensão por morte

v.2) Seguro-desemprego

v.3) Síndrome de talidomida

v.4) Auxílio-reclusão

v.5) BPC

x) Acidente do Trabalho

x.1) Doenças equiparadas a acidente de trabalho

x.2) Eventos equiparados a acidente de trabalho

x.3) Doenças não consideradas do trabalho

x.4) Normas de segurança

x.5) Comunicação do acidente de trabalho

x.6) Nexo Técnico Epidemiológico

CAPÍTULO 10 – MANUTENÇÃO, PERDA E REAQUISIÇÃO


DA QUALIDADE DE SEGURADO

a) Manutenção da qualidade de segurado

b) Período de graça
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b.1) Período básico de graça

b.2) Prorrogação do período de graça pelo pgto de mais de


120 contribuições

b.3) Prorrogação do período de graça pela situação de


desemprego

b.4) Reestabelecimento de atividade remunerada ou de


contribuições durante o período de graça

c) Perda da qualidade de segurado

d) Manutenção da qualidade de segurado no caso de salário


maternidade

e) Reaquisição da qualidade de segurado

g) Carência

g.1) Carência e tempo de contribuição

g.2) Contagem do período de carência

g.3) Prazos de carência

g.4) Situações especiais

g.5) Possibilidade de cômputo do período de gozo de auxílio


por incapacidade temporária ou aposentadoria por incapacidade
permanente para fins de carência

g.6) Períodos NÃO contabilizados como carência

h) Reaproveitamento das contribuições vertidas


anteriormente a perda da qualidade de segurado

i) Alterações legislativas sobre o reaproveitamento das


contribuições anteriores a perda da qualid ade de segurado

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j) Isenções de carência

k) Isenções de carência para o segurado especial

l) Quadro resumo dos períodos de carência:

Capítulo 11 – SERVIÇOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

a) Serviço Social

B) Habilitação e Reabilitação Profissional

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Capítulo 1 - SEGURIDADE SOCIAL


a) Seguridade Social – Origem

A seguridade social surgiu devido à necessidade de se garantir


PROTEÇÃO social às pessoas.
Trata-se de uma necessidade de se estabelecer formas de
PROTEÇÃO aos RISCOS a que estão expostos os seres humanos.
Estes RISCOS se referem às adversidades da vida também
conhecidos como infortúnios sociais, como fome, velhice, doença,
morte, desemprego, acidentes, velhice etc.

Podemos associar a seguridade social com teoria evolutiva de


Darwin, na parte em que refere à capacidade de adaptação da raça
humana para sobreviver.
Conforme bem expressa Fábio Zambitte Ibrahim, em seu livro
de Direito Previdenciário (Editora Impetus, 2010) 1:

Não seria exagero rotular esse comportamento [instituição de uma


seguridade social] de algo instintivo, já que até os animais têm hábito de
guardar alimentos para dias mais difíceis. O que talvez nos separe das
demais espécies é o grau de complexidade de nosso sistema protetivo.

O surgimento da seguridade social, nos moldes como temos


hoje, é proveniente de todo um processo, de toda uma evolução.

1IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de direito previdenciário. 15ª ed. Rio de Janeiro:
Impetus, 2010.
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Antes de o Estado (governo público) cuidar da Seguridade


Social, o único responsável por proteger socialmente a si e sua
família, era o próprio cidadão. Ele que se virasse!
Quanto aos pobres e necessitados, doentes, idosos e viúvas, por
exemplo, que não tinham ninguém por eles, dependiam da caridade
dos mais abastados.

Um marco mundial importante para a seguridade social,


ocorrido na Inglaterra, foi a criação do Poor Relief Act (Lei de Amparo
aos Pobres), no ano de 1601.
Essa lei criava a contribuição obrigatória para fins sociais e
consolidou outras leis sobre a assistência pública. Por meio dela, os
juízes das Comarcas podiam lançar imposto de caridade a ser pago
por todos os ocupantes e usuários de terras.
O valor arrecadado era centralizado nas paróquias e
administrados pelos inspetores nomeados pelos juízes, cabendo às
paróquias o auxílio aos indigentes, conforme bem explica Sérgio Pinto
Martins, em seu livro Direito da Seguridade Social (Editora Atlas,
2010)2.
Outro marco histórico da seguridade social foi o art. 21, da
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão , na Convenção
Nacional Francesa de 1793:
Art. 21. Os auxílios públicos são uma dívida sagrada. A sociedade deve
a subsistência aos cidadãos infelizes, quer seja procurando-lhes
trabalho, quer seja assegurando os meios de existência àqueles que são
impossibilitados de trabalhar.

2 MARTINS, Sergio Pinto.Direito da Seguridade Social Rio de Janeiro: Atlas São Paulo, 2010. .

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Podemos ver que a proteção social era tratada inicialmente


como caridade ou dívida sagrada, mas progressivamente passou a ser
institucionalizada, organizada e garantida em leis.
Lá pelo final do século XIX (século dezenove), ou seja, entre
1800 a 1900, foi que o Estado (governantes, políticos) passou a se
interessar e criar as primeiras regras de proteção específica ao s
trabalhadores.
Podemos citar a Lei do Seguro Social, projetada em 1883 pelo
Chanceler Otto Von Bismarck (com esse nome só podia ser da
Alemanha mesmo).

Otto Von Bismarck - Ex-Chanceler alemão

Guarde bem esse nome (Bismarck), pois foi o modelo


Bismarckiano que inspirou o atual sistema de Previdência Social do
Brasil.
A Lei do Seguro Social de Bismarck garantiu, inicialmente, o
seguro-doença, evoluindo para incluir também o seguro contra
acidentes de trabalho (1884) e o seguro de invalidez e velhice (1889).
O financiamento desses seguros era tripartite, ou seja, dependia
de prestações de três fontes: do empregado, do empregador e do
Estado.
Este sistema bismarckiano, inédito no mundo, trouxe pela
primeira vez a responsabilidade do Estado para organizar e gerir um

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benefício custeado por contribuições recolhidas compulsoriamente das


empresas.
Portanto, apresentava como características marcantes a
compulsoriedade e a contributividade .
Muitíssimo parecido com o nosso modelo de Previdência Social
que oferece basicamente os mesmos benefícios, mediante a
contribuição dos próprios segurados, empresas e do Estado.
Quanto à seguridade social, o ponto chave da evolução a nível
mundial ocorreu no ano de 1942, na Inglaterra, por meio do famoso
Relatório Beveridge , que estabelecia a responsabilidade do Estado
pelo bem-estar social, na área da saúde, assistência e seguro social.
Tanto é que o modelo de Saúde e Assistência Social adotado pelo
Brasil é chamado de Beveridgiano.

Modelo Beveridgiano - inspirou a nossa atual Saúde e Assistência Social


Modelo Bismarckiano - inspirou a nossa atual Previdência Social

O Plano Beveridge foi elaborado por Willian Beverige como uma


tentativa de reconstrução do país (Inglaterra) no pós-guerra.

Willian Beveridge - economista e reformador social britânico

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A intenção era promover uma proteção ampla e duradoura à


população, tanto que Beveridge afirmara que a segurança social
deveria ser prestada do berço ao túmulo (Social security from the
cradle to the grave ).

Tinha por objeto abolir o estado de necessidade. A intenção era


proporcionar garantia de renda às pessoas, atacando a indigência.
O Plano Beveridge tinha cinco pilares:
(a) necessidade;
(b) doença;
(c) ignorância;
(d) carência (desamparo);
(e) desemprego.
O plano previa a aplicação da proteção social a todas as pessoas
e não apenas a quem tivesse contrato de trabalho, pois o sistema de
então não atingia quem trabalhava por conta própria, por exemplo.
Com base nesses Relatórios Beveridge, o governo inglês
apresentou uma proposta de reforma da Previdência Social,
implantando-o no ano de 1946.
Outro marcos que podemos citar em relação à evolução histórica
da seguridade social no mundo são:
1917 – Constituição do México: Foi a primeira constituição do
mundo a adotar a expressão Previdência Social. Isso é um claro
reflexo da evolução do Estado Liberal para o Estado Social (“Welfare
State”).

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Observação: as primeiras leis previdenciárias surgiram na Alemanha, mas a


primeira Constituição a tratar o tema foi a mexicana.

1919 – Constituição de Weimar: Constituição que vigeu na


república de Weimar da Alemanha (1919 – 1933). A Alemanha, como
berço da Previdência Social, seguiu os passos da Constituição do
México e abarcou o tema em seu texto constitucional.
1935 – “Social Security Act”: Institui nos Estados Unidos o
sistema previdenciário nacional, com uma grande margem de atuação
estatal, inspirada pela política do bem estar social. É uma evolução do
sistema elaborado por Bismarck na Alemanha cinco décadas antes.
Segue abaixo um questão sobre o tema:

(Consultor Legislativo/Câmara dos Deputados/CESPE/2014): Entre os


principais marcos legislativos referentes à seguridade social incluem-se a
edição do “Poor Relief Act” (Lei dos Pobres), em 1601, na Inglaterra, e a
criação do seguro-doença, em 1883, na Alemanha.

Gabarito: a assertiva está correta, conforme visto


anteriormente, entre outros, estes dois marcos fazem parte da
evolução histórica da seguridade social em sua origem mundial.

b) Seguridade Social - Evolução Legislativa no Brasil

Inicialmente, o seguro social brasileiro partiu da organização


privada e foi sendo aos poucos institucionalizado pelo Estado,
conforme veremos adiante.

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Observação: antes de começarmos, bom observar que o histórico


da Seguridade Social e o da Previdência Social se entrelaçam, já que o
segundo é um dos campos de atuação do primeiro.
Seguridade Social é gênero do qual previdência social, saúde e
assistência social são espécies.
As primeiras entidades a atuarem pela proteção social no Brasil
foram as Santas Casas de Misericórdia , como a de Santos-SP, que no
ano de 1543, prestava serviços aos necessitados.
O fidalgo português Braz Cubas fundou a Santa Casa de
Misericórdia, cujo objetivo era prestar atendimento médico e
hospitalar aos necessitados.

Fonte: Tela de Benedito Calixto

Já os montepios podem ser considerados as manifestações mais


antigas relacionadas à Previdência Social, pois mediante o pagamento
de cotas (contribuições) os membros adquiriam o direito de deixar
pensão por morte a alguém de sua escolha.

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Neste sentido, podemos citar o Montepio Geral dos Servidores


do Estado - Mongeral de 1835, primeira entidade de previdência
privada no país.
A primeira referência em legislação brasileira relativa
à Seguridade Social foi a garantia das Casas de Socorro Público , na
Constituição Federal de 1824 (Constituição do Império), abaixo
transcrita.
Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Politicos
dos Cidadãos Brazileiros, que tem por base a liberdade, a
segurança individual, e a propriedade, é garantida pela
Constituição do Imperio, pela maneira seguinte.(...)
XXXI. A Constituição tambem garante os soccorros publicos.

Observação: este artigo já foi alvo de questões pela banca CESPE/UNB em


duas oportunidades, portanto, vale a pena reforçá-lo!

Abaixo um panorama da evolução legislativa da seguridade


social no Brasil com base na linha do tempo:
1835 - Criação de Montepios e Caixas de Socorro
O Montepio Geral dos Servidores do Estado (Mongeral) surgido
em 22/06/1835 foi o primeiro no Brasil. Funcionou através de
“mutualismo”, o que significa dizer que um grupo de pessoas se uniu e
contribuiu para que fosse formado um fundo para a cobertura de
determinados infortúnios.
1888 - O Decreto n° 9.912-A, de 26 de março de 1888, regulou o
direito à aposentadoria dos empregados dos Correios. Fixava em 30
anos de efetivo serviço e idade mínima de 60 anos os requisitos para a
aposentadoria.
A Lei n° 3.397, de 24 de novembro de 1888, criou a Caixa de
Socorros em cada uma das Estradas de Ferro do Império.
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1889 - O Decreto n° 10.269, de 20 de julho de 1889, criou o


Fundo de Pensões do Pessoal das Oficinas de Imprensa Nacional.
1890 - O Decreto n° 221, de 26 de fevereiro de 1890, instituiu a
aposentadoria para os empregados da Estrada de Ferro Central do
Brasil, benefício depois ampliado a todos os ferroviários do Estado
(Decreto n° 565, de 12 de julho de 1890).
O Decreto n° 942-A, de 31 de outubro de 1890, criou o Montepio
Obrigatório dos Empregados do Ministério da Fazenda.
1891 - A Constituição Federal de 1891 traz a possibilidade da
aposentadoria por invalidez aos servidores públicos.

Constituição Federal de 1891. Art. 75 - A aposentadoria só


poderá ser dada aos funcionários públicos em caso de
invalidez no serviço da Nação.

Vemos que não era algo que atingia a grande massa da


população, portanto ainda era uma medida bem incipiente.
1892 - A Lei n° 217, de 29 de novembro de 1892, instituiu a
aposentadoria por invalidez e a pensão por morte dos operários do
Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro.
1894 - O projeto de lei apresentado pelo Deputado Medeiros e
Albuquerque, visava instituir um seguro de acidente de trabalho. No
mesmo sentido foram os projetos dos Deputados Gracho Cardoso e
Latino Arantes (1908), Adolfo Gordo (1915) e Prudente de Moraes
Filho.
1911 - O Decreto n° 9.284, de 30 de dezembro de 1911, criou a
Caixa de Pensões dos Operários da Casa da Moeda.
1912 - O Decreto n° 9.517, de 17 de abril de 1912, criou uma
Caixa de Pensões e Empréstimos para o pessoal das Capatazias da
Alfândega do Rio de Janeiro.
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1919 - A Lei n° 3.724, de 15 de janeiro de 1919, tornou


compulsório o seguro contra acidentes do trabalho em certas
atividades. Esta lei foi um marco importante para os trabalhadores,
visto que responsabilizou os empregadores pelas consequências dos
acidentes de trabalho.
1923 - Lei Eloy Chaves
Já a norma jurídica que é considerada o marco inicial da
Previdência Social é a Lei Eloy Chaves, de 1923 (Decreto-lei 4.682 de
24/01/1923).
Tem esse nome devido ao projeto de lei ter sido apresentado pelo
Deputado Federal paulista chamado Eloy Chaves.

Eloy de Miranda Chaves. Fonte: Jundiahy Antiga / Reprodução.

Por favor, lembre-se desse nome!!


O Sistema Previdenciário no Brasil passou a existir depois da lei
Eloy Chaves, que determinou a criação das caixas de aposentadorias e
pensões (sigla CAP'S) para ferroviários a serem mantidas pelas
empresas, sem a administração pelo Estado inicialmente.
A lei Eloy Chaves incluía os benefícios de aposentadoria por
invalidez, aposentadoria ordinária (atualmente chamada de
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aposentadoria por idade), pensão por morte e o benefício de


assistência médica, todos eles custeadas por contribuições dos
empregadores e dos trabalhadores.
Embora não tenha sido a primeira norma jurídica brasileira
sobre matéria previdenciária, o dia 24/01/1923 - data de publicação
da Lei Eloy Chaves - é considerado o marco do início da Previdência
Social Brasileira, nesta data é comemorado o seu aniversário. No ano
de 2022 a previdência social comemorou 99 anos!

Mas como uma lei que não foi a primeira sobre o tema, pode ser considerada o
marco inicial da previdência social no Brasil?
A lei Eloy Chaves é tão importante porque organizou um Sistema
Previdenciário.

Veja como você pode ser cobrado sobre este tema na prova:

(INSS/2016/CESPE) No que se refere à seguridade social no Brasil, julgue o item


seguinte.
A Lei Eloy Chaves, que criou em cada uma das empresas de estradas de ferro existentes
no país uma caixa de aposentadoria e pensões para os respectivos empregados, foi o
primeiro ato normativo a tratar de seguridade social no Brasil.
( ) Certo ou ( ) Errado

Resposta: O erro da questão foi afirmar que a Lei Eloy Chaves


foi o primeiro ato normativo a tratar de Seguridade Social no Brasil.
Isto porque a lei Eloy Chaves NÃO é o primeiro ato normativo a
tratar de seguridade social no Brasil e também NÃO é o primeiro ato
normativo a tratar de previdência social no Brasil.

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Antes dela já existiam leis esparsas que instituíram


aposentadorias para professores, para servidores públicos, ou seguros
contra acidentes de trabalho.
Na verdade, essa lei é o ato normativo que marcou o início do
atual sistema de Previdência Social no Brasil e não de Seguridade
Social como um todo.
Olha que banca examinadora perspicaz! Misturou o marco
inicial do sistema previdenciário brasileiro com o marco inicial da
Seguridade Social e fez essa maior confusão. Por isso, tenha atenção!
Outra questão sobre a Lei Eloy Chaves:

Em relação aos institutos de direito previdenciário, julgue os itens que se seguem.


A Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo n.º 4.682/1923), considerada o marco da
Previdência Social no Brasil, criou as caixas de aposentadoria e pensões das
empresas de estradas de ferro, sendo esse sistema mantido e administrado pelo
Estado.
( ) Certo ou ( ) Errado

A assertiva está errada porque as CAP’S eram inicialmente


administradas e mantidas pelas próprias empresas e não pelo
governo.
Pense nessas caixas de aposentadorias e pensões como se fossem
“poupanças”, ou melhor, ainda, pense como se fosse uma caixa
mesmo, onde todo mês era depositado um valor pela empresa e pelo
empregado, para que se transformasse em pensões e aposentadorias
em prol do trabalhador ferroviário.
Caixa de Aposentadorias e Pensões dos Ferroviários

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O sistema de Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAP) foi


ampliado, na década de vinte, para abranger empresas de outros
ramos de atividades, tais como as empresas dos serviços
telegráficos, dos portuários, de mineração etc.
Nessa sistemática, cada empresa criava e organizava sua
própria Caixa de Aposentadoria e Pensões.
1926 - o Decreto Legislativo nº 5.109/1926, estendeu os
benefícios da Lei Eloy Chaves aos empregados portuários e marítimos
também.
1928 - Por meio do Decreto 5.4855/1928, os benefícios da Lei
Eloy Chaves foram estendidos aos telegráficos e radiotelegráficos.
1930 - O decreto 19.497/30 instituiu as CAP’S (caixas de
aposentadorias e pensões) para os empregados nos serviços de força,
luz e bondes.

Década de 30 - Posteriormente, nos anos de 1930, as cento e


oitenta e três CAP’s existentes à época foram reunidas nos
Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAP), organizados pelo
Estado, como autarquias federais, por categoria profissional,
surgindo, assim, uma previdência social de abrangência nacional,
com ampliação do quantitativo de segurados.
Apenas para ilustrar, pode-se citar o Instituto de
Aposentadoria e Pensão dos Marítimos - IAPM (ano de 1933), o
Instituto de Aposentadoria e Pensão dos comerciários - IAPC (ano
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de 1934), o Instituto de Aposentadoria e Pensão dos bancários -


IAPB (ano de 1934).
Isso significa que as Caixas de Aposentadorias e Pensões
(CAP’S) de várias empresas foram unificadas/fundidas/juntadas
por categorias profissionais para formarem Institutos de
Aposentadorias e Pensões (IAP’s),
Esses IAP’s eram autarquias federais, e cada um possuía sua
própria legislação. Portanto, as CAP’s deixaram de existir para dar
origem aos Institutos de Aposentadorias e Pensões – IAP’s, não mais
administrados pelas empresas, mas agora pelo governo.

1934 - Com o advento da Constituição brasileira de 1934, foi


instituída a tríplice forma de custeio (Governo, empregadores e
empregados) e a noção do “risco social” (doença, invalidez, velhice e
morte).

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Constituição Federal de 1934. Art. 121 - A lei promoverá o amparo


da produção e estabelecerá as condições do trabalho, na cidade e
nos campos, tendo em vista a proteção social do trabalhador e os
interesses econômicos do País.
§ 1º - A legislação do trabalho observará os seguintes p receitos,
além de outros que colimem melhorar as condições do trabalhador:
(...)
h) assistência médica e sanitária ao trabalhador e à gestante,
assegurando a esta descanso antes e depois do parto, sem prejuízo
do salário e do emprego, e instituição de previdência, mediante
contribuição igual da União, do empregador e do empregado, a favor
da velhice, da invalidez, da maternidade e nos casos de acidentes
de trabalho ou de morte;

Percebe-se que ficou estabelecido a partir de então a forma de


custeio da previdência como sendo tríplice (contribuição igual da
União, do empregador e do empregado) assim como o modelo alemão
Bismarckiano.
1937 - A Constituição brasileira de 1937 utilizou-se da
expressão “seguro social” pela primeira vez.
1946 - A Constituição brasileira de 1946 utilizou, de forma
inédita, a expressão “previdência social”, e instituiu o mecanismo de
“contrapartida”, como forma de manter o equilíbrio entre receita e
despesas dentro do Sistema da Seguridade Social, bem como passou
a proteger expressamente os denominados “riscos sociais”.

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Constituição Federal de 1946. Art. 5º. Compete à União:


(...)
XV - legislar sobre:
(...)
b) normas gerais de direito financeiro; de seguro e previdência
social; de defesa e proteção da saúde; e de regime penitenciário;
Art. 157 - A legislação do trabalho e a da previdência social
obedecerão nos seguintes preceitos, além de outros que visem a
melhoria da condição dos trabalhadores:
XVI - previdência, mediante contribuição da União, do empregador e
do empregado, em favor da maternidade e contra as conseqüências da
doença, da velhice, da invalidez e da morte;
(...)
§ 2º Nenhuma prestação de serviço de caráter assistencial ou de
benefício compreendido na previdência social poderá ser criada,
majorada ou estendida sem a correspondente fonte de custeio total.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 11, de 1965).

1960 - Ainda na vigência da Constituição de 1946, surgiu a Lei


Orgânica da Previdência Social – LOPS, de 1960 – que unificou a
legislação dos diversos IAP’s, iniciando o processo de universalização
da Previdência Social no Brasil. É importante registrar que a LOPS
manteve a exclusão dos trabalhadores rurais e dos domésticos do
sistema previdenciário.
Lei
Orgânica da
Previdência
Social.
1963 - Em 1963, a Previdência Social foi estendida para a área
rural por meio do Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador
Rural (FUNRURAL) através da lei nº 4.214/63, quando os
trabalhadores rurais passaram a ter direitos à previdência, contudo,
uma previdência bem defasada em relação aos trabalhadores
urbanos.
Por exemplo, os salários de benefícios dos trabalhadores urbanos
não podiam ser inferiores a um salário mínimo, já os dos

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trabalhadores rurais poderiam ser de meio salário mínimo. Além


disso, por falta de recursos, estes direitos só foram efetivados em
1971, com a edição da Lei Complementar 11/971, que instituiu o
PRORURAL.
1965 - A Constituição Federal de 1965 instituiu o “auxílio-
desemprego”.
1966/1967 - Por intermédio do Decreto-lei 72/66 que vigorou a
partir de 01/01/1967, houve a fusão dos vários IAP’s em um INPS
(Instituto Nacional de Previdência Social). Portanto, os IAP’s
deixaram de existir, pois se fundiram para formar o INPS.
Figura para representar a unificação dos IAP’s em um INPS.

1971 - A previdência social dos trabalhadores rurais somente


foi efetivada em 1971, com a criação do Programa de Assistência
ao Trabalhador Rural (PRORURAL), que utilizava recursos do
FUNRURAL, por meio da Lei Complementar nº 11/1971.
1977 - A Lei 6.349/77 criou o Sistema Nacional de Previdência e
Assistência Social – SINPAS que possibilitou a integração das áreas
de previdência social, assistência social e assistência médica, bem
como a gestão das entidades ligadas ao Ministério da Previdência e
Assistência Social (MPAS). As entidades integrantes do SINPAS

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eram IAPAS, INPS, INAMPS, FUNABEM, CEME, LBA,


DATAPREV.
INPS – Instituto Nacional de Previdência Social
IAPAS – Instituto de Administração Financeira da Previdência
e Assistência Social, que tinha como função arrecadar contribuições
previdenciárias e fiscalizar os pagamentos pelas empresas.
INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica da
Previdência Social, que cuidava da Assistência Médica para os
segurados da previdência social, já que a Saúde não era direito de
todos ainda.
LBA – Legião Brasileira de Assistência, um órgão destinado à
assistência de famílias necessitadas em geral. Para ver uma
curiosidade mórbida sobre a LBA clique aqui.
FUNABEM – Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor,
responsável pelos menores carentes.
DATAPREV – Empresa de Tecnologia e Informações da
Previdência Social, que realiza o processamento de dados da
previdência social (a única dessas que ainda existe).
CEME – Central de Medicamentos, que fornecia medicamentos
gratuitos à população.
1988 - A Constituição Federal de 1988 que ocorreu inovou em
matéria de seguro social. Reuniu as três áreas da seguridade social:
saúde, previdência social e assistência social.
1990 - Aquelas duas primeiras entidades que eu citei (INPS +
IAPAS) foram fundidas por meio da lei 8.029/90 e formaram o nosso
atual INSS – Instituto Nacional do Seguro Social.

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INSS

INPS + IAPAS

Hora do treino:
Olha só como caiu uma questão dessas em concurso:

(INSS/2012/FCC) O INSS, autarquia federal, resultou da fusão das seguintes


autarquias:
a) INAMPS e SINPAS.
b) IAPAS e INPS.
c) FUNABEM e CEME.
d) DATAPREV e LBA.
e) IAPAS e INAMPS.

Fácil, extremamente fácil!!! Alternativa B é a correta, conforme


acabamos de estudar.
1998 - Em 1998, a Emenda Constitucional nº 20 trouxe
profundas mudanças para a Previdência Social, entre elas, o
pagamento de salário família apenas para o trabalhador de baixa
renda, a proibição de trabalho para o menor de 16 anos, salvo na
condição de aprendiz, a partir dos 14 anos.
Quanto a esses limites de idade 3, fiz esses dois mapas
mentais para demonstrar as alterações legislativas sobre a
proibição do trabalho ao menor ao longo da história.

3 Devido a decisão proferida na Ação Civil Pública nº 5017267-34.2013.4.04.7100 passou a ser


admitido ao menor de dezesseis anos, como tempo de contribuição, o trabalho comprovadamente
exercido de segurado obrigatório, além de aceitar para a comprovação do exercício os mesmos
meios probatórios postos à disposição dos demais segurados obrigatórios maiores de dezesseis
anos, exceto segurado facultativo, em âmbito nacional.
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Um mapa mental na vertical e outro na horizontal, a gosto do


freguês.

2005 - Quanto à legislação sobre a arrecadação e fiscalização


das contribuições previdenciárias, o IAPAS era responsável por isso
inicialmente, conforme eu citei acima.
Quando o IAPAS se fundiu ao INPS e formou o INSS em 1990, o
INSS ficou responsável então pela fiscalização e arrecadação das
contribuições previdenciárias, além da concessão e análise dos
benefícios.
Por meio da lei 11.098/2005 passou a existir a Secretaria da
Receita Previdenciária vinculada ao Ministério da Previdência Social
- MPS, a qual tirou a responsabilidade do INSS pela fiscalização e
arrecadação das contribuições.
2007 - a Receita Previdenciária e a Receita Federal foram
fundidas (lei 11.457/2007) surgindo então a Secretaria da Receita
Federal do Brasil – SRFB. Este órgão ficou responsável por planejar,
executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas à tributação,
fiscalização , arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições
sociais, tirando das costas do INSS essa responsabilidade.

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Quadro - resumo: histórico da seguridade social no Brasil

DATA EVENTO

1543 Santa Casa de Misericórdia de Santos

1835 Mongeral – primeira entidade de previdência privada do Brasil

1824 Primeira Constituição a falar de uma matéria relacionada a


seguridade social no Brasil - Casas de Socorros Públicos

1923 Decreto-Legislativo n. 4.682/23


– Lei Eloy Chaves - - Lei Eloy Chaves.
Marco inicial da previdência social no Brasil. Criação de
Caixas de Aposentadorias e Pensões.
Destinatários: empregados de empresas de estrada de ferro.
Fonte de recursos: empregadores do ramo e empregados.

1934 CF estabeleceu a forma “Tripartite de Custeio”.

1946 CF usou pela primeira vez a expressão "Previdência


Social".

1960 Lei n. 3.807/1960- LOPS - Responsável pela uniformização


da legislação previdenciária dos diversos Institutos
Previdenciários.

1967 Surgimento do INPS, consolidando assim o Sistema


Previdenciário Brasileiro.

1971 LC n. 11/71 (FUNRURAL) - Previdência social dos


trabalhadores rurais

1972 Lei n. 5.859/1972 (domésticos) - Início da proteção social para os


trabalhadores rurais e domésticos.

1977 Lei 6.439/77 – SINPAS (Sistema Nacional de Previdência


e Assistência Social): IAPAS, INAMPS, INPS, LBA, CEME,
DATAPREV (até hoje existe) – FUNABEM

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1988 Constituição de 1988 - Inaugurou o Sistema de Seguridade


Social, formado pelos subsistemas Assistência Social,
Previdência Social e Saúde.

1990 Criação do INSS: fusão do INPS (benefícios) com IAPAS


(custeio). Lei n. 8.029/1990

1991 Lei n. 8.212/1991 - Disciplina o Custeio da Seguridade Social.

1991 Lei n. 8.213/1991 - Disciplina o Plano de Benefícios do Regime


Geral da Previdência Social.

2007 Lei n. 11.457/2007 - A Secretaria da Receita Federal


do Brasil (SRFB) passou a arrecadar e fiscalizar as
contribuições previdenciárias.

c) Seguridade Social - Conceituação e Organização

A doutrina costuma dizer que a seguridade social é baseada em


um tripé. O que pressupõe que ela tem TRÊS pés, ou seja, três bases.
Eu sempre associei o conceito de Seguridade Social com um
daqueles banquinhos que possuem três pés e que geralmente ficam na
porta dos botecos nos bairros da minha cidade aqui no interior, tipo
esse aqui abaixo:

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Gostou da representação? Pois é, agora você não vai esquecer


mais do banquinho de tripé em que se assenta a “dona” Seguridade
Social.
Se gostar de mapas mentais mais tradicionais, segue abaixo
mais um para você caracterizar a seguridade social:

Previdência Social funcionando como um seguro contra


adversidades (riscos sociais) para os trabalhadores e demais
segurados (depende de contribuição), Assistência Social para os
necessitados (vulneráveis sociais) e Saúde para todos (independente
de contribuição).
Como vimos na imagem, a Seguridade Social é um conjunto de
ações relacionadas a três campos de atuação: Saúde, Previdência
Social e Assistência Social.
Foi a partir da Constituição de 1988 que se passou a utilizar
esse termo Seguridade Social como sendo um conjunto integrado de
ações voltadas para a Saúde, Previdência Social e Assistência Social.
Olha o que diz a letra da lei:

Art. 194, da Constituição Federal do Brasil de 1988: A seguridade


social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos
relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

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Para você entender como isso será cobrado na prova, segue


abaixo uma questão de concurso:

Reparou que a questão está certíssima, pois cobrou exatamente


a letra da lei? Vai ser moleza acertar isso na prova agora!!
Outra pra você ficar féeeera:

(INSS/2012/FCC) É correto afirmar que a Seguridade Social compreende


a) a Assistência Social, a Saúde e a Previdência Social.
b) a Assistência Social, o Trabalho e a Saúde.
c) o Sistema Tributário, o Lazer e a Previdência Social.
d) a Educação, a Previdência Social e a Assistência Social.
e) a Cultura, a Previdência Social e a Saúde.

Essa foi tranquila, né? Pois bem, logo na alternativa A, já temos


todos os elementos abrangidos pela Seguridade Social: Assistência
Social, Saúde e Previdência Social. Qualquer outra área incluída está
incorreta, pois a Seguridade Social só se refere a essas três áreas.
Percebeu então que a Seguridade Social é composta por três
partes e que a Previdência Social é só uma das partes?

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Apesar de comporem o mesmo sistema, cada uma destas partes


são administradas e coordenadas por autarquias, órgãos e ministérios
diversos, com atuações integradas e regidas pelos mesmos princípios,
mas independentes.
Cada um dos três elementos da seguridade social cuida de coisas
diferentes. Repetindo em outras palavras o que vimos acima:
Saúde para todos os doentes, Assistência Social para os
necessitados (vulneráveis sociais) e Previdência como um seguro
contra adversidades para os trabalhadores contribuintes.
Seguro é uma palavra chave para que se compreenda a natureza
da Previdência Social.
Pagamos um seguro de automóveis, de imóveis ou de vida, por
exemplo, antes de acontecer qualquer evento “ruim”, (acidente,
doença, morte), torcendo para nunca precisar.
Caso venha a acontecer alguma adversidade, o segurado já
estaria resguardado pelas contribuições prévias que fez e poderia
usufruir dos valores em dinheiro/pecúnia para ajudá-lo em momentos
difíceis.
Na Previdência Social, ocorre da mesma forma.
O segurado (contribuinte) vai pagando suas contribuições
esperando nunca precisar, mas se por acaso ocorrer algum fato
gerador, ou seja, se ficar doente, se acidentar, ir preso ou morrer, por
exemplo, ele ou seus dependentes, que são os chamados beneficiários,
usufruirão de um conforto em um momento difícil, que é o pagamento
de benefício em pecúnia (dinheiro).
Como este é um tema muito recorrente no concurso, vamos
reforçar sua aprendizagem com o diagrama abaixo:

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Quanto à Saúde e Assistência Social, estas não exigem


contribuição prévia e direta. Só a Previdência Social exige
contribuição para que a pessoa faça jus aos benefícios.
Quando alguém lhe perguntar se a Seguridade Social tem
caráter contributivo , você deve responder que NÃO.
A Seguridade Social como um todo não possui caráter
contributivo, pois só uma parte dela (Previdência Social) exige
contribuição prévia.
Detalhando os três elementos que compõem a seguridade social,
vejamos o conceito do direito à saúde, segundo a CF /1988:

Art. 196, da Constituição Federal de 1988. A saúde é direito de


todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros
.
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para
sua promoção, proteção e recuperação.

Isso significa que, se você chegar sangrando em um hospital


público, independente de ser rico ou não, de contribuir previamente
ou não, você será atendido, pois a SAÚDE é direito de TODOS.
Não importa, nesta espécie de proteção social, a condição
econômica do beneficiário.

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O Estado não pode negar o acesso à saúde pública a uma pessoa


sob o argumento de que esta possui riqueza econômica.
É claro que pessoas mais abastadas preferem ter planos de
saúde ou pagarem seus tratamentos de forma particular e nada as
impede, mas ainda assim, caso precisem da SAÚDE pública, será seu
direito usufruírem.
Agora se alguém chegar à ASSISTÊNCIA SOCIAL para
solicitar um benefício de bolsa-família, por exemplo, só irá receber o
benefício legalmente se for uma pessoa vulnerável, isto é, se for
necessitada, portanto, que não tenha condições financeiras de suprir-
se.
Vejamos abaixo o conceito legal de Assistência Social trazido
pela CF/1988:

Art. 203, da Constituição Federal de 1988. A assistência social será


prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à
seguridade social, e tem por objetivos:

É nesse sentido que eu trago na imagem que a Assistência


Social é para todos que dela NECESSITAREM, já a Saúde é para
TODOS, independente da situação financeira da pessoa.

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A Assistência Social acaba por cobrir as lacunas deixadas pela


Previdência Social, que devido a sua natureza contributiva, termina
por excluir os necessitados.
A título de exemplos temos o Bolsa-Família e o Benefício
Assistencial de Prestação Continuada (BPC-Loas).
A atuação protetiva da Assistência Social fornecerá aquilo que
for necessário para cessar o estado de necessidade do assistido, por
meio do fornecimento de alimentos, abrigo, e pequenos benefícios em
dinheiro.
Quanto à PREVIDÊNCIA SOCIAL, a única forma de usufruir
dos benefícios que ela fornece, é contribuir antes, de forma direta.

Art. 201, da CF/1988. A previdência social será organizada sob a


forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação
obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998).

Os benefícios previdenciários são administrados pelo INSS


(Instituto Nacional do Seguro Social), autarquia vinculada ao
Ministério da Economia atualmente, enquanto que o custeio desses
benefícios é executado pela SRFB - Secretaria da Receita Federal do
Brasil, que é o órgão responsável por fiscalizar e arrecadar as
contribuições sociais.
Para melhor destrinchar o conceito de previdência social
disposto pela CF/1988, observe o mapa mental abaixo:

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Estes quatro termos em laranja estão em destaque justamente


por serem as palavras chave para uma boa conceituação de
Previdência Social.
Quando é mencionado que a forma do REGIME é GERAL
significa dizer que abrange a todos os brasileiros que preencherem os
demais requisitos, não se tratando, portanto, de um regime fechado
ou privado.
O termo caráter CONTRIBUTIVO remete a necessidade de
pagamento direto, ou seja, uma parte do salário /proventos/renda de
cada pessoa deve ser destinada à Previdência Social.
No que se refere à filiação OBRIGATÓRIA, significa dizer que
todos que obtêm renda proveniente do seu trabalho devem contribuir
para a Previdência Social de maneira direta, ou seja, se você obteve
renda, em qualquer categoria de filiação ao RGPS (Regime Geral de
Previdência Social) é obrigado a destinar um percentual do seus
proventos para os cofres públicos. (Mais tarde falaremos dos
segurados facultativos, que apesar de não serem obrigados por não
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obterem qualquer tipo de renda própria, optam por contribuir mesmo


assim).
E por fim, quanto à preservação do EQUILÍBRIO financeiro e
atuarial, diz respeito à necessidade de preservar as finanças de modo
que o valor dos benefícios pagos (despesas) as contribuições recebidas
de diferentes fontes (receitas) esteja sempre equilibrado.
Segue abaixo uma tabela e um mapa mental para você
memorizar bem as conceituações em relação a cada elemento que
compõem o conceito de Seguridade Social.

Olha só como uma questão sobre estes temas foi cobrada em


concurso:

(AFPS/2002 – ESAF) À luz da Seguridade Social definida na Constituição Federal, julgue os


itens abaixo:
I. Previdência Social, Saúde e Assistência Social são partes da Seguridade Social.
II. A saúde exige contribuição prévia.
III. A Previdência Social exige contribuição prévia.
IV. A assistência social possui abrangência universal, sendo qualquer pessoa por ela
amparada.
a) Todos estão corretos.
b) Somente I está incorreto.
c) II e IV estão incorretos.
d) I e II estão incorretos.
e) III e IV estão incorretos.

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De acordo com o que vimos agorinha, qual dessas alternativas


seria a correta?
Alternativa c. Porque, de fato, os itens II e IV estão incorretos, o
que faz da alternativa “c” a questão correta a ser assinalada.
A saúde NÃO exige contribuição prévia e a assistência social
não ampara QUALQUER pessoa, já que atende apenas os vulneráveis
socialmente falando.
Nessa outra questão aqui, tudo fica claro como sol:
(AFPS/2002 – ESAF) Pedro, menor carente, de 12 anos, e Paulo, empresário bem-
sucedido, de 21 anos, desejam participar de programas assistenciais e de saúde
pública. De acordo com a situação-problema apresentada acima, é correto afirmar
que:
a) Pedro e Paulo podem participar da Assistência Social.
b) Só Pedro pode participar da Saúde.
c) Pedro só pode participar da Assistência Social.
d) Paulo pode participar da Assistência Social.
e) Pedro e Paulo podem participar da Saúde.

Qual das alternativas você acha ser a correta?


Alternativa E está correta!
A alternativa A está incorreta, pois só Pedro pode participar da
Assistência Social, já que só Pedro é carente.
A alternativa B está incorreta porque Paulo também pode
participar da Saúde, que é direito de TODOS.
A alternativa C está incorreta porque Pedro não SÓ pode
participar da Assistência Social, como também pode participar da
Saúde.

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E a alternativa D está incorreta porque Paulo não pode


participar da Assistência Social, que é para os necessitados e
carentes, coisa que Paulo não é.
E para finalizar uma questãozinha capciosa da nossa querida
banca CESPE sobre o conceito de Seguridade Social:

(CESPE – 2018 – EMAP – Analista Portuário Área Jurídica) O sistema de


seguridade social compreende um conjunto de ações de iniciativa exclusiva dos
poderes públicos, que se destinam à garantia de saúde, previdência e assistência
à sociedade.

E aí? Você acha que está certa ou errada esta afirmativa?


A pegadinha está ali na palavra “exclusiva”, pois o conjunto de
ações não deve partir apenas/exclusivamente dos poderes públicos,
mas também inclui toda a sociedade.
Portanto, a assertiva está errada.
Olha agora um mnemônico fresquinho aí para você:
Saúde
Previdência Social
Assistência Social
Bem que o prêmio por internalizar esses conceitos poderia ser
uma semana em um belo SPA, não é mesmo?

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d) Seguridade Social: Princípios Constitucionais

Como sabemos, a maioria das questões de prova são cópias da


letra da lei, por isto a importância desta tabela que preparei para
você.
Aqui, separei os três artigos que embasam a norteiam os três
ramos de atuação da seguridade social, e destes artigos podemos
extrair diversos princípios .

Já para começar a esquentar, vamos para uma questão sobre os


princípios da Previdência Social:

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A partir do momento que você conseguir internalizar os


princípios que regem a seguridade e a previdência social, vai
conseguir matar diversas questões no peito!
Devemos saber que os princípios constitucionais são as bases em
que se alicerçam as matérias tratadas na Constituição.
Os princípios relacionados à seguridade social, traduzidos pelo
termo “objetivos” estão elencados no parágrafo único do artigo 194 da
Constituição Federal de 1988. Já os princípios constitucionais
voltados à previdência social constam no art. 201 , da CF/1988.

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A doutrina costuma separar os princípios que regem a


seguridade social em explícitos e implícitos.
Também temos vários princípios relacionados à Previdência
Social que não estão na Constituição Federal, mas em outros
normativos como as leis 8.213/91 e 8.212/91.

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54

Vamos destrinchar adiante estes tais princípios então, a


começar pelos princípios constitucionais explícitos da Seguridade
Social.

d.1) Universalidade da Cobertura e do Atendimento

Esse princípio (Universalidade da Cobertura e do Atendimento)


quer dizer que o grande interesse da seguridade social é cobrir todas
as espécies de infortúnios sociais a que estão sujeitos todos os
residentes no Brasil. Ou seja, promover uma cobertura & um
atendimento universal.
Como exemplos de infortúnios sociais ou contingências humanas
temos a impossibilidade de retornar ao trabalho, a idade avançada, a
morte, a fome, entre outros.
Ou seja, a seguridade social tem por objetivo DAR
COBERTURA universal, ou pelo menos cobrir ao máximo de
infortúnios sociais possíveis.
Ao mesmo tempo, a seguridade social deve promover um
atendimento universal em relação às pessoas, ou seja, todas as
pessoas devem ser atendidas.
(INSS/CESPE/2016) No que se refere à seguridade social no Brasil, julgue o item seguinte.
De acordo com o princípio da universalidade da seguridade social, os estrangeiros no
Brasil poderão receber atendimento da seguridade social.
( ) CERTO ( ) ERRADO

A questão está correta porque de acordo com a CF/88 a saúde,


por exemplo, é direito de todos e dever do estado. Dessa forma, caso
um estrangeiro esteja no Brasil e necessite utilizar o SUS ele tem

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direito ao atendimento. Logo, a saúde faz parte da Seguridade Social


juntamente com a Assistência Social e a Previdência Social.
Essa questão diz respeito à universalidade no atendimento da
seguridade social e o estrangeiro PODERÁ dela usufruir, por ser
tratar do princípio da universalidade do atendimento.

Resposta: C. O examinador considerou correto o entendimento


de que a universalidade do atendimento à população é um dos
objetivos da Ordem Social da Constituição Social.
É bom prestar bastante atenção para não confundir a
universalização do atendimento, com uniformização ou melhoria do
atendimento, como quis fazer a banca examinadora.

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d.2) Seletividade e distributividade dos serviços e benefícios

O legislador tem que selecionar quais são os serviços e


benefícios mais essenciais, mais necessários e mais urgentes à
população.
Esse princípio existe como um equilíbrio, um contraponto ao
princípio da Universalidade da Cobertura e do Atendimento.
Vale dizer, o Estado não dispõe de recursos ilimitados em seu
orçamento para garantir a proteção universal. Trata-se
da reserva do possível.
Diante dessa limitação financeira, é imprescindível selecionar as
prioridades e estabelecer os critérios de escolha.
Se a intenção é cobrir universalmente todos os infortúnios/riscos
sociais, enquanto isso não for possível devido ao orçamento, o
legislador deve selecionar os serviços e benefícios mais urgentes para
oferecer à população.

Por exemplo, hoje no Regime Geral NÃO existe cobertura para


que o segurado possa se afastar de suas atividades para cuidar de
pessoa da família que esteja doente.
Já no Regime Próprio existe essa previsão, pois o servidor
público pode afastar-se de seu trabalho por até 60 dias por ano e

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continuar recebendo seu salário normalmente para fins de cuidados


de saúde da família.
Isso significa que o legislador NÃO selecionou esse benefício
para cobertura dos segurados do RGPS ainda.
Quanto à distributividade, diz respeito ao direcionamento da
atuação da seguridade social às pessoas com maior grau de risco,
maior necessidade e maior vulnerabilidade.
Por exemplo, quando a Administração Pública precisa decidir
onde construir um hospital, com base neste princípio, deve direcionar
tal construção para um grande centro, pois irá atingir um público
maior, ou seja, irá distribuir o serviço a muito mais pessoas.
Vamos para uma questãozinha:
(TRT14/2013) De acordo com a doutrina, o princípio da seletividade atua na
delimitação do rol de prestações, enquanto a distributividade direciona a
atuação do sistema protetivo para as pessoas com maior necessidade,
definindo o grau de proteção.

A questão está correta e resume exatamente aquilo que


acabamos de tratar!

d.3) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações


urbanas e rurais

Antes da CF/1988 , vimos que a previdência dos segurados


urbanos e rurais era diferente, os segurados rurais com bem menos
direitos.
Depois da CF/1988, ficou estabelecido que houvesse uma
previdência uniforme e equivalente, ou seja, um regime único para as
duas populações.
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E qual a diferença entre uniformidade e equivalência? A


uniformidade refere-se aos benefícios existentes e equivalência fala
sobre os valores de benefícios.
Aqui tome cuidado! Você acha que o fato de o segurado
trabalhador rural poder se aposentar mais cedo do que os
trabalhadores URBANOS “fere” esse princípio?
Não! Pelo contrário, esse fato reforça ainda mais a equidade, já
que é necessário tratar os iguais com igualdade, e os desiguais com
desigualdade, na medida de sua desigualdade, para que se alcance
uma verdadeira equidade e justiça social.
Segue abaixo uma questão para reforçar o entendimento:

(TRT14/2013) Em razão do princípio da uniformidade e equivalência de


prestações entre as populações urbana e rural, as prestações securitárias, em
regra, devem ser idênticas para trabalhadores urbanos e rurais, sendo possível
a criação de benefícios diferenciados que venham a atender as peculiaridades
de determinada população.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Esta questão está incorreta, pois se podem criar REQUISITOS


diferenciados, mas não BENEFÍCIOS diferenciados!
Exemplo: trabalhadores rurais aposentam-se com idade
diferenciada (5 anos a menos que o urbano), mas o benefício de
aposentadoria por idade é o mesmo para as duas populações (urbana
e rural).
É o que se depreende da Constituição Federal/1988:

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Art. 201, CF/1988. § 1º É vedada a adoção de requisitos


ou critérios diferenciados para a concessão de
benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar,
a possibilidade de previsão de idade e tempo de
contribuição distintos da regra geral para a concessão
de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados:
I - com deficiência (...)
II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva
exposição a agentes químicos, físicos e biológicos
prejudiciais a saúde, ou a associação destes agentes
(...) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
de 2019).

Por fim, mais uma questão, daquelas bem travessas, dá uma


olhada:

(ANALISTA/CESPE/2013) A aplicação do princípio da seletividade e


distributividade dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais objetiva
a correção dos equívocos da legislação previdenciária anterior, com a eliminação
de qualquer discriminação entre trabalhadores urbanos e rurais.
( ) CERTO ( ) ERRADO

A questão está errada porque o princípio que se aplica é o


da uniformidade e equivalência de benefícios e serviços a populações
urbanas e rurais, não o da seletividade e distributividade.
Ou seja, não estamos aqui falando sobre selecionar benefícios ou
distribuir de maneira diferente, pelo contrário estamos falando em
trazer equivalência às populações urbanas e rurais.
Agora, já que estamos nesse assunto, você sabe qual é a
diferença entre benefícios e serviços? Bom, quando estamos fala ndo
em benefícios, leia-se DINHEIRO, e quando estamos falando em
serviço, temos o prestação de serviço, como o atendimento médico pelo
SUS, por exemplo.

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d.4) Irredutibilidade do valor dos benefícios

A seguridade social oferece serviços e benefícios. Os benefícios


são pagos em espécie/pecúnia/dinheiro.
Os serviços são prestados à população (como serviço social e
reabilitação profissional e atendimento médico no SUS).
Portanto, quando se fala em irredutibilidade, automaticamente
há referência aos valores dos benefícios.
Esse princípio impede que os benefícios sejam reduzidos
monetariamente, em seu valor nominal.
Assim, quem recebe um benefício no valor mensal de R
$1.500,00 (mil e quinhentos reais) não poderá sofrer nenhuma
redução nesse valor enquanto tiver direito a ele.
Chama-se irredutibilidade do valor nominal.
Contudo, aqui não está sendo garantido o reajustamento do
valor real, garante apenas a manutenção do valor nominal, portanto,
benefícios assistenciais, por exemplo, não necessariamente serão
reajustados conforme os benefícios previdenciários.
Uma ressalva importante! Segundo STF, o princípio
constitucional da irredutibilidade do valor dos benefícios NÃO impede
a redução da renda mensal da aposentadoria que tenha sido
concedida em desacordo com a lei.

(ANALISTA/CESPE/2011) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e


irredutibilidade do valor dos benefícios, de forma a preservar- lhe o poder aquisitivo,
são alguns dos princípios e objetivos da previdência social.
( ) CERTO ( ) ERRADO

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E não é que essa questão trata do que a gente acabou de falar?


Por isso ela está corretíssima.

d.5) Equidade na forma de participação no custeio

A seguridade social é um sistema de proteção que visa ao bem-


estar e à justiça social. Logo, a divisão dos custos/encargos deve ser
justa. E somente haverá justiça se duas regras forem observadas:

Quanto maior a CAPACIDADE ECONÔMICA do contribuinte,


maior será sua contribuição para o sistema da seguridade social.
Não é por acaso que a grande massa das contribuições sociais
recai sobre as empresas e não sobre os empregados, por serem
consideradas mais proeminentes financeiramente.
Resumindo em um ditado popular “quem tem mais paga mais,
quem tem menos paga menos e quem nada tem, nada paga ”.
Um exemplo clássico disso é o fato de que a contribuição do
segurado/contribuinte tem um teto máximo, além de ser gradativa de
acordo com os seus ganhos. Já a contribuição das empresas não tem
limitação.

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Como você pode ver na tabela acima, o segurado do Regime


Geral de Previdência só é obrigado a contribuir, no ano de 2022, até o
valor máximo de salário de contribuição de R$7.087,22. E isso ainda
ocorre de forma progressiva, com base na faixa salarial do cidadão,
com alíquotas que variam de 7,5%, 9%, 12% e 14%.
Exemplo:
Valdecir é empregado da empresa Banco BMW e tem uma
remuneração de R$ 10.000,00.
Nesse caso, a contribuição de Valdecir, na qualidade de
segurado, será de 14% e incidirá apenas sobre R$7.087,22 (teto do
INSS), de outro lado, a contribuição da empresa Banco BMW incidirá
sobre o total da remuneração (R$ 10.000,00), independentemente de
qualquer limite (art. 195, I, a, da CF/88).
Ainda falando da capacidade contributiva, existe tratamento
diferenciado a depender do tipo de pessoas jurídicas/empresas.
Por exemplo, a Constituição Federal do Brasil determinou que
houvesse um tratamento favorecido para as empresas de pequeno
porte (art. 170, IX, da CF/88).
A Lei Complementar n. 123/2006, deu tratamento diferenciado
para microempresas e empresas de pequeno porte e instituiu o
Simples Nacional.
O Simples Nacional é um regime tributário facilitado e
simplificado para micro e pequenas empresas. Ele permite o
recolhimento de vários tributos federais, estaduais e municipais em
uma única guia. A alíquota é diferenciada, variando de acordo com o
faturamento, que é separado em faixas de faturamento, até a receita

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63

bruta anual de R$ 4,8 milhões - limite que entrou em vigor em 2018


em atendimento à Lei Complementar nº 155.
Segundo o art. 13 desta lei, o Simples Nacional implica o
recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, de
diversos tributos, entre os quais estão inseridas algumas
contribuições para a seguridade social.
O outro critério que trata da equidade do custeio é o RISCO
SOCIAL.
Quanto maior o risco, maior a contribuição também.
É o caso das empresas que exploram atividades que envolvem
riscos de doenças e acidentes para seus empregados. Assim, são
obrigadas a contribuírem com um valor maior.
Risco social maior = contribuição maior.
Como exemplo, temos a contribuição para o seguro de acidente
de trabalho (SAT), a qual, nos termos do art. 22, II, da Lei n.
8.212/1991, poderá incidir sobre três possíveis alíquotas:
a) 1% (um por cento) para as empresas com atividades que
comportem risco de acidentes do trabalho considerados leve;
b) 2% (dois por cento) para as empresas com atividades que
comportem risco de acidentes do trabalho considerados médio;
c) 3% (três por cento) para as empresas com atividades que
comportem risco de acidentes do trabalho considerados grave.
(ANALISTA TCE-GO/FCC/2014) Decorre do princípio constitucional da equidade na
forma de participação no custeio, a atual previsão legal de contribuições sociais
de seguridade das empresas em alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas em
razão da utilização intensiva de mão de obra. ( X ) CERTO ( ) ERRADO

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ANALISTA TCE-O/FCC/2014) Decorre do princípio constitucional da equidade na


forma de participação no custeio, a atual previsão legal de contribuições sociais
de seguridade dos segurados do regime geral em alíquotas iguais,
independentemente do nível remuneratório.
( ) CERTO ( X ) ERRADO

Essa última questão está errada já que a equidade na forma de


participação no custeio diz respeito ao equilíbrio e à justiça social na
hora de cobrar as contribuições previdenciárias.
Assim, quanto maior o nível remuneratório da pessoa, maior a
sua alíquota de contribuição também, por medida de justiça e
proporcionalidade na forma do custeio.

d.6) Diversidade da base de financiamento

Você deve lembrar que a Constituição de 1934 previa a tríplice


fonte de custeio, mediante contribuição igual dos trabalhadores, das
empresas e do Governo (conforme o seu art. 121, § 1º, h).
Atualmente é um pouco diferente, já que agora a
Constituição/88 prevê a contribuição do importador e a contribuição
sobre a receita de concursos de prognósticos, entre outras fontes de
custeio, o que torna o financiamento do sistema mais diversificado
ainda.
Importante ressaltar que o governo (Estado) não é um sujeito
contribuinte passivo (como os empregados, empregadores,
importadores e concursos prognósticos), mas sim, financia a
seguridade social de três formas:
1) Na condição de empregador (art. 195, I, da Cf/88);
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2) Por força de sua responsabilidade legal por eventuais


insuficiências financeiras da seguridade social (art. 16,
parágrafo único, da Lei n. 8.212/1991); e
3) Por meio do financiamento indireto (art. 195 da CF/88 e art.
16 da Lei n. 8.212/1991.
O princípio da diversidade da base de financiamento tem dois
significados.
No primeiro momento, diversidade na base do financiamento
quer dizer que o sistema da seguridade social deve ser arcado
financeiramente por MAIS de um sujeito.
No segundo momento, diversidade na base de financiamento
também quer dizer que existe MAIS de um fator que enseja
contribuição.
Senão vejamos o que diz a letra da lei:

Constituição Federal. Art. 195. A seguridade social será financiada por


toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do em pregador, da em presa e da entidade a ela equiparada na forma
da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro.
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo
ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de
contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão
concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos .
IV - do im portador de bens ou serviços do exterior , ou de quem a lei a ele
equiparar.
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a
manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no
art. 154, I.

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Para fins de uma melhor visualização do conceito disposto na lei


sobre o financiamento da seguridade social, segue um mapa mental
sobre o tema que depois irei explicar bem detalhadamente.
E por fim, para fechar com chave de ouro esse princípio, vamos a
uma questão:

(INSS/FCC/2012) Entre as fontes de financiamento da Seguridade Social encontra-se

a) o imposto de renda.
b) o imposto sobre circulação de mercadorias.
c) a contribuição do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
d) a contribuição social sobre a folha de salários.
e) a contribuição de melhoria.

A alternativa correta é a letra D, a única que contém um


exemplo de contribuição social para a seguridade social. Você
acertou?

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d.7) Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante


gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores,
dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados

Este objetivo da seguridade social reconhece a necessidade


de participação de todos os interessados na gestão da seguridade
social, e são eles os trabalhadores, os empregadores, os aposentados e
o Governo.
Por serem quatro classes interessadas chamou-se
composição quadripartite.
Para que esse objetivo fosse alcançado diversos Conselhos foram
criados. O mais importante é o Conselho de Previdência Social
(CNPS), previsto no art. 3º, da lei n. 8.213/1991.
O CNPS é um órgão superior de deliberação colegiada no âmbito
da previdência social, que apresenta a seguinte composição: 6
representantes do Governo Federal, 3 representantes dos aposentados
e pensionistas, 3 representantes dos trabalhadores em atividade e 3
representantes dos empregadores (total de 15 membros).

(INSS/CESPE/2016) No que se refere à seguridade social no Brasil, julgue o item


seguinte.
A seguridade social é organizada mediante gestão quadripartite, com
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do
governo nos órgãos colegiados.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Mais uma vez a questão traz exatamente a letra da lei,


portanto, está corretíssima.

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No próximo tópico vamos começar a tratar dos princípios


constitucionais relacionados à Previdência Social, dispostos no art.
201, da CF/1988.

e) Previdência Social: Princípios Constitucionais

e.1) Princípios Constitucionais da Previdência Social: Caráter


contributivo e filiação obrigatória

Conforme aponta art. 201, da Constituição, a Previdência Social


tem por princípio o caráter contributivo.
Alguns autores chamam esse conceito de princípio da
contributividade e da compulsoriedade .
Como já observado, os direitos constitucionais relativos à saúde
e à assistência social por serem orientados pelo princípio da
universalidade e, portanto, direito de todos, não exigem contribuição
direta.
Já o direito à previdência social é exclusividade daqueles que
estejam filiados e contribuindo para o sistema.
Ao afirmar que a previdência social possui um sistema
contributivo, fica reconhecida a obrigação de recolher/pagar a
contribuição por parte do segurado filiado.
Quando a CF/88 se refere à filiação obrigatória , isso quer dizer
que é imprescindível que haja vínculo entre a pessoa (segurado) e a
previdência social.
Para que esse vínculo se forme, ou seja, para que haja essa
filiação, é necessário que o indivíduo exerça qualquer atividade
remunerada e pronto!

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Já será considerado obrigatoriamente filiado ao RGPS (isso se


não for filiado ao Regime Próprio de Previdência Social- RPPS, como
servidor público efetivo, como veremos adiante).
A consequência disso é que a partir da filiação (exercício de
atividade remunerada) já passa a existir o DEVER de contribuir.

(PROCURADOR/FGV/2017) Um servidor público estadual, ocupante de cargo efetivo,


que licitamente, desempenhe outra atividade remunerada, de forma autônoma, será
vinculado, também, nessa condição, ao Regime Geral de Previdência Social;
( ) CERTO ( ) ERRADO

A questão está correta porque, de fato, caso a pessoa desenvolva


duas atividades remuneradas, uma como servidor público (vinculado
ao seu Regime Próprio de Previdência Social - RPPS) e outra como
autônomo, por exemplo, um professor noturno, será vinculado ao
mesmo tempo no RGPS (Regime Geral de Previdência Social).
Lembre-se que o exercício de atividade remunerada não
abrangida pelo Regime Próprio de Previdência estabelece a filiação
obrigatória ao Regime Geral de Previdência.
Agora se o indivíduo exercer duas atividades remuneradas será
filiado em cada um dos regimes, para cada atividade.
Bom ressaltar que existe proibição expressa de que servidor
público federal (regido pela Lei 8.212/1990) seja “empresário”:
Lei 8112/1990. Art. 117. Ao servidor público é
proibido:
X – participar de gerência ou administração de
sociedade privada, personificada ou não personific ada,
exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista,
cotista ou comanditário.

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Existe também a possibilidade de se filiar ao Regime Geral de


Previdência Social de forma FACULTATIVA, ou seja, a pessoa não
exerce nenhuma atividade remunerada, mais ainda assim deseja ficar
segurada dos riscos sociais e, portanto, passa a contribuir de forma
facultativa.
Informação importante: As contribuições previdenciárias têm
natureza de tributo, e por isso o seu pagamento é obrigatório.
Ademais, ainda que o segurado nunca venha a receber qualquer
benefício previdenciário, ele não tem direito a receber de volta os
valores pagos à Previdência Social.

É proibido ao servidor público vinculado ao RPPS contribuir de


forma facultativa para o RGPS.

Constituição Federal 1988. Art. 201, §5º É vedada a filiação


ao regime geral de previdência social, na qualidade de
segurado facultativo, de pessoa participante de regime
próprio de previdência.
Decreto lei 3048/99. Art. 11, §2º: É vedada a filiação ao
Regime Geral de Previdência Social na qualidade de segurados
facultativo, de pessoa participante de regime próprio de
previdência social, salvo na hipótese de afastamento sem
vencimento e desde que não permitida, nesta condição, a
contribuição ao respectivo regime próprio.

Para finalizar este princípio colaciono mais uma questão:

Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: SEGER-ES Prova: Analista Executivo - Direito

A CF estabelece o caráter contributivo e a filiação obrigatória da seguridade social e


determina a observância de critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial
do sistema.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Munyra Carolina S. Duarte. Todos os Direitos Reservados.


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A questão está errada por um pequeno detalhe. O caráter


contributivo e a filiação obrigatória NÃO são princípios relacionados à
Seguridade Social, mas sim à Previdência Social.

e.2) Princípios Constitucionais da Previdência Social: Equilíbrio


Financeiro e atuarial

O equilíbrio financeiro diz respeito ao equilíbrio adequado entre


as despesas e receitas para pagamento dos benefícios aos segurados
do RGPS.
Portanto, o RGPS (Regime Geral de Previdência Social) precisa
ter dinheiro suficiente para arcar com o pagamento de benefícios aos
seus segurados, no curto prazo.
Já o equilíbrio atuarial se refere ao médio e longo prazo, objetiva
saber se mesmo com tantas variáveis (como o envelhecimento da
população brasileira), as receitas previdenciárias ainda suportarão o
pagamento dos benefícios previdenciários nos próximos anos.
Para que se preserve esse equilíbrio, ou seja, para que o Regime
Geral não “quebre”, algumas restrições na hora de conceder os
benefícios foram estabelecidas.
Um bom exemplo dessa restrição de benefícios, no intuito de
“economizar” para o curto, médio e longo prazo é a não previsão de
concessão de benefício de auxílio por incapacidade temporária para os
segurados que começaram a contribuir já sendo portadores da doença.
Colocando em miúdos, caso seja constatado o início da doença
em 01/janeiro/2021, por exemplo, e a pessoa só passou a contribuir em
01/julho/2021, mesmo após cumprir a carência de 12 meses de
contribuição, não terá direito ao benefício, visto que já era portadora
Munyra Carolina S. Duarte. Todos os Direitos Reservados.
72

da doença ANTES de iniciar as contribuições (exceto se houver


agravamento de sua doença, hipótese na qual será possível a
concessão do benefício mesmo que já fosse portador da doença antes
de se filiar).
O intuito desse princípio é preservar o equilíbrio financeiro da
Previdência Social. Resguardar as finanças da previdência social.

(ANALISTA/CESPE/2011) O equilíbrio financeiro e atuarial é a chave da sobrevivência de


qualquer regime de previdência social público ou privado, do que se depreende que
nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou
estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
( ) CERTO ( ) ERRADO

A questão está certa!


O equilíbrio financeiro e atuarial é a chave para a manutenção
de qualquer regime de previdência, pois sem o perfeito equilíbrio
entre as despesas e as receitas, não há como o regime sobreviver,
porque pode chegar um momento em que o regime não tenha dinheiro
suficiente para arcar com o pagamento dos benefícios. Isso seria
inadmissível.

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e.3) Princípios Constitucionais da Previdência Social: Cálculo dos


benefícios considerando-se os salários-de-contribuição corrigidos
monetariamente

O fundamento legal deste princípio não consta apenas na


Constituição Federal do Brasil (§3º, art, 201, da CF/1988), mas
também no art. 2º, IV, da Lei n. 8.213/91, senão vejamos:

Art. 2º, IV, da Lei n. 8.213/91: A previdência Social rege-se pelos seguintes
princípios e objetivos:
(...)
IV - cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contribuição
corrigidos monetariamente;

Antigamente, os salários de benefícios eram calculados com base


na média dos últimos anos de contribuição.
Depois, o salário de benefício passou a ser calculado com base na
média salarial desde a implantação do Plano Real (07/1994) até a
data de entrada no requerimento, descartados os 20% menores
salários-de-contribuição do período contributivo, de modo a
proporcionar um aumento na média salarial.
Contudo, agora (desde a Reforma Previdenciária EC 103/2019) o
valor dos salários de benefícios é calculado com base na média
salarial de 100% do período contributivo , desde a implantação do
Plano Real (07/1994) até a data de entrada no requerimento do
benefício.
Ou seja, não se descarta mais os 20% menores salários de
contribuição do cálculo da média salarial.

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E de todo modo, todos os salários-de-contribuição são corrigidos


monetariamente.
Por exemplo: Jon Snow passou a exercer atividade remunerada
a partir de janeiro de 2017. Tornou-se um segurado obrigatório do
Regime Geral de Previdência Social – RGPS, na categoria de
empregado.
Exerceu sua atividade até setembro de 2018, quando ficou
incapacitado para o trabalho devido a uma cirurgia decorrente de
ferimentos de arma branca.
Diante disso, requereu o benefício de auxílio por incapacidade
temporária no INSS.
Como será calculado o valor do benefício dele?
O sistema realizará uma média dos salários de contribuição
desde janeiro de 2017 quando passou a contribuir até setembro de
2018, quando realizou a última contribuição antes do requerimento de
auxílio-doença.
E todos eles devem ser atualizados monetariamente na forma da
lei, com base no INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor,
conforme disposto no art. 29-B da Lei n. 8.213/91.
Como funciona exatamente a correção monetária?
Bem, um salário recebido em janeiro de 2017 no valor de R$
1.500,00 na época, devido à inflação, não representa mais, em
setembro de 2018, o mesmo poder de compra.
Para que não haja distorção no valor devido ao segurado é
aplicado um índice de correção monetária, nesse caso o INPC – Índice
Nacional de Preços ao Consumidor.
Portanto, após aplicação do INPC, um salário de R$ 1.500,00
recebido em 01/2017 será considerado como R$ 1.574,29 em 09/2018,
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para fins de cálculo da média salarial no requerimento de auxílio -


doença, por exemplo, mas também no requerimento dos outros
benefícios.

e.4) Princípios Constitucionais da Previdência Social: Valor da renda


mensal dos benefícios substitutos do salário-de-contribuição ou do
rendimento do trabalho do segurado não inferior ao do salário mínimo.

Este princípio, além de constar na lei 8.213/1991 também existe


sua previsão legal no art. 201, § 2º, da CF/88. Por meio dessa
normatização ficou estabelecido que nenhum benefício pode ser
INFERIOR ao salário mínimo.

Art. 201, § 2º, da CF/88: Nenhum benefício que substitua o salário de


contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal
inferior ao salário mínimo.

No mesmo sentido:

Art. 2º, da lei 8.213/1991. A Previdência Social rege-se pelos seguintes princípios e
objetivos:
(...)
VI - valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário-de-contribuição
ou do rendimento do trabalho do segurado não inferior ao do salário mínimo;

Ressalva importante : somente benefícios que substituem os


ganhos do segurado é que tem essa regra, como auxílio por
incapacidade temporária, aposentadorias, pensões e salários
maternidade, por exemplo.
Benefícios que SÓ complementam a renda, como salário-família
e auxílio-acidente, podem SIM ser INFERIORES ao salário mínimo.
Cuidado: Existem duas exceções:

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1) Auxílio por incapacidade temporária inferior ao salário


mínimo, prevista no art. 73 do Decreto n. 3.048/99. Diz respeito ao
caso do segurado que exerce duas atividades habituais e fica incapaz
apenas para uma delas. Nesse caso, pelo Decreto n. 3.048/99, o valor
do auxílio por incapacidade poderá ser inferior ao salário mínimo
desde que, somado às demais remunerações recebidas, resulte valor
superior ao salário mínimo.
2) Nos casos de benefícios por totalização concedidos na forma
do acordo de seguridade social celebrado entre Brasil e Portugal
(Decreto n. 1.457/1995), o valor pago pelo INSS poderá ser inferior ao
salário-mínimo nacional, desde que:
 A soma dos benefícios previdenciários devidos por cada
estado ao segurado seja igual ou superior a esse piso; e
 Enquanto não adquirido o direito ao benefício devido por
Portugal ou se o somatório dos benefícios devidos por
ambos os estados não atingir o valor do salário-mínimo no
Brasil, a diferença até esse piso deverá ser custeada pelo
INSS para beneficiários residentes no Brasil.

Fonte: Turma Nacional de Uniformização – TNU. Tema 262.

e.5) Princípios Constitucionais da Previdência Social: Previdência


complementar facultativa, custeada por contribuição adicional (art. 202,
CF/1988).

A previdência complementar nada mais é do que um regime de


previdência de caráter complementar, ou seja, que complementa os
benefícios da previdência social.
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O segurado não é obrigado a pagar uma previdência


complementar, por isso, ela é facultativa, podendo ser privada ou
pública.
Um bom exemplo da necessidade de uma previdência
complementar é o caso de um trabalhador empresário que ganha R$
10.000,00 por mês, mas como suas contribuições são limitadas ao teto
máximo de R$ 7.082,22 (ano de 2022).
Para que possa manter o mesmo poder aquisitivo de renda
mensal quando estiver inativo (seja por doença, velhice ou morte)
poderá pagar de forma facultativa e complementarmente uma
previdência privada ou pública para alcançar o valor real do seu
poder aquisitivo.
Isso significa que por meio do regime de previdência
complementar o trabalhador pode contar com uma proteção
ADICIONAL não abrangida pelo RGPS ou RPPS.

f) Princípios Constitucionais Implícitos da Seguridade Social

f.1) Preexistência de Custeio – Princípio da Contrapartida

Este princípio implícito está relacionado ao princípio explícito do


“equilíbrio atuarial e financeiro”.

Art. 195, §5º da CF: Nenhum benefício ou serviço da seguridade social


poderá ser criado, majorado ou estendido sem a CORRESPONDENTE
fonte de custeio.

O princípio da contrapartida diz respeito à Seguridade Social


como um todo, portanto, caso seja criado um novo benefício ou serviço

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assistencial, haverá necessidade de prévio custeio. O mesmo


ocorrendo no caso da Saúde ou da Assistência Social.
Somente pode existir aumento de despesa da seguridade social
quando existir nova fonte de custeio em proporção adequada.
Isso significa que, se houver alteração legal no sentido de se
criar, aumentar ou estender benefícios e serviços de qualquer campo
de atuação da seguridade social, deverá ser apontada a receita (valor)
que será utilizada para cobrir essa despesa (com a concessão do
benefício ou serviço) que se pretende criar, estender ou majorar. Esse
princípio é imprescindível para a manutenção do sistema, ou seja,
para o perfeito equilíbrio financeiro e atuarial.

Um novo benefício deve ser financiado por uma nova fonte,


não bastando indicar recursos já existentes, sob o risco de
padecer de inconstitucionalidade. (KERTZMAN, Ivan. 2017,
p. 66).

Ao meu ver, desvios de receitas da Seguridade Social, sejam


através da Desvinculação das Receitas da União (DRU), Encargos
Previdenciários da União (EPU) ou outras autorizações legislativas
são violações à regra da contrapartida, pois comprometem o equilíbrio
do sistema previsto no Plano de Custeio, cujo objetivo é garantir às
próximas gerações que a Seguridade Social é um sistema sólido e
vantajoso do qual vale a pena fazer parte e contribuir.

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Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRT - 2ª REGIÃO


(SP) Prova: FCC - 2014 - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Analista
Judiciário - Área Judiciária
Segundo a chamada regra constitucional da contrapartida:
A nenhuma contribuição previdenciária é devida sem que
tenha havido efetiva prestação de trabalho pelo segurado.
B nenhuma contribuição patronal é devida sem que o
segurado tenha trazido regular prova de sua documentação
pessoal ao empregador.
C nenhum benefício ou serviço da seguridade social pode ser
criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de
custeio total.
D nenhuma contribuição de seguridade social pode ser
exigida antes de 90 dias da data de publicação da lei que a
houver instituído ou diminuído.
E nenhum benefício previdenciário ou assistencial pode
ser deferido sem que tenha havido prova das
contribuições previdenciárias exigidas a título de
carência.

Gabarito: C. A alternativa C é uma cópia exata do §5º, art. 195


da CF.
A regra da contrapartida ou Princípio da Preexistência da Fonte
de Custeio diz justamente que, para ser possível a criação ou
ampliação de qualquer benefício ou serviço, deve haver anteriormente
a previsão da fonte dos recursos que financiará a nova prestação.
A alternativa D apesar de estar correta em seu conceito, não diz
respeito à regra da contrapartida, mas sim à regra da anterioridade
nonagesimal, que veremos adiante.

f.2) Princípio da Progressividade das Contribuições Sociais

Este princípio constitucional implícito está relacionado ao


princípio constitucional explícito da equidade na forma de
participação e custeio.

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Art. 195, §9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput


deste artigo poderão ter alíquotas ou base de cálculo diferenciadas,
em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-
obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de
trabalho.

São critérios que autorizam o legislador a utilizar alíquotas de


contribuição ou base de cálculos diferenciados para o financiamento
da seguridade social oriundos dos empregadores ou das emp resas:
a) A atividade da empresa
b) A utilização intensiva de mão de obra
c) O porte da empresa e;
d) A condição estrutural do mercado de trabalho.
Não é à toa que empresas de pequeno porte podem optar pelo
Simples Nacional e consequentemente receber tratamento
diferenciado, como por exemplo, recolher mediante documento único
de arrecadação diversos tributos, entre os quais estão inseridas
algumas contribuições para a seguridade social. Inclusive, a alíquota
de incidência dos tributos é PROGRESSIVA de acordo com a faixa de
faturamento da empresa.
Outro exemplo é a alíquota de contribuição diferenciada para o
Risco Ambiental do Trabalho – RAT (também chamado de Seguro
Acidente Trabalho - SAT) em razão do maior risco de acidente de
trabalho para determinadas atividades empresariais4, demonstrando
assim a utilização intensiva de mão de obra.

4 O Decreto 6.957/2009, em seu A nexo V, estabelece o enquadramento de risco das alíquotas RAT de acordo
com o CNAE – Classificação Nacional da Atividade Empresarial.
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Exemplo: Uma empresa que tem como atividade o cultivo de


arroz, possui grau de risco de acidentes alto e portanto, sua alíquota
para o SAT/RAT é de 3%.
Já uma empresa que tem sua atividade classificada como cultivo
de açaí possui grau de risco baixo, consequentemente alíquota de
contribuição ao RAT de apenas 1%.
Assim, teremos base de cálculo e percentuais diferenciados de
acordo com as especificidades da empresa e outras variáveis.

f.3) Princípio da Anterioridade Nonagesimal

Esse princípio diz que as contribuições sociais destinadas à


Seguridade Social só poderão ser exigidas após decorridos noventa
dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou
modificado, não lhes aplicando o princípio da anterioridade.

Art. 195, §6º da CF. As contribuições sociais de que trata este artigo
só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da
publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se
lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.

E o que diz o art. 150, III, b da Constituição Federal?

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,


é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que
os instituiu ou aumentou; (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

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A Constituição, em outras palavras, está dizendo o seguinte: o


legislador pode criar ou aumentar tributos a qualquer instante, mas,
a eficácia desta lei criadora ou aumentadora só se vai dar no próximo
exercício. Fica com eficácia suspensa a lei que cria e que aumenta, até
o ano que vem. Esta é a regra geral. (ATALIBA, 1997, p. 153 5).
Enquanto que a regra geral, disposta no artigo 150, III, b da CF
diz que não é possível cobrar tributos no “mesmo exercício financeiro”,
a regra aplicável às contribuições sociais diz que não é possível cobrar
tributos dentro de 90 dias da publicação da lei que o
criou/instituiu/majorou/aumentou.
O princípio da anterioridade nonagesimal não é aplicável no
caso de contribuições sociais que foram reduzidas ou isentadas.
Ou seja, caso beneficie o contribuinte, não é necessário aguardar
90 dias para que a lei tenha efeito. Neste caso (condição favorável ao
contribuinte) a lei terá efeito a partir de sua publicação, ou caso haja
omissão do legislador a respeito do período em que entrará a lei em
vigor, esta será válida após 45 dias de sua publicação (art. 1º da Lei
de Introdução ao código civil).

Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Prefeitura de Caruaru - PE Prova: FCC - 2018 - Prefeitura
de Caruaru - PE - Procurador do Município - Adaptada
Conforme dispõe a Constituição Federal, é correto afirmar que, de acordo com a anterioridade
nonagesimal, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar
tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou majorou.
( ) Certo ( ) Errado

5 ATALIBA, Geraldo. Limitações constitucionais ao poder de tributar. Revista de Direito


T ributário, São Paulo, v. 51, p. 153, jan. 1997.

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A assertiva está correta. Não se podem cobrar tributos dentro de


90 dias da data da publicação da lei que criou ou aumentou aquele
tributo. É preciso dar um tempo para o contribuinte se preparar para
a nova despesa.
Tributo é gênero do qual contribuição social é espécie.
Ou seja, contribuição social é um tipo de tributo.
Em regra, os tributos em geral devem observar o princípio
da anterioridade do exercício financeiro seguinte. Portanto, só podem
ser cobrados no ano seguinte ao da sua criação .
Já os tributos da espécie contribuições sociais até podem ser
cobrados dentro do mesmo ano, desde que observado o prazo mínimo
de 90 dias, pois observam o princípio da anterioridade nonagesimal e
não do exercício financeiro seguinte.
E por fim, caso o tributo (que não seja contribuição social) seja
criado no final do ano (após 03 de outubro) não poderá ser cobrado a
partir de 01 de janeiro, como seria a regra geral (exercício financeiro
seguinte ) mas também deverão respeitar o prazo mínimo de 90 dias,
caindo na regra da anterioridade nonagesimal.
Assim, independente do tipo de tributo, é necessário resguardar
no mínimo 90 dias para cobrá-lo, por isso a questão está correta.

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f.4) Princípio da Solidariedade

Para explicar este princípio, veremos primeiro dois dispositivos


legais importantes e relacionados:

Art. 194, da CF. A seguridade social compreende um conjunto integrado


de ações dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar
os direitos relativos à saúde, à previdência e a assistência social.

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Art. 3º da CF. Constituem objetivos fundamentais da República


Federativa do Brasil:

I – Construir uma sociedade livre, justa e solidária.

O que a Constituição Federal exige é que haja ânimo de atuação


solidária do Estado e da sociedade visando assegurar os direitos
relativos à saúde, previdência e assistência social.
Exemplo: Caso a pessoa vier a se aposentar, mas continuar
exercendo atividades remuneradas vinculadas ao Regime Geral de
Previdência Social, deverá continuar contribuindo para o Sistema,
mesmo que não tenha direito de mais nenhum benefício exceto salário
família e reabilitação profissional 6, quando empregado.
Ou seja, ele não estará mais contribuindo para ele próprio, mas
sim, ajudando a manter o sistema de forma solidária!

Ano: 2008 Banca: CESPE Órgão: DPE-CE Prova: CESPE - 2008 - DPE-CE -
Defensor Público

Embora não conste expressamente no título que trata da ordem social na


Constituição Federal, o princípio da solidariedade é postulado fundamental para a
compreensão do regime financeiro da previdência social brasileira, representado de
maneira evidente pelo pacto das gerações, característica dos sistemas de repartição.

( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: C. O pacto das gerações também é um exemplo do


princípio da solidariedade.

6 Também tem direito a receber benefícios na categoria de dependente, caso faça jus, mas estes
são benefícios decorrentes das contribuições de outro segurado e não dele próprio. Ex. Pensão por
morte e auxílio-reclusão.
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Não se contribui apenas para a percepção individual do


benefício, mas também, e principalmente, para a sustentação do
sistema previdenciário que financiará gerações futuras.
Nas palavras do especialista em Direito Previdenciário 7

“um grupo de indivíduos mais jovens arcará com os


custos da aposentadoria dos mais velhos; e os mais
jovens acreditam que o mesmo será feito ao se
tornarem idosos”.

Esse financiamento mútuo, também chamado de “pacto entre


gerações”, deve-se à nítida presença do princípio da solidariedade
social no sistema previdenciário.
Resumidamente, o sistema previdenciário no Brasil é um pacto
entre as gerações do passado, do presente e do futuro. Os
trabalhadores de hoje custeiam as aposentadorias de quem deixou o
mercado. Os trabalhadores de amanhã farão o mesmo com quem está
agora na ativa.

7 RODRIGUES, Flávio Martins. Fundos de Pensão de Servidores Públicos. Rio de Janeiro: Renovar.
2002. p. 10.
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Nesse gráfico, vemos exemplificadamente: as pessoas em


vermelho são os mais jovens, que estão na ativa. As pessoas em cinza
são os mais velhos, sendo “carregados” pelos mais novos. E assim
sucessivamente.

Ano: 2012 Banca: CESGRANRIO Órgão: Caixa Prova: CESGRANRIO - 2012 -


Caixa - Advogado (adaptada)
O princípio da solidariedade é um princípio securitário de suma importância,
pois permite a proteção coletiva, na qual as pequenas contribuições individuais geram
recursos suficientes para a criação de um manto protetor sobre todos, viabilizando a
concessão de prestações previdenciárias em decorrência de eventos preestabelecidos.

( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: C. Todos juntos, contribuindo solidariamente para o


sistema, traz a viabilidade de uma proteção social maior, conforme a
Constituição Federal definiu.

f.5) Princípio da Vinculação da Receita ao Orçamento

Art. 195, §1º. As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos


.
Municípios destinadas à Seguridade Social constarão dos respectivos
orçamentos, não integrando o orçamento da União.

O princípio da não afetação (ou não vinculação), um dos que


rege o orçamento público, é previsto no artigo 167, diz que é vedado
que a receita de impostos seja vinculada a órgãos, fundos ou despesas,
e sua finalidade é manter a discricionariedade da administração
pública na alocação dos gastos públicos, pelo menos quanto aos
impostos.

8 Fonte: https://www.abrainc.org.br/reforma-da-previdencia/2019/02/19/entenda-em-10-graficos-os-desafios-da-reforma-da-
previdencia/
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O princípio da colaboração federativa se contrapõe, então, ao


princípio da não vinculação. Direitos sociais também formam uma
exceção.

Ainda mais, o princípio da não afetação trata somente das


receitas provenientes de impostos. Outras formas de arrecadação
tributária, como as contribuições, já têm como característica a
destinação pré-determinada do produto arrecadado.

f.6) Princípio da vedação para contratar ou receber benefícios fiscais ou


creditícios

Art. 195, §3º. A pessoa jurídica em débito com o sistema da Seguridade


Social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder
Público e nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios.

A pessoa jurídica em débito com o sistema da Seguridade


Social está legalmente impedida de contratar com o poder público ou
dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
Em outras palavras, quando a empresa almejar licitar ou
contratar com o poder público será exigida previamente a Certidão
Negativa de Débitos – CND.
Se ela não possuir tal certidão, não poderá participar da
licitação, por exemplo.

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CAPÍTULO 2 - LEGISLAÇÃO
PREVIDENCIÁRIA

a) Características: Conteúdo e Fontes

Todas as LEIS e ATOS ADMINISTRATIVOS referentes ao


funcionamento do sistema previdenciário fazem parte (formam o
conjunto) da legislação previdenciária.

Lei
8.212/91
CF 1988

Lei
8.213/1991

Conteúdos da Legislação
previdenciária

Como exemplos podemos citar a Constituição Federal de 1988


(que expressa as normas gerais sobre o tema), a lei 8.212/1991 (que
trata do custeio da seguridade social), a lei 8.213/1991 (que trata do
plano de benefícios), o Decreto lei 3.048/99 (que regulamenta o regime
geral de previdência social) e a Instrução Normativa INSS 77/2015.
A LEI é a fonte FORMAL de obrigações e direitos
previdenciários, desde que, por óbvio, esteja compatível com a
Constituição Federal, nossa lei maior.
A Constituição Federal é, portanto, a FONTE por excelência da
Munyra Carolina S. Duarte. Todos os Direitos Reservados.

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