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PIS e Cofins
na Prática
Autor
Fabio Rodrigues de Oliveira
3ª edição
Goiânia – GO
2020
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Formato: epub
ISBN 978-65-990964-0-2
14-05703 CDU-34:336.2(81)
Índices para catálogo sistemático: 1. COFINS : Brasil : Direito tributário 34:336.2(81) 2. PIS : Con-
tribuição : Brasil : Direito tributário 34:336.2(81)
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Senti-me imensamente feliz ao receber o honroso convite para prefaciar a mais nova
obra do já consagrado autor Prof. Fabio Rodrigues de Oliveira, advogado e mestre em Con-
tabilidade, com profunda experiência tanto acadêmica quanto prática na área tributária.
Conheci o Prof. Fabio como mestrando na FECAP e, desde o início, fiquei muito sur-
preso com seu nível de conhecimento, simplicidade e capacidade de produção, pois, mes-
mo jovem, chegou ao mestrado já com vários livros publicados. Sem dúvida, é o mestrando
que todo professor sonha encontrar e, quanto mais o conhecia, mais minha admiração
crescia. Escrevemos juntos vários artigos, publicados tanto em congressos nacionais quan-
to internacionais, além de participarmos em conjunto de projetos de consultorias e, ainda,
ministrarmos aulas nos mesmos cursos atualmente.
Considerando toda a trajetória deste jovem autor, não se poderia esperar outra pro-
dução senão mais uma obra de fundamental importância para os profissionais e estudiosos
da contabilidade, do direito, da administração, da economia e todos aqueles que se dedi-
cam às áreas ficais e tributárias, como esta – PIS e COFINS na prática.
Desde a Constituição Federal de 1988, o gênero tributário que mais tem se elevado
no Brasil são as contribuições sociais, creio até que por algumas poucas, mas significativas
razões. Primeiramente, não resta dúvida de que, em termos de marketing junto à sociedade
brasileira, a denominação do tributo como “contribuição social” causa um impacto menos
negativo do que a denominação “imposto”, pois, apesar de todos os tributos serem compul-
sórios, o nome “imposto” transmite claramente a situação de compulsoriedade, enquanto
“contribuição social”, apesar de possuir a mesma compulsoriedade, passa para a socieda-
de uma ideia de mais liberdade, pois alguém que paga uma contribuição está ajudando
a outro; como é uma contribuição social, é como se o contribuinte estivesse liberalmente
contribuindo com a sociedade, o que na realidade não ocorre.
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Por estas razões, o crescimento da carga tributária brasileira desde o final da década
de 1980 até nossos dias tem ocorrido concentradamente nas contribuições sociais; somen-
te o PIS e a COFINS em conjunto representam aproximadamente um quarto da arrecadação
federal e, por se tratarem de tributos indiretos, uma vez que incidem sobre os bens e servi-
ços, impactam de forma significativa tanto as empresas industriais quanto as comerciais e
as prestadoras de serviços, comprometendo suas capacidades de investimentos e também
os consumidores por reduzir sua capacidade aquisitiva, dessa forma afetando negativa-
mente a economia.
Parabenizo-o por mais esta enorme contribuição que a obra traz aos profissionais,
estudantes e pesquisadores das áreas fiscal e tributária, com a certeza de que ela se cons-
tituirá em mais um sucesso de suas produções.
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SUMÁRIO
1. NOÇÕES GERAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.1. Instituição. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2. REGIME CUMULATIVO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.2. Alíquotas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.3. Pagamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.2. Alíquotas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.2.1 Receitas financeiras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
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3.4.6.2 Restrições. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
3.4.6.3 Opção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
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3.9. Pagamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
4. PIS/PASEP-IMPORTAÇÃO E COFINS-IMPORTAÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
4.5. Alíquotas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
4.8. Créditos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
6. INCIDÊNCIA MONOFÁSICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
6.2. Créditos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
6.2.1 Fabricantes e importadores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
6.2.2 Atacadistas e varejistas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
6.2.3 Industrialização por encomenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
7. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
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1. NOÇÕES GERAIS
Para as empresas, as contribuições sociais também têm um grande impacto, pois es-
tão entre os tributos mais onerosos. No regime não cumulativo, as alíquotas marginais das
contribuições totalizam 9,25% da receita auferida pela empresa. No caso dos prestadores
de serviços, em que a possibilidade de créditos é muito restrita, a alíquota efetiva fica muito
próxima desses percentuais.
ATENÇÃO
Encontramos a alíquota efetiva dividindo o valor devido, após desconto dos créditos, pela base
de cálculo das contribuições. O resultado, ainda deve ser multiplicado por 100. Assim, consi-
derando o valor devido de R$ 10.000,00 e uma base de cálculo de R$ 200.000,00, teremos:
(10.000,00 / 200.000,00) * 100 = 5%.
SAIBA MAIS
https://busca.legal/pis-e-cofins-primeiro-contato/
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1.1. Instituição
O Programa de Integração Social (PIS) e o Programa de Formação do Patrimônio do
Servidor Público (Pasep) foram instituídos, respectivamente, pelas Leis Complementares 7,
de 07.09.1970, e 8, de 03.12.1970.
ATENÇÃO
Quando de sua instituição, o fundo do PIS era constituído por duas parcelas:
A primeira das parcelas representava uma dedução do Imposto de Renda, motivo pelo qual
ficou conhecida como PISDedução. Era a contribuição do governo com o programa. Somente
a segunda parcela, conhecida como PISFaturamento, representava, efetivamente, um encargo
para a empresa.
As instituições financeiras, sociedades seguradoras e outras empresas que não realizavam ope-
rações de vendas de mercadorias, por sua vez, contribuíam para o Fundo em valor idêntico ao
PIS que era deduzido do Imposto de Renda. Por ser recolhida no mesmo valor do PISDedução,
esta contribuição ficou conhecida como PISRepique.
A Cofins, por sua vez, foi instituída pela LC 70, de 30.12.1991, ou seja, 21 anos após a
criação do PIS. Essa contribuição sucedeu o Fundo de Investimento Social (Finsocial), cria-
do pelo Decreto-lei 1940, de 25.05.1982, declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) em controle difuso de constitucionalidade e extinto pela citada LC 70/1991.
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ATENÇÃO
O Finsocial, com o advento da Constituição Federal de 1988, foi recepcionado de forma transitó-
ria, até que fosse instituída a contribuição prevista no art. 195, I, da CF. Ao contrário de substituí-
-lo, no entanto, o legislador optou por majorar a sua alíquota de 0,5% para 1%, depois para 1,2%
e, finalmente, para 2%, o que foi declarado inconstitucional.
Conforme prevê o art. 1.º da LC 70/1991, a Cofins destina-se às despesas com ativida-
des-fim das áreas de saúde, previdência e assistência social. Essa vinculação dos recursos
arrecadados das contribuições possui, no entanto, algumas exceções, a exemplo dos valo-
res que podem ser destinados ao Fundo Social de Emergência, previsto no art. 71 e seguin-
tes do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de 1988.
Com isso, além da incidência sobre a receita ou faturamento das empresas, as con-
tribuições também passaram a incidir sobre a importação, alcançando, neste caso, inclusive
pessoas físicas.
ATENÇÃO
Em regra, a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins possuem o mesmo fato gerador, caracteri-
zando um bis in idem, o que não é proibido pelas normas constitucionais brasileiras. A proibição
existente é para a bitributação, a qual ocorre quando entes distintos (União e Município, por
exemplo) querem tributar o mesmo fato gerador.
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Impostos
PIS
Contribuições sobre a
Receita ou Faturamento
Taxas
Cofins
Contribuições Sociais
Contribuições sobre o Lucro
Contribuições de Melhoria
PIS-Importação
Contribuições de Intervenção
Contribuições sobre
no Domínio Econômico
Concursos de Prognósticos
Contribuições Especiais
PIS-Importação
Contribuições de Interesse
Contribuições sobre a
de Categorias Profissionais
Importação
Empréstimos Compulsórios
Cofins-Importação
Contribuições de
Iluminação Pública
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O art. 149 da Constituição Federal também trata das contribuições sociais e traz
apontamentos importantes:
Com isso, a cada operação, havia uma superposição “em cascata” das contribuições,
o que motivo de críticas do setor empresarial e do próprio Ministério da Fazenda (MINISTÉ-
RIO DA FAZENDA, 2004), o qual declarou que as distorções do regime cumulativo prejudi-
cavam a eficiência e a competitividade nacional.
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vo. Estas exceções estão relacionadas nos arts. 8.º da Lei 10.637/2002 (Contribuição para
o PIS/Pasep) e 10 da Lei 10.833/2003 (Cofins).
Com base no artigo 10 da Lei nº 10.833/2003, é possível verificar que dos incisos I
a VI, estão os casos de exceção subjetiva, no qual a empresa estará integralmente no re-
gime cumulativo. Dos incisos VII a XXX, estão as hipóteses de exceção subjetiva, no qual
apenas parte das receitas da pessoa jurídica estará na cumulatividade. Vejamos:
I - as pessoas jurídicas referidas nos §§ 6.º, 8.º e 9.º do art. 3.º da Lei 9.718, de 1998, e na Lei
7.102, de 20 de junho de 1983;
II - as pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de renda com base no lucro presumido ou
arbitrado;
a) (Revogada);
b) com prazo superior a 1 (um) ano, de construção por empreitada ou de fornecimento, a pre-
ço pre-determinado, de bens ou serviços;
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economia mista ou suas subsidiárias, bem como os contratos posteriormente firmados de-
correntes de propostas apresentadas, em processo licitatório, até aquela data.
XVIII - as receitas decorrentes de prestação de serviços com aeronaves de uso agrícola ins-
critas no Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB);
XIX - as receitas decorrentes de prestação de serviços das empresas de call center, telemar-
keting, telecobrança e de teleatendimento em geral;
XXV - as receitas auferidas por empresas de serviços de informática, decorrentes das ati-
vidades de desenvolvimento de software e o seu licenciamento ou cessão de direito de
uso, bem como de análise, programação, instalação, configuração, assessoria, consultoria,
suporte técnico e manutenção ou atualização de software, compreendidas ainda como soft-
wares as páginas eletrônicas;
XXVII - (Vetado);
XXVIII - (Vetado);
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ATENÇÃO
Essa convivência do regime cumulativo e não cumulativo ocorrerá somente nas empresas tri-
butadas pelo Lucro Real, uma vez que as empresas do Presumido ou Arbitrado estão sujeitas
integralmente ao regime cumulativo.
E como está ao mesmo tempo nos dois regimes, os créditos a serem aproveitados
por esse hotel deverão ser proporcionalizados, conforme tratado no tópico 3.6.
SAIBA MAIS
2. Ato Declaratório Normativo COSIT nº 30/99, sobre a abrangência das atividades de constru-
ção civil.
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2. REGIME CUMULATIVO
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Dessa forma, não deverão ser adicionadas à base de cálculo as demais receitas
auferidas pela empresa, como é o caso das receitas oriundas do aluguel de imóveis perten-
centes ao contribuinte, quando não integrantes da sua atividade ou objeto social.
É importante observar, todavia, que nem sempre foi assim. A Lei 9.718/1998, em sua
redação original, estabelecia que a base de cálculo das contribuições alcançava todas as
receitas auferidas pela empresa, independentemente de sua denominação ou classificação
contábil.
Essa extensão da base de cálculo sempre foi motivo de discussão, pois a Constitui-
ção Federal restringia a incidência ao faturamento das empresas. Em 2009, após o STF ter
decidido de forma favorável às empresas (Recursos Extraordinários 357950/RJ, 390840/
MG, 358273/RS e 346084/PR), a Lei 11.941/2009 pôs fim à discussão e a incidência no regi-
me cumulativo ficou restrita ao faturamento das empresas.
Faturamento
Receita bruta (receitas da atividade)
Total de Receitas
Receita bruta (receitas da atividade) +
Outras receitas (p. ex. locação e
receitas financeiras)
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ATENÇÃO
2. A partir da Lei 11.941/2009, a base de cálculo das contribuições no regime cumulativo e não
cumulativo passaram a ser distintas. No primeiro, restritas ao faturamento do contribuinte, e no
segundo, abrangendo o total das receitas auferidas (faturamento e demais receitas).
Destaca-se, ainda, que as empresas do Lucro Presumido podem apurar suas recei-
tas de acordo com o regime de caixa (receita recebida) ou competência (receita auferida). A
opção é exercida anualmente em relação ao IRPJ (art. 20 da MP nº 2.158/2001) e tem refle-
xos nos demais tributos (CSLL, Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins).
No caso de empresas que vendem a prazo, a opção pelo regime de caixa é vanta-
josa, pois posterga o recolhimento das contribuições. Isso exige, no entanto, um controle
dos recebimentos em relação a cada receita auferida, fazendo com que a maior parte das
empresas prefira o regime de competência, no qual o controle é feito basicamente a partir
das notas fiscais emitidas.
ATENÇÃO
No regime de competência, o fato de uma venda a prazo não ser recebida, não possibilita ne-
nhum ajuste no valor das contribuições sociais, como já decidiu o STF no Recurso Extraordinário
1.110.831/SP.
2.1.1 Exclusões
A Lei 9.718/98, na redação dada pela Lei 12.973/2014, prevê que se excluem da re-
ceita bruta:
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E além das exclusões gerais mencionadas neste tópico, cabe observar que a Lei
9.718/98, em seu art. 3.º, prevê deduções específicas para determinadas atividades. Tam-
bém há outros diplomas legais com regras especiais para apuração da base de cálculo das
contribuições.
Atividade/Receita Artigo
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SAIBA MAIS
A Solução de Divergência 23/2013, a qual prevê que “os valores auferidos pela pessoa jurídica
centralizadora das atividades compartilhadas como reembolso das demais pessoas jurídicas in-
tegrantes do grupo econômico pelo pagamento dos dispêndios comuns não integram a base de
cálculo das contribuições em lume apurada pela pessoa jurídica centralizadora”.
ATENÇÃO
A exclusão dos ICMS próprio sempre foi uma das questões mais polêmicas em re-
lação às contribuições sociais e em março de 2017 tivemos o julgamento pelo STF do tão
aguardado Recurso Extraordinário 574.706 (com repercussão geral reconhecida). E foi por
fim reconhecimento que “o ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS
e da COFINS”.
ATENÇÃO
Em termos contábeis, inclusive, esses tributos já nem devem mais constar da Demonstração do
Resultado. Conforme prevê o Pronunciamento Técnico CPC 30/2012.
Essa falta de clareza motivou, inclusive, a PGFN a entrar com Embargos de Declara-
ção, os quais ainda não foram analisados pelo STF. A Receita Federal, por sua vez, por meio
da Solução de Consulta Interna (SCI) COSIT 13/2018, dispõe que somente o ICMS a recolher
pode ser excluído.
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Enquanto os Embargos de Declaração não forem analisados pelo STF, essa polêmi-
ca quanto ao valor do ICMS a ser excluído segue pendente.
SAIBA MAIS
1. Exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS: o que diz a SCI 13/2018?
https://busca.legal/exclusao-do-icms-da-base-de-calculo-do-pis-e-da-cofins-o-que-diz-a-sci/
https://busca.legal/como-ficam-os-creditos-pis-e-da-cofins-com-decisao-stf/
2.2. Alíquotas
Sobre a base de cálculo das contribuições serão aplicadas as alíquotas básicas de:
b) 3% para a Cofins.
SAIBA MAIS
2.3. Pagamento
Uma vez calculado o valor mensal devido, poderá ser deduzido desse montante:
O valor então a ser recolhido deverá ser pago de forma centralizada pelo estabe-
lecimento matriz da pessoa jurídica, até o dia 25 do mês seguinte à ocorrência dos fatos
geradores (art. 18 da Medida Provisória 2.158/2001).
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ATENÇÃO
1. Caso o dia do vencimento não seja dia útil, deve haver a antecipação do vencimento para dia
útil anterior.
O recolhimento deverá ser feito por meio de Darf, com os seguintes códigos de recolhi-
mento:
a) PIS/Pasep: 2172
b) Cofins: 8109
ATENÇÃO
De acordo com o art. 173 do CTN, a Fazenda Pública tem o prazo de cinco anos para constituir
o crédito tributário. Durante esse período, portanto, tanto o Fisco quanto o contribuinte podem
revisar a apuração das contribuições sociais, inclusive em relação aos créditos.
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EXEMPLO 1
Neste primeiro exemplo, será considerada uma empresa comercial, tributada pelo Lucro Real,
que revende mercadorias integralmente tributadas.
O primeiro passo para determinação das contribuições devidas é verificar quais foram as recei-
tas auferidas pelo contribuinte. Neste exemplo, serão consideradas as seguintes receitas:
Dessas receitas, importa observar que as contribuições não incidem sobre a venda de bens do
ativo imobilizado. Ou seja, do total das receitas auferidas, a segunda etapa é excluir aquelas não
sujeitas às contribuições.
Feito isso, será verificado que a base de cálculo das contribuições no caso em tela corresponde
a R$ 100.000,00.
Cabe observar que se a empresa tivesse produtos sujeitos a tributações distintas (alíquota zero
ou monofásico, por exemplo), as receitas de vendas deveriam ser segregadas para cálculo das
contribuições.
Se estivéssemos tratando das contribuições cumulativas, já teríamos o valor devido das contri-
buições. Todavia, como estamos analisando as contribuições não cumulativas, desses valores
ainda podemos descontar os créditos apurados no mês.
O primeiro passo para cálculo dos créditos é verificar os dispêndios que permitem a apuração
de créditos. Acreditamos que este é o trabalho mais árduo, tendo em vista as diversas restrições
existentes.
- Depreciação: R$ 500,00
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2. No que se refere à energia elétrica, o crédito abrange inclusive os gastos relativos ao setor
administrativo.
3. Em relação aos bens pertencentes ao ativo imobilizado, além do cálculo com base na depre-
ciação mensal, é permitida a apuração de créditos, em situações específicas, com base no valo
de aquisição ou fabricação do bem. No caso de empresa comercial, no entanto, o direito ao
crédito se restringe às edificações e benfeitorias.
Encontrados os valores que permitem o desconto de créditos, já temos a sua base de cálculo,
que no caso em tela corresponde a R$ 53.500,00, resultado da soma dos valores mencionados
anteriormente.
Sobre a base de cálculo, basta aplicar as alíquotas correspondentes a cada contribuição, ou seja:
Essas alíquotas aplicam¬ se, inclusive, sobre os valores pagos a pessoa jurídica sujeita ao regime
cumulativo.
Uma vez calculado o valor do débito e do crédito, basta deduzir o último do primeiro para chegar
ao valor devido:
Cabe observar que os créditos do PIS/Pasep não podem ser utilizados na dedução da Cofins e
vice-versa.
EXEMPLO 2
Neste segundo exemplo, será considerada uma empresa industrial, tributada pelo Lucro Real,
que auferiu as seguintes receitas:
Seguindo os mesmos passos do primeiro exemplo, devemos excluir as receitas não sujeitas às
contribuições. Neste caso, essas receitas correspondem aos valores decorrentes de exportação
e à venda do terreno do ativo imobilizado. O aluguel entra na base de cálculo, uma vez que neste
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É bom lembrar que a base de cálculo não inclui o IPI e o ICMS, este último quando cobrado por
substituição tributária. No exemplo em tela, já excluímos esses valores.
Desses valores a pessoa jurídica ainda pode descontar os créditos apurados no mês. Neste
exemplo, consideraremos os seguintes dispêndios incorridos no mês:
- Leasing: R$ 3.000,00
- Depreciação: R$ 4.000,00
Encontrados os valores que permitem a apropriação de créditos, já temos a sua base de cálculo,
que no caso em tela corresponde a R$ 85.000,00.
Sobre a base de cálculo, basta aplicar as alíquotas correspondentes a cada contribuição, ou seja:
Essas alíquotas aplicam-se, inclusive, sobre os valores pagos a pessoa jurídica sujeita ao regime
cumulativo.
Uma vez calculado o valor do débito e do crédito, basta deduzir o último do primeiro para chegar
ao valor devido:
Cabe observar que os créditos do PIS/Pasep não podem ser utilizados na dedução da Cofins e
vice-versa.
EXEMPLO 3
Os trechos destacados a seguir de documentos fiscais são aqueles a serem somados em cada
caso para definição da base de cálculo do débito contribuições:
29
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Base de cálculo do Valor do ICMS Base de cálculo do Valor do ICMS Subst. Valor total dos pro-
ICMS ICMS Subst. dutos
10.000,00 1.800,00 0,00 0,00 10.000,00
Valor do frete Valor do seguro Outras despesas Valor do IPI Valor total da nota
acessórias
0,00 0,00 0,00 0,00 10.000,00
Base de cálculo do Valor do ICMS Base de cálculo do Valor do ICMS Subst. Valor total dos pro-
ICMS ICMS Subst. dutos
10.000,00 1.800,00 0,00 0,00 10.000,00
Valor do frete Valor do seguro Outras despesas Valor do IPI Valor total da nota
acessórias
0,00 0,00 0,00 1.000,00 11.000,00
Base de cálculo do Valor do ICMS Base de cálculo do Valor do ICMS Subst. Valor total dos pro-
ICMS ICMS Subst. dutos
10.000,00 1.800,00 19.500,00 1.710,00 10.000,00
Valor do frete Valor do seguro Outras despesas Valor do IPI Valor total da nota
acessórias
200,00 0,00 0,00 1.000,00 12.910,00
Este exemplo é apenas didático, pois o cálculo das contribuições deve ser feito produto a produ-
to, uma vez que uma mesma nota fiscal pode conter produtos tributados e não tributados.
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A Medida Provisória 66/2002, em seu art. 11, já previa, inclusive, que até 31.12.2003 o
Poder Executivo submeteria ao Congresso Nacional projeto de lei tornando não cumulativa
a cobrança da Cofins. Com a publicação da Medida Provisória 135, de 30.10.2003, converti-
da posteriormente na Lei 10.833, de 29.12.2003, essa previsão legal foi concretizada.
Dessa forma, além das receitas próprias da atividade da pessoa jurídica (“faturamen-
to” em sentido estrito), deverão ainda ser adicionadas à base de cálculo as demais receitas
auferidas, como é o caso das receitas oriundas do aluguel de imóveis pertencentes ao con-
tribuinte, ainda que não integrantes do objeto social.
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Faturamento
Receita bruta (receitas da atividade)
Total de Receitas
Receita bruta (receitas da atividade) +
Outras receitas (p. ex. locação e
receitas financeiras)
ATENÇÃO
A partir da Lei 11.941/2009, a base de cálculo das contribuições no regime cumulativo e não
cumulativo passaram a ser distintas. No primeiro, restritas ao faturamento do contribuinte, e no
segundo, abrangendo o total das receitas auferidas (faturamento e demais receitas).
E importa destacar que na modalidade não cumulativa as receitas devem ser con-
sideradas de acordo com o regime de competência, ou seja, independentemente de seu
recebimento. Dessa forma, mesmo sem reflexos no caixa da empresa, as receitas auferidas
já devem ser consideradas para fins de cálculo das contribuições. A título de exemplo, uma
venda ocorrida no mês de janeiro, para recebimento no mês de março, será tributada pelas
contribuições logo no mês de janeiro.
ATENÇÃO
No regime de competência, o fato de uma venda a prazo não ser recebida, não possibilita ne-
nhum ajuste no valor das contribuições sociais, como já decidiu o STF no Recurso Extraordinário
1.110.831/SP.
Como toda regra, no entanto, há exceções, como é o caso das receitas de vendas
para o Poder Público, as quais podem ser tributadas de acordo com o regime de caixa,
ainda que a empresa esteja na não cumulatividade (arts. 8.º e 15, IV, da Lei 10.833/2003).
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E veja que a definição contábil de receita pode ser muito ampla, tendo em vista o
que consta do Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual, a seguir transcrito:
(a) receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a for-
ma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resul-
tam em aumentos do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com a contribuição
dos detentores dos instrumentos patrimoniais;
4.29. A definição de receita abrange tanto receitas propriamente ditas quanto ganhos. A
receita surge no curso das atividades usuais da entidade e é designada por uma variedade
de nomes, tais como vendas, honorários, juros, dividendos, royalties, aluguéis.
4.30. Ganhos representam outros itens que se enquadram na definição de receita e podem
ou não surgir no curso das atividades usuais da entidade, representando aumentos nos be-
nefícios econômicos e, como tais, não diferem, em natureza, das receitas. Consequentemen-
te, não são considerados como elemento separado nesta Estrutura Conceitual.
Tal posicionamento foi criticado por José Antonio Minatel, em singular tese sobre o
conteúdo do conceito de receita. Para o autor, tanto a definição contábil de receita como
aquelas adotadas por outras ciências não se confundem com a definição tributária, a qual,
tendo em vista a Constituição Federal:
Para o autor (2005), portanto, o conceito tributário de receita estaria restrito às re-
ceitas decorrentes do exercício da atividade empresarial e, consequentemente, ficariam
afastados da incidência, mesmo no regime não cumulativo, os valores decorrentes de va-
riação cambial ou monetária, doações recebidas, perdão de dívida, subvenções recebidas
do Poder Público, entre outras.
Essa polêmica sobre a definição de receitas já chegou ao STF. Com relatoria da Min.
Rosa Weber, acompanhada pelos demais Ministros, a exceção de Dias Toffoli, foi decidido
que:
O conceito de receita, acolhido pelo art. 195, I, b, da Constituição Federal, não se confun-
de com o conceito contábil. Entendimento, aliás, expresso nas Leis 10.637/02 (art. 1.º) e Lei
10.833/03 (art. 1.º), que determinam a incidência da contribuição ao PIS/Pasep e da Cofins
não cumulativas sobre o total das receitas, “independentemente de sua denominação ou
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classificação contábil”. Ainda que a contabilidade elaborada para fins de informação ao mer-
cado, gestão e planejamento das empresas possa ser tomada pela lei como ponto de parti-
da para a determinação das bases de cálculo de diversos tributos, de modo algum subordina
a tributação. A contabilidade constitui ferramenta utilizada também para fins tributários, mas
moldada nesta seara pelos princípios e regras próprios do Direito Tributário. Sob o específi-
co prisma constitucional, receita bruta pode ser definida como o ingresso financeiro que se
integra no patrimônio na condição de elemento novo e positivo, sem reservas ou condições
(RE 606.107 Rio Grande do Sul).
Como se deduz do citado trecho, o STF reconheceu que receita “pode ser definida
como o ingresso financeiro que se integra no patrimônio na condição de elemento novo e
positivo, sem reservas ou condições”. Essa também já havia sido a posição de Ricardo Mariz
de Oliveira (2001, p. 30), para o qual receita é “algo novo, que se incorpora a um determina-
do patrimônio”, como lembrou o voto da relatora.
ATENÇÃO
O entendimento amplo da definição de receitas adotado pela Receita Federal pode ser encon-
trado, por exemplo, nas seguintes decisões:
SAIBA MAIS
https://busca.legal/perdao-de-divida-descontos-financeiros-e-anistia-fiscal-impacto-no-pis-e-na-cofins/
https://busca.legal/credito-presumido-do-icms-e-seu-impacto-na-apuracao-do-pis-e-da-cofins/
3.1.2 Exclusões
No regime não cumulativo, que alcança todas as receitas auferidas pela empresa,
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a) financeiras decorrentes do Ajuste a Valor Presente de que trata o inc. VIII do caput
do art. 183 da Lei 6.404/1976, referentes a receitas excluídas da base de cálculo das contri-
buições;
e) relativas ao valor do imposto que deixar de ser pago em virtude das isenções e
reduções de que tratam as alíneas “a”, “b”, “c” e “e” do § 1.º do art. 19 do Decreto-lei 1.598,
de 1977; e
E além das exclusões gerais mencionadas neste tópico, cabe observar que as Leis
10.637/2002 e 10.833/2003, em seu art. 2.º, preveem deduções específicas para determi-
nadas atividades. Também há outros diplomas legais com regras especiais para apuração
da base de cálculo das contribuições.
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Atividade/Receita Artigo
SAIBA MAIS
A Solução de Divergência 23/2013, a qual prevê que “os valores auferidos pela pessoa jurídica
centralizadora das atividades compartilhadas como reembolso das demais pessoas jurídicas in-
tegrantes do grupo econômico pelo pagamento dos dispêndios comuns não integram a base de
cálculo das contribuições em lume apurada pela pessoa jurídica centralizadora”.
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ATENÇÃO
A exclusão dos ICMS próprio sempre foi uma das questões mais polêmicas em re-
lação às contribuições sociais e em março de 2017 tivemos o julgamento pelo STF do tão
aguardado Recurso Extraordinário 574.706 (com repercussão geral reconhecida). E foi por
fim reconhecimento que “o ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS
e da COFINS”.
Essa falta de clareza motivou, inclusive, a PGFN a entrar com Embargos de Declara-
ção, os quais ainda não foram analisados pelo STF. A Receita Federal, por sua vez, por meio
da Solução de Consulta Interna (SCI) COSIT 13/2018, dispõe que somente o ICMS a recolher
pode ser excluído.
Enquanto os Embargos de Declaração não forem analisados pelo STF, essa polêmi-
ca quanto ao valor do ICMS a ser excluído segue pendente.
SAIBA MAIS
1. Exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS: o que diz a SCI 13/2018?
https://busca.legal/exclusao-do-icms-da-base-de-calculo-do-pis-e-da-cofins-o-que-diz-a-sci/
https://busca.legal/como-ficam-os-creditos-pis-e-da-cofins-com-decisao-stf/
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3.2. Alíquotas
Sobre a base de cálculo das contribuições serão aplicadas as alíquotas básicas de:
SAIBA MAIS
Por força da Lei 10.865/2004, no entanto, o Poder Executivo foi autorizado a reduzir
e restabelecer as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins sobre as receitas fi-
nanceiras. E foi o que ele fez, reduzindo a zero as alíquotas, utilizando para tanto o Decreto
5.442/2005. E assim ficamos entre abril de 2005 a junho de 2015, quando o governo, usan-
do da autorização legal, resolveu restabelecer parcialmente as alíquotas das contribuições
para 0,65% e 4%.
Além das críticas que recebem qualquer aumento da carga tributária, esta medida
foi fortemente censurada pela forma como foi aplicada: através de um decreto, instrumento
que normalmente é utilizado pelo Poder Executivo para regulamentar ou dar execução às
leis. Os críticos apontam que isso fere o princípio da legalidade, para o qual o tributo só
pode ser criado ou majorado por meio de lei.
E destaca-se que por meio do Decreto 8.426/2015, após grande crítica por parte
das empresas, o governo federal cedeu e flexibilizou o impacto das mudanças, ao manter a
alíquota zero para receitas de variações cambiais, por exemplo.
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SAIBA MAIS
https://busca.legal/pis-e-cofins-e-as-inumeras-formas-de-tributar-receitas-financeiras/
https://busca.legal/receitas-financeiras-e-a-majoracao-do-pis-e-da-cofins-por-meio-de-decreto/
O modelo instituído, no entanto, inovou em relação aos demais tributos não cumula-
tivos existentes no país, como será possível observar a seguir.
Na Carta Magna de 1988, a não cumulatividade também se encontra prevista para di-
versos tributos, como se constata dos trechos a seguir transcritos da Constituição Federal:
(...)
II - será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o mon-
tante cobrado nas anteriores;
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I - será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à cir-
culação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores
pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;
c) Contribuições Sociais
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições inciden-
tes na forma dos incisos I, b; e IV do caput [contribuições sociais incidentes sobre a receita
ou faturamento e na importação], serão não cumulativas.
Ao contrário do que acontece com outros sistemas jurídicos, nos quais o princípio da
não cumulatividade não merece nem mesmo consagração constitucional, no Brasil a Carta
Magna não se conformou em ditar o princípio concisamente, como destaca Sacha Calmon
Navarro Coêlho (2009). A Constituição Federal o fez em minúcia, já lhe ditando as regras
mais importantes.
Justamente por isso, Coêlho e Derzi (2005, p. 107) defendem que a não cumulati-
vidade encontra-se prevista e delimitada na própria Constituição Federal. Em relação ao
ICMS e ao IPI, não há como discordar de tal afirmativa, haja vista a literalidade da Carta
Magna. Em relação às contribuições sociais, no entanto, a Constituição Federal se limitou a
prevê-la, sem detalhar a forma de sua operacionalização, o que deu margem para institui-
ção do presente modelo de não cumulatividade.
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Do lado oposto aos autores que veem a não cumulatividade como um princípio que
não comporta restrições, há os partidários da corrente legalista, para os quais o legislador
está livre para relacionar os créditos que podem ser apropriados.
Seguindo essa corrente e tendo em vista que as contribuições incidem sobre as re-
ceitas, todos os custos e despesas necessários à geração de receitas deveriam permitir a
apropriação de créditos. Despesas com propaganda ou comissões de venda, por exemplo,
estariam enquadrados nesta categoria e permitiriam o aproveitamento de créditos.
Para esta corrente não se discute, por exemplo, o que é ou não insumos. Isso pouco
importa. O critério para apropriação de crédito é saber se o custo ou a despesa são neces-
sários para a geração da receita.
Para a corrente legalista, entretanto, o legislador está livre para relacionar os crédi-
tos que podem ser apropriados. Para esta corrente, a qual é seguida pela Receita Federal, a
relação de créditos prevista no art. 3.º das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003 é taxativa. Com
isso, para aproveitamento de créditos, não basta que o custo ou a despesa sejam necessá-
rios à geração da receita, é preciso que eles estejam previstos na legislação.
CORRENTE
CONSTITUCIONALISTA
•A relação de créditos é
exemplificativa) ou CORRENTE LEGALISTA
inconstitucional!)
• É possível aproveitar crédito de •A relação de créditos é taxativa)
toda despesa necessária • É possível aproveitar crédito somente
daquilo que está na Lei
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De qualquer forma, a palavra final sobre esta questão cabe ao STF, que inclusive já
reconheceu Repercussão Geral no Recurso Extraordinário com Agravo 790.928. De acordo
com o órgão:
Destaca-se que esta ação foi posteriormente substituída para julgamento de Reper-
cussão Geral pelo processo 841.979, ainda pendente de julgamento.
SAIBA MAIS
A não cumulatividade é um bom exemplo da falta de lógica que muitas vezes nos deparamos em
relação às contribuições sociais. E isso inspirou o artigo a seguir citado:
https://busca.legal/como-spock-aproveitaria-creditos-de-pis-e-cofins/
Não dará direito a crédito, por exemplo, a aquisição de bens ou serviços não sujeitos
ao pagamento da contribuição, inclusive no caso de isenção, esse último quando revendi-
dos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos à alíquota 0 (zero), isentos
ou não alcançados pela contribuição (Art. 3.º, § 2º, II, das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003).
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Aquisição de insumo
Aqusição de insumo Aquisição de insumo
tributado à alíquota
tributado isento
zero
Possibilidade
Possibilidade Impossibilidade de crédito, apenas se
de crédito de crédito a operação posterior
for tributada
Para apurar créditos, portanto, é necessário verificar se o produto que está sendo
adquirido não está alcançado por algum benefício fiscal. Justamente por isso, as tabelas
citadas no tópico 5 (Benefícios fiscais) servem tanto para identificar quais produtos são tri-
butados quanto para apurar créditos.
Também não dará crédito os valores pagos a pessoas físicas, uma vez que os crédi-
tos se aplicam exclusivamente aos pagamentos a pessoas jurídicas, salvo alguns créditos
presumidos, comuns em agroindústrias.
Por outro lado, as vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não
incidência não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas
operações. Ou seja, o fato de um produto ser vendido com benefício fiscal não é impeditivo
para que o crédito seja mantido (art. 17 da Lei 11.033/2004).
ATENÇÃO
Deverá ser estornado o crédito relativo a bens adquiridos para revenda ou utilizados como in-
sumos na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados
à venda, que tenham sido furtados ou roubados, inutilizados ou deteriorados, destruídos em
sinistro ou, ainda, empregados em outros produtos que tenham tido a mesma destinação. Em
verdade, sempre que for dada destinação diversa daquela que originou o crédito, ele deverá ser
estornado pelo contribuinte.
Outro ponto importante refere-se às alíquotas a serem usadas na apuração dos cré-
ditos. Salvo previsão legal em contrário, os créditos, quando admitidos, serão calculados
às alíquotas de 1,65% para a Contribuição para o PIS/Pasep e 7,6% para a Cofins. Isso se
deve ao fato de as contribuições sociais estarem sujeitas ao “Método Indireto Subtrativo”,
comentado no tópico a seguir.
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SAIBA MAIS
1. Solução de Consulta Cosit 22/2016, que prevê que, ressalvadas as exceções legais aplicáveis
a cada caso concreto de acordo com a legislação pertinente, os créditos admissíveis para des-
conto dos valores devidos devem ser apurados às alíquotas básicas.
E tem que ser assim mesmo, pois quando foi criada a não cumulatividade, lá em
2002, nem havia informações da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins no documento
fiscal. Somente com a chegada da NF-e passamos a ter tais informações, mas a legislação
não foi alterada.
SAIBA MAIS
https://busca.legal/irregularidades-no-documento-fiscal-e-aproveitamento-de-creditos-pis-e-da-cofins/
https://busca.legal/divergencias-entre-nf-e-e-efd-contribuicoes-o-que-prevalece/
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Essa interpretação é coerente, pois no regime não cumulativo das contribuições não
há necessariamente uma transferência de créditos, como ocorre com o ICMS e o IPI (Mé-
todo de Crédito do Tributo). Aqui, os créditos são apurados internamente pelo contribuinte
(Método Indireto Subtrativo).
SAIBA MAIS
https://busca.legal/e-possivel-aproveitar-creditos-de-pis-e-cofins-na-aquisicao-do-mei/
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b) o ICMS integra o custo dos bens e das mercadorias, exceto quando cobrado pelo
vendedor na condição de substituto tributário;
c) integram o custo de aquisição dos bens e das mercadorias o seguro e o frete pa-
gos na aquisição, quando suportados pelo comprador.
Base de cálculo do Valor do ICMS Base de cálculo do Valor do ICMS Subst. Valor total dos pro-
ICMS ICMS Subst. dutos
10.000,00 1.800,00 0,00 0,00 10.000,00
Valor do frete Valor do seguro Outras despesas Valor do IPI Valor total da nota
acessórias
0,00 0,00 0,00 0,00 10.000,00
Base de cálculo do Valor do ICMS Base de cálculo do Valor do ICMS Subst. Valor total dos pro-
ICMS ICMS Subst. dutos
10.000,00 1.800,00 0,00 0,00 10.000,00
Valor do frete Valor do seguro Outras despesas Valor do IPI Valor total da nota
acessórias
0,00 0,00 0,00 1.000,00 11.000,00
Base de cálculo do Valor do ICMS Base de cálculo do Valor do ICMS Subst. Valor total dos pro-
ICMS ICMS Subst. dutos
10.000,00 1.800,00 19.500,00 1.710,00 10.000,00
Valor do frete Valor do seguro Outras despesas Valor do IPI Valor total da nota
acessórias
200,00 0,00 0,00 1.000,00 12.910,00
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ATENÇÃO
1. A base de cálculo do crédito não corresponde ao custo contábil da mercadoria, que estará
líquido dos tributos recuperáveis.
2. Em relação ao frete nas operações de compras, cabe observar que o direito ao crédito está
vinculado à mercadoria adquirida. Assim, caso a mercadoria não permita o aproveitamento de
créditos, a exemplo de mercadorias adquiridas com alíquota zero, o crédito sobre frete também
não será admitido.
3. A IN RFB 1911/2019, ao tratar da base de cálculo dos créditos, não menciona a possibilidade de
aproveitamento de crédito sobre a parcela do ICMS da operação própria. Entendemos que esta
inovação não possui base legal e deverá ser revista pela Receita Federal.
Cumpre observar, também, que deve ser estornado o crédito relativo à aquisição de
bens para revenda que tenham sido furtados ou roubados, inutilizados ou deteriorados,
destruídos em sinistro ou, ainda, empregados em outros produtos que tenham tido a mes-
ma destinação (art. 21 da Lei 10.865/2004).
ATENÇÃO
Pode ocorrer que, por ocasião da compra de mercadorias para revenda, o adquirente seja bene-
ficiado por uma bonificação recebida em produtos. Tal bonificação se refere, normalmente, a um
acréscimo no número de produtos recebidos, a conhecida “dúzia de treze”.
Nesse caso, considerando que a bonificação recebida está vinculada a uma compra efetiva e
que na contabilização dessas mercadorias o procedimento será o de redução de custo unitário
(ou seja, pelo preço de 12, será dada entrada em 13 produtos), para a tomada de créditos será
considerado o valor dispendido. Assim, o valor do crédito não se alterará.
3.4.2 Insumos
Este é o mais polêmico de todos os créditos, pois o contribuinte sempre buscou
enquadrar nele todos os casos que não se encaixavam nos demais créditos e a Receita
Federal, por sua vez, sempre teve uma visão muito restritiva.
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O legislador não trouxe uma definição para o que seriam insumos, como também
não relacionou taxativamente quais seriam esses bens e serviços que possibilitariam a apu-
ração de créditos. Apenas condicionou que eles deveriam ser utilizados “na prestação de
serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda”.
Tendo em vista que o legislador não trouxe uma definição para insumos, a Receita
Federal, determinou, por meio da IN 404, de 12.03.2004, que se entende como insumos:
a) os bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços, desde que não estejam incluí-
dos no ativo imobilizado; e
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A “definição fiscal de insumos” nem mesmo corresponde ao total dos custos in-
corridos para a produção de um bem ou para prestação de um serviço, como poderia se
esperar. Somente estão alcançados por este conceito os bens ou serviços aplicados ou
consumidos diretamente na produção de outros bens ou na prestação de serviços.
Essas decisões não se aplicam, em regra, a terceiros. Entretanto, como adverte Ru-
bens Gomes de Sousa (1975, p. 73), “a jurisprudência é uma fonte complementar do direito
porque, constituindo um precedente emanado dos órgãos técnicos especialmente encarre-
gados de aplicar a lei, ajuda a entender-lhe o sentido e fixar o seu alcance”.
Justamente por isso, faz-se importante conhecer tais decisões na busca do conceito
de insumos.
No cálculo da COFINS o sujeito passivo somente poderá descontar créditos calculados so-
bre valores correspondentes a insumos, assim entendidos os bens ou serviços aplicados ou
consumidos diretamente na produção ou fabricação de bens e na prestação de serviços,
não se considerando como tal despesas realizadas com fretes, despachos, carretos, bônus
de terceiros, aluguéis, comissões, depreciações ou gastos com vendas e despesas adminis-
trativas.
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A primeira fase de interpretação do CARF sofreu uma grande mudança com o Acór-
dão 3202-00.226, de 08.12.2010 (2.ª Câmara/2.ª Turma Ordinária). Foi uma decisão polêmi-
ca, da qual é transcrito o seguinte trecho:
Esta segunda fase - que também possui exemplos no judiciário - trouxe uma grande
inovação, ao afastar a definição de insumos adotada pela legislação do IPI e optar pela de-
finição do IRPJ. Tendo em vista a materialidade de incidência das contribuições, é coerente
esta ampliação, mas inovadora em relação ao contido nas leis instituidoras da não cumu-
latividade, que em momento algum sinalizaram que tal conceito deveria abranger todo e
qualquer custo ou despesa necessária à atividade da empresa.
Apesar das comemorações por parte dos contribuintes com uma definição ampla de
insumos, essa inovação foi logo revista, com a decisão constante do Acórdão 9303-01.036,
da 3.ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF). Esta decisão, mais equilibra-
da, afastou tanto a definição restritiva do IPI quanto a definição extensiva do IRPJ. Optou-se
pela construção de uma definição a partir da própria legislação das contribuições sociais.
A diferença desta decisão, em relação às demais, é que ela tem a função de unifor-
mizar o entendimento sobre insumos, uma vez que deve ser observada pelo judiciário nos
demais recursos que tratem de idêntica controvérsia. O CARF (art. 62 do Regimento Interno
do CARF), a PGFN e a RFB também passam a seguir a nova orientação, sendo que no caso
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destes últimos dois órgãos isso ainda fica pendente de expedição de nota explicativa nos
termos da Portaria Conjunta PGFN/RFB 1/2014.
2. O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou relevân-
cia, vale dizer, considerando-se a imprescindibilidade ou a importância de determinado item
- bem ou serviço - para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo
contribuinte.
Todavia, após a leitura da íntegra da decisão, é possível verificar que a referida emen-
ta não representa exatamente o que foi julgado.
Conforme voto da ministra Regina Helena Costa, é essencial o “item do qual depen-
da, intrínseca e fundamentalmente, o produto ou o serviço, constituindo elemento estrutural
e inseparável do processo produtivo ou da execução do serviço, ou, quando menos, a sua
falta lhes prive de qualidade, quantidade e/ou suficiência”.
E por relevante entenda o item cuja finalidade, embora não indispensável à elabo-
ração do próprio produto ou à prestação do serviço, integre o processo de produção, seja
pelas singularidades de cada cadeia produtiva, seja por imposição legal.
Vejam que em ambos os casos foi dada relevância ao processo produtivo ou à exe-
cução do serviço. O conceito de insumos permanece, portanto, distinto daquele aplicável
ao IRPJ, que alcança todos os gastos necessários à atividade da empresa.
SAIBA MAIS
https://busca.legal/o-stj-e-a-nova-definicao-de-insumos-voce-leu-a-integra-da-decisao/
Tendo em vista a decisão do STJ, a Receita Federal foi obrigada a mudar seu entendi-
mento sobre a definição de insumos. Tivemos, com isso, uma ampliação das possibilidades
de crédito, em comparação ao entendimento anterior do Fisco.
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SAIBA MAIS
https://busca.legal/nova-definicao-de-insumos-qual-o-entendimento-da-receita-federal/
b) o ICMS integra o custo dos bens e das mercadorias, exceto quando cobrado pelo
vendedor na condição de substituto tributário;
c) integram o custo de aquisição dos bens e das mercadorias o seguro e o frete pa-
gos na aquisição, quando suportados pelo comprador.
Base de cálculo do Valor do ICMS Base de cálculo do Valor do ICMS Valor total dos
ICMS ICMS Subst. Subst. produtos
10.000,00 1.800,00 0,00 0,00 10.000,00
Valor do frete Valor do seguro Outras despesas Valor do IPI Valor total da nota
acessórias
0,00 0,00 0,00 0,00 10.000,00
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Base de cálculo do Valor do ICMS Base de cálculo do Valor do ICMS Valor total dos
ICMS ICMS Subst. Subst. produtos
10.000,00 1.800,00 0,00 0,00 10.000,00
Valor do frete Valor do seguro Outras despesas Valor do IPI Valor total da nota
acessórias
0,00 0,00 0,00 1.000,00 11.000,00
ATENÇÃO
1. A base de cálculo do crédito não corresponde ao custo contábil da mercadoria, que estará
líquido dos tributos recuperáveis.
2. Em relação ao frete nas operações de compras, cabe observar que o direito ao crédito está
vinculado à mercadoria adquirida. Assim, caso a mercadoria não permita o aproveitamento de
créditos, a exemplo de mercadorias adquiridas com alíquota zero, o crédito sobre frete também
não será admitido.
3. A IN RFB 1911/2019, ao tratar da base de cálculo dos créditos, não menciona a possibilidade de
aproveitamento de crédito sobre a parcela do ICMS da operação própria. Entendemos que esta
inovação não possui base legal e deverá ser revista pela Receita Federal.
Cumpre observar, também, que deve ser estornado o crédito relativo à aquisição de
bens para revenda que tenham sido furtados ou roubados, inutilizados ou deteriorados,
destruídos em sinistro ou, ainda, empregados em outros produtos que tenham tido a mes-
ma destinação (art. 21 da Lei 10.865/2004).
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A presente hipótese de crédito não está restrita ao setor fabril. Dessa forma, mesmo
despesas com energia elétrica ou térmica relativa à parte administrativa geram crédito das
contribuições. O crédito também é admitido na atividade comercial e na prestação de ser-
viços.
ATENÇÃO
Em uma revisão fiscal, a análise do aproveitamento de créditos de energia deve estar entre os
primeiros itens, uma vez que é muito comum as empresas apropriarem créditos de forma indevi-
da, em montante inferior ao permitido pela legislação.
SAIBA MAIS
1. Solução de Consulta 6ª Região Fiscal 17/2011, sobre vedação à apuração de créditos com base
na potência garantida de energia elétrica contratada pelo sujeito passivo com a concessionária.
3.4.4 Aluguel
As despesas com aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, utilizados nas ati-
vidades da empresa, também geram direito a créditos. Como se verifica, não é todo tipo de
aluguel que permite o aproveitamento de créditos. Interpretando literalmente o dispositivo
legal, ficam de fora, por exemplo, o aluguel de veículos, terrenos e programas de compu-
tadores.
Por outro lado, a presente hipótese de crédito não está restrita ao setor fabril. Dessa
forma, mesmo a despesa com aluguel relativa à área administrativa gera crédito das contri-
buições. O crédito também é admitido na atividade comercial e na prestação de serviços.
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ATENÇÃO
É vedado, desde 31.07.2004, o crédito relativo a aluguel de bens que já tenham integrado o patri-
mônio da pessoa jurídica (art. 31 da Lei 10.865/2004). Essa medida visa coibir que o contribuinte
aliene os bens de sua propriedade, que não geram mais créditos, e passe a alugá-los com a
única finalidade de ter mais uma opção de crédito.
Dessa forma, é uma alternativa a ser avaliada em relação à aquisição de bens para
o ativo imobilizado, que são bem mais restritos. Os créditos sobre arrendamento mercantil
também são mais extensos que sobre aluguel, que estão restritos a prédios, máquinas e
equipamentos.
Cabe observar que o direito ao crédito alcança, inclusive, os bens objeto de leasing
ativados contabilmente em decorrência da adoção das novas normas contábeis, ou seja, o
aproveitamento de créditos abrange tanto o leasing operacional quanto o financeiro.
E na hipótese de bens objeto de leasing que foram ativados, cabe observar que a
legislação impede o aproveitamento de créditos com base na depreciação mensal ou cus-
tos de aquisição, ou seja, o crédito continuará a ser aproveitado de acordo com o valor das
contraprestações de leasing.
Art. 57. No caso de operação de arrendamento mercantil não sujeita ao tratamento tributário
previsto na Lei 6.099, de 12 de setembro de 1974, em que haja transferência substancial dos
riscos e benefícios inerentes à propriedade do ativo, o valor da contraprestação deverá ser
computado na base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins pela pessoa
jurídica arrendadora.
ATENÇÃO
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a) locação a terceiros;
ATENÇÃO
SAIBA MAIS
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Em um imóvel construído pela própria pessoa jurídica, por exemplo, será necessário
excluir o valor da mão de obra paga a pessoa física. Consequentemente, o encargo mensal
de depreciação, usado para cálculo dos créditos, não será o mesmo adotado para registro
contábil.
Cabe observar que a parcela do ICMS incidente sobre o ativo adquirido integra a
base de cálculo do crédito, de forma semelhante ao que ocorre com a aquisição de insu-
mos ou bens para revenda. Isso requer, no entanto, atenção e controle, pois o valor contábil
dos encargos de depreciação estará líquido da parcela do ICMS recuperável.
Os gastos com instalação ou frete para aquisição de bens destinados ao ativo imo-
bilizado também entram na base de cálculo dos créditos, conforme preveem as soluções
de consulta a seguir transcritas. Tais decisões são coerentes e estão alinhadas à mesma
interpretação dadas aos bens para revenda e insumos.
SAIBA MAIS
3.4.6.2 Restrições
Essa medida restritiva é coerente, no que se refere à aquisição de bens que perten-
ceram ao ativo não circulante de outro contribuinte, uma vez que a venda de bens do ativo
não circulante é excluída da incidência do PIS/Pasep e da Cofins. Por outro lado, se esse
ativo constava do ativo circulante de outro contribuinte, ou seja, se a sua venda foi normal-
mente tributada, essa vedação é incompatível com a não cumulatividade.
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§ 28. No cálculo dos créditos a que se referem os incisos VI e VII do caput, não serão compu-
tados os ganhos e perdas decorrentes de avaliação de ativo com base no valor justo.
3.4.6.3 Opção
A opção por uma sistemática ou outra é feita de forma irretratável, com o recolhi-
mento das contribuições apuradas. Não há nenhum procedimento formal para a opção por
um ou outro método, ou seja, o que efetivamente distingui um método do outro é o reco-
lhimento das contribuições.
Também é bom ressaltar que o critério adotado para a recuperação dos créditos
decorrentes da aquisição de bens do ativo imobilizado deve ser o mesmo para o PIS/Pasep
e para a Cofins.
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Portanto, o valor da depreciação mensal a ser utilizado como base de cálculo dos
créditos não corresponde, necessariamente, ao valor da depreciação registrado contabil-
mente.
Cabe destacar que, sendo possível a escolha entre o aproveitamento com base na
depreciação e no custo de aquisição, este sempre deve ser preferido, haja vista que o apro-
veitamento do crédito se dará em menor prazo.
ATENÇÃO
EXEMPLO
Empresa prestadora de serviços de reboque adquiriu veículo rebocador (NCM 8716) para ser
utilizado na prestação de serviços. Foi pago o valor de R$ 120.000,00 pelo bem. Poderá ser
descontado crédito das contribuições? Como será o cálculo?
RESPOSTA: Sim. O crédito será apurado sobre o montante da depreciação incorrida mês a mês.
sobre este bem, a taxa anual de depreciação é de 20%. Dessa forma, poderá ser depreciado a
cada ano o valor de R$ 24.000,00 (R$ 120.000,00 / 5). O valor mensal de depreciação será de
R$ 2.000,00 (R$ 24.000,00 / 12). Este último valor será a base de cálculo do valor a ser apurado
mensalmente.
Com isso, poderão ser descontados mensalmente R$ 33,00 para o PIS/Pasep (R$ 2.000,00 x
1,65%) e R$ 152,00 para a Cofins (R$ 2.000,00 x 7,6%).
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Considerando que o veículo foi adquirido por R$ 60.000,00, a base de cálculo men-
sal, portanto, será de R$ 1.000,00 (1/60 de R$ 60.000,00) e os créditos serão de:
O valor dos créditos, em qualquer modalidade, será sempre o mesmo, o que se alte-
ra é o prazo em que esses créditos serão descontados.
Veja que neste caso o aproveitamento do crédito não está restrito à área produtiva,
sendo possível o aproveitamento de crédito em relação a um imóvel para a área comercial
ou administrativa, por exemplo.
Inicialmente, este crédito também só poderia ser aproveitado de acordo com a de-
preciação (construção em imóvel próprio) ou amortização (construção em imóvel de tercei-
ro) do bem.
ATENÇÃO
No caso de gastos em imóveis de terceiros, cujo contrato estabeleça período definido de utiliza-
ção do imóvel, não há o que se falar em depreciação e sim amortização. Neste caso, sobre o va-
lor dos gastos será aplicada taxa mensal de amortização fixada com base no número de meses
restantes de existência do direito, salvo se permitido o aproveitamento em 24 meses.
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Como o prazo poderia ser muito extenso, foi adotada a possibilidade de aproveita-
mento do crédito em 24 meses, com base no valor de aquisição ou construção. Esta mo-
dalidade, no entanto, é restrita às edificações utilizadas na produção de bens destinados à
venda ou na prestação de serviços (art. 6.º da Lei 11.488/2007). Nas edificações de uma em-
presa comercial, por exemplo, só restará o aproveitamento via depreciação ou amortização.
ATENÇÃO
2. Também não poderá ser amortizado “o valor das construções ou benfeitorias realizadas em
imóvel alugado, quando haja direito ao seu recebimento” (Parecer Normativa CST 210/73).
SAIBA MAIS
62
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EXEMPLO
Em janeiro de 2020 foram recebidos em devolução bens tributados na forma não cumulativa, à
alíquota básica. Quais procedimentos a serem adotados?
RESPOSTA: Sobre o valor das devoluções tributadas anteriormente na forma não cumulativa po-
derão ser descontados créditos das contribuições. Serão aplicadas as alíquotas de 1,65% e 7,6%.
ATENÇÃO
1. A devolução de bens que foram tributados à alíquota zero ou beneficiados por suspensão, por
exemplo, não gera direito a créditos.
ATENÇÃO
O Ato Declaratório Interpretativo SRF 2/2005 esclareceu que os valores dos gastos com segu-
ros, nas operações de vendas de produtos ou mercadorias, não geram direito a crédito.
Nas vendas FOB (Free On Board), em que o comprador arca com os custos do trans-
porte, não será permitido o aproveitamento de créditos pelo vendedor. Nesses casos, os
créditos serão apurados pelos próprios adquirentes, uma vez que compõem o custo de
aquisição do bem.
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ATENÇÃO
Em relação ao crédito sobre frete nas operações de compras, cabe observar que o direito ao
crédito está vinculado à mercadoria adquirida. Assim, caso a mercadoria não permita o aprovei-
tamento de créditos, a exemplo de mercadorias adquiridas com alíquota zero, o crédito sobre
frete também não será admitido.
É importante destacar que o direito ao crédito analisado neste tópico está ligado a
uma operação de venda e, com isso, surge a dúvida se na transferência entre estabeleci-
mentos da pessoa jurídica haveria direito ao crédito.
Esta é uma das questões polêmicas da não cumulatividade. Como se sabe, é muito
comum, por questões logísticas, um produto ser remetido para um centro de distribuição e,
deste, para a unidade onde o produto será comercializado. No âmbito da Receita Federal a
questão já está consolidada, no sentido de ser proibido tal crédito (Soluções de Divergên-
cia 11/2007, 12/2008, 26/2008 e 2/2011).
Dessa forma, tendo em vista que essas transferências entre matriz e filiais objetivam
ao final uma venda, estariam ligadas ao conceito de “operação de venda”, permitindo o
aproveitamento de créditos.
SAIBA MAIS
https://busca.legal/trilogia-creditos-de-pis-e-cofins-sobre-fretes-parte-1-compras/
https://busca.legal/trilogia-creditos-de-pis-e-cofins-sobre-fretes-parte-2-vendas/
https://busca.legal/trilogia-creditos-de-pis-e-cofins-sobre-fretes-parte-3-transferencia-e-outros/
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Este crédito deverá ser aproveitado a partir dos encargos de amortização incorridos
no mês, ou seja, não será aproveitado no momento da aquisição do intangível. E é mais um
daqueles créditos restritivos, ligados à área produtiva da empresa.
No cálculo dos encargos de amortização deve ser observado, no que couber, o dis-
posto no art. 58 da Lei 4.506/64.
E conforme prevê o art. 3.º, § 30, da Lei 10.833/2003, esta hipótese de crédito não se
aplica ao intangível transcrito a seguir:
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Álcool, inclusive para fins carburantes Arts. 1.º a 3.º da Lei 12.859/2013
Contratos com prazo de execução superior a 1 ano Art. 8.º da Lei 10.833/2003
Revendedor de papel imune Arts. 3.º, § 15, e 15, II, da Lei 10.833/2003
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ATENÇÃO
O crédito sobre o estoque não poderá ser deduzido de imediato. Ele deverá ser
utilizado em 12 parcelas mensais, iguais e sucessivas, a partir do ingresso no regime não
cumulativo.
EXEMPLO
Considerando que em 2020 a empresa decida apurar o Imposto de Renda pelo Lucro Real e,
consequentemente, o PIS/Pasep e a Cofins pelo regime não cumulativo, será possível apurar
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Considerando que o valor desse estoque seja de R$ 120.000,00, o valor do crédito será de:
Esse montante deverá ser apropriado em 12 parcelas mensais de R$ 65,00 (PIS) e R$ 300,00
(Cofins), a partir de janeiro/2020.
Nesses casos de incidência “mista”, a pessoa jurídica deverá alocar, a cada mês,
separadamente para cada modalidade de incidência, as parcelas dos custos respectivos e
havendo custos comuns às duas modalidades de incidência, o crédito será determinado, a
critério da pessoa jurídica, pelo método de:
a) apropriação direta, inclusive, em relação aos custos, por meio de sistema de con-
tabilidade de custos integrada e coordenada com a escrituração; ou
ATENÇÃO
O método escolhido pela pessoa jurídica deve ser aplicado consistentemente por todo o ano-ca-
lendário, tendo de ser o mesmo para a Contribuição para o PIS/Pasep e para a Cofins.
Para melhor compreensão de como é feito o cálculo dos créditos pelo método do
rateio proporcional, é transcrito, a seguir, exemplo constante do “Ajuda” do extinto progra-
ma Dacon:
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1º Passo
Atente-se que para definição da receita bruta devem ser consideradas apenas as
receitas da venda de bens e serviços, ou seja, o faturamento da empresa. E devem ser
consideradas todas as receitas da atividade, sejam tributadas ou não, uma vez que isso não
muda a sua natureza de cumulativa ou não cumulativa.
2º Passo
TOTAL 600.000,00
3º Passo
Cálculo dos créditos - Rateio proporcional dos custos, despesas e encargos comuns
Conforme prevê este exemplo, a proporção dos créditos alcança apenas os encar-
gos comuns. É possível o aproveitamento integral em relação aos encargos vinculados ao
regime não cumulativo e não deverá ser aproveitado crédito em relação aos encargos vin-
culados ao regime cumulativo.
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gralmente nestes casos, é necessária essa segregação para definir os valores que poderão
ser objeto de Pedido de Ressarcimento ou Declaração de Compensação.
EXEMPLO
Uma pessoa jurídica com atividade industrial vende parte de sua produção no mercado interno,
e a outra parte, vende para o exterior. Dessa forma, deve proporcionalizar, por um dos critérios
mencionados, os créditos relativos à exportação e os créditos relativos às vendas no mercado
interno.
Assim, os dispêndios com energia elétrica, por exemplo, originarão dois tipos de crédito: o crédi-
to “normal” e o crédito “privilegiado”. Utilizando o método do rateio proporcional, e consideran-
do que 10% da receita bruta auferida no mês advém das vendas no mercado interno, e o restante
da receita (90%) tem origem na venda para o exterior, teremos: 10% do valor incorrido referente à
energia elétrica consumida constituirá crédito normal, enquanto que os 90% do valor da despesa
terão tratamento diferenciado (“crédito privilegiado”).
Dessa forma, considerando o dispêndio mensal de R$ 10.000,00, teremos: R$ 16,50 para PIS/
Pasep e R$ 76,00 para Cofins a ser apropriado como crédito normal; R$ 148,50 referente ao PIS/
Pasep e R$ 684,00 referente à Cofins a ser utilizado como crédito decorrente da exportação
(podendo ser compensado com outros tributos administrados pela RFB ou mesmo ressarcidos
em espécie).
ATENÇÃO
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E não é qualquer crédito acumulado que pode ser ressarcido ou compensado com
outros tributos. De acordo com a legislação vigente, somente são passíveis de compensa-
ção ou ressarcimento os créditos decorrentes de:
ATENÇÃO
Será aplicada, mediante lançamento de ofício, multa isolada de 50% sobre o valor do débito
objeto de compensação não homologada. E esse percentual será de 150% quando ficar com-
provada falsidade na declaração apresentada pelo sujeito passivo (art. 74 da IN RFB 1.911/2019).
Não obstante essa posição da RFB, o CARF já decidiu no sentido de não ser neces-
sária a retificação (Acórdão 9303-006.247 de 25/01/2018, da 3ª Turma da CSRF). Caso o
contribuinte opte por seguir este caminho - mais fácil, por dispensar a retificação das obri-
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gações acessórias - deverá ter ciência, no entanto, que esta não é a posição da Receita
Federal, podendo ser questionado por esta medida.
E como benefício para aqueles que optarem por retificar as obrigações acessórias -
em compensação ao trabalho que terão - está a possibilidade de aproveitamento de Selic,
ao considerarem os valores recolhidos anteriormente como “a maior”. Neste caso, no en-
tanto, será necessário entregar o PER/DCOMP para cada pagamento a maior.
ATENÇÃO
3.9. Pagamento
Deduzidos os créditos do valor mensal do PIS/Pasep e da Cofins devidos, a pessoa
jurídica poderá, ainda, reduzir o valor a pagar por:
O valor então a ser recolhido deverá ser pago de forma centralizada pelo estabe-
lecimento matriz da pessoa jurídica, até o dia 25 do mês seguinte à ocorrência dos fatos
geradores (art. 10 da Lei 10.637/2002; art. 11 da Lei 10.833/2003).
ATENÇÃO
Caso o dia do vencimento não seja dia útil, deve haver a antecipação do vencimento para dia
útil anterior.
O recolhimento deverá ser feito por meio de Darf, com os seguintes códigos de re-
colhimento:
a) PIS/Pasep: 6912
b) Cofins: 5856
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ATENÇÃO
De acordo com o art. 173 do CTN, a Fazenda Pública tem o prazo de cinco anos para constituir
o crédito tributário. Durante esse período, portanto, tanto o Fisco quanto o contribuinte podem
revisar a apuração das contribuições sociais, inclusive em relação aos créditos.
EXEMPLO 1
Neste primeiro exemplo, será considerada uma empresa comercial, tributada pelo Lucro Real,
que revende mercadorias integralmente tributadas.
O primeiro passo para determinação das contribuições devidas é verificar quais foram as recei-
tas auferidas pelo contribuinte. Neste exemplo, serão consideradas as seguintes receitas:
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Dessas receitas, importa observar que as contribuições não incidem sobre a venda de bens do
ativo imobilizado. Ou seja, do total das receitas auferidas, a segunda etapa é excluir aquelas não
sujeitas às contribuições.
Feito isso, será verificado que a base de cálculo das contribuições no caso em tela corresponde
a R$ 100.000,00.
Cabe observar que se a empresa tivesse produtos sujeitos a tributações distintas (alíquota zero
ou monofásico, por exemplo), as receitas de vendas deveriam ser segregadas para cálculo das
contribuições.
Se estivéssemos tratando das contribuições cumulativas, já teríamos o valor devido das contri-
buições. Todavia, como estamos analisando as contribuições não cumulativas, desses valores
ainda podemos descontar os créditos apurados no mês.
O primeiro passo para cálculo dos créditos é verificar os dispêndios que permitem a apuração
de créditos. Acreditamos que este é o trabalho mais árduo, tendo em vista as diversas restrições
existentes.
- Depreciação: R$ 500,00
2. No que se refere à energia elétrica, o crédito abrange inclusive os gastos relativos ao setor
administrativo.
3. Em relação aos bens pertencentes ao ativo imobilizado, além do cálculo com base na depre-
ciação mensal, é permitida a apuração de créditos, em situações específicas, com base no valo
de aquisição ou fabricação do bem. No caso de empresa comercial, no entanto, o direito ao
crédito se restringe às edificações e benfeitorias.
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Encontrados os valores que permitem o desconto de créditos, já temos a sua base de cálculo,
que no caso em tela corresponde a R$ 53.500,00, resultado da soma dos valores mencionados
anteriormente.
Sobre a base de cálculo, basta aplicar as alíquotas correspondentes a cada contribuição, ou seja:
Essas alíquotas aplicam¬ se, inclusive, sobre os valores pagos a pessoa jurídica sujeita ao regime
cumulativo.
Uma vez calculado o valor do débito e do crédito, basta deduzir o último do primeiro para chegar
ao valor devido:
Cabe observar que os créditos do PIS/Pasep não podem ser utilizados na dedução da Cofins e
vice-versa.
EXEMPLO 2
Neste segundo exemplo, será considerada uma empresa industrial, tributada pelo Lucro Real,
que auferiu as seguintes receitas:
Seguindo os mesmos passos do primeiro exemplo, devemos excluir as receitas não sujeitas às
contribuições. Neste caso, essas receitas correspondem aos valores decorrentes de exportação
e à venda do terreno do ativo imobilizado. O aluguel entra na base de cálculo, uma vez que neste
regime a definição de receita é ampla.
É bom lembrar que a base de cálculo não inclui o IPI e o ICMS, este último quando cobrado por
substituição tributária. No exemplo em tela, já excluímos esses valores.
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Desses valores a pessoa jurídica ainda pode descontar os créditos apurados no mês. Neste
exemplo, consideraremos os seguintes dispêndios incorridos no mês:
- Leasing: R$ 3.000,00
- Depreciação: R$ 4.000,00
Encontrados os valores que permitem a apropriação de créditos, já temos a sua base de cálculo,
que no caso em tela corresponde a R$ 85.000,00.
Sobre a base de cálculo, basta aplicar as alíquotas correspondentes a cada contribuição, ou seja:
Essas alíquotas aplicam-se, inclusive, sobre os valores pagos a pessoa jurídica sujeita ao regime
cumulativo.
Uma vez calculado o valor do débito e do crédito, basta deduzir o último do primeiro para chegar
ao valor devido:
Cabe observar que os créditos do PIS/Pasep não podem ser utilizados na dedução da Cofins e
vice-versa.
EXEMPLO 3
Os trechos destacados a seguir de documentos fiscais são aqueles a serem somados em cada
caso para definição da base de cálculo do débito contribuições:
Base de cálculo Valor do ICMS Base de cálculo do Valor do ICMS Valor total dos
do ICMS ICMS Subst. Subst. produtos
10.000,00 1.800,00 0,00 0,00 10.000,00
Outras despesas
Valor do frete Valor do seguro Valor do IPI Valor total da nota
acessórias
0,00 0,00 0,00 0,00 10.000,00
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Base de cálculo Valor do ICMS Base de cálculo do Valor do ICMS Valor total dos
do ICMS ICMS Subst. Subst. produtos
10.000,00 1.800,00 0,00 0,00 10.000,00
Outras despesas
Valor do frete Valor do seguro Valor do IPI Valor total da nota
acessórias
0,00 0,00 0,00 1.000,00 11.000,00
Base de cálculo Valor do ICMS Base de cálculo do Valor do ICMS Valor total dos
do ICMS ICMS Subst. Subst. produtos
10.000,00 1.800,00 19.500,00 1.710,00 10.000,00
Outras despesas
Valor do frete Valor do seguro Valor do IPI Valor total da nota
acessórias
200,00 0,00 0,00 1.000,00 12.910,00
Este exemplo é apenas didático, pois o cálculo das contribuições deve ser feito produto a produ-
to, uma vez que uma mesma nota fiscal pode conter produtos tributados e não tributados.
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4. PIS/PASEP-IMPORTAÇÃO E
COFINS-IMPORTAÇÃO
No caso da importação de serviços, os erros acabam sendo mais comuns, pois não
há uma fiscalização como ocorre com a importação de mercadorias. Além disso, a incidên-
cia alcança, inclusive, serviços executados no exterior, mas cujo resultado se verifique no
País. Como exemplo, a elaboração de parecer para uma empresa brasileira, por alguém
domiciliado no exterior.
ATENÇÃO
Com a criação do Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e Outras Ope-
rações que Produzam Variações no Patrimônio (Siscoserv), a fiscalização dos serviços importa-
dos ficou mais efetiva, exigindo mais rigor nos processos por parte das empresas.
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III - bens estrangeiros que tenham sido objeto de pena de perdimento, exceto nas hipóteses
em que não sejam localizados, tenham sido consumidos ou revendidos;
V - pescado capturado fora das águas territoriais do País por empresa localizada no seu
território, desde que satisfeitas as exigências que regulam a atividade pesqueira;
VII - bens ou serviços importados pelas entidades beneficentes de assistência social, nos
termos do § 7.º do art. 195 da Constituição Federal, observado o disposto no art. 10 desta Lei;
IX - bens avariados ou que se revelem imprestáveis para os fins a que se destinavam, desde
que destruídos, sob controle aduaneiro, antes de despachados para consumo, sem ônus
para a Fazenda Nacional; e
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Em relação aos serviços, novamente, é necessário ter cuidado especial, uma vez que
o fato gerador já ocorre no simples crédito pelo serviço prestado.
ATENÇÃO
Conforme ADI RFB 7/2014, os valores pagos, creditados, entregues ou remetidos por residente
ou domiciliado no Brasil para empresa domiciliada no exterior, em decorrência de disponibili-
zação de infraestrutura para armazenamento e processamento de dados para acesso remoto,
identificada como data center, são considerados para fins tributários remuneração pela presta-
ção de serviços, e não remuneração decorrente de contrato de aluguel de bem móvel. Conse-
quentemente, sobre tais valores devem incidir o PIS-Importação e a Cofins-Importação.
ATENÇÃO
Como se conclui, a incidência na importação alcança inclusive pessoas físicas. Consulte no tópi-
co 4.7, sobre condições e limite de isenção na importação por pessoa física.
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Em relação à importação de bens, a base de cálculo foi alterada por meio da Lei
12.865/2013, após o STF ter a declarado inconstitucional a inclusão do ICMS no cálculo das
contribuições. A mudança legal, no entanto, não teve efeitos retroativos.
Em relação às empresas do regime não cumulativo, com direito a crédito das aqui-
sições, essa mudança teve menos impacto, uma vez que a base de cálculo do crédito
também foi reduzida na mesma proporção. As empresas do regime cumulativo, no entanto,
tiveram muito a comemorar.
SAIBA MAIS
O Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto 6.759/2009, em seu art. 76 e seguintes, trata
da definição do valor aduaneiro.
4.5. Alíquotas
Em decorrência da redução da base de cálculo das contribuições incidentes sobre
a importação de mercadorias, o governo federal, por meio da Medida Provisória 668/2015,
convertida na Lei 13.137/2015, elevou as alíquotas do PIS e da Cofins incidentes sobre a im-
81
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ATENÇÃO
Como as alíquotas aplicáveis na importação são as mesmas para o regime cumulativo e não
cumulativo e que, em relação a este último, há a possibilidade de créditos, o regime cumulativo
tende a ser mais oneroso ao contribuinte.
82
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Em relação aos bens, o recolhimento das contribuições será feito por meio da pró-
pria Declaração de Importação (DI). No caso de serviços, no entanto, o recolhimento será
feito por meio de Darf.
ATENÇÃO
Os créditos que venham a ser descontados não podem ser deduzidos do valor a pagar devido
na DI. O caminho natural para esses créditos é utilizá-los para deduzir as contribuições inciden-
tes sobre a receita.
I - as importações realizadas:
a) pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias e fundações instituídas
e mantidas pelo poder público;
II - as hipóteses de:
e) bens trazidos do exterior, no comércio característico das cidades situadas nas fronteiras
terrestres, destinados à subsistência da unidade familiar de residentes nas cidades frontei-
riças brasileiras;
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g) objetos de arte, classificados nas posições 97.01, 97.02, 97.03 e 97.06 da NCM, recebidos
em doação, por museus instituídos e mantidos pelo poder público ou por outras entidades
culturais reconhecidas como de utilidade pública; e
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre a posição da RFB sobre o limite de isenção, consulte a “Nota técnica:
Limite de isenção em remessas de pequeno valor”, disponível em: https://receita.economia.gov.br/noticias/
ascom/2014/fevereiro/nota-tecnica-limite-de-isencao-em-remessas-de-pequeno-valor
4.8. Créditos
Com a instituição do PIS/PasepImportação e da CofinsImportação, também passou a
ser prevista a possibilidade de apropriação de créditos em relação à importação de bens e
serviços. Essa matéria encontrase prevista na Lei 10.865/2004, mais especificamente em
seu art. 15, parcialmente transcrito a seguir:
Art. 15. As pessoas jurídicas sujeitas à apuração da contribuição para o PIS/Pasep e da Co-
fins, nos termos dos arts. 2.º e 3.º das Leis 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833,
de 29 de dezembro de 2003, poderão descontar crédito, para fins de determinação dessas
contribuições, em relação às importações sujeitas ao pagamento das contribuições de que
trata o art. 1.º desta Lei, nas seguintes hipóteses:
84
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Outro ponto a ser observado no cálculo dos créditos é que eles estão restritos às
contribuições efetivamente pagas na importação. Consequentemente, na importação de
bens ou serviços sujeitos à alíquota zero ou com suspensão, não será possível o aproveita-
mento de créditos.
As alíquotas a serem aplicadas sobre a base de cálculo são as mesmas que foram
aplicadas na importação. Dessa forma, com o aumento das alíquotas na importação de mer-
cadorias para 2,1% e 9,65%, também houve aumento do crédito. Em relação à importação
de serviços, sujeitos às alíquotas de 1,65% e 7,6%, os créditos serão aproveitados nesses
mesmos percentuais. E no caso de produtos sujeitos a alíquotas diferenciadas, os créditos
também serão aproveitados nestas alíquotas.
ATENÇÃO
No caso da importação por conta e ordem de terceiros, os créditos serão aproveitados pelo
encomendante.
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5. BENEFÍCIOS FISCAIS
(ALÍQUOTA ZERO, ISENÇÃO, SUSPENSÃO E NÃO INCIDÊNCIA)
Início de Término de
Descrição do Escrituração Escrituração
Código NCM
Produto
Mês/Ano Mês/Ano
Neste caso, a tabela trouxe, inclusive, a NCM aplicável ao produto, mas nem sempre
isso ocorre. Também é indicado desde quando o benefício se aplica em relação à EFD
Contribuições. No exemplo em tela, desde o início da obrigação acessória, ou seja, 01/2011.
Isso não significa, no entanto, que o benefício foi criado somente a partir desta data. Por
isso a importância de se consultar sempre a legislação de referência mencionada ao final
da tabela, que, neste caso é a “Código 107: Lei 10.925/2004, art. 1.º, VII”.
Cabe observar, também, que diversos benefícios fiscais estão inseridos em regimes
especiais, que, em regra, dependem de opção do contribuinte. A maior parte desses regi-
mes especiais é operacionalizada por meio de suspensão da incidência das contribuições,
que posteriormente são convertidas em alíquota zero.
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ATENÇÃO
Cabe destacar que a maior parte desses benefícios também é aplicável à importação dos referi-
dos bens e serviços. A Lei 10.925/2004, que relaciona diversos casos de alíquotas zero, abrange
tanto o mercado interno quanto a importação. A Lei 10.865/2004 faz o mesmo, só que neste caso
em artigos diferentes: art. 8.º para a importação e art. 28 para o mercado interno.
Imunidade
Sim
Art. 18, §§ 4º-A, 14 e 20-B, da LC 123/2006
Substituição Tributária
Sim
Art. 18, §§ 4º-A e 14, da LC 123/2006
Incidência Monofásica
Sim
Art. 18, §§ 4º-A e 14, da LC 123/2006
SAIBA MAIS
1. Como tributar uma laranja? Uma amostra do nosso complexo sistema tributário!
https://busca.legal/como-tributar-uma-laranja-uma-amostra-do-nosso-complexo-sistema-tributario/
https://busca.legal/complexa-ciencia-da-classificacao-fiscal-de-mercadorias-e-o-classico-exemplo-parafuso/
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6. INCIDÊNCIA MONOFÁSICA
ATENÇÃO
A substituição tributária tem como base constitucional o art. 150, § 7.º, da Constituição Federal. A
incidência monofásica, por sua vez, tem como fundamento os arts. 149, § 4.º, e 195, § 9.º.
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compensar a aplicação da alíquota zero nas demais fases de comercialização desses pro-
dutos.
Cabe observar, ainda, que a expressão “incidência monofásica”, apesar de ser usada
pela própria RFB, não é mencionada na legislação que trata das alíquotas diferenciadas.
Tecnicamente, não se trata mesmo de uma incidência monofásica, pois em várias situações
a incidência não ocorre uma única vez.
Combustíveis e Álcool
Bebidas Frias
Alíquotas Alíquotas
Descrição do Produto NCM
PIS % COFINS %
COMBUSTÍVEIS
Correntes Destinadas à
- 5,08 23,44
Formulação de Gasolinas
Correntes Destinadas à
- 4,21 19,42
Formulação de Óleo Diesel
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Alíquotas Alíquotas
Descrição do Produto NCM
PIS % COFINS %
3826.00.00
Biodiesel 6,15 28,32
3826.00.00Ex 01
FÁRMACOS E PERFUMARIAS
1 - Posições:
30.01, 30.03
(exceto no código
3003.90.56), 30.04
(exceto no código
3004.90.46);
2 - Itens:
3002.10.1,
3002.10.2,
3002.10.3,
Produtos Farmacêuticos 2,1 9,9
3002.20.1,
3002.20.2,
3006.30.1 e
3006.30.2; e
3 - Códigos:
3002.90.20,
3002.90.92,
3002.90.99,
3005.10.10 e
3006.60.00.
1 - Posições:
33.03, 33.04, 33.05
e 33.07;
Produtos de Perfumaria,
2- Códigos:
de Toucador ou de Higiene 2,2 10,3
3401.11.90 (exceto
Pessoal.
3401.11.90 Ex 01),
3401.20.10 e
96.03.21.00.
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Alíquotas Alíquotas
Descrição do Produto NCM
PIS % COFINS %
73.09, 7310.29,
7612.90.12,
Veículos Automotores e
8424.81, 84.29,
Máquinas Agrícolas
8430.69.90, 84.32,
(*) Relativamente aos
84.33, 84.34,
produtos classificados no 2 9,6
84.35, 84.36,
Capítulo 84 da TIPI, aplica-se
84.37, 87.01,
aos produtos autopropulsados
87.02, 87.03,
ou não.
87.04, 87.05, 87.06
e 8716.20.00
BEBIDAS FRIAS
Em relação a bebidas frias, consultar os produtos abrangidos e as alíquotas diretamente nas tabelas
da RFB, pois elas variam de acordo com o tipo, tamanho da embalagem e destinatário.
SAIBA MAIS
https://busca.legal/pis-e-cofins-voce-sabe-como-tributar-bebidas-frias/
https://busca.legal/pis-e-cofins-voce-sabe-como-tributar-veiculos-e-autopecas/
91
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https://busca.legal/pis-e-cofins-voce-sabe-como-tributar-medicamentos-e-perfumaria/
Para exemplificar, no caso de venda gasolina, por exemplo, considerando que a em-
presa fez opção pelo regime especial, em vez de aplicar as alíquotas diferenciadas de
5,08% (Contribuição para o PIS/Pasep) e 23,44% (Cofins) sobre a receita auferida, deverá
multiplicar a quantidade de metro cúbico produzida no período por R$ 46,580000 (Contri-
buição para o PIS/Pasep) e R$ 215,0200 (Cofins).
EXEMPLO
92
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Esta sistemática diferenciada acaba sendo vantajosa tanto para as empresas quanto
para o fisco. Para as empresas, porque a carga tributária é inferior; para o fisco, porque há
um maior controle.
O cálculo por unidade de medida também é aplicável às bebidas frias, mas com
algumas diferenças. Uma delas, é que esta modalidade não é opcional. Na verdade, o con-
tribuinte, a cada venda, deverá calcular suas contribuições nas duas modalidades (“ad valo-
rem” e “ad rem”) e usar o maior dos valores. Em outras palavras: caso o valor calculado pela
aplicação das alíquotas em percentuais seja inferior ao valor da alíquota definida em reais
para o produto, o contribuinte deverá observar o valor desta última.
ATENÇÃO
O cálculo por unidade de medida não tem reflexos nos varejistas, que continuam sujeitos à alí-
quota zero na venda de tais produtos.
93
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Lista Lista
NCM Descrição Lista Neutra
Negativa Positiva
Sim, exceto no
Medicamentos, exceto para uso código 3003.90.56 Somente
3003
veterinário (Amitraz; 3003.90.56
cipermetrina)
Sim, exceto no
Medicamentos, exceto para uso código 3004.90.46 Somente
3004
veterinário (Amitraz; 3004.90.46
cipermetrina)
Preparações opacificantes
(contrastantes) para exames
3006.30 radiográficos e reagentes de diagnóstico Sim Não
concebidos para serem administrados ao
paciente
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Lista Lista
NCM Descrição Lista Neutra
Negativa Positiva
6.2. Créditos
A incidência monofásica, como já comentado, não é uma exceção à aplicação do
regime não cumulativo. Todavia, há algumas singularidades que precisam ser observadas.
95
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ção. Os créditos, nestes casos específicos, correspondem aos valores da Contribuição para
o PIS/Pasep e da Cofins devidas pelo vendedor em decorrência da operação anterior, ou
seja, serão descontados com base nas alíquotas diferenciadas.
Esta medida, introduzida pelo art. 24 da Lei 11.727/2008, é muito acertada, uma vez
que o fabricante, adquirente desse produto, ao revendê-lo, irá aplicar novamente as alíquo-
tas diferenciadas sobre ele. Ao contrário do comerciante atacadista ou varejista, o fabrican-
te de um produto, ao revender esse mesmo produto adquirido de outro fabricante, não está
abrangido pela redução a zero das alíquotas. Anteriormente à Lei 11.727/2008, o produto
acabava sendo onerado duas vezes às alíquotas diferenciadas, sem direito a créditos.
Destaca-se, ainda, que o regime não cumulativo, em relação aos produtos sujeitos à
incidência monofásica, é, em regra, favorável aos fabricantes e importadores, uma vez que
as alíquotas são as mesmas em ambos os regimes e que no regime não cumulativo há a
vantagem do desconto de créditos.
Tal vedação se mostra coerente, uma vez que a receita da venda de tais produtos
incide à alíquota zero, ou seja, não haveria débitos a serem deduzidos desses créditos.
Uma montadora de veículos, por exemplo, que adquira câmaras de ar, também sujei-
tas à incidência monofásica, para serem empregadas na fabricação destes veículos, poderá
descontar créditos normalmente. As alíquotas aplicáveis no cálculo dos créditos serão de
96
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1,65% para a Contribuição para o PIS/Pasep e 7,6% para a Cofins, ou seja, não serão aplica-
das as alíquotas diferenciadas neste caso.
SAIBA MAIS
https://busca.legal/creditos-de-pis-e-cofins-na-aquisicao-de-produtos-monofasicos-para-revenda/
A pessoa jurídica executora da encomenda, por sua vez, aplicará sobre suas receitas
as alíquotas de 1,65% (Contribuição para o PIS/Pasep) e 7,6% (Cofins), independentemente
do regime adotado.
97
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que enquadrados no Simples Nacional, poderão destacar as receitas relativas à venda des-
ses produtos, para que não sofram nova tributação pelo PIS/Pasep e pela Cofins.
Por outro lado, o produtor ou importador desses produtos, quando optantes pelo
Simples Nacional, deverão destacar as receitas da venda desses produtos para tributá-los
de acordo com as regras da incidência monofásica.
Essa segregação das receitas, que reduz o valor do Simples Nacional, também é
aplicável aos casos de imunidade do PIS e da Cofins, como ocorre na exportação. Mas isso
não é aplicado no caso de suspensão, isenção ou alíquota zero, ou seja, uma microempresa
do regime unificado, ao vender um pão comum, pagará o Simples Nacional normalmente.
Se estivesse no regime cumulativo ou não cumulativo, teria o benefício de redução a zero
das contribuições.
Alíquota zero,
Imunidade suspensão, isenção e Substituição Tributária Incidência Monofásica
outros
SAIBA MAIS
https://busca.legal/farmacias-estao-pagando-tributos-maior/
98
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7. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA
Atente-se, ainda, que conforme o mandamento constitucional (art. 150, § 7º), é asse-
gurada a imediata restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumi-
do. Isso significa que a pessoa jurídica que assumiu o ônus da contribuição poderá ser res-
tituída da quantia que pagou caso não ocorram as operações seguintes da cadeia (venda
do atacadista para o varejista ou do varejista para o consumidor final).
a) Cigarros e cigarrilhas;
b) Motocicletas
99
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ATENÇÃO
Além desses produtos, ainda temos a previsão de substituição tributária nas opera-
ções com produtos sujeitos à incidência monofásica quando destinados à Zona Franca de
Manaus (ZFM).
CIGARROS E CIGARRILHAS
Cigarrilhas 2402.10.00
MOTOCICLETAS
100
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Para tanto, o substituto tributário recolherá um valor maior que o usual para as con-
tribuições, valor este que será calculado através de base de cálculo majorada.
Sobre essa base de cálculo majorada serão aplicadas as alíquotas de 0,65% para a
Contribuição para o PIS/Pasep e de 3% para a Cofins, uma vez que a substituição tributária
está inserida no regime cumulativo.
Veja que o valor de venda praticado pela indústria não é levado em consideração no
cálculo do valor devido das contribuições.
ATENÇÃO
1. O ponto de partida desta substituição tributária é o preço de venda ao consumidor final. Sobre
este valor, ainda, é aplicada uma espécie de Margem de Valor Agregado - MVA. Isso é uma in-
coerência, pois a MVA tem por objetivo justamente presumir aquele valor, devendo ser aplicada
sobre o preço de venda da indústria. Quando o preço de venda ao consumidor final já é conhe-
cido - como ocorre com os cigarros - bastaria utilizar este valor. A incoerência é ainda maior pelo
fato de usarem MVA distintas para o PIS/Pasep e para a Cofins.
101
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7.3. Motocicletas
O cálculo da substituição tributária para as motocicletas, como será visto a seguir, é
bem distinto daquele aplicável aos cigarros e cigarrilhas.
ATENÇÃO
1. O Convênio ICMS 51/2000 dispõe sobre as operações com veículos automotores novos, efe-
tuadas por meio de faturamento direto para o consumidor.
102
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Como contribuinte:
Como substituto:
7.3.2 Varejistas
O comerciante varejista excluirá da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pa-
sep e da Cofins, devidos na condição de contribuinte, o valor correspondente às receitas
de venda dos produtos que tenham sido objeto da substituição.
O valor a ser excluído da base cálculo não compreende, no entanto, o preço de ven-
das das peças, acessórios e serviços incorporados aos produtos pelo comerciante varejista
(concessionária).
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O valor a ser recolhido pelo fabricante ou importador, portanto, será o mesmo das
demais operações não abrangidas pela substituição tributária. A diferença é que recolherá
por substituição tributária.
No quadro a seguir, são transcritos alguns exemplos que ajudam a entender esse
cálculo:
Operação própria:
alíquota zero*
Recolhimento como *Benefício aplicável na
Alíquota zero* contribuinte: venda à ZFM
*Benefício aplicável na Alíquotas de 2,2% (PIS) e Recolhimento como
venda à ZFM 10,3% (Cofins) Substituto:
Alíquotas de 2,2% (PIS)
Total de débito: R$ 0,00 Total de débito: R$ e 10,3% (Cofins)
1.250,00
Total de débito: R$
1.250,00
Quanto à abrangência, também cabe observar que não são todos os produtos da
incidência monofásica, mas somente aqueles constantes da tabela “4.3.12 - Tabela Produtos
Sujeitos à Substituição Tributária da Contribuição Social (CST 05)”, disponível em: http://sped.
rfb.gov.br/arquivo/show/1642.
Outra peculiaridade desta substituição tributária é que ela não está excluída do re-
gime não cumulativo. Dessa forma, é possível ao contribuinte substituto descontar créditos
relacionados às receitas decorrentes da venda de produtos sujeitos à tributação diferencia-
da, destinados à ZFM, observados os demais requisitos da legislação que rege a matéria.
Por fim, cabe observar que os códigos a serem informados no documento de arreca-
dação nas hipóteses de recolhimento das contribuições devidas pelo revendedor estabele-
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cido na ZFM, recolhidas pelo substituto estabelecido fora da ZFM, são (ADE Corat 39/2006):
Com isso, atacadistas e varejistas dos produtos sujeitos à substituição tributária, ain-
da que enquadrados no Simples Nacional, poderão destacar as receitas relativas à venda
desses produtos, para que não sofram nova tributação pelo PIS/Pasep e pela Cofins.
Por outro lado, o produtor ou importador desses produtos, quando optantes pelo
Simples Nacional, deverão destacar as receitas da venda desses produtos para tributá-los
de acordo com as regras da substituição tributária.
Essa mesma regra se aplica aos produtos sujeitos à incidência monofásica. Também
é aplicável aos casos de imunidade do PIS e da Cofins, como ocorre na exportação. Ou
seja, permite a redução do valor a pagar, mesmo no Simples Nacional.
Mas isso não é aplicado no caso de suspensão, isenção ou alíquota zero, ou seja,
uma microempresa do regime unificado, ao vender um pão comum, pagará o Simples Na-
cional normalmente. Se estivesse no regime cumulativo ou não cumulativo, teria o benefício
de redução a zero das contribuições.
Alíquota zero,
Substituição Incidência
Imunidade suspensão,
Tributária Monofásica
isenção e outros
Art. 18, §§ 4º-A, Art. 18, §§ 4º-A, Art. 18, §§ 4º-A Art. 18, §§ 4º-A
14 e 20-B, da LC 14 e 20-B, da LC e 14, da LC e 14, da LC
123/2006 123/2006 123/2006 123/2006
105
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A Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins são tributos federais. Dessa forma, a le-
gislação aplicável é a mesma em todo território nacional, o que é uma grande facilidade em
relação ao ICMS, que possui legislação específica em cada Unidade Federativa.
Todavia, com base no art. 151, I, da Constituição Federal, foram criados “incentivos
fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as
diferentes regiões do País”. A Zona Franca de Manaus - ZMF é o grande exemplo dessa
política de concessão de incentivos fiscais, mas não é a único, pois também temos Áreas
de Livre Comércio - ALC em diversos municípios do norte do país.
Cada um desses incentivos possui suas peculiaridades, que precisam ser levados
em consideração na gestão tributária, uma vez que tendem a reduzir a carga tributária. Nos
tópicos a seguir são feitos alguns comentários sobre cada um deles.
106
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Crédito para o
Origem Destino Tipo de Operação Débito na venda
comprador
Venda de insumos
produzidos na ZFM
Alíquotas zero
para emprego na
ZFM ZFM Art. 5.ºA da Lei Sem direito
industrialização
10.637/2002
conforme projeto
aprovado pela Suframa
Alíquotas Alíquotas
diferenciadas de diferenciadas de
Venda de produção 0,65% e 3% 1% e 4,6%
própria conforme Art. 2.º, § Art. 3.º, §
ZFM ZFM
projeto aprovado pela 4.º, da Lei 12, da Lei
Suframa 10.637/2002; 10.637/2002;
art. 2.º, § 5.º, da art. 3.º, § 17, da
Lei 10.833/2003 Lei 10.833/2003
Alíquotas Alíquotas
diferenciadas de diferenciadas de
0,65% e 3% 1% e 4,6%
Venda para pessoa
Art. 2.º, § Art. 3.º, §
ZFM Fora da ZFM jurídica do regime não
4.º, da Lei 12, da Lei
cumulativo
10.637/2002; 10.637/2002;
art. 2.º, § 5.º, da art. 3.º, § 17, da
Lei 10.833/2003 Lei 10.833/2003
Alíquotas
Alíquotas
diferenciadas de
básicas de
1,3% e 6%
1,65% e 7,6%
Venda para pessoa Art. 2.º, §
Art. 3.º, §
ZFM Fora da ZFM jurídica do Lucro 4.º, da Lei
12, da Lei
Presumido 10.637/2002;
10.637/2002;
arts. 2.º, §
art. 3.º, § 17, da
5.º, da Lei
Lei 10.833/2003
10.833/2003
Alíquotas
Venda para pessoa diferenciadas de
jurídica do Lucro Real, 1,3% e 6%
Alíquotas
que tenha sua receita, Art. 2.º, §
ZFM Fora da ZFM básicas de
total ou parcialmente, 4.º, da Lei
1,65% e 7,6%
excluída do regime não 10.637/2002;
cumulativo art. 2.º, § 5.º, da
Lei 10.833/2003
Alíquotas
diferenciadas de
1,3% e 6%
Venda para pessoa Art. 2.º, §
ZFM Fora da ZFM Sem direito
jurídica do Simples 4.º, da Lei
10.637/2002;
art. 2.º, § 5.º, da
Lei 10.833/2003
107
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Crédito para o
Origem Destino Tipo de Operação Débito na venda
comprador
Alíquotas
diferenciadas de
Venda para órgãos da 1,3% e 6%
administração federal, Art. 2.º, §
ZFM Fora da ZFM Sem direito
estadual, distrital e 4.º, da Lei
municipal 10.637/2002;
art. 2.º, § 5.º, da
Lei 10.833/2003
Alíquotas
básicas de
1,65% e 7,6%
Venda para pessoa Art. 2.º, §
ZFM Fora da ZFM Sem direito
física 4.º, da Lei
10.637/2002;
art. 2.º, § 5.º, da
Lei 10.833/2003
Importação de
insumos para emprego
Suspensão
em processo de
Exterior ZFM Art. 14, §1.º, da Sem direito
industrialização
Lei 10.865/2004
conforme projeto
aprovado pela Suframa
Importação de ativos
relacionados no
Decreto 5.691/2006
para produção
Suspensão
de insumos para
Exterior ZFM Art. 50 da Lei Sem direito
emprego em processo
11.196/2005
de industrialização
conforme projeto
aprovado pela
SUFRAMA
108
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SAIBA MAIS
Consulte o tópico 7.4, sobre a aplicação de substituição tributária na venda de produtos sujeitos
à incidência monofásica para a Zona Franca de Manaus.
Áreas de Livre Comércio de Boa Vista - ALCBV e Bonfim - ALCB, no Estado de Roraima - Lei
8.256/1991
Área de Livre Comércio de Macapá e Santana - ALCMS, no Estado do Amapá - Lei 8.387/1991
Áreas de Livre Comércio de Brasileia - ALCB e de Cruzeiro do Sul - ALCCS, no Estado do Acre - Lei
8.857/1994
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Débito Crédito
Alíquotas Alíquotas
Descrição
PIS Cofins PIS Cofins
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Débito Crédito
Alíquotas Alíquotas
Descrição
PIS Cofins PIS Cofins
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O objetivo das ZPE é reduzir desequilíbrios regionais, bem como fortalecer o balan-
ço de pagamentos e promover a difusão tecnológica e o desenvolvimento econômico e
social do País. Para tanto, as importações ou as aquisições no mercado interno de bens e
serviços por empresa autorizada a operar em ZPE terão suspensão da exigência da:
a) Cofins;
b) Cofins Importação;
c) PIS/Pasep;
d) PIS/Pasep Importação.
Cabe observar, no entanto, que somente poderá instalar-se em ZPE a pessoa jurídica
que assume o compromisso de auferir e manter, por anocalendário, receita bruta decorren-
te de exportação para o exterior de, no mínimo, 80% de sua receita bruta total de venda de
bens e serviços.
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre esse assunto, consulte a Lei 11.508/2007 e os Decretos 6.759/2009 e
6.814/2009.
As Leis 10.637/2002 (art. 5.º) e 10.833/2003 (art. 6.º) fizeram o mesmo, estendendo
o benefício às vendas para empresa comercial exportadora com o fim específico de expor-
tação.
ATENÇÃO
Tendo em vista que estas hipóteses de não incidência estão previstas na Constituição Federal,
são consideradas, juridicamente, como imunidades. A Receita Federal, no entanto, em suas tabe-
las de incidência, as trata como “operações sem incidência”, enquadradas no CST 08.
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A presente não incidência se aplica tanto ao regime cumulativo quanto não cumu-
lativo. Também é aplicável a qualquer produto, esteja ele enquadrado na incidência mono-
fásica ou na substituição tributária. Basta que se comprove sua saída ao exterior ou a uma
comercial exportadora.
ATENÇÃO
A empresa comercial exportadora que houver adquirido mercadorias de outra pessoa jurídica
com o fim específico de exportação para o exterior ficará sujeita ao pagamento, na condição
de responsável, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins que deixaram de ser pagas pela
empresa vendedora, na hipótese de no prazo de 180 dias, contado da data da emissão da nota
fiscal pela vendedora, não comprovar o embarque das mercadorias para o exterior (art. 9.º da IN
RFB 1.911/2019)
Em relação aos serviços, cabe observar que o benefício é aplicável mesmo que o
serviço seja prestado em território nacional. É imprescindível, no entanto, o ingresso de
divisas no país. Dessa forma, um hotel que recebe diárias de um hóspede estrangeiro, com
ingresso de divisas do exterior, também estará abrangido pela não incidência, conforme
prevê a Solução de Divergência COSIT 21/2008.
ATENÇÃO
Por se tratar de uma hipótese de não incidência constitucional, este benefício se mantém inclu-
sive no Simples Nacional. Dessa forma, as microempresas e empresas de pequeno porte, ao
calcularem o Simples Nacional, poderão excluir da parcela unificada o montante que seria pago
a título de PIS e Cofins. Essa possibilidade de exclusão, como mencionado no tópico 5, não se
aplica às hipóteses de alíquota zero, suspensão e isenção.
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9. ENTIDADES SEM
FINS LUCRATIVOS
b) partidos políticos;
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ATENÇÃO
O artigo 17 da Medida Provisória 2.158-35/2001 prevê que, para fruição da isenção da Cofins e
pagamento da Contribuição para o PIS/Pasep com base na folha de salários, as entidades filan-
trópicas e beneficentes de assistência social devem cumprir com os requisitos constantes do
artigo 55 da Lei 8.212/91. O citado artigo foi revogado, no entanto, pela Lei 12.101/2009, a qual
passou a disciplinar esse assunto em seu artigo 29, o qual exige, dentre outros requisitos, que
os diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, não percebam remuneração, van-
tagens ou benefícios, direta ou indiretamente, por qualquer forma ou título, em razão das com-
petências, funções ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos respectivos atos constitutivos.
9.2.1 Apuração
A base de cálculo da contribuição incidente sobre a folha de salários corresponde
ao total da folha de salários mensais, compreendendo o somatório dos rendimentos pagos,
devidos ou creditados a empregados, tais como: salários, gratificações, ajuda de custo, co-
missões, quinquênios, 13º salário etc.
Não integra a base de cálculo, por sua vez, o salário-família; o aviso prévio indeni-
zado, o FGTS pago diretamente ao empregado na rescisão contratual e a indenização por
dispensa, desde que dentro dos limites legais.
ATENÇÃO
Não haverá contribuição devida se não houver pagamentos relativos a trabalho assalariado.
Sobre essa base de cálculo será aplicada a alíquota de 1% (um por cento) para apu-
ração do PIS-Folha.
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EXEMPLO:
Considerando que a folha de salários de determinado mês foi de R$ 10.000,00, o PIS-Folha será
de: R$ 10.000,00 x 1% = R$ 100,00
9.2.2 Pagamento
O valor a ser recolhido deverá ser pago até o dia 25 do mês seguinte à ocorrência
dos fatos geradores (art. 18 da Medida Provisória 2.158/2001).
ATENÇÃO
Caso o dia do vencimento não seja dia útil, deve haver a antecipação do vencimento para dia
útil anterior.
O recolhimento deverá ser feito por meio de Darf, com o código 8301.
ATENÇÃO
De acordo com o art. 173 do CTN, a Fazenda Pública tem o prazo de cinco anos para constituir
o crédito tributário. Durante esse período, portanto, tanto o Fisco quanto o contribuinte podem
revisar a apuração das contribuições sociais.
De acordo com a IN RFB 1.911/2019, entende-se como receitas derivadas das ativi-
dades próprias da entidade aquelas decorrentes de contribuições, doações, anuidades ou
mensalidades fixadas por lei, assembleia ou estatuto, recebidas de associados ou mante-
nedores, sem caráter contraprestacional direto, destinadas ao seu custeio e ao desenvolvi-
mento dos seus objetivos sociais.
SAIBA MAIS
Consulte o Parecer Normativo CST 162/74 que aprofunda a definição de receitas da atividade
própria.
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SAIBA MAIS
Consulte as Soluções de Divergência 10/2010 e 1/2011 sobre isenção da Cofins sobre receitas
financeiras e de aluguel por entidades beneficentes de assistência social que forem possuidoras
do certificado de isenção das contribuições para a seguridade social.
Entidades Imunes
a) Instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, a que se refere o art. 12 da
Lei nº 9.532/97;
b) Sindicato de Trabalhadores;
c) Templos de qualquer culto; e
d) Partidos Políticos, inclusive suas Fundações.
Entidades Isentas
a) Associação Civil;
b) Cultural;
c) Entidade Aberta de Previdência Complementar (Sem Fins Lucrativos);
d) Entidade Fechada de Previdência Complementar;
e) Filantrópica;
f) Sindicato;
g) Recreativa;
h) Científica;
i) Associação de Poupança e Empréstimo;
j) Federações e Confederações sindicais;
k) Serviços Sociais autônomos, criados ou autorizados por lei;
l) Conselhos de Fiscalização de profissões regulamentadas;
m) Fundações de direito privado; e
n) Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB e as Organizações Estaduais de Cooperativas
previstas no artigo 105 da Lei 5.764/71.
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10. CONTABILIZAÇÃO
A legislação obriga, por exemplo, a pessoa jurídica sujeita à sistemática da não cumu-
latividade a contabilizar os bens e serviços adquiridos e os custos e despesas incorridos,
pagos ou creditados a pessoas jurídicas domiciliadas no País, separadamente daqueles
efetuados a pessoas jurídicas domiciliadas no exterior.
e) ao estoque de abertura.
Por meio da Lei 12.058/2009 passou a ser previsto, ainda, que as pessoas jurídicas
submetidas ao regime de apuração não cumulativa deverão apurar e registrar, de forma
segregada, os créditos básicos e os créditos presumidos previstos nas Leis da Contribuição
para o PIS/Pasep e da Cofins, discriminando-os em função da natureza, origem e vinculação
desses créditos, observadas as normas a serem editadas pela RFB.
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10.1. Débito
A Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins têm como fato gerador o faturamento
(regime cumulativo) ou o total de receitas (regime não cumulativo) auferidas mensalmente
pela empresa. Há, ainda, a incidência sobre a importação.
No caso das empresas do Lucro Presumido e em alguns casos específicos das em-
presas do Lucro Real, o PIS/Pasep e a Cofins podem ser apurados pelo Regime de Caixa
(receita recebida), mas essa é uma exceção. Em regra, as contribuições são apuradas pelo
Regime de Competência (receita auferida).
10.2. Crédito
Em relação aos créditos do PIS/Pasep e da Cofins, tivemos, inicialmente, algumas po-
lêmicas sobre o seu reconhecimento contábil. Essa celeuma foi motivada por divergências
de entendimentos das Superintendências Regionais da Receita Federal do Brasil - SRRF e
de alguns juristas, ao analisarem o § 10 do art. 3.º da Lei 10.833/2003, combinado com o
inciso II do art. 15 da Lei 10.833/2003, o qual dispõe que o valor dos créditos não constitui
receita bruta da pessoa jurídica, servindo somente para dedução do valor devido da contri-
buição. Ou seja, que não deveria ter nenhum outro impacto tributário.
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dos créditos de PIS/Pasep e Cofins previstos no regime não cumulativo. A seguir, é transcri-
to trecho da mencionada Solução:
Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ - O § 10 do art. 3.º da Lei 10.833, de 2003,
não institui, ainda que implicitamente, nenhuma hipótese de exclusão do lucro líquido, para
fins de apuração da base tributável do IRPJ. Os créditos previstos na legislação da Contribui-
ção Social para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição para o PIS/
Pasep com incidências não cumulativas não poderão se constituir ao mesmo tempo em direi-
to de crédito e em custo dos insumos, mercadorias e ativos permanentes. É vedado o lança-
mento do direito de crédito da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep em contrapartida à
conta de receita. É facultado ao contribuinte registrar o custo do insumo, mercadoria e ativo
permanente sem excluir a parcela recuperável, desde que realize o controle extracontábil do
direito de crédito e as despesas com a Cofins e com a Contribuição para o PIS/Pasep sejam
apropriadas pelo valor líquido.
Em um primeiro plano, a COSIT dispõe que “o § 10 do art. 3.º da Lei 10.833/03 não
instituiu nenhuma hipótese de exclusão do lucro real ou líquido, para fins de apuração da
base de cálculo do IRPJ ou CSLL, respectivamente”. O órgão ainda completa que os crédi-
tos previstos na legislação do PIS/Pasep e da Cofins não poderão se constituir ao mesmo
tempo em direito de crédito e em custo. Veda também o lançamento do direito de crédito
em contrapartida à conta de receita.
Da análise do trecho exposto, inferese, portanto, que se a empresa não excluir a par-
cela recuperável de PIS/Pasep e Cofins do custo dos gastos deverá apropriar as despesas
com o PIS/Pasep e a Cofins pelo valor líquido.
ATENÇÃO
O valor bruto das despesas com o PIS/Pasep, por exemplo, será o valor total da conta “PIS a
Recolher” do período. Por sua vez, o valor líquido será o resultado do valor da conta de “PIS a
Recolher” subtraído do valor conta de “PIS a Recuperar”.
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Art. 1.º O valor dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição Social para
o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), apurados no regime não cumulativo não
constitui:
I - receita bruta da pessoa jurídica, servindo somente para dedução do valor devido das
referidas contribuições;
II - hipótese de exclusão do lucro líquido, para fins de apuração do lucro real e da base de
cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Parágrafo único. Os créditos de que trata o caput não poderão constituirse simultaneamente
em direito de crédito e em custo de aquisição de insumos, mercadorias e ativos permanen-
tes.
Art. 2.º O procedimento técnico contábil recomendável consiste no registro dos créditos da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins como ativo fiscal.
Art. 3.º É vedado o registro dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins em
contrapartida à conta de receita.
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De maneira resumida, o Ibracon dispõe que o PIS/Pasep e a Cofins devem ser re-
gistradas nos diversos grupos de receitas e despesas, a fim de que os correspondentes
encargos reflitam a despesa tributária relativa às transações que geraram e, dessa forma,
que a entidade apresente adequadamente a margem bruta, lucro operacional, resultado
financeiro e o resultado não operacional gerado em seu negócio.
Portanto, em face do mecanismo das leis, para aquelas empresas que têm apenas parte de
suas receitas sujeitas à não cumulatividade, somente a partir do momento em que se saiba
a destinação dos insumos adquiridos é que será possível tomar os créditos dos insumos
empregados.
Ao tomar o crédito do PIS e da Cofins, o mesmo não deverá fazer parte do custo de aquisição
dos estoques, principalmente para que o resultado do período esteja de acordo com o regi-
me de competência. Por ser tributo que deixou de ser cumulativo, revestese de um direito a
ser recuperado quando de seu recolhimento.
Esse crédito somente poderá ser utilizado para reduzir o valor a pagar calculado em relação
às receitas, nos termos definidos nas leis, ou seja, se não utilizado não será ressarcido pelo
Fisco, exceto para situações especiais definidas em Lei. Havendo dúvida em relação à sua
recuperação, o crédito deverá ser baixado.
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O Ibracon entende que o valor apurado em relação ao direito ao desconto para o saldo dos
estoques, no início dessa nova sistemática de tributação, deve ser segregado e transferido
para conta própria de tributos a compensar. Dependendo das facilidades de cada entidade,
estas poderão deduzir o crédito presumido de cada item componente do estoque e outras
registrarão em conta global redutora desses estoques. No primeiro caso, a baixa do estoque
já será feita considerando o valor líquido, enquanto que no segundo caso haverá necessida-
de de realizar a conta redutora na mesma proporção dos estoques que lhe deram origem.
Questão 6
A legislação antes referida permite que a entidade calcule créditos do PIS e da Cofins sobre
os encargos de depreciação de máquinas, equipamentos e outros bens do ativo imobilizado
adquiridos para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de ser-
viços e sobre edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros utilizados nas
atividades da entidade. Previu a legislação, ainda, que a entidade poderá, opcionalmente,
calcular o crédito relativo à aquisição de máquinas e equipamentos destinados ao ativo
imobilizado, no prazo de 4 anos. O montante do crédito presumido que será aproveitado à
medida da depreciação ou amortização deverá ser transferido do imobilizado para conta
específica de impostos a compensar?
Resposta
Da mesma forma que o tratamento previsto nesta IT em relação aos estoques, o Ibracon
entende que o referido crédito deverá ser transferido para conta de impostos a compensar,
pois a entidade pode, nos termos da legislação em vigor, tomar crédito do tributo indepen-
dentemente da depreciação ou amortização.
Ao optar por efetuar o desconto em um prazo inferior ao prazo em que o item é depreciado,
a diferença entre a contribuição calculada sobre a depreciação e o crédito tomado repre-
sentará uma diferença temporária entre a base contábil e a fiscal. Semelhante ao imposto
de renda e contribuição social, deverá ser registrada um saldo credor do PIS e da Cofins a
apropriar.
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10.3. Exemplos
Para melhor elucidar o exposto, são transcritos a seguir alguns exemplos de conta-
bilização.
A forma de escriturar suas operações é de livre escolha do contribuinte, dentro dos princípios
técnicos ditados pela contabilidade e a repartição fiscal só a impugnará se a mesma omitir
detalhes indispensáveis à determinação do verdadeiro lucro tributável.
ATENÇÃO
No caso do regime cumulativo, não haveria créditos sobre a aquisição de bens e serviços e as
alíquotas aplicáveis ao débito seriam de 0,65% (PIS/Pasep) e 3% (Cofins). Ou seja, os registros
contábeis também seriam bem mais simples.
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Deduções
Cabe observar que esta DRE, baseada na Interpretação Técnica IBRACON 1/2004,
segue a previsão do art. 187 da Lei 6.404/76 (Leis das S/A), o qual prevê que a demonstra-
ção discriminará “a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abati-
mentos e os impostos”.
Por meio do Pronunciamento Técnico CPC 30, no entanto, passou a ser previsto que:
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Como se verifica, o valor que vai para a conta de Despesa já é líquido das parcelas
de créditos do PIS e da Cofins. Para o registro dos créditos não deve ser utilizado o “estor-
no”, pois tal registro é espécie de retificação de lançamento contábil, a ser utilizado somen-
te nos casos em que houve erro no lançamento.
Cabe observar, ainda, que a parcela do ICMS recuperável sobre o ativo adquirido
também integra a base de cálculo do crédito, de forma semelhante ao que ocorre com a
aquisição de insumos ou bens para revenda. Isso requer atenção e controle, pois o valor
contábil dos encargos de depreciação estará líquido da parcela do ICMS recuperável, exi-
gindo controle extra contábil para apuração do valor dos créditos das contribuições.
Neste exemplo foi considerado que não havia ICMS recuperável sobre a aquisição
do bem.
Para a contabilização dos créditos de PIS e Cofins aproveitados com base no custo
de aquisição, não haverá impacto das contribuições nas despesas de depreciação mensal,
uma vez que o crédito não está vinculado a este fato.
Neste caso, o valor do bem já será registrado líquido dos créditos de PIS e Cofins e,
mensalmente, deve ser apropriado o valor que pode ser aproveitado (1/48, por exemplo),
que já estará na conta PIS ou Cofins a recuperar sobre bens do ativo imobilizado.
A) Na aquisição do bem
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Tendo em vista que este crédito deverá ser aproveitado em 48 meses, recomenda
se, como feito neste exemplo, que seja registrado em conta diversa dos demais créditos,
para facilitar seu controle contábil.
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Veja que nesse caso o crédito foi reconhecido diretamente na conta “(...) a Recuperar
(AC)”, haja vista que não se faz necessário um controle para apropriação mensal do crédito.
Cabe observar que tanto as despesas quanto os créditos devem ser reconhecidos
de acordo com o regime de competência, ou seja, independentemente do recebimento.
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11. EFD-CONTRIBUIÇÕES
Por meio da Instrução Normativa nº 1.252/2012, essa obrigação foi renomeada para
Escrituração Fiscal Digital das Contribuições incidentes sobre a Receita (EFD-Contribui-
ções), passando a contemplar a Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta.
ATENÇÃO
Os gastos com propaganda de uma empresa, por exemplo, eram informados no Da-
con em uma linha deste demonstrativo, juntamente com todos os demais serviços que a
empresa considerava como insumos. O contribuinte informava apenas o valor total que
estava sendo apropriado, sem evidenciar a sua natureza.
Em síntese, aquilo que era informado de forma resumida no Dacon agora é detalha-
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Caso o contribuinte apure créditos sobre gastos com propaganda, por exemplo, os
quais estariam afastados da definição de insumos, a RFB poderá facilmente glosá-los e ain-
da penalizar o contribuinte em decorrência da apropriação indevida de créditos.
Os reflexos desta obrigação acessória vão muito além, portanto, das questões tec-
nológicas envolvidas, evidenciando a importância de se conhecer as regras aplicáveis na
apuração das contribuições sociais.
11.1. Obrigatoriedade
Inicialmente, somente as pessoas jurídicas enquadradas no Lucro Real estavam su-
jeitas à EFD-Contribuições. Desde 2014, no entanto, estão obrigados à EFD-Contribuições
tanto aquelas enquadradas no Lucro Real quanto as do Lucro Presumido ou Arbitrado.
ATENÇÃO
a) para os contribuintes do Lucro Presumido ou Arbitrado, em relação aos fatos geradores ocor-
ridos a partir de 01.01.2013;
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b) para os contribuintes do Lucro Real, em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de
01.01.2014.
ATENÇÃO
Desde 01.01.2014, no caso de a pessoa jurídica ser sócia ostensiva de Sociedades em Conta de
Participação (SCP), a EFD-Contribuições deverá ser transmitida separadamente, para cada SCP,
além da transmissão da EFD-Contribuições da sócia ostensiva.
11.2. Dispensa
Por outro lado, estão dispensados de apresentação da EFD-Contribuições:
Dispensa da EFD-Contribuições
Pessoas jurídicas imunes e isentas do IRPJ, cuja soma dos valores mensais das contribuições apura-
das, objeto de escrituração, seja igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Pessoas jurídicas que se mantiveram inativas desde o início do ano-calendário ou desde a data de
início de atividades, relativamente às escriturações correspondentes aos meses em que se encontra-
vam nessa condição.
Órgãos públicos.
Pessoas jurídicas ainda não inscritas no CNPJ, desde o mês em que foram registrados seus atos
constitutivos até o mês anterior àquele em que foi efetivada a inscrição.
Condomínios edilícios.
Consórcios e grupos de sociedades, constituídos na forma dos arts. 265, 278 e 279 da Lei
6.404/1976.
Consórcios de empregadores.
Clubes de investimento registrados em Bolsa de Valores, segundo as normas fixadas pela CVM ou
pelo Bacen.
Fundos de investimento imobiliário, que não se enquadrem no disposto no art. 2.º da Lei 9.779/1999.
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Dispensa da EFD-Contribuições
Fundos especiais de natureza contábil ou financeira, não dotados de personalidade jurídica, criados
no âmbito de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem
como dos Ministérios Públicos e dos Tribunais de Contas.
Candidatos a cargos políticos eletivos e os comitês financeiros dos partidos políticos, nos termos da
legislação específica
Incorporações imobiliárias sujeitas ao pagamento unificado de tributos de que trata a Lei 10.931/2004,
recaindo a obrigatoriedade da apresentação da EFD-Contribuições à pessoa jurídica incorporadora,
em relação a cada incorporação submetida ao regime especial de tributação.
Empresas, fundações ou associações domiciliadas no exterior que possuam no Brasil bens e direi-
tos sujeitos a registro de propriedade ou posse perante órgãos públicos, localizados ou utilizados no
Brasil.
Comissões, sem personalidade jurídica, criadas por ato internacional celebrado pela República Fede-
rativa do Brasil e um ou mais países, para fins diversos.
ATENÇÃO
2. Considera-se que a pessoa jurídica está inativa a partir do mês em que não realizar qualquer
atividade operacional, não operacional, patrimonial ou financeira, inclusive aplicação no merca-
do financeiro ou de capitais. O pagamento de tributo relativo a anos-calendário anteriores e de
multa pelo descumprimento de obrigação acessória não descaracteriza a pessoa jurídica como
inativa no ano-calendário.
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No que se refere às receitas, é previsto que todas devem ser informadas, sejam
tributadas ou não. E não sendo tributadas, deve ser informado o respectivo Código de Re-
ceita para justificar o benefício (ver tópico 5).
Quanto às compras e despesas, veja que somente devem ser informadas as opera-
ções geradoras de créditos. A compra de uma mercadoria que não gera direito a crédito,
por exemplo, não precisa ser informada na EFD-Contribuições.
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Bloco Descrição
ATENÇÃO
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SAIBA MAIS
Para dirimir dúvidas sobre a EFD-Contribuições, além do Guia Prático, também consulte as res-
postas das RFB às Perguntas Frequentes, disponíveis em http://sped.rfb.gov.br/pastaperguntas/show/276.
PVA PGE
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ATENÇÃO
A validação da EFD-Contribuições pelo PGE não significa, portanto, que ela esteja
livre de erros. É fundamental que a empresa invista em meios complementares de auditoria
das informações, em especial os eletrônicos, que simulam as validações que podem ser
realizadas pela RFB.
11.5. Penalidades
A não apresentação da EFD-Contribuições no prazo acarretará multa equivalente
a 0,02% (dois centésimos por cento) por dia de atraso, calculada sobre a receita bruta da
pessoa jurídica no período a que se refere a escrituração, limitada a 1% (um por cento) da
receita bruta.
ATENÇÃO
b) a 75% (setenta e cinco por cento), se a obrigação for cumprida no prazo fixado em intimação
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A Receita Federal não tem sido rígida quanto a imposição desta última multa, mas
dependendo da definição que empregue para “informações incorretas”, esta penalidade
poderá alcançar muitos contribuintes.
ATENÇÃO
Atualmente, essas penalidades estão previstas no art. 12 da Lei nº 8.218/91. Anteriormente esta-
vam previstas no art. 57 da Medida Provisória nº 2.158-35/2001.
11.6. Retificação
A EFD-Contribuições poderá ser substituída, mediante transmissão de novo arquivo
digital validado e assinado, para inclusão, alteração ou exclusão de documentos ou opera-
ções da escrituração fiscal, ou para efetivação de alteração nos registros representativos
de créditos e contribuições e outros valores apurados.
SAIBA MAIS
- cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em Dívida Ati-
va da União (DAU), nos casos em que importe alteração desses saldos;
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ATENÇÃO
A pessoa jurídica que transmitir arquivo retificador da EFD-Contribuições, alterando valores que
tenham sido informados na DCTF, deverá apresentar, também, DCTF retificadora.
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12. REFERÊNCIAS
MINATEL, José Antonio. Conteúdo do conceito de receita e regime jurídico para sua
tributação. São Paulo: MP Editora, 2005.
OLIVEIRA, Ricardo Mariz de. Conceito de receita como hipótese de incidência das
contribuições para a seguridade social (para efeitos da Cofins e da contribuição ao PIS). IOB
Repertório de Jurisprudência: tributário, constitucional e administrativo. n. 1, jan. 2001.
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