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Orione Silva
Solange Maria do Carmo
Evangelização Fundamental
Módulo 3
Roteiros de encontros
para crianças de 8 a 11 anos
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Introdução
Nossa proposta para o módulo 3 é levar os catequizandos a fazerem a experi-
ência do discipulado, passo fundamental para o amadurecimento da fé em Cristo.
No módulo anterior, apresentamos a boa-nova de Jesus e falamos da necessi-
dade de crer, buscando sempre uma fé amadurecida e comprometida com ele.
Um dos sinais desse compromisso é tornar-se discípulo do Senhor. Não basta
crer; é preciso seguir Jesus. Vamos, pois, mostrar a importância do chamado que
Jesus faz a todos, convidando as pessoas de fé ao seguimento de Jesus e ao com-
promisso com seu Reino. Falaremos da missão do discípulo que consiste em viver e
promover os princípios e valores da vida, participando assim da construção do Rei-
no de Deus.
Para nos sustentar nessa missão, Deus nos envia o Espírito Santo. É funda-
mental entender o sentido do envio do Espirito Santo e em que consiste viver no
Espírito. O módulo 3 está centrado na pessoa do Espírito Santo, da mesma forma
que o módulo 2 centrou-se na pessoa de Cristo, e o módulo 1, na pessoa de Deus
Pai. Com isso, estamos conduzindo os catequizandos a fazerem as experiências
fundamentais da fé – a experiência do Pai, que nos criou e nos amou desde o prin-
cípio; do Filho, que deu sua vida por nós e nos salvou; e do Espírito Santo, que nos
sustenta na caminhada da fé, no seguimento de Jesus Cristo. Nunca podemos es-
quecer que nossa fé é trinitária.
Supomos que no módulo 3 os catequizandos já tenham no mínimo dez anos
de idade e, portanto, já saibam ler com mais facilidade. Por isso, propomos que os
textos sejam proclamados diretamente na Bíblia. No final do módulo 2, cada cate-
quizando deve ter recebido a Bíblia Sagrada. Agora, devem levá-la aos encontros,
para já irem aprendendo a manuseá-la.
Sugerimos usar a Bíblia da CNBB, tradução que é usada também nas liturgi-
as. Vai ser preciso um pouco de paciência, mas será muito importante para eles essa
familiaridade com a Bíblia O catequista ajudará à turma a encontrar o texto bíblico.
Não é preciso dar todos os detalhes de uma só vez. As crianças vão aprendendo aos
poucos, à medida que forem utilizando a Bíblia nos encontros.
O catequista deverá também ter a Bíblia. Não vamos mais transcrever aqui os
textos, apenas citá-los como referência. Se o catequista perceber que a turma ainda
tem muita dificuldade de acompanhar os textos na Bíblia, deve avaliar o melhor
modo de ensinar-lhes o manuseio da mesma. Porém, mesmo que as crianças ainda
não consigam ler na Bíblia, propomos que o catequista proclame os textos, lendo-
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os diretamente da Bíblia. E insistimos que é importante já ir ensinando às crianças a
manusear a Bíblia, aprendendo a localizar os livros, capítulos, versículos, familiari-
zando-se, enfim, com os textos da Sagrada Escritura. Aos poucos, as crianças
aprendem e desenvolvem a habilidade de localizar os textos. Com isso, aprendem
algo muito importante que é o uso correto da Bíblia Sagrada.
No final do módulo 3, faremos a entrega de um crucifixo, que recorda à tur-
ma o compromisso de ser discípulo, iluminado pelo Espírito Santo. Esse símbolo
vai ajudar a lembrar que a missão do Espírito Santo é nos capacitar para o segui-
mento de Jesus. Com a força do Espírito, Jesus cumpriu sua missão, dando por nós
a vida na cruz. Com a força desse mesmo Espírito, cada um de nós deve seguir sua
missão, conforme Jesus pediu:”Quem quiser me seguir tome sua cruz e venha após
mim”. (Mt 16,24) Costuma-se usar o crucifixo como uma espécie de jóia ou de
enfeite, pendurado no pescoço. Queremos mostrar que o crucifixo é mais que isso:
é sinal de que somos discípulos de Jesus, na força do Espírito Santo.
Que Deus ilumine o trabalho de todos os catequistas e derrame seu Espírito
abundantemente, para que este ano seja de muita motivação na catequese. O cate-
quista, ao falar do discipulado, deve mostrar não somente com palavras, mas tam-
bém com o seu testemunho, a alegria de seguir Jesus.
Boa sorte!
Os autores
3
Primeira Etapa
O chamado a ser discípulo
Todo cristão é chamado a ser discípulo. Nessa primeira etapa, vamos mostrar
Jesus chamando os seus discípulos. Ele sempre estava cercado de grande multidão.
Mas, do meio dessa multidão, vão surgindo pessoas de boa vontade e de fé que dão
um passo a mais. Vão além da simples curiosidade a respeito de Jesus e querem
segui-lo, fazendo o que ele faz, vivendo como ele vive. Esses são os discípulos de
Jesus.
A experiência do discipulado é de fundamental importância no processo de
iniciação da fé. Não basta conhecer Jesus, nem mesmo aceitar os seus ensinamen-
tos. Jesus nos desafia a segui-lo, comprometendo-nos com o seu Reino.
Nessa primeira etapa, vamos mostrar algumas características do discípulo de
Cristo e os requisitos iniciais para quem deseja seguir Jesus.
Nosso objetivo é bem claro. Queremos que os catequizandos comecem a en-
tender que a fé nos leva ao compromisso com Jesus. O compromisso cristão faz
parte da identidade das pessoas de fé. A catequese cristã só é autêntica quando mo-
tiva ao compromisso, mostrando que o chamado de Cristo nos desafia sempre a dar
um passo adiante em nossa caminhada de fé. Podemos dizer, recordando a última
etapa do módulo anterior, que uma fé que não nos leve ao discipulado, ou seja, ao
seguimento de Cristo, não é uma fé madura.
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1º Encontro
JESUS CHAMA DISCÍPULOS
criança. À medida que forem chegando, o catequista vai colocando os crachás. Is-
so ajuda a guardar o nome de cada um. Os crachás devem ser usados até que to-
dos já saibam o nome de cada colega. Se a turma é toda conhecida, os crachás são
dispensáveis.
− Mais uma vez, vamos sugerir também fazer um cartaz contendo o nome, data de
zer um cartaz que sugira essa idéia: um caminho com uma cruz ao fim. Cada cri-
ança recebe um bonequinho de papel, escreve seu nome e cola no caminho.
− Veja modelo abaixo:
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− Cantar músicas animadas. No final do livro, há uma lista de sugestões, gravadas
no CD anexo a este livro. O catequista poderá usar também músicas dos CDs an-
teriores. Será bom até para recordar os temas já trabalhados.
− Depois desse momento de animação, todos podem se cumprimentar, desejando
paz e perseverança aos companheiros de turma.
− Sossegar a turma para rezar. Fazer o Sinal da Cruz.
− Motivar: Neste ano, temos muitas coisas interessantes para aprender em nossos
enc
− ontros. Deus vai nos falar da importância de sermos pessoas comprometidas com
Jesus. No ano passado, já vimos como foi a vida de Cristo, o que ele nos ensinou,
como triunfou sobre a morte. Já vimos também como é fundamental ter fé, mas
não uma fé qualquer. Queremos ter fé madura. E essa fé madura nos lança um
grande desafio: o desafio de nos comprometer com Jesus e de nos tornar discípu-
los dele. Ele vai nos ajudar, enviando sobre nós o Espírito Santo, força que nos
sustenta. Tudo isso, nós vamos entender durante este ano de catequese. Vamos,
então, rezar, pedindo que Deus nos ajude ao longo de nossa caminhada.
− Cantar. Sugerimos a música 1.
− Fazer preces espontâneas. Cada um pode pedir a Deus aquilo que achar mais im-
portante para começar o ano com bastante ânimo. A resposta pode ser: “Venha
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nos ajudar, Senhor!”. O catequista pode começar as preces:
• Precisamos, Senhor, de muito ânimo, no começo de mais um ano. Por isso, pe-
dimos.
• Precisamos ser uma turma muito unida, Senhor. Por isso, pedimos. Etc.
− Pode-se encerrar a oração, cantando. Sugerimos a música 3.
Texto: Mc 1,14-20
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
• Quem tinha sido preso? Vocês se lembram quem foi João Batista?
• Para onde Jesus foi, depois que João foi preso?
• O que Jesus proclamava?
• De acordo com esse texto, como foi o chamado dos primeiros discípulos de
Jesus?
• Vamos lembrar o nome dos quatro primeiros discípulos que Jesus chamou?
Aprofundamento
− Só para recordar, João Batista é aquele que veio antes de Cristo e começou a
pregar ao povo, convidando todos à conversão e batizando os que queriam mu-
dar de vida. Foi ele quem batizou Jesus. Pouco tempo depois que Jesus foi bati-
zado, João Batista foi morto. A missão de Jesus começa depois da morte de Jo-
ão Bastista. Ele começa a anunciar a boa-nova de Deus, ou seja, as coisas que
Deus queria ensinar ao povo. Mas ele sabia que sozinho não daria conta dessa
missão. Então, ele já começa chamando discípulos.
− Os primeiros discípulos chamados estavam à beira-mar, chegando da pescaria,
com suas barcas e redes. Jesus os chama. Eles imediatamente deixam para trás
as barcas e redes e se põem a seguir Jesus, empolgados com a proposta de se-
rem pescadores de gente para o Reino de Deus e não apenas de peixes.
− Poderíamos nos perguntar: Por que tanta pressa de seguir Jesus? É que Jesus
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lhes oferecia uma proposta de vida muito interessante. Vamos compreender es-
sa proposta?
Expor as 3 frases que resumem a proposta de Jesus. Podem ser expostas em faixas,
cartaz, álbum seriado ou mesmo num quadro, de preferência uma de cada vez,
enquanto se vai explicando.
Convertam-se!
Creiam no Evangelho!
− Explicar as frases:
a) O Reino de Deus está próximo: As pessoas daquele tempo viviam sonhan-
do com a chegada do Reino de Deus e esperando sua realização. O Reino de
Deus seria aquele tempo em que o próprio Deus haveria de reinar no mun-
do, trazendo paz e prosperidade como nunca se tinha visto. O povo estava
acostumado com reis maus e opressores e esperava que o próprio Deus o vi-
esse socorrer, como rei poderoso e cheio de bondade. Quando Jesus anunci-
ava a chegada desse reino tão sonhado, dizendo que ele estava próximo, es-
sa era uma proposta irresistível. As pessoas seguiam Jesus, porque queriam
participar desse reino.
b) Convertam-se: Converter significa mudar de vida. O povo estava levando
uma vida ruim. O que as pessoas mais queriam era uma chance de mudar de
vida, de conquistar uma vida melhor. Era justamente essa oportunidade que
Jesus oferecia. Por isso, as pessoas o seguiam imediatamente, aproveitando
a oportunidade de transformar a vida para melhor.
c) Creiam no evangelho: O evangelho eram os ensinamentos de Jesus. Esses
ensinamentos novos e cheios de sabedoria eram um caminho seguro para o
povo encontrar a felicidade. O povo, que vivia procurando um jeito de ser
mais feliz, percebeu logo que o evangelho que Jesus pregava era um cami-
nho seguro para a felicidade. Daí aquela urgência de seguir Jesus.
− Conferir, debatendo com a turma, se as propostas de Jesus são válidas para os
tempos atuais:
• Reino de Deus: Será que existe no coração das pessoas o desejo do socorro de
Deus? Se ficar claro que Deus quer socorrer seu povo, inaugurando um tempo
de paz, essa proposta agradaria ao mundo de hoje? Agradaria a você?
• Conversão: O sonho de conquistar uma vida melhor, o desejo de mudar de vi-
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da, de crescer, de melhorar – as pessoas hoje ainda possuem essas idéias? Vo-
cê possui?
• Evangelho: As pessoas de hoje ainda precisam de um caminho seguro para a
felicidade? A proposta de Jesus de oferecer um caminho seguro para o povo
ser feliz seria importante para nós hoje? Agradaria as pessoas? Agradaria vo-
cê?
− Pedro, André, Tiago, João e tantas outras pessoas foram atrás de Jesus. Eles se
tornaram discípulos porque compreenderam a proposta de Jesus e acreditaram
nela. Eles entenderam que poderiam viver melhor guiando suas vidas pelos ca-
minhos que Jesus ensinava.
3. ATIVIDADE
Sugestão 1
- Recordar que as pessoas seguiam Jesus porque ele ensinava coisas impor-
tantes para a realização humana. Jesus propunha um caminho de felicidade.
Esse convite de Cristo é sempre atual, porque em todos os tempos – hoje
também – as pessoas querem conquistar a felicidade e a realização. Por isso,
o chamado de Jesus é sempre atual e hoje se dirige a todos nós.
- Fazer um debate sobre as razões que temos para seguir Jesus hoje. O que Je-
sus nos oferece? O que encontramos em seus ensinamentos? Por que vale a
pena seguir Jesus hoje? Quais os valores ensinados por Jesus que nos aju-
dam a viver melhor?
- Encontrar, no caça-palavras seguinte, palavras que expressem os ensina-
mentos de Jesus que ainda hoje nos motivam a segui-lo. Encontradas as pa-
lavras, recordar brevemente esses ensinamentos de Jesus que podem nos
ajudar a viver melhor. Sugerimos ao catequista fazer um cartaz com essas
palavras. Isso ajuda a fixar as idéias.
Sugestão 2
- Outra idéia é contar histórias concretas de pessoas que “deixaram tudo para
seguir Jesus” e foram muito felizes nessa escolha. Que tal lembrar a história
de alguns santos: São Francisco de Assis, Santo Inácio e outros mais conhe-
cidos na região? Pode-se lembrar de histórias de vida de pessoas que se des-
tacaram pela fé, mesmo que não tenham sido declaradas santas pela Igreja.
Os exemplos devem ser, contudo, verdadeiros e eloqüentes – sem exageros
lendários, como o de Santo Antônio pregando para os peixes, etc – de modo
a motivar as crianças ao seguimento de Cristo.
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Conclusão
As pessoas se deixam conquistar por Jesus, porque vêem nele uma chance de
viver melhor, de serem mais felizes, de terem mais paz. Isso aconteceu com os pri-
meiros discípulos de Jesus, acontece ainda com pessoas do nosso tempo que tam-
bém se tornam discípulos e pode acontecer conosco. Jesus continua a nos chamar.
Cabe a cada um dar sua resposta. Quem se dispõe a seguir Jesus encontra um cami-
nho seguro, com ensinamentos muito úteis à nossa vida. Ele é fonte de vida e de
vida plena. Por isso, vale a pena qualquer esforço para segui-lo.
tudo para abraçar sua proposta. Marcos está escrevendo para uma comunidade
no ano 70. Não é mais o grupo dos seguidores de Jesus que são os destinatários
do seu texto. Quem acolhe a boa-nova anunciada por Marcos é a segunda gera-
ção de cristãos: aqueles que se converteram por meio da pregação dos discípu-
los. A preocupação de Marcos é que esse novo grupo de cristãos seja tão decidi-
do e corajoso quanto o grupo dos primeiros cristãos. Por isso ele insiste tanto na
pressa, no deixar tudo, na urgência do Reino, no despojamento total dos segui-
dores de Jesus. Marcos quer mostrar que Jesus tem pressa de chamar, pois seu
Reino é urgente. E os discípulos têm pressa de responder, pois a proposta é tão
boa que não se pode perder tempo. Continuando a leitura dos Evangelhos, a
gente vai ver que os discípulos seguiam Jesus, mas certamente não abandonaram
a profissão, nem a casa, nem a família. Apenas colocaram o Reino de Deus co-
mo prioridade máxima, acima da profissão, da família, de tudo. É isso que Mar-
cos quer mostrar aos seus leitores: a importância de seguir Jesus e se comprome-
ter com ele.
− E hoje? Será que para seguir Jesus é preciso deixar tudo e ir para um convento
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2º Encontro
O DISCÍPULO AMA A JESUS
Texto: Jo 21,15-19
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
• Com qual discípulo Jesus está conversando no texto?
• O que Jesus pergunta a Pedro?
• Por quantas vezes ele faz a mesma pergunta?
• Como Pedro responde a Jesus?
• Por que será que Jesus insiste tanto em saber se Pedro o ama de verdade?
Aprofundamento
− Para ser discípulo de Cristo, comprometido com ele, é preciso ter muito amor.
Quem não tem amor não persevera no seguimento de Jesus. Antes, porém, de
entendermos melhor a importância do amor para quem quer seguir Jesus, vamos
compreender essa conversa de Jesus com Pedro.
− Quem era Pedro? No encontro anterior, vimos Jesus chamando um certo Simão,
irmão de André. Os dois estavam pescando. Simão foi um dos primeiros a ser
chamados por Jesus e a aceitar o desafio de segui-lo. Ele era um homem sim-
ples, mas tinha personalidade forte. Tinha firmeza e decisão. Por isso, Jesus lhe
deu o nome de Pedro. Ele passou a ser conhecido como Simão Pedro ou sim-
plesmente Pedro. A palavra Pedro vem de pedra mesmo. Ao chamar Simão de
Pedro, Jesus quis dizer que ele era firme como uma pedra. Naquele tempo, era
muito comum trocar o nome da pessoa, quando ela mudava de vida. O novo
nome significava a vida nova que a pessoa se propunha a levar (Sobre a mudan-
ça do nome de Pedro, confira Mt 16,13-20).
− Jesus confiava muito em Pedro, porque ele era firme e decidido. Tinha muita fé
e seguia os ensinamentos cristãos com muita convicção. Mas, de vez em quan-
do, Pedro fracassava e fazia algo estranho. Isso mostrava que, lá no fundo, ele
ainda continuava sendo um homem fraco. Vamos ver alguns exemplos.
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− Quando Jesus anunciou que ia ser condenado à morte e ia passar, portanto, por
muitos sofrimentos, Pedro protestou e não concordou (cf. Mt 16,21-23). Pedro
não entendia que, no seguimento de Jesus, às vezes enfrentamos algum sofri-
mento. Ele queria ser discípulo, mas sem sofrer. Jesus o corrigiu duramente e
mostrou que quem quer ser discípulo deve estar preparado para tudo. Até mes-
mo para enfrentar dificuldades. Afinal, as dificuldades fazem parte da vida!
− Em outra ocasião, quando Jesus foi preso, Pedro arrancou uma espada e, num
ato de violência, cortou a orelha de um soldado (cf. Jo 18,10-11). Jesus, mais
uma vez, repreendeu Pedro, alertando-o para não usar de violência. Jesus sem-
pre pregou contra a violência e Pedro sabia disso. Mas, na hora do aperto, as
fraquezas de Pedro apareciam de novo. Ele tinha fé, mas perdia o controle. Je-
sus tinha de corrigi-lo sempre.
− Em outra cena muito conhecida, Pedro nega Jesus por três vezes. Jesus tinha
sido preso e estava sendo interrogado. Alguém perguntou a Pedro se ele conhe-
cia Jesus e ele negou três vezes, com medo de ser condenado junto com Cristo
(cf. Mt 26,69-75). Depois disso, Jesus saiu, passou perto de Pedro e olhou para
ele. Pedro se arrependeu de ter negado Jesus. Era a fraqueza de novo, atrapa-
lhando a vida daquele discípulo.
− Então, depois de ressuscitado, Jesus aparece a Pedro, como acabamos de ler no
texto bíblico. Agora Jesus quer saber de Pedro não se ele tem fé, mas se ele tem
amor de verdade. Já sabemos como a fé é importante. Mas o amor completa a
fé, dando uma motivação ainda maior para a pessoa seguir Jesus. Então, o dis-
cípulo, além de ter uma fé bem esclarecida e madura, precisa ter muito amor.
− A fé supõe uma série de atitudes e decisões: acreditar, comprometer-se, buscar
a Deus, servir a ele. Já o amor é o afeto que nos liga a Cristo e à missão que ele
nos dá. Quem não tem esse afeto desanima mais facilmente e por qualquer ra-
zão deixa de seguir Jesus. Por isso o amor é tão importante. Ele dá força e mo-
tivação para a gente ser sempre fiel a Jesus, mesmo quando se torna difícil ser
discípulo do Senhor.
3. ATIVIDADE
Sugestão
- Expor um crucifixo sobre pequeno altar. Colocar a turma em volta do altar.
Pedir que contemplem o crucifixo, pensando no que ele representa para nós.
- Cada um pode dizer espontanemante o que o crucifixo representa em sua
vida.
- O catequista pode auxiliar, lembrando que Jesus deu sua vida na cruz por
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amor. O crucifixo é um sinal do amor de Jesus. Por causa desse grande
amor, ele foi fiel até o fim, em sua missão. Só quem ama persevera. Por isso
mesmo, Jesus, depois de demonstrar o seu amor, insistiu com Pedro para
que ele confirmasse também seu amor a Cristo. Hoje, Jesus pergunta a nós o
mesmo que perguntou a Pedro. E espera de nós uma resposta decidida.
- Colocar sobre o altar três velas apagadas. Explicar que a pessoa sem amor é
como uma vela apagada, que não ilumina nada. A qualquer dificuldade, a
pessoa sem amor desiste de seguir Jesus e deixa a luz de sua fé se apagar.
- Convidar a turma para renovar o amor a Jesus. O catequista vai perguntar
por três vezes se as crianças amam a Jesus de verdade. A cada resposta,
acender uma vela e cantar um breve refrão. Sugerimos a música 14 do CD
Pré-evangelização 1.
• Catequista: Em nome de Jesus, eu pergunto a cada um que aqui está:
Você ama Jesus de verdade, de todo o seu coração?
• Todos: Sim! (Acender a primeira vela.)
• Catequista: Mais uma vez, eu insisto: Você ama Jesus, com todas as su-
as forças, com todo o seu entusiasmo?
• Todos: Sim! (Acender a segunda vela.)
• Catequista: Pela terceira vez, como fez Jesus, eu pergunto: Você ama a
Jesus, a ponto de não abandoná-lo por nada deste mundo?
• Todos: Sim! (Acender a terceira vela.)
- Todos estendem a mão para o crucifixo, cercado de velas acesas e repetem
com o catequista: “Jesus, nós o amamos de todo o nosso coração. Queremos
seguir seus passos, como bons discípulos do Senhor. Aumente, Senhor, nos-
sa fé e confirme o nosso amor. Amém!”.
- Que tal cantar a música 13?
Conclusão
A fé nos faz aceitar Jesus, crer em seus ensinamentos, aderir a ele de coração.
Mas o amor dá condições para essa fé desabrochar sempre mais. E quando vêm as
dificuldades no caminho da fé, é por causa do amor que a gente persevera. Não é à
toa que Jesus afirma: “Quem me ama guarda as minhas palavras” (cf. Jo 14,23a). E,
logo depois, Jesus diz: “Quem não me ama não guarda as minhas palavras” (cf. Jo
14,24a). Não basta ter fé. É preciso ter amor, para ser um discípulo fiel. Nas horas
em que a fé se enfraquece, é o amor que nos sustenta no seguimento de Cristo.
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4. ORAÇÃO FINAL E ENCERRAMENTO
− Cantar a música 4 ou outra à escolha.
− Motivar a oração: Vamos encerrar nosso encontro agradecendo a Jesus por ter
nos chamado para ser seus discípulos. Cada um pode fazer uma prece espontâ-
nea. Após cada prece, todos repetirão: “Obrigado, Senhor!”
− Encerrar cantando músicas animadas.
o cinto na cintura e saía pra todo canto sem pedir satisfação a ninguém. Colo-
car o cinto é estar pronto para viajar, para sair de casa. É estar paramentado
para botar o pé na estrada. Antes, Pedro se arrumava e tomava o destino que
queria. A partir do momento em que ele recebe a missão de apascentar o re-
banho de Jesus, ou seja, sua Igreja, ele não é mais dono de seu nariz. Ele não
faz mais o que quer. Ele agora deve ouvir o que Deus lhe diz e se deixar guiar
pelo Espírito Santo. A partir de então, Pedro vai se levantar para ir até onde
não quer. E o Evangelista João explica que essa expressão se refere à morte
de Pedro. Pedro não decide mais sozinho a sua vida. Ela pertence a Jesus e
por causa dele vai entregar sua vida, vai ser martirizado em nome da fé. Eis
mais uma conseqüência do seguimento de Cristo.
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3º Encontro
O DISCÍPULO MANTÉM SUA DISPOSIÇÃO
Texto: Lc 9,57-62
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Deixar a partilha para depois do aprofundamento.
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Aprofundamento
− O texto à primeira vista nos assusta. Jesus parece exigir demais. Mas vamos
entender melhor o que Deus quer nos dizer sobre os compromissos e disposições
de quem quer seguir a Cristo.
Sugerimos usar cartazes para explicar o texto. Pode-se fazer um álbum seriado
com três cartazes, conforme o modelo seguinte.
− Primeiro cartaz:
ESPÍRITO DE SACRIFÍCIO
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O discípulo de Jesus precisa ter
PRONTIDÃO
− Convidado a seguir Jesus, alguém deu essa desculpa: primeiro, vou enterrar meu
pai; depois eu te sigo. Que significa uma desculpa assim? A gente precisa ter
prontidão. Não podemos deixar para depois, ficar adiando a nossa decisão de se-
guir a Cristo. Prontidão é começar já; não deixar para amanhã nossa decisão de
nos comprometer com Jesus. Ao ler o texto, a gente fica assustado. Dá a impres-
são de que o pai do sujeito já estava morto e Jesus não queria que ele acompa-
nhasse o velório. Mas não é isso. Se já estava morto, o filho não somente podia
como devia enterrar o pai. Mas não precisava tornar-se discípulo somente depois
disso. Já podia se comprometer. Mas vamos imaginar que o pai do sujeito não
estava morto, talvez nem doente. Hoje em dia acontece a mesma coisa. Convi-
dadas a seguir Jesus ou a assumir algum compromisso de fé, as pessoas dão des-
culpas para adiar sua resposta: depois que meu pai morrer eu me comprometo,
porque agora tenho de cuidar dele. Ora, pode-se cuidar do pai e ser discípulo de
Cristo ao mesmo tempo. Uma coisa não impede a outra. Aliás, cuidar do pai já é
sinal de discipulado. Outros dizem: Depois que eu me aposentar, vou me com-
prometer mais; ou: depois que meus filhos crescerem, ou: depois que eu me
formar etc. E, com desculpas de todo tipo, vamos adiando a nossa resposta ao
chamado que Jesus nos faz.
− A resposta de Jesus parece quase sem sentido. Deixar que os mortos enterrem os
mortos? Mas são os vivos que enterram os mortos. O que Jesus quer dizer é que
a pessoa chamada não deve arranjar desculpas para fugir do convite para ser dis-
cípulo. Para seguir Jesus, é preciso ter prontidão.
− Terceiro cartaz:
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O discípulo de Jesus precisa ter
PERSEVERANÇA
− Nesse terceiro caso, a pessoa convidada a seguir Jesus quer primeiro despedir-se
de sua família. Parece não haver nada de errado nisso. Mas, se isso for mais uma
desculpa do tipo “primeiro vou consultar minha família”, pode não funcionar.
No tempo de Cristo, às vezes a própria família ficava contra aqueles que queri-
am seguir Jesus. Então, se a pessoa quer seguir Jesus, a família não pode ser um
obstáculo.
− Por isso, Jesus responde com um ditado popular que significa: Quem põe a mão
no arado precisa olhar para a frente e não para trás.
Se a turma não souber o que é um arado, explicar: O arado é um instru-
mento usado para preparar a terra para o plantio. O agricultor usa o ara-
do para revolver a terra, coisa que hoje em dia é feita por modernos trato-
res. O arado é puxado por uma junta de bois ou por um cavalo. O agricul-
tor, ao usar o arado, precisa olhar sempre para a frente, para conduzi-lo
no trilho certo. É mais ou menos como o motorista que precisa também
sempre olhar em frente para conduzir o carro pela estrada.
− Olhar para a frente nos leva a pensar no futuro, a perseverar. Olhar para trás po-
de nos levar a desistir e abandonar o caminho de Cristo. Muita gente ainda usa a
família como desculpa para não seguir Jesus. Dizem: tenho família grande, não
tenho tempo; ou: tenho filhos pequenos, não posso agora; ou: meu marido não
gosta que eu saia de casa, não posso ir à Igreja. E por aí vão surgindo as descul-
pas mais variadas. E as pessoas vão deixando de seguir Jesus.
Partilha:
• Quais as três características que a gente precisa ter para seguir Jesus, de
acordo com o que acabamos de ver?
• O que é ter espírito de sacrifício?
• O que significa ter prontidão?
• O que significa ser perseverante?
• Você conhece casos de desculpas que a gente costuma dar para adiar
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nossos compromissos com Jesus ou deles fugir?
3. ATIVIDADE
Sugestão
− O encontro de hoje está nos mostrando a importância de manter a disposi-
ção para seguir Jesus. Manter a disposição é não desanimar, estar sempre
atento e pronto, não deixar para depois o que se deve fazer hoje. Sem dispo-
sição, a gente não vai muito longe.
− Convidar a turma para ouvir uma história que fala sobre disposição. No ca-
so, a história fala da disposição do cachorro que corre atrás de sua caça. Mas
dessa história podemos tirar conclusões importantes.
O CACHORRO E A LEBRE
Certa vez, um jovem monge, intrigado com o baixo índice de perseve-
rança dos jovens de seu convento, procurou o superior da casa para conversar so-
bre o assunto e esclarecer alguns pontos. Foi chegando e entrando logo no assunto,
sem muitos rodeios. Disse-lhe:
- Mestre, tenho pensado muito e não encontro uma resposta para meus
questionamentos. Por que acolhemos tantos candidatos à vida religiosa e tão pou-
cos continuam seu caminho? Pouco a pouco vão desanimando e, ao final do traje-
to, chegam poucos. Por que acontece isso? Será tão difícil assim o caminho do Se-
nhor?
Respondeu o bom mestre: - Vou lhe contar uma coisa, meu filho. Certa
vez, um cachorro passeava distraidamente pelo caminho perto da floresta, quando
viu uma lebre passar rapidamente de uma moita para outra. Sentiu seu cheiro, ar-
repiou-se todinho e saiu correndo à procura de sua caça. E foi aquela correria. Ao
ouvir os latidos, os cachorros da redondeza também levantaram a orelhas, aguça-
ram o faro e começaram a procurar a presa. E saía cachorro de todo quintal, na
maior barulheira. À frente, a lebre corria desesperadamente procurando um escon-
derijo. Atrás, o cachorro que viu a lebre perseguia sua caça com furor. Atrás dele,
outro cachorro que vinha ver o que acontecia, outro e mais outro. Todos curiosos à
procura do motivo de tamanho alvoroço. E entravam pela mata, passavam córre-
gos, saltavam pelas moitas... Até que alguns começaram a desistir. Afinal, para
que tanto esforço e tanta correria?, começaram a pensar. Mas o cachorro que viu a
lebre continuou implacável sua perseguição. Ele sentiu o cheiro, viu a caça, sentiu
o efeito de sua presença. Sabia que era real e não um fruto de sua imaginação.
Então, o velho monge disse ao irmão mais novo: - Assim acontece aqui
no mosteiro. Só quem viu Jesus, num encontro pessoal e definitivo, só quem sentiu
o efeito de sua presença, só quem percebeu seu perfume é que persevera. Esse é o
cachorro que viu a lebre. Os demais vão no agito do barulho do outro que persegue
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seu ideal. Mas só aquele que tem a clareza de seus objetivos continua perseveran-
te, sem desanimar.
Conclusão
Essa história de cachorros pode nos ajudar a entender também um pouco mais
sobre a nossa vida de discípulos de Cristo. Durante a caçada, alguns cães vão desa-
nimando. E param de correr. Mas o cachorro que viu a lebre tem certeza do que
está fazendo. Porque viu, ele está motivado. Por isso mantém sua disposição e vai
até o fim. Aqui está o segredo da disposição. Ela acontece quando a gente está mo-
tivado, quando tem certeza do que está fazendo. No seguimento de Cristo, alguns
desistem. Lembram-se de Judas – o discípulo que desistiu e abandonou Jesus, até
traindo-o? Só quem tem muita disposição consegue seguir Jesus até o fim, sem
desanimar.
23
4º Encontro
O DISCÍPULO CULTIVA A COMUNHÃO
24
• Recebe, Senhor, o medo de desanimar no caminho.
• Recebe, Senhor, os doentes de nossas famílias. Etc.
− Cantar a música 17 ou outra para concluir.
Texto: Jo 15,1-17
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
• De acordo com o texto, qual a condição para que o ramo da árvore dê fruto?
O que isso significa para nós?
• O que acontece com os ramos que se separam do tronco? O que isso signifi-
ca para nós?
• Como Jesus quer que seja a nossa alegria? E o que devemos fazer para ter a
alegria completa?
• Jesus nos chama de servos ou de amigos? Qual a diferença?
Aprofundamento
− Nesse texto, Jesus faz uma comparação. Como os galhos de uma árvore preci-
sam estar unidos ao tronco, os discípulos precisam viver unidos a Jesus. Ele é o
tronco, nós somos os ramos. Quem se afasta de Cristo torna-se como um galho
seco e sem vida que já não serve para mais nada. Se o discípulo se afasta de
Cristo, perde sua fé, sua motivação, seu espírito de sacrifício, sua prontidão. E
acaba não perseverando no caminho de Jesus.
− Sem Jesus, nada podemos fazer, pois é ele quem nos ajuda a vencer nossas fra-
quezas. Ele é quem nos chama, é a ele que seguimos. E é ele quem nos dá força
nessa caminhada de fé. Nele encontramos a motivação para perseverar na fé,
como bons discípulos do Senhor.
− Jesus ainda fala da alegria de Deus quando olha para nós e vê que estamos fa-
zendo o bem, ou seja, produzindo bons frutos, vivendo unidos a Cristo e tam-
bém aos nossos irmãos. Vivendo assim, teremos a alegria completa.
− Jesus explica também que nos quer não como servos ou escravos, mas como
25
amigos. O servo faz as coisas por obrigação. Os amigos fazem as coisas por
amor, porque gostam de fazer o que agrada a Deus e é bom para nossa vida.
Não seguimos a Cristo por obrigação, mas porque somos amigos de Jesus. Nele
cremos e confiamos. Ele deu a vida por nós. Nós também, num gesto de amor,
nos doamos a ele.
− Jesus termina dizendo que escolheu cada um de nós para produzir frutos bons,
ou seja, para fazer o bem, de acordo com o que ele mesmo nos ensina. Isso é ser
discípulo de Jesus. Isso é viver em comunhão com ele. E também com as de-
mais pessoas, pois todos somos amigos do mesmo Deus. Sem essa união, não
seremos bons discípulos, pois unidos sempre podemos muito mais.
3. ATIVIDADE
Sugestão
− Expor galhos secos. Pode-se convidar a turma a ficar de pé em círculo. Colocar
os galhos secos no meio da roda ou expor de outro modo.
− Refletir:
• Que significam os galhos secos? Jesus comparou as pessoas que se afastam
dele com um monte de galhos secos. Isto porque, quando nós nos afastamos de
Jesus, viramos galho seco. Nossa vida começa a secar. Nossa fé vai secando,
vai morrendo. Nossa paz, nossa alegria, nosso entusiasmo, nossa força – tudo
vai secando, vai morrendo. Há pessoas que estão vivendo assim. Parecem estar
vivas, mas por dentro estão secas: sem alegria, sem paz, sem motivação para
mais nada. O galho seca porque se separa do tronco. Nós secamos quando nos
afastamos de Jesus.
• Para que servem os galhos secos? O próprio Jesus disse: O galho depois que
seca só serve para ser queimado no fogo. Não tem mais nenhuma utilidade. O
fogo vem e destrói completamente aquilo que, na verdade, já estava destruído
porque se afastou do tronco.
− O fogo simboliza aquilo que destrói. O galho seco não tem como se defender do
fogo destruidor. Estando seco, fica sem defesa e acaba queimado. Na vida tam-
bém isso acontece. Quando a gente se afasta de Jesus e deixa nossa vida secar, a
gente fica sem defesa. Qualquer coisa nos destrói como o fogo destrói o galho
seco. Muitas pessoas pelo mundo afora se sentem destruídas, aniquiladas, redu-
zidas a nada, porque ficaram sem defesa e sem força diante da vida, porque per-
deram a união com Jesus.
− Explicar a importância de viver unido a Jesus: Quem vive unido a Jesus, em
comunhão com ele, tem uma vida tão forte e abençoada que nada a pode destru-
26
ir. Ainda que essa pessoa atravesse dificuldades, ela não será reduzida a cinzas,
porque a força de Jesus faz a gente vencer tudo o que ameaça nossa vida. O fogo
pode até queimar o galho verde, mas dificilmente o destrói. Ele brota de novo, o
que não acontece com o galho seco. Do mesmo modo, nada destrói quem vive
unido a Jesus. A vida do discípulo de Jesus é cheia de frutos, ou seja, cheia de
bons resultados. Sem Jesus, nada podemos fazer. Mas com ele nossa vida ganha
outro sentido. Por isso é que o discípulo precisa estar sempre em comunhão com
Jesus.
− Expor o painel , conforme modelo:
J
E
S
U
S
− Distribuir os galhos de papel com a turma, um para cada pessoa. Pedir que cada
um escreva no galho o seu nome.
− Convidar a turma para completar o painel, colando os galhos no tronco, para
simbolizar o desejo de viver unido a Jesus, como verdadeiro discípulo.
− Enquanto isso, cantar a música 6.
Conclusão
Jesus é o tronco. Nós somos os galhos. O tronco sem os galhos fica incomple-
to. Os galhos sem o tronco não sobrevivem. Jesus precisa de nós como o tronco
precisa dos galhos. Nós precisamos de Jesus como os galhos precisam do tronco.
Jesus nos dá firmeza e força. Ele garante nossa vida. É por isso que nós o seguimos
e nos fazemos seus discípulos. Cultivar a comunhão é fazer todo o esforço possível
para viver unido a Cristo e aos irmãos. Essa é outra característica do discípulo de
Jesus.
27
4. ORAÇÃO FINAL E ENCERRAMENTO
− Cantar a música 13.
− De mãos dadas, rezar o Pai Nosso pedindo a Deus Pai a força necessária para
permanecer sempre em união com Jesus.
− Motivar para o próximo encontro.
28
5º Encontro
O DISCÍPULO É COERENTE COM SUA FÉ
Texto: Mt 21,28-32
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
• Qual dos dois filhos da parábola foi sincero?
• Qual mentiu para o pai?
• Qual agradou mais ao pai?
• O que significa, diante disso, ser coerente?
• Por que Jesus critica os sacertotes e anciãos e elogia os publicanos e prosti-
tutas?
Aprofundamento
− O pai convidando os filhos para o trabalho representa Deus convidando cada
um de nós para ser discípulo. O primeiro filho convidado disse a verdade: Não
quero! Faltava-lhe vontade para ir trabalhar. Mas depois, pensando melhor, ele
acabou indo para o trabalho, mesmo contra a sua vontade inicial. Nem sempre
a gente faz exatamente o que tem vontade de fazer. Pode ser preciso agir pelo
bom senso, contrariando a própria vontade. Para ser coerentes, em muitos ca-
sos, vamos ter que contrariar nossa própria vontade.
− O outro filho convidado ao trabalho foi logo dizendo sim. Mas como realmente
não foi trabalhar, entendemos que o seu sim não era sincero, era só da boca pra
fora. Ele disse, mas não fez o que prometeu. Isso é falta de coerência.
− Por isso, o pai ficou mais satisfeito com o filho que foi sincero e, mesmo con-
tra a vontade, fez o esforço de ir ajudá-lo em seus trabalhos.
− Disso, nós tiramos algumas conclusões:
• Quem quer seguir Jesus tem uma missão, uma tarefa a cumprir. Do mesmo
modo que o pai da parábola chamou os filhos, Deus nos chama.
• Não adianta responder sim e ficar parado, sem fazer nada. O Reino de Deus
não se faz com pessoas que apenas dizem sim, mas com pessoas que se dis-
põem a realizar gestos concretos, a fazer o bem como Jesus ensinou.
• Nem sempre a gente tem vontade, à primeira vista, de fazer tudo o que Jesus
ensinou. Muitas vezes, a vontade nos leva a outros caminhos. Mas quem
30
quer seguir Jesus deve estar disposto a contrariar a própria vontade, fazendo
o que é preciso e não o que tem vontade. No fim das contas, a gente fica fe-
liz de fazer o que é bom, ainda que no começo a gente não quisesse fazer. O
discípulo de Jesus não pode olhar apenas a sua vontade. Deve olhar o que é
bom e o que faz o Reino de Deus crescer.
• Ser coerente é ser sincero em tudo. Quando a gente diz uma coisa e faz ou-
tra, está faltando coerência, sinceridade.
• Com isso, Jesus criticou as pessoas do seu tempo que diziam muito e faziam
pouco ou nada. E afirmou que muitos pecadores – publicanos e prostitutas –
estariam em primeiro lugar no Reino de Deus, ou seja, acolheriam primeiro
o chamado de Cristo. De fato, muitas pessoas que aparentemente tinham má
vontade de fazer o que era correto, ao receberem o chamado de Jesus, mu-
daram de idéia e tornaram-se discípulos coerentes e fiéis a Jesus. E muitos
que viviam dizendo coisas bonitas não acolheram o chamado de Cristo.
3. ATIVIDADE
Sugestão
− Explicar que nem sempre o que a gente quer é o melhor. Uma coisa é o que eu
tenho vontade de fazer. Outra coisa é o que eu preciso fazer, mesmo contra a
minha vontade, porque sei que é para o meu bem e para o bem dos outros. Ser
coerente é fazer o bem, ainda que isso exija lutar contra a própria vontade.
− Dividir a turma em grupos: três ou quatro catequizandos, no máximo. Pedir que
cada grupo imagine uma situação em que a gente, para fazer o bem, precisa ir
contra a nossa vontade.
− Cada grupo pode contar uma história ou apresentar seu trabalho de outro modo,
fazendo uma dramatização ou um cartaz. Para isso, o catequista deverá levar
material necessário.
Conclusão
Ser coerente não é fazer apenas o que a gente quer. Nossa vontade pode nos
levar a fazer coisas que não são tão boas quanto pensamos. Ser coerente é fazer o
bem. Muitas vezes, isso vai exigir de nós lutar contra a própria vontade. É que a
nossa vontade é influenciada por nosso estado de espírito, nosso humor, nossa fra-
queza. Às vezes, não queremos algo porque estamos cansados ou com preguiça ou
desanimados ou irritados. Quando estamos sob influência dessas fraquezas, corre-
mos o risco de nos enganar. Por isso, não podemos olhar apenas nossa vontade.
Precisamos nos perguntar o que realmente é bom e necessário. E aplicar os nossos
31
esforços para fazer o bem, mesmo que para isso a gente precise empreender grande
esforço, lutando contra nossa indisposição. Para seguir Jesus, é preciso ter essa ca-
pacidade. Costumamos dizer que o discípulo, para ser coerente, precisa se pergun-
tar não exatamente qual é a sua vontade, mas qual a vontade de Deus, ou seja, o que
é bom. É claro que, na maioria das vezes, nossa vontade coincide com a vontade de
Deus, pois Deus quer sempre o melhor para nós. E nós também queremos o que é
bom. Mas podemos nos enganar sobre o que realmente é bom. Por isso, rezamos no
Pai Nosso, dizendo a Deus: “Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no
céu”. Isso é ser coerente.
33
6º Encontro
O DISCÍPULO VALORIZA OS DONS DE DEUS
Partilha
• Lembrando que talento aqui significa uma boa quantia de dinheiro, o que
você achou da atitude daquele que enterrou no chão o dinheiro recebido?
• E o que você achou da atitude dos outros dois?
• Que lição a gente tira dessa parábola?
Aprofundamento
− Convidar a turma para entender melhor o texto lido. Explicar o seguinte:
• O Talento: Um talento é uma quantia enorme de dinheiro. Equivale a mais ou
menos 35 kg de ouro. Segundo a Bíblia da CNBB (5ª edição), um talento corres-
ponderia hoje a mais ou menos cinco milhões de dólares Seria como ganhar na
loteria. No texto que ouvimos, o talento representa os dons que Deus nos conce-
de, ou seja, tudo aquilo que vem de Deus para dar melhor sentido à nossa vida.
• O Senhor que distribui seus bens: Significa o próprio Deus que reparte conos-
co seus dons. Todos nós recebemos de Deus muita coisa boa, muitos dons, como
os empregados da parábola.
• O número de talentos: Cada um recebeu um certo tanto, de acordo com sua ca-
pacidade. Isso significa que cada um de nós é cheio de dons e qualidades. Mas
não temos as mesmas capacidades. Isso não significa que um tem mais valor que
o outro ou que mereça mais atenção que o outro. Significa apenas que somos di-
ferentes uns dos outros. Mas todos recebemos de Deus a ajuda necessária para
viver e ser felizes. Esses talentos representam essa ajuda de Deus. A Bíblia quer
mostrar que, apesar das diferenças que existem entre as pessoas, todos podem
contar com a ajuda de Deus.
• Os servos dedicados: São os que multiplicam seus talentos. Eles valorizam a
ajuda que Deus lhes deu e se esforçam para aumentar ainda mais seus dons. Re-
presentam aqueles discípulos que se esforçam para fazer crescer suas qualidades
e multiplicar aquilo que possuem de bom. Com esse esforço, vem o resultado
positivo: as coisas boas ou talentos vão se multiplicando, se desenvolvendo e,
com isso, é toda a pessoa que se desenvolve. Esses servos são dedicados porque
sabem que estão lidando com dons preciosos, coisas de valor que não podem ser
tratadas de qualquer forma. Cuidar de coisas preciosas exige empenho, dedica-
ção, responsabilidade.
• O servo descuidado: Ele é medroso e não sabe o que fazer com as coisas boas
35
que possui. Por causa do medo, negligencia seus talentos, seus dons. Enterra os
dons que recebeu. Não porque esses dons sejam poucos – um único talento já é
muita coisa. Mas porque ele tem medo de arriscar, de investir. E tem preguiça:
não se empenha, não faz nenhum esforço para cuidar do dom que recebeu. Este
servo não se desenvolve nunca. Ele tem tudo para se desenvolver. Mas não valo-
riza os seus dons. Representa o discípulo desanimado que não se esforça para
multiplicar o que tem de bom. Ou acha que não tem nada de bom.
• Enterrar os talentos: Significa não valorizar as coisas boas que a gente possui
– as qualidades, os dons, a força de Deus – e deixar tudo isso paralisado, sem
produzir nenhum resultado. É a gente não se esforçar para se desenvolver e cres-
cer na fé e na bondade de coração. É não querer se aperfeiçoar, não querer cres-
cer.
• O resultado do esforço: O Senhor disse a cada um dos servos esforçados:
“Muito bem, servo bom e fiel. Como você foi fiel no pouco, eu lhe confiarei
muito. Venha participar da minha alegria”. Isso significa:
O discípulo que se esforça merece a aprovação de Deus. Deus valoriza e
aplaude aqueles que querem se desenvolver.
Deus multiplica os dons de quem se esforça. Quem se esforça para ser fiel no
pouco merece muito, porque sabe dar valor às coisas de Deus. O esforço é o
único meio de transformar o pouco em muito. O esforço traz o desenvolvi-
mento. Faz a gente melhorar em todos os sentidos.
O esforçado participa da alegria de Deus, porque a maior alegria é a gente se
esforçar e ver nossos dons se multiplicando.
• O resultado do comodismo: O Senhor disse ao último servo: “Servo mau e
preguiçoso! Se você me acha tão exigente, devia ao menos ter depositado meu
dinheiro no banco, para que na volta eu recebesse com juros o que é meu. Tirem
dele este talento e dêem ao que tem dez. Quanto a este servo inútil, afastem-no
de mim”. Isto quer dizer:
Deus não acha a menor graça da pessoa preguiçosa que nunca se esforça para
melhorar e se desenvolver, porque essa é uma atitude que não leva a nada.
Cada um precisa se esforçar para crescer. Ainda que seja pequeno o esforço,
ele é importante. Cada um faz o que pode. O que não vale é não fazer nada.
Quem não se esforça perde o que tem. Não porque Deus tira. Mas porque é
uma coisa natural. Quem não vai para a frente acaba voltando para trás.
Quem não melhora, é claro, piora. Quem não cresce, é claro, diminui, pois
todo mundo está crescendo. Assim é a vida.
O discípulo comodista acaba se afastando de Deus. Não é Deus que se afasta
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dele. É ele que se afasta de Deus.
− Essa história é um incentivo para que cada um de nós procure se esforçar para
se desenvolver ao máximo: desenvolver-se na fé, na bondade, na paciência, na
caridade, na disposição de fazer o bem, na simpatia com as pessoas, em tudo.
Todas as coisas boas são talentos que Deus nos dá. E se nos dá é para a nossa
felicidade. Por isso, o discípulo de Jesus busca sempre o seu crescimento. É o
que Deus nos ensina.
3. ATIVIDADE
Sugestão
− Estamos falando de dons de Deus. Que queremos dizer com isso? Os dons de
Deus são coisas especiais que temos em nossa vida, das quais devemos cuidar
com especial carinho e atenção. Quem tem fé vê essas coisas como um dom de
Deus, um sinal da bondade de Deus em nossa vida. Quem pensa assim aprende
a dar valor a certas coisas que fazem parte de nossa existência e contam com a
nosas dedicação.
− Procurar no caça-palavras coisas que são importantes em nossa vida, que exi-
gem cuidado e dedicação.
37
Conclusão
O discípulo reconhece que Deus nos dá muitos dons. Sem Deus não seríamos
ninguém. Tudo o que temos e somos é graça de Deus. Por isso, essas coisas são tão
valiosas. Delas cuidamos com muito carinho e dedicação, porque são preciosas.
São os talentos que cada um possui. Para seguir Jesus, precisamos entender a preci-
osidade de seus dons e não podemos enterrar os talentos, ou seja, tratar com desca-
so as coisas preciosas que fazem parte de nossa vida. Tratar as coisas da vida como
se não tivessem valor é quase uma irresponsabilidade. É falta de juízo. Essa atitude
não combina com a nossa fé.
39
7º Encontro
O DISCÍPULO PRIORIZA AS COISAS DE DEUS
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Texto: Mt 6,19-34
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
- O que vocês acharam mais interessante nesse texto? Que mensagem gostari-
am de destacar?
- O que você entende com a frase: “Onde estiver o teu tesouro, aí estará tam-
bém o teu coração?”
- O que você entende com a expressão: “Não podeis servir a Deus e ao di-
nheiro?”
- O que o texto nos fala sobre as preocupações da vida?
- De acordo com o texto, confiar em Deus ajuda a vencer as preocupações.
Por isso, quem busca a Deus em primeiro lugar se preocupa menos. Você
concorda com isso? Explique sua opinião.
Aprofundamento
− Esse é um texto que fala de confiança. Só quem confia no Senhor é capaz de
buscar primeiro o Reino de Deus e deixar que o resto aconteça da forma como
for possível. Só quem confia em Deus prioriza seu Reino e acredita que tudo
mais vai ser encaminhado para o bem.
− Vamos entender esse texto começando pelo seu final. Jesus diz: “Buscai em
primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça, e todas essas coisas vos serão da-
das por acréscimo.” A expressão “o Reino de Deus e sua justiça” representa aqui
todas as coisas de Deus, ou seja, tudo o que Jesus nos ensinou. Para ser discípu-
los, precisamos colocar como prioridade em nossa vida as coisas de Deus, vi-
vendo a vida do modo como Jesus ensina.
− Agora, voltemos ao começo do texto, onde Jesus fala que não podemos servir a
ruins. Precisamos também deles. Mas o Reino de Deus deve vir sempre em pri-
meiro lugar. Os bens materiais são um acréscimo, ou seja, algo a mais de que
necessitamos para viver. Mas não são os bens materiais que vão garantir nossa
felicidade. É conhecido, certamente, o ditado que diz que o dinheiro não compra
41
a felicidade. Até porque a felicidade está além das coisas que se podem comprar.
− Por isso, Jesus aconselha a não ajuntar tesouros aqui na terra, mas no céu. Aqui,
a traça e a ferrugem destroem os tesouros e os ladrões assaltam e roubam. Jesus
se refere certamente aos bens materiais que muitos vão acumulando como se o
acúmulo de bens fosse o tesouro que devemos buscar. Mas, não. Nosso tesouro
deve ser ajuntado no céu. Que significa isso? Que devemos nos ocupar das coi-
sas do alto (cf. Cl 3,1-2 ), ou seja, buscar o que é digno e nobre, as coisas inspi-
radas por Deus, ensinadas por Jesus. Pois, onde estiver o nosso tesouro, aí estará
o nosso coração. De fato, colocamos nosso afeto, nosso coração, naquilo que
julgamos ser precioso, como um tesouro. Corremos atrás do que é mais impor-
tante para nós e a essas coisas nos dedicamos com mais atenção. Então, o bom
discípulo é aquele que prioriza as coisas de Deus, que busca primeiro as coisas
de Deus.
− Jesus não quer dizer que é para rejeitar as coisas do mundo, nem está dizendo
que o mundo é mau. Mas é preciso entender que, nessa vida, algumas coisas têm
mais valor que outras. E importante saber priorizar; buscar primeiro o que tem
mais valor, o que é mais importante.
− Em seguida, Jesus diz coisas bem poéticas, para nos inspirar uma atitude de con-
fiança e desapego. Cita os pássaros do céu e os lírios do campo que não se preo-
cupam com nada e parecem estar sempre felizes. Claro que se trata de uma com-
paração apenas. Nossa vida é bem mais complexa do que a vida de um simples
pássaro ou de um lírio que cresce no campo. Jesus sabe disso. Por outro lado, as
preocupações exageradas não vão nos ajudar em nada. Quanto mais a gente se
preocupa com as urgências desse mundo, mais infelizes somos. A comparação
que Jesus faz é somente para nos ensinar a vencer as preocupações. Não signifi-
ca que vamos cruzar os braços e ficar esperando que Deus nos dê tudo pronto.
Mas vamos trabalhar, lutar, enfrentar a vida sempre com tranqüilidade, sereni-
dade e paz. Isso é próprio de quem ama e segue Jesus.
− Quem vive para ajuntar bens materiais, quem acha que seu tesouro é o dinheiro e
o que ele pode comprar não se torna um bom seguidor de Cristo, porque vai
achar que é bobagem ser discípulo. Realmente, as coisas que Jesus nos ensina
não rendem dinheiro, mas trazem um tipo de felicidade que só quem tem fé
compreende. Só o seguidor de Cristo encontra nele e em seus ensinamentos o
verdadeiro tesouro pelo qual qualquer esforço vale a pena.
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3. ATIVIDADE
Sugestão 1
− O Evangelho de Mateus nos traz uma parábola, composta de um só versículo,
mas que completa o nosso raciocínio sobre o tesouro. Vamos conhecê-la e en-
tendê-la melhor.
− Ler com a turma Mt 13,44. Podem procurar o texto na Bíblia.
− Fazer um debate em grupos. Depois, fazer um plenário. Para ajudar, podem ser
Sugestão 2
− Entregar à turma a oração abaixo em forma de criptograma. Pedir que decifrem
a b c d e f g h i j l m n o p q r s t u v z
1 2 3 4 5 6 7 8 9 # $ % & * ( ) + § = ] [ {
§5&8*+,
%9&81 [941 5§=1 5% §]1§ %1*§.
3*%* ]% 2*% 49§39(]$*,
)]5+* 3*$*31+ * §5] +59&* 139%1 45 =]4*,
)]5+* 3*&691+ &* §5&8*+, 1(5§1+ 45 =]4*,
)]5+* 2]§31+ §]1 [*&=145 3*%* * %5] =]4*.
§59 )]5 * §5&8*+ 5§=á #]&=* 45 %9%,
)]5 %5 1%1 5 %5 41 6*+ç1§ &5§=5 31%9&8*.
1%5%!
43
- Ao final, a oração será a seguinte:
Senhor,
Minha vida está em suas mãos.
Como um bom discípulo,
quero colocar o seu Reino acima de tudo,
quero confiar no Senhor, apesar de tudo,
quero buscar sua vontade como o meu tudo.
Sei que o Senhor está junto de mim,
que me ama e me dá forças neste caminho.
Amém!
− Cantar a música 15, que nos faz pensar o que é o verdadeiro tesouro. A música
apenas questiona, sem dar respostas prontas. Cada um precisa encontrar a sua
resposta a esta pergunta: O que é o seu tesouro? Em que ou onde você coloca o
seu coração?
Conclusão
Confiar sempre em Deus vai exigir de nós uma atitude de desprendimento
que dê ao nosso coração a capacidade de amar a Deus sobre todas as coisas e buscar
primeiro as coisas de seu Reino, vivenciando os ensinamentos de Cristo. No fundo,
Deus é o nosso grande tesouro. Não vale a pena trocá-lo por nada. E tudo o que
vem de Deus é tão precioso que deve merecer atenção prioritária de nossa parte. O
bom discípulo é aquele que pode dizer, com segurança: Deus é tudo para mim.
45
8º Encontro
CELEBRAÇÃO
PREPARAÇÃO
− Preparar um altar: mesa, toalha, flores, velas, fósforos.
− Levar um crucifixo que deverá estar desde o começo no centro do altar. Diante
dele, deverá haver uma cestinha para o rito da entrega.
− Levar uma bacia com água e toalha para o rito da purificação. A bacia deverá
ficar diante do altar, bom seria numa cadeira ou mesinha menor.
− Levar os corações e canetas para o rito do compromisso – um coração para cada
pessoa.
− Preparar as faixas. Uma já deverá estar fixada no começo da celebração:
“VENHAM PARTICIPAR DE MINHA ALEGRIA”. A outra entrará depois:
“FOMOS CONQUISTADOS POR JESUS
NÃO O DEIXAREMOS NUNCA MAIS.”
− Fita crepe para colar as faixas.
− Preparar uma boa confraternização. Apesar de ser um pouco trabalhosa, a con-
fraternização incentiva muito o entusiasmo e a perseverança da turma.
− Aproveitar a oportunidade para motivar os faltosos.
1. RITOS INICIAIS
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C − Acolher a turma com alegria. Saudar a todos.
− Motivar a celebração, dizendo: Durante os encontros dessa etapa, nós
refletimos sobre o chamado para sermos discípulos de Jesus. Jesus pas-
sou pelo mundo fazendo o bem. Sua vida encantou a tantos que onde Ele
ia uma imensa multidão o seguia. Hoje somos convidados a nos unir a
essa multidão. Também nós nos encantamos com a vida de Jesus e que-
remos segui-lo por toda a vida. Como chamou a tantos, ele hoje também
nos convida: VENHAM PARTICIPAR DE MINHA ALEGRIA. Inicie-
mos nossa celebração, cantando animados. Música 1.
D − Estamos reunidos para festejar o chamado que Jesus nos faz e para dar a
ele nossa resposta. Com alegria, iniciemos nossa celebração em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo.
T − Amém!
D − Jesus hoje tem um convite muito especial para fazer a cada um de vocês.
É um convite antigo que Jesus deseja renovar para todos nós. Vamos ler
juntos a faixa exposta aqui na frente.
T − VENHAM PARTICIPAR DE MINHA ALEGRIA!
D − Este é o convite de Jesus. Ele deseja que participemos de sua vida, do
que ele tem de melhor. Nesta celebração, você é convidado a dar a sua
resposta a este convite de Jesus. Afinal, você deseja participar da alegria
de Jesus? Pense nisto no silêncio do seu coração. (Momento de silêncio).
− Em resposta ao convite que Jesus nos faz, vamos receber uma faixa com
palavras que Jesus gostaria que brotassem do fundo dos nossos corações.
− Essa é a resposta que Jesus quer ouvir de nós, brotada com alegria e
sinceridade do fundo de cada coração. Vamos ler juntos:
T − FOMOS CONQUISTADOS POR JESUS. NÃO O DEIXAREMOS
NUNCA MAIS.
47
D − Jesus entrou em nossa vida como nosso grande amigo. Nosso maior ami-
go. Veio ao mundo por nós. Viveu por nós. Morreu por nós. Só pensou
em nós. Só queria nos conquistar e nos ver participando de sua alegria.
Jesus interessou -se por nós e continua a nos oferecer sua amizade e seu
socorro. Ele nos disse: vocês não são meus servos, meus escravos; vocês
são meus amigos. E é como amigos e seguidores de Jesus que nós nos
colocamos diante dele e lhe entregamos nossa vida, rezando juntos:
T − Ó bom Jesus, sua presença em nossa vida deu novo sentido à nossa exis-
tência, novo rumo aos nossos passos, novo ânimo ao nosso coração. E é
por isso, Jesus, que nós queremos permanecer para sempre unidos ao Se-
nhor, participando de sua alegria, seguindo seus ensinamentos, crescendo
e nos desenvolvendo amparados em seu socorro. Aceite, Jesus, nossa vi-
da e conserve os nossos corações repletos de seu amor. Amém!
2. RITO DA PALAVRA
C − Convidar a turma para ouvir atentamente um texto do Evangelho.
− Comentar: O texto que agora vamos ouvir mostra o convite que Jesus
nos faz e a resposta que ele deseja receber. (Antes pode-se cantar uma
música. Sugerimos a 3).
L − Proclamar Lc 14,15-24 (Ler na Bíblia)
D − Comentar brevemente o Evangelho: O dono da festa, neste Evangelho,
representa Jesus que nos convida a participar do seu banquete. O banque-
te é o sinal da alegria daqueles que vivem em Deus. O empregado que sai
à procura dos convidados representa a Igreja que vive convidando o povo
todo para comparecer ao banquete do Senhor. Somos nós catequistas e
tantas outras pessoas que se esforçam para mostrar às pessoas como é
bom participar da alegria do Senhor. Os convidados que dispensam o
convite são aqueles que não se interessam pelas coisas de Deus. Inven-
tam qualquer desculpa para não atender ao chamado de Jesus. Não têm
tempo para Deus. Fazem pouco caso do convite. Os outros que vão ao
banquete são aqueles que têm um coração de discípulo. Compreendem o
convite e se alegram por poderem participar da festa com Jesus e se tor-
narem participantes da alegria de Deus. Esses são os que se deixam con-
quistar por Jesus. E quando experimentam a verdadeira alegria de Jesus,
não o deixam nunca mais.
48
3. RITO DA PURIFICAÇÃO
C − Para podermos participar plenamente da alegria de Jesus, como verdadei-
ros discípulos, precisamos purificar nosso coração de algum sentimento
estranho que ainda nele houver. Pode ser que a gente ainda tenha algum
comodismo, algum desânimo, alguma desconfiança, enfim, alguma fra-
queza que nos esteja impedindo de participar melhor das coisas de Deus.
Vamos pensar um pouco, num instante de silêncio, nas coisas que mais
nos atrapalham na hora de seguir Jesus. (Momento de silêncio).
D − Com o nosso coração humilde e sincero, peçamos a Jesus que nos liberte
de tudo o que nos atrapalha e impede de segui-lo com mais decisão. En-
quanto cantamos, cada um é convidado a vir à frente e purificar-se de su-
as fraquezas, lavando as mãos. O gesto de lavar as mãos simboliza o de-
sejo de nos purificar. Quanto mais puro estiver nosso coração, mais in-
tensamente poderemos participar das alegrias do Senhor.
(Colocar na frente bacia com água e toalha. Enquanto a turma se purifi-
ca, cantar a música 8).
4. RITO DE ENTREGA
C − Agora que mostramos a Jesus nosso desejo de ter um coração de discípu-
lo, puro e liberto, para segui-lo, podemos expressar nosso compromisso
com ele. Esse compromisso é nossa resposta pessoal ao convite de Jesus.
(Dar a cada pessoa um pequeno coração e lápis ou caneta e pedir que
em silêncio cada um escreva sua resposta pessoal ao convite de Jesus,
dizendo se deseja participar de sua alegria. Quando todos terminarem,
convidá-los a ir ao altar e colocar o coração com a resposta na cesti-
nha que está aos pés do crucifixo. Mostrar que esse é um gesto de com-
promisso com Jesus. Enquanto isso, cantar a música 6).
D − Erguer a cesta para o alto e convidar a turma para estender suas mãos e
rezar juntos: Aceite, Jesus, nosso compromisso. Aceite cada um de nós
como seu discípulo. E dê-nos a alegria de poder estar sempre com o Se-
nhor e de contar com sua presença sempre junto de nós. Amém!
5. RITOS FINAIS
C − Convidar a turma a agradecer a Jesus por podermos participar de seu
banquete. Fazer preces espontâneas de louvor. Depois de cada prece, res-
ponder: “Nós te louvamos, Jesus”.
49
D − Erguer os braços e rezar: Nós te louvamos, Jesus, e te bendizemos pela
tua infinita bondade revelada por meio desse convite tão importante que
nos fizeste. Pedimos que tua força sempre nos acompanhe, para seguir-
mos decididos teus ensinamentos, e que tua alegria sempre brilhe em
nossa vida. Amém!
C − Motivar a turma para a próxima etapa em que se fará um estudo sobre a
missão do discípulo de Jesus. Veremos como o mundo precisa de pesso-
as de fé, capazes de comunicar a alegria de Jesus, e como os discípulos
de Jesus são importantes para o mundo.
50
Segunda Etapa
A missão do discípulo
Depois de refletir sobre o chamado, vamos compreeender a missão do discí-
pulo. Afinal, somos chamados para quê? Vimos na primeira etapa qualidades im-
portantes que o discípulo de Cristo precisa ter. Mas, por que e para que ele precisa
dessas qualidades?
Ao falar da missão do discípulo de Jesus, vamos tentar trazer a reflexão para
bem perto da realidade das crianças, para não dar a impressão de que missão é uma
coisa distante e difícil.
Na verdade, ser missionário e ser cristão é quase a mesma coisa. Pode ser que
as crianças tenham a idéia de que ser missionário é sair pelo mundo afora pregando
a Palavra de Deus – uma idéia boa, mas inviável para muitos. Na verdade, esta é
apenas uma forma de missão. É preciso mostrar como podemos ser missionários de
diversas formas, em nosso ambiente.
Outro problema que precisa ser enfrentado é o grande número de pessoas que
se dizem cristãs e católicas, mas não assumem nenhuma missão, vivendo de braços
cruzados, sem nenhum compromisso com o Reino de Deus. Costumam ser chama-
dos de católicos relaxados ou católicos só de nome. Na verdade, talvez nem deves-
se ser tida como católica a pessoa que não tem consciência e não assume a sua mis-
são.
Sugerimos, para ajudar a fixar os temas, que o catequista faça um painel com
o título “A MISSÃO DO DISCÍPULO É” e prepare sete faixas, cada uma com o
tema de um encontro. A cada encontro, propomos colar no painel a faixa tema. No
final, teremos um painel assim:
A MISSÃO DO DISCÍPULO É:
1. Promover a vida plena
2. Combater as opressões
3. Superar as desigualdades
4. Cultivar o senso crítico
5. Superar a indiferença
6. Testemunhar a fé
7. Ser fiel à Palavra
51
1º Encontro
PROMOVER A VIDA PLENA
52
2. O QUE A BÍBLIA DIZ
Motivação
Vamos ouvir um texto muito bonito do Evangelho de João que compara Jesus
com um pastor que cuida com carinho de suas ovelhas.
Texto: Jo 10,7-16
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
• Jesus se apresenta, nesse texto, usando duas expressões. Ele diz ser a porta
das ovelhas e o pastor das ovelhas. O que cada expressão significa?
• Jesus compara o pastor e o ladrão. Como cada um age em relação às ove-
lhas?
• Quem são as ovelhas que merecem tanta atenção do pastor?
Aprofundamento
− O texto faz uma comparação entre o pastor, o ladrão e o mercenário ou assalari-
ado. O pastor é o que cuida das ovelhas. É capaz até de se arriscar e dar a vida
pelo bem do rebanho. Quer o bem de cada ovelha. Seu principal objetivo é que
as ovelhas tenham vida em abundância, isto é, vivam bem. O ladrão e o merce-
nário são interesseiros. Pensam só em si e exploram as ovelhas. O ladrão quer
mesmo o mal das ovelhas: vem para roubar, matar e destruir. O mercenário, isto
é, aquele que trabalha por dinheiro, foge na hora do perigo, não se arrisca, é co-
varde. As ovelhas não devem confiar nele.
− Essas ovelhas somos nós. Cabe a nós distinguir, na vida, quem é pastor, quem é
ladrão e quem é mercenário, ou seja, quem está preocupado de fato com a nossa
vida, quem apenas quer nos explorar, como um ladrão, e quem não é digno de
confiança por ter outros interesses, como um mercenário.
− A missão de Jesus, sua principal preocupação, fica clara: é promover a vida do
povo, que é o seu rebanho. Jesus dá a vida para que as pessoas tenham vida em
plenitude.
− A comparação do povo com um rebanho de ovelhas também é significativa. O
povo às vezes se parece com um rebanho que precisa de cuidados. Para socorrer
e conduzir esse povo, só mesmo um bom pastor como Jesus, que defende a vida
e a dignidade de suas ovelhas. No tempo de Jesus, e ainda hoje, havia ladrões e
mercenários explorando o povo. A missão de Jesus será chamar a atenção para a
53
dignidade do povo, mostrando que a pessoa deve merecer todo respeito e aten-
ção. Deve ser mesmo o centro de tudo.
− Jesus também é a porta pela qual as ovelhas devem passar. Ao dizer isso, Jesus
lembra que é o caminho, a verdade e a vida. Passando por esse caminho, que é
Cristo, encontramos a vida plena. É o que Jesus deseja promover. E os discípu-
los de Jesus têm essa mesma missão: lutar pela vida em plenitude, cuidar da vida
em todos os sentidos e em toda a sua extensão, agir como pastores e não como
quem mata, rouba e destrói a vida ou como quem foge nas horas em que a vida
mais precisa de cuidados.
− Aqui está um dos primeiros aspectos da missão do discípulo: promover a vida
em plenitude.
3. ATIVIDADE
Sugestão
- Dividir a turma em quatro grupos. Repartir um texto, dos que seguem abaixo, para
cada grupo. Ou pedir que procurem os textos na Bíblia. Cada grupo deverá ler o
texto atentamente para compreender como Jesus se preocupa, acima de tudo, com
a vida das pessoas. Para Jesus, a pessoa humana vale mais que tudo, mais que a
própria lei. Em cada texto, há também “ladrões e mercenários”: são aqueles que
colocam a pessoa humana em segundo plano. Cada grupo lerá o texto e refletirá
sobre ele, a partir da questão proposta.
- Depois, faz-se uma partilha, cada grupo comentando o seu texto e mostrando
como Jesus foi pastor naquela circunstância.
Questão: Comparar a atitude de Jesus com a atitude das autoridades que estavam
na sinagoga e ver como cada qual trata a vida humana, representada pelo homem da
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mão atrofiada. Qual é a preocupação de Jesus? Qual é a preocupação das autorida-
des?
Questão: Comparar a atitude de Jesus com a atitude dos fariseus e ver como cada
qual trata a vida humana, representada aqui pelo homem doente. Quem vale mais
para Jesus: o homem ou o boi? Quem vale mais para os fariseus: o boi ou o
homem?
Questão: Comparar a atitude de Jesus com a atitude da multidão e ver como cada
qual trata a vida humana representada pelos cegos. Como a multidão reagiu aos
gritos dos cegos pedindo socorro? Como Jesus reagiu?
Questão: Comparar a atitude de Jesus e seus discípulos com a atitude dos escribas
e fariseus. Que é mais importante para Jesus? Que é mais importante para os
fariseus? Que é menos importante para Jesus? Que é menos importante para os
fariseus?
Conclusão
− Fazer uma síntese do debate, com o auxílio do quadro abaixo:
1o 2o
A VIDA AMEAÇADA É A PESSOA VALE MAIS
PRIORIDADE QUE QUALQUER OUTRA
ABSOLUTA COISA
Pessoa
3o Vida 4o
56
2o) A pessoa vale mais que qualquer outra coisa: Os fariseus violavam a lei para
socorrer o boi ou o jumento. Mas não permitiam que se fugisse da lei para socorrer
uma pessoa doente. Parece, então, que o jumento ou o boi valem mais que a vida de
uma pessoa. Muitas pessoas são assim: preocupam-se muito menos com a vida dos
outros do que com outras coisas.
3o) É preciso promover a vida e não sufocá-la: A multidão ouve os cegos
gritando, pedindo socorro. Irrita-se e pede que se calem. Jesus se aproxima e os
ouve. A multidão sufoca os clamores dos cegos. Jesus os promove. Hoje há
também essa tendência de abafar a voz das pessoas sofridas. Quando isso acontece,
não há interesse em promover a vida.
4o) Esquecer as coisas banais, ocupar-se das mais importantes: Os fariseus se
preocupam com a limpeza das mãos. Mas se esquecem da limpeza do coração. São
capazes de censurar Jesus por seus discípulos se esquecerem de lavar as mãos. Mas
nem se importam de desprezar e abandonar seus próprios pais. O grande perigo, o
grande disfarce, é a gente se perder em questões desnecessárias e superficiais, para
não enfrentar o que realmente é importante.
- Enfim, Jesus nos mostra como ele promoveu a vida e como nós também devemos
promovê-la. Essa é a missão de Cristo. E dos cristãos. Seguir Jesus vai exigir de
nós atitudes coerentes em favor da vida.
57
- Pedir que para o próximo encontro cada um procure trazer figuras, fotos,
reportagens que mostram os vários tipos de opressão que as pessoas sofrem e as
várias realidades em que a vida fica ameaçada: desempregados, presidiários,
pessoas sem teto, crianças sem lar, etc.
- Encerrar, cantando músicas animadas, à escolha.
59
2º Encontro
COMBATER AS OPRESSÕES
Texto: Mt 20,20-28
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
• Quem eram os filhos de Zebedeu? (Confira o 1º encontro da 1ª etapa ou Mc
1,19).
• O que a mãe deles foi pedir a Jesus?
• O que significava esse pedido?
• O que Jesus achou desse pedido? Como reagiu? O que explicou?
Aprofundamento
− A mãe de Tiago e João, a mulher de Zebedeu, queria que Jesus desse um
jeitinho para que seus dois filhos tivessem privilégios e ocupassem os pri-
meiros lugares, as posições mais importantes no Reino de Deus. Eles faziam
parte do grupo dos doze apóstolos que seguiam Jesus. Mas queriam ocupar
alguma posição de destaque. Queriam ser importantes, adquirir algum posto
especial que lhes desse poder e influência sobre os demais.
− Isso gerou uma tensão no grupo dos doze. Os outros não gostaram nem um
pouco da pretensão dos filhos de Zebedeu. Por que Tiago e João tinham que
ter privilégios? Por que deviam ocupar lugar de destaque? Seriam eles me-
lhores que os demais? E surgiu muita discussão.
− Jesus resolve a questão explicando primeiramente que os apóstolos vão be-
ber do mesmo cálice que o próprio Cristo vai beber. Essa expressão “beber
o cálice” tem um sentido todo especial. Faz lembrar o sofrimento de Cristo,
ao dar a sua vida, num gesto de desapego e de serviço. Desse gesto, todos
podem participar, pois todos podem dar a vida em favor do outro. Se os fi-
61
lhos de Zebedeu quiserem se destacar pela coragem em dar a vida e servir,
como fez Jesus, isso eles podem fazer. Mas não devem querer privilégios
sobre os demais, como se quisessem dominar os outros.
− Jesus explica ainda que entre os seus seguidores não deve nunca haver a
pretensão de uns dominarem os outros. Para deixar mais claro, Jesus com-
para com os “chefes das nações” e os “grandes” que usavam de força para
dominar e oprimir o povo. E frisa que entre os cristãos não deve ser assim.
Quem quiser ser o maior, quem quiser se destacar, deve fazê-lo pela capaci-
dade de servir, de ajudar, de promover a vida. Nunca de oprimir.
− Jesus dá o seu próprio exemplo, quando afirma que o Filho do Homem veio
para servir e não para ser servido. Lembre-se: o Filho do Homem é Jesus!
Essa frase tornou-se famosa e é um lema para todos os que querem seguir
Jesus.
− E o que isso tem a ver com a missão dos discípulos? A missão de quem se-
gue Jesus é combater o espírito de opressão. O cristão deve ser um humilde
servidor e não um explorador. Deve se colocar diante da vida e das pessoas
como quem está aí para servir e não para ser servido, para promover a vida
e não para oprimir.
− Por causa dessa mania que as pessoas têm de levar vantagem em tudo, de
dominar, de passar os outros para trás, de ser maiores e mais importantes, de
disputar sempre os primeiros e melhores lugares é que existe a opressão.
Até entre os discípulos de Jesus – naquele pequeno grupo de doze apóstolos
– havia essa tolice de querer ser mais que os outros. E isso é um perigo.
Quem resolve levar vantagem em tudo esquece o valor da vida dos outros e
não se importa mais com ninguém. Então, o mundo começa a sofrer pela
opressão.
3. ATIVIDADE
Sugestão
- Convidar a turma para refletir sobre as várias formas de opressão com as quais
convivemos.
- Cantar a música no 5. Refletir sobre a letra dessa música. Sugerimos expor a letra
em um cartaz ou repartir cópias para a turma. A letra dessa música se baseia no
texto lido em Mt 25,31-46. Pode-se conferir esse outro texto com a turma, se
parecer oportuno.
- Dividir a turma em grupos – sugerimos 4 grupos. Distribuir com os grupos caneta,
pincel e papel para confecção de painel. Distribuir também figuras e fotografias
62
que sirvam para ilustrar o problema da opressão, além das que a turma trouxe,
conforme combinado no encontro anterior.
- Pedir que vejam qual é a mensagem principal dessa música; que pesquisem entre
si e vejam que outras formas de opressão encontramos na sociedade atual; que,
enfim, coloquem tudo isso num painel criativo, com frases, mensagens e fotos.
Deve ser um painel contra a opressão. Cada grupo vai usar toda a sua criatividade,
imaginando que esse painel seja uma propaganda contra a opressão e o desprezo
pela vida dos outros.
- Cada grupo apresentará o seu painel e, em seguida, pode-se fazer um debate sobre
o assunto com a orientação do catequista. Conversar sobre:
• As várias formas de opressão presentes na sociedade atual.
• As conseqüências dessa opressão para a vida das pessoas.
• A questão do desprezo pelo outro, como foi colocado na música.
• Como a vida que Jesus quer promover está ameaçada e destruída.
• Por que “entre nós” não deve ser assim.
• Como podemos combater as opressões. Etc.
Conclusão
Estamos vendo todas essas coisas para perceber justamente como a vida das
pessoas – principal preocupação de Jesus – anda ameaçada por tanta coisa que
oprime, maltrata e faz sofrer. Há muita gente disputando vantagens e, por isso, cau-
sando a opressão. Precisa haver gente que promova a vida! Tudo isso nos faz pen-
sar em como é importante e necessária no mundo a presença de Jesus, o bom pas-
tor, com seus ensinamentos. Se as pessoas pensassem mais em servir e ajudar, a
vida seria muito melhor. O ditado diz que quem não vive para servir não serve para
viver. Nós que tentamos seguir Jesus devemos fazer a nossa escolha e viver para
servir. O importante na vida não é passar os outros para trás para ocupar o primeiro
lugar. Importante é caminharmos juntos e vivermos em paz, para que todos reali-
zem seus ideais. Hoje se fala muito em ser competitivo. Para quem tem fé, ser
competitivo é dar o melhor de si, conquistando seu espaço no mundo, mas sem
passar os outros para trás e sem impedi-los de crescer também.
64
3º Encontro
SUPERAR AS DESIGUALDADES
65
corações o verdadeiro propósito de servir a todos, cultivando o respeito, a
amizade e a admiração por todo irmão. Amém!
Texto: Lc 16,19-31
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
• Na parábola que o texto conta, qual a diferença da vida do rico e do pobre?
Como cada um vivia?
• De acordo com a parábola, o que aconteceu depois que ambos morreram?
• Por que o rico, depois de morto, queria voltar à terra?
• Qual o sentido da resposta atribuída a Abraão, que teria dito: “Eles têm
Moisés e os Profetas. Que os escutem!”?
Aprofundamento
− Em primeiro lugar, é preciso dizer que o objetivo desse texto não é falar de céu e
inferno como parece à primeira vista. Sobre isso, sabemos que o céu é a situação
de felicidade eterna junto de Deus e dos irmãos, enquanto o inferno seria a
situação oposta: a infelicidade eterna da pessoa que na vida sempre recusa Deus
e os irmãos. É a própria pessoa quem escolhe se deseja a felicidade ou a
infelicidade. Essa escolha tem de ser feita ainda nesse mundo, pela fé e pela
valorização da vida humana.
− Mas o texto quer chamar a atenção para o problema da desigualdade e para as
conseqüências que isso trás. É terrível a desigualdade entre as pessoas, como nos
mostra essa história do pobre e do rico. Essa situação é uma forma de opressão.
Uns têm tudo. Outros, nada. E falta solidariedade para equilibrar a situação.
− A pessoa que se isola nas suas comodidades, como fez em vida o rico, e vive no
maior egoísmo, só curtindo a vida, sem querer saber de ninguém – essa pessoa
corre sério risco de ver sua vida frustada e de cair em grande tormento. Quem
66
favorece a desigualdade não é feliz. Mais cedo ou mais tarde, colherá a
infelicidade. Essa é a grande mensagem desse texto.
− O pobre oprimido e sofredor, ao contrário do rico, encontra consolo no seio de
Abraão, ou seja na fé de seus antepassados. Mas quem se isola no seu egoísmo
corre o risco de se afastar de Deus. Longe dos irmãos e de Deus, não pode haver
felicidade nem nessa vida, nem na outra. Portanto, a desigualdade só traz
infelicidade. É isso que o Evangelho quer nos mostrar.
− Para acabar com tanta desigualdade, é preciso ouvir e praticar a Palavra de
Deus. Por meio de sua palavra, Deus nos ensina a vencer o egoísmo e a
opressão. “Moisés e os Profetas” é uma expressão usada para lembrar os grandes
pregadores da Palavra de Deus. Não é preciso que um morto volte à vida para
dizer que a desigualdade é um mal enorme na sociedade. A Palavra de Deus –
pregada por tanta gente – deixa isso bem claro. É só ter bom senso.
− O Evangelho mostra ainda o desejo de Deus e nosso também de que se faça a
justiça. E não só na eternidade, mas já começando agora.
3. ATIVIDADE
Sugestão 1
- Convidar a turma para refletir sobre as desigualdades sociais mais visíveis no
mundo de hoje.
- Dividir a turma em grupos. Sugerimos 5 grupos. Cada grupo vai refletir sobre um
dos cinco aspectos abaixo, para ver que tipo de desigualdade se encontra em cada
situação analisada. Sugerimos analisar as seguintes situações:
a) Saúde: Diferença entre o rico doente e o pobre doente, problemas dos hospi-
tais, falta de vagas, negligência no atendimento, dificuldade de comprar remé-
dios, planos de saúde, etc.
b) Moradia: Favelas e condomínios, moradores de rua, sem-teto, etc.
c) Infância: Diferença entre a criança pobre e a criança rica, meninos de rua,
trabalho infantil, exploração da infância; do outro lado, como vivem as crian-
ças ricas: cursos extras, clube, lazer, etc.
d) Justiça: Diferença entre criminoso pobre e criminoso rico, situação carcerária,
violência policial, direitos humanos, etc.
e) Trabalho: Pessoas que ganham milhões (artistas, modelos, políticos, empre-
sários, investidores, etc) e outras desempregadas, com salários baixos, sem
terra para trabalhar, etc.
- Pode-se fazer um sorteio para ver qual grupo vai refletir sobre cada tema. Depois
será feito um plenário. Cada grupo deverá expor para à turma como anda a
67
situação de desigualdade em relação ao assunto que analisou. O catequista anima
o debate, ajudando a turma a olhar para essas situações de desigualdade com
senso crítico, identificando a opressão que está por trás de cada desigualdade.
Ressaltar ainda, se for o caso, outras formas de desigualdade que não apareceram
nos trabalhos dos grupos. É muito importante que a turma aprenda a ver os
conflitos que a opressão tem causado na sociedade e no mundo.
Sugestão 2
- Se o catequista achar que o debate acima está muito difícil para a turma, pode
simplificar os temas propostos nos debates e fazer com a turma a palavra cruzada,
recordando os encontros anteriores. Veja modelo abaixo:
Conclusão
Diante de um mundo tão ferido pela desigualdade, precisamos lembrar que
Jesus veio promover a vida. Se a vida se encontra em situação de tamanho despre-
zo, isso é sinal de que os povos ainda não aprenderam com Jesus a respeitar e de-
fender o valor que a vida tem. A desigualdade só gera tormento e conflito. E deixa
as pessoas com a sensação de não valerem nada. É preciso promover a vida, come-
çando por nós mesmos. Cada um de nós precisa respeitar o outro como pessoa de
valor; precisa interessar-se pelos outros, por suas necessidades e urgências; precisa
deixar de pensar só em si, em suas vantagens e privilégios; precisa deixar de opri-
mir, porque muitas vezes nós mesmos oprimimos e incentivamos a desigualdade
em casa, na escola e em tantos lugares. Jesus nos ensina a ser diferentes para que o
mundo comece a ser diferente e a vida seja tratada com mais amor.
que sofre a coragem de lutar para defender sua vida e sua dignidade; ajude-nos,
Senhor, a construir a paz e a justiça, lutando contra toda opressão, a começar por
69
nós mesmos. Que saibamos servir a todos, reconhecendo o valor de cada um e
nos unindo para promover a vida. Amém!
− Encerrar, cantando com ânimo.
71
4º Encontro
CULTIVAR O SENSO CRÍTICO
Texto: Mt 13,47-50
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
72
• Com que Jesus compara o Reino de Deus?
• A rede lançada ao mar faz por si própria uma seleção do que vai apanhar?
• A quem compete a tarefa de selecionar os paixes?
• O que faz o pescador quando retira a rede do mar?
Aprofundamento
- O pescador precisa ter senso crítico. O senso crítico é a capacidade de avaliar a
situação e tomar decisões coerentes. No caso do pescador da parábola, trata-se
de avaliar qual peixe é bom e qual não é bom e de saber que destino dar aos
peixes, o que fazer com eles: os peixes bons são guardados em um cesto e os
demais são devolvidos ao mar, ou jogados fora, segundo o texto. O pescador
bem treinado saberá qual peixe serve para o consumo e qual não serve. Essa
capacidade de avaliar a situação é o que chamamos de senso crítico.
- Na vida do seguidor de Cristo, o senso crítico é muito importante. Trata-se de
avaliar o mundo que nos cerca e ver o que é bom e o que não é. Trata-se de saber
escolher o que é bom e jogar fora o que não presta. Nem todos os peixes
apanhados pela rede são bons para o consumo. Nem tudo o que a gente encontra
pela vida afora é próprio e bom para o nosso consumo também. Quem tem senso
crítico é esperto, tem bom senso, sabe distinguir entre o que é útil e o
prejudicial.
- A parábola termina falando do fim do mundo, quando os anjos ajudarão a
separar os maus dos justos e lançarão os maus na fornalha de fogo, onde haverá
choro e ranger de dentes. Por trás dessa linguagem dramática e quase
assustadora, existem algumas curiosidades interessantes. A preocupação do
texto não é descrever o fim do mundo nem falar dele. Jesus quer mostrar o
seguinte:
- Nesse mundo, não há como separar os justos dos bons. Uns e outros precisam
aprender a conviver. A idéia de um mundo somente bom, do qual o mal possa
ser banido, é pura ilusão. Portanto, vamos usar o senso crítico para conviver com
o mal e as injustiças de modo prudente, sem nos deixar levar pelo que não é bom
para nós. A tarefa do discípulo não é acabar com o mal no mundo, mas aprender
a sobreviver no caminho de Cristo, apesar de todo o mal. Para isso, precisamos
ter bom senso.
- A fornalha de fogo onde haverá choro e ranger de dentes e onde será lançado o
mal, segundo a parábola, também não é necessariamente uma imagem do
inferno. O texto bíblico apenas quer mostrar que o mal não traz um bom futuro.
Não é prudente aventurar-se pelo caminho do mal, porque nesse caminho não
73
existe um futuro promissor. Jesus quer nos alertar para o risco de a gente,
perdendo o bom senso, iludir-se com o mal e depois arrepender-ser por causa
das consequências. Como o pescador esperto joga fora ou devolve ao mar os
peixes que não servem para o consumo, precisamos ter o bom senso de saber o
que fazer com o mal. Se o pescador insistisse, suponhamos, em vender o peixe
ruim, não daria certo. Ninguém iria comprar e ele teria grande prejuízo. Além do
mais, ninguém confiaria mais no seu produto. Do mesmo modo, não é prudente
nem dá certo aventurar-se por maus caminhos.
- Por fim, a tarefa de separar o bem e o mal, ou os maus dos justos, julgando o
mal e condenando-o à fogueira compete aos anjos. Os anjos aqui representam
mensageiros ou enviados de Deus. Ao dizer que a tarefa de julgar e punir o mal
é feita por anjos, o texto quer dizer que isso não nos compete. Ter senso crítico
não significa que podemos julgar e condenar as pessoas porque fazem o mal ou
coisas que não são justas. Devemos saber distinguir as coisas, sem cair na
tentação de querer banir o mal do mundo. É porque bem e mal às vezes andam
muito próximos. Não somos juízes do mundo. Apenas devemos conviver nesse
mundo com sabedoria e prudência. Isso é senso crítico.
- Mas,então, não é lícito combater o mal? Não é esta também a missão do
discípulo? Depende da forma como se entende. O bom discípulo primeiro
combate o mal que há em sua própria vida. Sempre devemos combater o mal
que há e sempre haverá em nós. Também, com o seu testemunho, o bom
discípulo deve incentivar outras pessoas a fazerem a opção pelo bem. Nossa
missão é gerar uma corrente a favor do bem e não uma guerra contra o mal.
Dessa forma, a gente promove o evangelho de Cristo, sem cair no perigo de
julgar e condenar os outros e sem gerar formas de extremismo e intolerância.
3. ATIVIDADE
Sugestão
- Dividir a turma em grupos para conversar sobre a questão do senso crítico.
Sugerimos 7 grupos pequenos.
- Cada grupo vai receber um desenho que ilustra um tipo de pessoa que não tem
senso crítico, ou seja, não sabe analisar com profundidade as coisas que o cercam,
não têm pensamento próprio, nem sabem diferenciar o bom do ruim. O grupo
deverá entender o desenho e ver qual a mensagem que ele passa, ou seja, que tipo
de pessoa alienada está sendo retratada no desenho.
74
- Depois de analisar bem o desenho, cada grupo o apresenta e diz o que ele significa
com relação ao senso crítico. O catequista esclarece melhor, se for necessário,
falando dos vários tipos de alienação.
- Depois da explicação de cada quadro, sugerimos fixá-lo num painel, colando
debaixo uma faixa com o tipo de alienação expresso no desenho. Essas faixas
poderão ser levadas prontas pelo catequista. São elas:
75
MASSIFICADO: É igual a todo
mundo. Segue a onda, a moda, a
turma. Passa tranqüilamente por um
funil que acaba igualando todo
mundo. Parece mais um robô feito em
série, que só sabe fazer e pensar
aquilo que todo mundo faz e pensa.
Não tem criatividade nem
originalidade.
DESINTERESSADO: Foge da
realidade. Não está nem aí! Só se
importa com o seu mundo. Que se
dane o resto e toda a realidade do
mundo. É como o avestruz que se
sente seguro escondendo a cabeça na
moita. O desinteressado faz de conta
que não crê e fica por isso mesmo.
Vive fazendo de conta.
SUPERFICIAL: Só enxerga a
superfície, a aparência. Nunca vê a
raiz dos problemas. Aliás, nem
imagina que os problemas tenham
raiz. Olha a realidade e percebe coisas
estranhas, mas nem imagina nem quer
imaginar a causa de tudo isso. Fica
boiando na superfície.
76
ILUDIDO: Olha só uma parte da
realidade e acha que já sabe tudo e
que tudo é maravilhoso. Fica
encantado facilmente com qualquer
coisa e nem se importa com o que
existe por trás. Às vezes até sabe que
por trás a coisa não é tão bonita. Mas
pensa: se pela frente tudo é
encantador, por que eu deveria olhar o
outro lado?
- Terminando de montar o painel, cada um poderá dar uma olhada para ver com que
tipo se identifica. Conversar informalmente sobre esse vários tipos. Dar exemplos
concretos de acordo com a turma.
Conclusão
O discípulo de Jesus sabe olhar o mundo e enxergar as coisas com esperteza e
profundidade. Tem senso crítico, não é um bobão. Isso é ser livre diante do mundo.
É como andar por entre pedras sem se ferir. Não precisamos deixar de andar por
existirem pedras. Podemos muito bem andar sem nos ferir. Basta olhar onde pisa-
mos. A pessoa consciente sabe onde pisa. A pessoa alienada é que sai pisando a
torto e a direito, sem se dar conta do que pode acontecer. Como o pescador que
separa os peixes bons dos ruins, como discípulos de Jesus também separamos com
cuidado as coisas que promovem a vida daquelas que a ferem e a comprometem.
77
4. ORAÇÃO FINAL E ENCERRAMENTO
- Expor o painel com o tema dessa etapa e dos encontros anteriores. Fixar o tema
desse encontro: CULTIVAR O SENSO CRÍTICO.
- Lembrar Maria – mãe de Jesus – que foi uma pessoa livre diante de Deus e do
mundo. Ela soube dizer sim a Deus, escolhendo um caminho que não era de rosas,
mas trazia profunda realização. Seu exemplo nos dá coragem para escolher
prosseguir por caminhos difíceis e tortuosos e para enfrentar desafios que a vida
nos apresenta.
- Cantar a música 11.
- Repetir juntos: Ó Jesus, nós sonhamos com um mundo novo e, desde já,
queremos escolher as coisas que vão nos ajudar a realizar esse sonho. Dê-nos
sabedoria para enxergar a vida para além das aparências e coragem para fazer
escolhas seguras e conscientes, ainda que tenhamos de enfrentar conflitos.
Queremos imitar o exemplo de Maria que disse sim sem ter medo das
conseqüências de sua escolha. E assim, Senhor, seremos livres. Amém!
- Cantar a música 11 de novo ou outra à escolha.
- Motivar para o próximo encontro. Encerrar, cantando músicas animadas.
78
5º Encontro
SUPERAR A INDIFERENÇA
Texto: Mt 9,35-38
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
• Esse texto traz um breve resumo do que Jesus fazia. Vamos lembrar como
Jesus cumpria sua missão: o que ele fazia em benefício do povo?
• O que fez Jesus sentir compaixão pelo povo?
• O que você entende por compaixão?
• O que você entendeu com a última frase de Jesus “A colheita é grande, mas
os operários são poucos”?
Aprofundamento
- A colheita é grande! Os trabalhadores são poucos. Jesus precisa de mais
gente para ajudar, precisa de mais discípulos. Mas não serve qualquer um.
Precisa ser alguém capaz de sentir compaixão. Jesus se refere ao imenso
trabalho que vê pela frente. Esse trabalho consiste em levar a todos os povos
a boa-nova do Reino de Deus, palavras de conforto e gestos de transforma-
ção.
- Jesus olha para a multidão e se sente tocado por um sentimento de compai-
xão. Essa palavra é muito importante. Vamos entendê-la melhor. Ela é for-
mada por duas palavras: com e paixão. Paixão quer dizer sofrimento. E o
“com” dá a idéia de sofrer junto com os outros. Ter compaixão é saber so-
frer junto com os outros. Ou, em outras palavras, entender o sofrimento dos
outros, importar-se com a dor alheia, colocar-se no lugar dos outros. Essa
atitude é necessária para quem quer seguir Jesus.
- O contrário disso é a indiferença. Ser indiferente é nem ligar para a situação
dos outros. É pensar só em si e os outros que se danem. Ser indiferente é ser
egoísta ao extremo, pensar somente no próprio bem e fazer pouco caso das
necessidades dos demais.
80
- Jesus não precisa de pessoas indiferentes. Ele precisa de pessoas que tenham
compaixão. Que se importem consigo e com os demais. Que busquem o
bem não somente para si, mas para todos. Essas pessoas é que são capazes
de agir e transformar o mundo para melhor. O indiferente fica de braços
cruzados. Quem tem compaixão não fica parado. Coloca-se a serviço do
bem de todos, como um operário do Reino de Deus, como um trabalhador
numa grande colheita.
3. ATIVIDADE
Sugestão 1
- Convidar a turma para refletir sobre um poema que fala da indiferença e suas
conseqüências. Explicar o contexto do poema: o autor – Bertold Brecht – viveu no
tempo da Segunda Guerra Mundial. O poema fala desse tempo. Os exércitos em
guerra iam prendendo as pessoas que, sem defesa, eram levadas para os campos
de concentração. Lá eram torturadas e sofriam às vezes até a morte. Nesse
ambiente, havia ainda a indiferença.
- Dividir a turma em grupos pequenos. Sugerimos grupos de 3 a 4 pessoas, no
máximo.
- Dar a cada um o poema com as questões. Pedir que reflitam sobre o poema e
debatam as questões. No fim, fazer plenário.
A INDIFERENÇA
Bertold Brecht
Primeiro vieram levar os judeus e eu não me incomodei, porque não era ju-
deu.
Depois levaram os comunistas e eu também não me importei. Não era comu-
nista.
Levaram os liberais e também dei de ombros. Nunca fui liberal.
Em seguida os católicos, e eu era protestante.
Quando vieram me buscar não havia mais ninguém para protestar.
81
− Qual foi a conseqüência de sua indiferença diante dos problemas dos ou-
tros?
− Por que razão ele deixou passar da hora?
− Que lições a gente pode tirar a partir desse poema?
Sugestão 2
- Fazer um “você decide”, contando a história seguinte e deixando que a tur-
ma decida o final.
Marcos e seu irmão caçula
Marcos tem quatorze anos. É um garoto
superinteligente e bastante genioso. Tem
grande facilidade nos estudos, principalmen-
te em matemática. Já está concluindo o en-
sino fundamental. Agora, resolveu aprender
a tocar violão. Quando chega da escola, vai
para o seu quarto, liga o instrumento e toca
horas sem fim. Nessas horas, não gosta que
ninguém o interrompa. Nem mesmo seu
irmão menor – o Julinho, de onze anos –
que, ao contrário de Marcos, tem muita difi-
culdade na escola. Este ano, a mãe prometeu
passar as férias no sítio, se os meninos pas-
sarem de ano.
82
Amanhã, vai ser a prova final de matemáti-
ca. Julinho está preocupado. Em seu quarto,
tenta concentrar-se nos estudos, mas não
consegue entender nada daqueles problemas
e números complicados. O pior é que ele
precisa de vinte e cinco pontos numa prova
que vale trinta. E ele não costuma tirar nota
boa de matemática. Desesperado, Julinho
grita pelo seu irmão. Em casa, só mesmo
Marcos poderia ajudá-lo. Mas Marcos está
em seu quarto, tocando violão. Ele ouve o
irmão gritando, pedindo ajuda nos estudos.
Fica nervoso e pensa: “Será que não se pode
tocar violão sossegado nessa casa? Por aca-
so eu sou culpado de meu irmão ir mal na
escola?” Mas Julinho continua chamando. E
a mãe, ouvindo os gritos abafados pelo som
do violão, grita também: “Ajuda ele, Mar-
cos!” Marcos fica sem saber como agir.
• Interromper a história e ver o que a turma decide: Será que Marcos deve
continuar tocando o seu violão e ignorar os pedidos do irmão caçula? Ou se-
rá que ele deve parar um pouco e ajudar o irmão nos estudos? O que vocês
decidem? Fazer a votação. Apresentar o final da história escolhido pela
turma. Mas depois apresentar também o outro final para comparar.
83
No dia seguinte, Julinho levantou-se bem
cedo e foi correndo para a escola. Estava
preocupado, mas confiante, pois seu irmão
havia lhe ensinado muitas coisas. Ele preci-
sava de muitos pontos para passar de ano.
Quando entregou a prova para a professora,
seu coração estava aflito. A professora cor-
reu os olhos pela prova e disse surpresa:
“Parabéns, Julinho, vai dar para tirar quase
trinta pontos. Assim, você passa de ano!”
Quando os garotos chegaram da escola, foi
uma grande festa. Julinho estava muito con-
tente por ter passado de ano. Marcos tam-
bém estava feliz por ter ajudado seu irmão.
Os pais dos garotos ficaram satisfeitos com
o resultado
84
B) Marcos não ajuda seu irmão:
Marcos, irritado com a gritaria do irmão,
aumentou ainda mais o volume de seu vio-
lão e pôs-se a cantar de toda altura. O som
do violão atrapalha mais ainda os estudos do
irmão mais novo. Mas Marcos, irritado,
pensa consigo: “O problema não é meu. O
Julinho que preste mais atenção nas aulas.
Ninguém mandou nascer burro. Não sou
professor particular de ninguém”. No outro
quarto, Julinho se desespera. O tempo passa
e ele não consegue aprender nada. Como ele
vai tirar os vinte e cinco pontos de matemá-
tica, dos quais precisa para passar de ano? E
Julinho se põe a chorar, sem saber o que
fazer.
No dia seguinte, os garotos vão para a esco-
la. Marcos tinha prova de história; Julinho,
de matemática. Julinho pegou a prova,
olhou e não entendeu nada. Rabiscou algu-
mas questões e entregou a prova para a pro-
fessora. Sabia que não ia dar para passar de
ano. A professora olhou para Julinho e dis-
se: “Olhe, Julinho, não fique triste. Ainda
temos a recuperação e você ainda pode ten-
tar.”
Julinho chegou em casa chorando. Havia
ficado de recuperação. Marcos tirou trinta
de história e passou direto. Chegou todo
orgulhoso, exibindo sua boa nota. Mas sua
mãe lhe disse: “Na escola, você tirou nota
boa, Marcos. Mas em casa, você não foi um
bom irmão. Se você tivesse ajudado seu
irmão nos estudos, talvez ele também tives-
se passado. Será que você não pode pensar
nos outros ao menos um pouquinho? Não é
egoísmo demais de sua parte?”
85
E naquelas férias ninguém foi viajar. Pas-
seio no sítio, nem pensar. É que Julinho, de
recuperação, precisava aproveitar todo o
tempo para estudar. Um colega de Julinho
se ofereceu para ajudá-lo. Vinha todos os
dias para lhe ensinar matemática. E Marcos
ficava amuado, diante da televisão. Ficou
com um remorso enorme de não ter ajudado
o irmão. Perdeu o passeio no sítio, que era o
que ele mais queria. E ainda por cima não
podia tocar seu violão. É que a mãe o proi-
biu de tocar violão pelo mês inteiro, para
não fazer barulho e atrapalhar os estudos do
irmão.
Conclusão
Nós estamos no mundo como se fôssemos passageiros de um único barco. Se
o barco furar, não importa onde seja o buraco, todos afundamos. Por isso, todos
devem se preocupar com a segurança do barco. Nenhum problema é exclusivamen-
te do outro. Somos todos irmãos na fé e vivemos como um único corpo. A dor que
dói no irmão fatalmente vai doer em mim, embora de forma diferente. Por isso, é
importante a gente se sensibilizar com os problemas dos outros, ainda que aparen-
temente não nos atinjam. Isso se chama compaixão. E é o contrário daquela atitude
fria e insensível que se chama indiferença. O pior mal do mundo de hoje pode ser a
indiferença. E, com certeza, o pior defeito do cristão, do discípulo de Jesus, é tam-
bém a indiferença. Se não vencermos essa frieza comodista, jamais poderemos falar
que somos discípulos de Jesus.
Partilha
• Cada um poderá dizer qual dos conselhos dados a Timóteo parece mais
Aprofundamento
− Frisar que o discípulo de Cristo precisa dar o testemunho de sua fé. Dar teste-
vez que ele assumiu uma missão, que se dedique a ela com todo empenho, de
forma harmoniosa, reta e coerente. Tudo nele deve ser verdadeiro, deve estar de
acordo com seus princípios, até o modo de falar e de viver.
− Nosso jeito de viver reflete nossos princípios. Os princípios são os nossos valo-
res: aquilo que a gente acha importante, aquilo em que a gente acredita. Esses
princípios iluminam nosso jeito de ser. E isso, sem forçar ou constranger, mas
num clima de liberdade e autenticidade.
− Se alguém diz que é cristão, então, deve viver como cristão. Se diz que defende
a vida, deve viver como quem valoriza a vida. Isso é ser coerente. Quem não é
coerente parece um produto falso. É como um presente caro embrulhado em pa-
89
pel jornal. Ou uma caixa vazia embrulhada em folhas de ouro. Não tem lógica.
Ser coerente é ser a gente mesmo na mais profunda verdade do nosso ser. E
mesmo sendo jovem, é preciso ser coerente, porque isso não é só coisa de gente
adulta.
3. ATIVIDADE
Sugestão 1
- Distribuir com a turma o caça-palavras: um para cada pessoa.
- Pedir que encontrem 15 palavras que indicam qualidades necessárias numa pessoa
coerente, para que ela dê um bom testemunho de sua fé.
S P I R D F G H Q J K A B E R T O P
Q M N E W R T Y U E N G A J A D O T
S L F A D F G D E S L I G A D O W H
X I O L B N M L S I N C E R O K S J
Z C R I D E O L T S T A Q V W R T F
I Z M S D C Z X I V B I M E P Y N S
N P A T Q L E G O C E N T R I C O O
T E D A W I L R N T P D L D M W X L
E W O Y D V F G A H J I K A A P N I
R P Z X E R C O D V B F N D T R E D
E K H O N E S T O T Y E M E U O W A
S F R W G Q F I R G H R P I R F D R
S X B V A P T M W D S E D R O U W I
A Q I D E A L I S T A N E O T N Z O
D P Y M A N B S C X Z T R Y Q D Y W
O Y Q R D Y P T A L I E N A D O I Y
K E J G O F Z A C O N F I A V E L X
Sugestão 2
- Dividir a turma em grupos e distribuir o texto seguinte, que contém uma
história inacabada. A tarefa de cada grupo será criar um final para a história,
lembrando sempre a necessidade de se dar um bom testemunho de fé. Feito
o trabalho, cada grupo apresenta o final que criou para a história. Pode-se
fazer um debate em seguida sobre a importância de dar um bom testemunho
de fé.
91
CARLOS E SUA BÍBLIA
Carlos e seus amigos foram acampar. Eles gostam de fazer trilhas e curtem
esportes ao ar livre. Cada um levou seus pertences e material de esporte. O
instrutor da escola estava junto, é claro.
Carlos era um garoto de fé e colocou na mochila também uma Bíblia que
havia ganhado de presente. Ele tinha o costume de ler a Bíblia toda noite, antes de
dormir. No acampamento, todos brincavam e se divertiam muito. E à noite, já
cansados, caíam no sono. Mas Carlos, antes de dormir, sempre dava uma rezadinha
e lia a Bíblia. Os colegas nem perceberam que Carlos ficava acordado rezando um
pouquinho.
Durante o acampamento, muita coisa aconteceu. Imprevistos acontecem
nessas aventuras. A primeira delas foi que, num passeio, Jardel – amigo de Carlos
e dos outros da turma – torceu o tornozelo e ficou pra trás, mancando e quase não
dando conta da trilha. Carlos não duvidou. Atrasou o passo e caminhou com o
colega machucado. E foi até bacana, porque eles tiveram altos papos pelo caminho.
A amizade entre eles ficou ainda mais forte.
Noutra noite, foi a vez de Marcelo se dar mal. Ele tomou sol demais, não se
protegeu e ficou todo vermelho, feito um pimentão. Carlos tinha uma pomada e foi
lá prestar solidariedade, emprestando-a ao colega. Marcelo se sentiu aliviado e
dormiu bem. Logo de madrugada, todo mundo saiu para novas aventuras e Marcelo
também já conseguia ir: estava bem melhor.
Numa noite dessas, o instrutor, cansado de tanta aventura, dormiu bem
cedo, e a turma resolveu ficar tocando violão e cantando até mais tarde. Carlos
tocava muito bem e seus amigos acompanhavam com outros instrumentos. Todos
estavam animados, cantando e dançando junto da fogueira, tomando um caldo
quente por causa da noite fria, quando o Juca – um provocador – encontrou uma
Bíblia no meio das coisas da turma e resolveu fazer a maior gozação: “Onde já se
viu? Quem é o maricas que veio acampar e trouxe uma Bíblia? Será que está com
medo do lobo-mau no meio da floresta? Ou tem medo de lobisomem?”. E jogava a
Bíblia pra lá e pra cá, passando-a de mão em mão, com o maior descaso. E Juca
insistia: “Isso não é coisa de homem. É coisa de mulher: ficar rezando e lendo a
Bíblia pra Papai do Céu proteger a gente...”
Diante daquela cena, Carlos ferveu de raiva e de indignação. Ele era boa
gente, mas tinha o sangue quente. Pensou: “Onde já se viu isso: desprezar a fé dos
outros e fazer pouco caso da Palavra de Deus? Ah, não! Desta vez Juca tinha
passado dos limites”. Carlos ficou sem saber o que fazer: teve vontade de reagir,
pegar a Bíblia e ainda dar uns socos na cara de Juca. Mas resolveu pensar melhor:
enfrentar a gozação de todo mundo também não seria fácil, afinal Juca já tinha
contaminado a turma com aquela brincadeira de mau gosto. E enquanto Carlos
pensava o que fazer, Juca continuava provocando, fazendo a maior xacota com a
Bíblia na mão. Juca era mesmo um provocador...
(Agora é com vocês: continuem 92 a história, de modo que Carlos possa dar
um bom testemunho de sua fé)
- Debater com a turma:
• Vocês já passaram por situações em que tiveram vergonha de dar
testemunho, mostrando que têm fé em Deus?
• Como podemos lidar com isso?
• Como podemos e devemos dar testemunho de que somos cristãos? Qual
testemunho o mundo espera de pessoas como nós, de nossa idade?
Conclusão
Para seguir Jesus, não podemos ter vergonha de dar um bom testemunho. E
ninguém deve ter vergonha de fazer o que é bom, de colocar em prática os ensi-
namentos de Jesus, de confiar em Deus, de ler a Bíblia, etc. O testemunho é a vi-
vência sincera e coerente da nossa fé. Quem tem fé de verdade adquire um modo
especial de viver: pratica o bem, cultiva a vida de oração, age com caridade, é so-
lidário, usa o bom senso. Isso tudo faz que o discípulo de Cristo se destaque pelo
seu modo de agir. Se a pessoa de fé age de qualquer modo, sem levar em conta o
que Jesus ensina, suas ações desastradas acabam sendo um contratestemunho. É o
mesmo que acreditar em algo, mas praticar o oposto. Dar bom testemunho não
significa que vamos agir com perfeição, porque não somos perfeitos. Mas vamos
agir com esforço e boa vontade: com retidão. Assim o discípulo de Jesus vive sua
fé.
93
carta, assim como outras (a outra a Timóteo, a carta a Tito, a carta aos Efésios, aos
Colossesses e a segunda aos Tessalonicenses), é popularmente atribuída a Paulo, o
grande apóstolo das nações. Estudos mais recentes, no entanto, fazem pensar em
outra possibilidade. Parece que esses escritos são bem mais tardios – de um tempo
posterior a Paulo – e eles seriam então uma pseudoepigrafia. Mas o que é isso?
Pseudo quer dizer falso e grafia quer dizer escrita. Escrita falsa. Mas não falsa no
sentido moral. Mas no sentido de que foi feita com um pseudônimo. Um nome
falso que a pessoa adotou (Quem já leu o grande poeta português, Fernando Pessoa,
sabe que ele escrevu sua obra usando vários pseudônimos: Álvaro de Campos,
Alberto Caieiro, Ricardo Reis). Na Bíblia, são inúmeros os casos de
pseudoepigrafia: os salmos de Davi, os provérbios de Salomão e outros. Naquele
tempo, era muito comum um autor escrever um texto e, para dar credibilidade aos
escritos ou para homenagear alguém importante, colocava essa pessoa como autora.
E isso era muito bem visto. Não havia essa questão dos direitos autorais como hoje!
Ninguém entendia isso como trapaça ou plágio. Era um jeito de fazer o texto
circular com mais facilidade.
- Não pense o catequista que o fato de um texto ser uma pseudoepigrafia tira dele o
seu valor. Ao contrário: isso só mostra a riqueza da literatura bíblica; os costumes
dos escritores – que eram bem diferentes dos nossos; a presença de Deus no meio
da história humana; a inspiração de Deus, que respeita os costumes dos povos e se
insere na cultura do povo, etc. Se por acaso alguém perguntar quem escreveu essa
carta a Timóteo, o catequista explique: “Dizem que foi o apóstolo Paulo, mas não
dá pra saber certinho quem escreveu cada texto da Bíblia. Se não foi ele, foi alguém
bem ligado a ele: um discípulo seu, um secretário, alguém que conhecia bem o
pensamento paulino”. E basta!
94
7º Encontro
SER FIEL À PALAVRA
Texto: Mt 7,24-27
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
• Como um homem sensato constrói a sua casa?
• E o insensato, como ergue sua casa?
• O que acontece quando vem a chuva, o vento e a enchente?
• Com quem Jesus compara o homem sensato? E o insensato?
Aprofundamento
- O discípulo de Cristo precisa ser fiel à Palavra de Deus. O amor à Palavra
de Deus e o cuidado em observá-la são características de quem decide se-
guir Jesus. Afinal, Jesus veio ao mundo para nos ensinar a Palavra de Deus.
Querer segui-lo sem observar seus ensinamentos não faz o menor sentido.
- Na parábola, Jesus mostra que a pessoa que ouve a sua Palavra e a coloca
em prática é semelhante a uma pessoa prudente que, ao erguer sua casa,
procura construir sobre base sólida. Ao contrário, quem não dá atenção à
Palavra de Deus é como uma pessoa insensata que constrói sua casa de
qualquer modo, sem cuidar da base. Constrói até sobre a areia – o que dá a
exata dimensão da falta de bom senso. Onde já se viu erguer uma casa sem
base, sobre a areia?
- Se, para construir uma casa, devemos tomar certos cuidados, muito mais
devemos ficar atentos ao construir a nossa vida. O objetivo de Jesus não é
ensinar como se constrói uma casa. Para isso, a gente contrata um bom pe-
dreiro. O que Jesus quer mostrar é que se para construir uma simples casa é
necessário tomar alguns cuidados básicos, muito mais cuidado devemos ter
na construção de nossa vida, do nosso futuro, da nossa felicidade.
- Para essa construção, que é muito mais complexa e exigente do que erguer
uma casa, a base sólida, que dá firmeza a tudo, é justamente a Palavra de
Deus. Por isso, o discípulo deve sempre ser atento e fiel ao que Deus nos fa-
la por meio das Sagradas Escrituras. A atenção à Palavra de Deus faz parte
da missão do discípulo de Jesus. Ele mesmo disse: “Quem me ama guarda
minha Palavra” (cf. Jo 14,15.21).
96
3. ATIVIDADE
Sugestão
- Convidar a turma para comprovar a força transformadora da Palavra de Deus,
refletindo sobre alguns testemunhos.
- Dividir a turma em grupos. Sugerimos 5 grupos.
- Dar a cada grupo um texto com um testemunho de transformação incentivada pela
reflexão da Palavra de Deus. Pedir que o grupo leia e comente.
- Fazer plenário. Cada grupo comenta com toda a turma o testemunho, explicando
por que a Palavra de Deus foi importante no testemunho analisado e qual foi a
transformação por ela gerada
- Eis algumas sugestões de testemunhos:
Vida Chata
Marieta era uma dessas chatas de carteira. Cuidava da mãe já velha e de um
sobrinho ainda criança, abandonado pela mãe. Mas Marieta era o terror da família.
Gritava com a mãe doente. Sacudia o garoto. Xingava e reclamava o tempo todo.
Quando o dia amanhecia, já pulava da cama azeda e destilava seu veneno. E assim
era o tempo todo.
No trabalho, era dificil suportá-la. Quando chegava ao escritório, todos fazi-
am cara feia. Para ela, nada servia. Reclamava de tudo e de todos; por qualquer
coisa ficava de mal e brigava sem desculpas. Era fingida e crítica ao extremo, cau-
sando, com seus comentários maldosos, rivalidade e inimizade entre todo mundo.
Por tudo isso, Marieta era uma pessoa detestada. Em sua casa, sua mãe e seu
sobrinho ficavam tristes de vê-la tão agressiva e cruel. No trabalho, os companhei-
ros se afastavam e a isolavam para evitar encrencas. Ela não tinha amigos. Era infe-
liz.
Um dia, porém, conta Marieta, "fui convidada para participar de um grupo de
pessoas que se reuniam uma vez por semana para refletir a Palavra de Deus. Achei
péssima idéia. Mas, como estava precisando fazer alguma coisa, decidi ir à primeira
reunião. Pensei que as pessoas do grupo fossem me detestar, tamanha era a minha
chatice. Me sentia a pessoa mais estranha desse mundo. Para minha surpresa, no
entanto, fui muito bem acolhida. Quando vi, estava entre pessoas simpáticas que
me acolhiam e compreendiam, apesar do que eu era. Gostei e comecei a participar
toda semana. Com o passar do tempo, a Palavra de Deus começou a produzir uma
mudança no meu jeito de ser e de encarar a vida. Comecei a perder aquela raiva que
trazia guardada dentro de mim. Libertei-me dos sentimentos de mágoa e de inveja e
97
comecei a me sentir uma pessoa normal. Hoje vivo bem com a minha família. Con-
sigo dar carinho para o meu sobrinho que, mesmo com suas trapalhadas, é um garo-
to adorável. E me sinto amiga de todas as pessoas, inclusive no meu trabalho. Mi-
nha vida deixou de ser chata, graças à luz da Palavra de Deus que me mostrou coi-
sas importantes que eu nunca havia percebido. Até hoje freqüento o grupo de refle-
xão. Toda semana”.
Família Maluca
Quando Pedro e Cláudia se casaram, tudo era uma grande paixão. Ela mesma
conta: "Vivíamos unidos e sem nenhum problema. Parecia que nunca iríamos pas-
sar por dificuldades. Pedro era excelente marido, dedicado à casa. Tudo ia muito
bem".
Com o tempo, porém, a vida caiu na rotina e tudo se complicou. Pedro come-
çou a beber e já não parava em casa. Vivia pelos botecos, gastando dinheiro na
maior bagunça. Os filhos – dois até então – iam crescendo sem a presença e o apoio
do pai. Quando ele chegava tonto, queria mais era agredir os filhos.
"Sem saber o que fazer" – diz Cláudia – "me vi perdida e comecei a acompa-
nhar o marido em suas bagunças. Ele ia para o bar, eu ia atrás. Deixava os filhos
trancados em casa. Ele aprontava na rua. Eu também. Não queria ficar para trás. E,
assim, nossa vida virou um infemo. Nossos filhos adoeceram e começaram a ter
problemas na escola. Mas nós não ligávamos e continuávamos naquela loucura".
Muitos amigos convidavam Cláudia insistentemente para ir ao Grupo de Ora-
ção da Comunidade, para ver se ela caía em si e percebia as loucuras que andava
fazendo. Com muito custo, ela aceitou.
"O Grupo de Oração" – ela diz – "foi para mim o encontro com a Palavra de
Deus. Percebi logo que do jeito que eu vivia ia acabar perdendo minha família.
Tomei uma decisão. Se não podia consertar meu marido, pelo menos ia cuidar de
mim e dos filhos. Passei a ficar mais em casa e a acompanhar de perto meus filhos.
Deixei de lado minhas bagunças e acertei a vida. Logo meus filhos foram melho-
rando na escola e eu senti que podia ajudá-los muito se desse a eles mais carinho.
Com o tempo, meu marido começou a sentir minha mudança e pediu ajuda para ele
mudar também. Convidei-o para ir ao Grupo de Oração comigo e com os filhos. No
princípio, ele não aceitou. Mas, com muito jeito, eu ia convidando e rezando por
ele. Certo dia, ele ficou em casa e resolveu nos acompanhar até a Igreja. Era o co-
meço de sua mudança."
Pedro entrou para o Grupo de Oração e encontrou na Palavra de Deus força
para renovar sua vida. A partir de então, sua vida começou a ganhar novo sentido.
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Hoje, essa família vive em paz. Os filhos crescem felizes. E o casal vive unido, um
cuidando do outro com amor. É o próprio Pedro quem afirma: "Nada disso teria
acontecido, e eu iria acabar me perdendo e perdendo a mulher e os filhos, se não
encontrasse a força da Palavra de Deus".
Saindo da Prisão
Rosivaldo era um adolescente rebelde, de família complicada cujos pais se
odiavam, apesar de não serem separados. Seus irmãos mais velhos eram de caráter
frágil e logo se envolveram em encrencas. Não sabendo o que fazer da vida, Rosi-
valdo começou a beber, usar drogas e acompanhar uma turma da pesada. Logo tor-
nou-se líder da turma e era temido por todos na cidade. Os próprios pais e irmãos o
temiam.
Aos poucos, Rosivaldo foi se envolvendo em vários crimes. Roubava para
manter o vício das drogas, já que não trabalhava. Foi preso, mas, como era primá-
rio, logo foi solto. Ainda em liberdade condicional, foi pego roubando uma moto.
Passou a responder a dois processos. Depois, foi responsável, juntamente com ou-
tros colegas, pela overdose de um dos companheiros. O rapaz morreu e eles oculta-
ram o cadáver numa represa. Rosivaldo foi preso e ficou anos na cadeia.
Ninguém dava nada por Rosivaldo. Mas, estando preso, a Pastoral Carcerária
foi visitá-lo e apresentou-lhe a Palavra de Deus. Deram-lhe uma Bíblia de presente.
Na solidão e no vazio da prisão, Rosivaldo começou a meditar sobre a Pala-
vra de Deus. Os amigos da Pastoral Carcerária o visitavam sempre e o acompanha-
vam. Aos poucos, foi surgindo em seu coração um desejo de renovar-se.
"Quando lia a Palavra de Deus"- diz Rosivaldo – "eu sentia brotar de dentro
de mim um homem novo. Dava uma vontade enorme de mudar de vida e ser dife-
rente. Agora, sabia que Deus me amava e que sua força me ajudava a viver em
paz”.
Com o tempo, Rosivaldo cumpriu sua pena. Ao sair da prisão, estava decidi-
do a mudar de vida. A Palavra de Deus o havia transformado. Mudou para São Pau-
lo onde conheceu um grupo de pessoas que trabalhavam com a recuperação de jo-
vens drogados. Ingressou nesse grupo para adquirir experiência com esse trabalho.
Foi um tempo de muito amadurecimento.
Hoje, Rosivaldo voltou para sua cidade natal, para junto de sua família, e
fundou um grupo de voluntários que trabalham na assistência dos presos e droga-
dos. É um outro Rosivaldo, todo mundo sabe disso. Do seu passado confuso, só
ficou a recordação.
"Hoje" – diz Rosivaldo – "sou um outro homem. E quero trabalhar para aju-
99
dar a tantos jovens que são vítimas das drogas e da violência. Quero levar a eles a
mesma força da Palavra de Deus que me libertou".
Aprendiz de Solidariedade
Ana era uma pessoa comum. Casada com um marido comum, levava vida
normal. Tinha quatro filhos e cuidava deles como uma mãe normal. Via televisão,
seguia novelas e, nas horas vagas, falava da vida alheia como qualquer pessoa nor-
mal. Nos fins de semana, passeava ou dormia de dia. Era uma vida comum.
Mas grande mudança começou a acontecer na vida de Ana, quando ela come-
çou a se interessar pela Palavra de Deus. Mudou para a vizinhança um grupo de
missionários que visitavam as famílias, pregando a Palavra, e começaram a reunir o
povo para rezar.
Era o que faltava. No convívio com a Palavra, Ana foi descobrindo dentro de
si todo um potencial que ficava guardado inutilmente. E foi percebendo quanta coi-
sa a mais poderia fazer, além da vida normal que já levava. Entendeu logo a beleza
dos ensinamentos de Jesus e o valor da pessoa humana. E se apaixonou por essa
causa.
Ela mesma conta: “Percebi quanta coisa boa eu podia fazer pelas pessoas e
resolvi não ficar parada”.
Ana tornou-se um ponto de referência na comunidade. Pobres, doentes, afli-
tos e desamparados, todos a procuravam em busca de auxílio. E não saíam decepci-
onados. Passou a cuidar de dois irmãos com problemas mentais que davam o maior
trabalho. Mas sua paciência era maior. Pegou para criar sua sobrinha adolescente
que tinha ficado grávida e por isso havia sido expulsa de casa. Olhou a sobrinha e o
bebê quando nasceu. Tornou-se madrinha de uns dez afilhados, por causa do apoio
e do acolhimento que a todos dispensava.
Nos fins de semana, ia fazer mutirão para ajudar a construir casa para quem
estava sem teto, A comunidade toda se reunia e trabalhava de graça para construir
moradia para as famílias necessitadas. E a casa dela mesma ainda estava inacabada.
Eram pobres ajudando pobres.
A casa de Ana virou casa de todos. Quem vai à cidade passa lá para dormir,
para comer ou descansar. E tem lugar para todos. E mais: no dia da compra do mês,
ela reparte um pouco com cada vizinho: um sabonete para um, um pouco de feijão
para outro. E assim vai.
Ana não pára mais. Corre o tempo todo para ajudar a todos. Aprendeu, com a
Palavra de Deus, o valor da solidariedade.
Ela mesma afirma: "Minha vida hoje é mais agitada. Mas é muito melhor que
100
antes. Compreendi o valor das pessoas e aprendi a pensar nos outros mais que em
mim. Sou grata a Deus, pois ele tem abençoado sem medidas a mim e à minha fa-
mília”.
101
- Debatidos os testemunhos em grupos, pode-se fazer um plenário e conversar
sobre outras experiências importantes do catequista e da turma.
Conclusão
A Palavra de Deus, quando acolhida, compreendida e assumida, transforma
tudo: a pessoa, a família, a comunidade, os relacionamentos e muito mais. A Pala-
vra conscientiza as pessoas, despertando novo jeito de ver a vida, muda a forma de
pensar e de agir. Daí a importância de pregar a Palavra de Deus. É uma das manei-
ras mais profundas de se engajar na luta por uma vida melhor. É claro que não se
trata de sair por aí de qualquer jeito, pregando aos quatro ventos e enchendo a paci-
ência de todo mundo. Há mil maneiras de pregar a palavra: falar uma coisa acertada
e profunda com um companheiro; assumir sua fé diante dos outros, sem se enver-
gonhar; pregar por atos dentro de casa, praticando primeiro, para depois falar; man-
dar uma mensagem especial para uma pessoa num momento especial de sua vida;
participar de atividades e grupos que refletem a Palavra, entre eles a catequese; in-
centivar a participação de outros; etc. Mas é preciso evitar falar da boca pra fora,
falar e não praticar, falar até se passar por chato, falar para dar moral nos outros. A
Palavra de Deus, pela dignidade que possui, precisa ser bem falada. Eis uma coisa
que todos podemos fazer. E já será uma autêntica contribuição na promoção da
vida.
103
8º Encontro
CELEBRAÇÃO
PREPARAÇÃO
- Fazer uma faixa: “A MESSE É GRANDE, OS OPERÁRIOS SÃO POUCOS”.
- Levar um painel conforme modelo, com o desenho esboçado do discípulo de
Jesus. Esse painel deverá estar exposto deste o início da celebração.
104
- Preparar as plaquetas que serão fixadas no painel, na hora do momento
penitencial. São elas:
DESINTERESSE MEDO
COMODISMO FALTA DE
INFORMAÇÃO
CONFORMISMO SUPERFICIALIDADE
INDIFERENÇA PESSIMISMO
ALIENAÇÃO EGOÍSMO
- Levar fita crepe para fixar essas plaquetas, lembrando que, no Rito do
Compromisso, elas serão retiradas do painel, descobrindo novamente o desenho.
- Preparar um altar com uma Bíblia ao centro, entre duas velas.
- Levar a oração do compromisso – uma para cada pessoa. Sugerimos que essa
oração seja feita em um cartãozinho elegante e seja dada à turma como recordação
do compromisso que fizeram.
- Preparar confraternização, conforme combinado com a turma no encontro
anterior.
1. RITOS INICIAIS
C - Cumprimentar a turma, acolhendo a todos.
- Comentar: Durante esta etapa, tivemos a oportunidade de refletir sobre a missão
que o discípulo de Jesus é chamado a assumir. Podemos sentir a preocupação
de Jesus com a vida das pessoas e perceber como essa preocupação deve marcar
nossa vida hoje. Vivemos num mundo que nem sempre valoriza a vida. Nossa
missão é ser diferentes, traduzindo no mundo de hoje o jeito de Jesus. Jesus
está nos chamando. Com alegria, vamos dizer nosso sim.
- Convidar a turma a ficar de pé e iniciar a celebração cantando. Sugerimos a
música 1.
D - Depois de refletir sobre nossa missão, Jesus nos convida a assumir nossa tarefa
de cristãos no mundo. Com esse propósito, iniciemos nossa celebração em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
105
T - Amém!
D - Que o sonho de Jesus de promover a vida, o amor de Deus Pai que a criou e a
força do Espírito Santo que a sustenta estejam com todos vocês.
T - Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.
D - Deus hoje nos reuniu para nos fazer um convite muito especial. Ele nos chama
a assumir, com entusiasmo, nossa missão no mundo. Ele nos mostrou como
anda o mundo, como precisa de luz, e espera que a gente aceite a proposta de
ser operários na construção do Reino, porque há muito a ser feito e poucos
operários para se dedicar ao Reino.
- Convidar para entrar a faixa: A MESSE É GRANDE, OS OPERÁRIOS SÃO
POUCOS. Expor e ler a faixa com a turma.
- Explicar: Messe quer dizer colheita. Há muito o que colher, mas poucos são os
trabalhadores. Assim é no mundo. Há muito o que fazer pela promoção da vida.
Mas não são tantos assim que estão dispostos a entrar nessa luta. É perigoso,
então, que se perca no mundo a dignidade da vida. É para entrar nesse time dos
que vivem o Evangelho e defendem a vida que Jesus nos chama. É para isso
que ele precisa de nós.
- Cantar a música 6.
2. MOMENTO PENITENCIAL
C - Deus precisa de nós. Ele conta conosco no seu time de discípulos para
construir um mundo mais fraterno onde a vida seja valorizada. Mas nós somos
fracos e temos medo de assumir nossa missão. Somos indecisos e relaxados.
Tudo isso nos enche de incertezas. E ficamos sem definir nossa posição de
cristãos diante do mundo. Por isso, vamos fazer um momento de silêncio e
pensar nas fraquezas que nos impedem de assumir com firmeza nossa missão.
- Convidar para entrar as plaquetas com as fraquezas: DESINTERESSE,
COMODISMO, CONFORMISMO, INDIFERENÇA, ALIENAÇÃO, MEDO,
FALTA DE INFORMAÇÃO, SUPERFICIALIDADE, PESSIMISMO,
EGOÍSMO. Essas faixas deverão entrar e ser coladas, com fita crepe, no
painel “CRISTÃO NO MUNDO DE HOJE”, tapando a pessoa desenhada no
painel. Esse painel deverá estar exposto desde o começo da celebração. É
importante colar com fita crepe, porque essas plaquetas depois serão tiradas.
106
D - Assim está o cristão no mundo de hoje. Tapado e sufocado por inúmeras
fraquezas que o fazem praticamente desaparecer (Ler as plaquetas já
fixadas). O mundo vai girando, a vida vai passando, as coisas vão
acontecendo e onde estão os cristãos com a sua fé? Foram sufocados e
imobilizados por um sem fim de preconceitos e fraquezas.
- Convidar a turma para pedir perdão por tantos preconceitos e fraquezas. Dar
um instante de silêncio. Cantar a música 8 ou 17.
- Oremos: Deus, nosso Pai, que por meio de Jesus e de seus discípulos quereis
levar o mundo à sua plenitude, libertai os nossos corações de todas as
fraquezas que nos impedem de testemunhar nossa fé diante do mundo e
confirmai-nos em nossa missão de defender a vida. Isso vos pedimos, por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que reina convosco e caminha
conosco, na força do Espírito Santo.
T - Amém!
3. RITO DA PALAVRA
C - Convidar a turma para ouvir a Palavra.
- Motivar: O pequeno texto que vamos ouvir nos traz a grande mensagem de
Jesus para seus discípulos no mundo de hoje. São duas pequenas parábolas,
que mostram a força do Reino de Deus, com o qual nos comprometemos ao
nos tornar discípulos de Jesus. Ouçamos com atenção.
Pode-se fazer uma entrada solene com a Bíblia,
enquanto se canta algo apropriado.
107
D - Concluir: Essas duas parábolas, bem pequenas, nos trazem uma grande
mensagem, para nos incentivar no seguimento de Cristo. O Reino de Deus é
como uma pequena semente, mas com grande capacidade de crescimento. A
pequena semente, se lançada na terra e bem cuidada, nasce, cresce e produz
muitos frutos. Quem vai lançar a semente? Quem dela vai cuidar? Aí entramos
nós na história. Os discípulos de Jesus são chamados a lançar a semente do
Reino e dela cuidar com carinho, não se importando se a semente é grande ou
pequena, mas pensando no que ela pode produzir se bem cuidada. O discípulo
age ainda como um pouco de fermento que transforma toda a massa. De modo
discreto, humilde e simples, somos todos chamados a ser como o fermento na
massa, ou seja, como uma força que transforma, apesar de muitas vezes parecer
pequena e insuficiente diante da grandeza das dificuldades que vemos diante de
nós. Eis a missão do discípulo de Jesus. Para isso, precisamos guardar no
coração tudo o que aprendemos nessa etapa, que nos mostrou o que precisamos
fazer para cumprir nossa missão.
Sugerimos expor o cartaz com os temas da etapa
e recordar brevemente cada tema.
4. MOMENTO DO COMPROMISSO
C - Convidar a turma a fazer preces espontâneas, pedindo a Jesus que liberte cada
um das fraquezas que nos atrapalham em nossa missão. Sugerimos o seguinte:
cada um espontaneamente vai à frente, retira uma plaqueta do painel e reza
pedindo a Jesus a libertação da fraqueza escrita na plaqueta. Depois de cada
prece, pode-se cantar ou rezar algum refrão.
- No final, comentar: O cristão no mundo de hoje precisa se libertar de suas
fraquezas para poder ser visto no mundo, agindo e atuando como operário do
Reino. Assim somos nós. Não podemos ficar escondidos atrás de fraquezas e
preconceitos. Precisamos aparecer, com sensibilidade e prontidão, para dar
uma contribuição na messe de Deus. Por isso, agora somos convidados a
expressar nosso compromisso com essa tarefa que Jesus nos confia.
- Explicar: Cada um vai receber uma oração de compromisso que expressa
nosso propósito de assumir de verdade nossa missão. Então, cada um virá à
frente e com a mão direita sobre a Bíblia, em forma de juramento, vai ler sua
oração, expressando seu compromisso de discípulo de Jesus.
Um catequista segura a Bíblia aberta, se possível entre duas velas que podem
ser seguradas por duas pessoas da turma; um a um, todos fazem seu
juramento. Enquanto isso, cantar. Sugerimos as músicas 11, 13, 18.
108
ORAÇÃO DO COMPROMISSO
Eu me comprometo, Jesus, com a missão que o
Senhor me confia. Prometo acolher sua Palavra e seguir
seu exemplo, defendendo a vida e lutando por um
mundo melhor. Para isso, conto com a sua ajuda.
Amém!
- Obs.: Seria bom que essa oração fosse feita em um cartãozinho elegante que cada
um levasse como recordação e guardasse em lugar estratégico, por exemplo,
dentro de sua Bíblia, para recordar o compromisso assumido.
5. RITOS FINAIS
D - Oremos: (Estender as mãos sobre a turma e rezar) Deus Pai misericordioso,
pelo poder de Jesus, guiai esses vossos filhos em sua missão. Fortalecei sua fé e
animai seu compromisso, para que sejam no mundo uma presença marcante em
favor da vida e no trabalho do vosso Reino. Assim seja!
C - Motivar a turma para a próxima etapa, explicando: Já vencemos duas etapas
este ano. Na primeira, vimos como é importante ser discípulo de Jesus. Na
segunda, que encerramos hoje, vimos como é a missão do discípulo. Na
próxima, vamos refletir sobre o Espírito Santo que é a força de Deus para o
discípulo que assume sua missão. Sem essa força, não podemos nada.
- Cantar música animada para encerrar. Sugerimos a 4 ou a 11 – esta é boa para
lembrar a presença de Maria que sempre foi fiel à sua missão.
D - Dar a Bênção Final.
- O Senhor esteja conosco!
T - Ele está no meio de nós.
D - O Deus que vos confiou tão nobre missão vos acompanhe e
ilumine em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
T - Amém!
D - Vamos em paz e o Senhor nos acompanhe.
T - Graças a Deus!
- Fazer confraternização, conforme tiver sido combinado.
109
Terceira Etapa
A força que nos sustenta
Depois de falar do chamado, na primeira etapa, e da missão do discípulo, na
segunda etapa, vamos falar da força que nos sustenta nessa missão.
Quando estava entre os discípulos, Jesus prometeu enviar o Espírito Santo,
para ser o grande defensor ou a grande força na vida de seus seguidores.
Na terceira etapa, vamos conhecer melhor o Espírito Santo, compreendendo
como ele age em nós e nos sustenta em nossa missão.
A vinda do Espírito Santo, relatada por Lucas em Atos dos Apóstolos com o
evento do Pentecostes, marcou o início da missão dos apóstolos.
Os evangelistas contam que, depois da morte de Jesus, os discípulos fizeram
uma rica experiência de fé e perceberam que Jesus está vivo. Deus se manifestou a
eles por meio de seu Filho ressuscitado, e eles creram e deram testemunho dessa fé
a todos os que buscaram o caminho de Cristo.
Tendo confirmado os discípulos na fé, Jesus ressuscitado dá a seus seguidores
o Espírito Santo. Ele não está mais fisicamente presente, mas não quer ficar ausente
ou distante. Ele já havia prometido continuar sempre presente junto de seu povo,
agindo pelo Espírito Santo. O Espírito é, pois, a presença espiritual de Deus em
nós.
No catecismo antigo, à pergunta “onde está Deus?”, respondíamos que Deus
está no céu, na terra e em toda a parte. Esta resposta continua sendo verdadeira.
Mas gostaríamos de trazer o mistério da presença de Deus para mais perto de nós,
mostrando que ele habita em nossos corações.
Com efeito, ao dizer que Deus está no céu, na terra e em toda a parte, acaba-
mos por situar o mistério de Deus, de modo genérico, bem distante de nós. Dizer
que Deus está no céu é afirmar o óbvio. E equivale a dizer que ele está distante, já
que nós não estamos no céu. Dizer que ele está na terra é bastante vago, tão grande
é a terra. Dizer que ele está em toda a parte é bastante genérico e dispersivo.
Queremos que as crianças entendam que Deus habita em nosso coração. Pau-
lo afirma que somos templo do Espírito Santo (cf. 1Cor 13,16) E o próprio Jesus
diz: “Se alguém me ama... nós viremos a ele e faremos nele nossa morada” (cf. Jo
14,23). Esse é o mistério do Espírito Santo. Por ele, Deus habita em nós.
Com isso, queremos ajudar as crianças a superar algumas crendices populares
que são alimentadas pelo desconhecimento de que Deus habita em nós, o que é o
mesmo que dizer que, pela falta de fé no Espírito Santo, nos deixamos enganar por
muitas ilusões.
110
1º Encontro
A ASCENSÃO DE JESUS
− Motivar a turma para esta terceira etapa que hoje se inicia, mostrando que ela será
− Fazer preces espontâneas, pedindo a Jesus que afaste da turma tudo o que possa
111
provocar desânimo e desunião. A resposta poderá ser: “Fazei de nós, Senhor, um
povo unido”.
− Desejar a paz aos colegas, dando-lhes um abraço ou um aperto de mão.
− Cantar a música 1 ou outra à escolha.
Texto: At 1,1-11
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
• O autor do livro dos Atos dos Apóstolos é Lucas. O primeiro livro de Lucas,
de que ele fala aqui é o seu Evangelho. Segundo Lucas, de que ele tratou em
seu primeiro livro?
• Segundo Lucas, por quantos dias Jesus apareceu aos apóstolos depois de
sua ressurreição?
• Que ordem Jesus deu aos apóstolos, ao tomar a refeição com eles?
• De que promessa Jesus está falando?
• Os apóstolos receberiam o Espírito Santo para quê?
• Depois da ascensão, apareceram dois homens de branco. O que eles disse-
ram aos apóstolos? O que significa isso?
Aprofundamento
− Explicar melhor o seguinte:
• Ascensão é uma palavra que a gente usa para indicar a ida de Jesus para o céu.
Mas como é esse negócio de ir para o céu?
• Depois da morte de Jesus, os discípulos ficaram bem confusos, sem saber o
que fazer da vida. Então, para explicar à comunidade que Jesus estava vivo,
mesmo não podendo ser visto, Lucas, o autor do Livro dos Atos dos Apóstolos,
escreveu esse relato da ascenção.
• Ao dizer que Jesus subiu ao céu, Lucas quer dizer que os discípulos não podem
vê-lo, mas podem sentir sua força e sua presença. Jesus havia morrido, mas não
112
havia abandonado seus amigos. Era hora de reagir e esquecer a tristeza. Então,
Lucas fala que foi preciso um tempo – quarenta dias – para os seguidores de
Jesus compreenderem que não estavam sozinhos.
• Mas por que quarenta dias? Quarenta dias na Bíblia quer dizer um tempo sufi-
ciente para a pessoa amadurecer e repensar a vida. Tempo suficiente para o lu-
to e para criar força para recomeçar. Tempo para se recuperar de uma doença e
começar de novo a trabalhar. Tempo para esquecer a tristeza e abrir de novo o
coração para a alegria. Então, depois de quarenta dias, continuar triste e sem
fazer nada era tolice. Era preciso esquecer a tristeza e reagir.
• Jesus havia morrido, mas estava vivo junto deles, mesmo que eles não pudes-
sem vê-lo. Então, era preciso continuar a obra de Jesus: o Reino de Deus. Era
preciso continuar o que ele havia começado, afinal os discípulos são continua-
dores da obra do mestre. Não adiantava ficarem parados.
• Para isso, era preciso que eles ficassem unidos em Jerusalém, onde Jesus tinha
morrido. Lá onde eles tiveram tristeza tão grande, também teriam uma alegria
imensa. Eles superariam a desilusão e ficariam cheios da força de Deus, o Es-
pírito Santo, para continuar a obra de Jesus.
• Mas os discípulos não tinham entendido ainda que missão era essa. Eles acha-
ram que Jesus ia restaurar o Reino de Israel, ou seja, que a partir de então o
mundo deles seria uma maravilha, com a implantação definitiva do Reino de
Deus. Jesus vai explicar que a coisa não é assim tão fácil. Eles ainda vão suar
muito a camisa para ver o Reino acontecer. Tem muita água para rolar debaixo
da ponte. Tem muita peleja, muito esforço, muita luta para vencer as coisas
ruins e fazer esse mundo parecido com o Reino de Deus. Para ajudá-los a cons-
truir esse mundo bom, Jesus promete uma força especial: o Espírito Santo.
• A partir do relato da ascensão, uma coisa fica muito clara: Jesus havia concluí-
do sua missão no mundo. Agora era a vez de os discípulos assumirem sua tare-
fa. Jesus veio e fez o que devia fazer: nasceu entre nós, ensinou o caminho da
salvação, pregou a Palavra de Deus, foi fiel até o fim, morrendo na cruz, res-
suscitou vitorioso e voltou para junto de Deus. Com sua ascensão, era como se
Jesus dissesse aos seus discípulos: “Eu cumpri minha missão. Agora cumpram
a missão de vocês”.
• Até aquele momento, os discípulos ficavam admirando Jesus agir. Agora era
hora de colocar a mão na massa. Não adiantava mais ficar ali parados, olhando
para o céu. Jesus não estaria mais presente, de modo humano, como antes. Mas
sua presença viva continuava no coração de todos os seus amigos. É uma pre-
sença estranha, pois ela se dá na ausência. Então, eles entenderam: era hora de
113
agir.
• Iniciava-se o tempo da Igreja, isto é, aquele tempo em que os seguidores de Je-
sus, espalhados pelo mundo inteiro, se encarregariam de anunciar o nome e o
Reino de Jesus. Esse tempo começou com os primeiros discípulos e continua
conosco, que somos hoje os seguidores de Jesus. Cada discípulo é chamado a
dar sua contribuição para a construção do Reino de Jesus, já iniciado, mas não
totalmente realizado.
• É isso o que Jesus quis dizer, quando afirmou: “Vocês serão minhas testemu-
nhas... até os confins do mundo”. E, para o sucesso dessa missão, Jesus relem-
brou a antiga promessa do Pai que em breve se cumpriria: o Espírito Santo
viria em socorro dos discípulos, para lhes dar força e capacitá-los para a mis-
são.
− Podem-se resumir estas idéias, com o auxílio do seguinte cartaz:
− Depois de tudo isso, o que é importante realçar? O cristão tem, diante do mundo,
uma tarefa muito especial, confiada por Jesus. Por causa dessa tarefa, vai precisar
de muita força. E não poderá viver de qualquer jeito, muito menos ficar parado,
de braços cruzados, vendo o tempo passar em vão. O cristão deve se destacar pela
sua ação no mundo, fazendo que o mundo fique cada vez mais semelhante ao
mundo sonhado por Jesus.
3. ATIVIDADE
Sugestão
- Sugerimos uma palavra cruzada, para ajudar a fixar alguns conceitos. Re-
114
partir o diagrama que deve ser preenchido – um para cada criança. O cate-
quista lê cada questão e cada um preenche o diagrama. No final, conferir tu-
do.
- Questões:
1. O que os apóstolos se tornaram depois da ressurreição de Jesus.
(TESTEMUNHAS)
2. Pessoas que fizeram a experiência com Jesus ressuscitado e receberam
dele a tarefa de dar testemunho de sua ressurreição. (APÓSTOLOS)
3. Autor que escreveu o livro dos Atos dos Apóstolos e também um Evan-
gelho. (LUCAS)
4. Aquele que seria enviado sobre os apóstolos, para lhes dar força e cora-
gem para sua missão. (ESPÍRITO SANTO)
5. Número de dias, segundo Lucas, suficiente para os discípulos superarem
o luto e fazerem a experiência do Ressuscitado. (QUARENTA)
6. Cidade onde os apóstolos deveriam esperar o cumprimento da promessa
do Pai e receber o Espírito Santo. (JERUSALÉM)
7. Nome dado à tarefa que os apóstolos receberam de Jesus de ser teste-
munhas da fé por todo o mundo. (MISSÃO)
8. Primeiro nome do livro em que foi narrada a ascensão de Cristo.
(ATOS)
Conclusão
Para entendermos a importância do Espírito Santo em nossa vida de discípu-
115
los de Jesus, precisamos entender o sentido da ascensão de Cristo. Jesus cumpriu
sua missão e nos confiou uma tarefa importante. Ele não ficaria humanamente pre-
sente entre nós para sempre. Depois de ressuscitado, ele voltou para junto do Pai.
Mas sua ascensão não foi para se ausentar. Ele se tornou presente, de modo espiri-
tual, por meio do Espírito Santo. Podemos lembrar sua promessa: “Eis que eu esta-
rei sempre com vocês todos os dias, até o fim dos tempos” (cf. Mt 28,20) Só que
sua presença é diferente. Não está mais entre nós como estava com o grupo dos
doze apóstolos, caminhando, ceando com eles. Mas essa presença espiritual não é
menos importante, de modo algum. Em tudo o que fazemos, em todos os momen-
tos, temos uma certeza: Jesus está na glória de Deus e, ao mesmo tempo, está sem-
pre conosco, presente espiritualmente em nossos corações.
− Convidar a turma para fazer preces espontâneas, pedindo a Jesus aquilo que é
− Rezar juntos, de mãos dadas: Queremos, Jesus, praticar com alegria nossa fé,
cristã ensina que esse mundo terá um dia, não se sabe quando, não exatamente um
fim, mas uma transformação completa e total. O mal vai acabar definitivamente,
em todas as suas formas, e o bem será totalmente vitorioso. Haverá, então, a
realização total do Reino de Deus anunciado por Jesus. Portanto, em vez de falar
em fim do mundo, é mais acertado falar em fim do mal ou “fim dos tempos”,
expressão que indica o fim do tempo do mal no mundo. Disso não se deve ter
medo. O fim do mal será, antes de mais nada, uma vitória a ser comemorada. De
acordo com a fé da Igreja, essa transformação ocorrerá no dia em que Jesus voltar
vitorioso, para inaugurar de forma plena e definitiva o Reino que ele mesmo
fundou e que nós estamos construindo. A isso chamamos Parusia: a volta de Jesus
116
para de vez inaugurar o seu Reino de amor. Não sabemos, porém, quando nem
como se dará essa volta de Jesus. Ele mesmo disse no Evangelho que esse
momento seria inesperado e que ninguém sabe nem o dia, nem a hora. De vez em
quando, surgem pessoas marcando datas para o fim do mundo. Mas essas datas
passam e o mundo continua. Não devemos, pois, nos preocupar com o fim do
mundo, ou fim dos tempos. Nosso objetivo deve ser viver bem a nossa vida,
enquanto estamos neste mundo.
− Hoje em dia, fala-se muito sobre o futuro do nosso planeta, com o aquecimento
global, efeito estufa e outros fenômenos que ameaçam a vida na Terra. Mas isso
não significa ainda o fim do planeta ou o fim do mundo. A ciência estuda esses
fenômenos, sem uma resposta clara para as indagações sobre o futuro do nosso
planeta. De toda forma, preservar a natureza, não poluir, consumir menos para
gastar menos energia, etc são coisas valiosas e fundamentais. Mas não vamos nos
deixar impressionar por previsões catastróficas que anunciam o fim do mundo
para breve por causa das catástrofes naturais que têm acontecido.
− Façamos também alguns comentários sobre o texto de Lucas, que é muito denso e
tem muitos pontos a ser esclarecidos, para que o catequista esteja sempre bem
informado.
• A restauração do reino de Israel: Os judeus viviam na expectativa
messiânica: esperavam um messias que tirasse sua nação do domínio
estrangeiro, tornando-a um reino livre. Segundo os evangelistas, até mesmo
os discípulos de Jesus pensavam que ele fosse esse messias que tinha vindo
governar o povo em nome de Deus. É por isso que Lucas diz que eles
perguntaram a Jesus: “É agora que vais restaurar o reino de Israel?” Eles
não entenderam que Jesus era um messias bem diferente do esperado.
• O número quarenta: Esse número tem sentido teológico e não
quantitativo. Ele significa o tempo suficiente para se amadurecer uma idéia.
Note que o povo ficou quarenta anos no deserto, até estar pronto para entrar
na Terra Prometida; Elias caminhou quarenta dias sustentado pelo pão que
os anjos lhe serviram, até criar coragem para enfrentar de novo seus
inimigos; Jesus ficou quarenta dias no deserto sendo tentado, até se sentir
pronto para assumir sua missão. Os discípulos levaram quarenta dias para
fazer a experiência da ressurreição e entender que Jesus está vivo. Logo, o
número é algo teológico, denso de significado e não uma marca de dias,
meses ou anos no calendário.
• A expressão “sereis batizados no Espírito Santo”: O batismo de João
Batista era feito na água. O mergulho significava a morte para a vida velha e
117
a conversão que traz a vida nova: um rito de iniciação no grupo dos batistas.
Jesus promete batizar com o Espírito Santo, que é fogo. Uma expressão
forte apenas para dizer que Jesus é muito mais que João Batista e que a vida
nova que se tem nele nem se compara com algo já experimentado antes. O
Espírito Santo anima, capacita, ilumina todo aquele que se torna seguidor de
Jesus. Alguns movimentos religiosos costumam usar a expressão “batismo
no Espírito Santo” para significar a renovação do fervor no coração da
pessoa que estava um pouco afastada de sua vivência religiosa. Mas não
devemos pensar que o “batismo no Espírito” seja hoje para nós um outro
batismo diferente do sacramento que um dia recebemos. Todos nós, quando
fomos batizados, já recebemos a semente da fé e o dom do Espírito Santo.
Pode ser que alguém cuide mal dessa semente e um dia passe por um
verdadeiro despertar religioso, redescobrindo a força do Espírito que habita
em seu coração. Não se trata, como se vê, de um novo sacramento, mas da
renovação e da redescoberta do que estava esquecido.
• Os “homens de branco”: não é a primeira vez que aparecem homens de
branco nos relatos bíblicos acerca da ressurreição. Em Mc 16,15, um jovem
de branco comunica às mulheres que Jesus está vivo; em Lc 24,5, dois
homens de vestes brilhantes interpelam as mulheres no sepulcro; em Mt
28,2-3, é um anjo que está vestido de branco e comunica a boa-nova da
ressurreição; em Jo 20,12-13 dois anjos vestidos de branco perguntam a
Madalena: “Por que choras?”. Esses homens são personagens literários,
criados pelo autor, para transmitir alguma mensagem importante: uma
mensagem que o ser humano não seria capaz de descobrir sozinho. Por
vezes, os autores bíblicos usam esse recurso, dizendo que anjos foram
enviados (a Maria, a José, etc). É o mesmo sentido: são mensageiros de
Deus.
• A subida para o céu e a nuvem: durante muito tempo se pensou que o céu
fosse um lugar, bem ali acima das nuvens. E acima das nuvens estava o
trono de Deus, de onde ele governa todas as coisas. Era essa a cosmovisão
predominante. No tempo em que a Bíblia foi escrita, isso ainda era mais
visível. É só abrir o Apocalipse (cap. 4) e veremos que João viu o céu se
abrir e, lá no alto, o trono de Deus com uma maravilhosa liturgia celeste
acontecendo. É isso que está na cabeça de Lucas: Jesus veio do céu (lá em
cima) e para lá deve voltar. Por isso ele sobe para o céu e uma nuvem o
oculta. Mas é importante saber que esta é uma linguagem figurada. Não
devemos pensar que Jesus subiu como um foguete espacial. O céu não está
118
acima das nuvens, nem está lá o trono de Deus (os astronautas já
exploraram o espaço e não viram o céu lá). Até porque o céu não é um
lugar. É algo mais existencial. Então, o que significa a subida de Jesus para
o céu? Significa que, a partir de então, Jesus está em outra dimensão – que
não a nossa – e que os discípulos devem conviver com sua presença viva,
mas espiritual e não física, assim como nós o experimentamos hoje.
119
2º Encontro
A PROMESSA DO ESPÍRITO SANTO
vontade.
− Sossegar a turma para rezar.
− Cantar a música 2.
Texto: Jo 14,12-18
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
120
Partilha
• Segundo João, quem crê em Jesus fará o quê?
• Quem ama Jesus faz o quê?
• O que o Pai dará a quem amar Jesus?
• Quem é esse defensor que Jesus prometeu?
Aprofundamento
− Vamos entender melhor o que este texto nos diz. Antes de sua ascensão, Jesus se
− Que disse Jesus a respeito da pessoa que crê? (Colar a primeira faixa: QUEM
CRÊ EM MIM REALIZARÁ MINHAS OBRAS.) Jesus afirma que quem nele
crer realizará suas obras e até mesmo obras maiores do que as que Jesus realizou.
Tudo o que Jesus fez foi de grande importância para renovar a vida das pessoas.
Toda a obra de Jesus consistiu em propor um jeito novo de viver, um mundo
novo. Então, Jesus está nos desafiando a fazer o mesmo que ele fez, a viver como
ele viveu. Se agirmos como Jesus agia, nossas obras contribuirão para melhorar o
121
mundo, trazendo mais alegria e sentido à vida, renovando toda a face da terra.
Jesus nos dá até mesmo plena liberdade de fazer coisas maiores do que as que ele
fez, se conseguirmos, evidentemente. Isso porque a gente deve sempre se esforçar
para agir da melhor maneira possível, buscando sempre superar-se. Há um ditado
que diz: “O bom mestre é aquele cujos discípulos o superam”. Não temos essa
pretensão, mas Jesus não se importará se alguém o superar...
− Que disse Jesus a respeito da pessoa que o ama? (Colar a segunda faixa: QUEM
ME AMA GUARDARÁ MEUS ENSINAMENTOS.) Só quem ama Jesus
profundamente é capaz de guardar seus ensinamentos. Quem não tem amor acaba
se esquecendo das coisas que Jesus ensinou. Por isso precisamos manter acesa a
chama do amor em nosso coração. Os mandamentos de Jesus são os mais
preciosos que podemos encontrar. Devemos guardá-los como quem guarda um
tesouro, com cuidado e amor.
− Quem Jesus promete que Deus vai nos enviar? (Colar a terceira faixa: O PAI
VOS DARÁ OUTRO DEFENSOR) Enquanto estava com os seus discípulos,
Jesus mesmo era o defensor deles. Jesus os animava e encorajava. Mas,
terminando sua missão e subindo ao céu, Jesus vai mandar outro defensor, que
ficará para sempre com os apóstolos. Será alguém que vai animar e consolar,
fortalecer e motivar os seguidores de Jesus em sua missão.
− Depois, Jesus explica que o defensor é o Espírito da verdade. Que quer dizer
isso? (Colar a quarta faixa: É O ESPÍRITO DA VERDADE) O Espírito Santo é
chamado "Espírito da Verdade" porque nos guia no caminho da verdade. Que
caminho é esse? É o caminho ensinado por Jesus. Jesus nos ensinou um caminho
que nos conduz com segurança à vida plena. Esse é o caminho verdadeiro que
toda pessoa deve seguir para ser feliz. Os outros caminhos são enganosos. Dão a
impressão de nos conduzir à felicidade, mas acabam destruindo nossa vida. Jesus
disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. (cf. Jo 14,6) Pois bem: o Espírito
Santo nos guia nesse caminho verdadeiro que é Jesus. Ele nos dá força para trilhar
o caminho de Jesus, porque não basta saber o caminho; é preciso ter força para
caminhar. Assim, o Espírito da verdade nos conduz e nos sustenta no caminho da
verdade.
− Jesus promete que não ficaremos órfãos. (Colar a quinta faixa: NÃO VOS
DEIXAREI ÓRFÃOS) Que significa isso? Ficar órfão é ficar abandonado, sentir-
se só. Isso não é bom para nós. Quem se sente sozinho acaba desanimando. Para
que isso não aconteça conosco, Jesus promete não nos deixar órfãos. Teremos
sempre a companhia do Espírito Santo. Esse Espírito encherá o nosso coração de
consolo e conforto de modo que não nos sentiremos abandonados, mas teremos a
122
certeza da constante presença de Deus junto de nós.
− No final o cartaz ficará assim:
É O ESPÍRITO
DA VERDADE
3. ATIVIDADE
Sugestão
− Explicar para a turma que a Igreja costuma rezar uma oração bonita, pedindo a
123
ORAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO
D − Vinde, Espírito Santo,
T − Enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso
amor.
D − Enviai vosso Espírito e tudo será criado
T − E renovareis a face da terra.
D − Oremos:
T − Ó Deus, que iluminais os corações dos vossos fiéis com a luz do
Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas,
segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre de sua consolação.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém!
− Convidar a turma para compreender melhor esta oração. Explicar que devemos
entender as coisas que rezamos, senão pareceremos papagaios que falam sem
saber o quê. Nessa oração, pedimos justamente o que Jesus prometeu no
Evangelho que acabamos de meditar.
124
FOGO DO AMOR. Nós pedimos na oração: "Acendei em nós o fogo do vosso
amor". Precisamos, de fato, de muito amor, para seguir Jesus e seus
ensinamentos. O amor é o combustível que mantém acesa a chama da nossa fé.
Sem amor, caímos na frieza e no descaso pelas coisas de Deus. O amor nos ajuda
a manter a fidelidade àquilo que Jesus ensinou. Vejamos que faixa nos mostra
isso. (Deixar que descubram). Colar essa faixa no painel, à direita da que diz:
QUEM ME AMA GUARDARÁ MEUS ENSINAMENTOS.
− Mostrar a terceira faixa: QUE O ESPÍRITO SANTO RENOVE A FACE DA
TERRA. É o terceiro pedido que fazemos na oração: que o Espírito renove a face
da terra. Esse é um desejo de Deus. Tudo o que Deus quer é renovar o mundo, as
pessoas, para que haja mundo novo, novos corações, nova vida, enfim. Mas Deus
não renova o mundo sem a nossa contribuição. Ele quer que ajudemos, com
nossas obras, nesse processo de busca da vida nova. Por isso, quando pedimos a
renovação do mundo, estamos também nos comprometendo a realizar obras que
promovam esta renovação. Vejamos em que faixa Jesus se refere a isso. (Deixar
que descubram). Colar essa faixa no painel, à direita da que diz: QUEM CRÊ EM
MIM REALIZARÁ MINHAS OBRAS.
− Mostrar a quarta faixa: QUE O ESPÍRITO SANTO NOS AJUDE A APRECIAR
RETAMENTE TODAS AS COISAS. Apreciar determinada coisa é saber avaliar
se ela é boa ou ruim, verdadeira ou falsa, útil ou desnecessária. Quem não sabe
apreciar retamente as coisas da vida acaba confundindo gato com lebre. Pensa que
uma coisa é boa, quando faz vê que não presta. Pensa que uma coisa é ruim, deixa
de fazer e era uma coisa boa. Muita gente vive assim. E acaba seguindo por
caminhos falsos e se afastando cada vez mais do caminho verdadeiro que nos
conduz à vida plena. Por isso, pedimos que o Espírito nos ajude a apreciar, a
avaliar corretamente, dentre as coisas que nos cercam, quais são as verdadeiras e
úteis, que nos ajudarão a viver melhor, e quais são as falsas e enganosas, que
poderão nos atrapalhar. Vejamos, então, em que faixa está a promessa de Jesus de
nos ajudar a encontrar o caminho verdadeiro e o jeito melhor de viver. (Deixar
que descubram). Colar essa faixa no painel, à direita da que diz: É O ESPÍRITO
DA VERDADE.
− Mostrar a quinta faixa: QUE O ESPÍRITO SANTO NOS TRAGA A
CONSOLAÇÃO DE DEUS. A consolação de Deus é aquele sustento, aquela
força de que precisamos a todo instante. Sem essa força, ficamos desamparados e
não damos conta de nossa missão. Na vida agitada que levamos, precisamos
contar com um apoio todo especial vindo de Deus. Vejamos em que faixa Jesus
promete esse apoio. (Deixar que descubram). Colar essa faixa no painel, à direita
125
da que diz: O PAI VOS DARÁ OUTRO DEFENSOR.
Conclusão
Nós pedimos, nessa oração, exatamente aquilo que Jesus prometeu. Ao se
despedir de seus discípulos, ele fala da missão que terão – de realizar suas obras,
renovando a face da terra – e da força necessária para isso: a força do amor, a força
da verdade, a presença e o sustento de Deus, agindo em nós por meio do seu Espíri-
to. Já começamos a entender, portanto, qual é a importância do Espírito Santo em
nossa vida. Ele é quem sustenta o discípulo em sua caminhada, mantendo acesa a
chama do amor, guiando no caminho da verdade, sustentando e preenchendo a vida
do discípulo, renovando, enfim, junto de nós, a face da terra.
126
− Pedir que levem para casa, e rezem, a Oração ao Espírito Santo, trazendo-a para
os encontros seguintes.
− Fazer as motivações de sempre e encerrar, à vontade.
127
3º Encontro
O CUMPRIMENTO DA PROMESSA
− Fazer o Sinal da Cruz. Motivar: Mais uma vez estamos reunidos em nome de
Deus, que é Pai – que nos criou e nos ama, que é Filho – Jesus Cristo, que deu
sua vida por nós e nos chama a ser seus discípulos, e que é Espírito Santo, que
nos defende e anima na caminhada para cumprir a missão de Jesus. Vamos a ele
entregar nossa vida com confiança. (Fazer breve momento de silêncio).
− Convidar para rezar a Oração ao Espírito Santo.
Texto: At 2,1-13
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
128
Partilha
• O que aconteceu no dia de Pentecostes? Como Lucas narra?
• O que mais chamou a sua atenção nessa narrativa?
Aprofundamento
- Depois de falar da despedida de Jesus e da missão que ele deu aos seus dis-
cípulos de continuar a construção do seu Reino, Lucas, que escreveu os Atos
dos Apóstolos, vai falar para os seguidores de Jesus que eles não estão sozi-
nhos nessa difícil missão. Então, ele escreve uma narrativa interessante sobre
o dia de Pentecostes, para mostrar que Jesus cumpriu a promessa de enviar o
Espírito Santo.
- Pentecostes era uma festa que os judeus realizavam em Jerusalém, cinqüenta
dias após a festa da Páscoa, para comemorar o dia em que Moisés recebeu de
Deus a Lei e fez com ele uma aliança.
- Era dia de Pentecostes. Os seguidores de Jesus já estavam conscientes de que
a missão de Jesus continuava através deles. Mas eles estavam ainda com
medo e não tinham forças para agir conforme Jesus tinha mandado. Estavam
reunidos, trancados em casa, só rezando para Deus ajudá-los.
- Então, o Espírito Santo se manifestou. Eles se sentiram renovados e fortale-
cidos e começaram sua pregação, diante de todo o povo reunido para a festa.
E começaram com sucesso, sendo compreendidos por pessoas de nações e
costumes tão diferenciados.
- A partir de então, a festa de Pentecostes, para os cristãos, ficou sendo a co-
memoração da vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos e o início efetivo
da missão da Igreja. É quase como se fosse o aniversário da Igreja.
- Para falar do Espírito Santo, Lucas usa muitos símbolos: vento, fogo, lín-
guas, barulho, etc. Ele quer mostrar a força do Espírito Santo se manifestndo
na vida dos discípulos. Para isso, faz comparações preciosas. É o que vamos
ver na atividade a seguir.
3. ATIVIDADE
Sugestão
− Convidar a turma para compreender melhor os símbolos da manifestação do
Espírito Santo.
− O catequista deverá fazer uma explicação desses símbolos, usando para isso um
BARULHO VENTO
Poder Vida
UNIÃO
PREDISPOSIÇÃO
Fervor Compreensão
FOGO LÍNGUAS
− Explicar: O texto que acabamos de ler nos mostra a ação do Espírito Santo na
vida dos discípulos. Para nos fazer entender como ele age com poder, Lucas usa
vários símbolos. São imagens e figuras que nos comunicam a mensagem de Deus.
O autor desse texto não fez uma reportagem do dia de Pentecostes. Não quis
contar, como faz um repórter, os detalhes do acontecimento. O que Lucas
pretendeu foi, sem dúvida, nos ajudar a compreender como o Espírito Santo age
em nossa vida. Vamos, pois, ver o sentido de cada símbolo que apareceu no texto.
o
2 passo:
− Colar, no centro do cartaz, a faixa: UNIÃO / PREDISPOSIÇÃO.
− Explicar: a primeira coisa que o texto nos diz é que os discípulos estavam
grande barulho. Parecia uma verdadeira tempestade, que se fez ouvir por toda a
parte. Que significa isso? Será que houve mesmo uma tempestade, com raios e
trovões? Qual o sentido desse barulhão todo?
− Colar a faixa: PODER.
− Explicar: No texto, esse barulho significa o poder de Deus em ação. Para mostrar
como é grande o poder de Deus, a Bíblia o compara a uma força que mexe até
com a natureza, como fazem as grandes tempestades. Isso significa que, a partir
daquele momento, o poder de Deus passava a agir de modo admirável na vida dos
discípulos. Com efeito, eles andavam meio fracos e desanimados. Mas a força do
Espírito haveria de despertar neles uma coragem nova. E foi isso que aconteceu.
Os discípulos saíram pregando a Palavra de Deus. Mas, quando eles agiam, não
era só com a força deles mesmos, mas com a força e o poder do próprio Deus.
Esse é o sentido do barulho.
o
4 passo:
− Colar a faixa: VENTO.
− Explicar: A Bíblia diz que, além do barulho, ouviu-se um vento forte que soprava
− Explicar: O vento na Bíblia é sinal de vida. É o sopro de Deus que nos dá a vida.
Para viver, precisamos do ar que respiramos. O Espírito Santo vai ser para nós tão
importante como esse ar sem o qual ninguém pode viver. Esse é o sentido do
vento. O Espírito Santo chegou para trazer vida nova para os discípulos de Jesus.
Veio, em meio ao vento, como quem quisesse soprar para longe as coisas velhas e
nos dar vida nova. Os discípulos puderam começar, a partir de então, uma vida
nova, como nunca tinham experimentado antes.
o
5 passo:
− Colar a faixa: FOGO.
131
− Explicar: O texto fala que apareceram chamas de fogo que se repartiram e
pousaram sobre cada um dos discípulos. Que significa esse fogo? Será que houve
como que um incêndio? Terá esse fogo queimado a cabeça dos discípulos? Nada
disso.
− Colar a faixa: FERVOR.
− Explicar: O fogo significa a capacidade do Espírito Santo de aquecer nossos
corações. O fogo tem essa propriedade de aquecer, de acabar com o frio. O
Espírito Santo se manifesta para acabar com a frieza dos nossos corações,
acendendo neles o fogo do amor. Algumas pessoas costumam viver com extrema
frieza. Tratamos os outros com frieza. Trabalhamos com frieza. Estudamos com
frieza. Vivemos sem entusiasmo, sem garra, sem disposição. O discípulo de Jesus
não pode ser assim. Precisa se encher de amor pelo que faz, precisa ter fervor, que
é aquele entusiasmo que o Espírito nos dá. Ter fervor é deixar o nosso coração
"ferver" mesmo de amor pelas coisas de Deus. É esse o sentido do fogo, que o
Espírito nos traz.
o
6 passo:
− Colar a faixa: LÍNGUAS.
Conclusão
O texto fala que os discípulos ficaram tão empolgados com a presença do Es-
pírito Santo que muitos pensaram que eles estivessem "embriagados de vinho do-
ce". Mas, não! Eles se embriagaram do Espírito Santo. As pessoas costumam se
embriagar de álcool, ou de ódio, ou de violência. Quando estão assim, deixam-se
conduzir por essas coisas e sentimentos negativos. Os discípulos, no entanto, esta-
vam cheios do Espírito de Deus e por ele se deixaram conduzir. Essa é a santa em-
briaguez daqueles que se abrem à ação do Espírito Santo. Essa embriaguez todos
nós podemos ter. O grande convite de Deus é que deixemos o Espírito Santo agir
em nós, como agiu na vida dos discípulos, a ponto até de nos sentirmos assim "em-
briagados" de uma força tão especial.
• Vamos rezar, pedindo a Deus que manifeste em nós o seu poder, como mani-
festou na vida dos discípulos. Que o poder de Deus venha ser a força que nos
guia nas horas difíceis, a força que nos anima e nos dá coragem para caminhar.
Cada um pode em silêncio pedir que o Espírito Santo traga o poder de Deus
para agir em sua vida.
• Cantar o refrão da música.
• Vamos rezar também, pedindo que o Espírito Santo nos dê uma vida nova. Fe-
133
che seus olhos, pense um pouco em sua vida e veja quanta coisa velha precisa
ser renovada. O Espírito Santo quer renovar sua vida, soprando para longe tudo
o que é velho e desnecessário e trazendo vida nova. Em silêncio, peça a ele que
renove sua vida.
• Cantar o refrão da música.
• Vamos pedir ainda que o Espírito santo acenda em nossos corações o fogo do
amor. Ponha a mão em seu coração e peça com fé que o Espírito Santo faça
descer sobre você o fogo do amor, da alegria, do entusiasmo, para tirar de você
toda frieza, todo desânimo e encher você de fervor.
• Cantar o refrão da música.
• Enfim, vamos pedir que o Espírito Santo nos ensine a compreensão, a lingua-
gem nova do amor, para que entre nós exista união e entendimento, conforme é
a vontade de Deus. Coloque a mão no ombro de quem está ao seu lado e juntos
vamos rezar pedindo ao Espírito a união e a compreensão. Que nossas pala-
vras, nossos gestos, nossas atitudes apenas comuniquem amor e paz aos nossos
irmãos.
• Cantar o refrão da música, encerrando a oração.
− Encerrar, cantando à vontade.
135
4º Encontro
O ESPÍRITO SANTO É PARA TODOS
Texto: At 2,37-41
136
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
• Como o povo se sentiu ao ouvir a pregação de Pedro?
• O que perguntaram?
• Como Pedro lhes respondeu?
• De acordo com esse texto, Deus envia o Espírito Santo para quem?
Aprofundamento
− Montar um painel explicativo, para que a turma compreenda que o Espírito Santo
é para todos, mas há um processo pelo qual nos abrimos à sua ação. Sugerimos o
seguinte painel:
acolher sua presença. Deus não obriga ninguém a receber o Espírito. Apenas o
oferece, como um presente que a gente deve aceitar, para o nosso próprio bem. O
texto que nós ouvimos nos mostra como podemos nos abrir à ação do Espírito
Santo. Existe um processo através do qual a gente se abre para receber a força do
Espírito.
− Fixar o cartaz, tendo ao centro o desenho de uma pessoa. Colar na parte superior a
137
como ele age em nós, que efeito tem sua ação em nossa vida. Agora vamos ver o
que devemos fazer para receber esse Espírito. Quando os apóstolos pregaram, o
povo perguntou: “Que devemos fazer?” Convém a gente também se perguntar:
Que devemos fazer para receber o dom de Deus e fazer nossa aliança com ele?
o
2 passo:
− Colar embaixo, conforme o modelo, a faixa: COMOÇÃO.
Pedro disse: "Arrependam-se". Que sentido tem isso? Arrepender é sentir que do
jeito que está não dá para continuar. É perceber os pontos fracos nos quais será
preciso mexer, para melhorar as coisas. O povo, tendo sentido e experimentado o
imenso amor de Deus, parou e pensou: não podemos continuar assim como temos
vivido. Precisamos consertar nossa vida, superando os erros. Quem percebe os
seus pontos fracos, mas, mesmo assim, pretende continuar do jeito que está não
precisa do Espírito Santo. Já que não quer mudar nada, para que precisaria da
força de Deus? Por isso, o arrependimento é importante. Ele nos leva a perceber,
com alegria, que muitas coisas podem melhorar com a ajuda do Espírito Santo.
o
5 passo:
− Colar a faixa: FÉ.
− Explicar: Pedro disse ao povo: "Cada um seja batizado em nome de Jesus Cristo".
Esse batismo é um sinal da fé, do compromisso com Jesus Cristo. Ser batizado
em nome de Jesus significa acreditar em Jesus, crer no que ele ensinou e assumir
um compromisso com ele. Isso é fé. Sem ela, nada se faz em nossa vida. Sem ela,
não recebemos o Espírito Santo. A fé não significa apenas crer em alguma coisa.
Muito mais que isso, a fé é aceitar Jesus em nossas vidas, deixando que ele guie
nossos passos em seus caminhos, sendo o Senhor de nossas vidas. O dom de
Deus é para quem acredita e se compromete. Sem isso, de que serviria o Espírito
Santo?
o
6 passo:
− Colar a faixa: CONVERSÃO.
quando diz: "Cada um seja batizado para a remissão dos pecados". Que é a
remissão dos pecados? É afastar os pecados de nossa vida. É nos desviar de tudo
aquilo que pode atrapalhar nossa vida. É desejar profundamente mudar o rumo
139
das coisas, para adquirir uma vida nova. Isso é conversão. E é o passo decisivo
para recebermos o Espírito Santo. Se não tivermos essa coragem de abandonar a
vida velha – nossos vícios, nossas falhas, nossos pecados – então, para que
receberíamos o dom de Deus? O Espírito só pode agir em nós, se de fato
quisermos uma vida nova.
Conclusão
Esse é o processo para quem quer receber o Espírito santo. Primeiro nos sen-
timos tocados pela mensagem de Jesus e nos despertamos. Então, começamos a
questionar nossa vida, para ver o que devemos fazer, o que devemos mudar. De-
pois, vem o arrependimento e percebemos quanta coisa precisa melhorar. Começa-
mos a sentir aversão a tudo quanto nos prejudica. Aí, vem a fé que é a adesão since-
ra a Jesus, pois se sabe que ele é o único capaz de nos salvar. Então, nos converte-
mos e decidimos buscar uma vida nova. Deus, olhando a disposição do nosso cora-
ção, vai, então, nos ajudar, enviando-nos o Espírito Santo, conforme é sua promes-
sa. O texto que lemos mostra, que em um só dia, muitas pessoas passaram por esse
processo e aderiram a Jesus, recebendo o Espírito Santo. Somos hoje convidados a
nos juntar a essa multidão de pessoas que buscam a vida nova. O Espírito Santo é
para nós. Para todos nós. Basta mostrarmos nossa disposição de recebê-lo.
3. ATIVIDADE
- Dividir a turma em grupos.
- Repartir com os grupos a história “Um bebê e um defunto”.
- Pedir que cada grupo leia e responda as questões que seguem.
Um bebê e um defunto
Certa vez, numa cidadezinha do interior, morreu um distinto senhor.
Um velório é sempre uma situação de constrangimento. Quem é parente do morto
chora. E quem não quer chorar fica procurando um ponto para fixar os olhos ou
fica revirando a memória, procurando algo pra falar: algo que não seja engraçado,
pois a hora é de tristeza; algo que não seja tão triste, pois basta a tristeza da morte.
Não se pode chamar a atenção, nem se pode ficar escondido. Não se pode rir e
talvez também não se deva chorar. É uma situação difícil. Em suma, não se tem o
que dizer.
Pois bem! Nesse clima pesado, entra na sala uma jovem com o filhinho
nos braços. O jovem mocinho estava na dura fase em que as crianças resolvem
descobrir o mundo, nos seus mínimos detalhes. Entrou solene no colo da mãe,
140
sorridente, na certeza de que ali havia um universo a ser descoberto. A jovem mãe
distribuía rápidos sorrisos aos quatro cantos da sala, doida para mostrar a todos a
esperteza de seu princepezinho que trazia ao colo. Nunca encontrara platéia tão
atenta e predisposta.
Num cenário em que qualquer mosquito chamava a atenção, soou es-
trondosa a entrada dos dois. Tão logo foi entrando, a criança avistou na parede
uns quadros de santos. De um lado, o “Coração de Jesus”. Do outro, o “Coração
de Maria”. E entre ambos uma pomba grande, no meio de umas flores, represen-
tando o Espírito Santo.
A mãe, contente com o achado, atraía os olhares para si, preparando-se
para exibir a vastidão dos conhecimentos religiosos de seu pequeno sábio. E,
cheia de vaidade, arriscou: “Que é que o nenem tá vendo naquele quadro?”, per-
guntou a mãe apontando para a imagem do “Coração de Jesus”. A criança de
pronto respondeu: “Papai do Céu!” A mãe retornou: “E do outro lado?”. A criança
estava com a resposta pronta: “Mamãe do Céu!” Todos vibravam com a majesta-
de daquele bebê sabido. Animada, a mãe voltou à carga e mandou bala: “E ali no
meio, entre Mamãe do Céu e Papai do Céu, que é que o nenem tá vendo?” A cri-
ança fez cara de gaiata e não querendo se dar por achada, soltou de uma vez: “É a
cocó botando no ninho!” Foi uma debandada geral. Como não se podia rir ali di-
ante do morto, as pessoas saíram da sala às pressas sufocando o riso, e foram gar-
galhar gostoso nos quartos e na rua – pois o riso é mais gostoso na razão inversa
de sua conveniência. Quem tivesse ficado na sala teria notado que o próprio de-
funto, na sua frieza cadavérica, mal podia controlar seu constrangimento. E ria-se,
no íntimo, satisfeito.
Questões:
• O que você achou dessa história?
• O garoto tão sabido conhecia Papai do Céu e Mamãe do Céu, mas não co-
nhecia o símbolo do Espírito Santo? Por que será?
• Para você também o Espírito santo é o deus desconhecido?
• Por que o Espírito Santo é simbolizado por uma pomba? (cf. as dicas para o
catequista)
141
− Fazer preces espontâneas. Cada um poderá invocar o Espírito Santo e lhe pedir
aquela atitude que é mais necessária em sua vida, para seguir Jesus. A resposta
poderá ser algo como: “Venha, Espírito Santo, nos iluminar”. Sugerimos preces
assim: “Venha, Espírito Santo, nos dar coragem para seguir Jesus”; “Venha,
Espírito Santo, aumentar a nossa fé”; etc.
− Repetir, se for oportuno, a música anterior.
− Fazer as motivações finais e encerrar, com bastante animação.
143
5º Encontro
O ESPÍRITO SANTO NOS ILUMINA
apropriadas.
− Sossegar a turma para rezar. Cantar a música 9.
• Colocar a mão na cabeça e pedir a luz do Espírito Santo para nossa mente.
Cantar o refrão.
• Colocar a mão no coração e pedir a luz do Espírito Santo para nosso coração,
sentimento, afetos. Cantar o refrão.
• Colocar a mão no ombro do amigo ao lado direito e pedir a luz do Espírito
Santo para ele. Cantar o refrão.
• Fazer o mesmo com o da esquerda.
• Ao final, erguer os braços e cantar bem forte para encerrar.
Partilha
- Ver o que a turma entendeu do texto e o que cada um gostaria de destacar. Em
seguida, o catequista explica melhor as expressões do texto, como segue.
Aprofundamento
- Que significa ser enviado por Jesus “como ovelhas no meio de lobos”? A ove-
lha é o símbolo da mansidão. O lobo é o símbolo da violência. O discípulo de
Jesus convive com um mundo às vezes violento e enfrenta situações difíceis e
contraditórias. Ele é enviado a pacificar um mundo marcado pela maldade, pe-
la violência, pela vingança e coisas assim. Mas o seguidor de Cristo irá a esse
mundo como uma ovelha, ou seja, cheio de mansidão, paciência e tolerância. O
discípulo não usará as armas da força. Usará apenas a força de sua fé. Sua arma
é a não-violência. E ainda que no mundo haja violência, a pessoa de fé não
adotará este tipo de conduta. Continuará usando de mansidão. Essa mansidão
será o remédio contra a violência. Ao contrário, se as pessoas de bem, olhando
a violência do mundo, resolverem agir assim também, o mundo ficará ainda
mais cruel. Mais uma razão para manter a mansidão, mesmo quando convive-
mos com a violência.
- Que significa ser “prudentes como as serpentes, mas simples como as pom-
bas”? Convivendo em ambientes nem sempre fáceis, será preciso conciliar,
prudência e simplicidade. A serpente – simbolizando a prudência – é um ani-
mal rápido e sempre atento. Está sempre de olho, pronta a se defender. E sabe
dar o bote certeiro. A pomba – simbolizando a simplicidade – é ave mansa e
caseira, fácil de ser conquistada. Torna-se familiar sem muita desconfiança. O
desafio do seguidor de Cristo é conciliar essas duas características: ser pruden-
te, rápido, estar sempre atento e de olho vivo, para não ser pego em alguma ci-
lada e, ao mesmo tempo, ser simples, manso, confiante, de fácil acesso, aberto
para acolher a todos. Ou seja, ser manso não significa ser bobo e desprevinido.
Podemos ser mansos de coração, mas sempre atentos para não cairmos em al-
guma cilada.
- Que significa ser levado aos tribunais, por causa de Jesus? É o lado difícil de
seguir Jesus: incompreensões, críticas, perseguições, sofrimentos, dificuldades.
O mundo nos observa, avalia, julga e até condena. Jesus está preparando seus
145
discípulos para que sejam fiéis e firmes, quando enfrentarem momentos de
provação por causa da fé. Em nosso caso, pode ser que alguém nos critique por
causa de nossa fé. Precisamos estar seguros, para enfrentarmos essa situação
com naturalidade, sem desistir dos nossos valores cristãos. Que os outros pen-
sem como quiserem. E até nos julguem, se quiserem. Mas que nós sejamos
firmes na fé.
- Que significa “será inspirado em seus corações o que vocês deverão dizer”? A
pessoa que vive e segue Jesus guiada pelo Espírito Santo é uma pessoa inspira-
da, iluminada. Isso porque Deus, pelo Espírito, está presente em seu coração.
Essa pessoa terá a garantia da sabedoria e da força divina para agir divinamente
em cada situação. Ser iluminado pelo Espírito Santo significa saber agir, com
sabedoria divina, em todas as situações da vida. Porque se sabe que há enorme
diferença entre agir com sabedoria divina e agir simplesmente pelo primeiro
pensamento que nos vem à mente. A pessoa de fé não deve agir pelo primeiro
impulso. Deve pensar em como Deus inspira suas ações.
- Debater essa questão: Qual seria mesmo a diferença entre agir com sabedoria
divina, ou seja, iluminado pelo Espírito Santo, e agir pelo primeiro pensamento
que nos vem à mente? Ver se a turma consegue dar exemplos práticos.
3. ATIVIDADE
- Procurar no caça-palavras, termos que expressem qualidades que o discípulo de
Jesus deve ter para enfrentar os momentos mais difíceis de sua missão.
146
- A turma pode completar, sugerindo outras atitudes importantes para quem quer
seguir Jesus.
Conclusão
O Espírito Santo nos ilumina. Isso significa que ele nos ajuda a cultivar al-
gumas atitudes que são fundamentais no seguimento de Cristo. Seguir Jesus não é
mera diversão, não é uma brincadeira. É um compromisso sério. Jesus mesmo disse
que quem quiser segui-lo deve estar disposto a tomar a sua cruz. Pois é. O discípulo
de Jesus precisa então de alumas qualidades e atitudes para perseverar nas horas
mais difíceis. É nessas horas que mais precisamos da inspiração do Espírito Santo.
147
• Quando estivermos sofrendo.
• Quando formos incompreendidos.
• Nos momentos de decisão.
• Quando estivermos em nossa família, etc.
- Rezar juntos a Oração ao Espírito Santo.
- Motivar a turma a viver e agir com sabedoria divina diante de cada situação.
- Fazer as motivações de costume.
- Encerrar com bastante animação. Cantar se for oportuno.
148
6º Encontro
SOMOS TEMPLO DO SENHOR
149
2. O QUE A BÍBLIA DIZ
Motivação
Queremos entender hoje a importância da fé no Espírito Santo. Por ele, Deus
habita em nós. Deus em sua totalidade, em todo o seu mistério, em toda a sua
grandeza habita em nosso coração. Vamos ouvir um texto em que Jesus promete
isso.
Texto: Jo 14,19-28
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
• Qual o sentido da frase de Cristo “ainda um pouco de tempo e o mundo não
me verá”? Por que ele disse isso?
• O que Jesus promete a quem o ama e guarda sua palavra?
• Por que os discípulos não precisam ficar com medo ou com o coração per-
turbado?
Aprofundamento
- Antigamente, quando se perguntava onde está Deus, a gente aprendia a res-
ponder: Deus está no céu, na terra e em toda parte. Essa resposta continua
sendo verdadeira. Mas pode ser aprofundada. É o que queremos hoje fazer.
- Ao dizer que Deus está no céu, na terra e em toda a parte, acabamos colo-
cando Deus longe de nós. Se ele está no céu, parece estar longe, porque nós
não estamos no céu. Se ele está na terra, tudo bem. Mas como a terra é tão
grande, a gente fica sem entender direito onde exatamente Deus está. Se ele
está em toda parte, ótimo. Mas isso ainda não nos ajuda a compreender um
dos aspectos mais bonitos e profundos de nossa fé: Deus habita em nosso
coração. Ele está no céu, na terra, em toda parte, mas principalmente em
nosso coração.
- É o que Jesus promete no texto que ouvimos: “Se alguém me ama... nós vi-
remos a ele e faremos nele nossa morada”. Nós, quem? Jesus e o Pai. Mas
como eles poderiam ficar conosco, em nosso coração e morar em nós? Por
meio do seu Espírito, o paráclito prometido, o defensor que ficará sempre
conosco como prometeu Jesus.
- Por isso, o apóstolo Paulo afirma que somos “Templo do Espírito Santo”.
(cf. 1Cor 13,16) E, quando diz isso, Paulo quer mostrar que o Espírito Santo
é na verdade a presença de Deus em nós, presença espiritual que santifica
150
nossa vida. Não é somente uma parte de Deus, mas todo o mistério de Deus,
toda a grandeza de Deus que está em nós – o Deus uno e trino: Pai, Filho e
Espírito Santo.
- Aqui está algo que é mais que um simples detalhe. Nosso Deus é plural: um
só Deus em três pessoas. É o que chamamos de Santíssima Trindade: o Pai,
o Filho e o Espírito Santo. Esse Deus foi se manifestando aos poucos ao seu
povo amado. Deus Pai se manifestou principalmente nos tempos do Antigo
Testamento, reunindo o povo, a partir de Abraão; libertando o povo da es-
cravidão; ensinando o povo a crer em um só Deus. Depois, o Filho de Deus
veio ao mundo, fez-se gente como nós e deu-se a conhecer. Os Evangelhos
nos contam um pouco de sua vida. Tendo cumprido sua missão, Jesus envia
o Espírito Santo para acompanhar seu povo. Com o envio do Espírito Santo,
Deus se entregou por inteiro a nós. Agora, onde está Deus? Jesus quer que a
gente guarde isso: Deus está em nosso coração. Deus em sua totalidade, em
todo o seu mistério, habita em nós.
- Sabemos que Deus é poderoso e misericordioso. Sabemos que não há nada
nem ninguém acima de Deus. Nós o amamos acima de todas as coisas. Sa-
bemos que ele é santo e glorioso. E todo esse mistério habita em nós.
- Crer no Espírito Santo é crer nessa presença espiritual de Deus em nós. O
Espírito não é apenas uma força, ou uma luz, ou um sopro qualquer. Ele é o
próprio Deus habitando em nosso coração. E, se Deus habita em nós, não há
nenhuma outra força maior que essa para guiar nossa vida. Aquele que é
mais forte que tudo e que todos está sempre conosco, fez sua morada em
nosso coração. Quem crê no Espírito Santo não crê apenas que Deus existe.
Mais que isso, crê que ele existe e habita em nós.
- Essa fé tem consequências bem práticas, como veremos a seguir.
3. ATIVIDADE
Sugestão
- Explicar: Há no meio do povo uma série de crendices e superstições que
mostram falta de fé na presença de Deus em nós, falta de fé no Espírito Santo e
falta de conhecimento da vida e da religião. Dividir a turma em grupos e
repartir um texto para cada. Pedir que leiam e vejam qual é a crendice que aí se
percebe e quais os riscos que a gente corre ao acreditar mais em superstições do
que em Deus.
- Depois, cada grupo conta o caso e comenta. O catequista aprofunda o tema.
151
Menino doente
Uma senhora bem simples, certa vez, procurou o padre, com uma criança ao
colo, e lhe pediu: “Padre, benze o meu menino, porque ele pegou um encosto!”
O padre indagou: “Um encosto? Mas o que é isso? Alguém encostou-se
nele?”
A senhora explicou: “É, padre. Uma coisa ruim encostou nele. Olhe como ele
está”.
De fato, o menino estava prostrado no colo da mãe. Pálido, estava com a pele
quase cinza. Sua testa ardia em febre. Sua respiração estava rápida e ofegante.
Parecia muito mal.
O padre perguntou: “A senhora já levou esse menino a um médico, para
examinar?”
A senhora respondeu: “Não. Eu já levei em três benzedores. Mas não
melhorou. O senhor é o quarto que eu procuro. Passe nele uma reza bem forte que
ele melhora”.
O padre então combinou com a senhora: “Vamos fazer uma rápida oração e
correr com o seu menino para o hospital, porque ele parece muito mal”.
E assim fez. Rezou rapidamente e chamou um táxi. A mulher ficou assustada.
Ao chegar ao hospital, veio logo uma equipe de emergência. Corre daqui e dali e
veio logo o diagnóstico: o menino estava com pneumonia dupla. E foi uma correria
para salvar o menino, porque seus pulmões já estavam muito tomados pela doença.
Enquanto a mãe procurava benzedores, as bactérias se multiplicavam nos pulmões
da criança. Por sorte, ele escapou.
Vida amarrada
A pobre senhora, muito simples e triste, procurou o padre, pedindo ajuda.
Conversando, o padre percebeu, pelos sintomas, que a senhora devia estar doente,
provavelmente com algum tipo de depressão – doença muito comum que precisa de
tratamento médico.
Mas a senhora dizia: “Seu padre, minha vida está amarrada. Nada dá certo.
Nem dormir estou conseguindo. Fico triste e chorando pela casa afora o dia inteiro.
Ouço vozes me atormentando. Estou sem forças para viver. Com certeza, alguém
está amarrando minha vida”.
O padre orientou a senhora a procurar logo ajuda médica. Mas ela ouviu pelo
rádio um programa que dizia: “Você que está triste, cansado da vida; você que está
com depressão; você que está desempregado; você que está com dificuldades nos
negócios ou na vida amorosa, venha que nós vamos fazer uma oração forte e você
ficará curado, em nome de Jesus!”
A senhora achou aquilo interessante e, em vez de ir ao médico, foi procurar
153
oração forte. Andou por várias igrejas, cada uma oferecendo algum tipo de reza
forte. Muitas cobravam um bom dinheiro para fazer as orações fortes.
No fim das contas, a senhora se viu sem dinheiro e ainda doente. E voltou ao
padre. Havia gastado muito e estava mais doente que antes. O padre rezou por ela,
mas repetiu o conselho dizendo que procurasse ajuda médica. Sem ter outra saída,
ela foi consultar-se. E com um simples remedinho, bem barato, ela ficou boa em
questão de dias.
Conclusão
Quem crê no Espírito Santo não fica pensando que existam outros espíritos
ou outras forças ocultas que possam nos prejudicar. Nenhum outro espírito vai en-
costar-se em nós ou invadir a nossa vida, causando-nos algum mal; nenhum olhar,
por mais ameaçador que pareça, pode atrapalhar nossos negócios; nenhuma energia
oculta, nada tem mais força que o próprio Deus que habita em nós. Então, quando
damos atenção a estas coisas, é porque não entendemos ainda a grandeza e o valor
da presença de Deus em nós. A fé no Espírito Santo nos ajuda a superar todas essas
crendices e superstições.
155
7º Encontro
TRAZEMOS UM TESOURO EM VASO DE BARRO
156
Partilha
• O que significa esse tesouro de que Paulo fala?
• O que significa o vaso de barro?
• O que Paulo quer dizer com essa frase: “Trazemos um tesouro em vaso de
barro?”
• Por que Paulo afirma que nós somos afligidos, postos em apuros, persegui-
dos, mas sempre vencemos tudo? Que força age em nós?
Aprofundamento
- Antes desse texto, no versículo 6, Paulo falou da glória divina e da luz que
brilham em nosso coração. Paulo está encantado com o mistério de Deus,
que se fez presente na vida dele, e fez dele um apóstolo do Senhor, um dis-
cípulo de Cristo. Ele sabe que nem merece tanta honra, nem tem força para
levar adiante sozinho essa missão.
- E é por isso que ele diz que traz um imenso tesouro em vaso de barro. O te-
souro é a grandeza da presença de Deus. O vaso de barro representa o seu
coração, frágil e cheio de limitações, a sua vida cheia de fraquezas.
- Essa expressão de Paulo nos ajuda a entender a presença de Deus em nós.
Deus é o tesouro. Nós somos os vasos de barro. A qualidade do vaso não
muda o valor do tesouro. Se o tesouro fosse, suponhamos, um anel de ouro,
poderíamos guardá-lo numa gaveta, ou em um cofre de ouro, ou no bolso, e
ele teria sempre o mesmo valor. Claro que no cofre estaria mais bem guar-
dado. Mas o valor seria o mesmo. Da mesma forma, Deus quis ficar presen-
te em nossa vida, habitando em nosso coração, mesmo conhecendo nossa
fragilidade, mesmo sabendo que somos como vasos de barro.
- O mistério de Deus permanece o mesmo. E nós nos sentimos mais respon-
sáveis por cuidar desse mistério, sabendo que somos fracos. A fraqueza
humana faz que passemos por muitas provações, como diz Paulo. Mas em
todas elas podemos nos considerar vencedores, porque o próprio Deus habi-
ta em nós e nos dá força.
- E, sabendo que esse tesouro habita em nós, não presisamos temer nada.
Ainda que sejamos afligidos, não seremos vencidos. Ainda que sejamos
postos em apuros, não perderemos a esperança. Ainda que sejamos perse-
guidos, não seremos desamparados. Essa é a certeza que a fé nos traz. Por
isso, é tão importante crer no Espírito Santo.
- Quem nele não crê, quando passa por alguma provação, sente-se inseguro e
acha que está com alguma energia negativa ou algum encosto. Quem não
157
crê na presença de Deus, acha que está ameaçado por energias negativas e
coisas assim, que está com a vida amarrada ou amaldiçoada por forças ocul-
tas. Para quem tem fé, isso não existe. Deus – que é maior que tudo e mais
forte que todos –, estando conosco, não permite que nenhuma outra força
oculta nos ameace. Por isso, a fé no Espírito Santo é o melhor remédio para
a gente superar inseguranças, crendices e superstições.
3. ATIVIDADE
Sugestão 1
- Convidar a turma para decifrar algumas frases bíblicas num criptograma.
Elas mostram como Deus está sempre conosco e a confiança que nele de-
vemos ter.
- Dividir a turma em 5 grupos. Cada grupo vai decifrar uma frase.
- Terminando a tarefa, o grupo retorna para um plenário. Cada um diz a frase
que encontrou, em que lugar da Bíblia ela se encontra, e o que ela significa.
a b c d e f g h i j l m n o p q r s t u v z
1 2 3 4 5 6 7 8 9 # $ % & * ( ) + § = ] [ {
Sl 22,1: * §5&8*+ 5 * %5] (1§=*+, &141 %5 61$=1.
a b c d e f g h i j l m n o p q r s t u v z
1 2 3 4 5 6 7 8 9 # $ % & * ( ) + § = ] [ {
Sl 22,4: §5 5] =9[5+ )]5 1&41+ (*+ [1$5 5§3]+*, &ã* =5%5+59 &5&8]% %1$,
(*9§ 3*%97* 5§=1§.
a b c d e f g h i j l m n o p q r s t u v z
1 2 3 4 5 6 7 8 9 # $ % & * ( ) + § = ] [ {
Rm 8,26: * 5§(9+9=* [5% 5% §*3*++* 45 &*§§1 6+1)]5{1.
a b c d e f g h i j l m n o p q r s t u v z
1 2 3 4 5 6 7 8 9 # $ % & * ( ) + § = ] [ {
Rm 8,31: §5 45]§ 5 (*+ &ó§, )]5% §5+1 3*&=+1 &*§?
a b c d e f g h i j l m n o p q r s t u v z
1 2 3 4 5 6 7 8 9 # $ % & * ( ) + § = ] [ {
Rm 8,37: 5% =]4* 9§§*, §*%*§ %19§ )]5 [5&354*+5§, 7+1ç1§ 1)]5$5 )]5 &*§
1%*].
Sugestão 2
− Convidar a turma para refletir sobre um texto que vai ajudar a compreender a
A Pobre Peregrina
Há muitos e muitos anos, numa terra distante daqui, viveu uma pobre pere-
grina. A pobre mulher, como se a pobreza não lhe bastasse, ainda tinha uma perna
torta. Naqueles tempos difíceis de crise, a pobre peregrina percorria a região, com o
seu passo manco, andando de casa em casa, trazendo às costas o seu costumeiro
sacolão de bugigangas e cantando sua canção:
"A pobre peregrina, que tem a perna torta, batendo de porta em porta, pedin-
do caridade".
E assim era ela conhecida pela canção que nunca parava de gritar pelas estra-
das e ruas.
E ela nunca parava de andar à cata de suas esmolas. Uma esmola que se ga-
nha é sempre uma pequena porção de ilusão para enganar o pobre. Um pedacinho
microscópico de pão mofado, alguns centavos de dinheiro, uma peça de roupa en-
velhecida, restos e sobras – tudo isso ela ia guardando no seu sacolão, enquanto
cantava sua canção.
Um dia, porém, a vida reservou para a pobre peregrina uma dessas surpresas
que dificilmente a vida sabe dar. Esmolando a esmo, encontrou ela um desses fa-
zendeiros solteirões com mais de sessenta, podre de rico, sem herdeiros e, vejam
só, à beira da morte. O bom senhor compadeceu-se da pobre peregrina e, tocado no
íntimo por um profundo senso de caridade, resolveu doar à peregrina os seus per-
tences, reservando a si somente o que pudesse levar para o túmulo.
A pobre peregrina pasmou-se de júbilo e nesse dia cantou mais alto ainda sua
159
canção, pulando de alegria ao pensar que teria tudo o que sempre sonhara: fazendas
aqui e ali, gado, dinheiro à beça, empregados. Pegou o documento de doação das
mãos trêmulas do velhote, meteu-o no sacolão onde deviam ir todas as esmolas e se
mandou. Foi correndo contar a novidade para os seus colegas pedintes.
Qual não foi, porém, sua decepção diante da triste reação dos colegas: "Que é
isso, peregrina? Como é fácil enganar você! Então, você pensa que esse papel vale
alguma coisa? Você acha que alguém no mundo lhe daria tanta coisa de graça? Que
bobice! Você não ganhou foi nada. Além de ser feia e de ter a perna torta, você é
triste de boba. E ainda pensa que ficou rica..." E caíram na risada.
A pobre mulher duvidou de si mesma. Olhou bem para os colegas, olhou bem
para si e pensou: "É mesmo! Como pude ser tão boba assim? Onde já se viu alguém
dar de esmola fazendas, carros, bois, dinheiro? Sou boba mesmo. Preciso cair na
real e arranjar comida para o almoço, que papel não enche a barriga".
Desiludida, a pobre peregrina olhou tristonha para o documento em suas
mãos, meteu-o de novo no fundo do sacolão e pôs-se a cantar novamente sua triste
canção pelas ruas da cidade, certa de que havia se enganado. Tudo fora um sonho.
E, assim, a vida foi em frente.
Muitos anos depois, já velha e cansada, a peregrina veio a passar por momen-
tos de grande crise. As esmolas já não davam para sustentá-la. Foi num desses
momentos que ela parou à beira da estrada, abriu o sacolão e começou a tirar de lá
um montão de coisas, para ver se achava algo para comer. Lata velha, chinelo arre-
bentado, papéis amassados, lenço rasgado, tanta coisa inútil e, no fundo do sacolão,
encontrou ela aquele velho papel de doação, amassado e amarelado pelo tempo.
Uma leve esperança iluminou, então, sua mente. "Quem sabe, pensou cautelosa, se
esse papel não vale pelo menos alguma coisinha, mesmo que não valer tanto as-
sim... só para matar um pouco essa fome..."
Meio receosa, a peregrina ajuntou a trouxa e foi parar no cartório da cidade. E
quase não acreditou quando lhe disseram que, de fato, o documento era verdadeiro.
Sim, tudo aquilo era seu. Ela era a dona legítima de toda aquela fortuna.
Correu então para tomar posse de tudo. Comprou roupas novas, lenço novo,
dentadura nova, renovou-se por completo, por dentro e por fora. Vida nova, muito
dinheiro, muita fama, tudo do bom e do melhor.
Só que, ironia do destino, já estando velha, a pobre peregrina logo veio a fa-
lecer e pouco gozou de sua riqueza.
Questões:
• Por que a pobre peregrina não soube aproveitar em vida a riqueza que tinha es-
160
condida em sua sacola? Por que ela não valorizou o presente que havia recebi-
do?
• Que conseqüências isso provocou em sua vida?
• Na opinião do grupo, que semelhanças há entre o papel da perigrina e o tesouro
citado por Paulo?
• Onde foi que a peregrina errou?
• Que lições a gente poderia tirar dessa história?
− Fazer um plenário onde cada grupo exponha suas conclusões sobre o texto.
Conclusão
Já conhecemos o amor de Deus nosso Pai, que nos criou para a vida plena. Já
refletimos também sobre seu Filho Jesus Cristo, que veio ao mundo para nos reve-
lar o caminho da Salvação. Agora, no fim desses encontros, estamos conhecendo o
Espírito Santo, que nos foi enviado por Deus Pai e por Jesus, para nos sustentar em
nossa vida, enquanto caminhamos na estrada de Jesus. Não bastava Deus ter nos
criado para a felicidade: era preciso que nos mostrasse, de forma mais clara, o ca-
minho para ser feliz. Jesus veio mostrar esse caminho. No entanto, não bastava
mostrar o caminho, se não tivéssemos força para caminhar. O Espírito Santo veio
nos dar essa força. Temos, então, as três pessoas divinas: o Pai, O Filho e o Espírito
Santo, fazendo de tudo pela nossa salvação. Esse é o tesouro que trazemos em va-
sos de barro. Mas, tomando consciência de seu valor, saberemos tomar posse da
vida nova que ele nos proporciona. Deus se desdobra por causa de nós. Bom seria
se nos desdobrássemos para corresponder a esse amor de Deus. O primeiro passo é
nos conscientizar do imenso valor da presença de Deus em nós.
162
8º Encontro
CELEBRAÇÃO
PREPARAÇÃO
- Preparar uma faixa, com os dizeres: "VINDE, ESPÍRITO SANTO".
- Levar bacia com água e ramo para aspersão.
- Levar velas para a súplica da luz. Confira atentamente a letra “C” do no 3.
- Preparar um altar apropriado.
- Escolher leitor e treinar com ele.
- Organizar a confraternização.
1. RITOS INICIAIS
163
C − Acolher a turma, cumprimentando a todos.
− Motivar a celebração, dizendo: Hoje, estamos reunidos, como os discípu-
los no dia de Pentecostes, para pedir a Deus que nos envie o Espírito
Santo. Já conhecemos o Espírito Santo e sabemos de sua importância em
nossa vida. Deus prometeu que daria o Espírito Santo a todos. Por isso,
com muita confiança, vamos suplicar a Deus que cumpra em nós sua
promessa. Iniciemos nossa celebração, cantando. Sugerimos a música 2.
D − Como os discípulos estavam reunidos no dia de Pentecostes, nós estamos
D - Deus nos reuniu nessa celebração, porque quer dar o Espírito Santo a
todos nós. A promessa de Deus é para todos. Mas é necessário que a
gente sinta a importância do Espírito em nossa vida, para desejá-lo de
todo o nosso coração. Por isso, em nome de Deus, eu lhes pergunto:
• Vocês desejam receber o Espírito Santo de Deus?
• Recebendo o Espírito, vocês prometem se esforçar para testemunhar o
nome de Jesus?
• Vocês desejam a vida nova que o Espírito Santo quer lhes dar?
• Vocês estão convencidos da importância do Espírito Santo em suas
vidas?
- Então, vamos receber uma faixa que expressa esse nosso desejo de
receber o Espírito Santo. Enquanto isso, vamos cantar animados.
(Sugerimos a música 9.)
(Enquanto se canta, alguém entra com a faixa
"VINDE, ESPÍRITO SANTO" e a fixa em lugar bem visível)
- Convidar a turma para estender as mãos na direção da faixa e rezar:
Senhor, nosso Deus, seja fiel à sua promessa e envie-nos o Espírito
Santo, tão necessário em nossa vida. Nós precisamos, Senhor, de sua
força para vivermos a nossa fé. Sem o seu Espírito Santo, sempre falta
alguma coisa em nossa vida. Por isso, lhe pedimos que o seu Espírito
Santo venha habitar em nós, para fazer de nós um povo forte e santo.
Amém!
164
2. RITO DA PALAVRA
C - Convidar a turma para se sentar e acolher a Palavra de Deus.
- Introduzir a primeira leitura, dizendo: Certa vez, o Apóstolo Paulo foi
à cidade de Éfeso e lá encontrou alguns discípulos que nunca tinham
ouvido falar do Espírito Santo. Vamos ver o que aconteceu.
L - Leitura do Livro dos Atos dos Apóstolos. (At 19,1-7)
Sugerimos ler o texto na Bíblia.
165
D - Se for oportuno, promover a partilha dos textos, vendo que mensagem
cada um gostaria de ressaltar.
- Comentar os pontos abaixo, concluindo:
• Os discípulos, em Éfeso, ainda não conheciam o Espírito Santo. Já
haviam se convertido, recebendo o batismo de conversão realizado por
João Batista. Mas isso não era suficiente. Precisavam ainda receber,
em nome de Jesus, a força do Espírito Santo, que faria daqueles ho-
mens verdadeiras testemunhas de Jesus. Isso nos mostra que não basta
nos convertermos, deixando de fazer o mal. Jesus espera de nós muito
mais. E, quando nos envia seu Espírito, é para fazer de nós discípulos
fortes, corajosos e animados, dispostos a seguir Jesus e a construir o
seu Reino.
• O Espírito Santo é o dom mais importante que Deus tem para nos dar.
Como um pai que supre as necessidades de seus filhos, Deus, em sua
bondade, sabe que nossa maior necessidade é o Espírito Santo, que
nos fortalece e ilumina. Por isso, no Evangelho, Jesus nos ensina a pe-
dir a Deus a força de seu Espírito. Pedir o Espírito Santo significa que-
rer de Deus aquela força especial que nos sustentará em nossa missão
de seguidores de Jesus. Isso é mais importante que qualquer outra coi-
sa que a gente desejaria pedir.
166
3. RITO DA INVOCAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO
Invocação
C − Convidar a turma para invocar o Espírito Santo.
− Motivar: Jesus disse que devemos pedir o Espírito Santo. É importante
pedir, para que fique claro que nós o queremos. Ninguém pede aquilo
que não quer. Portanto, quem quiser receber o Espírito Santo precisa pe-
di-lo a Deus com fé e insistência. Vamos, pois, rezar uns pelos outros,
para que todos tenham o Espírito.
− Explicar como será feita a oração: as pessoas formarão duplas. De cada
dupla, um vai se ajoelhar e o outro vai impor as mãos sobre sua cabeça e
rezar invocando o Espírito Santo, como Paulo fez em Éfeso.
− Depois, fazer o revezamento: quem estava de pé se ajoelha e quem esta-
167
- T: Envia teu Espírito, Senhor, e renova a face da terra.
- D: Vamos pedir o Espírito Santo também para todas as pessoas que estão
sofrendo, por algum motivo. Talvez você tenha parentes, amigos, vizinhos
passando por dificuldades, aflições. Essas pessoas precisam mais do que nunca
da força do Espírito Santo. Peça a Deus que ilumine e fortaleça a todos os que
sofrem, enviando-lhes o Espírito Santo.
- T: Envia teu Espírito, Senhor, e renova a face da terra.
- D: Vamos rezar também por aqueles que estão com o coração vazio, sem Deus,
afastados da Igreja e da fé. Lembremo-nos dos que se cansaram de seguir Jesus
e abandonaram a caminhada. Faltou-lhes força e disposição. Precisam desse
dom de Deus. Pense em tantas pessoas que já se cansaram e desistiram de
acreditar e peça para elas o Espírito Santo.
- T: Envia teu Espírito, Senhor, e renova a face da terra.
- D: Rezemos, ainda, pela Igreja. Ela precisa muito do Espírito Santo. Pense em
sua comunidade, em nossa paróquia. Peça o Espírito Santo para o nosso Papa, o
nosso Bispo, os nossos padres, os religiosos e consagrados. Peça a luz do
Espírito também para os leigos que se dedicam aos trabalhos da Igreja. A Igreja
precisa dessa força para prosseguir na caminhada.
- T: Envia teu Espírito, Senhor, e renova a face da terra.
Acrescentar outras preces, conforme desejar.
Aspersão
C - Terminadas as preces, convidar a turma a se ajoelhar e explicar: Agora
que já invocamos o Espírito Santo para nós e para todos aqueles que o
desejarem, seremos aspergidos com a água, que simboliza a vida nova
que o Espírito Santo quer nos dar. O Espírito de Deus nos purifica tal
como a água que lava e limpa toda a sujeira. Com o Espírito Santo em
nossa vida, seremos novas criaturas.
168
D - Estando todos ajoelhados, o dirigente, erguendo os braços, faz uma
oração sobre a água, dizendo: Ó Deus de amor, que nos prometestes,
desde o começo dos tempos, a força do Espírito Santo, para nos
capacitar a seguir os passos de Jesus, fazei que esta água, com a qual
seremos aspergidos, possa representar a vida nova que o vosso Espírito
nos dá. E que cada um, recebendo com amor o Espírito Santo, possa se
sentir renovado, purificado, animado e fortalecido pelo vosso dom
celeste. Isso vos pedimos por Cristo nosso Senhor, que vive e reina
convosco e caminha conosco, na unidade do Espírito Santo. Amém!
Terminada a oração, o dirigente asperge a turma. Enquanto isso, todos
cantam. Sugerimos a música 16 ou 18.
4. RITOS FINAIS
- D: Oremos: Senhor nosso Deus, conservai o dom do Espírito em nossa vida, para
que assim fortalecidos possamos perseverar na fé e alcançar a salvação
prometida. Por Cristo, nosso Senhor.
− T: Amém!
Bêncão final
- D: O Senhor esteja conosco!
- T: Ele está no meio de nós!
- D: Que o Deus misericordioso, que nos dá o Espírito Santo, permaneça
sempre conosco, nos acompanhe e nos guarde.
- T: Amém!
169
- D: Que Jesus, nosso Salvador, nos inspire os passos e nos mostre o caminho
que devemos seguir.
- T: Amém!
- D: Que o Espírito Santo prometido fortaleça a todos nós e nos ajude a
superar as fraquezas, a crescer na fortaleza e na sabedoria.
- T: Amém!
- D: Abençoe-nos o Deus todo poderoso, o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
- T: Amém!
- Cantar. Sugerimos a música 15.
Fazer a confraternização, conforme tiver sido combinado.
170
Quarta Etapa
Os dons do Espírito Santo
Para ser fiéis à tradição, ao falar do Espírito Santo, não poderíamos deixar de
falar dos setes dons. Criou-se o costume de falar na catequese de sete qualidades
especiais que o Espírito Santo nos proporciona. Essa tradição se baseia em Is 11,1-
9, especialmente no versículo 2. Neste texto, Isaías anuncia que um galho novo vai
brotar do tronco da família de Jessé. Ele fala evidentemente de uma pessoa, de um
grande líder que deveria surgir nessa família de descendência davídica. Sobre esse
líder pousaria o espírito do Senhor, espírito de sabedoria e compreensão, espírito de
prudência e valentia, espírito de conhecimento e temor do Senhor. Observe o cate-
quista que as Bíblias traduzem como o “espírito” e não o “Espírito”. Trata-se, pois,
do sopro de vida, do respiro que faz viver, e não ainda do Espírito Santo, que no
Antigo Testamento não aparece como pessoa divina, é claro. Essa nomeação é bem
posterior, nos primeiros séculos da Era Cristã.
Mais tarde, este texto serviu de base para a compreensão do ministério de
Cristo, entendido como o grande líder cheio dessas qualidades messiânicas. E, mais
tardiamente ainda, surgiu a interpretação que vê nessas qualidades dons que o Espí-
rito Santo concede a cada cristão. Então, todos os discípulos de Cristo, cheios do
Espírito Santo, devem ter esses dons.
O texto de Isaías cita nominalmente apenas seis dons, mas deixa espaço para
se falar de outros. A Tradição da Igreja acrescentou o dom da piedade, para compor
um grupo de sete dons, aproveitando o simbolismo do número sete, que representa
a totalidade, a perfeição.
A palavra dom tem, porém, muitos sentidos. É usada para falar de nossas ca-
pacidades humanas: dom para música, dom para arte etc. Mesmo na Bíblia, vamos
encontrar essa idéia. Paulo fala, por exemplo: “Temos dons diferentes, conforme a
graça que nos foi conferida”. Um tem o dom da profecia, outro tem o dom de ensi-
nar, etc. Cada um exerça os dons que possui (cf. Rm 12,6-8). Nesse caso, ele está
falando das capacidades de cada um. Da mesma forma, ele diz: “Há diversidade de
dons, mas um só Espírito” (cf. 1Cor 12,4-11). A idéia fundamental é que Deus dá a
cada um, por meio do Espírito Santo, capacidades e talentos para exercer determi-
nadas funções ou ministérios para o bem de toda a comunidade.
Quando falamos, porém, dos sete dons do Espírito Santo, o enfoque é outro.
Aqui falamos de sete qualidades que todo cristão deve cultivar para ser um bom
discípulo. E não são qualidades que Deus nos dá, sem mais. São dons que o discí-
pulo cultiva, com esforço e dedicação. Isso precisa ficar claro: o discípulo de Cristo
1
precisa cultivar esse conjunto de qualidades espirituais: sabedoria, inteligência,
conselho, fortaleza, conhecimento, piedade e temor de Deus. Em cada encontro
dessa etapa, vamos falar de um desses dons. Lembramos que não há um consenso
sobre o sentido de cada dom, surgindo diversas interpretações. Procuramos nos ater
ao sentido mais próximo possível dos termos originais.
Sugerimos que a cada encontro, para ajudar na fixação do tema, o catequista
faça uma faixa com o sentido daquele dom. O cartaz deve ser assim:
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1º Encontro
O DOM DA SABEDORIA
3
Texto: Is 55,6-11
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
• Que mensagem desse texto você gostaria de destacar?
• Por que é importante o malvado abandonar o seu caminho e voltar para o
Senhor?
• Existe diferença entre o caminho do malvado ou do perverso e o caminho de
Deus?
• Como é a comparação que o texto faz entre a chuva e a Palavra de Deus?
Aprofundamento
- Expor o cartaz com o título: DONS DO ESPÍRITO SANTO. Explicar que a
cada encontro vamos colar uma faixa com o significado de um dom até
completar os sete dons.
- Primeiro dom: a sabedoria. Sabedoria é a arte de saber viver bem. Quem é
sábio escolhe viver em comunhão com Deus, viver mergulhado no seu amor
sem fim. Afastar-se de Deus e de seus caminhos seria insensatez. Afastar-se de
quem nos ama é tolice. É falta de sabedoria. Por isso, o texto que ouvimos
insiste que é preciso procurar o Senhor, viver em seus caminhos, seguir sua
Palavra, experimentar o seu amor. O malvado ou perverso é aquele que
afastou-se dos caminhos de Deus. Não quer saber do amor que ele dia e noite
lhe oferece. A estes, o texto faz um convite: que se voltem para o Senhor.
Voltar-se para o Senhor é sabedoria. Pois é nos caminhos de Deus que vamos
encontrar a verdadeira vida.
- O sábio é aquele que se ajusta às coisas de Deus: ajusta-se à sua Palavra, aos
seus ensinamentos, ao caminho que ele nos propõe. Deixa-se amar por Deus.
Por isso, na linguagem bíblica, ser sábio e ser justo é a mesma coisa. O sábio
vive na justiça, porque decidiu ajustar-se a Deus. Conhece o seu amor e nele
vive, pois é um discípulo de Jesus.
- Sabedoria, então, é o dom de ajustar-se a Deus, de deixar-se amar por ele, de
caminhar nas estradas do Senhor, de seguir a Palavra de Deus, porque ela é
palavra de sabedoria. Esse dom a gente precisa sempre cultivar.
- Quem não cultiva a sabedoria torna-se insensato, afasta-se dos caminhos do
Senhor e se entrega ao que é malvado e perverso, conforme nos disse Isaías. O
discípulo de Jesus não pode ser assim. Ele abre o coração para acolher todo
amor que Deus lhe oferece e coloca sua vida nas mãos de Deus.
- Colar a faixa: Sabedoria: a arte de viver em comunhão com Deus
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3. ATIVIDADE
Sugestão
- Contar a história seguinte. Usar a criatividade. Que tal fazer um álbum seriado
com ilustrações?
O CABOCLO E O MISSIONÁRIO
Certa vez, um missionário, em visita a uma cidade, pregava ao povo. E
explicava que era preciso cada um entregar a Deus sua vida, para viver totalmente
unido a Deus. E dizia que a pessoa sábia e inteligente entregava tudo a Deus, para
que Deus estivesse sempre presente em sua vida, o tempo todo. O missionário,
então, lançou um desafio: Quem quisesse mesmo ter o dom da sabedoria deveria
entregar toda a sua vida a Deus. Só assim Deus estaria com essa pessoa o tempo
todo.
No final da pregação, um caboclo, matuto lá da roça, muito interessado no
assunto, foi à sacristia e disse ao missionário que aceitava o desafio e queria
entregar a Deus toda a sua vida, para pertencer totalmente a Deus e viver unido a
ele o tempo todo. O missionário elogiou a sabedoria daquele caboclo e o convidou
para fazer uma oração, entregando a vida a Deus.
Os dois se ajoelharam diante do altar e, ajudado pelo missionário, o caboclo
rezou uma oração entregando a Deus toda a sua vida e prometendo viver para
sempre unido a Deus. Terminada a oração, o missionário explicou ao caboclo que
Deus estaria sempre com ele, cuidando de tudo.
O caboclo, então, se despediu, dizendo: "Boa noite, seu reverendo. Preciso ir
logo embora, porque minha mulher, a esta hora, já deve estar preocupada". O
missionário lhe disse: "Ah! O Senhor tem mulher?” “Tenho, sim, senhor,” – disse o
caboclo. “Então, é preciso entregar a mulher para Deus", retrucou o missionário O
caboclo se assustou: "Mas a mulher é minha e eu preciso dela”. O missionário
explicou: "Se você quer entregar sua vida a Deus, precisa oferecer a ele tudo o que
você possui, inclusive sua mulher. Senão, não vale". E não houve jeito. Os dois
voltaram ao altar, ajoelharam-se e o caboclo rezou, entregando a Deus sua mulher.
Já ia saindo de novo o caboclo, quando disse: "Agora, vou-me embora, seu
missionário, pois os meninos já devem estar quase dormindo". "Meninos?" –
perguntou o missionário – "Você tem meninos?" O caboclo se assustou e disse:
"Tenho, sim. São quatro meninos muito bons. São a coisa mais preciosa que eu
tenho". O missionário completou: "Pois, então, é preciso entregar a Deus os seus
filhos. Deus vai querer os seus meninos também". O caboclo ficou preocupado,
5
pois estava entregando a Deus, além da sua mulher, os seus meninos. Mas não
houve jeito. Os dois voltaram ao altar, ajoelharam-se e o caboclo entregou a Deus
seus quatro filhos.
E assim foi acontecendo. O caboclo, a cada vez, se lembrava de que possuía
algo mais: casa, campo, cavalos, galinhas, negócios, muita coisa, enfim. E tudo isso
precisava ser entregue a Deus. Até a roupa do corpo ele entregou a Deus naquele
dia. Não reservou nada para si.
No final, o caboclo se apavorou e perguntou: "E agora, seu missionário, que
vou fazer? Tudo o que eu tinha, entreguei para Deus: mulher, filhos, casa, roça,
meus animais, meus objetos, minha roupa. Agora não tenho mais nada. Que vou
fazer?"
O missionário, então, explicou: "Calma! Você entregou tudo a Deus. Mas
Deus vai te emprestar tudo isso. Agora, tudo o que você possui não é seu. É de
Deus. Mas Deus te empresta sua mulher, seus filhos, seus animais, sua casa, sua
roupa, tudo. Mas é só emprestado. Por isso, você deve tratar a mulher, os filhos e
todas as coisas, lembrando sempre que são de Deus. A mulher não é sua, os filhos
não são seus, a casa não é sua. Tudo é emprestado e precisa ser cuidado com muito
amor, porque Deus vai ficar olhando se você cuidará de tudo com carinho".
O caboclo, então, compreendeu logo o que significava entregar a vida a Deus.
E voltou para a casa disposto a cuidar de suas coisas, sabendo que tudo pertencia a
Deus. Ele apenas cuidava daquilo que Deus lhe havia emprestado para a sua
felicidade. Essa era a verdadeira sabedoria.
Conclusão
O que o caboclo fez foi ajustar-se a Deus, para viver na mais íntima união
com ele. A partir daquele dia, não só ele pertenceria totalmente a Deus, mas tudo o
que fazia parte de sua vida também seria totalmente de Deus. E Deus seria o seu
Senhor: sua alegria, seu tudo, aquele que lhe emprestaria tudo o que fosse
necessário para viver. Isso é sabedoria: o dom de ser e viver justamente de acordo
com Deus, exatamente e totalmente unido a Deus em tudo.
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4. ORAÇÃO FINAL E ENCERRAMENTO
- Cantar música à escolha. Que tal a 7?
- Fazer preces, pedindo a Deus o dom da sabedoria. A resposta poderá ser: "Dai-
nos, Senhor, a verdadeira sabedoria."
• Fazei, Senhor, que vivamos sempre em vossa presença, em todos os momentos.
• Que a gente nunca se afaste dos vossos caminhos, nem se esqueça do vosso amor.
• Que a luz do vosso Espírito nos socorra e nos ilumine sempre.
• Que a nossa verdadeira alegria seja viver em união com o Senhor.
(Outras preces espontâneas)
- Encerrar, rezando o Pai-Nosso, de mãos dadas.
- Motivar a turma para o próximo encontro.
- Encerrar de forma animada.
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2º Encontro
O DOM DA INTELIGÊNCIA
Texto: Gl 5,13-26
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
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• Paulo faz uma comparação entre as obras da carne e as obras do Espírito.
Quando fala da carne, Paulo quer se referir às coisas ligadas à fraqueza
humana. Quando fala do Espírito, Paulo quer se referir às coisas inspiradas
por Deus. Em resumo, obras da carne são coisas más e obras do Espírito são
coisas boas. Entendendo isso, vamos lembrar algumas obras da carne
citadas por Paulo e algumas obras do Espírito?
• Como podemos entender o versículo que diz: “Não façais da liberdade um
pretexto para servirdes à carne?”
Aprofundamento
- Expor o cartaz com os dons.
- Segundo dom: inteligência. O inteligente é aquele que distingue o bem do
mal. Não é ingênuo nem malicioso. É esperto e entende o sentido de cada
coisa. Sabe que nem tudo convém a um discípulo de Jesus. Percebe o que o
aproxima do amor de Deus e o que o separa dele.
- O texto bíblico que ouvimos fala de carne e espírito: duas palavras
importantes nesse texto. Viver segundo a carne é deixar-se levar pelas
fraquezas humanas. Viver segundo o Espírito é deixar-se guiar pelos
ensinamentos divinos. Nossas fraquezas nos levam a fazer o mal, como já
sabemos. Mas o Espírito Santo nos incentiva a fazer o bem.
- O que nos ajuda a distinguir essas coisas é o dom da inteligência ou do
entendimento. Esse dom consiste na arte de discernir os caminhos da vida,
vendo além das aparências. Quem é inteligente distingue entre o bem e o
mal. Sabe que nem tudo é a mesma coisa. Há caminhos que levam à vida e
há os que levam à morte.
- É desse tipo de inteligência que estamos falando, ao refletir sobre os dons
do Espírito Santo. Quem se deixa guiar pelo Espírito cultiva essa
capacidade de entender a diferença entre as obras da carne e as obras do
Espírito, como nos disse o apóstolo Paulo.
- Colar a faixa: Inteligência: a arte de distinguir o bem e o mal.
3. ATIVIDADE
Sugestão
- Brincar de caça-palavras. Dividir a turma em duplas. Dar a cada dupla um
caça-palavras. Pedir que encontrem os frutos da carne e os frutos do
Espírito.
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- Quando encontrarem, pode-se fazer um debate, colocando os frutos em um
cartaz, comentando cada um. Pode-se pensar em outros frutos da carne e do
Espírito, além desses citados por Paulo.
Conclusão
O entendimento ou a inteligência nos ajudam a discernir entre o que produz o
bem e o que produz o mal. Esse dom é chamado também de discernimento. Para o
discípulo de Jesus, é fundamental saber discernir, ou seja, saber separar o bom do
prejudicial. Quem não cultiva esse dom mistura as coisas e se complica, não
percebendo o quanto certas coisas prejudicam a vida.
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Conhecendo a Deus, fica mais fácil distinguir o bem do mal, ou seja, cultivar o
dom da inteligência.
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3º Encontro
O DOM DO CONSELHO
Texto: Fl 4,4-9
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
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• Segundo o texto, qual deve ser a nossa fonte maior de alegria?
• Com o que devemos nos ocupar, para termos essa alegria?
Aprofundamento
- Expor o painel dos encontros anteriores com os dons do Espírito Santo.
- O dom do conselho é a arte de deliberar, de tomar decisões, de fazer planos.
Quem tem esse dom certamente é inteligente. Sabe quais caminhos levam a
Deus e toma a decisão certa de seguir esses caminhos, nos quais
encontramos a segurança que Deus nos dá.
- Quem possui o dom do conselho não vacila na hora de escolher entre o bem
e o mal. Não tem dúvidas de que o bem será sempre a escolha mais acertada
para a sua vida. Esse dom nos ajuda a escolher sempre o que mais nos
aproxima do Senhor nosso Deus, para vivermos sempre em comuhão com
ele.
- Por isso, o texto que ouvimos nos convida a nos alegrar no Senhor. Quem
tem o dom do conselho sabe que a verdadeira alegria só se encontra no
Senhor. Fora dele, não há alegria duradoura. Alegrar-se no Senhor é sentir-
se contente e realizado por poder seguir o caminho seguro que Jesus nos
aponta.
- Em momentos de dúvida, de insegurança, quando temos que tomar alguma
decisão importante, uma coisa é certa: para o discípulo de Jesus, todas as
decisões devem levar aos caminhos do Senhor, em quem encontramos nossa
alegria.
- Paulo completa convidando-nos a entregar ao Senhor, em todas as ocasiões,
nossos pedidos, em orações e súplicas, sempre com um sentimento de
gratidão. É o Senhor que nos orienta em todos os momentos de nossa vida e
nos aponta o caminho. Em todas as ocasiões, nosso caminho é Jesus. Quem
cultiva o dom do conselho não pode se esquecer disso.
- Quando assim agimos, a paz de Deus sempre estará conosco. Isso nos dá
tranquilidade e segurança para tomarmos decisões na vida. Se sempre
decidimos de acordo com os ensinamentos do Senhor, sua paz estará
sempre em nosso coração. Por isso, o dom do conselho nos ajuda a manter a
paz e a serenidade mesmo nas horas mais difíceis, pois confiamos no
caminho que seguimos e no Deus em quem depositamos nossa esperança.
- Enfim, quem cultiva o dom do conselho ocupa-se com tudo o que é nobre,
verdadeiro, digno, justo, puro, amável. Ao planejar a nossa vida, essas
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coisas devem merecer sempre toda a prioridade. Não vamos nos ocupar com
o que é mau ou indigno ou injusto.
- Usamos a palavra conselho com o sentido de orientação que alguém dá a
outro. Quando estamos em apuros, procuramos uma pessoa de nossa
confiança que nos dê um conselho, ou seja, que nos ajude a tomar a decisão
mais sensata, de acordo com o que ensina o Senhor nosso Deus. Quem
cultiva o dom do conselho sabe orientar-se e ainda sabe ajudar os outros a
se orientarem também, buscando sempre o que é nobre, digno e justo;
buscando sempre alegrar-se no Senhor, pois fora dele não há alegria
verdadeira.
- Colar a faixa: Conselho: a arte de saber escolher o bem.
3. ATIVIDADE
Sugestão 1
- Repartir com a turma os labirintos, conforme o modelo.
- Explicar como se faz a atividade, encontrando o caminho, mas sempre evitando
o que não convém ao cristão.
- No final, partilhar sobre o que convêm ou não ao cristão, deixando que a turma
se expresse. Aproveitar para frisar a mensagem do encontro.
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Sugestão 2
- Comentar: O encontro de hoje nos sugere que é preciso ter inteligência e
prudência para tomar decisões sensatas: é o dom do conselho. Quando estamos
diante de uma dessas encruzilhadas da vida, precisamos saber que rumo tomar,
escolhendo sempre o caminho seguro e verdadeiro, escolhendo as coisas nobres e
boas. O conselho nos ajuda a tomar decisões prudentes, vencendo a insegurança e
aquela dúvida cruel de nunca saber o que fazer. A pessoa que vive no Espírito
conhece naturalmente o que é de Deus e vê logo o que não é, sem precisar entrar
em pânico.
- Questionar: Mas será que as pessoas costumam superar suas dúvidas com
facilidade? O que as pessoas costumam fazer na hora de tomar decisões
importantes?
- Dividir a turma em grupos e repartir a história em quadrinhos: "SONSINHO".
Pedir que interpretem a história e tirem suas conclusões.
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- Perguntas para o trabalho em grupo:
• Sonsinho não sabe tomar decisões. O que falta a ele, para que aprenda a decidir
com segurança?
• Você já passou por situações semelhantes em que precisava tomar alguma decisão
e se sentia perdido?
• Qual é o risco que a pessoa corre se der ouvidos a tantas propostas vazias, na hora
de decidir?
• Vamos comentar cada uma das propostas feitas a Sonsinho e ver o perigo de cada
uma e qual delas é a verdadeira e correta?
Conclusão
- Quando a pessoa está cheia de Deus, vivendo na mais profunda sintonia com ele,
ajustada com ele, guiada pelo Espírito de Deusa, então, essa pessoa terá o dom, a
qualidade do conselho. O conselho é o dom de saber decidir, de saber escolher, de
saber se orientar, decidindo o rumo da vida, com segurança e inteligência, sem se
escorar em discursos e modismos vazios e exteriores. Quem está cheio do Espírito
Santo já interiorizou o que é de Deus e já sabe discernir o que não é. Por isso, não
precisa vacilar. A gente reza para se fortalecer e lê a Bíblia para aprofundar o
conhecimento da Palavra e dos ensinamentos de Deus. Mas, na hora de tomar
decisões, a melhor resposta é aquela que está dentro do nosso coração, lá onde o
Espírito ilumina e age. A pessoa que tem o conselho sabe olhar para dentro de si e
escolher o melhor caminho, com naturalidade. Se essa pessoa vive em Deus, só po-
derá tomar decisões inspiradas por Deus. Mas é sempre a pessoa, em sua liberdade,
que vai decidir. O Espírito inspira. Mas não decide por nós.
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• Quando a vida nos trouxer chateações.
• Quando as pessoas parecerem nos ofender.
• Quando os acontecimentos nos deixarem agitados.
• Quando estivermos para perder o controle das coisas.
• Quando estivermos desgastados e tristes.
(Outras preces espontâneas.)
- Motivar o próximo encontro.
- Encerrar, cantando à vontade.
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4º Encontro
O DOM DA FORTALEZA
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sobre o dom da fortaleza, que consiste em ser firme, enfrentando a vida sem
desanimar.
Texto: Fl l,27-30
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
• Paulo escreveu este texto para a comunidade dos filipenses. Vamos recordar
que coisas Paulo pede a eles?
• Como os filipenses devem viver?
• Como devem se comportar diante dos adversários?
• Além de crer em Cristo, que outra graça foi concedida aos filipenses?
Aprofundamento
- Expor o cartaz com os dons do Espírito Santo.
- O dom da fortaleza é a arte de ser firme nas decisões, de não vacilar nos
caminhos que a gente escolhe. Quem cultiva o dom do conselho sabe tomar
decisões sensatas. Mas, se faltar a fortaleza, a pessoa toma a decisão certa e
depois desanima. Por isso, o discípulo de Cristo precisa ser forte nesse
sentido. Precisa ter perseverança, capacidade de fazer o que Paulo pede aos
filipenses: que vivam de modo digno do evangelho de Cristo, lutando
juntos, com uma só alma, firmes no mesmo espírito.
- Paulo fala também dos adversários. Não vamos ficar imaginando que as
pessoas estão todas contra nós e são adversários que a gente tem que vencer.
Não é isso! Os adversários que precisam ser vencidos são os obstáculos de
nossa caminhada, que devem ser superados com coragem e determinação,
ou seja, com fortaleza.
- Pode ser que, nessa luta constante para ser fiel a Cristo, a gente passe por
algumas provações e tenha até que sofrer por alguma razão. Mas nem
mesmo o sofrimento deve nos levar a desisir do que sabemos que é bom e
justo. Grandes conquistas exigem muito sacrifício, muita luta e esforço. E
toda luta traz algum sofrimento. Mas é um sofrimento que nos leva a um
resultado vitorioso.
- É como o atleta que se esforça para superar os seus limites, aceitando até
certos sofrimentos, porque deseja alcançar uma vitória. Os sacrifícios que o
atleta faz o tornam mais forte para alcançar a vitória. Sacrifícios e
sofrimentos só fazem sentido se existe alguma vitória a alcançar. Se não
existe, é bobagem sofrer. Mas, se existe, é bobagem desanimar.
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- Paulo termina dizendo que continua engajado na luta e pede que os cristãos
também continuem firmes na luta. Que luta é essa? É a tarefa que Paulo
assumiu de levar adiante o evangelho de Cristo. É a missão de ser cristão. É
a responsabilidade de ser discípulo de Jesus. Dessa luta, nunca devemos
fugir. Por isso, precisamos cultivar a fortaleza.
- Nenhum de nós é um super-homem. Ninguém é todo-poderoso. Por isso
mesmo, é muito importante cultivar aquela firmeza que nos capacita a lutar
pelas coisas importantes da vida. Quem não luta também não vence, não
cresce.
- Está certo que lutar exige esforço. É preciso sacrificar-se, suportar desafios,
vencer limites, resistir ao desânimo e ao cansaço, sem entregar os pontos.
Isso nem sempre será agradável, à primeira vista. Mas trará resultados
satisfatórios.
- A fortaleza nos ajuda a compreender que devemos fazer na vida não apenas
as coisas de que gostamos, ou as coisas fáceis e agradáveis.
Freqüentemente, precisaremos fazer coisas que exigem esforço e sacrifício.
São as cruzes e tarefas de cada dia. Quem tem o dom da fortaleza faz as
coisas não por serem agradáveis e fáceis, mas pelo valor que elas têm. Essa
é a firmeza que nos ajuda a vencer na vida.
- Colar a faixa: Fortaleza: a arte de não desanimar.
3. ATIVIDADE
Sugestão
- Convidar a turma para refletir sobre um texto que mostra o valor e a importância
do dom da fortaleza.
- Dividir a turma em grupos e repartir o texto MARATONA NA FLORESTA.
- Pedir que leiam e tirem suas conclusões.
MARATONA NA FLORESTA
Ia haver um campeonato na floresta: a primeira grande maratona dos bichos
de toda a região. A bicharada logo se envolveu nos preparativos, treinando sem
parar. O vencedor ficaria famoso, além de receber milhões em prêmios.
O coelho contratou um treinador especial. O porco-espinho melhorou sua
dieta, a fim de perder umas gordurinhas. O gato-do-mato foi se tratar de uma
contusão. O esquilo entrou para a academia. Todos malhando, sem perder tempo,
de olho na vitória.
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O bicho-preguiça ficou sabendo de toda a movimentação. E foi se pendurar
num galho bem alto, enfunado e na maior preguiça. Ele nunca havia ganhado uma
competição. Os bichos o criticavam, porque ele não era muito de suar o pelo. Só
gostava de fazer coisas fáceis. Precisando de algum esforço, não era com ele. Não
era à toa que o chamavam de bicho-preguiça.
O guarda da floresta, preocupado com o sumiço do bicho-preguiça, foi
procurá-lo e, encontrando-o, ouviu suas queixas:
- É sempre assim. Eu nunca venço uma competição. Sempre chego em último
lugar. Todos riem de mim. Não consigo nada na vida. Sou o bicho mais azarado
dessa floresta.
E desfiando sua eterna ladainha de reclamações, prometia nunca mais
aparecer pra nimguém, tão frustrado estava.
Com bons modos, o guarda da floresta tentou ajudar:
- Quem sabe se você se esforçasse um pouco mais... e treinasse... e
melhorasse a forma física. Isso exigiria algum sacrifício, mas poderia trazer bons
resultados. Afinal, você é talentoso e capaz. Só precisa acreditar e batalhar.
Então, ficou combinado. No dia seguinte, chegaram à floresta novos
equipamentos e professores especializados para treinar o bicho-preguiça. Ele entrou
sério num regime para fortalecer as pernas, passou a levantar-se bem cedinho para
treinar e a dormir somente à noite – coisa que ele fazia o dia inteiro. Matriculou-se
na academia de ginástica e suou o pelo por meses seguidos. Todos estavam
surpresos com tanto esforço e já respeitavam o novo adversário.
No dia da corrida, não houve pra ninguém. O bicho-preguiça, já sem
preguiça, arrancou de uma só vez e deixou para trás a bicharada. Até o coelho, seu
mais temido adversário, teve de se contentar com um modesto segundo lugar. A
floresta inteira aplaudiu aquela vitória. E o bicho-preguiça voltou para sua toca, não
mais como um azarado, mas como um campeão. E dizia:
- Foi cansativo, mas valeu a pena!
Debater o texto:
• Que mensagem cada grupo gostaria de destacar.
• Que conclusão poderíamos tirar para a vida, a partir desse texto.
• Que vantagem o dom da fortaleza pode nos trazer.
Conclusão
Quem só se dispõe a fazer o que é fácil corre o risco de se sentir frustrado na
vida, pois a vida tem coisas excelentes que não são fáceis. E, para conquistá-las, é
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preciso esforçar-se. O esforço é cansativo, mas vale a pena. A pessoa que vive no
Espírito e cultiva uma espiritualidade profunda assume a vida por inteiro, no que
tem de agradável e de exigente. A gente festeja o lado divertido da vida e se
desdobra na hora de vencer os desafios. Tudo isso contribui para sermos
vencedores, um povo digno da fé que assumiu. Esse é o dom da fortaleza. Por esse
dom, somos capazes de enfrentar barreiras, transpor limites, suportar dificuldades e,
no fim, conquistar a vitória. Essa qualidade não pode faltar na vida do cristão.
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5º Encontro
O DOM DA CIÊNCIA
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Texto: Ef 3,14-21
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
• Diante de quem Paulo dobra os joelhos? Por quê?
• O que significa ser robustecido por meio do Espírito Santo?
• Segundo o texto, em que nós devemos estar sempre enraizados e firmados?
• Quem é que tem o poder de realizar em nós mais do que podemos pedir ou
pensar?
Aprofundamento
- Colar o cartaz com os dons do Espírito Santo.
- Esse texto bíblico nos ajuda a refletir sobre o dom da ciência ou do
conhecimento. A ciência é a arte de conhecer as coisas a fundo; é o dom de
ser profundo.
- Quem cultiva o dom da ciência ou do conhecimento desenvolve a
capacidade de perceber a vida em todo o seu sentido e em toda a sua
profundidade. Compreende o sentido das coisas. Nada lhe passa
despercebido. Nada é em vão. Cada fato, cada acontecimento tem um
significado, traz uma lição. A vida é uma escola e cada oportunidade é uma
prova. Na escola da vida, vamos aprendendo a enxergar as coisas com
profundidade.
- Quem cultiva o conhecimento experimenta o amor de Deus em todas as
situações, mesmo nas mais difíceis. Está convencido de que a vida tem
muita coisa estranha mesmo, mas, como discípulo de Jesus, não desiste de
entender os mistérios da vida e achar um sentido para tudo.
- O conhecimento nos ajuda a ser humildes, pois quem é profundo é humilde.
Sabe que, por mais que ele conheça as coisas, sempre haverá um desafio
novo a conhecer. Mas, certo da presença e do amor de Deus, quem cultiva o
dom do conhecimento aceita os desafios da vida, como uma oportunidade
de crescimento e realização.
- Quem não tem esse dom é superficial, age com superficialidade. Vê
somente as aparências das coisas e dos acontecimentos e não compreende o
sentido da vida. Por isso, a Palavra de Deus nos incentiva a olhar a vida
com profundidade. Vamos conferir o que ela nos diz.
• Dobro os joelhos diante do Pai, de quem recebe o nome toda
paternidade no céu e na terra. Paulo quer dizer que se curva
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humildemente diante de Deus, pois tudo vem dele. Saber que tudo
vem de Deus e que ele é Senhor de tudo é um modo profundo de
entender a vida.
• Que, por sua graça, segundo a riqueza de sua glória, sejais
robustecidos, por meio do seu Espírito, quanto ao homem interior.
Paulo está desejando que o Espírito Santo de Deus nos fortaleça
interiormente, nos dê forte vida interior. Ter a vida interior
robustecida nos ajuda a olhar com profundidade tudo o que nos cerca.
Ter vida interior é não ser uma pessoa vazia e superficial.
• Que estejais enraizados e bem firmados no amor. Estar firme no
amor é condição para olhar a vida com tranquilidade, sabendo que
tudo concorre para o nosso bem. Em tudo e em todas as situacões, o
amor vence o medo.
• Assim estareis capacitados a entender qual a largura, o
comprimento, a altura, a profundidade... Isso é o mesmo que
conhecer as coisas de modo mais completo, observando por todos os
ângulos. Olhar a vida por todos os lados e analisar em profundidade o
que nos cerca.
• Conhecereis também o amor de Cristo, que ultrapassa todo
conhecimento, e sereis repletos da plenitude de Deus. Quem cultiva o
dom da ciência conhece até aquilo que ultrapassa todo conhecimento
humano e fica repleto da plenitude de Deus. Há certas coisas que
nenhuma ciência humana pode desvendar, que só pela fé podemos
compreender.
• Àquele que tem o poder de realizar mais que tudo que possamos
pensar, a ele a glória para sempre. Quem cultiva o dom do
conhecimento sabe que Deus pode realizar mais do que nós podemos
imagimar. Por isso, a pessoa de fé se coloca com humildade diante de
Deus e lhe dá glória, porque ele nos revela a vida em profundidade.
Em todos os momentos e em todas as circunstâncias, a gente dá
glória a Deus porque vê em tudo sua presença amorosa.
- Colar a faixa: Ciência: a arte de conhecer mais além.
3. ATIVIDADE
Sugestão 1
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- Conversar com a turma sobre o que significa perceber as coisas com
profundidade e com superficialidade. Dar exemplos de superficialidade.
Sugerimos alguns. O catequista esteja atento às necessidades da turma.
- Exemplo 1: Quando a gente vê notícias de enchentes no mundo inteiro, a
gente fica se perguntando: Por que tanta chuva, meu Deus? Por que Deus
não manda só a chuva de que a gente precisa para irrigar a terra e manter as
fontes? E parece que as enchentes são culpa de Deus que, irado com nossas
faltas, manda lá do céu uma forte chuva para nos castigar. Mas não é isso!
Tem chovido muito, é fato! Mas parece que a quantidade de chuva de hoje
não é tão diferente do passado. A diferença é que antes os rios eram fundos
e cabiam muita água; as matas nativas protegiam as montanhas das chuvas e
elas não desmoronavam sobre as casas; os bueiros eram limpos e não
viviam entupidos por causa do lixo, dando vazão para a água. Então, as
enchentes eram mais raras. Agora os rios ficaram rasos por causa do
chamado assoreamento – acúmulo de areia no fundo dos rios – que é
provocado pelo desmatamenteo e pela atividade mineradora. As matas
nativas forma derrubadas e os morros desmoronam, os bueiros estão cheios
de sacolas plásticas e outras materiais que não deixam a água escoar. Não
tendo para onde ir, as águas invadem as ruas e casas. Ser superficial é culpar
Deus pelas desgraças. Ser profundo é buscar os motivos reais dos
acontecimentos.
- Exemplo 2: Quando falamos em preservar a natureza, em meio ambiente, a
gente logo vai pensando no lixo que se acumula, na necessidade urgente de
reciclar materiais, na coleta seletiva, etc. Mas dificicilmente se pensa no
consumismo, que é a fonte geradora de poluição do planeta. Quanto mais a
gente consome, mais as indústrias produzem, mais energia é gasta, mais
poluentes para o ar, para os rios, mais lixo, etc. Não adianta fazer coleta
seletiva do lixo, se a gente não decidir consumir menos. Antes de comprar é
preciso pensar nisso. Ser profundo é saber que é preciso ir mais além na
origem dos problemas.
- Exemplo 3: Quando vemos crianças e adultos pedindo esmola nos
semáforos e pelo meio da rua, muitas vezes pensamos: “Por que os adultos
não trabalham e as crianças não estão na escola?” A resposta é imediata:
“Porque são preguiçosos e querem viver sem trabalhar”. A resposta parece
correta e é bem verdade que tem muita gente vagabundeando e vivendo da
mendicagem por aí. Mas o problema é bem maior. A maioria dessa gente
que está pedindo é gente que nunca teve boas oportunidades. Nunca teve
28
uma família bacana para educar e ensinar os valores, nunca teve proteção e
amparo da sociedade, nunca pode freqüentar boas escolas, foi exilada de
suas terras – como alguns índios e ribeirinhos – pela invasão de fazendeiros,
saiu da roça para tentar a vida na cidade e foi parar nas favelas e hoje não
tem qualificação para enfrentar o mercado de trabalho, etc. Quem tem o
dom da ciência não se conforma com uma explicação superficial. Sabe que
o problema tem raízes mais profundas e por isso procura ver mais além.
- Exemplo 4: Quando a gente tem um colega implicante e que só sabe
perturbar a turma, a gente vai logo concluindo que essa pessoa é chata e
deve ser excluída do grupo de amigos. Mas pode não ser bem assim. Nem
todo mundo tem a mesma facilidade para fazer amigos; nem todo mundo
tem uma família legal que incentiva os filhos a se comportarem bem e a
serem amigáveis; nem todo mundo foi criado com amor e carinho para
também distribuir amor e carinho para os outros. Quem tem o dom da
ciência procura compreender os outros, pois sabe que as questões
existenciais são mais profundas. Não é inteligente julgar pelas aparências.
- Exemplo 5: Quando um colega não vai bem na escola ou é uma pessoa com
uma necessidade especial, a gente costuma logo rotular; “Fulano é burro.
Não aprende!” Ou “É um idiota, um deficiente”. Mas não é bem assim. A
gente é lento para umas coisas e rápido para outras. Quem não tem
facilidade para matemática pode ser um gênio na computação; quem não lê
nem escreve de forma tão correta pode ser um ótimo músico ou um
excelente administrador; quem não tem facilidade para aprender línguas –
inglês, espanhol, etc – pode ser um excelente desenhista ou um ótimo
orador, capaz de vender até um pedaço do Céu. Cada um tem inteligência
para uma coisa. Ser profundo é saber enxergar mais além. É ver, para além
das limitações de cada um, as capacidades e dons que todos têm.
- Exemplo 6: Quando a gente está passando por dificuldades, vai logo
pensando: “Como a vida é ruim! Como Deus pode fazer isso comigo! Por
que a vida tem tanta coisa esquisita? Por que minha vida é tão sofrida?” E a
gente costuma concluir que a vida é só sofrimento e só vê o lado ruim das
coisas. Mas não é bem assim: a vida tem pelejas, mas tem alegrias. Todo
mal, quando enfrentado de frente, pode gerar benefícios incontáveis. O
esforço de estudar hoje pode gerar sucesso amanhã; uma perda de alguém
querido pode nos ensinar a amar e a aproveitar melhor nosso pouco tempo
com quem a gente ama, sem se perder em coisas passageiras; uma doença
enfrentada com cabeça erguida pode gerar fortaleza e coragem diante dos
29
desfios da vida, etc. É preciso olhar a vida com mais profundidade. Quem é
cheio do dom da ciência não se deixa enganar pela aparência dos fatos.
Sugestão 2
- Convidar a turma para compreender melhor, por meio de um texto, o que é
o dom do conhecimento ou da ciência. Dividir a turma em grupos e repartir
o texto seguinte.
- Pedir que leiam atentamente a história e respondam as questões propostas.
Depois, fazer um debate.
O MENDIGO E O DIAMANTE
Numa pequena cidade do interior havia um pobre mendigo. Fazia o que todo
mendigo faz: dormia nas calçadas, pedia pão e roupas velhas, que é o que todo
mundo dá. Ganhava essas coisas e as colocava dentro de sua sacola. Nos dias
30
bonitos de sol, ele se sentava na praça, estendia sua roupa no chão para secar.
Pegava o pão velho e amassava-o com uma pedra que ele trazia no saco. Feito o
trabalho, comia como se fosse uma farinha. Era um mendigo que não incomodava a
ninguém, até gostava de conversar e brincar com algumas crianças.
Assim levava a vida. Quando ele demorava para aparecer, o povo sentia falta.
Ele, porém, mais cedo ou mais tarde sempre chegava.
Porém, num dia muito frio, o mendigo não apareceu. Estava morto! Foi
achado no começo da rua principal. O povo correu para ver o homem morto. Do
lado dele estava a sacola e mais nada.
O povo, cheio de dó, ajeitou o enterro e o levou ao cemitério.
Um jovem curioso revirou a sacola e gostou da pedra que o mendigo usava
para amassar o pão velho. Levou-a para sua casa. Ao lavá-la, descobriu que era
uma pedra preciosa: Um diamante. Todo o dinheiro da cidade não dava para
comprá-la.
Questões:
• Qual é a grande lição desse texto?
• Por que o mendigo não descobriu, nunca enxergou o valor da pedra que
trazia consigo como algo inútil e desprezível?
• De acordo com esse texto, por que é importante saber enxergar as coisas
com profundidade?
• Qual a grande diferença entre o mendigo e o jovem curioso?
• Quais foram as consequências da atitude do jovem curioso e do mendigo
superficial?
• Há coisas para as quais a gente olha e logo faz careta. Mas se analisássemos
com mais cuidado, veríamos o lado bom dessas coisas. Você saberia dar um
exemplo disso? Já aconteceu com você?
Conclusão
O dom do conhecimento faz ver as coisas com profundidade. Isso gera
otimismo, porque a gente enxerga que tudo tem o lado bom, tudo tem um valor. É
como a pedra do mendigo que, ao ser atentamente analisada, mostra logo sua
preciosidade. Quando nos falta essa profundidade ao olhar as coisas, temos um
certo tipo de cegueira. Vemos tudo de um modo superficial. A superficialidade gera
o falso juízo das coisas e das pessoas. As coisas, quando são mal vistas, parecem
não ter explicação ou vemos apenas uma explicação que não é a verdadeira. Tudo
depende do modo de olhar, do ponto de vista. Até a vida é assim! A gente costuma
31
ser pessimista e pensar: “A vida é ruim, o mundo é mau, as pessoas não prestam,
nada tem sentido”. Não estaria a ruindade da vida mais no nosso modo de ver as
coisas do que propriamente na realidade dessas coisas? O Espírito Santo, agindo
em nós, ajuda-nos a descobrir o lado precioso e bom da vida. Quem tem esse dom,
quem cultiva essa qualidade fica sempre de bem com a vida. Sabe que Deus o ama
e exerga sempre a vida sob a ótica da fé
33
6º Encontro
O DOM DA PIEDADE
Texto: Ef 5,6-20
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
34
• Por que a gente não deve se deixar iludir com palavras fúteis, isto é, vazias?
• O que significa proceder como filhos da luz?
• O que são as obras estéreis das trevas? O que fazer diante delas?
• Quais os conselhos que Paulo dá, no fim do texto, para quem quer levar a
sério as coisas de Deus?
Aprofundamento
- Colar o cartaz com os dons do Espírito Santo.
- Esse texto nos ajuda a compreender o dom da piedade, que é a arte de
adorar a Deus como convém, dando a ele o culto que lhe é devido. Quem é
piedoso é reverente, ou seja, é respeitoso com as coisas de Deus. Leva Deus
a sério. Sabe que não é inteligente ignorar a sua presença nem o seu amor.
- Quem é piedoso acolhe o amor que Deus lhe dispensa e corresponde a esse
amor generoso. Por isso, leva a sério as coisas de Deus. Como bom
discípulo, não se descuida de sua espiritualidade, da vida de oração, da
leitura e da vivência da Palavra de Deus.
- Quem cultiva o dom da piedade gasta tempo com Deus. Sabe que o amor
exige tempo, dedicação, cuidado. Não ignora as coisas de Deus. Ao
contrário, dá prioridade a elas.
- Por isso, o texto nos diz:
• Não se deixe iludir por palavras vazias. Quem é piedoso não se ilude
com coisas vazias, pois tem a Palavra de Deus que nunca nos ilude. Iludir
é o mesmo que enganar. Deus nunca nos engana. Com sua palavra de
sabedoria sempre nos orienta e mostra o caminho da vida. Mas há tantas
palavras enganadoras sendo ditas por tanta gente! Quem é piedoso não
confia nelas, mas ouve a Palavra de Deus.
• Não seja cúmplice de quem anda dizendo coisas vazias. Ser cúmplice é
começar a dizer e a fazer coisas vazias também. O bom discípulo,
piedoso, não entra na turma de quem vive uma vida vazia. Ao contrário,
ele procede como filho da luz, ou seja, ele procura em suas ações deixar-
se guiar pela luz divina.
• O piedoso também, porque valoriza as coisas de Deus e leva tudo a sério,
fica sempre atento ao seu modo de proceder, pois sente prazer em
proceder de modo que agrade a Deus. O piedoso foge daquilo que causa
descontrole – o texto fala do vinho ou de outras bebidas que causam
35
embriaguês. Além disso, quem tem piedade reza com fé, entoando
salmos, hinos e cânticos espirituais, sempre rendendo graças ao Senhor.
- Colar a faixa: Piedade: a arte de adorar a Deus.
3. ATIVIDADE
Sugestão
• Convidar a turma para fixar melhor o tema, resolvendo uma palavra
cruzada. Entregar a cada criança um diagrama, tendo ao centro a palavra
PIEDADE. No mesmo papel, colocar as sete frases abaixo, baseadas no
texto bíblico. A palavra que completa o diagrama é a mesma que preenche a
lacuna da frase correspondente. Cada um deve, portanto, completar cada
frase com uma palavra que caiba no diagrama, preenchendo assim a palavra
cruzada.
38
Texto: 2Tm 1,6-14
Ajudar a turma a localizar o texto na Bíblia.
Partilha
• Que exortação, isto é, que conselho Paulo dá a Timóteo logo no começo do
texto?
• O que significa dizer que “Deus não nos deu um espírito de covardia, mas
de força, de amor e de moderação”?
• De que Timóteo não deve se envergonhar?
• Que força devia sustentar Timóteo, para que ele fosse capaz de sofrer pelo
evangelho, como Paulo estava sofrendo, estando até mesmo preso?
• Quem constituiu Paulo pregador, apóstolo e mestre? De quem é o plano
salvífico de que Paulo fala?
• Paulo está suportando muitos sofrimentos – está preso! – mas diz que não se
envergonha. De onde ele tira esta força toda?
• Qual é o precioso bem que Timóteo deve guardar?
Aprofundamento
- Colar a faixa com os dons do Espírito Santo.
- Timóteo tornou-se um discípulo de Jesus pela imposição das mãos de Paulo.
O gesto de impor as mãos significava que Paulo passava a Timóteo uma
missão muito importante. Essa missão é importante porque é dada por Deus.
Timóteo tem, portanto, um precioso bem que a ele foi confiado pelo próprio
Deus: a missão de ser um discípulo de Cristo e colaborar no plano salvífico
de Deus.
- Paulo quer chamar a atenção de Timóteo, lembrando o seu compromisso
com Deus. Deus o chamou, deu a ele uma missão. Ele não deve se
envergonhar, nem se acovardar. Deve, em tudo, esforçar-se para ser fiel a
Deus. Esse sentimento é o que chamamos de temor do Senhor.
- O temor de Deus é a arte de reconhecer que Deus é Deus e nós somos
criaturas; Deus é santo e nós somos cheios de limitações e fragilidades.
Apesar de tudo, Deus, em sua grandeza, tem um imenso amor por nós e nos
confia coisas maravilhosas. Por isso, nos sentimos honrados diante de Deus.
Apesar de nossa fragilidade, Deus nos valoriza muito. Isso é motivo de
honra, de glória, de muito respeito para com esse Deus tão bom.
39
- O temor de Deus nos livra da arrogância de pensar que a gente é muita
coisa. Tudo o que temos e somos vem da bondade de Deus, nosso Pai. O
discípulo não pode ser arrogante. Tudo o que ele realiza é por graça divina.
Por essa graça, Timóteo recebeu de Deus uma missão muito especial e
digna. Ele precisa, então, ser fiel e corresponder à confiança que Deus nele
depositou.
- O temor de Deus significa um sentimento de grande consideração, tão
grande que nos leva a não querer desagradar a Deus. Quem teme a Deus faz
de tudo para corresponder ao seu amor.
- Fique claro, porém, que temor aqui não significa ter medo de Deus. Quando
existe medo, não existe amor (cf. 1Jo 4, 18). Deus não quer que tenhamos
medo dele. O que ele espera de nós é uma atitude de grande consideração
por tudo o que ele representa para nós.
- Colar a faixa: Temor do Senhor: a arte de reconhecer que Deus é Deus.
- Mostrar o cartaz completo. Relembrar cada dom e seu significado.
3. ATIVIDADE
Sugestão
- Convidar a turma para decifrar algumas frases criptografadas sobre o temor
do Senhor. Dividir a turma em duplas ou grupos maiores. Dar a cada grupo
um criptograma, pedir que decifre a frase e reflita sobre o seu sentido.
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Frases:
1. Apossava-se de todos o temor e pelos apóstolos realizavam-se numerosos
prodígios e sinais. (At 2,43)
2. A Igreja se consolidava e andava no temor do Senhor e, com a ajuda do
Espírito Santo, crescia em número. (At 9, 31)
3. Compenetrados no temor do Senhor, procuramos convencer as pessoas,
sendo sempre transparentes para Deus. (2Cor 5,11)
4. Purifiquemo-nos de toda mancha do corpo e do espírito, completando a nossa
santificação, no temor de Deus. (2Cor 7,1)
5. Já que entramos na posse de um reino inabalável, sejamos gratos. E assim
sirvamos a Deus de modo a agradar-lhe, com piedade e temor. (Hb 12,28)
Conclusão
Esses dons – todos eles – são qualidades que precisamos cultivar. Todos nós
devemos ter todos eles e não só um ou outro. Eles não são apenas resultado da obra
de Deus em nós, não são propriamente presentes de Deus. São também resultado do
esforço que cada um precisa fazer para cultivar aquelas qualidades que devem
caracterizar a vida do cristão. Se queremos viver no Espírito, como discípulos de
Jesus, firmes em nossa missão, então nossa vida precisa mostrar que somos pessoas
de espiritualidade e fé e que essa fé produz em nós um jeito novo de viver. Os sete
dons são o jeito novo do cristão, as características daquele que crê e se torna
discípulo de Jesus.
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- Fazer preces espontâneas. Cada um poderá pedir a Deus aquela qualidade
que achar mais urgente em sua vida. A resposta poderá ser: "Senhor, atendei
a nossa prece."
- Repetir juntos: Venha renovar, Senhor, nossa vida, colocando em nosso
coração o ardente desejo e o firme propósito de cultivar esses dons sobre os
quais refletimos. Que eles brilhem em nossa vida e iluminem nossa
caminhada, para vivermos a vida nova que seu Espírito quer nos dar.
Amém!
- Cantar a música 13 ou16, renovando o propósito de seguir em frente, na
fidelidade a Deus.
- Motivar a turma para o próximo encontro, que será uma celebração, para
encerramento da etapa e do ano. Combinar os detalhes.
- Encerrar à vontade.
42
8º Encontro
CELEBRAÇÃO
PREPARAÇÃO
- Preparar o painel para o rito de súplica dos dons. Confira sugestão.
- Providenciar um cartão de natal para cada catequizando.
- Preparar a confraternização de encerramento do ano.
1. RITOS INICIAIS
- C: Cumprimentar e acolher a todos.
- Motivar a celebração: Hoje estamos encerrando mais um módulo da nossa
catequese. Durante este ano, refletimos sobre nossa vocação de discípulos de Jesus
e sobre a força do Espírito Santo que nos acompanha e nos sustenta. Iluminados
pelo Espírito de Deus, vamos caminhando com firmeza; nossa vida vai se
renovando e a fé vai produzindo seus frutos em nossos corações. Nessa celebração,
vamos pedir a Deus que continue nos fortalecendo pelo seu Espírito, para prosse-
guirmos com perseverança nos caminhos de Deus. Vamos ficar de pé e iniciar,
cantando. (Música à escolha.)
D - Estamos reunidos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
T -Amém!
D - Que o amor de Deus, nosso Pai, a paz de Jesus e a força do Espírito Santo
estejam com todos vocês.
T - Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.
43
D - Deus nos reuniu, mais uma vez, e hoje nos convida a abrir o coração para
acolher sua presença e sua paz. Vamos iniciar nossa celebração, invocando para o
nosso irmão essa presença de Deus. Que Deus, pela força de seu Espírito, venha
agir em cada coração.
(Colocar a mão direita no ombro do companheiro e repetir:)
- "Ó Deus de amor, ilumine com seu Espírito o coração deste irmão. Ajude-o a
cultivar uma espiritualidade profunda, pela prática dos dons que o Espírito nos traz.
Renove sua vida e o sustente na fé, para que seja perseverante e viva sempre na sua
paz. Amém!
2. RITO DA PALAVRA
- Convidar a turma para se sentar e escutar a Palavra.
- Comentar: Vamos ouvir uma leitura que fala sobre os dons de Deus que
acompanham aquele que crê.
L - Leitura do Livro de Isaías (Is 11,1-9)
Ler na Bíblia
C - Esta leitura nos fala que um broto novo vai surgir do tronco seco. Esta é uma
bonita imagem para nos falar da esperança. Em meio a tanta descrença, a tanta
violência, a tanta coisa ruim, ainda há esperança. Esperança de que podemos ser um
povo que leva Deus a sério e vive cheio do seu Espírito, esperança de que um
mundo novo e bom é possível, pela força da presença de Deus. Basta ter um
coração simples, aberto e receptivo à obra do Espírito de Deus em nós. Vamos
44
acolher, agora, o evangelho. Ele nos mostra como Jesus se alegra com as pessoas de
coração simples que compreenderam e aceitaram a vida nova proposta por Deus.
Vamos ficar de pé e aclamar o Evangelho, cantando. (Música à escolha)
4. RITOS FINAIS
D - Oremos: Deus nosso Pai, que cada um de nós se sinta fortalecido pelos dons do
Espírito em nossa vida; que nossa vida se renove por esses dons, para seguirmos
em frente, com firmeza e perseverança, nos passos de Jesus. Amém!
C - Avisos:
• Entregar o cartão de Natal.
• Desejar boas férias e feliz retorno à catequese no ano que vem.
• Motivar a perseverança.
D - Bênção final:
- O Senhor esteja com vocês!
- Ele está no meio de nós!
D - Que o Deus todo poderoso abençoe a todos nós, Ele que é Pai, Filho e Espírito
Santo.
T- Amém!
- Fazer a confraternização conforme combinado.
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Celebração de Entrega
Sugerimos fazer, no encerramento do ano catequético, uma grande celebração
envolvendo todas as turmas da catequese, com a participação da comunidade.
Nessa celebração, faz-se a entrega de um símbolo que represente a caminhada
da turma nesse ano.
Para os que estão concluindo com proveito o módulo 3, sugerimos que se en-
tregue um crucifixo. Pode ser um broche, um cordão, uma pequena imagem do cru-
cificado – como parecer melhor.
O crucifixo é o símbolo do discípulo de Cristo. E foi isso que estudamos du-
rante todo esse ano. Como Cristo foi fiel à sua missão até o fim, dando sua vida na
cruz, os catequizandos sejam incentivados a serem fiéis à sua missão de discípulos
do Senhor. Olhando o crucifixo, renovem a cada dia o compromisso com Jesus e
recordem que nessa caminhada são sempre guiados pelo Espírito Santo.
Não colocaremos aqui um roteiro para a celebração. Cada paróquia ou comu-
nidade prepare uma bonita celebração. Depois do Rito da Palavra, ou em outro
momento oportuno, cada turma é chamada à frente e recebe o seu símbolo: os que
estiverem concluindo o módulo 1 recebem a oração do Pai Nosso; os que estiverem
concluindo o módulo 2 recebem a Bíblia Sagrada; os que estiverem concluindo o
módulo 3 recebem um crucifixo. E boa sorte a todos!
48
Músicas
1. MAIS UMA VEZ
- Mais uma vez, / Estamos reunidos com muita alegria. / Hoje é um novo
encontro é um novo dia / Existe muita coisa para acontecer.
- E é tão bom! / A gente reza e canta, louva e agradece, / Deus vem ao nosso
encontro e tudo acontece / E todo o mundo fica muito mais feliz.
- Meu irmão, vamos lá! / Toma logo a minha mão. / Que a paz, a paz, esteja
no teu coração. (2x)
2. SEJA BEM-VINDO
- Seja bem-vindo em nome do Senhor. / Seja bem-vindo você que tem amor. /
Seja bem-vindo entre nós meu amigo, meu irmão. / Tenha sempre Jesus no
coração.
- Venha com Deus, em nome da paz. / Venha com fé, em nome do Senhor. /
Venha com força, com coragem, com alegria, meu irmão. / Tenha sempre
Jesus no coração.
Obs.: Repetir, substituindo “meu amigo” pelo nome de cada pessoa.
Trocar “meu irmão” por “minha irmã” conforme o caso.
4. VENCEREMOS
- Venceremos, pois Deus é por nós. / Fique firme, amigo, meu irmão. / Deus
que é bom te acompanhará, / Confortando o teu coração.
- Ele irá à tua frente, pra te guiar. / Estará atrás de ti, pra te proteger. / Andará
bem ao teu lado, pra te amparar. / Ficará bem junto a ti, pra te
fortalecer.(2x)
- Deus que é bom te iluminará...
49
- Deus que é bom te abençoará...
- Deus que é bom te fortalecerá, etc.
6. ENVIAI, Ó SENHOR
- Enviai, ó Senhor, / muitos operários / Para a vossa messe / Pois a messe é
grande, / E os operários / nem sempre são tantos.
- Confirmai, ó Senhor, / Vossos operários / Dai-lhes vossa força / Pra que eles
não se cansem. / Pois o caminho é longo. / O caminho é longo.
- E quem põe a mão no arado e olha para trás. Não está ainda pronto para o
reino de Deus. / As raposas têm suas tocas e os pássaros seus ninhos. Mas
quem segue a Jesus carrega uma cruz.
7. EU TENHO FÉ
- Eu tenho fé (2x) / Eu sinto a presença de Jesus. / Eu creio que ele está junto de
mim. / Eu tenho fé. (bis)
- O Senhor apareceu em minha vida / Como um sol que veio me iluminar /
Trouxe paz, trouxe amor, trouxe alegria / Veio pra ficar. / E hoje eu creio que
Jesus está comigo / Sua força não me deixa vacilar. / Ele é o sol que aquece toda
a minha vida. / Nele eu posso confiar.
8. SOMOS FRACOS
- Somos fracos, mas não estamos sós. / O Espírito de Deus habita em nosso
coração. Ele é o prometido de Deus Pai, / Ele é o enviado de Jesus. / Ele é a
nossa força, ele é a nossa luz, / E por isso não estamos sós.
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- R.: Oh! Vem, Espírito de Deus. (3x) / Consolador, libertador, / Oh! Vem,
guiar o povo teu.
15. UM TESOURO
- Um tesouro / Pode ser bem simples sem complicação. / Pode estar pertinho,
bem à sua mão. / Quem o encontrar começa ser feliz. / Um tesouro / Não está
nas nuvens, não está no ar. / Não é nas montanhas que é prá procurar. / É
preciso muita fé prá descobrir.
- R.: O seu tesouro, / Onde está o seu tesouro? / O que é o seu tesouro? / Será
que ele tem valor?}(2x)
- Um tesouro / Não é uma jóia que eu achei primeiro, / Nem uma quantia
enorme de dinheiro. / Nada disso faz a gente ser melhor. / Um tesouro / Não é
um montão de pedras preciosas, / Nem um prato cheio de coisas gostosas. /
Só quem tem amor é que vai encontrar.
- Um tesouro / Não é pra guardar, mas é pra repartir. / Não é pra somar, mas é
pra dividir. / Não é só pra mim, mas é pra todos nós. / Um tesouro / Quando a
gente encontra, a gente dá valor / Porque a gente acaba descobrindo o amor /
Que é o maior tesouro que se pode achar.
53