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Inovação estratégica: como esse

conceito transforma os negócios

Desafios novos exigem a criação de novos modelos de negócios. As

empresas que despertaram para tal compreensão são aquelas que

melhor têm se adaptado ao mundo VUCA (Volatility, Uncertainty,

Complexity e Ambiguity — ou, traduzindo para o português,

Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade). Um dos pontos

centrais para essa adaptação, certamente, diz respeito à inovação

estratégica.

“Inovação estratégica é aquela que tem o condão de transformar o

negócio, mudar a percepção do produto, dar nova qualidade aos

indicadores financeiros e criar novos modelos de negócios”, diz o

professor e consultor em Transformação Digital do Negócio e

Inovação Estratégica Empresarial Antonio de S. Limongi França.


Diretor geral da LF1 Inovação Tecnológica e Estratégias

Organizacionais, ele participará no dia 15 de outubro do webinar

Conversando sobre inovação estratégica e varejo, no qual o CEO do

Delivery Center, Saulo Brazil, comentará o case de sucesso da startup

que está criando o maior ecossistema de varejo da América Latina.

Abaixo, você confere os principais trechos do bate-papo que tivemos

com o Prof. Antonio sobre inovação estratégica e os desafios e as

oportunidades do atual contexto para as empresas varejistas.

Ah, e antes ou depois da leitura, aproveite e se inscreva no

webinar para se aprofundar no assunto!

Como você definiria o conceito de inovação estratégica no contexto

corporativo?

Inovação estratégica é aquela que tem o condão de transformar o

negócio, mudar a percepção do produto, dar nova qualidade aos

indicadores financeiros, criar novos modelos de negócios, permitir a

extensão da marca, tornar a fábrica bem mais produtiva, criar novas

cadeias produtivas, criar novos serviços a partir de produtos.

Ou seja, é a inovação que muda qualitativamente ou

quantitativamente algum fator relevante na organização, levando o

negócio a um patamar superior e oferecendo um valor único e

diferenciado ao cliente.

Como você avalia a aplicação prática da inovação estratégica nas

empresas do varejo no atual contexto?


O momento tem gerado muitas oportunidades, tanto no mundo físico,

a partir de uma gestão digital, quanto no próprio mundo digital, com

as novas relações entre pessoas e organizações a partir de suas

próprias casas.

Em consequência, surgem novas necessidades e oportunidades, como

as ferramentas físicas (novo mobiliário para o trabalho em casa) ou

digitais (Internet mais robusta, computadores, softwares de

comunicação, de proteção, de backup etc.) para a casa do trabalhador,

assim como novas ferramentas de suporte a essas novas

necessidades domésticas: comida pronta, supermercado e farmácia

online, por exemplo, criando novas oportunidades nos varejos físico e

digital — ainda que, por outro lado, diversos estabelecimentos físicos

tenham fechado as portas.

Note-se que ferramentais digitais de comunicação como o Zoom ou

seus concorrentes são hoje ferramentas para consumidores comuns,

criando um verdadeiro varejo digital de imenso potencial.

As casas agora também são escritórios, dando espaço a uma

convivência maior entre familiares e uma separação menor entre o

pessoal e o profissional.

Tudo isso tem mudado a própria característica dos negócios,

tornando-os digitais ou físicos-digitais.

Em outra perspectiva, o digital integrado, acompanhando a jornada do

produto, desde seu estágio inicial até sua finalização, conta agora com

novas e poderosas ferramentas que atravessam empresas, passando

pela cadeia produtiva e de distribuição via plataformas digitais, como


no caso dos usos do Blockchain, por vezes integrado às ferramentas

de IoT (Internet das Coisas), Inteligência Artificial, Big Data, Sistemas

de Gestão ERP, CRM, PLM etc.

Quais as principais semelhanças e diferenças entre os conceitos de

inovação estratégica e transformação digital?

A transformação digital é o uso das tecnologias 4.0, de modo

integrado, acompanhando horizontalmente a jornada do produto e

também acompanhando verticalmente cada processo no ecossistema

em que se encontra a organização. Tais tecnologias precisam estar

alinhadas com as estratégias inovadoras do negócio.

A grande maioria dos negócios atuais tem nas tecnologias 4.0 um

conjunto relevante de possibilidades para gerir seus produtos e

serviços ou mesmo para propiciar a criação de produtos ou processos

inovadores, inclusive permitindo a criação de novos mercados, como

o mercado de serviços a partir de antigas ofertas de produtos. É o

caso de uma empresa chinesa que começa a vender baterias elétricas

para carros como serviços, e não como parte do produto vendido.

Em que medida ambas as noções, ainda que estejam diretamente

vinculadas à tecnologia, não se restringem ao uso de recursos

tecnológicos?

Nosso desafio maior é compreender novos e inovadores modelos de

negócios no âmbito de ecossistemas específicos. As tecnologias são o

menor problema, pois são conhecidas e dominadas.

O desafio é montar um modelo inovador, sem paradigmas de

referência, contando com tecnologias bem comportadas, mas, que


não foram testadas em conjunto com situações de mercado com

difícil previsibilidade e controle.

O caminho é pensar grande e fazer pequeno, tendo a ousadia de

empreender e a humildade de mudar rotas rapidamente, quando for

o caso.

De que modo a inovação estratégica pode criar diferenciação e

vantagem competitiva para uma empresa?

Precisamos compreender que os mercados estão em constante

movimento, os contornos dos segmentos não são precisos e as

tecnologias novas surgem a toda hora.

A diferenciação será consequência de decisões maduras, tomadas

rapidamente, a partir da compreensão da vocação do negócio e da

criação de modelos inovadores relevantes, numa situação em que a

gestão empresarial harmonize o operacional com o novo, gerando a

renda do dia, mas também inovando, se permitindo errar e, ainda

mais, preparando a nova inovação, a que virá depois do depois, como

ocorreu com uma empresa determinada que, enquanto lançava no

mercado um produto inovador, já estudava outro que viria a suceder

aquele em fase de lançamento.

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