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A transformação digital e os avanços

tecnológicos como fator gerador de


globalização
A transformação digital e os avanços tecnológicos como fator gerador de globalização • 2/12

A transformação digital e os avanços tecnológicos


como fator gerador de globalização
Conteúdo organizado por Renato Cividini Matthiesen em 2023 do livro
Internacionalização de empresas: teorias e aplicações, publicado em 2013 por
Adriana Beatriz Madeira, José Augusto Giesbrecht Da Silveira, pela editora Saint Paul.

Objetivos de Aprendizagem
• Identificar e explicar os conceitos de negócios internacionais, globalização,
internacionalização de empresas, diferenças de culturas, investimentos e
comércio internacional.
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Introdução
“A internet [é como] cerveja: (...) a melhor parte fica embaixo.
Se não fossem as bolhas, a cerveja perderia o gás e ninguém iria
querer beber”. Jack Ma, fundador do Alibaba, citado em Clark (2019,
p. 149).

A Internet e a globalização foram criadas mutuamente nestes últimos 30 anos e


formaram a base para uma nova era de negócios. A estrutura da internet e a diminuição
das distâncias físicas via mundo virtual levou os novos negócios à possibilidade de
conceber grandes empresas através de ideias inovadoras.
A chamada revolução digital já não faz mais parte das previsões do futuro, e já foi
concretizada há mais de vinte anos. Esta mudança ou transformação nos modelos de
comunicação e de geração de negócios forjaram mudanças em toda a sociedade,
dentro e fora das organizações empresariais. Leonhard (2018) nos ensina que tudo
que puder ser digitalizado, o será. Pakes et al (2015) consideram que negócios
digitais se sustentam com as estruturas de tecnologia da informação para agregar
novos valores aos modelos de negócio neste novo século XXI. Os negócios digitais
possuem como estratégia o foco na experiência do cliente (User Experience – UX) e a
capacidade de suporte às suas principais operações. Caro leitor, considere que o termo
Modelo de negócio digital abarca as operações realizadas por empresas que fazem
uso de tecnologias e sistemas de informação dentro de um ambiente digital e aquelas
em processo ainda em transformação para fazer uso de tecnologias e plataformas
digitais, como a internet e seus sistemas distribuídos. Em linha com o pensamento de
Stefano e Zattar (2016, p. 18) “a tecnologia cria valor para os consumidores. Algumas
vezes estes valores vêm sob a forma de produtos e serviços melhorados, outras, por
meio de preços mais favoráveis ... e também de comunicação mais avançada”.
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Saiba Mais
As ondas de Tecnologia da Informação possuem diversos nomes e são
relatadas por alguns especialistas como gerações dos computadores,
revoluções industriais, transformação digital dentre outros nomes.
Independente da sua nomenclatura, Cruz (2019) nos lembra que
passamos pelas fases dos Mainframes, Grid Computing, Office Automation,
Groupware, Business Process Management, Cloud Computing, Business
Analytics Drive, Inteligência Artificial dentre outras. Essas são tecnologias
que direcionaram e reformataram modelos de negócio e também
modelos de socialização das pessoas. Veja o gráfico apresentado por
Cruz (2019) com algumas das ondas tecnológicas vivenciadas desde os
anos 1960 até os dias atuais.

Os cinco domínios da transformação digital

Os novos modelos de negócios baseados em tecnologias e sistemas de informação


formatam o nosso mundo há mais de 30 anos. Rogers (2021, p. 11) nos lembra que
“as regras de negócio mudaram”. Atualmente, todos os setores de atividade estão
sob forte impacto do uso de tecnologias digitais e novas inovações disruptivas, que
acontecem com maior frequência que em um passado remoto. O autor relata que
há cinco domínios da transformação digital, chamado por ele de cinco domínios
estratégicos em mutação na era digital: clientes, competição, dados, inovação e valor.
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Figura 4 – Os cinco domínios da transformação digital

Fonte: elaborado pelo autor

Explicando:
1. Clientes: representados pelas redes de clientes que se conectam e integram
dinamicamente por meios digitais e constroem a reputação das empresas através
de suas relações e redes sociais. Para utilizá-lo adequadamente, explore redes
de relacionamento com clientes.
2. Competição: atualmente o mundo é considerado como um lugar de fronteiras
setoriais fluídas, onde os maiores desafios podem ser concorrentes estranhos ao
setor, mas que oferecem valor aos nossos clientes. A competição é mais intensa
considerando a globalização é um momento histórico onde tudo é conhecido
através da internet, conforme sustentam Ismail, Malone e van Geest (2019). Para
utilizá-la corretamente, construa plataformas, não apenas produtos.
3. Dados: a informação oriunda do tratamento e gestão de dados reflete um valor
imenso para empresas e pessoas em uma era onde tudo está digitalizado. Assim
o que realmente tem importância para empresas digitais é a forma em que ela
gera, gerencia e oferece dados a seus clientes. Para obter sucesso com este
elemento, converte dados em ativos.
4. Inovação: processo pelo qual as novas ideias são desenvolvidas, testadas e
lançadas como produtos e serviços no mercado, fazendo uso de tecnologias
e pensamento disruptivo e empreendedor. Para fazer uso correto, inove por
experimentação.
5. Valor: relacionado ao que realmente o negócio agrega aos clientes, chamada
também de proposta de valor. Para realmente obter valor, adapte a sua proposta
de valor ao mercado e às necessidades dos clientes, mesmo que eles ainda não
saibam o que desejam.
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Avanços tecnológicos como fator gerador de globalização

Os mais importantes fatores geradores de globalização dos mercados a partir dos


anos 1980 provavelmente sejam mesmo os avanços tecnológicos em comunicação e
computação pessoal aliada a iminente disseminação das redes de computadores e da
Internet, relata Cavusgil (2010). Esses avanços facilitaram muito a administração das
operações internacionais e oportunizaram que as empresas transmitissem uma série
de dados, informações e comunicações vitais que ajudam a assegurar o funcionamento
normal de suas operações em níveis globais. Os avanços tecnológicos tornaram
também o custo das operações internacionais viáveis para todo tipo de negócio, o que
explica por que tantas pequenas e médias empresas se internacionalizam nos últimos
anos. Rogers (2021) nos ensina que os mercados atuais estão sob fortes influências
de uma nova ordem, onde a tecnologia e informação levam produtos e serviços de
uma forma rápida e com ciclos de vida curtos, para serem consumidos por todo o
planeta. Mais do que apenas um mercado global, o planeta se tornou um ambiente de
projeto e processos global, onde um produto depende de insumos produzidos em
diversos países do mundo, e a força de trabalho não se encontra mais geograficamente
próxima. Vejamos os fatores de influência no contexto de transformação digital para
internacionalização de mercados:
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1. Tecnologia da Informação.
2. Comunicações.
3. Manufatura.
4. Transporte.
Conforme sustenta Rogers (2021), para desenvolver a verdadeira agilidade
organizacional, sua empresa precisa focar em três iniciativas:
1. Alocar recursos: como será a decisão de fazer os investimentos? Será que é
possível desengajar-se de iniciativas e de negócios em potencial para o futuro?
Será que pode-se ter condições de deslocar recursos de negócios superados e
aplicar esses recursos em novos empreendimentos?
2. Mudar o que é medido: que resultados os setores estão medindo? Será que
eles só veem as práticas de negócios do passado ou será que também olham
para novas direções? O que você deveria estar medindo em diferentes fases da
transição para um novo modelo de negócios?
3. Alinhar incentivos: que tipos de comportamentos são reforçados, apoiados e
recompensados em sua organização? Pelo que os gestores são responsabilizados
e do que eles devem prestar contas? Como eles são designados para novas
posições? Será que os sistemas de remuneração e de promoção impulsionam
ou retardam as mudanças necessárias em sua estratégia?
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Saiba Mais
Morais (2020) reflete que a transformação digital como agente de
mudanças em negócios traz os dados como o novo elemento central
de negócios e do contexto social. Perceba, caro leitor, que enquanto
existem as empresas produzindo e vendendo seus produtos e serviços
através de sistemas e plataformas digitais de um lado, de outro lado,
há consumidores que realizam pesquisas e consomem estes produtos
e serviços dentro destas plataformas digitais. O ser humano e os
dispositivos de tecnologia não se separam mais. O gerenciamento da
transição dos negócios chamados de tradicionais para um novo
modelo de negócios que mistura a produção de bens e serviços e
sua comercialização convencional precisa ser bem realizado para um
novo modelo híbrido, onde os ambientes virtuais, softwares e redes
colaborativas e sociais também façam parte do negócio de forma geral.
Aqui podemos lembrar a visão de Leonhard (2019) que considera que o
ser humano e os dispositivos eletrônicos conectados em sistema digitais
pela Internet podem ser considerados como humanos aumentados.

Por fim, deixo uma mensagem de Rogers (2021, p. 302): “a transformação digital
não diz respeito, basicamente, a tecnologia, mas sim a estratégia. Embora
ela talvez exija que você atualize sua arquitetura de TI, o mais importante a
aprimorar é o seu pensamento estratégico. “
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Em Resumo

Nesta unidade, vimos que a Internet e a globalização foram criadas mutuamente


nestes últimos 30 anos e formaram a base para uma nova era de negócios. A estrutura
da internet e a diminuição das distâncias físicas via mundo virtual levou os novos
negócios à possibilidade de conceber grandes empresas através de ideias inovadoras.
A chamada revolução digital já não faz mais parte das previsões do futuro, e já foi
concretizada há mais de vinte anos. Esta mudança ou transformação nos modelos de
comunicação e de geração de negócios forjaram mudanças em toda a sociedade,
dentro e fora das organizações empresariais. Os avanços tecnológicos tornaram
também o custo das operações internacionais viáveis para todo tipo de negócio, o que
explica por que tantas pequenas e médias empresas se internacionalizam nos últimos
anos. Vimos também os fatores de influência no contexto de transformação digital
para a internacionalização de mercados: tecnologia da informação, comunicações,
manufatura e transportes e que para desenvolver a verdadeira agilidade organizacional
uma empresa precisa de três iniciativas: alocar recursos, mudar o que é medido e
alinhar incentivos.
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Na ponta da língua
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Referências Bibliográficas
Cavusgil, S. T. (2010). Negócios internacionais: estratégia, gestão e novas realidades.
São Paulo: Pearson Prentice Hall.
Clark, Duncan. (2019). Alibaba, a gigante do comércio eletrônico: o império
construído por Jack Ma, 1. ed. Rio de Janeiro: BestSeller.
Cruz, Tadeu. (2019). Sistemas de Informações Gerenciais & Operacionais:
tecnologias da informação e as organizações do século XXI. 5. ed. São Paulo: Atlas.
Leonhard, Gerd. Tecnologia versus humanidade. Lisboa/Portugal: Gradiva
Publicações, 2018.
Madeira, A. B.; Silveira, K. A. G. (2013). Internacionalização de empresas: teorias e
aplicações. São Paulo. BR: Saint Paul.
Morais, Felipe. (2020). Transformação digital. São Paulo: Saraiva Educação.
Pakes, K. et al. (2015). Negócios digitais: aprenda a usar o real poder da internet nos
seus negócios. São Paulo: Gente.
ROGERS, David L. (2021). Transformação digital: repensando o seu negócio para a
era digital, 1. Ed. São Paulo: Autêntica Business.
STEFANO, Nara; ZATTAR, Izabel Cristina. (2016). E-commerce: conceitos,
implementação e gestão. Curitiba: Editora InterSaberes.
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LIVRO DE REFERÊNCIA:

Internacionalização de Empresas: Teorias e


Aplicações
Adriana Beatriz Madeira, José Augusto Giesbrecht Da
Silveira
Saint Paul, 2013

Imagens: Shutterstock

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