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em: https://www.emerald.com/insight/1755-425X.htm
JSMA
15,2 Capacidades dinâmicas para
transformação digital
Daniel Ellstr€om, Johan Holtstr€om, Emma Berg e Cecilia Josefsson
Departamento de Gestão e Engenharia, Link€Universidade de operações, Link€operando,
272 Suécia
Recebido em 15 de abril de 2021
1. Introdução
A transformação corporativa é necessária para atender às mudanças no ambiente de negócios ao longo do
tempo (Bufanoe outros,1986;Weick e Quinn, 1999) e pode implicar mudanças radicais tanto na estratégia como
nas capacidades da empresa (Pearce e Robbins, 2008). O desenvolvimento das tecnologias digitais nas últimas
décadas tem sido uma força importante na remodelação dos modelos de negócios em vários setores (Bharadwaj
e outros,2013;Liue outros,2011), e inúmeras empresas expressam a necessidade de transformação digital. Hoje,
as oportunidades para a transformação digital são maiores do que nunca e há mais soluções digitais no mercado
do que nunca (McLaughlin, 2017;Parviainen e outros,2017).Warner e W€idade (2019)destacam a necessidade de
mais pesquisas sobre como as empresas se transformam digitalmente, uma vez que este é um campo com
apenas estudos empíricos e conceituais limitados.
© Daniel Elstr€om, Johan Holtstr€om, Emma Berg e Cecilia Josefsson. Publicado pela Emerald Publishing
Revista de Estratégia Limited. Este artigo foi publicado sob a licença Creative Commons Attribution (CC BY 4.0). Qualquer
e Gestão pessoa pode reproduzir, distribuir, traduzir e criar trabalhos derivados deste artigo (para fins comerciais
Vol. 15 Nº 2,
2022 pp. e não comerciais), sujeito à atribuição integral à publicação original e aos autores. Os termos completos
Publicação Esmeralda Limitada
1755-425X
desta licença podem ser vistos emhttp://creativecommons.org/licences/by/4.0/legalcode
DOI10.1108/JSMA-04-2021-0089
vantagem competitiva. Além disso, a transformação digital altera o modelo de negócio da empresa Rotinas para
através da mudança, por exemplo, dos processos de criação de valor, das tarefas organizacionais e da
digital
forma como o negócio é feito (Verhoefe outros,2021).
Muitas empresas não conseguem ver o potencial da transformação digital, e muitas daquelas que
transformação
vêem o potencial ainda lutam para fazer mudanças organizacionais suficientes nos hábitos e formas de
trabalhar para serem capazes de capturar o máximo de benefícios dos esforços digitais (Parviainene
outros, 2017). Uma razão comum pela qual os esforços de transformação digital falham é que os líderes
não criam o sentido de urgência certo para que os gestores direcionem o seu foco ou os deixem saber
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como agir (Fitzgeralde outros,2014). Além disso, existem riscos relativos à adoção mais ampla de
tecnologias digitais, tais como questões de segurança de dados, falta de interoperabilidade com sistemas
existentes e falta de controlo (Schwertner, 2017). Se estes riscos forem evitados e a tecnologia digital for
implementada de uma forma que apoie os objectivos estratégicos e operacionais globais da empresa,
então a transformação digital pode ter um impacto significativo e positivo no desempenho da empresa (
McLaughlin, 2017). Assim, é importante formular e implementar uma estratégia de transformação digital
(Liue outros,2011;Matte outros,2015;Warner e W€idade, 2019). A necessidade de as empresas alinharem
melhor a tecnologia digital com a sua estratégia global exige que as empresas repensem a forma como
veem e implementam a tecnologia de uma forma que crie capacidades para a empresa a um nível
holístico. A integração da tecnologia digital nos processos internos ou nas ofertas dos clientes não deve
ser um objetivo em si. A transformação digital é um meio de melhorar o modelo de negócios e criar
melhores experiências para o cliente (McLaughlin, 2017;Rogério, 2016).
Como a transformação digital visa atribuir mais valor a uma empresa (Verhoefe outros,2021) e criar
vantagem competitiva (Liue outros,2011), é um aspecto importante do desenvolvimento estratégico para
empresas estabelecidas (Warner e W€idade, 2019). A mudança estratégica do desenvolvimento
corporativo pode ser rotulada de forma diferente: convergente ou quebra de quadro (Bufanoe outros,
1986), evolutivo (Lovas e Ghoshal, 2000), planejado, regulamentado, conflitante ou competitivo (Van de
Ven e Sun, 2011) e episódica ou contínua (Weick e Quinn, 1999), com o significado abrangente de que a
mudança pode ser incremental ou radical. As tecnologias digitais acrescentam ainda outra dimensão à
mudança estratégica, implicando que a transformação digital das empresas se desvia dos caminhos de
mudança acima mencionados, uma vez que a taxa de mudança nas tecnologias digitais é rápida (Warner
e W€idade, 2019). Num contexto de estratégias de transformação digital, a perspectiva temporal, ou
velocidade, assume importância em vários aspectos: aumenta a velocidade de lançamento de produtos e
serviços, a tecnologia dá acesso a enormes quantidades de dados o que afecta a necessidade de tomadas
de decisão mais rápidas , a tecnologia aumentou as possibilidades de otimizar e coordenar cadeias de
abastecimento e, finalmente, a tecnologia também enfatizou a possibilidade de criar capacidades para
projetar, gerenciar e adaptar-se à estrutura da rede mais rapidamente (Bharadwaje outros,2013). Assim,
as tecnologias digitais têm um impacto no desenvolvimento estratégico das empresas, e há necessidade
de uma transformação digital das empresas para criar vantagens competitivas, o que requer processos
estratégicos pensados (Asparae outros,2013).
15,2 digital implica mudanças, por exemplo, nos processos de criação de valor e nas tarefas organizacionais,
com o objetivo de obter vantagem competitiva, pode argumentar-se que são necessárias capacidades
dinâmicas para implementar com sucesso estas mudanças. Embora a resolução ad hoc de problemas
possa ser suficiente em alguns casos, a capacidade dinâmica para se adaptar sistematicamente às
mudanças pode ser preferida quando as mudanças ambientais ameaçam o valor da capacidade de uma
empresa para competir no mercado atual.Inverno, 2003). Na literatura de gestão estratégica, a
274 adaptação às mudanças na tecnologia tem sido frequentemente estudada através de uma lente de
capacidades dinâmicas (Eisenhardt e Martin, 2000;Teece, 2007;Warner e W€idade, 2019). As capacidades
dinâmicas fornecem uma abordagem consistente para estudar a transformação digital, considerando o
poderoso impacto que as tecnologias digitais têm e terão continuamente no desempenho dos negócios (
Warner e W€idade, 2019).
Assim, para se envolverem com sucesso na transformação digital, as empresas precisam de um
conjunto de capacidades que facilitem mudanças nos seus modelos de negócio e na sua organização.
Teece (2007)sugere que detectar, apreender e reconfigurar capacidades em conjunto criam capacidade
dinâmica. Enquanto Teece (2007)usa microfundações para elaborar melhor o conteúdo das capacidades
de detecção, apreensão e reconfiguração;Hilliard e Goldstein (2019)usar rotinas para capturar e medir a
construção de capacidades dinâmicas. SeguindoHilliard e Goldstein (2019), este artigo vê as capacidades
dinâmicas como um conjunto de rotinas que são necessárias seguir no gerenciamento de mudanças
contínuas. No contexto deste artigo, a mudança contínua é representada pela transformação digital.
Portanto, o objetivo deste artigoé identificar rotinas de detecção, apreensão e reconfiguração de
capacidades dinâmicas que permitem a transformação digital.Vários estudos tentaram identificar
capacidades dinâmicas relevantes noutros contextos, mas apenas alguns visam especificamente a
digitalização ou a transformação digital.Karimi e Walter (2015)fornecem conclusões em um nível abstrato
e, portanto, é difícil para os líderes empresariais saberem o que precisa ser implementado na
organização para garantir uma transformação digital bem-sucedida.Uaue outros. (2018)focar em ações
específicas relacionadas a microfundações gerais.Warner e W€idade (2019)descrevem os
microfundamentos como relevantes para a transformação digital e estratégias digitais. Nós aderimos
Warner e W€Idade (2019)exigem mais pesquisas sobre como as empresas constroem capacidades
dinâmicas para a transformação digital e fornecem uma análise exploratória complementar das
capacidades dinâmicas neste cenário. EnquantoWarner e W€idade (2019)dissecar empresas maiores, este
artigo acrescenta a perspectiva de uma empresa de médio porte e sua transformação digital.
15,2 aperfeiçoar a sua base de ativos e a aproveitar os recursos existentes (Kindstr€ahe outros, 2013). Quando as
condições de mercado mudam mais rapidamente, é necessária uma reconfiguração mais substancial (Helfate
outros,2007). Devido à relativa novidade da digitalização, muitas empresas podem não ter todos os recursos
internos essenciais, por exemplo, conhecimentos digitais, para terem sucesso na transformação digital (Uaue
outros,2018). Portanto, desenvolver uma capacidade de reconfiguração é essencial para que essas empresas
possam acessar e construir novos recursos (Uaue outros,2018).
276
3. Materiais e métodos
Helfate outros. (2007)afirmam que são necessários estudos empíricos para compreender
verdadeiramente as capacidades dinâmicas e ser capaz de desenvolver um modelo que capte a dinâmica
específica do mercado. Devido à indefinição das capacidades dinâmicas (Pavlou e El Sawy, 2011), este
estudo conta com uma abordagem interpretativa de estudo de caso. Este é um método reconhecido para
construir teoria (Eisenhardt e Graebner, 2007) e segue a tradição de vários outros estudos que
especificam capacidades dinâmicas em vários ambientes (por exemplo,Fischere outros,2010;Kindstr€ah e
outros,2013;Mousavie outros,2019;Uaue outros,2018).
O segundo grupo focal emConsultor Firmafoi realizada após análise inicial da coleta de dados
anterior. Foram discutidos os resultados provisórios em termos de rotinas sugeridas necessárias
para a transformação digital. Este grupo focal incluiu quatro participantes.
15,2 serviços. Networking é uma capacidade importante neste esforço (Alford e Duan, 2018) que também é
destacado porConsultor Firma.Da mesma forma, pode-se presumir que é importante para a inovação
relacionada com a transformação digital procurar novas oportunidades e soluções fora da indústria onde
uma empresa opera.Consultor Firmadescreve como o diálogo com os clientes raramente leva a ideias
novas que possam resolver problemas para aquele cliente específico. Em vez disso, a inspiração muitas
vezes vem de outras iniciativas de digitalização em setores completamente diferentes, que podem ser
278 modificadas para se adequarem ao cliente em questão.Hargadon e Sutton (1997)rotular esta
intermediação tecnológica, para enfatizar a recombinação de ideias existentes em inovações inovadoras.
Este uso de analogias inventivas é um poderoso mecanismo cognitivo (Kalogerakise outros,2010). Ao
enfrentar problemas, as empresas se beneficiam por terem rotinas para adquirir, armazenar e recuperar
conhecimento tecnológico externo (Hargadon e Sutton, 1997). É, portanto, importante ter recursos
empreendedores dentro da empresa que permitam a criatividade, a visão, a intuição e o estado de alerta
para novas oportunidades (Mousavie outros,2019).Teece (2007)salienta que as empresas precisam de
procurar oportunidades não só no centro do seu ecossistema empresarial, mas também na periferia. No
entanto, as empresas têm capacidades limitadas para procurar e processar o conhecimento disponível
para além das fronteiras tradicionais da sua indústria.Enkel e Heil, 2014), que enfatiza a necessidade de
esforços deliberados de aprendizagem entre empresas (Phelps, 2010). Para concluir, as empresas
precisam de rotinas para identificar novas oportunidades digitais também fora das suas redes de
empresas parceiras, para alcançar a transformação digital.
Ocorre um dilema para os gestores onde eles precisam equilibrar comprometimento e flexibilidade.
Ghemawat (1991)defende a inclusão da dimensão temporal na elaboração de estratégias e na busca pelo
sucesso. Pesquisa de ambidestria (verO'Reilly e Tushman, 2013, para uma revisão) substancializam isso
descrevendo como as empresas podem transitar entre períodos de exploração, onde a flexibilidade é
enfatizada, e períodos de exploração, onde os recursos são comprometidos com a realização da
estratégia. Uma vez realizado um investimento (durante uma fase de exploração), também abrem-se
novas opções de expansão e oportunidades de crescimento latentes (Ng, 2007) que pode ser incorporado
na próxima fase de exploração. Dentro dos períodos de exploração,Brown e Eisenhardt (1997)também
descrevem como empresas inovadoras bem-sucedidas criam semiestruturas, onde algumas prioridades
ou responsabilidades são fixas, enquanto outras não. Para ter em conta as necessidades de compromisso
e de flexibilidade, as estratégias devem fornecer orientações comportamentais claras como limites e
permitir que ideias e estruturas surjam dentro desses limites (Fischere outros,2010). Num ambiente em
mudança e com objetivos empresariais flexíveis, as empresas em processo de transformação digital
necessitam, portanto, de adaptar semi-continuamente a sua estratégia digital. Na transformação digital,
o modelo de negócio será cada vez mais digitalizado. Para abraçar esta mudança, a estratégia digital
também precisa de se desenvolver.
5. Conclusões e implicações
Este artigo identificou seis rotinas necessárias para a transformação digital. Eles estão
resumidos emmesa 2.
Referências
Alford, P. e Duan, Y. (2018), “Compreendendo a inovação colaborativa a partir de capacidades dinâmicas
perspectiva",Revista Internacional de Gestão Hospitalar Contemporânea,Vol. 30 No. 6,
pp.
Ambrosini, V., Bowman, C. e Collier, N. (2009), “Capacidades dinâmicas: uma exploração de como as empresas
renovar sua base de recursos”,Jornal Britânico de Gestão,Vol. 20 Nº 1, pp. S9-S24.
Aspara, J., Lamberg, J.-A., Laukia, A. e Tikkanen, H. (2013), “Modelo de negócios corporativo
transformação e cognição interorganizacional: o caso da Nokia”,Planejamento de longo
prazo, Vol. 46 Nº 6, pp.
Berger, R. (2015),A transformação digital da indústria,Consultores de estratégia Roland Berger, A
Estudo Europeu encomendado pela Federação das Indústrias Alemãs (BDI), Munique.
Bharadwaj, A., El Sawy, OA, Pavlou, PA e Venkatraman, N. (2013), “Estratégia de negócios digitais:
em direção a uma próxima geração de insights”,MIS trimestralmente,Vol. 37 Nº 2, pp.
Brown, SL e Eisenhardt, KM, (1997), “A arte da mudança contínua: ligando a teoria da complexidade
e evolução ao longo do tempo em organizações em constante mudança”,Ciência Administrativa
Trimestral,Vol. 42, pp. 1-34.
JSMA Casadesus-Masanell, R. e Ricart, JE (2010), “Da estratégia aos modelos de negócios e às táticas”,
autor correspondente
Daniel Ellstr€om pode ser contatado em:daniel.ellstrom@liu.se
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