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VAREJO DIGITAL

AULA 4

Prof.ª Cláudia Osna Geber


CONVERSA INICIAL

Nesta aula, após contextualizarmos os principais conceitos do varejo,


varejo digital, diferenças entre o varejo digital e físico, e tantos outros assuntos,
iremos apresentar as principais tendências que o mercado vem apresentando
neste novo varejo. Vamos abordar os seguintes tópicos:

• Tendências no varejo digital;


• Omnichannel;
• Internet das Coisas;
• Heat mapping;
• Outras tendências.

CONTEXTUALIZANDO

Continuando nossa conversa, vivemos em um mercado cada dia mais


exigente e com novas tecnologias e modelos de negócios que surgem
diariamente, e é claro que ele impacta todos os setores da sociedade, inclusive
o varejo (Turchi, 2012).
Consequência disso é que os varejistas precisam estar atentos às
mudanças de cenários e sempre atualizados em relação às novas tecnologias,
como o big data e a inteligência artificial.
A NRF, a maior feira varejista do mundo, é realizada anualmente e traz as
principais tendências do mercado de varejo. Em 2018, foi realizada a 107º edição
da Feira, que contou com a participação de 95 países, mais de 600 expositores
e mais de 50 startups que apresentaram suas ideias. Os termos e conceitos que
são apresentados e criados na NRF tendem a ser adotados ao redor do mundo.
O principal destaque desta última edição da NRF foi o conceito new
retail, cuja tradução literal em português significa novo varejo e abrange,
principalmente, a integração dos mundos online e offline e dos serviços desses
mercados com o objetivo de colocar o cliente no centro da experiência de
consumo e, com base em seu comportamento, criar um ciclo virtuoso que
alimenta novas estratégias cada vez mais personalizadas, convenientes e, claro,
rentáveis ao varejo (The Nielsen Company, 2018).

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Saiba mais

Acesse o link a seguir e leia o artigo sobre o futuro do varejo para entender
melhor os assuntos que serão abordados nesta aula:
BIGARELLI, B. Futuro do varejo vai além da tecnologia: é preciso ser
humano, criativo e customizado. Revista Época Negócios, 21 fev. 2018.
Disponível em:
<https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2018/02/futuro-do-varejo-
vai-alem-da-tecnologia-e-preciso-ser-humano-criativo-e-customizado.html>.
Acesso em: 31 mar. 2019.

TEMA 1 – AS TENDÊNCIAS DO VAREJO DIGITAL

Segundo Daniel Domeneghetti, CEO da E-Consulting e responsável pelo


estudo “Régua da Transformação Digital no Varejo”:

O digital é o novo básico para o varejo. Por isso, a inovação estará


ligada em saber trazer os benefícios da transformação digital no dia a
dia e no relacionamento com cliente. E essa virada vai acontecer por
meio de novas competências, como prototipação, design, experiência
de compra, jornada, experimentação, analytics, Big Data, cloud, as a
service, conexão, simultaneidade, algoritmos, colaboração e
integração (Estudo..., 2018).

Essas inovações são consequências da profunda transformação digital


que vivemos e é importante destacar que nunca, em tão pouco tempo e de forma
tão intensa e rápida, as empresas foram afetadas por tantas inovações, desafios
e oportunidades. Nesse contexto, o digital surge indo muito além da tecnologia,
mas também incorporando novos comportamentos e consumidores e, claro,
novas tendências (Guinancio, 2017).
O relatório Retail Vision Study (Zebra, 2017) apresenta, em um contexto
global, os principais investimentos em tecnologia previsto pelas redes varejistas:

1. Melhorar a experiência do consumidor;


2. Gerar receita;
3. Reduzir os gastos em operações;
4. Se manter frente a concorrência;
5. Aprimorar o gerenciamento do estoque.

Esse mesmo relatório destaca os investimentos previstos pelas


empresas:

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• 71% preveem investir na tecnologia denominada Internet das Coisas, que
significa dar voz digital aos consumidores; processar as coisas para
melhorar a experiência do consumidor; melhorar a cadeia logística e
ampliar as oportunidades de receita, conforme detalharemos melhor nesta
aula;
• 68% serão investidos investir em informática cognitiva, que são modelos
analíticos e de projeção para auxiliar os varejistas a personalizar a
experiência e aprimorar a demanda, projeção e controle de estoque,
temas que também serão explorados nesta aula;
• 51% projetam investir em automação, envolvendo embalagens e envio de
pedidos, rastreamento de inventário, verificação do estoque disponível e
auxílio aos consumidores para encontrarem os itens.

Já a Pós NRF, mencionada no início desta aula, apresentou como


principais tendências para o varejo digital os seguintes elementos (REDAÇÃO
Estudo..., 2018):

• Um varejo global por uma nova perspectiva: esse primeiro tópico


aborda a mudança das empresas líderes do mercado, cuja posição no
ranking vem sendo, cada dia mais assumida por empresas digitais como
a Amazon, assim como o mercado tem se tornado cada dia mais
globalizado, com consumidores brasileiros, por exemplo, adquirindo
produtos da China. Um exemplo é a plataforma TMall, que, com suas lojas
online, já tem 75% das marcas mais valiosas do mundo.
• Pagamento móvel e criptomoedas: buscando eliminar o atrito – tópico
que discutiremos ainda nesta aula –, os pagamentos são cada vez mais
imperceptíveis e destacam-se, nesse contexto, as criptomoedas e o
blockchain.
• Bespoke retail: esse conceito, traduzido, significa “sob medida”, mas, na
prática, nada mais é do que a tendência da personalização sobre a qual
já falamos em aulas anteriores.
• Tecnologias emergentes: destacam-se tecnologias que ainda estão
começando, mas já com altos investimentos, como os robôs de
inteligência artificial.
• Amazon invade o varejo físico: a Amazon tem se mostrado tão forte no
varejo que mereceu um tópico só para discutir suas inovações.

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• Transformação digital e ecossistemas: as empresas vêm se tornando
ecossistemas diversificados, ultrapassando os limites de sua área de
atuação e se transformando em verdadeiras produtoras de conteúdo.
• Nova definição do que é “loja”: esse tópico trata de novas definições
do que é a loja física, um novo canal para experiência.
• Liderança digital: a demanda de líderes que se adequem e se adaptam
a essa nova realidade é cada vez mais presente.

Guinancio (2017) destaca, frente a tantas mudanças e tendências, que é


fundamental não se assustar com a realidade e estar preparado para encarar
esse novo cenário, tendo como exemplos empresas como Amazon e Alibaba.
Pense que, enquanto a Alibaba acaba de comprar uma rede de supermercados
de preço baixo na China, a Amazon acaba de lançar a Amazon GO, uma loja
sem caixas, sem filas.
Essa afirmação é reforçada por Las Casas (2013), um dos principais
nomes do varejo, que reforça a importância da observação constante pelos
novos varejistas para os novos formatos e tipos de negócios que surgem no
mercado, os problemas ou dificuldades encontrados na entrega dos produtos e
nos demais processos para que, em um mercado muito mais dinâmico pela
característica digital, os ciclos de vida das empresas caminhem em estágio de
crescimento, e não em declínio.

Saiba mais

Aprofunde seus conhecimentos sobre as novas tendências de varejo


destacadas na NRF, a principal Feira de Varejo sobre a qual comentamos no
início deste capítulo. Analise o Infográfico a seguir:

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Figura 1 – Infográfico Neomodel

Fonte: Gomes, 2018.

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TEMA 2 – OMNICHANNEL

A importância da integração omnichannel de todos os canais do varejo foi


reforçada na NRF por James Curleigh, CEO da Levi´s, que afirmou que “Se o
Varejista não se mexer, já era”, destacando a importância de o varejista sempre
procurar novas formas de surpreender os clientes (Totvs, 2019).
A estratégia omnichannel nada mais é que o uso simultâneo e interligado
por diferentes canais de comunicação, buscando estreitas a relação entre o
offline e o online, buscando aprimorar a experiência dos clientes (Fonseca, 2017)
A palavra omnichannel deriva de omni, que, em latim, significa tudo e
inteiro, e channel, do inglês, que pode ser traduzido como canal, mas, na prática,
esse conceito vai muito além da tradução semântica. Ele diz respeito à
experiência do usuário e à conexão de todos os canais da empresa (Fonseca,
2017).

Para os clientes, trata-se de uma jornada com muitas alternativas,


passando por um ou mais canais de contato. Um consumidor escolhe
um móvel na sua loja on-line usando um aplicativo de realidade Virtual
aumentada, em que pode ver como a peça ficaria na sala de casa.
Então, ele fecha a encomenda pelo celular. O pedido é registrado pelo
ERP da loja, que aciona uma impressora 3D que fabrica o produto sob
demanda. A mesma ferramenta de ERP emite automaticamente o
cupom fiscal, que pode ser impresso ou enviado por e-mail ou SMS
para o cliente. o consumidor, então, passa na loja para buscar a
encomenda e a nota, caso não queira esperar o envio em domicílio.”
(Totvs, 2018).

Como muitos ainda confundem os conceitos de omnichannel com


multicanal, é importante explicar por que eles são diferentes.
O omnichannel, na verdade, é a evolução do multicanal, um conceito que
já existe já há algum tempo e que foi uma tentativa (talvez a inicial) de oferecer
ao consumidor diferentes canais de compra. A diferença principal, no entanto, é
que no multicanal os canais não estavam integrados, como acontece no
omnichannel (Positivo, 2019).
E por que se fala tanto do omnichannel? Uma provável explicação é a
estratégia de transformar o consumo em uma experiência única e cada vez mais
conveniente – conforme venho falando nas aulas anteriores – aliada à
necessidade cada dia mais fundamental de as empresas terem uma ferramenta
de venda online (Fonseca, 2017).
O multicanal é uma realidade cada vez mais presente no Brasil, pois as
empresas percebem, e buscam, estar presentes nos diferentes canais de venda,

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como lojas físicas e comércio eletrônico. O omnichannel, por meio da melhoria
da segurança da gestão do planejamento estratégico e da qualidade e
consistência dos dados coletados em todos os canais, aumenta a conexão com
os clientes e as chances de fidelização. É importante, porém, que, enquanto o
omnichannel já é frequente nos Estados Unidos, no Brasil a maioria das
empresas ainda estão implementando o multicanal (Totvs, 2018).
Evidencio, ainda, que, conforme já sabemos, o omnichannel surgiu como
uma resposta aos novos comportamentos dos consumidores digitais. Esse novo
consumidor aprendeu a usar a tecnologia para obter variedade e comodidade e
tem buscando aplicativos para resolver situações simples como, por exemplo,
ler um código de barras. (Positivo, 2019).
O omnichannel, portanto, atende esse novo consumidor, que muda de
canal de contato diversas vezes ao longo de sua experiência de compra e que
busca falar com um atendente pelo telefone no conforto do seu sofá ou num chat
quanto está no escritório cercado por pessoas (Positivo, 2019)
Destacam-se como alguns dos benefícios dessa nova tendência que,
acima de tudo, o omnichannel busca deixar o cliente mais feliz e, fazendo isso,
o varejo tende a melhor os serviços oferecidos, as vendas, o processo de
fidelização e a imagem da marca (Fonseca, 2017).
Por fim, destaca-se que “nem tudo são flores” e o omnichannel apresenta
alguns desafios pela sua dificuldade de implementação, já que integrar
diferentes canais não é uma tarefa simples. Além de depender de tecnologia,
também é necessário um conhecimento do negócio, um gerenciamento e
acompanhamento dos resultados (Fonseca, 2017).

Saiba mais

Acesse o link a seguir e leia “Omnichannel: entenda o que é e por que sua
empresa deve ficar de olho nessa estratégia. Disponível em:
<https://resultadosdigitais.com.br/marketing/omnichannel/#:~:text=Podemos%2
0definir%20que%20o%20Omnichannel,qualquer%20outro%20canal%20utilizad
o%20pela>. Acesso em: 18 ago. 2022.
Além de profundar seus conhecimentos sobre a temática, busque
identificar o que você considera como a principal vantagem e o principal desafio
desta nova ferramenta.

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TEMA 3 – INTERNET DAS COISAS

Frente a tudo que já abordamos e também à sua realidade, acredito que


você tenha percebido que os objetos não são os mesmos. Considere as
novidades tecnológicas. Um relógio, por exemplo, que antes só mostrava as
horas, agora pode controlar seu sono, suas atividades físicas e até mostrar as
horas. Isso é resultado de uma convergência dos objetos com a internet, a
chamada Internet das Coisas (Gomes; Bergamo, 2018).
O termo Internet das Coisas foi criado no final da década de 90 por Kevin
Ahston, um empresário do MIT, que descobriu como conectar objetos à internet
por meio de uma etiqueta RFID. Segundo ele, a expressão Internet das Coisas
foi apresentada em uma reunião e o termo se popularizou (SAS, 2019).
Mas o que é essa Internet das coisas?
A Internet das Coisas, tradução literal da expressão em inglês Internet of
Things (IoT), nada mais é do que a conectividade que torna os objetos mais
eficientes para receber atributos complementares (Alecrim, 2016).
Começamos este tópico falando do relógio, mas certamente existem
outros exemplos dessa tendência que certamente já pertence à sua realidade,
como as televisões que se conectam ao Netflix e Youtube sem precisar de um
PC ou smartphone e as câmeras de segurança, que permitem a uma pessoa
monitorar sua casa a distância (Alecrim, 2016).
Nesse novo contexto, em que os objetos estão cada vez mais inteligente
e auxiliam cada vez mais os consumidores, a adoção desses produtos é cada
vez maior. Prova disso é a estimativa de que, até 2026, os objetos conectados à
internet no mundo sejam 14 vezes maior do que a população mundial (Gomes;
Bergamo, 2018).
E isso já vem acontecendo.
Provavelmente sua casa ainda não é totalmente interligada, porém a
interligação já acontece em diversos outros ambientes, por exemplo (Alecrim,
2018):

• Hospitais e clínicas: dispositivos que medem batimentos cardíacos para


pacientes, auxiliando no controle de dados;
• Agropecuária: sensores espalhados em plantações que fornecem
informações sobre temperatura, umidade do solo, entre outros;

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• Fábricas: mensuração em tempo real da produtividade de máquinas, por
exemplo;
• Lojas: já demos diversos exemplos da tecnologia nas lojas físicas, mas,
neste caso, pode ser mencionado as prateleiras inteligentes que informam
quando o produto está acabando;
• Transporte público: os sensores podem ajudar uma empresa quando um
veículo da frota está com problema, ou ao cliente em saber se seu
transporte está próximo;
• Logística: sensores instalados em caminhões, por exemplo, podem ajudar
uma empresa de logística a definir as melhores rotas;
• Serviços públicos: Sensores já são utilizados em diversas situações,
como lixeiras, para organizar a coleta do lixo e no próprio trânsito, vide
exemplo utilizado nesta aula.

A Internet das Coisas torna-se cada vez mais fundamental pelos diversos
benefícios que oferece, como os mencionados acima, e também pelas demais
inovações que essa ferramenta vem trazendo e que impactam no mercado e
também na vida pessoal. Já imaginou, por exemplo, você estar indo para casa e
a sua geladeira lembrá-lo de passar no mercado para comprar leite (ou cerveja)?
Pois é, isso é a Internet das Coisas (Alecrim, 2016).
Destaca-se, entretanto, que a Internet das Coisas também precisa ser
utilizada com bom senso, pois essa prática já se tornou alvo de discussões sobre
a proteção de dados pessoais e o monitoramento e controle da vida dos usuários
(Gomes; Bergamo, 2018).
Os desafios vão além das questões pessoais, podendo gerar também
problemas de ordem coletiva, já que, por exemplo, em uma cidade em que os
semáforos são todos conectados, se o sistema falhar, provavelmente haverá um
caos no trânsito em poucos instantes (Alecrim, 2016).
Mas o varejista que souber utilizar essa ferramenta de forma correta
certamente está caminhando para o sucesso.

Saiba mais

Acesse o link a seguir e assista ao vídeo “Internet das Coisas” e aprofunde


seus conhecimentos sobre esse tema de forma divertida.

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INTERNET das Coisas - Tecmundo Explica. Tecmundo, 13 abr. 2017.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=O8-oiSsZl1Y>. Acesso em:
31 mar. 2019.

TEMA 4 – HEAT MAPPING OU DADOS DE LOCALIZAÇÃO

Assim como o e-commerce revolucionou o mercado ao permitir as


empresas novas formas entenderem seu consumidor, assim também os dados
de localização ou mapas de calor permitem as empresas entenderem de forma
mais profunda o comportamento desde consumidor (Ferraz, 2018).
Esses dados de localização, também chamados de Mapas de Calor,
foram desenvolvidos em 1996 por Cormac Kinney para atender a um software
que transformava, em tempo real, informações financeiras (na tela do
computador) em mosaicos com diferentes cores e luzes para representar
dimensões como preço, lucro e volume (Prado, 2016a).
Mais de 20 anos depois do primeiro uso, os mapas de calor se
modernizaram e auxiliam cada vez mais os varejistas, criando representações
visuais de dados, com cores e formas diversas, que permitem ao varejista gravar
a forma como o consumidor se comporta (Prado, 2016a).
O termo calor é utilizado, pois o mapa representa, em cores quentes, o
que mais chamou a atenção do cliente. Essas áreas mais atrativas são
demarcadas nas cores vermelho, laranja ou amarelo, já as áreas de menor
atratividade são representadas pelas cores mais suaves, como verde, azul e
turquesa (Ruiz, 2018).
Esses dados de localização são ferramentas criadas para oferecer uma
visão geral do comportamento do consumidor e auxiliar a prever o
comportamento futuro (Araujo, 2018).
A análise do mapa mostra com quais elementos (seja um link do site ou
uma prateleira da loja física) o consumidor mais se atraiu, apresentando,
inclusive, que pode haver problemas nas lojas, na navegação etc. que o varejista
nem imaginava (Araujo, 2018).
E por que é tão importante entender isso?
O principal motivo é que, ao entender como o consumidor se movimenta
(seja numa loja física ou em um site), os profissionais de marketing colocam os
consumidores no centro das atenções, entendendo como eles se comportam
dentro da loja, o que os atrai e o que estão buscando (Ferraz, 2018).
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Ainda, entendendo como o consumidor se comporta, os mapas de calor
mostram quais são as áreas mais atrativas e quais são as mais ignoradas, e
dessa forma o varejista conseguirá desenhar estratégias mais assertivas na loja
e fora dela (Araujo, 2018).
Os dados de localização permitem, ainda, uma análise precisa em três
camadas de informações que até os dias atuais eram praticamente inacessíveis
(Ferraz, 2018):

1. Precisão mais acurada sobre quem é o consumidor e como ele se


comporta, identificando de maneira “cirúrgica” seu comportamento na loja
e próximo dela – por exemplo, nas vitrines de um shopping center.
2. Localização: É possível usar a localização para se comunicar em tempo
real com o consumidor, mandando, por exemplo, um SMS no momento
em que ele está próximo da loja.
3. Métricas atreladas à localização: Os resultados obtidos com as métricas
anteriores auxiliam no gerenciamento dos investimentos em
comunicação, marketing e na própria loja, assim contribuindo
significativamente para a estratégia da empresa,

Os mapas de calor voltados para o e-commerce têm três tipos principais


(Ruiz, 2018):

• Mapas de movimento do mouse: sistema que irá mapear o movimento


do mouse enquanto o usuário navegar no site, assim dando uma ideia do
que mais atrai o cliente.
• Mapas de cliques: esse formato de mapa é considerado o mais confiável
pois se baseia em ações concretas do visitando do website, medindo onde
ele clicou, quantos cliques teve cada link etc.
• Mapa de scroll: esse mapa mensura até onde o usuário clicou na página,
considerando que em casos de páginas que demoram para carregar, ele
é bastante útil para avaliar se o usuário desiste ou não vai até o final.

Já nas lojas físicas, os mapas de calor têm como principais objetivos


mapear as rotas dos consumidores; analisar o calor de acordo com o layout da
loja; analisar as gôndolas e corredores; contar e monitorar os clientes e descobrir
zonas mortes dentro da loja. Fazendo uso dessa ferramenta o varejista pode
melhorar o posicionamento dos produtos; trabalhar de uma forma melhor as
chamadas zonas mortas (sem fluxo); fazer testes A/B com diferentes posições

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de produtos e layouts da loja; fazer análise competitiva entre os produtos e
promover campanhas de marketing nos pontos mais quentes (Beraldo, 2016).

Saiba mais

Acesse o link a seguir e leia a reportagem “Via Varejo terá 250 lojas
inteligentes e conectadas no Brasil” e entenda como as lojas da rede utilizarão
os mapas de calor.
CAPUTO, V. Via Varejo terá 250 lojas inteligentes e conectadas no Brasil.
Exame, 19 set. 2017. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/tecnologia/via-
varejo-tera-250-lojas-inteligentes-e-conectadas-no-brasil/>. Acesso em: 31 mar.
2019.

TEMA 5 – OUTRAS TENDÊNCIAS DO VAREJO DIGITAL

Como você deve ter observado até o momento, são muitas as tendências
nesse novo varejo digital e, para acompanhar esse mercado, os lojistas precisam
estar cada dia mais preparados.
Como as tendências do varejo digital são muitas, e a cada dia surgem
novas, demos maior destaque nesta aula àquelas que são consideradas
principais pelo mercado varejista, porém, para concluir este tópico, vamos
apresentar outras tendências que, apesar de terem menor destaque nos estudos
sobre o tema, também merecem atenção:

5.1 Zero atrito

Para ter sucesso nesse novo cenário de mercado, as empresas devem


buscar minimizar e, se possível, eliminar o atrito entre elas e os consumidores,
ou seja, eliminar tudo que pode fazer com que o consumidor desista da compra
durante o processo, ou não retorne à loja (Totvs, 2018).
Um dos exemplos mais citados dessa nova tecnologia é o Uber, que
revolucionou os mercados e pagamentos digitais no segmento de transporte ao
possibilitar o encerramento de uma corrida sem que o cliente precisasse efetuar
o pagamento na hora, além de criar uma tendência de economia colaborativa.
Ou seja, em síntese, o que o Uber fez ao adotar o Zero Atrito foi (Costa, 2017):

• Eliminar etapas e facilitar a vida do cliente;


• Trabalhar a favor do engajamento do consumidor;

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• Investir e aprimorar a gestão dos recebíveis;
• Usar a diversos dos meios de pagamento a seu favor.

Destaca-se, nesta tendência, que acabar com este ponto de atrito na


experiência do consumidor deve ser uma prioridade na estratégia, e por isso a
empresa deve utilizar todos os canais por meio do qual o consumidor se
relaciona com ela (Totvs, 2018).

5.2 Inteligência artificial

A feira NRF abordou muito as novas tecnologias como forma de as


empresas inovarem e atenderem às expectativas de seus clientes e, neste
contexto, foi muito falado da experiência do cliente! (Moraes, 2018).
Talvez você já esteja cansado de tanto que repetimos sobre esse tema,
mas lembre-se de que, além de fundamental nesse novo varejo, a experiência
de compra é repleta de novas tecnologias.
Uma delas é a inteligência artificial, o processo que “treina” os
computadores para que eles processem uma grande quantidade de dados e,
com isso, reconheçam o padrão dos usuários para atendê-los de forma
customizada (Moraes, 2018).
Mas o que é a inteligência artificial?
A inteligência artificial (IA) é uma área da ciência da computação
composta por diferentes sistemas que simulam a capacidade humana de pensar
e sentir. Essa tecnologia possibilita aumentar a interação entre o homem e a
máquina, buscando por diferentes soluções, como a melhoria da relação com o
cliente e das vendas no caso do varejo (Gazin Atacado, 2018).
Em síntese, a inteligência artificial é formada por um banco de dados com
informações que se cruzam, fazendo com que os dados deixem de ser apenas
informações passivas e se tornem auxílio para uma estratégia (Gazin Atacado,
2018).

5.3 Realidade virtual e realidade aumentada

Outra tendência que vem merecendo cada dia mais atenção é da


realidade aumentada, também chamada de RA, e da realidade virtual, a RV.

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Enquanto a RA permite que os consumidores vejam a mercadoria no
conforto da sua casa, a RV faz com que o cliente entenda como funciona o
produto (Moraes, 2018).
Essas duas tecnologias são complementares, pois, enquanto a RV é um
ambiente 100% virtual, em que o consumidor pode interagir com nele, na RA o
consumidor continua no mundo real tendo acesso a alguns elementos virtuais
(Prado, 2016b).
Elas começaram sendo utilizadas na educação, na propaganda, na
medicina e nos games e, agora, estão começando a fazer parte do varejo, mas,
para se tornarem mais presentes, é necessário tornarem-se mais baratas e
acessíveis (Prado, 2016b).

Saiba mais

Acesse o link a seguir e leia a reportagem “Anabolizado pela inteligência


artificial, varejo nunca mais será o mesmo” publicada na revista IstoéDinheiro e
reflita quais tendências você considera que irão agregar mais para o varejo
brasileiro:
FILHO, S. Anabolizado pela inteligência artificial, varejo nunca mais será
o mesmo. IstoÉ Dinheiro, 22 nov. 2017. Disponível em:
<https://www.istoedinheiro.com.br/anabolizado-pela-inteligencia-artificial-varejo-
nunca-mais-sera-o-mesmo/>. Acesso em: 31 mar. 2019.

TROCANDO IDEIAS

Lendo mais a respeito do tema e, conforme visto nos tópicos abordados,


fica evidente que o foco principal de todas as inovações que surgiram na Pós-
NRF e também que se apresentam nos artigos e textos sobre varejo digital é
melhorar o relacionamento com o cliente, utilizando a tecnologia para interagir
com os consumidores.
Reforça-se também que, frente a todas essas tendências, não é só o
consumidor que muda, mas também o varejo e, sem dúvida, quem sair na frente
é quem mais irá se beneficiar do protagonismo (Ferraz, 2018)
Frente às tendências exploradas nesta aula e a todos os conhecimentos
que você já adquiriu em outros momentos, quais tendências você avalia que
mais atendem ao perfil do novo consumidor brasileiro?
Justifique os motivos que o levaram a essa conclusão.
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NA PRÁTICA

Saiba mais

Acesse o link a seguir e leia o estudo de caso “O Boticário cria 1º perfume


feito com ajuda de Inteligência Artificial” e, tendo como base os tópicos
explicados nesta aula, quais são as tendências que você avalia que foram
utilizadas pelo O Boticário? E que retornos você estimaria que esses
investimentos em tecnologia irão gerar para a empresa, em termos de lucros e
de conhecimento de marca?
BARBOSA, V. O Boticário cria 1° perfume feito com ajuda de inteligência
artificial. Exame, 23 out. 2018. Disponível em:
<https://exame.abril.com.br/marketing/boticario-cria-1-perfume-feito-com-ajuda-
de-inteligencia-artificial/>. Acesso em: 31 mar. 2019.

FINALIZANDO

Nesta aula, aprofundamos ainda mais seus conhecimento sobre varejo


digital abordando as principais tendências desse mercado.
Frente às diversas tendências que surgem diariamente, foi dado destaque
a três consideradas como algumas das principais: o omnichannel, que é o uso
simultâneo e interligado de diversos canais (Fonseca, 2017); a Internet das
coisas, que é a convergência dos objetos com a Internet (Gomes; Bergamo,
2018) e os mapas de localização.
Por fim, abordaram-se, de forma mais breve, as tendências do zero atrito,
da inteligência artificial e das realidades virtual e aumentada.
Agora que você já tem um excelente domínio do varejo, vamos tentar
entender quem é o novo consumidor desse varejo sobre o qual tanto falamos.

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REFERÊNCIAS

ALECRIM, E. O que é Internet das Coisas (Internet of Things). Infowester, 7


mar. 2016. Disponível em: <https://www.infowester.com/iot.php>. Acesso em: 31
mar. 2019.

ARAUJO, A. Mapa de calor: aprenda a mapear o comportamento do cliente na


sua loja. Ecommerce Brasil, 20 jul. 2018. Disponível em:
<https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/mapa-de-calor-cliente-na-loja/>.
Acesso em: 31 mar. 2019.

BERALDO, F. Heat map: mapear comportamento do consumidor em lojas


físicas. Cicloagenciadigital, 28 nov., 2016. Disponível em:
<https://blog.cicloagenciadigital.com.br/heat-map-em-lojas-fisicas/>. Acesso em;
31 mar. 2019.

COSTA, F. Pagamento sem atrito: 4 lições que o varejo pode aprender com o
Uber. O Negócio do varejo, 30 maio, 2017. Disponível em:
<http://onegociodovarejo.com.br/pagamento-sem-atrito-4-licoes-que-o-varejo-
pode-aprender-com-o-uber/>. Acesso em: 31 mar. 2019.

ESTUDO da E-Consulting diz que digital é o “novo básico” do varejo brasileiro.


E-Commerce News, 18 set. 2018. Disponível em:
<https://ecommercenews.com.br/noticias/pesquisas-noticias/estudo-da-e-
consulting-diz-que-digital-e-o-novo-basico-do-varejo-brasileiro/>. Acesso em: 31
mar. 2019.

FERRAZ, A. A tecnologia que está revolucionando o varejo. Você está pronto?


Ecommerce Brasil, 15 maio 2018. Disponível em:
<https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/a-tecnologia-que-esta-
revolucionando-o-varejo-voce-esta-pronto/>. Acesso em: 31 mar. 2018.

FONSECA, L. Estratégia omnichannel: uma nova experiência de consumo. Rock


Content, 22 jul. 2017. Disponível em:
<https://rockcontent.com/blog/omnichannel/>. Acesso em: 31 mar. 2019.

GAZIN ATACADO. Disponível em: <Gazinatacado.com.br>. Acesso em: 31 mar.


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