Você está na página 1de 248

MARKETING

DIGITAL

Rogério Gomes Neto


Canais de marketing digital
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Definir canais de marketing.


 Identificar como os canais de marketing podem interagir com os
consumidores.
 Classificar os principais canais de marketing digital.

Introdução
Conhecer os fatores que levam ao sucesso das empresas que atuam no
comércio eletrônico é cada vez mais importante e necessário para os
profissionais de marketing. Para entender como as organizações lidam com
esse formato de distribuição, você precisa se familiarizar com os canais
de marketing digital, as suas características, os seus modelos e as suas
funcionalidades. Por isso, neste capítulo, você vai estudar os mecanismos
estratégicos dos canais de marketing digital.

O que são canais de marketing digital?


Com a rápida transformação do comércio em função da popularização da
internet, os canais de marketing, ou seja, tudo o que se refere à distribuição
de bens e serviços para os consumidores, passaram por profundas mudanças
e por uma ampliação.
Os canais de marketing, conforme Telles e Strehlau (2006, p. 26), envolvem
“[...] a gestão da distribuição [...], estrutura e administração de bens e ser-
viços com a finalidade de torná-los disponíveis para as trocas [...]”. Essa
atividade de gerenciamento dos agentes presentes nos canais envolve as
operações de atacado e varejo, distribuição física, planejamento logístico
(armazenamento e transporte), entre outras variáveis que conectam quem
produz e quem consome.
2 Canais de marketing digital

Já segundo Kotler e Keller (2018), os canais de marketing são formados


por organizações interdependentes, isto é, há diferentes membros na cadeia
que cumprem papéis diversos e funcionam de forma conjunta. Esses canais
são responsáveis por um processo cujo objetivo é disponibilizar, basicamente,
itens de consumo para o usuário final.
A estrutura dos canais de marketing envolve dois elementos fundamentais:
os membros (os principais são os fabricantes, intermediários e usuários finais)
e a administração dos canais. Esses fatores permitem estabelecer foco nos
segmentos em que se deseja gerar negócios, como canais digitais, os quais
têm apresentado cada vez mais possibilidades lucrativas.
Os canais de marketing desempenham um papel econômico de grande
importância, o que favorece o escoamento de itens e a conexão entre produção
e consumo. Desempenham, ainda, operações e atividades que colaboram
para o processo produtivo e a comercialização. Além disso, facilitam a busca
de produtos pelo consumidor, ao mesmo tempo em que fazem o ajuste para
equilibrar a oferta e a procura de produtos. Dessa forma, os intermediários
criam utilidade para o usuário, pois permitem encontrar um item desejado de
forma mais fácil e rápida.
Em relação aos participantes do canal de marketing, destacam-se três
elementos: produtores e fabricantes, intermediários e usuários finais. Os
produtores e fabricantes são as empresas envolvidas na produção de um
produto, o qual necessita estar disponível no mercado, sendo esta a função
dos canais de marketing: realizar a distribuição dos produtos, atividade que
implica questões relativas a custo, tempo, transporte, armazenamento, etc. Já
os intermediários são empresas independentes que dão suporte aos produtores
e aos consumidores finais. Elas desempenham negociações e atividades de
distribuição e operam no atacado e no varejo. Por fim, há os usuários finais,
que são os consumidores ou as empresas.
Como visto, os canais de marketing podem ser definidos, de forma geral,
como os meios utilizados pelas empresas a fim de atingir possíveis consumido-
res. Já um canal de marketing eletrônico ou digital, segundo Telles e Strehlau
(2006, p. 115), pode ser entendido como “[...] a plataforma digital que suporta
a oferta e acesso a produtos e compra lógica pelo mercado-alvo, através de
mediação eletrônica [...]”. Essa mediação viabiliza um suporte à oferta, o que
garante a disponibilidade dos produtos, bem como informações corretas sobre
cada item vendido. A compra lógica é o ato de realizar pedidos on-line sem que
o comprador tenha acesso imediato ao produto, sendo que isso ocorre também
para quem vende, pois este não tem acesso aos recursos do consumidor.
Canais de marketing digital 3

A atuação das empresas em ambiente digital provocou mudanças signifi-


cativas nos canais de marketing, principalmente no que se refere à logística.
A diversificação dos canais exigiu das marcas mudanças na forma de se
relacionar com os clientes. O motivo é que, atualmente, gerar conexões dura-
douras com o consumidor é fundamental para alcançar resultados positivos.
Isso ocorre porque os consumidores estão mais ativos e participativos por
conta das múltiplas possibilidades de expressão disponíveis na internet, a
exemplo das redes sociais, o que exige mais empenho das marcas, sobretudo
em ambiente digital.
É por isso que conhecer as potencialidades dos diferentes canais permite
aos profissionais de marketing refletir acerca das possibilidades de cada um e,
em especial, dos canais digitais, que têm se mostrado cada vez mais eficazes
para atrair e converter novos consumidores. Não é incomum, portanto, que
os novos formatos de compras superem as expectativas dos consumidores
em comparação ao comércio tradicional. Diante desse cenário, os profissio-
nais de marketing devem estar atentos às necessidades dos consumidores no
ambiente on-line e também investir em ações necessárias a fim de garantir
uma experiência positiva ao cliente, o que se dá, por exemplo, por meio da
eficiência e da rapidez nos processos logísticos, a fim de tornar a distribuição
eficaz e satisfatória.
Há vários tipos de empresas que atuam no comércio eletrônico, mas as mais
comuns são, como observa Kotler e Keller (2018, p. 566), as “[...] inteiramente
virtuais, que começaram com um site [...], e empresas virtuais e físicas (brick-
-and-click), [...] que acrescentaram um site de informações e/ou e-commerce a
suas operações [...]”. A internet viabilizou negócios antes inexistentes. Dessa
forma, surgiram inúmeras empresas inteiramente virtuais, como o Google e
redes sociais como Facebook e Twitter. Além disso, surgiram empresas em
muitos outros segmentos da economia. No setor financeiro, destacam-se as
fintechs, que são bancos digitais, como Original e Nubank.
Muitas empresas que hoje atuam em ambiente físico e ambiente digi-
tal tinham, inicialmente, dúvidas quanto a aderir ao comércio eletrônico,
uma vez que poderia haver conflitos entre os dois canais e desconforto e
insatisfação de varejistas, representantes comerciais, lojas próprias e fran-
queadas. Com a transformação do comportamento de consumo, boa parte
dos grandes varejistas aderiu ao comércio eletrônico, que se fortaleceu como
mais uma opção de canal de distribuição. Hoje, o desafio dos profissionais
de administração e de marketing é propiciar integração entre os ambientes
físicos e on-line.
4 Canais de marketing digital

Algumas estratégias citadas por Kotler e Keller (2018) podem ser adotadas
para diminuir esses conflitos. Por exemplo: oferecer marcas e produtos dife-
rentes pela internet, ou seja, itens não oferecidos nos demais canais; elevar
as comissões dos parceiros convencionais, receber pedidos on-line; e delegar
entrega e cobrança aos canais de distribuição físicos.
Se inicialmente havia dúvidas de que os canais digitais substituiriam os
canais tradicionais, percebe-se agora que a tendência é o marketing digital se
tornar um aliado que, em conjunto com outros canais de marketing, entrega
agilidade e soluções para os consumidores. Por isso, a coexistência dos co-
mércios físico e virtual é uma das tendências no que se refere à estrutura dos
canais de marketing das empresas.

Um bom exemplo de como harmonizar os diferentes canais de marketing das empresas


é a maneira encontrada pela empresa O Boticário. A marca brasileira do segmento
de cosméticos e perfumaria tinha receio de atuar em diversos canais. A principal
preocupação era evitar que os franqueados, tão essenciais para a empresa, ficassem
insatisfeitos com a introdução do e-commerce e do sistema de venda direta, realizada
por revendedores autônomos, pois esses canais poderiam provocar redução nas
vendas das lojas franqueadas.
A solução encontrada pela marca foi optar por um modelo de venda direta e de
e-commerce no qual as lojas franqueadas se tornam polos centralizadores. Dessa forma,
os franqueados comandam coordenadores de vendas e estes gerenciam os reven-
dedores que atuam no sistema de venda direta (porta a porta). Além disso, compras
efetuadas no e-commerce da empresa podem ser retiradas nas lojas físicas, estratégia
conhecida como omnichannel, que permite unir esforços dos canais tradicionais e
digitais. O omnichannel acaba sendo um bom negócio para as franqueadas, que
podem oferecer outros itens ao consumidor no ato da retirada.
A incorporação do e-commerce do O Boticário possibilitou à marca desenvolver
previsões de vendas, gerenciar de forma mais assertiva estoques e intercambiar in-
formações com os fornecedores e outros intermediários. Assim, a transformação da
rotina de pessoas tem impactado os canais de marketing, os quais também exigiram
mudanças das empresas, principalmente no que se refere à agilidade para atender às
demandas na era da tecnologia.
Canais de marketing digital 5

Conexões com consumidores por meio


dos canais de marketing
Para gerar conexões positivas com os consumidores, a escolha assertiva dos
distribuidores é fundamental. Isso possibilita, por exemplo, que o objetivo dos
canais de marketing seja alcançado de forma eficiente e eficaz. É importante,
assim, conhecer os três sistemas de distribuição possíveis: exclusivo, seletivo
e intensivo. Veja a seguir.

 Distribuição exclusiva: é aquela em que a empresa escolhe um canal


que deve trabalhar apenas com o seu produto. Ou seja, ela garante
exclusividade para o seu produto e impede a atuação de concorrentes.
Um exemplo são as franquias.
 Distribuição seletiva: a empresa utiliza alguns canais focados em seu
público-alvo para evitar a inclusão de seu produto em qualquer ponto de
venda. As grifes de moda são um bom exemplo de distribuição seletiva,
pois costumam vender seus produtos apenas em determinadas lojas.
 Distribuição intensiva: é aquela em que uma empresa coloca os seus
produtos no maior número possível de pontos de vendas, a exemplo dos
itens de grande rotatividade, tais como cremes dentais, refrigerantes e
commodities alimentícios.

O desenho do canal de marketing, que se refere basicamente às decisões


quanto à incorporação de novos canais ou à modificação dos já existentes, é
uma decisão importante para as empresas desenvolverem um contato mais
próximo com os consumidores. Trata-se de um aspecto estratégico, uma vez
que é um fator crucial para ajudar a empresa a ter um diferencial relevante.
Assim, os canais podem ser:

 convencionais, quando um produtor negocia de forma independente


com um intermediário;
 horizontais, resultantes da união de esforços de duas empresas, nor-
malmente de segmentos diferentes, que exploram uma oportunidade
de distribuição de forma integrada;
 verticais, que visam a maiores eficiência e competitividade dos canais
devido à centralização de sua gestão.
6 Canais de marketing digital

Para que o desenho de um canal de marketing seja eficaz, as empresas


devem atentar à escolha dos intermediários, pois isso é fundamental às decisões
de negócio, a exemplo da ampliação de cobertura e do aumento de acesso aos
pontos de venda. Alterações do volume de consumo, diferentes capacidades de
armazenagem ou a saída de um intermediário do canal podem comprometer
um desenho prévio. Por isso, a seleção de membros do canal deve seguir a
ordem: identificação de intermediários potenciais; avaliação comparativa dos
intermediários; efetivação dos membros do canal.
As necessidades dos consumidores almejados pelas empresas devem moldar
os canais de marketing das organizações e das marcas. A estratégia do canal
de marketing, portanto, deve ser orientada para o mercado a fim de atender
às mais diferentes demandas. Para fazer isso de forma eficiente e eficaz, os
canais de marketing devem considerar as várias dimensões dos mercados à
medida que se relacionam com diferentes intermediários e consumidores.
Um bom exemplo de canal de marketing que tem se tornado cada vez mais
eficiente para atender às demandas dos consumidores é o digital. A internet é
um meio que se caracteriza por estabelecer conexões diretas entre consumidores
e marcas. Essa característica possibilita que os canais eletrônicos eliminem
alguns intermediários, a exemplo de varejistas e atacadistas.
Essa diminuição do número de intermediários é denominada por Ro-
senbloom (2002) de processo de desintermediação. Para compreender o
conceito, imagine uma marca que fabrica celulares e que os vende unicamente
por meio de seu canal digital, diretamente ao consumidor. Nesse modelo, a
marca não depende de intermediários, ou seja, os varejistas, o que pode, em
tese, aumentar o seu faturamento.
Embora a estratégia de desintermediação seja adotada por alguns setores,
o que tem sido mais comum é a reintermediação, que se refere ao conjunto de
canais de marketing que atuam de forma integrada no processo de distribuição.
Esse modelo está por trás de estratégias surgidas por conta da internet, como as
livrarias virtuais, que, embora sejam canais tipicamente de marketing digital,
com frequência utilizam atacadistas em vez de negociar exclusivamente com
as editoras.
Como você pode observar, o comércio eletrônico muitas vezes é depen-
dente da distribuição física e das etapas dos processos logísticos comuns,
tais como armazenar, estocar, empacotar, processar pedidos e expedi-los.
Cabe às empresas analisar e definir qual forma é mais eficaz e econômica
para o processo, se o sistema de desintermediação ou o de reintermedia-
ção. Para isso, é preciso considerar os aspectos estratégicos da marca e as
necessidades dos clientes.
Canais de marketing digital 7

Outro desafio que os canais eletrônicos enfrentam a fim de estabelecer


conexões com seus consumidores é agilizar o fluxo de informação. Isso é
necessário no momento em que o comprador on-line aguarda para ter acesso
ao produto. O fluxo físico, ou seja, todo processo físico que ocorre para que o
item chegue ao comprador, não pode ser digitalizado, o que, em comparação
com a rapidez da compra on-line, é classificado como moroso.
Para agilizar essa etapa, o canal digital necessita de bons intermediários
para executar as funções logísticas, ou seja, de bons métodos para disponibilizar
produtos vendidos em um local e adquiridos em outro. O sistema logístico é
um mecanismo que permite eficiência aos elementos que compõem o processo
logístico, ao mesmo tempo em que estabelece relações entre eles. Esse sistema
é composto por transporte, manuseio de materiais, processamento de pedidos,
controle de estoque, armazenamento e embalagem.
Desse sistema, são fundamentais para os canais de marketing digital o
armazenamento, que se refere à manutenção e à preservação de estoques, e
a distribuição, que é a movimentação de bens do produtor ao consumidor.
A administração ineficiente desses processos acaba sendo um fator limitante
aos canais eletrônicos. Por isso, não seria equivocado considerar os canais
de marketing digital como incompletos, uma vez que costumam depender
de outros canais logísticos para a sua atividade.
Investir em mecanismos que facilitem o fluxo físico de itens negociados
em ambiente digital é fundamental para as empresas que executam vendas
on-line. Um bom exemplo é o market place Mercado Livre, que percebeu a
necessidade de melhorar seus processos logísticos e criou centros de distribui-
ção, cujo objetivo é reduzir os prazos de entrega de encomendas e enfrentar
as investidas da concorrência de forma mais eficaz.
Ainda que apresentem limitações, os canais eletrônicos contam com muitas
vantagens competitivas. A principal é o alcance. Interessados em adquirir de-
terminado produto podem realizar pesquisas e comparações virtualmente entre
marcas, de forma rápida e simples. Essa característica também é válida para quem
produz, ou seja, é possível vender de qualquer localidade. Os canais eletrônicos
favorecem a conveniência para quem compra, uma vez que tendem a ser mais
simples e rápidos, permitindo economizar tempo e custos com deslocamento.
Outra característica que pode ser apresentada como uma vantagem dos
canais de marketing digital é a facilidade na conexão entre consumidores,
os quais promovem intercâmbio de informações sobre produtos, serviços e
marcas. Isso colabora, por exemplo, para a segmentação de mercados e, ainda,
para a identificação de consumidores pela marca, de modo a estabelecer ações
mais eficazes.
8 Canais de marketing digital

É comum que os canais eletrônicos proporcionem redução de custos em


relação à distribuição. Isso se dá pelo fato de esse tipo de comércio eliminar
uma parte da força de vendas e dos custos com instalações físicas. No en-
tanto, os canais digitais apresentam condições limitantes para a conquista de
clientes. Uma das principais é a experiência, ou seja, o contato físico, muitas
vezes necessário para alguns produtos. É o caso, por exemplo, do segmento
de moda. Nesse setor, as vendas on-line apresentam como principal ponto
fraco a devolução de itens por conta de a numeração apresentada no site não
condizer com a usual do consumidor.
A ausência de experimentação pode inviabilizar a compra em canais ele-
trônicos, mas algumas ferramentas podem colaborar para minimizar isso.
As marcas do setor de moda têm investido em estratégias e ferramentas para
aumentar a confiança do consumidor e reduzir as devoluções e trocas. Para
muitas, têm sido cada vez mais usual criar tabelas de medidas com tamanhos
mais abrangentes. Afinal, se os consumidores têm de deduzir o tamanho real
de uma peça, é comum a não aquisição ou a aquisição, por exemplo, de duas
numerações distintas, no intuito de devolver a que não se adequa ao corpo, o
que aumenta os gastos com logística reversa.
Atualmente, as empresas que atuam no comércio on-line têm inves-
tido mais em segurança, mas isso ainda é uma desvantagem para o setor.
Os crescentes casos de crimes em ambiente digital afetam a confiança de
quem faz compras na internet. Entregar a compra de forma ágil é uma forma
de garantir a segurança de quem compra e de criar um elo de confiança
entre as partes.
Em relação às transações de pagamento e à privacidade de informações e
dados, as empresas que efetuam vendas on-line devem investir constantemente
em segurança para obter a confiança dos seus consumidores. Investir em agi-
lidade de navegação e simplificar as etapas de transação on-line também são
ações que colaboram para estabelecer conexões positivas para quem compra
no ambiente virtual.
O cliente espera que a sua experiência ao realizar uma compra seja agradá-
vel. Por isso, facilitar as etapas do processo de compra é fundamental. Oferecer
bons recursos de atendimento, como chat on-line, pode ser importante para
impedir o abandono do carrinho. Além disso, para uma comunicação eficaz, é
necessário estabelecer proximidade com os consumidores. Para isso, a empresa
precisa compreender o que eles buscam e como se comunicam. Investir em
conteúdo relevante, com informações realmente úteis e importantes, tende a
atrair a atenção e envolver o consumidor.
Canais de marketing digital 9

Estrutura dos canais de marketing digital


Os canais de venda de uma empresa no ambiente digital são denominados
“canais de marketing digital”, a exemplo do e-commerce. Cada canal de
marketing apresenta características próprias, e as diferenças dizem respeito
a questões como: o melhor método para abordar o consumidor, o tipo de
cliente a se conquistar, o modo de definir o orçamento necessário, os objetivos
e metas a alcançar, etc. Por isso, a expertise dos profissionais de marketing
é imprescindível ao se optar por um ou mais canais de marketing, ainda que
o fator determinante na atualidade seja o retorno objetivado pela empresa.
Dessa forma, é necessário conhecer melhor os canais de marketing digital
a fim de avaliar as especificidades de cada um, compreender as métricas
possíveis e, ainda, observar as possibilidades de retorno que eles oferecem.
É isso que você vai ver a seguir.
Um dos principais canais de marketing é o e-commerce, termo em inglês
que significa “comércio eletrônico”. Segundo Kotler e Ketler (2018, p. 566),
“[...] os sites comerciais vendem toda espécie de bens e serviços, principalmente
livros, discos, brinquedos, seguros, ações, roupas e serviços financeiros [...] e
usam várias estratégias para competir [...]”. A forma mais comum de os con-
sumidores chegarem ao e-commerce de uma empresa é por meio de anúncios
publicitários, principalmente os veiculados na própria internet, meio no qual
é possível segmentar o público com mais precisão.
As redes sociais também podem ser classificadas como canais de marketing
digital, pois permitem que as empresas alcancem consumidores potenciais e
corriqueiros de forma mais ágil e interativa. Nelas, é possível apresentar con-
teúdos relevantes e autorais, veicular anúncios publicitários e executar vendas.
O call center é outro canal de marketing muito usado, de forma estratégica,
no marketing digital. A ferramenta permite identificar se os investimentos
de marketing e, principalmente, de comunicação trazem o retorno almejado.
Além disso, ela colabora para a empresa identificar quais estratégias geram
mais respostas dos consumidores.
Um canal de marketing bastante utilizado é o e-mail, que tem se posicionado
como uma das principais ferramentas de comunicação digital. Muitas empresas
estabelecem conexões com possíveis compradores e clientes habituais por meio
de e-mail marketing ao produzir newsletters com conteúdo atrativo e interessante.
Outro canal de marketing muito importante para as empresas é a busca orgâ-
nica, que envolve ferramentas de busca como o Google e o Bing. As empresas devem
dar atenção especial a esse canal, pois quando um usuário efetua uma pesquisa
10 Canais de marketing digital

para obter alguma informação sobre um produto, serviço ou marca, ele tem grande
interesse na compra. Dessa forma, é fundamental fazer com que o consumidor se
depare com as informações de uma empresa que ofereça o que ele busca.
Para analisar cada canal de marketing digital, é importante conhecer as
ferramentas que facilitam a classificação do tráfego de diferentes origens. Uma
forma é compreender o uso das tags UTM (Urchin Traffic Monitor ou “monitor
de tráfego de Urchim”, sendo que Urchim é o nome de uma empresa adquirida
pelo Google). As UTMs são as principais formas de classificação dos canais. Por
isso, são muito utilizadas pelos profissionais de marketing digital. A ferramenta
permite rastrear os canais digitais, o que colabora, por exemplo, para identificar
quais resultados são orgânicos e quais são oriundos de anúncios pagos.
A ferramenta é relativamente simples. Para mensurar cada ação de comu-
nicação, é necessário inserir o termo utm no link dessa ação, por exemplo:
utm_source. Dessa forma, quando o internauta acessar o site por meio do link
criado com utm, é possível identificar a origem da visita. Assim, os profissionais
de marketing podem aumentar o investimento em origens que geram mais
tráfego ou retorno e até eliminar ou alterar anúncios de origens pouco rentáveis.
Por fim, vale destacar que outro canal de marketing digital importante é
o comércio eletrônico B2B (business-to-business), ou seja, a transação que
ocorre de empresa para empresa. Esse setor sofreu grandes transformações
com o advento do e-commerce. No comércio eletrônico B2B, a coleta de in-
formações do mercado se torna mais rápida, fácil de acessar e eficaz. Há mais
informações disponíveis sobre produtos e novas opções e formas de negociar,
a exemplo dos leilões on-line e dos novos intermediários que interligam as
empresas compradoras às que vendem.

O principal atributo positivo do B2B no meio digital é o aumento da transparência


da política de preços e da competitividade entre empresas fornecedoras, pois os
mecanismos digitais permitem, por exemplo, a comparação de preços.

Os principais objetivos do marketing digital são: propiciar aumento do


volume de vendas, gerar diferenciação, construir posicionamento de marca,
compreender melhor o mercado e suas tendências. Esses são pontos que devem
ser considerados na tomada de decisão dos canais eletrônicos.
Canais de marketing digital 11

A adoção de cada canal gera impacto nas estratégias de marketing. Assim, a


gestão de canais deve ser feita com critérios claros, uma vez que a distribuição
desempenha um papel importante nos objetivos e nas estratégias das empresas.
É necessário avaliar a relação do produto com o mercado, bem como a estrutura
dos canais eletrônicos, a fim de propiciar um ambiente mais competitivo e
que, ao mesmo tempo, crie vantagens competitivas.
A seleção dos canais de marketing digital deve reconhecer as necessidades
da empresa. Só assim é possível escolher a melhor estrutura, o que colabora
com o processo de distribuição. Desse modo, a análise das possibilidades
de desintermediação ou reintermediação ganha relevância. Para garantir
a eficiência do processo de distribuição, é preciso adicionar funções aos
canais eletrônicos, incorporando-os aos canais tradicionais. Dessa forma, a
integração dos canais proporciona às empresas mais êxito e mais resultados
positivos, ao mesmo tempo em que possibilita aumentar a chance de contatos
e de experiências do consumidor com a marca.

Imagine a seguinte situação: em uma loja física, um cliente entra, escolhe alguns
itens, experimenta, resolve comprar alguns, efetua o pagamento, mas sai sem levar
nenhum produto. Por mais estranho que possa parecer, é esse o conceito de guide
shop. A experiência incomum tem atraído algumas marcas que atuam em território
brasileiro, principalmente as ligadas à moda, como a Amaro, uma das pioneiras.
O modelo de negócios guide shop da Amaro não conta com caixas de pagamento.
As lojas físicas da marca apresentam peças vendidas exclusivamente no e-commerce.
Com a ajuda de vendedores, as compras são feitas no próprio site da marca por meio
de tablets e computadores espalhados na loja física. O local funciona como uma
espécie de vitrine dos produtos da página da marca e, por isso, a ideia é ter pouco
estoque. O cliente pode experimentar os artigos na loja (há apenas uma peça de cada
tamanho) e, quando tiver interesse, efetua o pagamento. Depois, o item é enviado à
sua residência, normalmente no mesmo dia.
Há inúmeras vantagens nesse conceito de loja. O fator economia é um dos que
merece destaque, pois as lojas ocupam menos espaço físico, uma vez que há menos
itens a serem estocados. Outra vantagem é garantir segurança ao consumidor que
tem receio de errar escolhas de roupas e acessórios em compras on-line por conta de
tamanho, caimento e cores. Para receber o item em domicílio, o cliente precisa informar
seus dados, os quais alimentam a base cadastral da marca e permitem conhecer
melhor os gostos e desejos dos consumidores, o que colabora para vendas futuras e
para estabelecer conexões de longo prazo. Em síntese, o modelo de guide shop é um
exemplo de como os canais de marketing digital podem cooperar com os canais físicos.
12 Canais de marketing digital

KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 15. ed. São Paulo: Pearson, 2018.
ROSENBLOOM, B. Canais de marketing: uma visão gerencial. São Paulo: Atlas, 2002.
TELLES, R.; STREHLAU, V. l. Canais de marketing & distribuição: conceitos, estratégias,
gestão, modelos de decisão. São Paulo: Saraiva, 2006.

Leitura recomendada
ALVES JR., D. São Paulo do futuro: o que as lojas estão adotando. Veja, São Paulo, 24
jan. 2019. Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/cidades/sao-paulo-do-futuro-
-consumo/. Acesso em: 26 nov. 2019.

Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
MARKETING
DIGITAL

Susana Elisabeth Neumann


Automação de marketing
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Definir automação de marketing.


 Identificar os benefícios da automação de marketing.
 Determinar as melhores ferramentas de automação para diferentes
contextos mercadológicos.

Introdução
Nos últimos anos, a automação de marketing vem ganhando notoriedade no
mercado, especialmente devido aos benefícios em escala que proporciona
aos negócios. Embora os estudos sobre a efetividade da automação de
marketing ainda sejam recentes e embrionários, a difusão dessa estraté-
gia tem sido amplamente recomendada devido aos diversos benefícios
que ela oferece, como a redução de custos. Em síntese, a automação de
marketing possibilita automatizar diversas atividades de marketing manuais,
aumentando a relação com potenciais consumidores e clientes.
A automação de marketing envolve ferramentas diferentes das utiliza-
das pelo marketing tradicional. Muitas dessas ferramentas ainda são pouco
conhecidas. Nesse contexto, é importante que tanto os negócios como
os profissionais de marketing aprendam a lidar com os novos recursos
que a automação oferece.
Neste capítulo, você vai estudar os principais conceitos da automação
de marketing digital e ver a aplicação dessa estratégia em diferentes
contextos mercadológicos. Você também vai ver quais são os princi-
pais benefícios da automação no mundo dos negócios e no complexo
ambiente da Web. Além disso, vai conhecer as principais ferramentas e
softwares de automação de marketing digital.
2 Automação de marketing

O que é automação de marketing?


A internet é considerada uma inovação disruptiva, trazendo mudanças signifi-
cativas para a humanidade. Os consumidores, atentos, acompanham as transfor-
mações e ampliam, gradativamente, as suas expectativas (PEREIRA, 2019). A
cada dia, por meio dos motores de busca, a internet capta mais e mais detalhes
sobre a intimidade e os hábitos da sociedade globalizada. Esse gigantesco banco
de dados é uma ferramenta muito útil para a personalização de informações e a
comercialização de produtos e serviços para potenciais consumidores ou leads.
Ou seja, todas as informações coletadas por motores de busca como o Google
e o Yahoo sobre os usuários e os seus hábitos são relevantes para promover as
ferramentas de automação de marketing digital com eficiência.
Longo (2014) sinaliza que a percepção das mudanças nem sempre é fácil
e rápida para as organizações e os consumidores. Ele sugere que é necessá-
rio observar as tendências com interesse. Além disso, é preciso perspicácia
para perceber as particularidades do segmento em que a empresa atua e para
acompanhar as tendências. Ademais, o autor destaca que os profissionais iti-
nerantes, que trocam muito de empresa ou de segmento de atuação, têm muita
dificuldade para perceber e se ajustar às mudanças, geralmente agravadas pela
busca incessante de resultados e metas em curto prazo. Nesse contexto, para
acompanhar as atuais tendências do marketing digital, os negócios precisam
selecionar algumas ferramentas de acordo com sua classe e seus conteúdos,
conforme ilustra o Quadro 1, a seguir. Veja que a automação de marketing
está ligada à classe que melhora a performance da organização.
Conforme Pepe (2017), as empresas podem escolher entre várias classes
de ferramentas de marketing digital quanto à performance, ao ambiente
social, ao engajamento dos usuários, aos serviços mobile, à gestão de rela-
cionamento e ao e-commerce. A performance auxilia as empresas a alcançar
mais consumidores, melhorando o seu desempenho de vendas e a sua atu-
ação no mercado. A categoria social tem como objetivo monitorar as redes
sociais. Já a categoria engajamento engloba todo o conteúdo espontâneo
sobre os produtos gerado pelos usuários em comentários, vídeos, mídia,
posts da empresa, etc. A classe mobile está atenta a todo o conteúdo e às
análises realizadas pelo usuário com seu smartphone. A classe gestão está
envolvida com as ferramentas de CRM (costumer relationship management,
ou “gerenciamento do relacionamento com o cliente”), guardando todas
as informações em um sistema para utilizá-las em campanhas, vendas e
contatos, objetivando oferecer o que o cliente deseja de acordo com seu
Automação de marketing 3

perfil. Já o e-commerce refere-se a todas as transações comerciais ou de


venda realizadas pela internet, incluindo o B2B, que são as vendas de uma
empresa para outra empresa, e o B2C, que se refere às transações de venda
realizadas entre uma empresa e o consumidor.

Quadro 1. Classificação das ferramentas de marketing digital

Classe Conteúdos

Performance Automação de marketing digital


Insights e refinamento da estratégia

Social Marketing social e monitoramento

Engajamento Conteúdo gerado pelo usuário (CGU)

Mobile Análises mobile

Gestão CRM

E-commerce Business-to-business (B2B)


Business-to-consumer (B2C)

Fonte: Adaptado de Pepe (2017).

Observando o Quadro 1, você pode perceber que na performance a or-


ganização pode utilizar as ferramentas de automação de marketing para
aumentar seu desempenho de vendas. A automação de marketing não é um
termo recente (WOOD, 2015), sendo utilizado inicialmente em 2001, por John
Little, para indicar a automação de decisões de marketing na Web (LITTLE,
2001). Naquela época, a automação de marketing tinha o mesmo propósito ou
desafio que as empresas possuem atualmente — ou seja, utilizar eficazmente
o imenso volume de informações e dados coletados para ajustar a oferta de
produtos e serviços de modo personalizado e customizado, com indicações
mais apropriadas para as escolhas dos usuários.
De modo geral, a automação de marketing é a execução de tarefas recor-
rentes de marketing suportada pela tecnologia da informação com o objetivo
de aumentar a eficiência dos processos e a eficácia das decisões. Em outras
palavras, com o auxílio da tecnologia, a empresa planeja as suas atividades
de marketing. Isso inclui, por exemplo, enviar automaticamente um e-mail
para todos os internautas que procuram por determinado produto na Web.
4 Automação de marketing

Ou, ainda, a empresa pode fazer uma campanha de determinado produto e


disparar um e-mail, ou abrir uma janela de venda para os internautas que
estão pesquisando produtos similares na Web. A diferença com relação ao
marketing tradicional é que ele enviava um impresso ou folder pelo correio.
Com a automação de marketing, o processo é automatizado por um software
e o envio é automático, conforme as regras definidas pela empresa, sem
necessidade de custos de correio ou de envolvimento de pessoas. Além disso,
o objetivo principal da automação de marketing digital é atrair, delinear,
lapidar e manter a confiança de potenciais consumidores e clientes atuais,
personalizando automaticamente conteúdo relevante e útil para atender
às suas necessidades específicas (HUBSPOT, 2015). Segundo previsões
da Adams et al. (2018), o investimento das empresas nas ferramentas de
automação de marketing dobrará até 2023, saltando de US$ 13,4 milhões
para US$ 25,1 milhões.
Aliado a isso, a automação de marketing tem como objetivo projetar
conteúdo para satisfazer as expectativas, em consonância com o perfil de
consumo dos consumidores. Vaz (2011) destaca que o consumidor brasileiro,
apesar de aberto a novidades, é desconfiado e conservador. Nesse sentido, é
importante observar que, quanto mais personalizada, pessoal e relevante for
a mensagem enviada ao usuário, maiores serão as chances de ele se interessar
pelo conteúdo da empresa, o que aumentará a efetividade da ferramenta. Ou
seja, quanto mais a empresa souber sobre seus usuários, melhor ela poderá
elaborar o conteúdo.
O princípio básico da automação de marketing digital em sua origem,
de acordo com Pepe (2017), era customizar ou personalizar os elementos
básicos do marketing mix — produto, preço, praça e promoção — incorpo-
rados no B2B. Os vendedores ofereciam produtos e serviços personalizados
aos clientes por estarem em pequeno número. No entanto, atualmente, a
tecnologia possui recursos mais avançados para as ferramentas de auto-
mação de marketing. Empresas grandes oferecem aos clientes conteúdo,
produtos e serviços mais personalizados, como cupons e descontos, o que
gera maior engajamento com a marca. Assim, é importante reconhecer
os canais e gatilhos que promovem a automação de marketing. Observe
a Figura 1, a seguir.
Automação de marketing 5

Informação atual
(usuário ou cliente)
• Comportamento no website Objeto
• Tipo de referência Gatilho Aplicadas customizado
• Palavras-chave utilizadas automaticamente
• Data e horário Regras • Conteúdo
• Localização • Estrutura
Gatilho
• Dispositivo • Oferta
... Cria Controla a
regras performance
em
Informação armazenada
(cliente) Canal
Interface de
• Histórico de compras monitoramento • Website
• Interação com newsletter Operada pelos gestores • Email
• Nível de atividade •Aplicativo móvel
• Conteúdo compartilhado, • Offline (exemplo:
curtido e/ou armazenado mala direta)
...

Figura 1. Canais e gatilhos de automação em marketing.


Fonte: Adaptada de Heimbach, Kostyra e Hinz (2015) e Pepe (2017).

As ferramentas de automação de marketing, como mostra a Figura 1,


evidenciam que os canais ou gatilhos de automação em marketing podem ser
acionados por meio de website, e-mail, aplicativos móveis e malas diretas,
com base na informação atual do usuário ou cliente ou na sua informação
armazenada. A informação atual do cliente é coletada pelo seu comportamento
no website, pelo tipo de referência apresentada, pelas palavras-chave inseri-
das, pelas informações quanto ao dia e ao horário de acesso, bem como pela
localização e pelo tipo de dispositivo utilizado. Já a informação armazenada
do cliente foi coletada em seus movimentos anteriores. Ela inclui histórico de
compras, interação, nível de atividade, conteúdo compartilhado, curtido ou
armazenado. Todas essas informações geram gatilhos para as ferramentas de
automação de marketing digital conforme as regras estabelecidas pelos gestores
quanto a conteúdo, estrutura e oferta do objeto customizado para o usuário.
A automação de marketing possibilita a automação de atividades de ma-
rketing que são basicamente manuais, permitindo que as empresas façam
comunicações automatizadas, oportunas e personalizadas para os clientes
(RAE, 2016). No entanto, a automação de marketing é um fenômeno recente.
Portanto, existem limitações quanto à sua efetividade e há poucos estudos
acadêmicos consistentes sobre o assunto, a sua definição (HEIMBACH;
KOSTYRA; HINZ, 2015), o seu uso (JÄRVINEN; TAIMINEN, 2016) e os
6 Automação de marketing

detalhes da experiência dos clientes (RAE, 2016). Por outro lado, os casos
bem-sucedidos têm valor para consumidores e organizações — para os clientes,
por gerarem diferentes experiências positivas, para os negócios, por propiciarem
vantagem competitiva.
Portanto, enquanto o usuário navega na internet, ele pode receber algumas
janelas com a oferta de produtos ou serviços que possam lhe interessar. Gran-
des empresas, como as companhias aéreas, têm como estratégia adequar as
informações aos usuários, modificando inclusive seus preços de acordo com a
oferta dos concorrentes ou as decisões de crédito. Também é possível utilizar
softwares específicos que fazem o gerenciamento e a personalização de oferta
baseados nas informações armazenadas ou no comportamento demonstrado
nos cliques do usuário na Web. Por fim, ainda há muito campo para o avanço
da automação de marketing. Há espaço para ajustar e combinar diferentes
tecnologias e atividades (JÄRVINEN; TAIMINEN, 2016). Em especial, são
necessários estudos para entender o efeito da experiência do cliente e a influên-
cia de tal efeito no processo de compra (RAE, 2016).

Leia o artigo de Moreira e Chiareto (2016) “Automação de marketing como ferramenta


estratégica de vendas”, disponível no link a seguir.

https://qrgo.page.link/WSchG

Automação de marketing e seus benefícios


As empresas que utilizam as ferramentas de automação de marketing possuem
alguns benefícios e vantagens. Entre eles, você pode considerar: economia de
tempo, geração de leads de qualidade, maior satisfação dos clientes, perspectiva
de controle sobre o processo com visão sistêmica e mensuração de resultados.
Embora apresente vários benefícios, a automação de marketing também en-
volve alguns desafios, como a necessidade de uma estrutura de tecnologia da
informação compatível, o grande esforço da equipe de coordenação do projeto,
a atuação com muitos fornecedores diferentes, a implementação contínua de
melhorias e a falta de conhecimento prévio quanto à aplicação das diferentes
estratégias de automação.
Automação de marketing 7

Bucklin, Lehmann e Little (1998) indicam que os processos automatizados de


marketing apresentam vários benefícios, como a melhoria da produtividade da
empresa, a maior eficiência na tomada de decisões e o retorno sobre investimentos
realizados em marketing. Järvinen e Taiminen (2016) destacam a colaboração
e a integração entre a área de vendas e a de marketing. Assim, a automação de
marketing é um aliado muito poderoso na organização. Entretanto, ela possui
muitas variáveis e nuances para que efetivamente funcione e traga benefícios.
Geralmente, as micro e pequenas empresas têm dificuldades para usar
os recursos da automação de marketing em suas ações, inclusive o e-mail.
Então, a seguir, você vai ver algumas recomendações para as pequenas e
microempresas obterem êxito nesse processo. Primeiramente, é importante
que façam uma análise detalhada do seu processo de marketing e vendas,
identificando os possíveis processos que podem ser automatizados. Em se-
guida, é fundamental que criem uma estratégia de automação de marketing
baseada nas informações e na estrutura disponível. Por fim, é recomendado
que selecionem as ferramentas de automação de marketing mais adequadas ao
seu negócio e contem com especialistas para iniciar a implementação delas.
Em contrapartida, a automação de marketing auxilia as empresas na cap-
tação de potenciais consumidores. Tais consumidores podem ser levados
a efetuar uma compra em que ocorrerá a coleta de dados relativos ao seu
comportamento e ao seu contato, por exemplo. Järvinen e Taiminen (2016)
explicam que a automação de marketing foi adotada pelos profissionais de
marketing para automatizar atividades que eram executadas manualmente,
como o gerenciamento e o fornecimento de conteúdo personalizado ao usuário.
A ideia é fornecer às empresas melhores taxas de conversão e influenciar os
clientes ativamente em seus processos de compra. Nesse caso, a automação de
marketing oferece ferramentas que podem auxiliar as empresas na adaptação
de oferta de e-mails, produtos, serviços e conteúdo.
Obviamente, o processo de automação em marketing com o uso de softwares
pode priorizar e executar diversas atividades simultaneamente, que podem ser
acionadas por diferentes dispositivos de modo automático. Para isso, basta ter
um banco de dados confiável. Hannig ([2016]) esclarece que todas as ferra-
mentas tradicionais do marketing serão afetadas. Embora o princípio básico de
funcionamento da automação de marketing digital seja relativamente simples,
ainda há bastante desconhecimento e poucos estudos sobre a aplicação dessas
ferramentas no Brasil. Nesse contexto, os primeiros passos para uma marca
ter eficiência e eficácia no mundo dos negócios incluem escolher a estratégia
de marketing digital adequada aos seus produtos e serviços e selecionar o
melhor software para automatizar os processos de marketing.
8 Automação de marketing

Diferentes estratégias devem ser consideradas pelas organizações para am-


pliar a comunicação e o gerenciamento de informações (HANNIG, [2016]). Com
isso, busca-se atingir os potenciais consumidores, que requerem facilidades,
além de conectividade e mobilidade (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN,
2016). A Amazon é um exemplo de empresa que investiu em conectividade e
transformou alguns setores, abalando o comércio de livrarias físicas e as edi-
toras. Outro exemplo é o Uber, que mudou a forma de transporte nas cidades e
estremeceu as relações com taxistas e empresas de transporte urbano. Ainda, a
iFood revolucionou o ramo alimentício com as suas entregas rápidas.
Além disso, a coleta de dados pelos motores de busca propicia um universo
privilegiado de informações para a aplicação de ferramentas de automação
de marketing. Tal universo inclui os dados de pesquisa do usuário, as infor-
mações relativas ao seu comportamento, os seus comentários sobre produtos,
serviços e negócios, bem como a combinação de diferentes informações que
podem ser rastreadas no ambiente digital. Segundo o Google, motor de busca
mais usado no mundo, 90% das interações dos usuários são feitas por meio
de smartphones e outros dispositivos com telas. Kotler, Kartajaya e Setiawan
(2016) informam que o crescimento do tráfego na Web cresceu 30 vezes de
2000 a 2014, possibilitando a conectividade de 4 entre 10 pessoas no mundo
e ainda permitindo que mais de 11 bilhões de dispositivos móveis efetuassem
tráfego na internet em 2019.
Entretanto, apesar da relevância da conectividade, alguns países, como o
Brasil, estão atrasados em relação à automação de marketing. Em especial, as
micro e pequenas empresas geralmente não possuem recursos ou conhecimento
para a aplicação de novas tecnologias e tendências. Muitas dessas empresas não
têm conhecimento técnico e pessoal com capacitação para utilizar ferramentas
de automação de marketing, o que colabora para que desistam de incorporar
tais recursos em seu cotidiano (HELLER, 2016). A consultoria poderia ser um
caminho para essas empresas, mas ela nem sempre é viável financeiramente.
Além disso, exige pessoal interno para não haver dependência em longo prazo
na realização dos procedimentos.
Embora essa situação seja comum no Brasil, ela também acontece em países
de primeiro mundo. Hannig ([2016]) explica que o processo de automação
em marketing e vendas está atrasado na Alemanha, por exemplo. O país,
ao contrário dos Estados Unidos e do Japão, se preocupou primeiramente
em automatizar a produção 4.0, a cadeia de suprimentos e a logística, uma
vez que existem muitos processos e fluxos de dados contínuos que facilitam
Automação de marketing 9

significativamente o trabalho nos diferentes contextos. Embora o marketing,


conforme Kotler (2009), seja considerado um processo social e econômico
no qual os indivíduos satisfazem as suas necessidades e desejos por meio da
criação, da oferta e da troca de produtos e serviços com outros, muitos gestores
nas empresas alemãs não têm o devido entendimento sobre o que é a automação
de marketing e quais são os seus benefícios (HANNIG, [2016]). Assim como
no Brasil, na Alemanha, as micro e pequenas empresas ainda carecem de
conhecimentos sobre a automação de marketing e o uso de softwares.
De forma geral, quando um potencial lead é identificado, ele pode ser
nutrido ou abastecido pela automação de marketing por meio de informações
que têm como objetivo aumentar a confiança e desenvolver a relação. A ideia é
deixar o potencial lead tentado a comprar ou consumir, ou seja, abrir caminhos
para consolidar oportunidades de vendas. Serratine e Behling (2016) apontam
que os resultados esperados pela automação de marketing são a qualificação,
a classificação, a pontuação, a nutrição de informações e a priorização de po-
tenciais oportunidades de venda. Por fim, os resultados do estudo de Serratine
e Behling (2016) indicam que a automação de marketing digital influencia o
aumento de vendas e o faturamento dos produtos e serviços de uma empresa.
Por fim, nesse novo modelo de configuração, o profissional de marketing é
responsável pela definição de parâmetros, objetivos, diretrizes e conteúdo para
as ferramentas de automação. Por sua vez, essas ferramentas acionarão envios
automáticos de conteúdo ou pesquisas de mercado conforme o comportamento
e a demanda de potenciais leads. Assim, a automação de marketing é o processo
de priorizar, personalizar e criar mecanismos automáticos que viabilizem o
relacionamento entre o consumidor e a empresa de modo constante, abrindo
caminhos férteis para o fechamento de vendas.

Acesse o link a seguir para ler um texto que apresenta conceitos, benefícios, funções
e exemplos de ferramentas de automação de marketing.

https://qrgo.page.link/WATu2
10 Automação de marketing

Ferramentas de automação
em diferentes contextos
A cada dia, a humanidade muda os seus hábitos e comportamentos, incorpo-
rando a tecnologia, o mundo digital e o pós-digital. A tecnologia e a internet
estão presentes nas atividades diárias da maioria das pessoas, automatizando
muitas tarefas e serviços. Logo, é difícil delimitar as fronteiras entre o mundo
real e o mundo digital (LONGO, 2014). Por outro lado, a tecnologia e o ambiente
digital favorecem o surgimento e o desaparecimento de negócios, razão pela
qual os profissionais de marketing e os gestores das empresas necessitam dar
atenção especial ao marketing digital. O objetivo disso é acelerar, diversificar
e, preferencialmente, automatizar as estratégias de marketing para a divulgação
de produtos, serviços e tendências aos usuários ou potenciais clientes.
Existem diversas formas de utilizar as ferramentas de automação de ma-
rketing digital, as quais podem operar por meio de diferentes canais de comu-
nicação e dispositivos. Heimbach, Kostyra e Hinz (2015) sugerem o uso de
canais como website, e-mail, recursos de aplicativos móveis e malas diretas.
Muitas empresas operam somente com o e-mail, eleito como único canal de
comunicação com potenciais consumidores e clientes, o que se constitui em
uma limitação diante dos poderosos recursos de tecnologia à disposição na
Web. O e-mail também limita muito a experiência dos usuários, que navegam
habilmente na internet, utilizando motores de busca para pesquisar diversos
assuntos de interesse e acessando recomendações e comentários de outros
usuários e dos contatos de suas redes sociais.
Nessa mesma perspectiva, Järvinen e Taiminen (2015) pontuam que a
automação de marketing necessita de uma plataforma de software para entregar
o conteúdo com base nos critérios definidos pelas empresas. A automação de
marketing, segundo Hannig ([2016]), é a aplicação de softwares capazes de
disseminar as informações de produtos e serviços, sem a intervenção humana,
de maneira automática aos potenciais consumidores. Em outras palavras, a
automação é um processo que executa diversas tarefas repetitivas de forma
recorrente e sem a necessidade de participação humana. Assim, a automação
de marketing tem como foco a comunicação e o gerenciamento de informações
para os potenciais consumidores. Porém, é importante ter em mente que o papel
das ferramentas de automação é automatizar todos os processos de marketing
(RESULTADOS DIGITAIS, 2019).
As aplicações da automação de marketing incluem, por exemplo, tarefas
recorrentes que podem ser padronizadas, como envio de e-mails. Para isso,
é essencial ter um banco de dados com informações de qualidade. Entre-
Automação de marketing 11

tanto, existem diversas ferramentas de automação de marketing digital que


podem ser usadas em diferentes contextos. As ferramentas de marketing
digital possuem algumas particularidades, sendo necessário analisá-las para
selecionar os recursos adequados ao contexto da empresa, em conformidade
com a estratégia desejada. As principais ferramentas de marketing digital, de
acordo com Ogden e Crescitelli (2007, p. 104–109), são as listadas a seguir:

Site: a empresa pode criar seu próprio site na Web, também chamado de “we-
bsite de destino”. É necessário considerar quem são os clientes e desenvolver
um site de fácil navegação, com endereço eletrônico (e-mail) para contato.
As mensagens recebidas, por sua vez, devem ser respondidas no menor tem-
po possível. O site deve conter informações atualizadas sobre produtos e
serviços, entretenimento, serviços ou demonstrações dos produtos. A ideia
é que a empresa crie um relacionamento com o cliente e, consequentemente,
venda seu produto.
Shopping centers virtuais: as empresas podem participar de shopping centers
virtuais, nos quais vários vendedores, varejistas e empresas de venda on-line se
reúnem e apresentam seus produtos ou serviços aos compradores (usuários da
internet) por meio de um endereço único de site. Os clientes são beneficiados
com a facilidade e a praticidade da compra e com a diversidade de produtos
ofertados. Já a empresa é beneficiada com a quantidade de visitantes em sua
página, com o sistema de cobrança e o baixo risco de crédito. Contudo, parte
da receita obtida pelo lojista é direcionada para o administrador do site, que
é centralizado e integrado.
E-mail marketing: essa ferramenta é largamente utilizada e uma das mais
eficientes formas de comunicação, com retorno barato, personalizado, rápido
e interativo. Os e-mails devem conter mensagens interessantes, com atrativos,
e devem ser enviados com autorização do usuário, não caracterizando lixo
eletrônico ou spam.
Microwebsite: é um pequeno site de uma marca que aparece como link na Web
e cujo conteúdo é conhecido. Ocorre uma troca entre o anunciante, que informa
benefícios do produto, e o consumidor, que permite a coleta de seus dados.
Banner: é uma mensagem apresentada por meio de anúncio em formato de
retângulo, que pode ser acessado com um clique, direcionando ao website de
destino ou ao microwebsite da empresa. Os banners podem ser: estáticos (são
os mais simples, que ficam parados na tela), animados (que se movimentam na
tela, ampliando seu efeito, pois chamam mais a atenção) ou interativos (que,
além dos movimentos, permitem inserção de dados ou oferecem algum tipo
de opção ao internauta).
Pop-up, pop-under e floater: são pequenas telas que surgem automaticamente
quando o site é acessado, trazendo mensagens sobre a empresa ou o produto.
São consideradas eficientes formas de comunicação, pois é praticamente im-
possível não percebê-las. Porém, são extremamente invasivas. O pop-under é
como o pop-up, mas se mantém atrás da tela exibida e só aparece quando esta
é fechada. Isso o torna menos invasivo do que o pop-up, mas cria o risco de o
12 Automação de marketing

anúncio perder a eficácia quando o usuário encerrar a navegação. O floater


é uma espécie de pop-up que “flutua” na tela; tem tamanho reduzido, surge
no momento do acesso ao site, faz alguns movimentos e desaparece sozinho,
sem que os usuários precisem “clicar” nele para isso.
Intersticial e supersticial: são anúncios que aparecem conforme o internauta
rola a página, preenchendo alguns espaços livres, podendo ser interrompidos
a qualquer momento por meio de um clique em qualquer local da página.
Sponsoring advertising: há um patrocinador que tem direito a escolher uma
página, tema ou seção do site. Assim, é uma associação entre marca e site.
Web search marketing: é um patrocínio de um link que estará disponível no
site de um motor de busca.

Como você viu, há diversas ferramentas de marketing digital. Cada empresa


pode selecionar as mais adequadas para automatizar os processos de marketing
que tragam mais resultados para o seu negócio. De acordo com Little (2001),
para ter êxito na automação de marketing, é preciso manter uma base com
dados históricos de clientes e informações sobre as suas compras, entre outros
detalhes. A empresa também deve coletar dados históricos brutos no mercado
para fazer combinações atrativas personalizadas para os usuários por meio
da oferta de ações, preços e promoções.
Na prática, Järvinen e Taiminen (2015) recomendam que o marketing de
conteúdo seja combinado com processos de vendas B2B por meio da automa-
ção de marketing, de maneira a se obterem benefícios comerciais. Os autores
explicam que a automação de marketing é uma ferramenta de uso crescente
no B2B. Ela é recomendada por fornecedores de softwares como HubSpot,
Eloqua, Pardot, Market e Silverpop. A automação é importante para a interação
das áreas de marketing e vendas. Além disso, ela melhora e acelera a qualifi-
cação de potenciais consumidores, nutrindo-os com fluxo de informações e
conteúdo personalizado, que pode ser tanto digital como impresso. Por fim,
Järvinen e Taiminen (2015) informam que a automação de marketing explora
ao longo do tempo os meios ativos e passivos de aprendizado sobre potenciais
usuários ou compradores.
De acordo com Notari (2014), um sistema adequado para auxiliar no pro-
cesso de automação de marketing necessita de:

 um blog, com foco total em otimização para mecanismos de busca


(search engine optimization — SEO);
 ferramentas para SEO;
 gestão e publicação em mídias sociais;
 gestão de leads de vendas para gerar oportunidades de vendas;
Automação de marketing 13

 criação, manutenção e monitoramento de landing pages (páginas de


conversão para converter um internauta em lead);
 gestão de calls-to-action (apelos à ação);
 gestão de e-mails, incluindo a nutrição dos leads.

No entanto, conforme HubSpot (2015a), as atividades a seguir promovem


maior produtividade e diferenciação quando automatizadas e incorporadas à
automação de marketing. Veja:

 estratégia de marketing de conteúdo;


 gestão de mídias sociais;
 processo de conversão de clientes;
 campanhas de landing pages e demais formulários para captação de
leads;
 respostas para reduzir o tempo de espera dos contatos;
 funil de marketing para evitar que leads fiquem perdidos;
 gestão administrativa da agência (cobranças, faturamento, etc.);
 processo de vendas.

Considerada uma estratégia de uso crescente e com adesão cada vez maior
por parte das empresas, a automação de marketing usa diferentes recursos —
como softwares, ferramentas ou plataformas — para aumentar a qualificação de
potenciais consumidores. A ideia é nutrir esses consumidores com informações
e conteúdo personalizado a fim de incentivá-los a comprar produtos e serviços.
No mercado, existem inúmeros softwares e plataformas, cada uma com suas
características e propósitos. No Brasil, as mais conhecidas são: Dinamize,
RD Station, LeadLovers e Ramper. O site da RD Station apresenta alguns
casos de sucesso e oferece acesso a um teste gratuito e a uma demonstração
(RD STATION, 2019). As grandes e as médias empresas contratam Hubspot,
Mautic, Pardot, entre outros. A Mautic (2015) é uma ferramenta gratuita.
A G2 Crowd é considerada o maior mercado de tecnologia do mundo e,
em suas pesquisas diretamente com os usuários, enumerou os softwares de
automação de marketing mais populares: HubSpot, Marketo, ActiveCam-
paign, Pardot, Act-On, GetResponse, Oracle Eloqua, Kaviyo, SharpSpring,
Autopilot, Adobe Campaign. Porém, os considerados mais satisfatórios pelas
empresas são: Adobe Campaign, HubSpot, Kaviyo, Omnisend, RD Station,
Aritic PinPoint, SharpSpring, Autopilot, EngageBay, VBOUT e Platformly
(G2 CROWD, 2019). A seguir, você vai conhecer melhor algumas ferramentas
de automação de marketing.
14 Automação de marketing

 HubSpot: é conhecida como uma das ferramentas de automação de


marketing mais completas para as grandes empresas. Seu preço é em
dólar e utiliza o idioma inglês. No Brasil, é pouco utilizada. Ela existe
desde 2006 e possui mais de 64,5 mil clientes em mais de 100 países.
Os benefícios dessa ferramenta são: CRM, estatísticas de resultados
em tempo real, relatórios personalizados, atendimento aos clientes,
segmentação com grande detalhamento, entre outros recursos.
 RD Station: é uma das ferramentas mais populares entre as empresas
brasileiras, pois foi desenvolvida no Brasil e tem mais foco em orga-
nizações de pequeno e médio porte. Ela executa o disparo automático
de e-mails, otimiza conteúdos para buscadores, desenvolve ações para
as mídias sociais e contatos, acompanha ações dos potenciais consu-
midores, entre outras funções. O preço mensal não é significativo.
 Mautic: é uma ferramenta gratuita que permite adaptações ou uso pa-
drão. Suas principais finalidades incluem relacionamento com potenciais
consumidores, desenvolvimento de campanhas de automação, ações e
monitoramento de mídias sociais e controles estatísticos.
 LeadLovers: é uma plataforma de automação que inclui hospedagem
de domínios, desenvolvimento de páginas personalizadas e mecanis-
mos de pagamento (PagSeguro e PayPal). O seu objetivo principal é
melhorar o relacionamento entre marca e consumidor para a empresa
vender mais na Web. A LeadLovers tem um preço mensal acessível a
empresas de pequeno porte.
 ActiveCampaign: é uma plataforma que desde 2003 auxilia as empresas
a automatizar a construção de experiências e conexões significativas
com seus consumidores. Suas ferramentas são fáceis de usar. Reúne
mais de 80 mil empresas que usam e-mail marketing, automação de
marketing e CRM.
 Klaviyo: é uma plataforma que permite construir relacionamentos com
os clientes de comércio eletrônico. Ela usa estratégias de e-mail e redes
sociais. É utilizada por mais de 18 mil empresas.
 Marketo: é uma empresa da Adobe e conta com uma plataforma de
engajamento que capacita profissionais de marketing a criar valor para a
marca, aumentar a receita e comprovar o impacto do uso da automação.
 Pardot: capacita as equipes de marketing e vendas a encontrar e alimen-
tar leads, fechar mais negócios e maximizar o retorno do investimento.
Oferece CRM, e-mail marketing, nutrição e pontuação de leads. Também
produz relatórios para gerar e qualificar leads, reduzir ciclos de vendas
e acompanhamento. Além disso, acompanha as interações com leads
Automação de marketing 15

em seu site — de downloads a visualizações de página — e avalia


possíveis clientes com base nos parâmetros definidos.
 SharpSpring: é uma plataforma de automação de marketing fácil de
usar, com recursos, funcionalidade e desempenho robustos. Oferece
flexibilidade, e-mail marketing baseado em comportamento, integração
de CRM nativo ou de terceiros, formulários dinâmicos, criadores de
páginas e blog. Gerencia mídias sociais com compatibilidade e inte-
gração de formulários.
 GetResponse: é uma plataforma que permite a expansão de pequenas
e médias empresas. Inclui e-mail marketing, automação de marketing,
landing pages, webinars, formulários, pesquisas e CRM. Possui mais
de 350 mil clientes em 182 países.
 Omnisend: oferece e-mail marketing e solução completa de automação
para comércio eletrônico (por e-mail, SMS, messenger do Facebook).
Sincroniza automaticamente o público das plataformas Google, Face-
book e Instagram para obter uma melhor experiência dos clientes e
maiores conversões. Possui mais de 40 mil clientes.
 Autopilot: é um software de automação de marketing para capturar e
converter novos leads, conectar-se com clientes e criar compradores
fiéis. Conecta ferramentas como Salesforce, Facebook, entre outras.
 Act-On: é uma ferramenta de automação de marketing que desde 2008
oferece aplicativos, e-mail marketing, rastreamento de visitantes de sites,
gerenciamento de leads e mídias sociais, relatórios e análises, além de
integrações com webinar e planejamento de eventos. Segmenta clientes
em categorias. No site, permite identificar os tipos de clientes visitantes,
suas atividades e o tempo gasto em diferentes conteúdos da página.

Lembre-se de que o principal objetivo dessas plataformas ou softwares é


a execução de campanhas de marketing bem-sucedidas. A ideia é promover
o interesse de internautas e usuários nos negócios da empresa, aumentar a
possibilidade de vendas e receitas, diminuir os custos de aquisição de clientes e
melhorar a retenção de consumidores. Diante disso, a automação de marketing
privilegia a atração de clientes que gerem tráfego e convertam esse tráfego em
oportunidades de negócios. Essa estratégia busca gerar receitas construindo
relações e experiências enriquecedoras com os clientes em diferentes canais
de marketing.
Em síntese, as empresas podem optar por diversos softwares e plataformas
para atuar com a automação de marketing. É possível combinar várias ações a
fim de obter melhores resultados. Como você viu, um software de automação
16 Automação de marketing

de marketing tem como objetivo central automatizar as atividades de marketing.


Ele também busca otimizar os processos e fluxos de marketing e medir os
resultados obtidos com as campanhas. De modo geral, as ferramentas, com
base no banco de dados, propiciam experiências de marketing personalizadas,
segmentadas, convenientes e oportunas para clientes potenciais e atuais.
É possível utilizar recursos automatizados como e-mail, malas diretas, geração
de potenciais consumidores, mídias sociais, publicidade digital, etc. A escolha
fica a critério das empresas, que devem combinar os recursos de tecnologia e
marketing digital com as ferramentas de automação de marketing.

Acesse o link a seguir para aprender mais sobre automação de marketing com Cordeiro
(2019), analista de marketing na Rock Content, empresa atuante na América Latina.

https://qrgo.page.link/QHzW7

ADAMS, J. et al. Forrester data: marketing automation tecnology forecast, 2017 to 2023.
In: FORRESTER. [S. l.: s. n.], 2018. Disponível em: https://www.forrester.com/report/
Forrester+Data+Marketing+Automation+Technology+Forecast+2017+To+2023+Glo
bal/-/E-RES143159. Acesso em: 7 nov. 2019.
BUCKLIN, R.; LEHMANN, D.; LITTLE, J. From decision support to decision automation: a
2020 vision. Marketing Letters, v. 9, n. 3, 1998. Disponível em: https://link.springer.com/
article/10.1023/A:1008047504898. Acesso em: 7 nov. 2019.
CORDEIRO, M. Automação de marketing: tudo que você precisa saber. In: ROCKCON-
TENT. [S. l.: s. n.], 2019. Disponível em: https://rockcontent.com/blog/automacao-de-
-marketing/. Acesso em: 7 nov. 2019.
G2 CROWD. Best marketing automation software. [S. l.: s. n.], 2019. Disponível em: https://
www.g2.com/categories/marketing-automation. Acesso em: 7 nov. 2019.
Automação de marketing 17

HANNIG, U. Was ist marketing automation. [S. l.: s. n., 2016]. Disponível em: https://imis.
de/portal/load/fid816191/Was%20ist%20Marketing%20Automation.pdf. Acesso em:
7 nov. 2019.
HEIMBACH, I.; KOSTYRA, D.; HINZ, O. Marketing automation. Business & Information
Systems Engineering, v. 57, n. 2, 2015. Disponível em: https://link.springer.com/content/
pdf/10.1007%2Fs12599-015-0370-8.pdf. Acesso em: 7 nov. 2019.
HELLER, D. Web analytics: functions, KPIs and reports in SMEs - a usage framework and
guidelines. 2016. 108 f. Tese. University of Koblenz-Landau, Koblenz, 2016. Disponível
em: https://kola.opus.hbz-nrw.de/opus45-kola/frontdoor/deliver/index/docId/1295/
file/BachelorThesisDominikHeller.pdf. Acesso em: 7 nov. 2019.
JÄRVINEN, J.; TAIMINEN, H. Harnessing marketing automation for B2B content marketing.
Industrial Marketing Management, v. 54, 2015. Disponível em: https://www.sciencedirect.
com/science/article/abs/pii/S0019850115300018. Acesso em: 22 out. 2019.
KOTLER, P. Administração de marketing. São Paulo: Atlas, 2009.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0: do tradicional ao digital. Rio de
Janeiro: Sextante, 2016.
LITTLE, J. D. C. Marketing automation on the internet: steps toward formulating the
challenge. In: INVITATIONAL CHOICE SYMPOSIUM, 5., 2001. Proceedings [...]. Califórnia,
2001. Disponível em: https://www.andrew.cmu.edu/user/alm3/presentations/choi-
cesymposium2001/little.pdf. Acesso em: 7 nov. 2019.
LONGO, W. Marketing e comunicação da era pós-digital: as regras mudaram. São Paulo:
HSM, 2014.
MAUTIC. Automação de marketing. [S. l.: s. n.], 2015. Disponível em: https://br.mautic.
org. Acesso em: 7 nov. 2019.
MOREIRA, S. P.; CHIARETO, J. Automação de marketing como ferramenta estratégica
de vendas: um estudo de caso da Great Place to Work Brasil. Revista Liceu On-line, v.
6, n. 2, jul./dez. 2016. Disponível em: https://liceu.fecap.br/LICEU_ON-LINE/article/
view/1745. Acesso em: 7 nov. 2019.
NOTARI, C. Inbound marketing e automação de marketing: a verdade nua e crua. São
Paulo: Indiga, 2014.
OGDEN, J. R.; CRESCITELLI, E. Comunicação integrada de marketing: conceitos, técnicas
e práticas. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2007.
PEPE, C. G. E. O marketing na era digital: classificação e aplicação das ferramentas mo-
dernas para o relacionamento com o consumidor. 2017. 102 f. Dissertação (Mestrado)
- Engenharia de Produção, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
18 Automação de marketing

Disponível em: http://www.producao.ufrj.br/index.php/br/teses-e-dissertacoes/teses-


-e-dissertacoes/mestrado/2017-1/223--192/file. Acesso em: 7 nov. 2019.
PEREIRA, A. Os processos de automação de marketing. In: ADMINISTRADORES.COM.
[S. l.: s. n.], 2019. Disponível em: https://administradores.com.br/artigos/os-processos-
-de-automacao-de-marketing. Acesso em: 7 nov. 2019.
RAE, T. The effect of marketing automation on customer experience. Tese . Aalto Uni-
versity, School of Business Marketing, Finlândia, 2016. Disponível em: https://
aaltodoc.aalto.fi/bitstream/handle/123456789/27676/bachelor_Rae_Tiia_2017.
pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 7 nov. 2019.
RD STATION. A ferramenta tudo em um para gerenciar e automatizar suas ações de ma-
rketing digital. Florianópolis: RD Station, 2019. Disponível em: https://www.rdstation.
com/. Acesso em: 7 nov. 2019.
RESULTADOS DIGITAIS. O guia definitivo do e-mail marketing. [S. l.: s. n.], 2019. Disponível
em: https://s3.amazonaws.com/rd-marketing-objects/ebook_email-marketing/guia-
-definitivo-email-marketing.pdf. Acesso em: 7 nov. 2019.
SERRATINE, K.; BEHLING, H. P. As estratégias de comunicação online e o comportamento
de compra do cliente: um estudo de caso da Resultados Digitais. In: CONGRESSO
INTERNACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DA ESPM, 11., SIMPÓSIO INTERNACIONAL AD-
MINISTRAÇÃO E MARKETING, 11., 2016. Anais [...]. Disponível em: http://ocs.espm.br/
index.php/simposio2016/C2016/paper/view/167. Acesso em: 7 nov. 2019.
VAZ, C. A. Os 8 Ps do marketing digital: o guia estratégico de marketing digital. São
Paulo: Novatec, 2011.
WOOD, C. Marketing automation: lessons learnt so far. Journal of Direct, Data and
Digital Marketing Practice, v. 16, n.4, p. 251-254, 2015.
HUBSPOT. Automação de marketing e de conteúdo: como preparar a sua agência para
escalar. 2015a. Disponível em: <https://br.hubspot.com/blog/marketing/automacao-
-de-marketing-conteudo-para-sua-agencia-escalar>. Acesso em: 20 out. 2019.
HUBSPOT. What is marketing automation? 2015b. Disponível em: <https://www.hubspot.
com/marketing-automation-information>. Acesso em: 22 out. 2019.

Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
MARKETING
DIGITAL

Susana Elisabeth Neumann


Motores de busca
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Definir motores de busca.


 Identificar a importância dos motores de busca para uma estratégia
de marketing digital.
 Reconhecer o papel dos motores de busca em relação à experiência
do usuário.

Introdução
Hoje, o ser humano utiliza as ferramentas disponíveis no complexo mundo
on-line para obter em tempo real respostas às suas necessidades e aos
desafios do cotidiano. Entretanto, quanto mais aumenta o conteúdo dis-
ponível no ambiente digital, maior é a dificuldade de buscar informações.
Diante disso, os motores de busca auxiliam os usuários, melhorando a
sua experiência e tornando determinados sites mais visíveis.
De acordo com Enge et al. (2012), as buscas são um fenômeno global.
Há mais de 20 anos, encontrar respostas para determinadas questões
exigiria do usuário muita paciência e pesquisa em bibliotecas, mas hoje
a demanda é suprida em questão de segundos. Assim, no marketing
digital, os motores de busca são ferramentas essenciais para propiciar
maior visibilidade aos negócios no ambiente on-line.
Neste capítulo, você vai estudar as principais definições de motores
de busca, verificando a importância deles como estratégia de marketing
digital. Além disso, você vai ver qual é o papel dos motores de busca
nas experiências dos usuários contemporâneos, que exigem rapidez,
praticidade e eficiência.
2 Motores de busca

O que são motores de busca?


Nos últimos anos, a internet se popularizou muito. Isso se deve especialmente
à facilidade com que os usuários encontram informações com assertividade
nos motores de busca, ferramentas surgidas na década de 1990. Em 1994, o
Yahoo foi o motor de busca pioneiro na Web; em 1998, iniciou-se a trajetória
do Google, considerado hoje o maior, mais utilizado e mais difundido motor
de busca (GABRIEL, 2010; COMSCORE, 2016). Na década de 1990, também
surgiram o Altavista e o Lycos. Nas décadas seguintes, outros motores de busca
vieram e desapareceram gradativamente; alguns deles se mantêm com uma
pequena fatia de mercado até hoje. Os primeiros softwares automatizados eram
chamados de web crawlers, expressão em inglês que significa “rastreadores
da Web”. Porém, os motores de busca também podem usar o processo de
indexação e busca; atualmente, muitos possuem recursos mais tecnológicos.
De acordo com Gabriel (2010), a busca de termos nos ambientes digitais
on-line é realizada por meio de mecanismos de busca (em inglês, search
engines), que também são conhecidos como buscadores, motores de busca ou
motores de pesquisa. Os buscadores têm a importante missão de aproximar
potenciais consumidores dos negócios e do fechamento de vendas, constituindo
estratégias de marketing digital de baixo custo para as empresas. Assim, a
otimização de sites para mecanismos de busca (Search Engine Optimization
— SEO) é um conjunto de técnicas e estratégias que tem como objetivo tornar
mais visíveis em mecanismos de busca os sites com processo de indexação e
posicionamento. Isso é essencial para que os negócios possam ter tráfego de
usuários, gerar leads (potenciais clientes) e, por fim, vender.
Como você viu, há diversos motores de busca no mercado. Aqui, você vai
conhecer detalhes sobre o Google, líder absoluto do setor. Ele tem como base
a busca orgânica, e o resultado orgânico e natural é uma relação de sites. Ela é
ordenada com os critérios da ferramenta de busca e geralmente possui muitas
páginas (TORRES, 2009). Essa relação se constrói por meio da aplicação da
ferramenta de marketing de busca, que, segundo o Google, valoriza sites bem
desenvolvidos, indicação de links externos e bom conteúdo relacionado ao
negócio, com quantidade e qualidade significativas. Isso tudo é fundamental
para ser bem posicionado pelo motor de busca. Diante disso, os motores de
busca, principalmente o Google, começaram a praticar o gerenciamento da
publicidade on-line, que, com uma ideia simples e inovadora, transformou-se
em um fenômeno rentável de negócios on-line (TORRES, 2009).
O Google atualiza constantemente a fórmula de otimização de sites, então
pode ser que o nome de uma empresa apareça na primeira página em um dia,
Motores de busca 3

mas não no dia seguinte. Gabriel (2010) destaca que os buscadores têm como
objetivo fornecer a melhor informação ao usuário por meio de mecanismos de
busca que utilizam algoritmos em bases indexáveis. Os critérios de filtragem
dependem da avaliação do motor de busca e são feitos por um robô. Assim, os
buscadores podem incluir ou não uma empresa em seus filtros. Por exemplo,
se uma papelaria do seu bairro não estiver na Web ou possuir pouco conteúdo
em seu site, o motor de busca não lembrará que ela existe no mercado.
Em casos como o dessa suposta papelaria, a empresa deve utilizar as
técnicas do marketing de busca, que têm como objetivo aperfeiçoar, otimizar
e ajustar as informações de um site para que ele seja rapidamente encontrado
pelos buscadores. Para isso, o marketing de conteúdo é fundamental (TORRES,
2009). Os motores de busca, portanto, têm importância significativa para os
usuários, pois oferecem disponibilidade, conveniência e facilidade de uso. Em
qualquer necessidade, o usuário procura palavras-chave no motor de busca
e geralmente encontra as informações de que precisa. Caso a empresa não
apareça na lista de resultados, o usuário opta pelas demais alternativas. Ou
seja, os buscadores possuem o poder de mediar as escolhas no mundo digital,
excluindo algumas empresas que existem no mundo real por elas não se en-
quadrarem em seus filtros. Desse modo, os motores de busca têm relevância,
influência e poder na Web: eles podem determinar as escolhas dos usuários.
No ambiente on-line, as pesquisas são feitas por meio de mecanismos de
busca automatizados, processados por um sistema que recupera ou busca
informações armazenadas em ambientes computacionais. Geralmente, os
motores de busca têm sua própria base de dados. Ao pesquisar no Google,
por exemplo, você não está pesquisando na Web, mas no índice do Google
da Web, que utiliza softwares chamados indexadores (ou spiders, em inglês,
termo que significa “aranhas”), que seguem vários links para a montagem dos
resultados (CORREA; WARPECHOWSKI; PINTO, 2014). Desse modo, no
marketing digital, os mecanismos de busca são ferramentas essenciais para
melhorar a visibilidade de marcas, produtos ou serviços em tempo real em
meio ao ambiente digital on-line complexo e ao volume gigantesco de infor-
mações (GABRIEL, 2010). Em outras palavras, sem tráfego nas páginas da
Web, é difícil que a empresa gere potenciais clientes ou vendas. Para vender,
a empresa precisa ter tráfego frequente em seu site e estar com sua página
bem posicionada nos resultados das buscas, destacando palavras-chave em
títulos, deixando termos em negrito, entre outras técnicas.
Os motores de busca utilizam um software ou robô que analisa geralmente
a primeira página de cada site por meio do seu endereço (Uniform Resource
Locator — URL) (TORRES, 2009). Ao encontrar a correspondência para
4 Motores de busca

outras páginas por meio de links, o software as inclui na varredura e registra as


informações no banco de dados da ferramenta de busca, criando uma enorme
biblioteca de palavras-chave. No momento em que o usuário digita uma ou
mais palavras no motor de busca, ele realiza uma pesquisa que é direcionada
para esse banco de dados e exige o resultado. Torres (2009) esclarece que o
motor de busca utiliza critérios para ordenar a lista, porém os 10 primeiros
serão “premiados”, ou seja, serão provavelmente os que o internauta acionará.
O tráfego dos mecanismos de busca pode trazer resultados para páginas,
sites e blogs, por exemplo, como você pode ver na Figura 1. Vaz (2011) esclarece
que o maior motor de busca do mundo, o Google, reúne todas as informações
da Web em seus bancos de dados. Nesse contexto, é inquestionável que as
empresas devem investir em marketing digital por meio dos motores de busca,
pois eles são largamente utilizados pelos usuários e seu sucesso é indiscutível.
Um total de 91% das pessoas pesquisadas no estudo da Pew Research (2012)
afirmaram que sempre ou na maioria das vezes encontram as informações que
procuram quando usam mecanismos de pesquisa. O estudo também revelou
que 86% dos usuários aprenderam algo novo ou importante ao utilizar os
motores de busca.

Figura 1. Ferramentas do marketing digital rastreadas pelos motores de busca.


Fonte: Adaptada de Gabriel (2010).
Motores de busca 5

Portanto, os motores de busca possuem grande importância para os usuários,


além de terem poder e influência para determinar as escolhas dos internautas.
Logo, as empresas devem investir em técnicas e ferramentas de marketing
digital para melhorar a sua visibilidade on-line e fazer parte da seleção dos
motores de busca. Para isso, elas precisam melhorar as informações em suas
páginas digitais, sites, blogs, redes sociais, etc.
Uma forte tendência é que os motores de busca aperfeiçoem cada vez mais
a personalização dos resultados com base no comportamento dos usuários na
Web, no histórico de dados do internauta e nas informações de buscas anterio-
res. Ou seja, se dois usuários diferentes pesquisarem a mesma palavra-chave
no Google, por exemplo, pode haver resultados diferentes e personalizados
para aumentar a relevância das informações para cada um deles. Isso exige
a adoção de estratégias de marketing digital diferenciadas pelas empresas.

Ao efetuar uma pesquisa nos motores de busca, é importante estar atento, pois bus-
cadores especializados podem oferecer informações mais precisas e relevantes. Além
disso, alguns sites, por serem mais especializados, oferecem mais segurança e precisão
em seus resultados. Para conferir mais dicas, acesse o link a seguir.

https://qrgo.page.link/j5VUw

Motores de busca como estratégia


A expressão “marketing digital” designa o uso de uma tecnologia digital no
composto de marketing — produto, preço, praça ou promoção (GABRIEL, 2010).
Torres (2009) acrescenta que o marketing digital é a utilização da internet como
ferramenta de marketing. Por sua vez, Ogden e Cescitelli (2007, p. 101) comentam
que o objetivo do marketing digital é utilizar a Web para realizar um novo tipo de
comunicação e de relacionamento com os consumidores, designado “[...] marketing
interativo, no qual o relacionamento é bidirecional, isto é, o consumidor não é
passivo, mas sim ativo ao longo do processo”. Em síntese, o marketing digital
possui como principais características a flexibilidade, a rapidez e o baixo custo,
sendo a internet o meio usual de divulgação (OGDEN; CRESCITELLI, 2007).
6 Motores de busca

Os motores de busca transformaram substancialmente o modo como o


mercado atua com as informações. Eles funcionam por meio de mecanismos
de localização de palavras-chave nas bases de dados e nos documentos da Web,
como você pode ver na Figura 2. Assim, os motores de busca são importantes
estratégias de marketing digital para as empresas, que precisam descrever seu
negócio em sites e blogs com as palavras-chave mais relevantes e investir em
links externos relacionados à sua área de negócio. Se a empresa desejar aparecer
na primeira página do motor de busca, pode ser necessário pagar pelo anúncio.

Figura 2. Funcionamento básico dos motores de busca.

Os principais tipos de buscadores, conforme a Figura 2, classificam-se em


globais e verticais. Os buscadores globais pesquisam as bases de dados na Web e
desenvolvem a sua própria base. Eles são largamente utilizados. Como exemplos,
considere o Google e o Yahoo. Já os buscadores verticais são especializados e
procuram informações em bases próprias. No geral, esses buscadores são focados
em algum tema ou possuem acesso restrito. Por exemplo, existem buscadores
especializados em educação, como Google Acadêmico, ou buscadores de preço,
como Buscapé ou Bondfaro. Existem também motores de busca privados para
as empresas, por exemplo, que possuem acesso restrito.
Os motores de busca podem extrair dados da rede pública da Web ou de
bancos de dados e diretórios com acesso permitido e aberto. Atualmente, os
Motores de busca 7

motores de busca utilizam tecnologias avançadas em seus softwares e pos-


suem recursos como a tradução simultânea para o idioma nativo do usuário.
O usuário digita as palavras-chave ou a frase que deseja nos motores de busca
e instantaneamente recebe diversos resultados gerados por meio dos programas
ou softwares de gerenciamento dos buscadores, que analisam e vasculham o
ambiente virtual com acesso permitido e apresentam várias páginas de resulta-
dos. Enge et al. (2012) mencionam alguns critérios que a empresa deve adotar
ao desenvolver o seu site ou outras ferramentas de marketing digital. Veja:

 usar as palavras-chave do negócio no título da página;


 postar textos-âncora nos links de entrada (links externos de outros sites)
com palavras-chave;
 identificar a autoridade global dos links do site;
 utilizar palavras-chave importantes para o buscador nos links de entrada;
 utilizar as palavras-chave dos links do site relevantes na comunidade
de tópicos;

Os motores de busca cobram taxas de empresas para a geração de publi-


cidade, ou ainda alguns negócios pagam para estar nas primeiras páginas
de pesquisa. Essas são algumas boas estratégias de marketing digital para
organizações que procuram crescer e aumentar o seu faturamento. Além
disso, o tráfego nas páginas é fundamental para atrair potenciais clientes e
gerar vendas. De acordo com Turban e King (2004), o comportamento do
consumidor é ativado por estímulos que influenciam o processo de decisão
de consumo. Logo, muitas empresas patrocinam ou pagam os motores de
busca para terem evidência aos olhos do usuário, como mostra o exemplo da
Figura 3, em que a palavra “Anúncio” aparece ao lado do link da empresa. Ao
anunciar, as empresas geram receitas para os motores de busca (VAZ, 2011).

Figura 3. Anúncios pagos nos motores de busca.


8 Motores de busca

A segmentação por necessidade e a associação de demandas apresentadas


em tempo real, aliadas à publicidade, proporcionaram um vasto império ao
principal buscador do mundo. No entanto, existem diversos motores de busca
disponíveis no mercado, cada um com uma proposta específica. Na Rússia e
na China, por exemplo, o Google não é o motor de busca dominante. Por isso,
ao pensarem em marketing digital, as empresas podem ter um leque diverso
de opções para realizar a publicidade. Elas devem observar, no entanto, a
posição do motor de busca, bem como os seus objetivos e o seu foco enquanto
organização. A seguir, veja algumas opções de motores de busca.

 Google: buscador mais utilizado no mundo, com base de dados própria


em vários segmentos.
 Bing: buscador da Microsoft e o segundo mais usado no mundo.
 Yahoo: buscador popular, especializado em pesquisas de imagens.
 Ask: buscador similar ao Google, com opção de troca de informações
entre usuários.
 Zanran: buscador de dados estatísticos.
 Google Acadêmico: buscador de trabalhos acadêmicos.
 Mercado Livre: buscador de produtos com ranking de preços.
 Ecosia: buscador ecológico.
 Kompass: buscador de empresas business-to-business (B2B) no mundo.
 Facebook: buscador de rede social.
 LinkedIn: buscador de rede social para profissionais.
 Pinterest: buscador de imagens.

Como você viu, os motores de busca são importantes estratégias de ma-


rketing digital para os negócios. A empresa deve considerar os acessos dos
usuários nos buscadores e a reputação dos motores de busca. Uma pesquisa
da Comscore (2016), líder em análise e medição do mundo digital, informou
que nos Estados Unidos o Google é o buscador líder absoluto, com 64% de
participação de mercado, seguido pelo Bing, com 21,4%, e pelo Yahoo, com
12,2%. Após, a Ask Network possui 1,6% das buscas, e a AOL Inc., 0,9%.
Entretanto, essa é uma realidade americana. Por isso, é importante analisar o
tipo de negócio da empresa e escolher as melhores estratégias em motores de
busca, aliando-as às melhores alternativas no marketing digital.
Motores de busca 9

Você pode aprofundar os seus estudos acessando as informações de Vinhaes (2018),


que apresenta conceitos, exemplos, tipos e diferenças entre os motores de busca,
além de discorrer sobre os metamotores. Confira no link a seguir.

https://qrgo.page.link/V1WjS

Os motores de busca e os usuários da Web


Longo (2014) afirma que a presença da tecnologia é tão ampla e frequente que
não há fronteiras entre o mundo digital e o mundo real. Nesse contexto, os
comportamentos dos usuários mudam de forma acelerada, pois as experiências
estão sendo ampliadas de muitas maneiras diferentes. Além disso, um negócio
promissor pode desaparecer em pouco tempo, o que sugere que é preciso
estar em constante planejamento, antecipando tendências e comportamentos
dos usuários. Os profissionais de marketing digital, portanto, necessitam dar
atenção especial ao ambiente digital on-line, pois marcas, comportamentos,
relações, produtos e negócios podem surgir e desaparecer rapidamente.
Com o advento da internet, as dinâmicas do mercado mudaram para os
negócios e para os consumidores. Surgiram milhões de nichos, o que signi-
fica que se alteraram significativamente as estratégias das empresas quanto à
comercialização de produtos e serviços. Ou seja, existe uma nova espécie de
consumidor emergindo, com grande tendência à conectividade e à mobilidade
(KOTLER; KARTAJAYA, SETIAWAN, 2016). Para o consumidor, há diversas
possibilidades e alternativas, o que empodera os motores de busca para direcionar
os usuários para as marcas selecionadas de acordo com seus critérios. Além disso,
os usuários podem emitir opiniões sobre produtos, serviços, marcas e empresas
em qualquer parte do mundo. Tais comentários podem ser rastreados facilmente
por outros internautas para auxiliá-los na tomada de decisão de compra.
10 Motores de busca

O Google, motor de busca mais usado no mundo, possui uma empresa específica para
gerenciar anúncios patrocinados, a Google Adwords. Ela gera grande parte da receita
da gigante digital. Quando o usuário faz uma pesquisa no Google, pode identificar os
resultados pagos, pois ao lado deles aparece a palavra “Anúncio”. No Google, geral-
mente, os primeiros itens da lista de resultados são anúncios. Para entender melhor
como isso funciona, acesse o Google e pesquise a palavra “carros”, por exemplo. Você vai
ver a relação de empresas com anúncios pagos logo na primeira página de resultados.

Um estudo realizado por Fallows (2008) demonstra que a busca de informações


é a segunda atividade mais popular na Web e que vem aumentando constantemente.
Já o estudo de uso do mecanismo de pesquisa realizado pela Pew Research (2012)
informa que os usuários on-line estão muito satisfeitos com o desempenho dos
mecanismos de busca. Contudo, eles têm opiniões negativas sobre resultados
de pesquisa muito personalizados que possam coletar informações pessoais de
acessos realizados ou gerar publicidade direcionada (73% consideram isso inva-
são de privacidade). Na pesquisa, 65% dos usuários responderam ser ruim que
o mecanismo colete suas buscas para fazer classificações de resultados futuros.
Entretanto, no estudo realizado pela Pew Research (2012), embora grande
parte dos internautas afirmem não suportar pesquisas ou anúncios direcionados
com publicidade, eles relatam experiências muito positivas quando se trata da
qualidade das informações que a pesquisa fornece. Além disso, afirmam ter
tido mais experiências positivas do que negativas usando a pesquisa por meio de
motores de busca. Os resultados evidenciam que 91% dos internautas adultos que
navegam na Web utilizam os motores de busca para encontrar informações, o que
indica um número elevado de usuários que exploram a Web e podem ser alvos do
marketing digital, que precisa ser explorado com cuidado e atenção pelas empresas.
Geralmente, os usuários fazem buscas por segmentos de mercado categorizados,
como diretórios, entretenimento, lojas, serviços, bate-papos, comunidades, viagens,
saúde, informações/notícias, esportes, entre outros (ENGE et al., 2012).
Um dado muito interessante é referente ao modo como os usuários brasilei-
ros acessam a Web. O smartphone é muito utilizado no Brasil; os brasileiros
foram os maiores consumidores de aparelhos celulares no mundo em 2015
(COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL, 2016). A mesma pesquisa
informa que, em 2015, 58% da população brasileira com mais de 10 anos
utilizava a internet. Dessa fatia da população, 89% realizava o acesso por
Motores de busca 11

smartphones. Em 2014, 76% dos brasileiros acessaram a Web pelo telefone


celular, evidenciando um crescimento gradativo (COMITÊ GESTOR DA
INTERNET NO BRASIL, 2016). Esses dados mostram como é importante
que as empresas brasileiras estejam atentas aos usuários de smartphones.
Além disso, é interessante que as campanhas de marketing digital levem
em conta a afirmação de Kotler, Kartajaya e Setiawan (2016): se anteriormente
os consumidores eram facilmente influenciados por campanhas de marketing,
pesquisas recentes demonstram que a maioria dos usuários acredita mais nas
opiniões da família e de contatos em redes sociais do que naquelas advindas
da publicidade e de especialistas. Isso sugere que motores de busca podem
rastrear essas informações para ter maior assertividade no direcionamento de
informações. A pesquisa também informa outros indicadores importantes,
como você pode ver na Figura 4 (PEW RESEARCH, 2012).

Figura 4. Resultados de pesquisa sobre motores de busca.


Fonte: Pew Research (2012, documento on-line).

Os motores de busca são importantes ferramentas de pesquisa para os usuários


na Web. Entretanto, se os buscadores mantêm um histórico das pesquisas, coletando
dados pessoais e utilizando-os para oferta de publicidade futura, os internautas
se sentem invadidos e expostos. Ainda existem debates sobre as políticas de
privacidade na Web, a coleta de informações pessoais on-line e a publicidade
direcionada aos usuários por meio dos motores de busca. Porém, os usuários não
12 Motores de busca

sabem como é o processo de rastreamento de suas informações pessoais nem como


são determinados os anúncios direcionados que recebem. Veja outras descobertas
interessantes sobre os motores de busca (PEW RESEARCH, 2012):

 83% dos internautas declaram que o Google é o motor de busca utilizado


com mais frequência;
 52% dos pesquisados afirmam que os resultados das suas buscas se
tornaram mais úteis e relevantes com o tempo;
 56% dos usuários pesquisados dizem estar muito confiantes em suas
habilidades de pesquisa;
 usuários mais jovens (de 18 a 29 anos) tendem a ver a prática de coleta
de dados pessoais pelos motores de busca de forma mais favorável do
que os usuários mais antigos.

O Google, segundo a Pew Research (2012), possui uma política que permite a
coleta de dados do usuário sobre seu comportamento on-line em diferentes fontes,
incluindo seu mecanismo de pesquisa, sites de redes sociais do Google+, sites de
compartilhamento de vídeos do YouTube e Gmail. Isso facilita o desenho de um
perfil de usuário para a publicidade de produtos específicos. Posteriormente, os
perfis são utilizados pelos profissionais de marketing para atrair pessoas com maior
probabilidade de venda e engajamento. Nesse cenário, a nova geração usa com mais
naturalidade as novidades na tecnologia, além de estar mais aberta à mudança do
que a geração mais antiga. Isso indica que as experiências dos usuários com os
mecanismos de busca e na Web ainda se alterarão muito nos próximos anos. O
Google, por exemplo, está se aprofundando em inteligência artificial (ANSA, 2018).
Na era digital, segundo Longo (2014), a Web respondia aos estímulos que
recebia, sendo, portanto, reativa. A atual era pós-digital é caracterizada, por
exemplo, pelos arquivos nas nuvens e pelo uso massivo de aplicativos em smar-
tphones (em vez de programas de computador). O consumidor, anteriormente,
podia ajudar de forma limitada. Atualmente, a participação dos usuários é ativa
e contribui para a melhoria da produção de conteúdo e de informações. Por
exemplo, no Waze, os usuários contribuem com sinalizações e informações
de tráfego. Assim, na era pós-digital, a internet, espaço que abriga os motores
de busca, se antecipa e sugere informações com base nas necessidades dos
consumidores, de acordo com informações pessoais e hábitos colhidos em
suas experiências de navegação na Web, seja para brincar, trabalhar, publicar
ou comprar. Portanto, os negócios bem-sucedidos necessariamente precisam
direcionar o tráfego de usuários e marcar presença no complexo universo da
Web, fazendo uso estratégico dos motores de busca.
Motores de busca 13

ANSA. O mais popular motor de busca da web faz 20 anos. Diário do Comércio, set.
2018. Disponível em: https://dcomercio.com.br/categoria/tecnologia/o-mais-popular-
-motor-de-busca-da-web-faz-20-anos. Acesso em: 7 nov. 2019.
COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL. TIC domicílios 2015: pesquisa sobre o uso
das tecnologias de informação e comunicação nos domicílios brasileiros. 11. ed. São
Paulo: CGI Brasil, 2016. Disponível em: http://www.cetic.br/publicacao/pesquisa-sobre-
-o-uso-das-tecnologias-de-informacao-e-comunicacao-nos-domicilios-brasileiros-tic-
-domicilios-2015/. Acesso em: 7 nov. 2019.
COMSCORE. Comscore releases february 2016 U.S. desktop search engine rankings. 2016.
Disponível em: https://www.comscore.com/Insights/Rankings/comScore-Releases-
-February-2016-US-Desktop-Search-Engine-Rankings. Acesso em: 7 nov. 2019.
CORREA, A.; WARPECHOWSKI, M; PINTO, A.S. O uso dos motores de busca na Internet:
como se configuram as pesquisas de conteúdo na Web para a produção de trabalhos
educacionais. In: CBIE, 3.; WIE, 20., 2014. Anais [...]. Dourados, 2014. Disponível em: https://
www.br-ie.org/pub/index.php/wie/article/download/3119/2627. Acesso em: 7 nov. 2019.
ENGE, E. et al. A arte de SEO. São Paulo: Novatec, 2012.
FALLOWS, D. Search engine use. [S. l.: s. n.], 2008. Disponível em: https://www.pewinternet.
org/2008/08/06/search-engine-use/. Acesso em: 7 nov. 2019.
GABRIEL, M. Marketing na era digital: conceitos, plataformas e estratégias. São Paulo:
Novatec, 2010.
GOOGLE. Pesquisa no motor de busca. 2019. Disponível em: https://www.google.com/
search?q=anuncio+pago. Acesso em: 7 nov. 2019.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0: do tradicional ao digital. Rio de
Janeiro: Sextante, 2016.
LONGO, W. Marketing e comunicação da era pós-digital: as regras mudaram. São Paulo:
HSM, 2014.
OGDEN, J. R.; CRESCITELLI, E. Comunicação integrada de marketing: conceitos, técnicas
e práticas. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2007.
PEW RESEARCH. Search engine use 2012. Washington: [S. n.], 2012. Disponível em: https://
www.pewinternet.org/2012/03/09/search-engine-use-2012-2/. Acesso em: 7 nov. 2019.
TORRES, C. A bíblia do marketing digital: tudo o que você queria saber sobre marketing
e publicidade na internet e não tinha a quem perguntar. São Paulo: Novatec, 2009.
TURBAN, E.; KING, D. Comércio eletrônico estratégia e gestão. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
14 Motores de busca

VAZ, C. A. Os 8 Ps do marketing digital: o guia estratégico de marketing digital. São


Paulo: Novatec, 2011.
VINHAES, A. Busca de informação na internet. Brasília: IBICT, 2018. Disponível em: https://
www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/29583/2/va_Vinhaes_Augusto_ICICT_2018.pdf.
Acesso em: 7 nov. 2019.

Leitura recomendada
OS 8 MELHORES buscadores acadêmicos. In: UNIVERSIA. [S. l.: s. n.], 2018. Disponível em:
https://noticias.universia.com.br/educacao/noticia/2018/11/13/1162675/8-melhores-
-buscadores-academicos.html. Acesso em: 7 nov. 2019.

Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
MARKETING
DIGITAL

Anya Révillion
Redes sociais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Definir redes sociais.


 Identificar os elementos que compõem as redes sociais.
 Correlacionar marketing e redes sociais.

Introdução
Neste capítulo, você vai conhecer algumas definições de redes sociais
e compreender a diferença entre os conceitos de rede social e de mídia
social. Você também vai conhecer dados e estatísticas sobre o compor-
tamento do brasileiro em relação às redes sociais e as principais carac-
terísticas de algumas dessas redes. Por fim, vai compreender o que é
Social Media Marketing (SMM), assim como as principais diferenças entre
as mídias de massa e as mídias sociais.

Definição
Uma rede social pode ser definida como uma estrutura social composta por pessoas
ou empresas, conectados por diversos interesses, sejam eles por amizade, afinidade,
financeiro, crenças, entre outros (GABRIEL, 2010, p. 196). Essencialmente, as redes
sociais têm a ver com o relacionamento entre pessoas, e não com tecnologias e
computadores. A base das redes sociais é a comunicação, sendo que as tecnologias
são elementos catalisadores que facilitam as interações e o compartilhamento
entre os usuários. O que possibilitou o desenvolvimento das redes sociais nas
plataformas que você conhece hoje foi a interatividade da Web 2.0, proporcionada
pela disseminação da banda larga em grande escala e pela queda no custo de
aquisição dos dispositivos de acesso (computadores, notebooks e smartphones).
Recuero (2009) define uma rede social como um conjunto de dois elementos:
atores (pessoas, instituições ou grupos, os nós da rede) e suas conexões (interações
ou laços sociais). Nesse contexto, a construção da identidade de um ator social é
2 Redes sociais

feita, por exemplo, para expressar elementos de sua personalidade ou individuali-


dade. A autora acrescenta que as redes sociais são compostas por pessoas. São elas
que fazem uma rede social ser interativa ou ser uma rede de troca de informação.

Você pode conhecer as mais de 250 redes sociais disponíveis no mundo acessando
o site da Social Media List, disponível no link a seguir.

https://qrgo.page.link/BSqVt

Para Recuero (2009, p. 89), existem quatro valores que embasam a atuação
dos atores nas redes sociais. Veja a seguir.

Popularidade: está diretamente ligada à audiência, que por sua vez também
é facilitada nas redes sociais na internet. Por meio da internet, a audiência
pode ser medida pelo número de visitas a um perfil, por exemplo.
Visibilidade: a presença nas redes sociais permite que os atores estejam
sempre visíveis para compartilhamento e interação.
Reputação: é a percepção de alguém construída pelos demais atores, isto é,
a impressão que as outras pessoas têm sobre certo indivíduo.
Autoridade: é o poder de influência de um usuário na rede social. É a medida
da influência efetiva de um ator social com relação à sua rede, juntamente à
percepção dos demais usuários a respeito da reputação dele.

Mas qual é a diferença entre rede social e mídia social? Se, por um lado,
redes sociais reúnem pessoas conectadas em função de um interesse comum,
mídias sociais associam conteúdos (texto, imagem, vídeo) gerados e compar-
tilhados pelas pessoas nas redes sociais. Em outras palavras, uma rede social
é um site em que uma pessoa pode se conectar com outras pessoas ou grupos
de pessoas por meio de um perfil. A proposta principal da rede social é a
interação entre as pessoas. Kaplan e Haenlein (2010, p. 61) definem mídias
sociais como “[...] um grupo de aplicações para internet construído com base
nos fundamentos ideológicos e tecnológicos da Web 2.0, permitindo a criação
e compartilhamento de conteúdo gerado pelo usuário”.
Dessa forma, tanto no caso das redes sociais quanto no das mídias
sociais, a tecnologia apenas facilita e favorece a interação das pessoas,
Redes sociais 3

assim como a criação e o compartilhamento de conteúdos. Veja o que afirma


Gabriel (2010, p. 202):

Os sites de redes sociais, como o Facebook, por exemplo, são plataformas que
possibilitam, facilitam e potencializam a conexão de pessoas com outras pessoas,
ampliando o alcance das redes sociais pessoais, e ferramentas de armazenamento e
compartilhamento que alavancam o volume de mídias sociais criadas pelas pessoas.

Na Figura 1, a seguir, veja a penetração da internet, dos dispositivos mobile


e das mídias sociais no Brasil.

Figura 1. Usuários de internet e de mídias sociais no Brasil em janeiro de 2019.


Fonte: Adaptada de Kemp (2019).

Como você pode notar, do total de 211,6 milhões de habitantes, cerca de


149,1 milhões (70%) têm acesso à internet e 140 milhões (66%) são usuários
de mídias sociais, sendo que 130 milhões (61%) acessam as mídias sociais de
seus dispositivos móveis (celulares).

Elementos que compõem as redes sociais


Para o MLabs (QUAIS..., 2018), as redes sociais on-line podem operar em
diferentes níveis, como redes de relacionamentos, redes de entretenimento,
redes profissionais e redes de nicho. As redes sociais de relacionamento
têm como objetivo principal ligar pessoas e fomentar o compartilhamento de
conteúdo. Facebook, Instagram e Twitter são alguns exemplos dessa categoria.
4 Redes sociais

Por sua vez, as redes sociais focadas em entretenimento são aquelas em


que o objetivo é o consumo de conteúdo. YouTube e Pinterest são as plataformas
que se encaixam nesse conceito. O mercado corporativo também se beneficia
das redes sociais. O LinkedIn é o principal exemplo de rede profissional.
Por meio de sua plataforma, os usuários podem fazer networking, conhecer e
contatar empresas, acessar e divulgar vagas de emprego e projetos, participar de
grupos de discussão profissional, etc. Finalmente, as redes sociais de nicho são
conhecidas por serem voltadas para um nicho de mercado altamente segmentado.
Um exemplo nessa categoria é o Skoob, rede social voltada para leitores.
No Quadro 1, a seguir, veja quais são as plataformas de mídias sociais mais
utilizadas pelos brasileiros em janeiro de 2019. A seguir, você vai conhecer
algumas características das quatro mídias principais: YouTube, Facebook,
WhatsApp e Instagram.

Quadro 1. Plataformas de mídias sociais mais acessadas no Brasil em janeiro de 2019

YouTube 95%
Facebook 90%
WhatsApp 89%
Instagram 71%
FB Messenger 67%
Twitter 43%
LinkedIn 36%
Pinterest 35%
Skype 31%
Snapchat 23%
Tumblr 18%
Badoo 16%
Twitch 15%
Wechat 16%
Redde 13%
Viber 12%

Fonte: Adaptado de Kemp (2019).


Redes sociais 5

O YouTube é um site de compartilhamento de vídeos enviados pelos


usuários por meio da internet. A plataforma de vídeos surgiu em 2005 e foi
desenvolvida por Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karim. A ideia de criar o
site surgiu devido à dificuldade que existia na época para partilhar vídeos na
internet. Juntos, Hurley, Chen e Karim criaram um site simples que em pouco
tempo conseguiu um enorme sucesso. Em 2006, foi comprado pela empresa
Google por 1,65 bilhão de dólares.
O YouTube foi se tornando uma plataforma de rede social à medida em
que foram sendo implementados recursos como a possibilidade de avaliar os
vídeos alheios, comentar e seguir canais. A ideia é idêntica à da televisão, em
que existem vários canais disponíveis. A diferença é que os canais são criados
pelos próprios usuários. Além disso, é possível compartilhar vídeos sobre os mais
variados temas. No YouTube, os vídeos estão disponíveis para qualquer pessoa
que queira assisti-los. Também é possível adicionar comentários sobre os vídeos.
O YouTube hospeda uma imensa quantidade de filmes, documentários,
videoclipes musicais e vídeos caseiros, além de transmissões ao vivo de even-
tos. A popularidade conseguida por alguns vídeos caseiros dá fama a muitas
pessoas desconhecidas, consideradas “celebridades instantâneas” e também
chamadas de influenciadores digitais.

Acesse o link a seguir e descubra quem são os principais influenciadores digitais do


Brasil. As categorias pesquisadas são: humor, entretenimento, fitness, LGBT, moda,
beleza, estilo de vida, celebridades, viagem, família, games e educação.

https://qrgo.page.link/Ayxho

O Facebook é uma rede social criada em 2004 por Mark Zuckerberg,


Eduardo Saverin, Dustin Moskovitz e Chris Hughes, alunos da Universidade
de Harvard (RODRIGUES et al., 2016). Desde a sua criação, o Facebook tinha
como objetivo configurar um espaço em que as pessoas poderiam encontrar
seus amigos e, com isso, dividir opiniões e fotografias. Ele é uma ferramenta
que permite ao usuário manter uma rede de contatos tanto pessoais como
profissionais, oferecendo serviços como: bate-papo entre amigos, compar-
6 Redes sociais

tilhamento de fotos e vídeos, jogos, entre outros. Além disso, o Facebook


oferece várias opções de ações que podem ser utilizadas no marketing, como
criação de grupos e páginas promocionais.
Boyd e Ellison (2007) afirmam que o Facebook funciona por meio de perfis
e comunidades. Os perfis podem ser de usuários individuais ou de empresas,
as chamadas fanpages. As comunidades ou grupos servem para discutir sobre
determinado tema. Nos grupos, é possível perceber a opinião dos usuários
sobre produtos, serviços e marcas. Além disso, cada usuário pode curtir,
compartilhar ou comentar publicações de seus amigos ou das páginas que
segue. O sistema é muitas vezes percebido como mais privado do que outros
sites de redes sociais, pois apenas usuários que fazem parte da mesma rede
podem ver o perfil uns dos outros. Outra inovação significativa do Facebook
é a possibilidade de os usuários criarem aplicativos para o sistema. O uso de
aplicativos é hoje uma das formas de personalizar um pouco mais os perfis.

Para saber como utilizar estratégias de marketing digital no Facebook, acesse o e-book
Facebook Marketing: engajamento para transformar fãs em clientes (2013), de Camila
Porto, disponível no link a seguir.

https://qrgo.page.link/9PmjW

O WhatsApp é um aplicativo multiplataforma de mensagens instantâneas e


chamadas de voz para smartphones. Além de mensagens de texto, os usuários
podem enviar imagens, vídeos e documentos em PDF, além de fazer ligações
grátis por meio de uma conexão com a internet. Em 2015, também passou a
ser utilizado pelo computador, por meio dos navegadores Google Chrome,
Mozilla Firefox e Opera. A empresa foi fundada em 2009 por Brian Acton
e Jan Koum, ambos veteranos do Yahoo!. Em fevereiro de 2014, o Facebook
adquiriu o WhatsApp pelo montante de 16 bilhões de dólares.
Conforme Orsoli (2015), o WhatsApp vem se tornando uma das ferramentas
mais utilizadas. Embora seja muito usada em situações informais, essa ferramenta
também pode trazer benefícios para empresas. Funções como criação de grupos
privados podem permitir que as equipes internas compartilhem informações que
visam a melhorar a produtividade de todos. Por exemplo, uma equipe comercial
pode compartilhar informação em tempo real a respeito de um negócio prestes
Redes sociais 7

a ser fechado. Outro uso bastante comum do WhatsApp é como central de aten-
dimento. A empresa pode divulgar que utiliza o WhatsApp e os clientes, por sua
vez, podem usar o aplicativo para se comunicar de forma mais prática e eficiente.
Finalmente, o Instagram foi criado por Kevin Systrom e Mike Krieger em
2010, sendo adquirido pelo Facebook em setembro de 2012. De acordo com
Aguiar (2018), o Instagram é uma rede social para usuários de dispositivos
móveis — Android e iPhone. O objetivo do Instagram é difundir conteúdo
por meio de imagens e vídeos. Ele é uma rede social principalmente visual, na
qual um usuário pode postar fotos e vídeos de curta duração, aplicar efeitos
a eles e também interagir com publicações de outras pessoas por meio de
comentários e curtidas. Além disso, um usuário pode seguir o outro para
acompanhar suas postagens e suas atividades na rede, sendo que o número
de seguidores contribui para a visibilidade do perfil.
No Instagram, também são usadas hashtags (#), que servem como um
mecanismo de busca das publicações. A ideia é que seja possível encontrar
imagens relacionadas a um mesmo tema, mesmo que as pessoas que tiraram
essas fotos não sejam suas amigas. As hashtags também ajudam a segmentar
o público no caso de páginas de empresas ou marcas. Por exemplo, a empresa
pode postar imagens de produtos, teasers de campanhas publicitárias, expe-
riências de clientes com os produtos, etc.

Para saber mais sobre estratégias de marketing digital no Instagram, acesse o e-book
Instagram para negócios (2017), de Cristiane Thiel, disponível no link a seguir.

https://qrgo.page.link/cCsKA

Marketing e redes sociais


O Brasil está entre os três países do mundo nos quais a população passa, em
média, mais de 9 horas por dia navegando na internet e onde o tempo diário
gasto nas redes sociais supera 3 horas e meia. Os dados mostrados na Figura 2
são do relatório 2019 Global Digital, da We Are Social e da Hootsuite. Anali-
sando esses dados, você pode ter uma ideia da importância das redes sociais
para a estratégia digital de marketing de uma empresa.
8 Redes sociais

Figura 2. Tempo médio diário que o brasileiro passa na internet e em redes sociais (janeiro
de 2019).
Fonte: Adaptada de Kemp (2019).

Conforme Silva (2016), no meio digital existem várias tecnologias e plata-


formas que podem ser suporte de estratégias de marketing. No caso das redes
sociais, a plataforma seria o suporte em que se desenvolve a rede social, por
exemplo, o Facebook. As estratégias digitais podem relacionar vários tipos de
tecnologia. Assim, uma estratégia de presença digital pode ser a combinação
de site, blog e Facebook. Para alcançar o objetivo de marketing proposto, é
preciso definir as estratégias de marketing que vão determinar as ações uti-
lizadas. É viável, inclusive, utilizar tecnologias e plataformas digitais aliadas
a tecnologias e plataformas tradicionais.
Veja o que afirma Silva (2016, documento on-line):

[...] a presença digital deve seguir a perspectiva do posicionamento de marca


estabelecido pela organização. Inicialmente, para construir estratégias de
marketing em redes sociais como Facebook, YouTube e outras, é fundamental
a elaboração de um plano de marketing e, após, selecionar as mídias capazes
de satisfazer os objetivos de marketing traçados. Sendo assim, as estratégias
em redes sociais iniciam pelo desenvolvimento do plano de marketing com
a definição dos objetivos, do público-alvo, da análise de ambientes, dos pro-
dutos e outros. Para as estratégias em rede social, deve-se conhecer bem a
plataforma da rede, seu público e seus atributos.

As mídias sociais possuem características bastante diferentes das mídias


tradicionais de massa (Quadro 2). Isso faz com que as estratégias de marketing
também precisem se adequar.
Redes sociais 9

Quadro 2. Comparativo entre mídias sociais e mídias de massa

Fator Mídias de massa Mídias sociais

Alcance Possuem escala e capacidade Como as mídias de massa,


para alcançar uma plateia glo- possuem escala e capacidade
bal, baseada em uma estrutura para alcançar uma plateia
centralizada. global, mas de forma descen-
tralizada, menos hierárquica
e diversa, devido à multiplici-
dade de pontos de produção
e distribuição de conteúdo.
Acessibilidade Sua produção e sua divulga- Devido ao seu baixo valor
ção dependem de recursos de produção de conteúdo,
onerosos, sendo reservadas a aglutinam uma quantidade
grandes empresas e governos. de geradores limitados a
fatores de interesse pessoais,
tecnológicos e intelectuais.
Usabilidade Requerem conhecimentos e Exigem habilidades cotidianas
habilidades especializadas, de acesso a conteúdo digital,
com elevados custos de com pouca necessidade de
capacitação. treinamento para interação.
Imediatismo A lacuna temporal entre Virtualmente instantâneas.
conceituação, produção e
distribuição é longa. A apro-
priação de características das
mídias sociais aponta para
uma tendência de redução de
tempo.
Permanência Uma vez distribuído o con- O conteúdo pode ser editado
teúdo, ele é de impossível instantaneamente e sem
edição/alteração. necessidade de aprovação do
seu detentor.

Fonte: Adaptado de Pugas Filho (2011).

No caso das estratégias para mídias sociais, é importante que as técnicas


utilizadas considerem o significado e a dimensão da palavra “social”, pois
se utilizam de plataformas que envolvem pessoas. Logo, na opinião de
10 Redes sociais

Gabriel (2010), as ações nas mídias sociais devem promover o engajamento


dos consumidores conforme o tipo de comportamento que estes apresentam.
A seguir, veja como se dividem os usuários.

 Usuários que assistem: pessoas que apenas consomem conteúdo, como


visitar redes sociais, ler blogs ou ver vídeos em busca de entretenimento
ou informação.
 Usuários que compartilham: pessoas que atualizam perfis em redes
sociais, fazem upload ou compartilham fotos, vídeos, artigos, etc. São
pessoas que querem compartilhar informações com outros para ajudá-los
e também para demonstrar conhecimento sobre determinado assunto.
 Usuários que comentam: pessoas que respondem ao conteúdo dos
outros, com comentários em blogs ou notícias, reviews ou avaliações
de produtos. Buscam participar, dar ideias e opiniões.
 Usuários que produzem: pessoas que criam e publicam seu próprio
conteúdo em sites, blogs ou podcasts. Desejam expressar sua identidade,
ser ouvidas e reconhecidas.
 Usuários que fazem curadoria: pessoas que moderam ou estão en-
volvidas em comunidades on-line como Wikipédia, páginas de fãs ou
fóruns de discussão.

Essas ações devem fazer parte de uma estratégia de SMM. Para Gabriel
(2010), SMM é o processo de promover um site, produto ou marca nas redes
sociais de forma a atrair links, visitantes e seguidores. Ações de SMM internas
do site são conhecidas como Social Media Optimization (SMO). Elas visam a
melhorar a otimização do site, de modo que seu conhecimento e seu conteúdo
sejam facilmente divulgados pelos usuários e visitantes nas mídias sociais e
comunidades on-line. Já as ações de SMM externas são postas em prática fora
do site, tendo como interesse as redes sociais. Nesse caso, são usadas técnicas
para a criação e a distribuição de conteúdos por meio das mídias sociais na
forma de marketing viral Word of Mouth Marketing (WOMM).
A SMO é um conjunto de atividades realizadas nas mídias sociais via web.
Tais atividades possuem o objetivo de atrair visitantes ao site ou blog e posicionar
perfis de pessoas em mecanismos de busca. Ações de SMO, segundo Gabriel
(2010), envolvem melhorar o design e a usabilidade. A ideia é criar páginas com
conteúdos interessantes, relevantes, criativos e originais, que atraiam as pessoas
para o site, o blog e as redes sociais da empresa. Para o criador do termo SMO,
Rohit Barghava, existem cinco regras principais que definem uma estratégia de
marketing adequada a redes sociais (ZANELLA, 2012). Veja a seguir.
Redes sociais 11

1. Aumentar a quantidade de conteúdos com links no site e no blog, com


posts e vídeos publicados pela empresa: é necessário criar conteúdos
que contenham informações relevantes para o público-alvo.
2. Permitir que os usuários curtam e compartilhem facilmente nas redes
sociais o conteúdo publicado no site: para isso, é necessário adicionar
botões para compartilhar no LinkedIn, no Facebook, no Twitter, etc.
3. Verificar quem direcionou links para a página da empresa e retribuir
linkando de volta (quando possível): essa é uma boa prática para favo-
recer o crescimento de links de entrada.
4. Viralizar o conteúdo na internet compartilhando-o por meio do Twitter,
do Facebook, do YouTube, do LinkedIn, etc.: a ideia é que o conteúdo
atinja o maior número possível de pessoas.
5. Incentivar o uso de conteúdos como referência, autorizando a sua utiliza-
ção por outras pessoas: a partir disso, é possível gerar links direcionados
ao site da empresa.

Para saber mais sobre as estratégias de SMO, acesse o link a seguir.

https://qrgo.page.link/iPC26

AGUIAR, A. Instagram: saiba tudo sobre esta rede social! In: ROCKCONTENT. [S. l.: s. n.],
2018. Disponível em: https://rockcontent.com/blog/instagram/. Acesso em: 5 out. 2019.
BOYD, D.; ELLISON, N. Social network sites: Definition, history, and scholarship. Journal
of Computer-Mediated Communication, v. 13, n. 1, 2007. Disponível em: https://online-
library.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1083-6101.2007.00393.x. Acesso em: 7 out. 2019.
GABRIEL, M. Marketing na era digital. São Paulo: Novatec, 2010.
KAPLAN, A. M.; HAENLEIN, M. Users of the world, unite! The challenges and op-
portunities of Social Media. Business Horizons, v. 53, n. 1, 2010. Disponível em:
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0007681309001232. Acesso
em: 7 out. 2019.
12 Redes sociais

KEMP, S. Digital 2019: Brazil. In: DATAREPORTAL. [S. l.: s. n.], 2019. Disponível em: https://
datareportal.com/reports/digital-2019-brazil. Acesso em: 5 out. 2019.
ORSOLI, F. Introdução às mídias sociais. São Paulo: SEBRAE, 2015. Disponível em: http://
www.rafaelfelipesantos.com.br/wp-content/uploads/2015/07/ebook-2-midias-sociais.
pdf. Acesso em: 6 out. 2019.
PUGAS FILHO, J. M. O uso das mídias sociais como ferramentas de gestão de stakehol-
ders: o caso Jumo.com. In: CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, 7., 2011.
Anais [...]. Disponível em: http://www.inovarse.org/sites/default/files/T11_0452_2158.
pdf. Acesso em: 7 out. 2019.
QUAIS são as diferenças entre as principais redes sociais? In: MLABS. São José dos
Campos: [S. n.], 2018. Disponível em: https://www.mlabs.com.br/blog/diferencas-entre-
-as-principais-redes-sociais/. Acesso em: 5 out. 2019.
RECUERO, R. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009. Disponível em: http://
www.ichca.ufal.br/graduacao/biblioteconomia/v1/wp-content/uploads/redessociais-
nainternetrecuero.pdf. Acesso em: 5 out. 2019.
RODRIGUES, G. O. et al. Análise do uso do Facebook como ferramenta de marketing por
empresas brasileiras de comércio eletrônico. Sistemas & Gestão Revista Eletrônica, v. 11, n.
1, 2016. Disponível em: http://www.revistasg.uff.br/index.php/sg/article/view/878/404.
Acesso em: 6 out. 2019.
SILVA, V. B. da. Marketing digital como ferramenta estratégica e as oportunidades nas
redes sociais. E3, v. 2, n. 1, 2016. Disponível em: https://revistas.ponteditora.org/index.
php/e3/issue/view/3. Acesso em: 5 out. 2019.
ZANELLA, G. O que é SMO (Social Media Optimization)? In: ODIG. [S. l.: s. n.], 2012. Dispo-
nível em: https://odig.net/o-que-e-social-media-optimization/. Acesso em: 5 out. 2019.

Leitura recomendada
MATHIAS, L. Quem são os principais influenciadores digitais de 2019? In: MINDMINERS. [S.
l.: s. n.], 2017. Disponível em: https://mindminers.com/blog/influenciadores-digitais-2019/.
Acesso em: 5 out. 2019.
PORTO, C. Facebook marketing: engajamento para transformar fãs em clientes. Curi-
tiba: [S. n.], 2013. Disponível em: https://www.camilaporto.com.br/e-book-facebook-
-marketing-engajamento-para-transformar-fas-em-clientes/. Acesso em: 5 out. 2019.
REDES sociais. In: SOCIAL MEDIA LIST. [S. l.: s. n.], 2018. Disponível em: https://socialme-
dialist.org/redes-sociais.html. Acesso em: 5 out. 2019.
THIEL, C. R. Instagram para negócios. [S. l.: s. n.], 2017. Disponível em: https://cristianethiel.
com.br/ebook-gratuito-instagram-para-negocios/. Acesso em: 5 out. 2019.
WOEBCKEN, C. O que é SMO e como otimizar seu conteúdo para as mídias sociais. In:
ROCKCONTENT. [S. l.: s. n.], 2019. Disponível em: https://rockcontent.com/blog/smo/.
Acesso em: 5 out. 2019.
MARKETING
DIGITAL

Anya Révillion
Plano de marketing digital
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Descrever um plano de marketing digital.


 Relacionar os principais elementos de um plano de marketing digital.
 Aplicar um plano de marketing digital.

Introdução
O plano de marketing é um documento derivado do processo de plane-
jamento. Já o plano de marketing digital detalha as ações necessárias para
uma empresa atingir os objetivos de marketing considerando o ambiente
e os canais de comunicação digitais.
Neste capítulo, você vai observar os diferentes modelos de planeja-
mento de marketing digital. Dois dos mais conhecidos são a metodologia
dos 8 Ps e o modelo SOSTAC, que você vai conhecer em detalhes no
texto. Além disso, você vai ver um exemplo de aplicação de um plano
de marketing na área da construção civil.

Principais conceitos
O plano de marketing é o principal instrumento para a coordenação das ativi-
dades de marketing de uma organização. Segundo Kotler e Armstrong (2013),
o plano de marketing consiste em um documento composto pela análise da
situação atual de marketing, pela análise de oportunidades e ameaças, pela
definição de objetivos, estratégias e programas de ação de marketing e pela
projeção financeira da empresa.
Em suma, portanto, o plano de marketing é um documento escrito que
detalha as ações necessárias para uma empresa atingir um ou mais objetivos
de marketing. Ele pode ser um plano para a marca como um todo ou para
um produto ou serviço específico. Esse plano é resultado de um processo de
planejamento. Por sua vez, o “Planejamento de marketing é uma sequência
2 Plano de marketing digital

de etapas e uma série de atividades que levam à determinação de objetivos


de marketing e à formulação de planos para alcançá-los” (MCDONALD,
2008, p. 18).
Para você entender a importância do plano de marketing, precisa compre-
ender o que é o marketing e qual é o seu papel na organização. Para Lamb,
Hair e McDaniel (2004, p. 6), “O marketing tem duas perspectivas: primeiro
é uma filosofia, uma atitude ou uma orientação de gerenciamento que busca
a satisfação do cliente. Segundo, marketing é um composto de atividades
utilizadas para implantar essa filosofia na empresa”. Isso significa que uma
empresa alinhada à filosofia de marketing tem como tarefa principal descobrir
as necessidades e desejos de determinado mercado e trabalhar para promover
a satisfação do consumidor de forma mais eficaz do que seus concorrentes.
Segundo Kotler e Armstrong (2013, p. 3), “[...] marketing é administrar
relacionamentos lucrativos com o cliente. Os dois objetivos principais do ma-
rketing são: atrair novos clientes, prometendo-lhes valor superior, e manter e
cultivar os clientes atuais, proporcionando-lhes satisfação”. O que o marketing
deve fazer para atingir esses objetivos? Para os autores, é necessário estabe-
lecer um processo que crie valor para os clientes, assim como construir um
relacionamento lucrativo com eles. É o que você pode ver na Figura 1, a seguir.

Figura 1. Modelo simplificado do processo de marketing.


Fonte: Kotler e Armostrong (2013, p. 4).

Agora você vai ver o que significa cada etapa desse processo. Em primeiro
lugar, é necessário entender o mercado e as necessidades e desejos dos clientes.
Segundo Urdan e Urdan (2009, p. 8), “[...] necessidades humanas são carências
que geram sentimentos de desconforto ou tensão, como fome, sede, frio, solidão,
medo”. As necessidades fazem parte da condição humana e não podem ser
“criadas” ou “inventadas” pelos profissionais de marketing. Já os desejos são
Plano de marketing digital 3

“[...] as preferências por algo específico, produtos ou serviços, utilizados para


satisfazer determinadas necessidades” (URDAN; URDAN, 2009, p. 9). Por
exemplo, uma pessoa com fome tem necessidade de comida. Porém, o desejo
de comer um churrasco ou um prato de sushi depende muito das influências
culturais e preferências individuais de cada consumidor.
Se existe poder de compra, os desejos se tornam demandas. Ou seja, com
base em seus desejos e recursos individuais, os consumidores demandam
produtos e serviços que ofereçam a melhor solução, o que significa o melhor
conjunto de valor e satisfação (KOTLER; ARMSTRONG, 2013). Isso quer
dizer que as necessidades e os desejos dos consumidores são satisfeitos por
uma combinação de produtos, serviços, informações e experiências oferecidos
em determinado mercado.
Normalmente, existem diversos produtos ou serviços que podem ser adqui-
ridos para satisfazer uma necessidade ou desejo. Os consumidores têm uma
grande quantidade de opções à sua disposição. A escolha é feita com base nas
expectativas em relação ao valor e à satisfação que cada produto ou serviço
tem o potencial de proporcionar. Uma compra que traz satisfação tende a se
repetir, enquanto um produto que traz insatisfação tende a ser abandonado
(KOTLER; ARMSTRONG, 2013).
As expectativas dos consumidores são construídas a partir dos argumentos
utilizados pelas empresas para venderem seus produtos e serviços. Esses
argumentos são a base para que o consumidor perceba os benefícios que terá
ao adquirir o produto ou serviço. Por outro lado, cada compra engloba também
custos para o consumidor, sejam eles monetários (dinheiro gasto) ou não mo-
netários (tempo, esforço, riscos). Esse balanço que o consumidor faz entre os
benefícios e os custos é o que se chama de valor percebido. Quanto maiores
os benefícios e menores os custos, maior o valor percebido pelo consumidor
para determinado produto ou serviço (KOTLER; ARMSTRONG, 2013).
O setor de marketing precisa compreender de que forma os consumidores
percebem o valor das diversas ofertas de produtos e serviços disponíveis no
mercado. A ideia é, a partir desse entendimento, desenvolver uma estratégia
e um plano de marketing capazes de, por um lado, atrair novos clientes e, por
outro lado, construir relacionamentos e engajar os clientes atuais.
A estrutura do plano de marketing segue a mesma lógica da estrutura de
um plano de negócios, porém utilizando informações e formulando estraté-
gias e soluções específicas para a área de marketing. Para Ferrel e Hartline
4 Plano de marketing digital

(2006), um bom plano de marketing deve ser: abrangente, ou seja, conter


todas as informações pertinentes para a situação analisada; flexível, ou
seja, adequar-se às necessidades de cada contexto; consistente em relação
ao planejamento estratégico do negócio; e coerente com os planos das outras
áreas da empresa.

O plano de marketing digital é um instrumento que estabelece uma sequência de


ações em canais on-line, como sites, blogs e redes sociais, a fim de tornar uma marca
ou empresa reconhecida e escolhida por seus clientes em detrimento da concorrência.
Esse documento estabelece os passos necessários para a realização dos objetivos de
marketing. A diferença do plano digital em relação ao plano de marketing tradicional
é que ele ocorre no ambiente digital, o que exige considerar essa particularidade
na sua elaboração. As ações são adaptadas aos meios digitais com o objetivo de
potencializar os efeitos do marketing tradicional, pois a internet é uma plataforma
conveniente, acessível e que oferece oportunidades competitivas para empresas de
todos os tamanhos.

Modelos de planejamento de marketing digital


O marketing digital é um conjunto de ações de divulgação e comunicação
que uma empresa utiliza por meio da internet e das ferramentas digitais. Para
Turchi (2012, p. 68), “[...] o marketing digital não é um substituto do marketing
convencional, mas se difere deste pela utilização de várias ações e métodos
nos canais on-line, que permitem a análise de resultados em tempo real”.
A integração do digital com o tradicional no marketing de uma empresa,
tanto em nível estratégico como em nível operacional, é recomendada pela
maioria dos autores dessa área. Trata-se de aplicar as novas regras do digital
sem abdicar dos princípios básicos do negócio. Explorando as vantagens
únicas oferecidas pelo digital, como a interatividade, a maior conveniência
e a quantidade de informação disponível, as empresas podem ganhar uma
importante vantagem competitiva (CHAFFEY; SMITH, 2013). No Quadro
1, a seguir, veja duas estruturas de planos de marketing digital.
Plano de marketing digital 5

Quadro 1. Planos de marketing digital

Metodologia
Metodologia SOSTAC
dos 8 Ps

Pesquisa Análise da situação

Planejamento Definição dos objetivos de marketing digital a partir dos


5 Ss: sell (vender), serve (servir), sizzle (bradar), speak (falar)
e save (ganhar)

Produção Definição da estratégia

Publicação Definição das táticas

Promoção Definição das ações

Propagação Controle dos resultados

Personalização

Precisão

Fonte: Adaptado de Vaz (2011) e Chaffey e Smith (2013).

A seguir, você vai conhecer cada um dos elementos da metodologia dos 8


Ps, proposta por Vaz (2011), e da metodologia SOSTAC, proposta por Chaffey
e Smith (2013).

Elementos do plano de marketing digital


Uma das metodologias de planejamento de marketing digital é conhecida como
8 Ps. Essa metodologia foi criada por Vaz (2011) e propõe um processo que
auxilie as empresas a coletar dados, planejar uma estratégia de divulgação e
tornar a sua marca relevante na internet.

A metodologia proposta apresenta uma sequência formal e contínua de passos


que levam a empresa a um processo cíclico de geração de conhecimento a
respeito do consumidor e do seu próprio negócio na internet (que tem uma
proposta de valor ligeiramente diferente do negócio off-line), de qual a me-
lhor maneira de divulgar sua marca, qual a melhor maneira de se apoiar na
atividade do consumidor para estimular a circulação de informação e gerar a
comunicação viral da sua marca, como mensurar resultados e como reavaliar
o perfil do público-alvo para direcionar as novas ações (VAZ, 2011, p. 298).
6 Plano de marketing digital

Na Figura 2, você pode ver cada um dos 8 Ps. A seguir, confira o detalha-
mento desses elementos.

Figura 2. Os 8 Ps do marketing digital.


Fonte: [Esquema 8Ps] ([2017], documento on-line).

 Pesquisa: consiste em recolher todos os indícios que o consumidor


deixa ao navegar pela internet. A ideia é analisar determinados sites
e mídias sociais a fim de interpretá-los a partir de critérios sobre o
comportamento do consumidor. Entende-se que o comportamento do
consumidor on-line está diretamente relacionado com o seu comporta-
mento off-line. Isso significa que o modo como ele age on-line também
define as estratégias off-line da empresa. Por exemplo, se a empresa já
possui uma lista de e-mails de clientes, pode enviar uma pesquisa com
perguntas sobre o perfil e os hábitos desses clientes.
 Planejamento: de posse das informações obtidas na pesquisa, elabora-
-se um documento que será a diretriz do projeto de marketing digital,
ou seja, que conterá a explicação detalhada do que será feito em cada
um dos outros Ps. O planejamento deve demonstrar como o ambiente
digital se transformará numa plataforma de negócios. Ele necessita de
três elementos fundamentais: conteúdo a ser desenvolvido, formato que
será disponibilizado para download e público para o qual será dirigido.
 Produção: aqui entram as ferramentas que o site deve ter, tanto em
termos de elementos de mensuração quanto para aumentar o tempo
de navegação do consumidor, para diminuir a taxa de rejeição, para
captar e-mails dos visitantes e diversos outros fatores para tornar o
site um instrumento de lucratividade para o negócio. A produção é a
Plano de marketing digital 7

execução propriamente dita (programação), a estrutura do site e as suas


funcionalidades. Por exemplo, se a empresa organiza casamentos, os
conteúdos abordados no site e nas redes sociais devem girar em torno
desse tema, evitando termos técnicos e linguagem rebuscada.
 Publicação: não adianta ter um site se ele não tem tráfego suficiente
para gerar a receita que o justifique. O tráfego pode acontecer por meio
de anúncios on-line ou off-line, utilizando técnicas de otimização para
mecanismos de busca (Search Engine Optimization — SEO) ou técnicas
a serem utilizadas nas redes sociais. Para ter uma taxa de conversão alta,
o site deve ser relevante para o público-alvo, e a relevância se constrói
com conteúdo. Os consumidores querem ver algo que diga respeito a
eles, não à empresa. Por isso, as publicações devem tratar de conteúdos
que interessem o cliente. O ideal é que o consumidor interaja com a
empresa e a recomende. A atualização constante também é fundamental:
se alguma notícia, evento importante ou conteúdo viral ligado ao seu
negócio surgir na mídia, substitua o conteúdo planejado e não deixe de
participar da discussão em pauta.
 Promoção: promoção e propagação devem andar juntas. A interação
entre elas é a essência do marketing viral. A comunicação deve ser rele-
vante para os consumidores, de modo que gere uma propagação natural
de consumidor (alfa — primeiro a tomar contato com a campanha) a
consumidor (multiplicador). Outro aspecto importante é a escolha das
palavras-chave relacionadas ao negócio, que devem estar presentes em
todos os conteúdos e anúncios publicados, buscando maior visibilidade
e melhor colocação nos mecanismos de busca (como o Google).
 Propagação: envolve técnicas para estimular os clientes alfa (1% do
mercado) a espalhar o conteúdo pela rede para os multiplicadores (9%
do mercado), para que estes o espalhem para o restante do mercado (os
outros 90%). A ideia é estimular o boca a boca no ambiente Web para
que o negócio ganhe credibilidade e alcance maior margem. A escolha
das redes sociais mais adequadas para o negócio também é um aspecto
importante. Para empresas que comercializam produtos de moda e
beleza, trabalhar com o YouTube é mais adequado. Já para portais de
notícias, o Twitter é fundamental.
 Personalização: a marca deve se relacionar com cada cliente de acordo
com seu perfil. A segmentação deve estar no site (pessoa física ou
jurídica; pequena, média ou grande empresa), na navegação (produtos
e serviços ou áreas do site específicas para cada perfil de consumidor,
como aluno, professor, funcionário, visitante) e na comunicação (redes
8 Plano de marketing digital

sociais). Outra maneira de personalizar a comunicação é por meio do


e-mail marketing. É possível criar listas segmentadas de acordo com as
informações retiradas das interações de cada cliente ou grupo de clien-
tes, enviando materiais e conteúdos customizados para cada um deles.
 Precisão: envolve a escolha das ferramentas de mensuração dos resul-
tados. É necessário considerar quais palavras-chave no Google estão
gerando a maior quantidade de contatos ou vendas, quais blogs ou sites
estão trazendo mais visitantes/clientes, de quais cidades ou regiões estão
vindo mais compradores, etc. Existem muitas métricas e indicadores
de desempenho que devem ser acompanhados; para cada um deles, há
ferramentas (gratuitas ou pagas) que auxiliam na tarefa.

Chaffey e Smith (2013) afirmam que o plano de marketing digital deve se


basear nas disciplinas do marketing tradicional e em técnicas de planejamento
adaptadas à comunicação digital a partir de seis etapas: análise da situação,
objetivos, estratégias, táticas, ações e controle (Situation analysis, Objectives,
Strategy, Tactics, Actions e Control, que formam o acrônimo SOSTAC). Veja
uma síntese na Figura 3, a seguir.

Figura 3. Modelo SOSTAC de planejamento de


marketing digital.
Fonte: [SOSTAC] ([2017], documento on-line).
Plano de marketing digital 9

A seguir, veja como deve se desenrolar cada uma das etapas do plano de
marketing digital proposto por Chaffey e Smith (2013).

 Análise da situação: é a etapa em que a empresa se pergunta “onde


estamos no momento?”. É o ponto de partida para ela definir aonde
pretende chegar. A análise é do tipo SWOT (Strengths, Weaknesses, Op-
portunities, Threats, isto é, forças, fraquezas, oportunidades e ameaças)
e é realizada nos níveis interno e externo da organização. Por exemplo,
as forças ou fraquezas podem ser medidas em relação ao desempenho
do site ou à comunicação nas mídias sociais. A análise externa inclui a
análise dos concorrentes e das tendências que podem se configurar em
oportunidades ou ameaças, bem como a análise de fatores demográficos,
econômicos, sociais, tecnológicos e político-legais.
 Objetivos: nesse ponto, a organização estabelece aonde pretende chegar
com a adoção das estratégias. Os objetivos podem variar entre aumentar
as vendas, agregar valor ao consumidor, engajá-lo, diminuir custos e
riscos percebidos, adicionar valor superior por meio de experiências
on-line, etc. Contudo, os objetivos devem ser sempre específicos, men-
suráveis, alcançáveis, relevantes e ter prazo definido.
 Estratégia: é o caminho a seguir para a concretização dos objetivos.
A estratégia serve como guia na definição das táticas, sendo delineada
de acordo com os objetivos e os recursos disponíveis. Ela também deve
ser capaz de integrar as ações digitais (on-line) e tradicionais (off-line).
Essa etapa deve definir qual é o público-alvo, o posicionamento da
empresa e a sua proposta de valor.
 Táticas: essa etapa foca nas ferramentas e plataformas que permitirão
executar a estratégia delineada. As táticas correspondem ao composto
de marketing, envolvendo definições a respeito dos produtos e serviços,
preços, canais de distribuição, comunicações e promoções, pessoas
(atendimento), processos e evidências físicas (loja, consultório).
 Ações: são o detalhamento das táticas, correspondendo à etapa de
implantação do plano. As ações também preveem erros e problemas
que podem ocorrer. Para isso, é necessário definir aspectos que podem
não funcionar, determinar qual será o seu impacto, criar um plano de
contingência e controlar continuamente a execução desse plano.
10 Plano de marketing digital

 Controle: a partir do controle, a organização monitoriza se o plano está


dando certo, ou seja, verifica se os resultados obtidos são positivos e
identifica qual é a ferramenta que funciona melhor e qual é o verdadeiro
custo de cada ação. O controle é um conjunto de mecanismos que medem
e avaliam de forma sistemática e contínua o desempenho da empresa.
As ferramentas de medição utilizadas são chamadas de indicadores-
-chave de performance (Key Performance Indicators — KPIs). Elas
são selecionadas de acordo com os objetivos definidos anteriormente.

Aplicação de um plano de marketing digital


Segundo Souza et al. (2018), o consumidor que navega no ambiente digital tem
demandado boa parte da atenção diária do mercado imobiliário. A internet
tem sido amplamente utilizada nas decisões de busca por imóvel. Afinal, com
os recursos oferecidos em ambiente virtual, como galeria de fotos, vídeos e
detalhes do empreendimento, é possível encontrar o imóvel dos sonhos com
mais conveniência. O setor imobiliário se tornou mais técnico e eficiente,
prestando consultoria e serviços, investindo no atendimento e agregando valor
aos seus clientes com o uso do marketing digital.
Agora, você vai ver uma simulação da aplicação de um plano de marke-
ting digital para uma empresa fictícia do setor de construção civil, a Alfa
Engenharia. Tal aplicação se baseia no trabalho de Souza et al. (2018) e nos
conceitos vistos ao longo deste capítulo, em especial na metodologia dos 8 Ps.

 Pesquisa: atualmente, as mídias on-line utilizadas pela Alfa Enge-


nharia são o site da construtora, no qual estão disponibilizados todos
os empreendimentos já realizados pela empresa e os comercializados
atualmente, e fanpages no Facebook (cada empreendimento tem a
sua). Ao idealizar um empreendimento, a empresa realiza a pesquisa
de mercado para definir seu público-alvo e direcionar suas mídias de
marketing tradicional e digital.
 Planejamento: deve ser realizado com foco nas vendas on-line. Assim,
todas as mídias digitais devem ser direcionadas e projetadas para isso.
O público-alvo da Alfa são os jovens que vão adquirir o primeiro
imóvel, um público conectado e que costuma buscar produtos e ser-
viços na internet. Portanto, todas as plataformas digitais (site, redes
Plano de marketing digital 11

sociais) devem ser estruturadas de maneira que os clientes obtenham


as informações necessárias para a aquisição de um imóvel de forma
clara e rápida.
 Produção: o site da empresa deve ter ótima qualidade visual e uma
estrutura que facilite a busca pelo tipo de imóvel desejado. Atualmente,
a estrutura do site evidencia os empreendimentos comercializados,
classificados em lançamentos ou em fase de construção. Ao destacar
as vendas como foco do site, a empresa poderia agregar informações
a respeito de valores, unidades disponíveis e condições de pagamento,
assim como criar um chat on-line para que o cliente tire dúvidas em
tempo real com um corretor.
 Publicação: a empresa utiliza o Facebook, porém as postagens não são
frequentes e não exibem um conteúdo persuasivo. A maioria trata do
andamento das obras. Para engajar o consumidor, contudo, é preciso um
conteúdo que desperte o desejo e, ao mesmo tempo, chame a atenção
pela facilidade das condições de aquisição do imóvel.
 Promoção: as promoções são feitas por meio de impulsionamento de
posts no Facebook a fim de aumentar a visitação de empreendimentos
que estão em época de lançamento.
 Propagação: a empresa não faz um esforço planejado de propagação.
Ela poderia realizar uma ação em que os clientes disponibilizassem
declarações espontâneas sobre o imóvel que adquiriram.
 Personalização: é importante que o banco de dados, obtidos por meio
do site e pelos corretores, tenha informações relevantes sobre o perfil
de cada cliente para que possa ser realizada a personalização. Por exem-
plo, utilizando campanhas de e-mail marketing, é possível lembrar o
consumidor da sua necessidade de moradia ou de investimento.
 Precisão: todos os resultados das ações de marketing digital são men-
surados com o objetivo de descobrir os erros e acertos.

Com o aumento do acesso às tecnologias, os consumidores se tornam


cada vez mais exigentes, e as empresas precisam se adaptar a esse novo pa-
radigma. É necessário ter um bom planejamento de marketing digital para
manter-se competitivo no cenário virtual. O número de consumidores virtuais
aumenta cada vez mais, e no mercado imobiliário não é diferente. Ou seja,
as construtoras e imobiliárias precisam ter credibilidade para efetuar vendas
totalmente on-line.
12 Plano de marketing digital

CHAFFEY, D.; SMITH, P. R. Emarketing excellence: planning and optmizing your digital
marketing. New York: Routledge, 2013.
[ESQUEMA 8PS]. [S. l.: s. n., 2017]. Disponível em: https://www.vivapixel.com.br/wp-
-content/uploads/2017/12/esquema8Ps.jpg. Acesso em: 18 nov. 2019.
FERREL, O. C.; HARTLINE, M. D. Estratégia de marketing. São Paulo: Thomson Learning,
2006.
LAMB, C. W.; HAIR, J. F.; MCDANIEL, C. D. Princípios de marketing. São Paulo: Cengage, 2004.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2013.
MCDONALD, M. Planos de marketing, planejamento e gestão estratégica: como criar e
implementar planos eficazes. Rio de Janeiro: Campus, 2008.
[SOSTAC]. [S. l.: s. n., 2017]. Disponível em: https://i2.wp.com/mundodigitalbox.com/
wp-content/uploads/2017/08/sostac.png?ssl=1. Acesso em: 18 nov. 2019.
SOUZA; G. M. et al. Aplicação da metodologia dos 8 p’s do marketing digital em uma
empresa catarinense de construção civil. Capivari de Baixo: FUCAP, 2018.
TURCHI, S. Estratégias de marketing digital e e-commerce. São Paulo: Atlas, 2012.
URDAN, F. T.; URDAN, A. T. Gestão do composto de marketing. São Paulo: Atlas, 2009.
VAZ, C. A. Os 8ps do marketing digital: o guia estratégico de marketing digital. São
Paulo: Novatec, 2011.

Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
MARKETING
DIGITAL

Rogério Gomes Neto


A persona no
marketing digital
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Definir persona.
 Descrever as diferenças entre público-alvo e persona.
 Explicar a construção da persona.

Introdução
O pensamento estratégico está muito presente no ambiente de marketing.
Em segmentos de mercado em que a concorrência se intensifica e nos quais
o consumidor está cada vez mais informado e exigente, é necessário investir
em mecanismos que possibilitem compreender, de maneira aprofundada,
os hábitos, desejos, necessidades e motivações de quem compra.
Por isso, tem sido cada mais corriqueiro as marcas criarem e desen-
volverem personas. O objetivo é identificar aspectos e informações que
representem os seus consumidores. O método permite analisá-los de
forma mais abrangente e próxima.
Neste capítulo, você vai estudar o conceito de persona. Você também
vai conhecer a diferença entre a persona e o público-alvo. Além disso, vai
ver como construir personas que possibilitem às empresas aproximarem-
-se de seus clientes e prospects.

O que é uma persona?


Dados e informações estão cada vez mais presentes nas estratégias das marcas.
Obter informações dos consumidores e compreender o que pensam é um ponto
crucial para empresas criarem e venderem produtos e serviços que atendam
aos anseios do público, que está cada vez mais exigente. Compreender que há
2 A persona no marketing digital

diferenças e variações na composição de grupos de interesse e de consumidores


possibilita descobrir e projetar personalidades que representem e orientem as
marcas em seu mercado de atuação.
A maioria das empresas tem dificuldade em construir diferenças realmente
significativas. Um dos motivos é a tendência a generalizar a compreensão
acerca do perfil dos consumidores, o que resulta em planos de marketing
inespecíficos e muitas vezes pouco eficazes. Há também empresas que in-
vestem na criação de estratégias com base em sua própria visão de mundo,
invariavelmente centrada no produto, e não no cliente.
Não obstante, algumas marcas têm organizado e analisado informações
úteis e valiosas de seus clientes. É o caso de produtos e serviços que conferem
ao consumidor a impressão de que foram projetados especialmente para ele,
como se alguém penetrasse em sua mente e descobrisse as suas reais neces-
sidades e motivações.
Para que isso aconteça, é imprescindível conhecer em profundidade o
consumidor, o que é possível por meio da criação de uma buyer persona, ou
simplesmente persona. Como explica Revella (2015, p. 9), a técnica de criação
de persona tem ganhado cada vez mais atenção dos profissionais de marketing
“[...] porque é uma ferramenta útil e que permite pensar nos consumidores-alvo
como pessoas reais, que têm famílias, são chefes e têm preocupações humanas”.
Nesse contexto, é importante você perceber que as organizações que dedicam
tempo para entender as personas de seus consumidores criam uma sensação da
conexão humana e não desperdiçam esforços de vendas com pessoas erradas.
Identificar aspectos que revelem as atitudes e comportamentos dos con-
sumidores é a essência da técnica de desenvolvimento de personas. Ao criar
personagens fictícios, ou seja, personas, as empresas conseguem compreender em
profundidade o perfil de um possível cliente ideal. Segundo Kotler e Keller (2012,
p. 116), as personas “[...] são perfis detalhados de um ou mais consumidores-
-alvo hipotéticos, construídos com base em dados psicográficos, demográficos,
geográficos e outras informações atitudinais e comportamentais”. Para construir
personas, são usados elementos como fotos, nomes e minicurrículos. Tais ele-
mentos permitem transmitir as características das personas que vão representar
os consumidores da marca. Ao criar arquétipos de cliente ideal, as empresas
almejam que seus profissionais de marketing compreendam o ponto de vista do
consumidor, o que colabora para a tomada de decisões estratégicas.
A persona no marketing digital 3

Motivações de compra
A espinha dorsal do conceito de persona é a atividade de fazer perguntas
minuciosas e de ouvir as respostas dos consumidores. Isso permite descobrir
como eles pensam e quais são as suas reais motivações para adquirir produtos e
serviços. O objetivo vai além de simplesmente descobrir o que o cliente deseja:
a ideia é identificar como ele chega a esse desejo. Isso é possível uma vez que
toda persona é construída em torno de uma história sobre a decisão de compra.
A personalidade do consumidor permite aos profissionais de marketing ter
insights para o desenvolvimento de estratégias. Conhecer a narrativa pessoal
de quem consome possibilita traçar relações com elementos como estilo e
linguagem, o que leva à construção de personas para representar determinados
perfis de consumidores.

Como compreender quem compra?


Você pode considerar que as personas são arquétipos de consumidores, ou
seja, elas são uma síntese que representa determinado grupo de clientes se-
melhantes. Como explica Jung (2000, p. 16), arquétipos são os conteúdos do
inconsciente coletivo, os quais “[...] se modificam através de sua conscientização
e percepção, assumindo matizes que variam de acordo com a consciência
individual na qual se manifestam”. O arquétipo é o princípio de uma ideia que
está no inconsciente coletivo por meio de imagens ditas primordiais e que são
compartilhadas de geração a geração.
Com base na teoria de arquétipos de Jung, Mark e Pearson (2003) identifi-
caram 12 arquétipos que colaboram para que as marcas identifiquem melhor
seus consumidores. São eles:

1. o inocente, que atende aos apelos de bondade e pureza;


2. o explorador, que busca independência;
3. o sábio, que enaltece valores éticos e a verdade acima de tudo;
4. o herói, que é movido por desafios;
5. o fora da lei, que busca constantemente inovar e quebrar as regras;
6. o mago, que é motivado pelo desejo de mudanças e transformação
pessoal;
7. o cara comum, que não deseja se destacar dos demais pares;
8. o bobo da corte, que deseja ser aceito como realmente é, ou seja,
alegre e brincalhão;
4 A persona no marketing digital

9. o amante, que valoriza atributos físicos e é motivado pelo romance e


pela sensualidade;
10. o criador, que é atraído por inovações e movido pela criatividade;
11. o governante, que gosta de estar no comando;
12. o prestativo, que tem prazer em ajudar os outros.

Como observa Revella (2015), as personas devem ser construídas a partir


de histórias reais, vividas pelos consumidores. Por isso, é essencial captar as
expectativas e identificar o que influencia os consumidores. Essas tarefas vão
muito além de simplesmente traçar um perfil genérico de quem consome. É
imprescindível que o profissional de marketing tenha uma dimensão maior e mais
realista do ponto de vista do consumidor. Isso acontece quando são conhecidas
as histórias que revelam como os compradores tomam decisões de compra.

A criação de personas permite às empresas compreender e adaptar suas ações às ne-


cessidades do cliente. A metodologia as ajuda a evitar decisões e custos desnecessários.

Como criar personas eficazes?


Investir em bons métodos de entrevista junto aos consumidores tende a gerar
personas mais próximas da realidade dos clientes. Por isso, como explica
Revella (2015), é fundamental ouvir quem já consumiu o produto ou serviço
em questão. No entanto, muitos profissionais de marketing ainda não compre-
enderam que o ato de ouvir e relacionar as histórias de seus clientes é a base
para entendê-los como consumidores.
Aprofundar-se na compreensão do comportamento dos consumidores e
criar histórias a partir desses dados é o objetivo da construção de personas.
Para isso, é importante injetar nas personas criadas informações sobre o que
as motiva, quais são seus desafios, suas metas e seus objetivos de vida, ou
mesmo as preocupações que têm.
A persona no marketing digital 5

O conceito de persona tem origem na área de tecnologia. Todo produto desse setor é
criado em função de quem o utilizará, ou seja, almeja alcançar as personas ideais. É por
isso que empresas desse segmento de mercado contam com designers de experiência
de usuário, que têm como tarefa desvendar as necessidades dos usuários em relação
aos itens tecnológicos.
A origem do termo “persona” remete a meados dos anos 1990, quando o desenvol-
vedor de software Alan Cooper foi contratado por uma empresa para criar um sistema
de inteligência de mercado. A empresa tinha realizado pesquisa em profundidade
junto aos seus consumidores mais assíduos e fiéis, e cabia a Cooper organizar esses
dados por meio de códigos. A solução foi construir três perfis que sintetizassem o
que pensavam os entrevistados. Cada perfil recebeu um nome próprio. O trabalho de
Cooper permitiu aos profissionais da empresa colocarem-se no lugar de seus clientes,
função para a qual a metodologia de persona é utilizada até hoje.

Público-alvo e persona
É muito comum a confusão entre os termos “público-alvo” e “persona”, mas é
importante você compreender que cada um tem as suas características e funções
no ambiente de marketing. O público-alvo, como explica Kotler e Keller (2012),
é um conjunto composto por possíveis compradores, atuais consumidores,
influenciadores e decisores, grupos específicos e o público em geral.
A definição de determinado público-alvo apresenta, basicamente, informações
relativas a dados demográficos (idade, gênero, formação, etc.), geográficos (local
de moradia e trabalho) e econômicos (renda). Definir corretamente o público-alvo
é fundamental para se alcançar êxito em ambientes de marketing. Contudo, mesmo
sendo importante, o conceito de público-alvo tem caído em desuso, pois representa
de forma genérica e superficial um possível consumidor. Isso não quer dizer que
é dispensável, mas que carece de informações mais profundas.
Cada vez mais, as empresas têm procurado formas de potencializar o investi-
mento em marketing e garantir retorno. Para isso, é necessário entender os hábitos
de consumo em profundidade, o que exige uma ampla gama de informação.
Assim, é imprescindível reunir dados mais precisos acerca do consumidor, que
possibilitem identificar os seus desejos, as suas aspirações e as suas necessidades.
6 A persona no marketing digital

A aplicação do conceito de público-alvo é mais indicada na etapa inicial


do desenvolvimento de produtos ou serviços, pois ainda não se têm clientes
para realizar estudos em profundidade. Dessa forma, é necessário conhecer
o mercado no qual se pretende atuar e os possíveis públicos de interesse, que
devem propiciar uma noção do consumidor ideal.
Analise este exemplo de público-alvo: pessoas acima de 65 anos, de ambos
os sexos, aposentadas e com renda mensal de até três salários-mínimos, casadas,
residentes na Região Sudeste do Brasil, em cidades com mais de 50 mil habi-
tantes, e que adquirem empréstimos bancários pelo menos uma vez a cada dois
anos. Esse perfil é um bom ponto de partida para o processo de compreensão
de quem consome, mas é muito genérico e pouco profundo. Perceba que não
é possível, por meio das informações apresentadas, compreender quais são as
soluções e benefícios que as pessoas representadas buscam, por exemplo, em
relação a assuntos financeiros, o que dificultaria que uma eventual instituição
financeira criasse uma campanha de marketing eficaz apenas com esses dados.
Para suprir essas lacunas em relação às motivações dos consumidores, novos
métodos de pesquisa têm surgido. O motivo é a necessidade das empresas de
compreender, em profundidade, quem compra ou pode vir a comprar um produto
ou serviço. Um desses métodos, que tem ganhado cada vez mais entusiastas, é
a criação de buyers personas. Essa metodologia tem resultado em soluções que
possibilitam compreender as necessidades dos consumidores do século XXI.
A técnica resulta na identificação mais detalhada do consumidor, ao mesmo
tempo em que abre possibilidades de conexão com o mercado-alvo. Dados
como história e estilo de vida, valores, necessidades, desejos e ambições
diferenciam a persona do público-alvo. A compreensão do consumidor, por
meio da construção de personas, se torna mais humana e rica, o que aumenta
as chances de conexão e fidelização. Isso ocorre porque as personas são
construídas pelo prisma de quem decide a compra, que, por isso, deve ser o
alvo dos esforços de marketing.

Em resumo, o público-alvo apresenta informações genéricas sobre o cliente ideal,


enquanto a persona oferece mais detalhes e, por isso, possibilita compreender melhor
o consumidor.
A persona no marketing digital 7

Construção de personas
O processo de criação de personas se inicia com a coleta detalhada de informa-
ções, que são obtidas por meio de pesquisas com questionários ou entrevistas
em profundidade. Por isso, a construção de personas nunca pode ser feita
apenas com base em suposições. Em seguida, é fundamental compreender as
necessidades, desejos, motivações e dúvidas dos consumidores. Isso permitirá
criar personas com perfis mais humanos e realistas.
Outra etapa fundamental é identificar o caminho que os consumidores
percorrem em suas compras. Entender como acontece essa jornada, desde o
primeiro contato com a marca até a concretização da compra, oferece subsídios
para melhor compreender os anseios dos consumidores. Por fim, a última
etapa é reunir os dados coletados e criar perfis fictícios que representem com
riqueza de detalhes os consumidores da marca. Vale destacar que a construção
de buyers personas é muito importante para definir estratégias de fidelização.
Ela permite conduzir o cliente à recorrência de compra e permite às empresas
atuar de forma mais direcionada e efetiva.

Dados-chave para a construção de personas


Durante o processo de pesquisa, é fundamental colher informações, junto aos
consumidores mais cativos, que permitam entender o propósito da escolha do
produto, serviço ou marca pesquisada. Nessa fase, é importante compreender
quais soluções e benefícios os consumidores buscam, bem como que tipo de
influência sofrem. Ainda é essencial entender como se dá o processo de compra
e quais são as barreiras existentes, principalmente no que se refere ao acesso, às
investidas da concorrência e às impressões relativas ao atendimento recebido.
O ponto crucial é compreender o ganho dos consumidores com a aquisição do
item, ou seja, que benefícios obtiveram, como e com que frequência têm feito
uso do produto ou serviço. Por fim, é interessante descobrir se usam itens da
concorrência ou produtos e serviços similares.
Ao analisar os dados coletados, é preciso comparar as informações e agrupá-
-las sob a imagem das personas idealizadas. Não há um número correto e ideal
de personas a serem criadas, pois é comum a existência de perfis heterogêneos
na base de clientes de uma empresa. No entanto, por mais díspares que possam
ser os clientes, há semelhanças que permitem aos profissionais de marketing
identificar e reunir informações coletadas em um tipo de persona projetada.
Essas semelhanças podem aparecer, por exemplo, na linguagem empregada
pelos entrevistados e nas expressões mais usadas.
8 A persona no marketing digital

Como estruturar a persona


Há diferentes formas de se estruturar a persona após a análise dos dados
coletados em pesquisa. A maneira mais comum é apresentada no exemplo a
seguir, que segue as recomendações do Buyer Persona Institute ([201-?]), ins-
tituição referência em pesquisa para identificar e criar personas para negócios.
Imagine que a Associação Nacional de Odontologia, responsável pela
organização de um importante congresso destinado aos dentistas, decide
investir no desenvolvimento de buyers personas. O objetivo é criar perfis
fictícios para compreender com mais propriedade quem são os profissionais
que podem participar do evento. Ao mesmo tempo, pretende-se intensificar
o relacionamento e a comunicação com eles.

Após a realização de entrevistas com dentistas que já participaram das últimas três
edições do congresso, a Associação traça três personas, sendo que uma delas é re-
presentada por meio do codinome João. Veja a seguir:

Nome: João
Profissão ou atividade: profissional liberal (dentista)
Empresa em que atua: próprio consultório
Idade: 45 anos
Gênero: masculino
Estado civil: casado com Sandra, 40 anos, fisioterapeuta
Filhos: Pedro, de 2 anos
Educação: pós-graduado
Renda familiar mensal: R$ 10.000,00
Mídias que consome: internet, televisão, rádio e publicações espe-
cializadas (fins profissionais)
Objetivos: atualizar-se constantemente para conquistar novos pa-
cientes e manter os atuais
Hábitos de lazer: passear e viajar com a família e brincar com seu filho
Expectativa de relacionamento: “Eu sempre espero rever meus
colegas em congressos e quero adquirir novos conhecimentos,
A persona no marketing digital 9

conhecer tendências e técnicas promissoras e principalmente assistir


palestras de profissionais renomados”.
Desafios: falta de tempo e distância
Como a empresa pode ajudá-lo: oferecendo formas de participação
on-line

A persona final recebe, então, a seguinte representação:

Fonte: Teerapol24/Shutterstock.com.

João, 45 anos, é um profissional liberal e atua como dentista em seu


próprio consultório. Ele pertence à classe média e em seu tempo livre
gosta de estar com a família. Passeios e viagens são constantes para
esse fim. Sempre procura priorizar os interesses do pequeno Pedro,
seu filho de 2 anos, com quem adora brincar, e de sua esposa, Sandra,
40 anos, que é fisioterapeuta.
É usuário habitual de internet, mas não utiliza constantemente as redes
sociais devido ao seu cotidiano atarefado. Acompanha os noticiários
na televisão, à noite, e no rádio do carro. Profissionalmente, informa-se
por meio de jornais e revistas especializadas. Embora atue há muitos
anos como dentista, sabe que precisa atualizar-se constantemente,
pois seus clientes são ávidos por novidades. Seu desafio é qualificar-se
com tão pouco tempo disponível em seu dia a dia.

A persona João representa um perfil de dentista que é comum entre os par-


ticipantes do congresso em questão. Compreender suas motivações, objetivos e
problemas permite fazer um desenho mais próximo do cliente ideal e coerente com
10 A persona no marketing digital

a realidade. Para os organizadores do congresso, a criação de personas permite


direcionar, por exemplo, uma campanha de marketing para diferentes perfis de
público, utilizando um discurso mais próximo ao do receptor da mensagem, o
que certamente despertará mais interesse. Outras personas que representem os
participantes do congresso podem ser criadas. No entanto, cada uma delas deve
representar fielmente uma parcela significativa do público do evento.

Fonte: Lalilele13/Shutterstock.com

Erros comuns na criação de personas


Apesar de parecer um processo simples, a criação de personas exige cuidados
a fim de evitar erros. Um dos equívocos mais comuns é a criação de personas
em demasia. Isso pode comprometer as estratégias de marketing, principal-
mente em relação ao orçamento. Afinal, quanto mais personas, mais ações e
investimentos serão necessários para trabalhar com elas.
Por isso, é recomendado sintetizar os perfis em uma quantidade menor
de personas, tomando cuidado para não generalizar demais. Segundo Kotler
e Keller (2012), todo mercado-alvo pode ter uma gama de consumidores que
diferem em várias dimensões fundamentais. Para acomodar essas potenciais
diferenças, os pesquisadores podem empregar de duas a seis personas.
Outro erro comum é investir em suposições. Isso tende a ocorrer durante
a realização da pesquisa junto aos clientes. Essa atitude é equivocada e pode
comprometer toda a estratégia traçada a partir das personas desenvolvidas.
Por isso, é recomendado, durante o processo de pesquisa, evitar prejulgamen-
tos e investir na coleta de informações relevantes e que permitam conhecer
A persona no marketing digital 11

a fundo o consumidor. Dar atenção demasiada a detalhes sem relevância


para os objetivos da empresa é outro erro comum. É necessário identificar
aspectos do consumidor que realmente sejam relevantes para a empresa
atingir os seus objetivos.
É sempre importante lembrar que a criação de personas deve ser um recurso
para compreender melhor o consumidor de determinada marca. Além disso,
tenha em mente que as personas não representam consumidores, mas os
objetivos deles. Assim, o método deve propiciar ao profissional de marketing
uma aproximação com o cotidiano de quem consome, permitindo que ele se
imagine no lugar dos consumidores. Dessa forma, terá subsídios para entender
como pensam os consumidores, do que gostam e o que valorizam.

BUYER PERSONA INSTITUTE. Buyer persona example. New Jersey: BPI, [201-?]. Disponível
em: https://www.buyerpersona.com/buyer-persona-example. Acesso: 6 nov. 2019.
JUNG, C. G. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2000.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2012.
MARK, M.; PEARSON, C. S. O herói e o fora da lei. São Paulo: Cultrix, 2003.
REVELLA, A. Buyer personas. New Jersay: Wiley, 2015.

Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu
funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto,
a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre
qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
MARKETING
DIGITAL

Anya Révillion
Branded content
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Definir branded content.


 Identificar a diferença entre o branded content e a publicidade tradicional.
 Reconhecer como o branded content pode fortalecer a relação com
o consumidor.

Introdução
Neste capítulo, você vai conhecer o conceito de branded content a partir
do ponto de vista de diversos autores. Você também vai verificar como
essa técnica era utilizada antes do surgimento das tecnologias digitais.
Em seguida, você vai conhecer as diferenças entre publicidade tradicio-
nal e branded content. Por fim, você vai ver algumas técnicas utilizadas
na estratégia de branded content na contemporaneidade, assim como
exemplos de empresas que as utilizam.

O que é branded content


Para Politi (2019), o branded content, também chamado de marketing de con-
teúdo, objetiva gerar resultados para empresas a partir da entrega de conteúdo
relevante ao seu público-alvo. A ideia é obter resultados significativos (novos
negócios, clientes fiéis, boas associações com a marca e valor agregado), e
não somente resultados vinculados à comunicação (audiência, interação, etc.).
Segundo o autor, a definição mais utilizada em âmbito global é a de autoria
de Joe Pulizzi, fundador do Content Marketing Institute:

Marketing de conteúdo é o processo de marketing e negócios que consiste na


criação e distribuição de conteúdo valioso e convincente para atrair, adquirir
e engajar um público-alvo claramente definido e compreendido — com o ob-
jetivo de gerar ações rentáveis de clientes (PULIZZI, 2017 apud POLITI, 2019,
documento on-line).
2 Branded content

O marketing de conteúdo pode ser desenvolvido em diferentes formatos,


tanto off-line (revistas impressas, filmes, programas de rádio ou televisão,
eventos presenciais) como on-line (vídeos, white papers, e-books, posts, guias,
artigos, webinars). Nesse sentido, o branded content é uma estratégia para
produção de conteúdos de alto valor para públicos determinados. Tais conte-
údos devem auxiliar nas etapas do processo decisório de compra e atrair os
públicos de forma natural e espontânea.
Para Neto (2008), o branded content é uma forma de fazer os consumidores
vivenciarem experiências e relacionarem-se com as marcas. O entretenimento
é uma das estratégias do branded content para atrair os consumidores em
seus momentos de lazer, assim como para que eles relacionem a marca a
memórias positivas.
A necessidade de as marcas estabelecerem diálogo com seus consumi-
dores não surgiu na era digital. Os primeiros indícios de branded content
no mundo datam do final do século XIX, quando a John Deere, empresa
que fabrica equipamentos agrícolas, publicou a revista The Furrow, em
1895, com informações importantes para os agricultores daquela época.
O lançamento da revista teve grande impacto no meio agrícola, já que até
então não havia um material do gênero para levar informações aos pro-
fissionais do campo. Em 1912, a publicação atingia cerca de 4 milhões de
pessoas nos Estados Unidos.
Portanto, o branded content é uma estratégia que pode ser aplicada a todos
os produtos e serviços, sem limitações que a tornem exclusivamente digital.
Existem inúmeros casos de aplicações bem-sucedidas de branded content
em meios tradicionais de comunicação. O Guia Michelin é um deles. Ele
foi publicado pela primeira vez em 1900, na França. A empresa Michelin,
fabricante de pneus francesa, teve a ideia de criar seu próprio guia de viagem,
que oferecia aos motoristas conteúdos sobre manutenção de automóveis,
hotéis, restaurantes e pontos turísticos. Esse material buscava incentivar os
motoristas a viajar em seus carros com mais frequência, utilizando o guia.
Assim, o consumidor faria maior uso dos seus pneus, lembrando-se da marca
Michelin quando o momento da troca chegasse. Atualmente, o guia está
disponível também na internet.
Branded content 3

No Brasil, os livros de receitas da marca de açúcar União são um exemplo de branded


content bem-sucedido. A primeira edição foi lançada em 1958 e tornou-se referência
na memória afetiva dos brasileiros. Nos anos 1950, a empresa costumava receber
muitas receitas enviadas pelas consumidoras como forma de agradecimento pela
qualidade do produto. Daí surgiu a ideia de publicar essas receitas em formato de
livro. A iniciativa foi um sucesso: o livro teve 25 edições e 15 milhões de exemplares
distribuídos. Em 2011, a União lançou uma biblioteca virtual disponibilizando mais de
2 mil receitas em formato digital.

Branded content digital


A partir do século XXI, com a popularização da internet, o branded content
ganhou importância no mercado da comunicação mundial em função de uma
nova atitude do consumidor em relação à publicidade interruptiva, aquela
utilizada nos meios de comunicação tradicionais: “[...] com a publicidade
sendo apontada em pesquisas como algo em que o consumidor não confia e
não presta atenção, as marcas estão buscando formas alternativas de promover
com melhor eficiência os seus produtos” (NETO, 2008, documento on-line).
O branded content digital consiste em desenvolver materiais ricos em
informação para que a audiência da marca se sinta atraída a interagir com
ela, acompanhando sua evolução como agente influenciador na rede. No meio
digital, esses conteúdos podem ser publicados em formato de textos, artigos,
e-books, podcasts, vídeos, infográficos, templates, quizz, etc.
Para Gabriel (2010), a partir do desenvolvimento da Web 2.0, houve uma
explosão na produção de conteúdo pelos consumidores, com a Web sendo
usada como plataforma de participação. Nela, além de consumir informações,
o usuário pode inserir conteúdos em blogs, serviços de mensagens instantâneas
(como o WhatsApp) e redes sociais (como o Facebook). Na Web 2.0, é fácil
publicar e compartilhar conteúdos com qualquer pessoa. Por outro lado, como
a internet possibilita a multiplicação massiva desses conteúdos em grande
velocidade e sem controle sobre a sua qualidade, surge a necessidade de filtros
e validação de conteúdos. Por exemplo, a grande proliferação de fake news
levou à criação de mecanismos de confirmação de informações.
4 Branded content

As fake news (“notícias falsas”) consistem na distribuição deliberada de boatos via


jornal impresso, televisão, rádio ou ainda em plataformas on-line, como nas mídias
sociais. Esse tipo de notícia é escrito e publicado com a intenção de enganar, a fim
de se obterem ganhos financeiros ou políticos. As notícias, muitas vezes, empregam
manchetes atraentes ou inteiramente fabricadas para aumentar o número de leitores,
os compartilhamentos e as taxas de cliques na internet. Atualmente, o Brasil possui três
agências certificadas pela International Fact-Checking Network (IFCN), uma organização
internacional que estabelece princípios de verificação de fatos, garantindo a qualidade
e a seriedade da apuração. São elas: Agência Lupa, Aos Fatos e Pública (11 SITES..., 2018).

Diferenças entre branded content


e publicidade tradicional
Em 2012, o mercado publicitário deu um importante passo para reconhecer
trabalhos que envolvem branded content em suas estratégias. O festival de cria-
tividade Cannes Lions criou a categoria Branded Content and Entertainment,
que premia ideias e iniciativas envolvendo esse conceito. Farnworth (2016)
apresenta algumas das principais diferenças entre a publicidade tradicional e
o marketing de conteúdo. Veja no Quadro 1, a seguir.

Quadro 1. Comparativo entre publicidade tradicional e marketing de conteúdo

Publicidade tradicional Marketing de conteúdo

Necessita de altos investimentos O anunciante é proprietário da própria


em mídia, espaços publicitários mídia, que pode ser um site, blog, canal
e produção. Acessível, na de vídeo, perfil em redes sociais, etc.
maioria dos casos, somente
a grandes corporações.

Geralmente tem curto prazo, Focado no médio e no longo prazos,


com campanhas que costumam buscando construir autoridade e
durar de 3 a 6 meses. desenvolver a confiança dos públicos.

O foco da comunicação é o produto Cerca de 90% do orçamento é investido


ou serviço, e a ideia é aumentar para criar conteúdos que educam,
o retorno sobre o investimento. inspiram e entretêm o usuário.
O foco não é o produto ou serviço.

(Continua)
Branded content 5

(Continuação)

Quadro 1. Comparativo entre publicidade tradicional e marketing de conteúdo

Publicidade tradicional Marketing de conteúdo

A mensagem desaparece ao fim O conteúdo está sempre disponível,


da campanha, além de o tempo podendo ser localizado em resultados
de exposição dos anúncios e orgânicos nos mecanismos de
espaços de mídia ser limitado. busca, sem custo. Além disso,
pode ser compartilhado pelos
usuários em redes sociais.

Relação de apenas uma via: O consumidor não é apenas o


o consumidor é passivo ao receptor do conteúdo. Há uma
receber as mensagens. abertura para a criação de um
relacionamento interativo.

Fonte: Adaptado de Fanworth (2016).

Farnworth (2016) também aponta uma diferença entre o marketing de


conteúdo e o conteúdo em si. O primeiro é uma estratégia que objetiva trazer
audiência para a marca, gerando interação com os consumidores. Já o segundo
consiste simplesmente nas informações disponibilizadas em materiais de
venda e de comunicação.
Conforme Hollis (2007), outra confusão pode ocorrer entre as definições de
branded content e merchandising editorial. A diferença é que, na estratégia de
branded content, a marca é a produtora ou distribuidora do conteúdo, enquanto
no merchandising editorial ela apenas coloca seu produto em um contexto já
existente. Em outras palavras, o merchandising editorial envolve a contratação
de uma empresa para colocar o produto em um contexto predeterminado,
enquanto a produção de conteúdo é um compromisso de longo prazo que exige
investimentos mais consistentes de tempo, dinheiro e recursos.

Para saber mais sobre marketing de conteúdo, leia o livro Marketing de Conteúdo —
A Moeda do Século XXI (2016), de Rafael Rez.
6 Branded content

O branded content e a relação com o consumidor


Segundo Parker (2013), existem diferentes abordagens para a produção de
conteúdo, tanto on-line quanto off-line. É possível produzir textos, imagens,
vídeos, podcasts, eventos ou experiências sensoriais que representem aquilo
que a marca quer dizer aos consumidores. O autor propõe quatro técnicas de
branded content, apresentadas na Figura 1, a seguir.

Os 4 tipos de estratégias de marketing de conteúdo


Alta (hi)
Conversacional Viral
Razão para compartilhar

Voz: "vamos falar de nós" Voz: "vamos falar sobre nós"


Motivo: publicidade Motivo: provocação
Exemplo: Mashable Exemplo: Kony 2012

Vaidade Convicção

Voz: "vamos falar sobre mim" Voz: "vamos falar sobre você"
Motivo: propaganda Motivo: personalização
Exemplo: Press release Exemplo: blog Livestrong
Baixa (lo)
Baixa (lo) Alta (hi)
Razão para se importar

Figura 1. Quatro estratégias de marketing de conteúdo.


Fonte: Adaptada de Parker (2013).

A seguir, saiba mais sobre cada uma das técnicas.

 Conteúdo de vaidade: é a pior técnica entre as quatro. Esse conteúdo tem


pouca relevância para o consumidor e também oferece poucas razões para
ser compartilhado. É como se a marca dissesse: “Vamos falar de mim?”.
 Conteúdo conversacional: é uma técnica razoável. Busca facilitar o
acesso a notícias, informações e entretenimento. A marca se coloca no
mesmo contexto do consumidor a partir de assuntos importantes para
ambos. É como se a marca dissesse: “Vamos falar de nós?”.
Branded content 7

 Conteúdo de convicção: é uma boa técnica. Essa abordagem funciona


bem quando focada nos consumidores por trás dos produtos e em histó-
rias relacionadas com a marca. É um conteúdo que provoca discussões
e desencadeia diversas ações a partir do que foi proposto. É como se a
marca dissesse: “Vamos falar sobre você?”.
 Conteúdo viral: é a melhor técnica. É o conteúdo que provoca o consu-
midor e desperta o seu interesse. Ao fazer isso, incentiva o consumidor
a compartilhá-lo de maneira espontânea, nas redes sociais ou por meio
do boca a boca. É como se a marca dissesse: “Vamos falar juntos sobre
isso?”.

Por sua vez, Hollis (2007) propõe três fatores que as marcas devem con-
siderar ao desenvolver as suas técnicas de branded content. São elas: foco,
adequação e fama. Estabelecer foco significa compreender o motivo pelo qual
os consumidores de uma marca gastam seu tempo consumindo determinado
conteúdo produzido por ela em detrimento de outros conteúdos. O autor
aconselha que a marca produza conteúdo focado em nichos de mercado, em
vez de massificá-lo.
Adequação significa que a marca deve falar a mesma língua do con-
sumidor, ou seja, oferecer aquilo que ele quer ouvir, da maneira que ele
espera e de forma estimulante. Finalmente, o fator fama mantém viva a
relação do consumidor com a marca. A fama aumenta conforme a quan-
tidade de ações de sustentação que a marca propõe. Isso significa que
as ações devem ser constantes e envolver todos os pontos de contato do
consumidor com a marca.
Assim, conforme Paiva (2015), quanto mais a marca faz parte da vida do
consumidor, mais relevante ela é. Uma das maneiras de atingir esse objetivo
é contando histórias. Histórias transformam informação em significado,
permitindo que o consumidor se conecte emocionalmente com uma marca.
Para dar significado a seus conteúdos, as empresas devem ser capazes de
contar histórias que sejam mais significativas do que seus produtos e serviços,
apresentando conteúdos consistentes e envolventes, visando a entreter e engajar
seus consumidores. Isso remete ao conceito de storytelling.
Na área de marketing, storytelling consiste na partilha de uma história única
e real de uma empresa ou de um produto, criando uma relação de proximidade
entre a marca e o cliente. Uma boa história revela a grande vantagem que a
empresa em questão trouxe para a vida do consumidor.
8 Branded content

Hayfaz (2018) apresenta um exemplo de marca que utiliza o storytelling de forma efi-
ciente: o Spotify coleta dados contínuos sobre as músicas, playlists e artistas selecionados
por seus 30 milhões de usuários. O serviço de streaming de música combina então
essas informações com os dados de localização dos ouvintes e dados demográficos,
usando-os para criar conteúdo original. No final de 2017, o Spotify realizou uma cam-
panha de mídia externa na cidade de Londres, com chamadas espirituosas, intitulada
Goals 2018 (“Objetivos para 2018”). As frases serviam como resoluções divertidas de
Ano Novo, usando os hábitos dos ouvintes do Spotify em 2017 para sugerir estratégias
bem-humoradas de lidar com a vida em 2018 (Figura 2).

Figura 2. Anúncio do Spotify em Londres: “Seja tão carinhoso quanto a pessoa que colocou
48 músicas de Ed Sheeran em sua playlist ‘Eu amo ruivos’”.
Fonte: Hayfaz (2018, documento on-line).

Finalmente, Jay Baer (2013 apud POLITI, 2013), autor reconhecido quando
se trata de conteúdo, criou o conceito de youtility. Esse conceito afirma que o
marketing que traz mais resultado é aquele que se faz útil às pessoas de alguma
forma. O segredo para isso é pensar de maneira colaborativa, seguindo as três
leis do youtility: informação self service, transparência radical e relevância em
tempo real.
No modo self service, o consumidor vai até o produto ou serviço e decide
como vai utilizá-lo. Com as informações sobre as marcas, também deve ser
assim, ou seja, o consumidor deve conseguir encontrá-las rápida e facilmente.
Branded content 9

Para combater a desconfiança natural que os consumidores têm em relação às


marcas, o autor sugere a transparência radical. Isso significa oferecer conteúdo
autêntico, exclusivo e honesto aos consumidores.
Já a relevância em tempo real é a criação de conteúdos interessantes de
acordo com as tendências e os interesses imediatos do consumidor. Estar
conectadas com o que acontece no mundo é essencial para que as marcas
acompanhem os interesses dos consumidores, oferecendo conteúdos coerentes
com os anseios de seus clientes.
Em síntese, o principal objetivo das marcas que investem em marketing de
conteúdo é educar o público-alvo do seu negócio. Com isso, é possível atrair
um público mais qualificado para a empresa, o que aumenta as chances de con-
versão, ou seja, de que o consumidor realmente adquira o produto ou serviço.

Um exemplo de empresa que se encaixa no conceito de youtility é o Airbnb, um serviço


de aluguel de casas por temporada. O seu real objetivo é entregar experiências únicas
para cada cliente, criadas por uma comunidade global de usuários. Isso inclui o acesso
a conteúdos relevantes e autênticos. No Instagram, a empresa posta fotos e vídeos das
casas dos anfitriões, além de descrever histórias pessoais e tudo o que o usuário pode
viver de diferente se escolher o Airbnb e não uma rede de hotéis convencionais. A cada
postagem, a empresa mostra ao cliente o benefício de explorar lados únicos de cada cultura,
deixando claro que proporciona uma viagem mais próxima da realidade de cada local.

11 SITES para checar de notícias falsas, fatos, fake news. In: MUNDOINTERPESSOAL. [S.
l.: s. n.], 2018. Disponível em: http://mundointerpessoal.com/2018/07/checagem-de-
-fatos-e-fake-news.html. Acesso em: 28 out. 2019.
BAER, J. Youtility. Portfolio: [S. n.], 2013. Resenha de: POLITI, C. Resenha de livro: youti-
lity. Tracto: [S. n.], 2013. Disponível em: https://www.tracto.com.br/wp-content/uplo-
ads/2018/04/youtility.pdf. Acesso em: 28 out. 2019.
FARNWORTH, D. Content marketing and advertising meet in a dark alley: who wins, and
why? Copyblogger, fev. 2016. Disponível em: http://www.copyblogger.com/content-
-marketing-vs-advertising/. Acesso em: 28 out. 2019.
10 Branded content

GABRIEL, M. Marketing na era digital. São Paulo: Novatec, 2010.


HAYFAZ, A. Exemplos de storytelling geniais de marcas que você precisa conhecer. In:
VOOOZER. [S. l.: s. n.], 2018. Disponível em: https://vooozer.com/blog/melhores-praticas/
exemplos-de-storytelling/. Acesso em: 28 out. 2019.
HOLLIS, N. Branded content: more than just showing up. In: MILLWARD BROWN. Lon-
don: [S. n.], 2007. Disponível em: http://www.millwardbrown.com/docs/default-source/
insight-documents/points-of-view/millwardbrown_pov_brandedcontent.pdf?sfvrsn=2.
Acesso em: 28 out. 2019.
NETO, G. Conteúdo de marca ganha força no Brasil. In: TUDO É CONTEÚDO. [S. l.: s. n.],
2008. Disponível em: https://tudoeconteudo.wordpress.com/2008/08/05/a-evolucao-
-do-branded-content/. Acesso em: 28 out. 2019.
PAIVA, J. M. O poder da relevância: o digital branded content no Facebook da marca
Itaú. Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade
de Biblioteconomia e Comunicação, Porto Alegre, 2015. Disponível em: https://lume.
ufrgs.br/handle/10183/122676. Acesso em: 28 out. 2019.
PARKER, A. How to spot the best and worst content marketing strategies. Social Fresh,
sep. 2013. Disponível em: https://www.socialfresh.com/best-worst-content-marketing/.
Acesso em: 28 out. 2019.
POLITI, C. O que é content marketing? In: TRACTO Content Marketing. [S. l.: s. n.], 2019.
Disponível em: https://www.tracto.com.br/o-que-e-content-marketing/. Acesso em:
28 out. 2019.
ROCHA, H. Marketing de conteúdo: o que é, como fazer e exemplos. In: KLICKPAGES. [S.
l.: s. n., 201-?]. Disponível em: https://klickpages.com.br/blog/marketing-de-conteudo-
-o-que-e/. Acesso em: 28 out. 2019.
MARKETING
DIGITAL

Bruno de Souza Lessa


Métricas do
marketing digital
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Descrever métricas.
 Definir os parâmetros de mensuração.
 Relacionar os tipos de métricas em marketing digital.

Introdução
Na era do marketing digital, os profissionais e as organizações têm à
sua disposição métricas e dados analíticos que podem ser mensurados
objetivamente em tempo real. Essa disponibilidade é uma das principais
diferenças e vantagens do marketing digital em comparação ao tradicional.
Atualmente, a mensuração dos dados relativos ao êxito de determinada
estratégia é fundamental para assegurar o retorno sobre o investimento.
No entanto, como há diversos dados disponíveis, a escolha da métrica a
ser monitorada deve ser feita com cautela. Afinal, existe a possibilidade
de que uma organização monitore métricas que não têm significado
para o que é mais importante na geração de suas receitas.
Alguns parâmetros de mensuração, como o número de curtidas no
Facebook ou a quantidade de visualizações no YouTube, são métricas
relevantes. Porém, se esses números não puderem ser efetivamente mo-
netizados e traduzidos em receita para a empresa, eles não têm serventia
efetiva. Portanto, os empreendedores e gestores de negócios devem
aprender a identificar as métricas que podem influenciar o crescimento
das suas organizações e a sua geração de receitas.
Neste capítulo, você vai conhecer o conceito de métricas. Além disso,
você vai ver o que são parâmetros de mensuração. Por fim, vai verificar
quais são os tipos de métricas em marketing digital.
2 Métricas do marketing digital

O que são métricas?


Métricas de marketing digital são valores usados para medir e acompanhar
o desempenho de campanhas. As empresas usam várias ferramentas para
promover seus bens e produtos, e a avaliação dos resultados é fundamen-
tal. A especificidade, a objetividade e a precisão das métricas facilitam a
determinação de metas e a mensuração do desempenho. A seguir, você vai
conhecer algumas métricas importantes para que uma campanha possa ser
considerada bem-sucedida. Logo, tais métricas devem ser monitoradas para
garantir que determinado investimento tenha retorno. Essas métricas podem
ser categorizadas em três grupos: tráfego, conversão e receita (CHAFFEY;
ELLIS-CHADWICK, 2019; CHARLESWORTH, 2018; KINGSNORTH, 2019).
Métricas de tráfego são medidas e monitoradas principalmente durante o
estágio de geração de tráfego. Nesse sentido, uma primeira métrica é tráfego
geral do site, que informa sobre alterações significativas na forma como
o tráfego flui e pode fornecer uma visão da eficácia de uma estratégia. Ao
medir o tráfego de um site, você não deve calcular apenas as visualizações de
uma página ou o número de acessos que o site recebe; é necessário verificar
também quantos visitantes únicos o site atrai por semana ou por mês. Quanto
mais visitantes únicos um site recebe, maiores são as chances de conseguir
clientes em potencial. Outra métrica importante é o tráfego móvel, que fornece
informações que podem ajudar os empresários e profissionais a estruturar e
planejar efetivamente o conteúdo de determinada estratégia, o que resulta em
um maior engajamento com os visitantes oriundos de dispositivos móveis,
como smartphones e tablets (CHAFFEY; ELLIS-CHADWICK, 2019).
Uma terceira métrica relevante é a taxa de cliques, que mede quantas
pessoas realmente clicaram em determinado anúncio. Por fim, outra métrica
de tráfego central é o Custo por Clique (CPC), isto é, aquilo que se pagará à
plataforma de marketing de pesquisa toda vez que um usuário clicar em um
anúncio. Esse valor varia de acordo com a popularidade das palavras-chave ou
das frases-chave escolhidas. Ele também depende dos mecanismos de pesquisa
de preço padrão inicialmente definidos. É possível definir o orçamento de
CPC por palavras-chave, frase-chave e categoria individualmente estabelecida
(CHAFFEY; ELLIS-CHADWICK, 2019).
As métricas de conversão têm, por seu turno, o objetivo de converter o
tráfego do site em leads, que são clientes em potencial. Esse objetivo deve ter
centralidade nos esforços de marketing digital e pode ser avaliado a partir de
algumas métricas. Por exemplo, a taxa de conversão mede quantos visitantes
foram realmente convertidos em leads ou vendas efetivas. O monitoramento
Métricas do marketing digital 3

sistemático das taxas de conversão pode fornecer uma perspectiva apurada so-
bre quais aspectos específicos de uma campanha de marketing digital oferecem
os melhores resultados. Outra métrica de conversão relevante é o Custo por
Lead (CPL), definido a partir da taxa de conversão de leads de uma campanha
específica e seu custo correspondente, fornecendo, assim, informações sobre
a rentabilidade da campanha (CHARLESWORTH, 2018).
Além disso, outra métrica significativa dentro dessa categoria é a média
de visualizações por visita. Quanto mais visualizações de página são geradas
em cada visita, maiores as chances de envolvimento com os visitantes, que
eventualmente são convertidos em leads ou clientes pagantes. Outra métrica
importante é o custo médio por visualização da página, que expressa a
quantidade de investimento em um canal de marketing digital pago com base
em uma média feita a partir das visualizações da página e da quantidade de
receita que pode ser gerada. Em termos práticos, o custo por visualização de
página deve ser significativamente menor do que a receita gerada para garantir
que as campanhas de fato sejam rentáveis (CHARLESWORTH, 2018).
O tempo médio no site mensura o tempo médio de cada visita. Ele é
importante para avaliar qual conteúdo é relevante e efetivamente gera visi-
tas. Por fim, outra métrica de conversão importante é a taxa de retorno de
visitantes, que expressa o número de visitantes que continuam voltando para
rever um conteúdo. Conhecer a taxa de retorno de visitantes pode fornecer
uma visão do que é possível melhorar no conteúdo de forma a atrair mais
cliques (KINGSNORTH, 2019).
A terceira categoria, as métricas de receita, explicitam se determinada
campanha é rentável ou não. Além disso, possibilitam que se façam ajustes
para que um conteúdo seja aprimorado a fim de obter maior engajamento
dos usuários e maiores receitas. Uma das primeiras métricas de receita é o
Retorno do Investimento (ROI). Ele pode ser adequadamente aferido a partir
do tráfego que é convertido em novos clientes. Essa métrica também ajuda a
identificar qual área de uma campanha está gerando receitas e quais estratégias
devem ser melhoradas. Outra métrica de receita importante é o Custo para
Adquirir um Cliente (CAC). Ela é definida pelo cálculo do total de custos
em determinado período dividido por quantos novos clientes pagantes foram
gerados durante aquele mesmo período. Embora os cálculos não sejam sempre
exatos e precisos, o CAC pode fornecer uma boa visão sobre o quão eficaz e
bem-sucedida uma campanha é (KINGSNORTH, 2019).
Por fim, você deve notar que cada uma das métricas descritas é um bom indi-
cador de quão bem-sucedidos são seus esforços de marketing digital. Cada uma
delas se concentra em uma área e um estágio específicos da campanha. Portanto,
4 Métricas do marketing digital

é melhor usar essas ferramentas de forma integrada. A chave aqui é usar os dados
para identificar quais componentes funcionam ou não, o que permite fazer me-
lhorias e estabelecer uma campanha de marketing digital melhor e mais rentável.
A Figura 1 apresenta diferentes elementos que devem ser considerados por
empreendedores e profissionais ao escolherem métricas de marketing digital
para suas campanhas. Nesse sentido, é possível observar a importância de
métricas que focalizam conteúdos personalizados, que possam se tornar virais
e que possuam alguma espécie de vantagem ou exclusividade significativa
para os clientes em potencial, o que pode ser monetizado pela empresa. Além
disso, as métricas voltadas às mídias sociais devem estar conectadas àquelas
relativas às mensurações sobre o tráfego vindo de dispositivos móveis e que
estejam atreladas à geração de conteúdo nativo. Afinal, esse tipo de conteúdo
costuma ser mais relevante para o consumidor. Por fim, métricas e parâmetros
de mensuração ligados às estratégias de automação de marketing devem estar
vinculados às táticas digitais globais da empresa.

Figura 1. Elementos relevantes na seleção de métricas para o marketing digital.


Fonte: garagestock/Shutterstock.com.
Métricas do marketing digital 5

De acordo com Hamill (2016), as métricas de marketing digital devem estar focadas
na conscientização dos clientes, nas preferências dos consumidores e nos fatores que
levam ao incremento das receitas das organizações. Portanto, para estabelecer qualquer
estratégia de marketing, é necessário quantificar os valores que vão nortear a avaliação
da efetividade e a melhor tomada de decisão. Assim, é necessário que os gestores
avaliem constantemente que métricas têm impacto sobre os seus orçamentos. Quanto
mais objetivas, precisas e relevantes forem as métricas, melhor para o resultado das
campanhas. A organização e os seus gestores devem se questionar se determinadas
métricas e parâmetros de mensuração escolhidos agregam valor ao negócio. Portanto,
um profissional de marketing deve se concentrar na definição de parâmetros relevantes,
seguindo critérios objetivos para medir sua estratégia.

Parâmetros de mensuração e sua importância


para o marketing
O estabelecimento de objetivos é fundamental para o sucesso de uma campanha.
Todavia, para que o alcance dos objetivos seja avaliado, é necessário que os pa-
râmetros de avaliação sejam mensuráveis. Os parâmetros de mensuração (ou
parâmetros mensuráveis) são dados que podem ser tabulados estatisticamente
e que podem ajudar uma organização a avaliar a eficácia de uma abordagem,
produto ou serviço sob diferentes pontos de vista. Além disso, para que um
objetivo seja mensurável, os parâmetros relativos a ele devem primeiro ser
claramente definidos (BENDLE et al., 2015).
Um bom parâmetro de mensuração de eficácia seria, por exemplo, a parti-
cipação de mercado (market share) de uma empresa. Não existe um método
consensualmente melhor para calcular a participação de mercado, mas é preciso
estabelecer um parâmetro quantitativo pelo qual ela seja mensurada. Você deve ter
em mente que métodos de cálculo diferentes podem gerar não apenas resultados
distintos de participação de mercado em determinado momento, mas também
tendências amplamente divergentes ao longo do tempo (BENDLE et al., 2015).
As razões para essas disparidades podem incluir variações nas lentes por
meio das quais a participação é vista. Também pode haver discrepâncias devido
ao momento e ao lugar em que são realizadas as mensurações, ou mesmo pela
falta de uma definição precisa sobre o mercado analisado (o escopo do universo
competitivo). Na análise da situação subjacente às decisões estratégicas, os
gerentes devem ser capazes de entender e explicar essas variações. Logo,
6 Métricas do marketing digital

parâmetros mensuráveis são fundamentais tanto para o entendimento quanto


para a explicação de tais variações (BENDLE et al., 2017).
Ainda sobre a participação no mercado, até mesmo as pequenas empresas
podem avaliar o cumprimento dos objetivos por meio desse parâmetro. Entre-
tanto, nesses casos, é preciso tabular a rentabilidade do mercado em uma região
geográfica muito específica, definindo qual parte desse mercado a empresa
possui. Como qualquer tipo de valor em constante mudança, a participação
no mercado é melhor mensurada a partir de um parâmetro predeterminado de
tempo correlacionado, ou seja, ela precisa ser ajustada mensalmente, semes-
tralmente, trimestralmente ou anualmente (BENDLE et al., 2017).
O estabelecimento de parâmetros de mensuração é fundamental no trabalho
das equipes de marketing digital. Uma vez que os trabalhos desses grupos
ocorrem em conjunto, é vital que eles utilizem parâmetros objetivos pelos quais
os esforços coletivos e individuais também possam ser aferidos. Ademais, os
consumidores só poderão expressar suas preferências a partir de parâmetros
previamente definidos (VENKATESAN; FARRIS; WILCOX, 2014).
Portanto, se os parâmetros inclusos em uma pesquisa ou estudo de mercado
não forem os mais apropriados, os resultados analíticos poderão ter pouco valor.
Isso pode ocorrer mesmo que seja possível determinar a importância relativa de
certos atributos e que tecnicamente se possam segmentar os consumidores com
base nos dados coletados. Por exemplo, em uma análise sobre as preferências dos
consumidores acerca de cores ou estilos de carros, é possível agrupar corretamente
os clientes a partir das suas percepções sobre esses atributos. Todavia, se os consu-
midores realmente se importam mais com a potência do motor, as segmentações
de consumidores pelas suas preferências de cor ou estilo não terão valor para o
trabalho das equipes envolvidas (VENKATESAN; FARRIS; WILCOX, 2014).

Para que uma ação de marketing digital agregue valor a uma organização na contempora-
neidade, ela deve ser mensurável em termos claros e objetivos. Assim, os gestores precisam
entender a importância da gestão por indicadores para que a atividade empresarial seja
efetiva e traga incrementos às receitas. O vídeo disponível no link a seguir explica o que é
a gestão por indicadores e como ela pode ajudar gestores a alcançarem seus objetivos.

https://qrgo.page.link/D9195
Métricas do marketing digital 7

Outro exemplo de parâmetro mensurável a ser estabelecido com rigor é a taxa


de retenção, pois ela é um fator determinante para se calcular o valor de cada
cliente, uma vez que mudanças muito pequenas nos seus cálculos podem fazer
uma diferença substancial no valor final apresentado. A precisão desse parâmetro
é vital para resultados significativos (BENDLE et al., 2015). Por outro lado, se a
empresa estabelecer como objetivo gerar determinado volume de receita em um
período, o parâmetro que mensurará essa meta deve compreender a avaliação
dos relatórios sobre as receitas obtidas no período em questão. Esse objetivo
pode ser avaliado sob vários pontos de vista, pois pode ser considerado tanto a
partir de um parâmetro mais lacônico (por exemplo, se a meta foi alcançada ou
não) quanto de um mais incremental, isto é, com descrições mais detalhadas
acerca de quanto da meta foi atingido (BENDLE et al., 2015).
Ademais, o desempenho dos veículos de marketing utilizados pode ser
avaliado a partir do parâmetro de quantos clientes cada um deles conseguiu
trazer, por exemplo. Por ser uma variável mensurável, o número de clientes
que cada veículo consegue consolidar para uma empresa é um parâmetro
apropriado para a avaliação de desempenho desses veículos. Esse movimento
é fundamental especialmente para pequenas empresas, pois elas geralmente
aferem o desempenho de cada veículo em termos de geração de resultados
esperados, um aspecto subjetivo que pode prejudicar a avaliação final. Em
suma, o número de clientes provenientes de cada fonte de publicidade é um
parâmetro mensurável que pode ser melhor medido; logo, é mais confiável
(VENKATESAN; FARRIS; WILCOX, 2014).
Além disso, a avaliação do desenvolvimento dos objetivos estratégicos de
uma organização também precisa ser classificada por meio de parâmetros de
mensuração. Para isso, é possível empregar instrumentos de análise compara-
tiva. Nesse caso, parâmetros mensuráveis podem incluir a conclusão de projetos,
as metas internas relativas a um departamento ou a redução de um resultado
negativo anterior. Esses parâmetros podem apresentar certas variações por
conta de suas demonstrações em termos absolutos ou em porcentagens, por
exemplo (VENKATESAN; FARRIS; WILCOX, 2014).
As empresas geralmente medem o sucesso pelo seu volume de clientes
novos e recorrentes. Medir o novo volume de clientes auxilia as empresas a
avaliarem suas várias abordagens de marketing. Nessa perspectiva, estabelecer
como parâmetro o retorno de clientes já consolidados, por exemplo, pode ajudar
uma organização a avaliar o atendimento pós-venda e os níveis de satisfação
com seus produtos ou serviços (BENDLE et al., 2017).
8 Métricas do marketing digital

Por fim, outro parâmetro mensurável que uma empresa pode elencar para
verificar a satisfação com seus bens e serviços é o número de reclamações
que recebe. O rastreamento do tipo e da frequência das reclamações apresen-
tadas pelos consumidores permite que uma organização identifique áreas de
fraqueza e as aprimore. Ademais, esse parâmetro pode fornecer informações
importantes para o desenvolvimento de métodos para aprimorar os níveis
gerais de serviço (BENDLE et al., 2017).

Segundo Kotler, Kartajaya e Setiawan (2016), o conhecimento sobre as métricas e os


parâmetros de mensuração faz muita diferença para a efetividade de uma campanha
de marketing. O retorno positivo do investimento que se busca é correlacionado aos
esforços de marketing digital e depende de quais métricas são monitoradas e importam
a longo prazo. No entanto, é imperativo lembrar que o estudo do tipo errado de métricas
e parâmetros de mensuração pode prejudicar uma campanha em vez de ajudá-la. Por
conta da infinidade de dados disponíveis para análise, o processo de escolha das métricas
mais apropriadas envolve alto grau de complexidade. Portanto, o foco da escolha deve
permanecer naquilo que é mais importante para a organização, isto é, o crescimento
das suas receitas. Logo, as métricas que devem ser prioritariamente selecionadas e
monitoradas são aquelas que ajudam efetivamente a aumentar as receitas.

A relação entre as diferentes métricas


Existem ingredientes fundamentais para um marketing digital de qualidade,
como a criatividade e uma estratégia bem planejada. Além disso, é claro, o
tempo e os recursos disponíveis para que tal estratégia seja operacionalizada
são essenciais. Entretanto, sem uma avaliação objetiva e integrada das mé-
tricas, uma campanha tem potencial para, na verdade, desperdiçar recursos
no decorrer dos seus mais diferentes processos. Em suma, a mensuração
integrada entre métricas ajudam a entender como e se os esforços de marketing
estão realmente funcionando. Nesse sentido, a mensuração pode determinar
quais canais e plataformas estão agregando valor aos negócios. Ela também
possibilita ajustar ou testar ideias para garantir o maior retorno possível sobre
os investimentos feitos (MARTIN, 2017).
Métricas do marketing digital 9

O que importa, em última análise, é a receita obtida com a conquista de novos


clientes. Tal receita é a expressão do ROI dos gastos com marketing e a conversão
desses gastos em vendas. As vendas reais são valores conversíveis positivamente
em ROI, ou seja, melhoram as receitas da organização e aumentam seus lucros.
Contudo, calcular o ROI de programas de marketing digital pode ser uma tarefa
complexa. Afinal, nem sempre é possível medir com precisão a contribuição de cada
plataforma e o modo como ela influencia a conquista de um novo cliente. Portanto,
as métricas devem ser relacionadas umas com as outras, isto é, estabelecidas e
avaliadas de maneira integrada para garantir retornos positivos (MARTIN, 2017).
Por exemplo, é importante comparar o número de clientes conquistados e
aqueles que foram perdidos com os custos totais da campanha e os objetivos
estabelecidos pela empresa antes mesmo do início dela. Além disso, é necessário
monitorar as mudanças nos indicadores e métricas ao longo do tempo. O foco
desse processo é verificar a contribuição dos diferentes indicadores e estabelecer
o quanto cada um deles influencia a performance do conjunto total de estratégias.
Em outras palavras, o sucesso de uma campanha pode ser aferido também pelo
CAC, fator que compreende todos os custos de vendas e marketing de um período
divididos pelo número de clientes conquistados nesse período (MARTIN, 2017).
Todavia, é preciso que o empresário, gestor ou profissional lembre que
os cálculos do CAC feitos no presente podem não ser totalmente precisos.
Isso ocorre porque um cliente conquistado em determinado período pode ter
sido influenciado por programas de marketing de períodos anteriores, por
exemplo. Apesar disso, como uma medida geral do desempenho de marketing
e vendas, o CAC é um conjunto integrado de cálculos que se apresenta como
um bom indicador de efetividade. No âmbito do marketing, o tempo significa
a atenção que as estratégias que compõem determinada campanha recebem
dos consumidores (PHILLIPS, 2017).
Quando se trata de sites, por exemplo, é importante aferir métricas como o
tempo médio gasto por visitante, o tempo médio gasto na página e a profundidade
média de rolagem. O tempo médio gasto é uma métrica simples e abrangente,
que mostra a quantidade de tempo que um visitante passou lendo, assistindo ou
interagindo ativamente com um conteúdo. Já a profundidade média de rolagem
oferece, por sua vez, uma medida mais precisa do tempo médio gasto. O tempo
médio gasto é calculado com base nas sessões que não terminam, isto é, no número
de visitantes que permanecem no site. Nesse sentido, para melhorar a precisão
desses indicadores e entender se os consumidores estão realmente interessados no
seu conteúdo, os analistas devem comparar o tempo médio à profundidade média
de rolagem, que mostra até que ponto da página o visitante rolou (PHILLIPS, 2017).
10 Métricas do marketing digital

A escolha e a análise de métricas são essenciais para que uma campanha seja efetiva
e para que uma organização obtenha sucesso nos investimentos feitos em mídias
sociais. No vídeo disponível no link a seguir, o especialista Conrado Adolpho, precursor
dos 8 Ps do marketing digital, define e explica o que são essas métricas, explicitando a
importância que elas podem ter para as empresas e suas campanhas.

https://qrgo.page.link/AaJ3X

Outra questão que não pode ser negligenciada é a correlação das métricas
relativas às redes sociais com maior abrangência na contemporaneidade. Por
exemplo, a maioria das grandes marcas pode ser facilmente encontrada no
Instagram. Por conta da natureza altamente visual da plataforma, ela acabou
se tornando um forte ponto de vendas para diversas atividades comerciais.
No entanto, muitos empreendedores e gestores têm problemas para entender
se os esforços que investem no Instagram valem a pena devido à dificuldade
que eles têm de calcular o retorno dos seus investimentos. Uma alternativa
nesses casos, ou seja, para garantir que uma marca esteja fazendo o melhor
possível na plataforma de compartilhamento de fotos, é relacionar certas
métricas essenciais (MILES, 2019).
Primeiro, se a ação estiver usando várias hashtags, é preciso avaliar esse
número e verificar quais hashtags são efetivas. Para isso, é imperativo checar as
impressões dos usuários sobre cada postagem. Encontrar as hashtags corretas ou
descobrir aquelas que não estão funcionando exige alguns testes. É preciso que o
gestor da campanha monitore também os stories da sua marca e, se a estratégia da
campanha compreender a postagem de mais de um story por vez, será necessário
monitorar também quantas pessoas visualizam essas postagens (MILES, 2019).
Nesse âmbito, as métricas mais importantes para os stories do Instagram são
a progressão de impressões, os retornos de navegação e o próximo story. Uma
observação importante: os encaminhamentos que os usuários fazem dos stories
não são uma métrica tão confiável. Na verdade, os retornos para as postagens são
uma indicação mais consistente de interesse, como o nome da métrica já sugere: os
usuários estão realmente retornando a determinado story para assisti-lo novamente.
Atentar a essas métricas, bem como à progressão das impressões recebidas para
cada postagem, ajuda a medir e avaliar o quão significativo o conteúdo criado
para uma campanha é para os usuários. Portanto, é fundamental entender como os
Métricas do marketing digital 11

conteúdos de uma campanha atraem visitantes. Métricas como visitantes novos


versus recorrentes e sua taxa de rejeição fornecem também uma boa compreensão
sobre os conteúdos pelos quais o público realmente se interessa (MILES, 2019).

Kingsnorth (2019) apresenta diferentes métricas que devem ser alvo de atenção para
que uma campanha obtenha sucesso. Entre elas, estão as cinco elencadas a seguir.
Entretanto, é necessário ressaltar que, apesar de importantes, elas não são as únicas
pertinentes ao trabalho do gestor, empresário ou profissional de marketing digital.
 Total de visitas: esse é o número geral a ser monitorado e acompanhado ao
longo do tempo para que se tenha uma ideia aproximada do quão eficazes são
as campanhas (em sua capacidade de direcionamento de tráfego).
 Tráfego de fontes ou canais: serve para segmentar as origens de tráfego de forma
a facilitar a identificação dos canais com desempenho alto ou baixo.
 Número de novos visitantes versus número de visitantes que retornam: os
visitantes que retornam fornecem uma indicação da qualidade e da atratividade
do conteúdo da campanha.
 Taxa de rejeição: sinaliza o número de pessoas que visitam o site e saem imedia-
tamente sem realizar nenhuma ação significativa.
 Custo por Visitante (CPV) e Receita por Visitante (RPV): essas métricas fornecem
uma fórmula simples para a lucratividade de cada canal de marketing. Se o seu RPV
exceder o seu CPV, a campanha está no caminho certo. Esses números também
ajudam a moldar os orçamentos e precisam ser constantemente avaliados.

BENDLE, N. T. et al. Marketing metrics: the manager's guide to measuring marketing


performance. 3rd ed. New Jersey: Pearson FT, 2015.
BENDLE, N. T. et al. FARRIS, P. et al. Key marketing metrics: the 50+ metrics every manager
needs to know. 2nd ed. Harlow: Pearson, 2017.
CHAFFEY, D.; ELLIS-CHADWICK, F. Digital marketing: strategy, implementation and
practice. 7th ed. Harlow: Pearson, 2019.
CHARLESWORTH, A. Digital marketing: a practical approach. 3rd ed. New York: Rou-
tledge, 2018.
HAMILL, J. The end of marketing as usual. In: BAKER, M. J.; HART, S. (ed.). The marketing
book. London: Routledge, 2016. chap. 17.
12 Métricas do marketing digital

KINGSNORTH, S. Digital marketing strategy: an integrated approach to online marketing.


2nd ed. London: Kogan Page, 2019.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0: moving from traditional to digital.
Hoboken: John Wiley & Sons, 2016.
MARTIN, G. The essential social media marketing handbook: a new roadmap for maxi-
mizing your brand, influence, and credibility. Wayne: Weiser, 2017.
MILES, J. Instagram power: build your brand and reach more customers with the power
of pictures. New York: McGraw-Hill, 2019.
PHILLIPS, K. W. Ultimate guide to Instagram for business. Fitch Irvine: Entrepreneur, 2017.
VENKATESAN, R.; FARRIS, P.; WILCOX, R. T. Cutting-edge marketing analytics: real world
cases and data sets for hands on learning. Harlow: Pearson, 2014.
WEB ANALYTICS
Introdução à
web analytics
Aline Poggi Lins de Lima

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

> Definir web analytics e a sua importância.


> Identificar as contribuições da web analytics para o negócio.
> Relacionar web analytics com user experience.

Introdução
A internet possibilitou que a web fosse um meio de arquivamento e disponi-
bilização de informação de diversos tipos, incluindo textos, gráficos, imagens,
vídeos e áudio. Assim, aproximou pessoas e espaços. Hoje, a web 2.0 propor-
ciona diversas possibilidades de criação, compartilhamento de informação e
colaboração aos usuários on-line, tornando o papel destes fundamental para
as corporações (FIGUEIREDO, 2017).
Nesse sentido, entender como a web analytics pode nos auxiliar a dominar
esses dados em prol de melhorias estratégicas para os negócios é de suma
importância. Com a popularização da internet, a web analytics se solidificou
no ambiente digital, possibilitando a coleta, a medição e o envio de relatórios
e análises precisas desses dados para a tomada de decisão.
Neste capítulo, vamos definir o conceito de web analytics e descrever como
as suas ferramentas contribuem para o sucesso dos negócios. Também vamos
falar sobre a importância da web analytics na experiência do usuário.
2 Introdução à web analytics

Conceitos fundamentais
Antes de efetivamente introduzirmos a web analytics, precisamos falar sobre
marketing digital. Hoje, o marketing digital é de extrema importância para
os negócios, visto que a internet está cada vez mais presente no dia a dia das
pessoas. De fato, ele possibilita que as empresas encontrem oportunidades de
melhoria na sua atuação digital. Limeira (2010, p. 10) define marketing digital
ou e-marketing como “[...] o conjunto de ações de marketing intermediadas por
canais eletrônicos, como a internet, em que o cliente controla a quantidade
e o tipo de informação recebida”.
Inegavelmente, a internet, ou rede mundial de computadores, cada vez
mais aumenta a visibilidade de pessoas físicas e de organizações, facilitando
a busca por informações e a comunicação entre clientes e empresas. Assim,
hoje essa ferramenta é utilizada como canal de relacionamento entre as partes,
visando a, sobretudo, uma aproximação com o público-alvo e a sair à frente
da concorrência, como um diferencial competitivo. Limeira (2010) ressalta,
ainda, que há grande probabilidade de as empresas adotarem o marketing
digital como uma tática competitiva e para novas oportunidades de negócios.
Nesse contexto, emerge a busca por novas ferramentas e estratégias
que facilitem a análise e a compreensão dos clientes e futuros clientes. Etzel
(2001, p. 11) afirma que “[...] o conceito de marketing enfatiza a orientação
ao cliente e a coordenação das atividades de marketing para se alcançar os
objetivos de desempenho da organização”. Visando a analisar estratégicas
em ambientes digitais, o marketing utiliza algumas abordagens, como aquelas
que fazem a análise de dados na web, ou web analytics. A web analytics se
trata de uma análise de dados de um site para motivar uma melhoria contínua
da experiência on-line que os clientes e clientes potenciais experimentam,
visando aos resultados desejados (KAUSHIK, 2009).
Analisar o comportamento dos clientes na web se tornou essencial para
quem vivencia e empreende no mundo digital. O uso das ferramentas de
web analytics vem possibilitando a análise dos comportamentos de pessoas
que compram produtos ou serviços diretamente em sites: se concluíram a
venda, se deixaram o item “no carrinho” e saíram do site, onde se encontram
geograficamente, a sua faixa etária, a sua profissão, etc. Essas informações
podem ajudar a empresa a chegar a conclusões a respeito do que acontece
em cada etapa até a compra final e, por consequência, do que impediu esse
cliente de finalizar a compra.
Introdução à web analytics 3

O uso da internet cresce de maneira acelerada, e a quantidade de dados


existentes na web cresce em uníssono. Ela comporta inúmeras informações, de
inumeráveis tópicos, e precisa ser usada com parcimônia e com um filtro para
checar a veracidade dessas informações, a fim de que os dados encontrados
possam ser mais bem aproveitados e tenham um impacto positivo tanto para
quem vende quanto para quem compra.
Diante desse crescente quantitativo de dados e informações disponi-
bilizados na web, surgiu o conceito de big data e, por consequência, uma
grande preocupação no tocante à otimização eficaz dessa enorme massa
de dados, de modo a identificar os melhores mecanismos de análise. Para
autores Fernandes e Lima-Marques (2015), o desafio é transformar o volume
de dados em informação e, por consequência, em vantagem competitiva
para as organizações.
Nesse contexto, o big data emerge como uma solução para a análise
desse quantitativo gigantesco de informações. Como relatam Di Martino
et al. (2014, p. 5), essa “[...] inovadora tecnologia oferece alternativas para
resolver os problemas inerentes que surgem quando se trabalha com grandes
quantidades de dados, fornecendo novas maneiras de reutilizar e extrair
valor a partir de informação”.
O que precisa ficar claro em relação ao big data é que o valor não está
nos dados em estado bruto, mas no processamento e na análise dos dados,
ações que embasarão tomadas de decisão estratégicas para a organização
(DAVENPORT, 2014). Quando utilizamos uma combinação das técnicas de big
data com o potencial existente nas ferramentas de web analytics, aumentamos
muito as chances de potencializar os pontos fortes dos negócios. Segundo
Folli, Naressi e Tsugi (2008), a web analytics surge pela necessidade de me-
dir com inteligência e profundidade a relação complexa entre os clientes e
consumidores e o posicionamento da empresa/marca, em detrimento do
modo tradicional, em que saber o alcance e a frequência da mensagem era
suficiente para prospectar a sua eficiência.

O ambiente de negócios está em constante evolução e cada vez mais


complexo. O tempo para a tomada de decisões está encolhendo, ao
passo que a natureza global das decisões está se expandindo, exigindo o desen-
volvimento e uso de sistemas computadorizados de apoio à decisão. Para saber
mais sobre a análise de dados para gestão, consulte a 4ª edição do livro Business
intelligence e análise de dados para gestão do negócio, da Editora Bookman (2019).
4 Introdução à web analytics

Para Järvinen e Taiminen (2016), o objetivo da web analytics é medir, coletar


e analisar dados on-line, com foco em entrega de informações relevantes,
baseadas em comportamento do cliente. Para os autores, a utilização de
web analytics é uma ferramenta necessária para a análise de estratégias
de marketing, justamente pelo aumento do consumo de mídia digital, como
falamos anteriormente. Conforme Kimura, Pinochet e Azevedo (2016), a utili-
zação das estratégias de web analytics foram disruptivas para as empresas,
pois possibilitaram a análise de informações extremamente relevantes para
que estabelecessem estratégias de mercado competitivas.
Segundo Figueiredo (2017), as seguintes etapas são fundamentais para
apoiar o uso das ferramentas de web analytics:

1. definição de metas;
2. coletas dos dados;
3. análise dos dados;
4. planos de ação.

Diante dessas etapas, fica evidente que, por meio da organização e do


planejamento das ações com o uso de ferramentas de web analytics, pode-
-se construir, de forma eficiente, ações mais estratégicas. Para isso, cabe à
empresa definir como as ferramentas de web analytics podem apoiar os seus
processos de marketing (FOROUDI et al., 2017).

A importância da web analytics para o


sucesso dos negócios
Já sabemos que o uso da internet e das tecnologias de informação e comunica-
ção (TICs) aproximaram entre clientes e empresas, e que esse relacionamento
se estreita a cada dia, principalmente quando falamos em negócios digitais.
Nesse sentindo, a web analytics tem muito a contribuir, pois possibilita que
essas empresas mensurem os seus desempenhos e coletem informações sobre
o seu mercado de atuação, os seus clientes e clientes em potencial gerando
métricas de análises quanto à performance do negócio.
Antes de serem utilizadas para os fins que atualmente conhecemos, as
ferramentas de web analytics eram utilizadas para aferir os erros nos servido-
res da web, a fim de descobrir se o sistema estava funcionando corretamente
(KAUSHIK, 2007). Com o passar dos anos e após a aquisição da empresa Ur-
chin pela Google, as finalidades das ferramentas de web analytics foram se
Introdução à web analytics 5

aprimorando, e variadas inovações têm sido feitas nos softwares analíticos


com o objetivo de aumentar os dados fornecidos aos gestores sobre os seus
negócios digitais.
O fato de o conceito de web analytics envolver o estudo, por meio de
coleta e análise de dados, visando a obter respostas sobre o desempenho de
marketing já sinaliza a importância e os benefícios dessa ferramenta para os
negócios no contexto digital (KIMURA; PINOCHET; AZEVEDO, 2016). Os dados
extraídos por essas ferramentas devem trazer informações que possibili-
tem aumentar a lealdade dos clientes, as vendas de produtos e serviços, o
desempenho da gestão do negócio, a satisfação dos clientes, o sucesso dos
resultados de ações aplicadas ao ambiente digital da organização, o retorno
sobre investimentos realizados em marketing digital, etc. Isso mostra que
a web analytics é a principal fonte de informação para guiar os caminhos a
serem trilhados pelas organizações no cumprimento dos seus objetivos e no
estabelecimento dos referenciais estratégicos para os seus negócios digitais.

Para saber mais sobre o que discutimos até aqui, consulte o livro
Web analytics 2.0: a arte das análise de web e a ciência do foco no
cliente, da Editora Alta Books. Nessa obra, o autor, Avinash Kaushik, revela
como conhecer melhor as pessoas que visitam e interagem nos nossos sites. No
contexto do mundo 2.0 (como ele denomina), Kaushik mostra como escolher o
serviço de web analytics que mais se adequa às nossas necessidades e a quais
métricas devemos ficar mais atentos ao analisar os dados. O livro também
explica como transformar números em ações estratégicas por meio de análises
de dados quantitativos e qualitativos.

As ferramentas de web analytics como diferencial


para o sucesso
Não é novidade que as TICs são essenciais para o melhor desenvolvimento
da gestão nas empresas e para o sucesso dos negócios, sobretudo porque
facilitam o processo de trabalho no dia a dia das organizações, agilizando
processos burocráticos administrativos, por exemplo. Também facilitam a
emissão de relatórios, panoramas, comparativos e gráficos que guiam os
gestores nas suas escolhas e decisões empresariais. Conhecer essas ferra-
mentas a fundo é indispensável para usufruir de todas as funcionalidades
6 Introdução à web analytics

que elas oferecem, aplicando-as da melhor forma possível para atender às


suas necessidades.
Um dos grandes desafios que as empresas enfrentam em relação ao uso
da web analytics é o que fazer com um amontoado tão grande de dados, como
usá-los, que informações extrair e quais delas efetivamente utilizar para
apoiar as ações estratégicas do negócio. Assim, cabe destacar o impacto do
uso das ferramentas de web analytics, como o Google Analytics, por exem-
plo, nas tomadas de decisão e na cultura solidificada nas organizações. De
fato, essas ferramentas promoveram uma mudança radical na estratégia de
inteligência competitiva dos negócios para que os resultados pudessem ser
alcançados eficientemente (TURBAN et al., 2004). Muitas empresas, porém,
ainda estavam enraizadas em uma cultura mais tradicional, em que pouco se
usava ferramentas de métricas para a análise de dados de forma qualitativa.
Apenas os dados quantitativos gerados por relatórios e planilhas de vendas
serviam como base na tomada de decisões. Assim, as ferramentas de web
analytics mudaram o pensamento estrutural das empresas e a forma como
pensam estrategicamente as suas ações, sobretudo de marketing. Nas palavras
de Carvalho (2008, p. 40):

É preciso entender que um case de web analytics não é defendido com gráficos e
metas batidas como acontece com cases de mídia, por exemplo, pois o objetivo
real alcançado é abstrato. Os benefícios atingidos são intangíveis: a internet já é
aceita e requisitada por diversos departamentos da empresa, que o consideram
como parte de seu mix de marketing.

Diante do fato de que muitas empresas têm sites, aplicativos ou outros


canais digitais, as ferramentas de web analytics são essenciais para obter
informações estratégicas sobre os clientes e o mercado (FOROUDI et al., 2017;
KAUSHIK, 2010). Como vimos, o processo de web analytics não é possível sem
que se colete dados. Entretanto, o que muitas organizações não percebem
é que necessitam de muitos tipos diferentes de dados para compreender o
desempenho dos seus sites (KAUSHIK, 2010). Algumas ferramentas ajudam a
extrair esses dados que serão utilizados estrategicamente:

Ferramentas como Google Analytics, Omniture, WebTrends e Yahoo! Web Analytics


geram dados quantitativos, ou seja, do clickstream [é o registro da trajetória que
um usuário de computador percorre ao clicar algo em uma página web ou aplicativo.
Esses dados identificam de onde vem o tráfego e o que este faz no site]. Podemos
dizer que essas informações podem nos contar o que aconteceu em um website
(CUTRONI, 2010, p. 16).
Introdução à web analytics 7

Veja, a seguir, algumas das ferramentas de web analytics mais utilizadas.

„ Google Analytics. Tem várias opções de coleta de dados em sites, apli-


cativos e dispositivos conectados com a internet. Permite segmentação
e gerar relatórios avançados de sites e aplicativos (incluindo relatórios
em tempo real e com foco no usuário).
„ WebTrends. A Webtrends fundou a indústria de análise da web com o
produto Log Analyzer, lançado em 1993. A ferramenta fornece os dados
de que você precisa para medir a adoção, o envolvimento do usuário e
o uso do Microsoft 365 e de aplicativos personalizados.
„ Yahoo Analytics. É uma ferramenta para coletar dados sobre os visitan-
tes, o tempo gasto em páginas da web, os links clicados e os anúncios
exibidos nessas páginas.
„ Adobe Analytics. Permite coletar dados de praticamente qualquer
origem, como web, e-mail, campanhas, quiosques baseados na web,
dispositivos móveis, aplicativos cliente-servidor e a maioria dos apli-
cativos que acessam a internet.
„ AT Internet. Rastreia caminhos não lineares do usuário, otimiza a
experiência do usuário, aumenta as taxas de conversão e oferece
uma experiência personalizada ao cliente. É a ferramenta que mais se
equipara ao Adobe Analytics e tem filial no Brasil.
„ Aidax. Ferramenta de web analytics 100% brasileira. Além de fornecer
as mesmas informações que o Google Analytics fornece, tem funil
retroativo versus funil cronológico, que permite criar gatilhos com
as informações rastreadas dos usuários e, com isso, criar um e-mail
marketing apenas para usuários que viram um produto ou serviço
específico.

O Google Analytics monitora muitas das métricas-padrão de um site,


como visitas, visitantes únicos, pageviews e taxas de rejeição (bounce
rate) e de abandono. Além do monitoramento de metas, o Google Analytics
também é capaz de monitorar todos os tipos de ações de marketing: links
patrocinados, e-mail marketing, mídia gráfica, mídias sociais e qualquer outro
tipo de publicidade (CUTRONI, 2010).
8 Introdução à web analytics

Além de em ferramentas quantitativas, as empresas precisam investir


em ferramentas de análise qualitativa, realizando pesquisas, por exemplo.
Há uma série de ferramentas gratuitas para a coleta de dados qualitativos,
como a 4Q e a Kampyle, que são de fácil implementação e fornecem feedback
valioso sobre os visitantes do site (CUTRONI, 2010). Esses dados competitivos
estão disponíveis para todo mundo; basta buscarmos as ferramentas certas.
É comum combinar técnicas de coleta de dados em uma programação de
coletas de dados. Embora isso possa ser demorado e caro, o benefício é que
oferece múltiplas perspectivas. Escolher quais técnicas de coleta de dados
utilizar depende de vários fatores relacionados com o foco do estudo, os
participantes envolvidos, a natureza da técnica e os recursos disponíveis.
Não existe uma técnica certa ou uma combinação certa de técnicas, mas a
decisão deve levar todos esses fatores em consideração.
Essa inteligência competitiva permite que as empresas se coloquem à
frente da concorrência. Se bem coletados, organizados e analisados, os dados
geram informações importantes para as empresas, evitando erros, perdas
e resultados frustrantes. Para Oliveira e Ribeiro (2018, documento on-line):

[...] a utilização da web analytics pode ser feita de forma integrada, com objetivo de
monitorar sites e redes sociais, visando ao melhor entendimento sobre visitantes,
fãs e navegação. Os dados extraídos devem trazer informações que possibilitem
aumentar a lealdade dos clientes e as vendas de produtos e serviços.

É importante lembrar que, para terem negócios de sucesso, as empresas


precisam explorar a web analytics com o objetivo de conduzir decisões cada
vez mais estratégicas, focadas na necessidade dos seus clientes.

A web analytics e a experiência do usuário


Atualmente, as ferramentas de web analytics são as mais importantes para
ajudar as empresas a identificarem e analisarem as necessidades dos clientes
e, assim, gerar novas oportunidades. De fato, é extremamente importante
ficar de olho na experiência do cliente com o seu site ou com as mídias sociais.
A utilização de estratégias de marketing digital traz inúmeras vantagens para
pequenas empresas, por ser mais estratégico que o tradicional, pela redução
de custos e porque permite que as empresas criem uma estrutura de negócios
mais integrada com as tendências do mercado (SHALTONI et al., 2018).
Introdução à web analytics 9

A análise dos dados proporcionada pela web analytics não serve apenas
para observar o número e o fluxo de cliques, mas, sobretudo, para motivar
uma melhoria contínua da experiência on-line que clientes e clientes poten-
ciais experimentam, traduzindo-se nos resultados desejados tanto no mundo
digital quanto fora dele. Assim, não basta que as empresas tenham excelentes
ferramentas para coletar esses dados: elas precisam analisá-los de uma forma
estratégica, visando a transformá-los em vantagem competitiva por meio da
otimização da experiência do usuário. Cada empresa, independentemente do
tamanho, necessitará de várias ferramentas para compreender o desempenho
do seu site e as necessidades e a experiência dos seus clientes, bem como o
contexto principal dos concorrentes e a evolução do ecossistema (KAUSHIK,
2010).
Veja, portanto, que a web analytics tem tudo a ver como experiência do
usuário/cliente. Atualmente, uma das principais preocupações, se não a maior,
das empresas é, sem sombra de dúvidas, oferecer boas experiências para os
consumidores. Então, é de suma importância que as organizações conheçam
bem os seus clientes e tenham sempre em mãos dados e informações reais e
fidedignos sobre eles para embasar as tomadas de decisão empresariais. E,
como vimos, as ferramentas de web analytics servem exatamente para obter
esses dados e informações.
Os principais objetivos da experiência do usuário, também referida como
user experience (UX), são entender o comportamento dos usuários e lhes
proporcionar experiências positivas enquanto eles utilizam um determinado
produto ou serviço. Segundo Cybis, Betiol e Faust (2010, p. 365):

[...] a definição de experiência do usuário surge na área de interação homem-


-tecnologia com o objetivo de proporcionar uma visão mais abrangente das relações
entre as propriedades funcionais, estéticas e de interação do produto, assim como
a maneira pela qual os indivíduos respondem a elas quanto aos aspectos, físico,
cognitivo e emocional.

Nesse contexto, a web analytics permite que os dados apresentados gerem


informações de qualidade para que as empresas aperfeiçoem não só produtos
e serviços, mas também a experiência que o usuário tem ao comprá-los e
consumi-los. Trata-se, portanto, das percepções e respostas das pessoas, que
resultam do uso ou da expectativa de uso de um produto, sistema ou serviço.
Para Vasconcelos (2007, p. 25), “[...] a experiência do usuário influi na qualidade
e na satisfação que alguém tem em interagir com algum produto, serviço ou
sistema. Muitas vezes o sucesso de um produto é definido pela qualidade
da experiência antes, durante e depois de seu uso”. O mais importante é
10 Introdução à web analytics

conhecer como ocorre a interação dos usuários com a tecnologia, com os


sites e as mídias sociais, a fim de projetar produtos ou serviços baseados no
contexto do usuário e que atendam às suas necessidades, ao mesmo tempo
que proporcionem, aos negócios, o alcance dos resultados.
Quando as empresas utilizam as ferramentas de web analytics para gerar
informações consistentes sobre os seus usuários, elas querem garantir que
essas informações, como quantidade de acessos e de visitas, questões de-
mográficas, opções de compras, estilos, gêneros e comportamentos, gerem
propostas que, após analisadas, façam os clientes retornarem. Os sites, por
exemplo, devem proporcionar satisfação ao usuário sem que ele perceba ou
diga o que quer e como quer.
Morville (2004) destaca que, para que um site proporcione experiências
positivas. é necessário que atenda a alguns requisitos. Veja-os no Quadro 1.

Quadro 1. Facetas da experiência do usuário

Faceta Descrição

Útil Desenvolver produtos e sistemas úteis, devendo ser aplicadas


soluções com aprimoramento contínuo.

Utilizável Oferecer facilidade de utilização contínua. A usabilidade


é necessária, mas não suficiente para contemplar as
necessidades do usuário.

Desejável Utilizar elementos de design emocional, como imagem, marca


e valor de identidade.

Encontrável Oferecer navegação e objetos localizáveis, permitindo ao


usuário encontrar o que precisa.

Acessível Atender a usuários com ou sem deficiência.

Credível Conquistar a confiança do usuário em relação ao ambiente e


ao conteúdo apresentado.

Valioso Oferecer valor aos patrocinadores, de modo a satisfazer


o usuário e valorar a missão para organizações sem fins
lucrativos.

Fonte: Adaptado de Morville (2004).


Introdução à web analytics 11

Se paramos para analisar cada faceta evidenciada pelo autor, compreen-


demos quais e como alguns pontos críticos, muitas vezes revelados nos dados
dos clientes pelas ferramentas de web analytics, podem ser aprimorados com
os elementos de experiência do usuário. Assim, as empresas podem planejar
ou reformular o ambiente informacional digital, com o intuito de contribuir
com a satisfação do usuário.
Analisar bem as métricas disponibilizadas pelas ferramentas de web
analytics, além de coletar dados em pesquisas que gerem informações qua-
litativas, mostra o quanto essas ferramentas podem favorecer a relação
entre cliente e empresa. Ações como avaliar, compartilhar experiências de
compra e recomendar tiram as organizações do centro da comunicação,
formatando um modelo mais participativo e descentralizado (FOLLI; NARESSI;
TSUGI, 2008). O atual alcance da internet faz os usuários se expressarem mais
facilmente, ao mesmo tempo que contribui para o planejamento estratégico
de empresas que analisam a experiência do usuário com os seus produtos e
serviços — principalmente porque os usuários de hoje são ativos produtores
de conteúdo e consumidores de informações na web.

As ações de coletar, medir, analisar, avaliar e gerar dados são de


extrema importância, sobretudo para conhecer bem o usuário e,
assim, proporcionar-lhe melhor experiência com o seu produto ou serviço. Porém,
fique atento: apresentar resultados é tão importante quanto analisar os dados.
De nada adianta uma análise perfeita se as informações não chegarem a quem
tomará a decisão. Uma apresentação longa, com inúmeras telas e informações
irrelevantes para o negócio da empresa, não será visualizada pela alta gerência.
Portanto, seja sempre claro, coeso, assertivo, simples e objetivo.

Neste capítulo, vimos o quão importante é, para as empresas, investir na


utilização de ferramentas de web analytics para obter informações precisas
sobre os usuários, visando a trazer benefícios aos negócios. Os dados gerados
acompanham o comportamento dos usuários muito mais de perto, como
quanto tempo as pessoas ficam em uma página web, onde passam a maior
parte do tempo, de que outros sites vieram, que propagandas olharam e por
quanto tempo, e assim por diante. Assim, as ferramentas de web analytics
podem ser utilizadas para avaliar se os objetivos dos usuários estão sendo
atendidos, apoiar estudos de usabilidade e comunicar designs futuros. É uma
ferramenta poderosa para os negócios e para a pesquisa de mercado e pode
beneficiar uma série de projetos.
12 Introdução à web analytics

Referências
CARVALHO, J. V. Cases de web analytics: eficiência e eficácia. In: WEB ANALYTICS BRASIL.
Web analytics II: uma visão brasileira. 2. ed. 2008. p. 36-41. (E-book).
CUTRONI, J. Google analytics. São Paulo: Novatec, 2010.
CYBIS, W. A.; BETIOL, A. H.; FAUST, R. Ergonomia e usabilidade: conhecimentos, métodos
e aplicações. 2. ed. São Paulo: Novatec, 2010.
DAVENPORT, T. Big data at work: dispelling the myths, uncovering the opportunities.
Harvard Business Review Press, 2014. Disponível em: https://hbr.org/2014/03/big-data-
-at-work-dispelling-the-myths-uncovering-the-opportunities. Acesso em: 20 ago. 2021.
DI MARTINO, B. et al. Big data (lost) in the cloud. International Journal of Big Data
Intelligence, v. 1, nº 1/2, p. 3-17, 2014.
ETZEL, M. J.; WALKER, B. J.; STANTON, W. J. Marketing. São Paulo: Makron Books, 2001.
FERNANDES; G. L; LIMA-MARQUES, M. Competitividade na era do Big Data: uma pers-
pectiva a partir da disciplina de arquitetura da informação. In: TARAPANOFF, K. (org.).
Análise da Informação para a tomada de decisão. Curitiba: InterSaberes, 2015. p. 151-164.
FIGUEIREDO, A. T. Método WACIC: a utilização de web analytics baseada em melhoria
contínua. 2017. 102 f. Dissertação (Mestrado em Sistemas de Informação e Comunica-
ção) — Faculdade de Tecnologia, Universidade Estadual de Campinas, Limeira, 2017.
FOLLI, A.; NARESSI, L.; TSUGI, V. Teoria e prática das métricas de engajamento. In: WEB
ANALYTICS BRASIL. Web analytics II: uma visão brasileira. 2. ed. 2008. p. 63-78. (E-book).
FOROUDI, P. et al. Digital technology and marketing management capability: achieving
growth in SMEs. Qualitative Market Research, v. 20, nº 2, p. 230-246, 2017.
JÄRVINEN, J.; TAIMINEN, H. Harnessing marketing automation for b2b content marketing.
Industrial Marketing Management, v. 54, nº 1, p. 164-175, 2016.
KAUSHIK, A. Best web analytics 2.0 tools: quantitative, qualitative, life saving! 2010.
Disponível em: https://www.kaushik.net/avinash/best-web-analytics-tools-quanti-
tative-qualitative/. Acesso em: 20 ago. 2021.
KAUSHIK, A. Web analytics: an hour a day. New York: John Wiley & Sons, 2007.
KAUSHIK, A. Web analytics 2.0: the art of online accountability and science of customer
centricity. New York: John Wiley & Sons, 2009.
KIMURA, R.; PINOCHET, L. H. C.; AZEVEDO, M. C. Ferramentas de digital analytics e seu
poder de previsão sobre o desempenho: uma análise do mercado automobilístico
brasileiro. Revista Brasileira de Marketing, v. 15, nº 2, p. 220-236, 2016.
LIMEIRA, T. M. V. E-marketing: o marketing na internet com casos brasileiros. 2. ed.
São Paulo: Saraiva, 2010.
MORVILLE, P. User experience desing. 2004. Disponível em: https://semanticstudios.
com/user_experience_design/. Acesso em: 20 ago. 2021.
Introdução à web analytics 13

OLIVEIRA, H. P. S.; RIBEIRO, P. C. C. O uso de ferramentas de web analytics por startups


nas estratégias de marketing digital. In: CONGRESSO DE ADMINISTRAÇÃO SOCIEDADE
E INOVAÇÃO, 11., 2018, Rio de Janeiro. Anais eletrônicos [...]. Disponível em: https://
www.researchgate.net/profile/Priscilla-Cristina-Ribeiro-2/publication/330421953_O_
Uso_de_Ferramentas_de_Web_Analytics_por_Startups_nas_Estrategias_de_Ma-
rketing_Digital/links/5c3f27e6299bf12be3cc545c/O-Uso-de-Ferramentas-de-Web-
-Analytics-por-Startups-nas-Estrategias-de-Marketing-Digital.pdf. Acesso em: 20
ago. 2021.
SHALTONI, A. M. et al. Electronic marketing orientation in the small and medium-sized
enterprises context. European Business Review, v. 30, nº 3, p. 272-284, 2018.
TURBAN, E. et al. Tecnologia da informação para gestão: transformando os negócios
na economia digital. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
VASCONCELOS, P. F. C. Use-user experience: uma metodologia de conhecimento das
experiências dos usuários com base na etnografia. 2007. 146 f. Dissertação (Mestrado
em Informática Aplicada) — Faculdade de Tecnologia, Universidade de Fortaleza,
Fortaleza, 2007.

Leituras recomendadas
COBRA, M. Administração de marketing no Brasil. 3. ed. São Paulo: Elsevier, 2009.
DRUCKER, P. A nova era da administração. São Paulo: Pioneira, 1992.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 9241-210:2010: ergonomics
of human system interaction – Part 210: Human-centred design for interactive systems.
Switzerland: ISO, 2010. (E-book).
KAUSHIK, A. Web analytics 2.0.: a arte da análises de web e a ciência no foco do cliente.
Rio de Janeiro: Alta Books, 2019.
KNAFLIC, C. N. Storytelling com dados: um guia sobre visualização de dados para
profissionais de negócios. 2. ed. Rio de Janeiro: Alta Books, 2019.
SHARDA, R.; DELEN, D. TURBAN, E. Business intelligence e análise de dados para gestão
do negócio. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2019.
SIEGEL, E. Predictive analytics: the power to predict who will click, buy, lie, or die. John
Wiley & Sons, 2013.
VAZ, C. A. Google marketing: o guia definitivo de marketing digital. 3. ed. São Paulo:
Novatec, 2010.

Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos


testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os edito-
res declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou
integralidade das informações referidas em tais links.
WEB ANALYTICS
Business performance
e conversão
Luciana Manfroi

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

> Definir business performance.


> Identificar formas de aplicação das políticas de inteligência analítica.
> Descrever os elementos voltados à conversão de usuários.

Introdução
Os dados estão chegando às empresas em velocidade, volume e variedade im-
pressionantes. De pequenos conjuntos gerenciáveis a pacotes gigantescos que
são acionados sempre que um consumidor compra um produto ou gosta de uma
publicação nas mídias sociais, essas informações oferecem uma gama de opor-
tunidades para negócios.
O business performance, ou desempenho dos negócios, conta com estratégias
de inteligência analítica que seguem práticas para acompanhar a jornada do
consumidor com o funil de conversão. Mas, com tantos dados chegando, como
se classifica e se dá sentido a tudo para obter resultados assertivos e alcançar
os objetivos da empresa?
Neste capítulo, você vai conhecer os conceitos e as características do business
performance. Você também vai estudar estratégias e processos para a aplicação
das análises de dados voltadas para a inteligência competitiva e para a conversão
dos usuários em clientes.
2 Business performance e conversão

O que é business performance?


A oportunidade que a inovação em dados oferece ao mundo é praticamente
inédita. A conexão entre as empresas e os consumidores trazida pela web
mudou a economia do trabalho. Na sociedade contemporânea, dados são
negócios, e não há mais como se pensar em negócios sem ter em mente o
resultado que provém das análises desses dados.
Hoje os dados são cada vez mais abundantes, e, em contrapartida, seu
custo de armazenamento diminui. Novas tecnologias e ferramentas são criadas
e revelam insights valiosos para as empresas a partir de vastas quantidades
de dados, que se tornam mais aprofundados e geram mais oportunidades
para as tomadas de decisões empresariais. Em contrapartida, mesmo que
os dados estejam por toda parte, muitas empresas ainda não realizaram a
tomada de consciência para tratá-los como um diferencial competitivo. Afinal,
ter um negócio orientado por dados pode garantir a sobrevivência no novo
mundo dos negócios, possibilitando manter-se competitivo e maximizar os
investimentos em marketing e vendas.

Uma pesquisa realizada pelo ObservePoint em 2020 mostrou o quão


baixos são os níveis de confiança, considerando que apenas 12% dos
entrevistados responderam que seus dados eram pelo menos 90% precisos.
As respostas de analistas de sites (que são mais próximos e confiantes em
relação aos dados do que qualquer outro profissional) apontam que cerca de
14% confiavam que seus dados eram de 90 a 100% precisos. Em relação aos
profissionais de marketing, apenas 6% disseram confiar que seus dados eram
pelos menos 90% precisos. Se você pensou que esse resultado não tem um
impacto negativo nos negócios, pense novamente. É importante considerar em
nossos estudos que, sem a confiança nos dados, as empresas tomarão decisões
mal informadas, baseadas em suposições ou apenas intuições.

Nesse contexto, o business performance consiste nas atividades empre-


sariais ligadas à gestão que têm a função de trabalhar para que objetivos da
empresa estejam sistematicamente sendo atendidos assertivamente. Para
uma melhor compreensão, é importante pensar que o business performance
não analisa somente a empresa como um ecossistema único, mas todas as
partes que a compõem, como os departamentos ou setores a ela vinculados,
um colaborador ou um grupo de funcionários, e os processos referentes a
Business performance e conversão 3

todas as áreas: marketing, recursos humanos, setor financeiro, atendimento


ao consumidor, entre outras. Sobre o business performance, Turban et al.
(2009, p. 188) descrevem o seguinte:

É um conjunto integrado de processos, metodologias, métricas e aplicações proje-


tadas para impelir o desempenho geral financeiro e operacional de uma empresa.
Ajuda as empresas a converterem suas estratégias e objetivos em planos, monitorar
o desempenho em relação a esses planos, analisar variações entre resultados reais
e resultados planejados, e ajustar seus objetivos e ações em resposta a essa análise.

Para que o desempenho de um negócio seja assertivo, é importante buscar


resultados propiciados por ferramentas inovadoras, que fazem parte de
softwares que estão transformando digitalmente o ecossistema das empresas
em todos os seus setores. Além da vantagem de os dados serem entregues em
pacotes para a análise de pessoas e processos em cada setor das empresas,
o resultado dessas análises proporciona a conversão em novos produtos
e/ou serviços, ou seja, em novas soluções.
O grande volume de dados produzido hoje transforma as empresas e,
consequentemente, os seus modelos de negócio. Com isso, aumentam os
desafios em relação ao processamento, à análise inteligente e ao uso asser-
tivo dos dados processados, além de se exigir a atualização em termos de
investimento em novas tecnologias e recursos para extrair valiosos insights
para os negócios.
Veja a seguir o posicionamento de Foreman (2018), autor do livro Data
Smart: usando data science para transformar informação em insight. Ele
aponta que os dados estão ligados aos processos de insights, tomada de
decisão e produção das empresas e de seus negócios:

Data science é a transformação de dados, por meio da matemática e estatística,


em insights, decisões e produtos valiosos. Essa é uma definição centrada em ne-
gócios. É sobre um produto final útil e valioso derivado de dados. Por quê? Porque
eu não estou nisso por motivos de pesquisa ou porque eu acho que dados têm um
mérito estético. Eu faço data science para ajudar a minha organização a funcionar
melhor e criar valor; se você está lendo isso, eu suspeito que esteja procurando
algo parecido (FOREMAN, 2018, p. 17-18).

Portanto, entende-se que, hoje, as organizações são ecossistemas que


economicamente dependem de análises inteligentes de dados para a sua
sobrevivência, como para gerar insights e tomadas de decisões assertivas.
Ou seja, sem dados, não há negócios.
4 Business performance e conversão

Aplicação das políticas de inteligência


analítica
Medir o desempenho dos negócios por meio de análises de dados para a
inteligência competitiva é imprescindível para monitorar o crescimento,
o progresso ou a retração a partir das metas pretendidas. A rotina do moni-
toramento é necessária e eficaz para proteger a empresa contra quaisquer
problemas financeiros ou organizacionais, além de ajudar a reduzir o custo
do processo e melhorar a sua produtividade e eficácia.

Como medir o business performance?


Para medir o desempenho dos negócios, é necessário acompanhar as métricas
relevantes, também conhecidas como indicadores-chave de desempenho
(KPIs, do inglês key performance indicators), que exibem um valor mensurável
e mostram o progresso das metas do negócio. O desempenho é medido por
meio das etapas descritas a seguir:

Definir metas
Os objetivos podem ser traduzidos conforme a necessidade da empresa,
podendo ser: adquirir novos clientes, melhorar a satisfação do cliente, gerar
altos volumes de tráfego para o seu site, entre outros. E para que os objeti-
vos sejam alcançados, são necessárias metas. Pode-se pensar em metas a
partir de perguntas que respondem o que se quer medir, como: o que se está
tentando alcançar? Veja alguns exemplos de metas de negócios:

„ geração de leads;
„ aumento das vendas;
„ melhor atendimento ao cliente;
„ aumento da margem de lucro.

A partir das metas, deve-se estabelecer fatores críticos de sucesso,


ou seja, especificar as principais atividades em que a empresa deve se con-
centrar para ter sucesso.
Business performance e conversão 5

Desenvolver KPIs
Os KPIs são indicadores que fornecem insights sobre o negócio. Esses indi-
cadores ajudam a medir o desempenho em relação às metas identificadas.

As métricas e os KPIs de uma campanha podem ser visualizados


conforme o objetivo que se quer alcançar. Por exemplo, se uma
produtora de vídeo tem como objetivo a conversão em vendas, pode-se pensar
que as métricas de acompanhamento são cadastros, leads e downloads. Assim,
os KPIs podem ser: custo por ação (CPA), custo por lead (CPL), custo de aquisição
do cliente (CAC), taxa de conversão, entre outros. É importante escolher KPIs que
possam ser medidos e que forneçam resultados para alcançar seus objetivos.

Definir métricas adequadas


As métricas de negócios são medidas quantificáveis que servem para que se
avalie um processo específico de negócio. Escolher o que se deve medir está
relacionado com o objetivo que se deseja alcançar. Assim, pode-se considerar
métricas de marketing, métricas de vendas, métricas contábeis e financeiras
e métricas on-line. Segundo Gabriel (2020, p. 256):

Uma métrica é algo que você pode contar, como alcance, frequência, cliques, down-
loads, conversões etc. Uma métrica é apenas um número, e como você interpreta
esse número é com você. Em um carro, a métrica de velocidade é apenas um número
no velocímetro. Você pode acompanhar essa métrica para saber se está dentro
da velocidade permitida por lei. As métricas servem para serem acompanhadas
como instrumentos balizadores da execução da estratégia.

Nas últimas décadas, a entrega de resultados valiosos baseados em


análise de dados é uma responsabilidade que recai cada vez mais sobre a
equipe de gerentes de marketing e de analistas, pois há que se investir em
conhecimento para retirar resultados tangíveis de dados brutos. Tanto os
profissionais de marketing quanto os analistas precisam investir na melhoria
da entrega com base na precisão de seus dados.
De um lado, o marketing precisa ter uma maior abertura no compartilha-
mento das metas de negócios, para buscar remover barreiras que possam
existir entre os setores. Por outro lado, os analistas de dados têm que compre-
ender quais tipos de dados são necessários para qual tipo de departamento.
Esse filtro é necessário para otimizar o processo e não se gastar tempo,
6 Business performance e conversão

pois nem todas as análises de dados são necessárias para todos os setores.
Portanto, compartilhar recomendações acionáveis impacta fortemente os
resultados dos negócios.
Essa estratégia de compartilhamento de dados gera um maior potencial
para novas descobertas dentro do contexto dos negócios, e, com isso, sur-
gem oportunidades de se encontrar mais recursos para as atividades que
realmente necessitam de investimento e tempo para a sua resolução. Para
isso, investe-se em ferramentas de visualização de dados, a fim de buscar
insights de análise da web.
Empresas que investem em otimização para motores de busca (search
engine optimization – SEO) necessitam de análises eficazes para entender cada
fase da jornada do cliente e as ferramentas apropriadas pera essa medição.
A inteligência analítica só poderá vigorar se houver tecnologia e conhecimento
de profissionais que saibam decifrar os dados coletados na web.
O recurso de web analytics consiste em um processo contínuo em busca
de melhoria — ou, como podemos denominar, uma tarefa de rotina. Isso se
justifica pelo fato de que, à medida que uma empresa cresce, é natural que
seu site seja atualizado. E essa mudança deve levar em conta a testagem e a
atualização que garantam que o site esteja recebendo os dados necessários
para aumentar o retorno sobre o investimento geral. Uma política adotada
por empresas de vários segmentos é a auditoria regular de dados, que deve
ser realizadas para garantir que os números sejam precisos e que haja a
contínua captura de atividades relevantes para os objetivos dos negócios.
A vasta quantidade de dados que as empresas acumulam hoje ajuda a
entender o passado, orienta a tomada de decisão no presente e possibilita
realizar previsões sobre o futuro. Como usar todos esses dados de forma
eficaz? Como se pode avaliar se os resultados são precisos ou significativos?
Como distinguir entre causalidade e correlação? Com tantos pacotes de dados
à disposição, como se pode classificar e tirar valor de tudo isso?
Compreender a análise de dados é uma habilidade imprescindível para
todo gerente. Não é mais suficiente transferir essa responsabilidade para
cientistas de dados. Para gerentes, não basta entregar aos especialistas e
analistas essa função. Os gerentes precisam saber como os especialistas
alcançam os resultados e como usar as informações de forma eficaz para
orientar suas próprias decisões. Ou seja, eles precisam conhecer a origem
das descobertas, fazer as perguntas certas sobre os conjuntos de dados e
traduzir os resultados para cada setor da empresa. Nesse sentido, algumas
iniciativas devem ser tomadas, como:
Business performance e conversão 7

„ fazer as perguntas certas para obter as informações precisas;


„ trabalhar de maneira mais colaborativa com cientistas de dados;
„ executar experimentos de negócios e testes A/B;
„ indicar as métricas corretas para avaliar o desempenho;
„ avaliar se os dados recebidos são confiáveis;
„ identificar quando investir em ferramentas e tecnologias;
„ realizar o feedback dos resultados para as áreas interessadas;
„ visualizar seus dados de forma real.

Muitos dos resultados das análises são contextualizados. Portanto,


ao iniciar o processo a partir da escolha assertiva do que se quer perguntar,
com perguntas de qualidade, as respostas serão mais próximas à verdade, ao
que realmente está acontecendo. É aquela velha máxima: se você não sabe
para onde ir, qualquer caminho basta.

Big Data e inteligência competitiva em business


performance
A inteligência analítica — aquela que tem como princípio a tomada de decisão
a partir da análise de dados — se mostra como um diferencial competitivo a
partir do momento em que se tem um ecossistema que entrega conjuntos de
dados para serem analisados. Nesse contexto, o termo Big Data é relativo a
conjuntos de dados cujo tamanho é maior do que a capacidade de capturar,
armazenar, gerenciar e analisar das ferramentas de software de banco de
dados.
O Big Data oferece uma abordagem consistente no tratamento dos dados
frente ao volume e à complexidade crescentes destes. Esse conceito abrange
5 Vs: volume, velocidade, variedade, veracidade e valor. Veja a seguir a des-
crição de cada um deles:

„ Volume: é a quantidade de dados que estão sendo gerados.


„ Variedade: diversas fontes e formatos, incluindo dados estruturados e
não estruturados, dados de e-mails e de mídias sociais, dados produ-
zidos pela Internet das Coisas (IoT) por meio de sensores, entre outros.
„ Velocidade: além do fluxo contínuo em termos de captura dos dados,
o processamento é cada vez mais veloz. Rapidez significa “tempo
real”, ou seja, significa que os dados têm tratamento no instante em
que chegam.
8 Business performance e conversão

„ Veracidade: a confiança dos dados é de grande importância, conside-


rando-se o perigo de não serem confiáveis ou estarem incompletos.
„ Valor: quanto maior a riqueza de dados, mais importante é saber
realizar as perguntas certas no início de todo o processo de análise
(BROWN, 2014). Para isso, é imprescindível que os gerentes tenham
foco na orientação do negócio, pois de nada adiantará realizar todo
o processo de Big Data se não há questionamentos que ajudem o
negócio de modo realístico.

O sucesso do Big Data está relacionado à sua popularidade em termos de


aquisição e acesso, devido ao barateamento dos custos de armazenamento
e processamento de dados nos últimos anos. Com a barreira de custo sendo
retirada, muitas empresas conseguiram criar infraestruturas de tecnologia de
informação (TI) para a implantação de seus sistemas e a utilização de nuvem.
Empresas como Amazon, Microsoft e Google dispõem de armazenamento em
nuvem por um custo relativamente baixo pelo que oferecem como resultados
aos negócios.
Assim, o Big Data está relacionado a negócios que necessitam de inte-
ligência analítica de profissionais para obter insights e realizar tomadas
de decisões. Para Foreman (2018), o Big Data envolve transformar dados de
negócios transacionais em decisões e percepções, usando análises de ponta.
No contexto dos negócios, no que diz respeito ao processo de inteligência
competitiva por meio de dados, algumas etapas são mais importantes do que
outras, como a etapa de análise. Veja na Figura 1 o ciclo de vida dos dados.

COLETAR ARMAZENAR ANALISAR TRANSFORMAR

Figura 1. Ciclo de vida dos dados.

Mas por que a etapa de análise é tão importante? Antes de pensar em uma
resposta, considere que a análise envolve associações e contextualizações,
que são faculdades ligadas ao intelecto. Conforme leciona Foreman (2018),
avanços em hardware e software tornaram fácil e barato coletar, armazenar
e analisar grandes quantidades de dados, sejam eles dados de marketing e
vendas, solicitações HTTP de websites, dados de suporte ao cliente, entre
outros. Pequenos negócios e instituições não lucrativas agora podem par-
Business performance e conversão 9

ticipar do tipo de análise que anteriormente estava ao alcance apenas de


grandes empresas.
Assim, a etapa de análise é importante justamente porque é nessa etapa
que se transforma um número maior de dados em inteligência acionável.
Segundo Provost e Fawcett (2016, p. 55), projetos de análise de dados alcançam
todas as unidades de negócios. Os funcionários em todas essas unidades
devem interagir com a equipe de data science. Se esses funcionários não
têm uma base fundamental sobre os princípios de pensamento analítico de
dados, eles não vão realmente entender o que está acontecendo na empresa.
Portanto, se não há a compreensão pelo lado humano, de nada adianta a
máquina coletar conjuntos gigantescos de dados.
A inteligência analítica, sendo uma força para as estratégias da inteligência
competitiva, recebe cada vez mais investimento devido à sua importância. Seu
objetivo é identificar oportunidades de mercado e transformá-las em atributo
competitivo, resultando em criação de valor, visando à liderança de mercado.
Por meio dela, pode-se identificar insights e tendências que podem fazer a
diferença na exploração de oportunidades e na prevenção de riscos emergentes.

A importância do Big Data para o marketing e o mercado


As ferramentas de web analytics passaram a ser fundamentais para
auxiliar os profissionais de marketing a investir em táticas mercadológicas,
visando a identificar as intenções de seu público e, com isso, entregar con-
teúdos relevantes para cada etapa de sua jornada. Para saber mais, acesse o
YouTube e assista ao vídeo “A importância do Big Data no mercado”, do canal
Meio&Mensagem. Nele, Leonardo Naressi, que trabalha com analytics e ciência
de dados para marketing, explica por que a análise de dados se tornou tão
essencial para o business performance.

Elementos voltados à conversão de usuários


Segundo Gabriel (2020), o marketing orientado a dados consiste em um con-
junto de técnicas e táticas que aproveitam grandes quantidades de dados
para criar processos de marketing eficazes, visando a entender o resultado
das ações e o comportamento do público-alvo ao longo da jornada do cliente.
Nesse sentido, oferecendo maior praticidade para a obtenção de dados acio-
náveis na web, o website se caracteriza por ser um ambiente digital próprio de
uma empresa e deve, prioritariamente, ter agregado a ele o blog da empresa.
Com a quantidade de dados provenientes dos diversos canais da empresa e
10 Business performance e conversão

obtidos diretamente das interações com os clientes, é possível ter um “Big


Data” precioso, que pode ajudar a refinar e otimizar qualquer estratégia de
marketing. A seguir, você vai compreender a importância da landing page
para compor as escalas do funil de marketing e vendas.

Landing page
Para que haja resultado assertivo em suas estratégias de negócios, as em-
presas necessitam de uma posição sobre o que será medido. Com base
nesses resultados é que são tomadas as decisões. Portanto, para que se
inicie qualquer sistema de análise, antes se deve ter informações sobre os
atributos da marca. ou seja, os conceitos de branding.
O branding é a gestão da marca que considera seu posicionamento, sua
missão, seus valores, seus elementos de identidade visual e seu slogan, que
formam a ideia associada a ela. Com os fundamentos do branding alicerçados
é que se definem os objetivos que se quer alcançar. Por meio do planejamento,
traçam-se as metas para que os esforços revertam em conversão. Entende-se
por conversão a conclusão de um objetivo quando satisfeito em sua proposta.
É muito comum que se apliquem estratégias de marketing digital para as
conversões. Para tanto, é necessário que se tenha um site onde o público, seja
ele cliente ou potencial cliente, busque por informações. Esse é o ambiente
digital da empresa e contém informações institucionais e sobre a marca, os
produtos e os serviços. Em outro nível, o site empresarial é composto pelo blog,
que é um canal gerador de conteúdo, mostrando a sua frequência de publicação.
Quando a empresa quer o engajamento do público para a conversão,
seja para qual objetivo se determina, ela se utiliza de landing pages. As
landing pages, ou páginas de destino, são construídas com o propósito de
gerar adesão e transformar visitantes em leads, leads em leads qualificados,
e leads qualificados em clientes.

Imagine que uma empresa que trabalha com um software de automa-


ção atraia milhares de visitas por mês para o seu site/blog, mas, mesmo
com tanto público que consome seus conteúdos, ela não consegue convertê-lo
para as vendas de seu software. Pensando sobre o número de visitas, pode-se
chegar a uma métrica de vaidade, que considera que esse volume de acessos
ao site/blog é grande. Mas, como a empresa necessita de vendas, o número de
acessos sem que haja a conversão para a venda de nada adianta. Por essa razão,
Business performance e conversão 11

torna-se necessário que se criem páginas próprias e específicas para levar o


público para a conversão. Essas são as landing pages, que são criadas com poucos
elementos gráficos e textuais, assim como com a redução de links no menu, para
que o usuário não se distraia e realize as ações propostas.

Os conteúdos que são publicados na landing page devem, obrigatoria-


mente, conter uma ferramenta de chamada para ação (call to action – CTA).
A ferramenta é um ícone gráfico com o apoio de um texto, geralmente no
verbo imperativo (por exemplo, “inscreva-se”, “baixe o e-book”, “marque sua
consulta”, etc.). Por meio da captura de contato do potencial cliente, a partir
de sua inscrição na ferramenta de CTA (com nome e e-mail), torna-se possível:

„ construir um relacionamento mais particular e que gera, portanto,


mais confiança;
„ analisar os dados dos usuários em busca da compreensão sobre a
relação de seu perfil com o que se objetiva de clientes para a empresa;
„ obter um relatório dos perfis dos usuários que acessam os conteúdos,
para prover a equipe de vendas com as oportunidades para a sua
abordagem.

Com a estratégia de landing pages, busca-se firmar a relação da empresa


com o usuário, gerando oportunidades de continuidade, para que se encami-
nhe o público para os próximos níveis do relacionamento, até que se chegue à
conversão, ou seja, à venda. A seguir, você vai conhecer as etapas com destino
à conversão, a partir do funil de marketing e vendas, ou funil de conversão.

Funil de conversão
Para que se consiga converter os usuários de um site em clientes, é necessário
que a empresa oportunize caminhos compostos por etapas. Essas etapas são
construídas com base no funil de conversão.

O funil de marketing (ou vendas) é um modelo que representa a jornada de sua


audiência desde o momento em que ela tem o primeiro contato com sua empresa
até a compra — e até mesmo no pós-venda, em alguns casos. A importância desse
modelo é que ele possibilita ao profissional criar toda sua estratégia de maneira
mais assertiva, com táticas direcionadas para possíveis clientes em cada etapa
do funil (PEÇANHA, 2017, documento on-line).
12 Business performance e conversão

No funil de conversão, os caminhos lineares e generalizados a serem


percorridos pelos usuários são moldados como etapas de conversão e são
traçados seguindo a forma de um funil, conforme mostra a Figura 2. Esses
caminhos apresentam resultados que mostram em qual nível estão os clientes
ou clientes em potencial.

Visitantes

Leads

Oportunidades

Clientes

Figura 2. Funil de conversão.

Para Carneiro (2014), a identificação correta do caminho que o visitante


deverá seguir para efetuar uma compra, por exemplo, é primordial para
começar o desenho do funil ou dos funis que serão usados na análise. Com
isso, pode-se identificar quantos usuários entram em cada passo, quantos
realmente passam para o passo seguinte e qual é o percentual de desistência.
Já a jornada do cliente corresponde ao momento em que se encontra cada
comprador. O que a diferencia do funil de conversão é que ela não é linear
e generalizada, pois se pretende descobrir os caminhos do cliente além da
sequência do funil. Nesse caso, você pode imaginar que existem diversos
pontos de contato nos quais o cliente tem acesso às informações sobre os
produtos. Ele pode estar tanto no meio digital quanto no meio físico. Como
saber se a compra foi efetuada a partir de uma motivação na própria visita
à loja, e não a partir de um e-mail marketing? Por isso, deve-se considerar
que a jornada do cliente extrapola o funil, pois não assume uma sequência
predefinida e lógica.
Business performance e conversão 13

Conversão
Com todas essas estratégias para se construir um modelo de etapas que
busque o engajamento dos visitantes até a sua concretização de compra,
os resultados que se esperam são as conversões. Para que haja efetivamente
a transação de compra e venda, é necessário que, a partir do funil, o usuário
estabeleça uma relação de confiança e empatia com a marca e os seus pro-
dutos. Por meio de ferramentas de marketing de conteúdo, as etapas do
funil serão efetivadas em sequência, gerando resultados de conversão em
cada uma delas.
Ao final, após o visitante se transformar em cliente, há a consumação do
funil, no estágio de menor gargalo, em sua base, onde ocorre o fechamento
da venda. Lembre-se de que o funil é um modelo linear e genérico. Com isso,
têm-se resultados previsíveis nas etapas. Basicamente, esses resultados
são determinados por quantos visitantes entram no site/blog e quantos
realmente viram clientes.
Você viu nas abordagens aqui tratadas que o volume de dados não para
de crescer e que é necessário desenvolver a inteligência analítica para que
se conquiste a inteligência competitiva. Com a velocidade em que volumes
gigantescos de dados são coletados, as equipes de TI e os tomadores de
decisões gerenciais devem ser rápidos, pois o tempo, agora, é real. Nem
sempre o negócio poderá esperar por decisões que antes eram tomadas em
vários dias; muitos insights e tomadas de decisão são feitos na hora, pois os
dados que a empresa está capturando e minerando são os mesmos que a
sua concorrência está recebendo.
A implantação de um processo de inteligência em web analytics é o que
diferencia um negócio do outro. Ou seja, vencerão a concorrência por fatias
de mercado não somente as empresas que detêm os dados, mas as que estão
mais bem preparadas para obter um resultado analítico a partir deles. Além de
ampliar a visão do mercado, a análise dos dados melhora vários processos do
negócio, como os ligados a operações, planejamento estratégico, marketing,
finanças, recursos humanos, entre outros. Ainda, por meio dela, pode-se
tomar decisões mais assertivas e, com isso, reduzir os potenciais riscos e as
incertezas sobre os ambientes externos.
14 Business performance e conversão

Digital analytics: performance digital para negócios

Com a transformação digital, o número de dados disponibilizados


diariamente aumenta cada vez mais. Para os profissionais do marketing, essa
explosão de informações pode ser muito útil para gerar experiências, traçar
estratégias, escalar os negócios e muito mais. Basta saber utilizá-las de forma
inteligente e percorrer bem as etapas desde a coleta até a interpretação de
dados digitais. Para saber mais sobre esse tema, acesse o YouTube e assista à
live “Digital Analytics: performance digital para negócios”, do canal Digitalks,
em que são debatidos temas como digital analytics, tendências em métricas e
estratégias de otimização de performance.

Referências
BROWN, E. What’s the difference between business intelligence and big data?. [S. l.: s.
n.], 2014. Disponível em: http://ericbrown.com/whats-difference-business-intelligence-
-big-data.htm. Acesso em: 9 set. 2021.
CARNEIRO, R. Web analytics: planejamento e processo. São Paulo: W. Consulting, 2014.
FOREMAN, J. W. Data Smart: usando data science para transformar informação em
insight. Rio de Janeiro: Alta Books, 2018.
GABRIEL, M. Marketing na era digital: conceitos, plataformas e estratégias. São Paulo:
Novatec, 2020.
PEÇANHA, V. Funil de marketing: entenda o caminho de seu cliente até a compra. In:
HUBSPOT. [S. l.: s. n.], 2017. Disponível em: https://br.hubspot.com/blog/marketing/
funil-de-marketing-entenda-o-caminho-de-seu-cliente-ate-a-compra. Acesso em:
9 set. 2021.
PROVOST, F.; FAWCETT, T. Data Science para negócios: o que você precisa saber sobre
mineração de dados e pensamento analítico de dados. Rio de Janeiro: Alta Books, 2016.
TURBAN, Efraim [et al.] Business intelligence: um enfoque gerencial para a inteligência
do negócio. Porto Alegre: Bookman, 2009.

Leituras recomendadas
A IMPORTÂNCIA do Big Data para o marketing e mercado. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo
(9 min). Publicado pelo canal Meio&Mensagem. Disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=VYFL5EjHjGk. Acesso em: 9 set. 2021.
DIGITAL analytics: performance digital para negócios. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo (60
min). Publicado pelo canal Digitalks. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=CnBoK7c3QKs. Acesso em: 9 set. 2021.
MICROSOFT. KPIs (indicadores chave de desempenho): o que são e como usá-los. [S. l.:
s. n.], 2019. Disponível em: https://www.microsoft.com/pt-br/microsoft-365/business-
-insights-ideas/resources/what-are-kpis-and-how-to-use-them. Acesso em: 9 set. 2021.
Business performance e conversão 15

OBSERVE POINT. Digital analytics & governance. [S. l.: s. n.], 2020. Disponível em: https://
resources.observepoint.com/reports/2021-digital-analytics-and-governance-report.
Acesso em: 9 set. 2021.
SENA, J. A. N. Gestão de desempenho organizacional: mensuração e melhoria dos
resultados financeiros através do Balanced Scorecard. 2020. Trabalho de Conclusão
de Curso (Especialização em Gestão de Finanças Empresariais) – Universidade Federal
de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2020. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/
bitstream/1843/36365/1/TCC_Jose%20Airton_Vers%c3%a3o_Final.pdf. Acesso em:
9 set. 2021.

Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos


testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou
integralidade das informações referidas em tais links.
WEB ANALYTICS
Funil e etapas
de conversão
Waldineia Stefane Ferreira de Oliveira Costa

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

> Definir funil de conversão.


> Apresentar as etapas de um funil de conversão.
> Demonstrar maneiras de aumentar a taxa de conversão em cada etapa do
funil.

Introdução
Todos os dias, milhões de usuários trafegam pela internet pelos mais variados
motivos. Nessa imensidão de tráfego, estão os websites, ou apenas sites, como
são popularmente conhecidos. Metaforicamente, podemos considerar que um site
é como a casa virtual de uma empresa, pois nele é possível abrigar todas as infor-
mações sobre ela e acolher todos os usuários interessados nessas informações.
Reconhecer todo o trajeto percorrido por um visitante dentro do site da
empresa é fundamental para descobrir quem são eles e quais são as suas
características, como idade, região de acesso, gênero, etc. De fato, é por meio
da identificação do perfil do visitante que serão elaboradas as estratégias
adequadas para que o site atenda aos objetivos definidos pela empresa. Esses
objetivos podem ser definidos como um cadastro de dados em um formulário
do site ou a compra de um produto ou serviço de forma on-line. Nesse contexto,
a utilização do funil de conversão é imprescindível, pois é por meio dessa
ferramenta que será possível visualizar todas as fases que um visitante do
site atravessa até o momento que realiza uma conversão, seja se tornando um
cliente ou um lead por meio do registro dos seus dados.
2 Funil e etapas de conversão

Neste capítulo, vamos explicar o que é um funil de conversão e quais são as


etapas que o compõem. Além disso, vamos descrever as estratégias que podem ser
aplicadas para conseguir resultados positivos em cada etapa desse funil. Com isso,
o leitor reconhecerá a importância dessa ferramenta na medição dos resultados
obtidos nas estratégias de comunicação digital de uma empresa, sobretudo para
avaliar a efetividade de um site e se os objetivos traçados com essa importante
ferramenta estão sendo alcançados.

Conceito de funil de conversão


Antes de conceituarmos funil de conversão e explicarmos a sua importância
dentro de uma estratégia de marketing digital, é necessário resgatar a no-
ção sobre como os sites e as diversas redes sociais atualmente disponíveis
na internet são essenciais para a comunicação e o relacionamento entre a
maioria das organizações e os seus diversos públicos de interesse, como
potenciais clientes, clientes, funcionários, fornecedores, etc. Isso se deve ao
fato de que a internet se consolidou como a principal fonte de informação
e consumo de conteúdo em todo mundo. Ou seja, a todo momento existem
pessoas trafegando pelo universo digital em busca de alguma informação,
mesmo que seja apenas de forma despretensiosa, ao utilizar as suas redes
sociais para interagir com os seus amigos e seguidores ou para se entreter
com algum conteúdo.
Nesse contexto, considerando especificamente a realidade de uma em-
presa, se, de um lado, existem diversos usuários trafegando pelas redes por
diferentes motivos e objetivos, do outro, existem empresas que utilizam
esses espaços para fazer negócios, sobretudo vendas. Assim, a todo tempo
buscam chamar a atenção desses usuários, promover a sua marca no digital e,
consequentemente, potencializar as oportunidades de alcançar os objetivos
do negócio.
Contudo, cabe aqui destacar que nem todo usuário que está trafegando na
internet pode ser o público ideal para uma determinada empresa. Em outras
palavras, isso significa dizer que cada empresa tem um perfil de usuário ideal
que deseja atrair para o seu negócio, ou seja, o cliente que realmente precisa
e deseja adquirir a solução que a empresa tem para oferecer.
Toda essa contextualização é fundamental para avançarmos para o próximo
passo, que é a definição do funil de conversão. Para isso, vamos considerar
a aplicação desse conceito analisando a trajetória de um usuário dentro de
um site.
Funil e etapas de conversão 3

Uma maneira simples de definir um funil de conversão é classificá-lo como


uma ferramenta de análise que permite identificar cada fase da trajetória de
um usuário em um site. Inicialmente, é importante que você saiba que, em
alguns casos, o funil de conversão também é chamado de funil de vendas,
pelo simples fato de que grande parte das empresas presentes no universo
digital tem foco em vender algo.
De acordo com Carneiro (2008), é fundamental que seja definido correta-
mente todo o caminho que um visitante, ao acessar um site, deve percorrer
para efetuar uma conversão, ou seja, o passo a passo, pois somente após essa
definição é possível “identificar quantos usuários entram em cada passo e
quantos realmente passam para o passo seguinte e qual é o percentual de
desistência” (CARNEIRO, 2008, p. 17). Portanto, podemos considerar que cada
passo, que também pode ser nomeado como etapa ou fase, deve representar
uma meta a ser alcançada com o objetivo de gerar uma conversão. Isso posto,
é importante definirmos aqui que as metas são as ações que desejamos que o
usuário execute dentro do site, enquanto as conversões são o alcance dessas
metas, quando o usuário efetiva o objetivo desejado.
Nesse sentido, o funil de conversão é uma ferramenta muito estratégica e
importante para analisar se os objetivos propostos com um site estão sendo
alcançados ou não. Vamos a um exemplo. Suponha que um site tenha interesse
em captar dados de usuários que estão interessados em um produto X. Esse
site recebe muitas visitas diárias, mas não consegue fazer a captação desses
dados. Geralmente os usuários clicam para entrar no site, mas logo saem e
não trafegam para conhecer as informações e deixar os seus dados. Somente
por meio da análise do funil de conversão é possível identificar o problema
para que sejam estudadas estratégias a fim de resolver essa situação.
Considerando a possibilidade de identificar e mensurar toda a trajetória
de um usuário ao trafegar pelo site, fica evidente que o funil de conversão é
extremamente relevante para o planejamento estratégico de marketing digital
de qualquer empresa, porque a sua construção e a sua análise permitem uma
compreensão ampla e detalhada de toda a jornada do usuário (MARQUES;
LEVI, 2019). Cabe destacar que “[...] a primeira parte de qualquer planejamento
é estabelecermos quais os objetivos que a empresa quer alcançar, como
iremos alcançá-los e principalmente quais serão as métricas que irão definir
o sucesso ou não de cada objetivo deste” (CARNEIRO, 2008, p. 15).
Entre as vantagens da utilização de um funil de conversão, estão a possibi-
lidade de metrificar dados estratégicos (como quantos usuários que acessam
o site em um período de um mês efetivam a compra do produto on-line e
quantos visitantes registram os seus dados em formulários), a possibilidade
4 Funil e etapas de conversão

de analisar o comportamento dos usuários ao acessar o site, a compreensão


de qual é o perfil de usuário mais estratégico para a empresa, a mensuração
do retorno do investimento para uma determinada ação e, especialmente,
a possibilidade de aplicar melhorias rápidas e contínuas para permitir que
cada vez mais usuários concretizem as metas desejadas.

A utilização da ferramenta do funil de conversão está diretamente


relacionada com toda a estratégia de inbound marketing e marketing
digital de uma empresa. Por isso, todas as ações definidas no planejamento
estratégico devem considerar a relevância do funil de conversão para a men-
suração dos resultados obtidos em cada ação.

Etapas do funil de conversão


Um funil de conversão é composto por diferentes etapas. Para que você
entenda como isso funciona na prática e qual é a relação entre cada etapa,
precisa conhecer cada uma delas.
A divisão do funil em etapas é muito importante para que se verifique
toda a jornada do usuário dentro de um site, sobretudo quando o objetivo for
vender algo, para que as equipes de marketing e vendas possam assumir os
seus papéis de forma estratégica e objetiva em cada momento. Isso posto,
cabe aqui ressaltar que um funil de conversão completo está diretamente
associado ao processo de inbound marketing, ou seja, a todas as estratégias
de comunicação digital de uma empresa que objetivam promover um conteúdo
relevante para uma persona específica, com o intuito de que essa pessoa
seja atraída por esse conteúdo para realizar alguma ação.

O conceito de inbound marketing foi criado no ano de 2006 por Brian


Halligan e Dharmesh Shah, fundadores da empresa norte-americana
Hubspot, que, na época, era uma ferramenta de software direcionada ao ge-
renciamento de campanhas de marketing digital. Atualmente, a Hubspot é a
maior plataforma de gestão do relacionamento com o cliente (CRM, do inglês
customer relationship management) do mundo. Ela oferece todas as ferramentas
e integrações para marketing, vendas, gerenciamento de conteúdo, atendimento
ao cliente e operações.
Funil e etapas de conversão 5

Com relação às vantagens do inbound marketing como estratégia de co-


municação digital de uma organização, Révillion et al. (2019, p. 136–137) fazem
um apontamento sobre a mudança da concepção do marketing convencional
para o digital:

Atualmente, o marketing convencional está em queda e dá lugar para o marketing


de relacionamento, que entende as necessidades do cliente de forma personalizada
e individualizada. Aliada a isso, está o fato de as pessoas procurarem soluções
rápidas e eficazes nos mecanismos de busca. Ademais, elas estão passando mais
tempo nas redes sociais. Essas são mudanças de comportamento que não passam
despercebidas.

Considerando a correlação entre os processos de inbound marketing e o


funil de conversão, veja o Quadro 1, com o descritivo de cada etapa de inbound
e a sua correlação com a fase do funil de conversão. Na parte esquerda, estão
todas as etapas de inbound marketing; na parte direita, as fases do funil de
conversão.

Quadro 1. Correlação entre inbound marketing e funil de conversão

Etapa do inbound marketing Funil de conversão

Atração Usuários

Nessa etapa, o objetivo Nessa fase, podemos considerar todas


é promover um conteúdo as pessoas que visitaram o website, mas
relevante para que o potencial que ainda não efetuaram qualquer ação
consumidor de uma marca tenha como, por exemplo, cadastro de dados ou
conhecimento sobre ela e visite o compra de algo.
seu site ou os seus canais digitais.

Captura Leads

Na etapa de captura, o objetivo Na fase dos leads, estão todos os clientes


é entregar um conteúdo de valor, em potencial que cadastraram os seus
alinhado com os objetivos do dados em um website e manifestaram
potencial consumidor da marca, interesse em algo, seja ter acesso a um
para que ele disponibilize os seus conteúdo, sobretudo digital, seja para
dados para a empresa. saber mais informações para adquirir um
produto ou serviço.
(Continua)
6 Funil e etapas de conversão

(Continuação)

Etapa do inbound marketing Funil de conversão

Nutrição Marketing qualified lead (MQL)

Após coletar os dados do Na fase do MQL, um lead qualificado


potencial cliente, a etapa da pelo marketing, podem ser classificados
nutrição é fundamental para todos os leads que, após o cadastro
gerar um relacionamento com ele no website, foram nutridos com
por meio do compartilhamento conteúdo repassados pela equipe de
de conteúdo que seja relevante marketing. Além disso, nessa etapa, são
ao seu objetivo. Essa etapa é selecionados os leads mais alinhados
crucial para definir se o cliente com a persona de interesse do conteúdo
vai avançar para a próxima fase, exposto no website.
aumentando as possibilidades de
conversão.

Conversão Sales qualified lead (SQL)

A etapa da conversão é o A fase do SQL, um lead qualificado para


momento adequado para vendas, representa a etapa na qual
entregar conteúdo que detalha e o lead já está nutrido com conteúdo
evidencia todas as vantagens de disponibilizado pelo marketing, já
adquirir uma determinada oferta. recebeu algum tipo de informação mais
Nessa fase, o usuário precisa específica sobre uma venda e manifestou
ter consciência plena sobre os interesse favorável sobre isso.
benefícios que ele pode obter ao
passar para a próxima etapa do
funil de conversão.

Vendas Cliente

A fase de vendas é o momento Uma das fases mais importantes da


mais aguardado em todo o jornada do usuário no funil de conversão.
processo de inbound, se o Na fase do cliente, estão todas as
objetivo, obviamente, for que o pessoas que compraram o produto/
potencial cliente se efetive como serviço ofertado no site. Ou seja, as
um cliente real. Nessa fase, o pessoas que se converteram no objetivo
cliente precisa receber conteúdo central destacado no website.
que valide e facilite a sua escolha
pela solução ofertada. Promotores

Apesar de muitas pessoas considerarem


que a jornada acaba quando um usuário
se torna cliente, é importante destacar
que a fase após a consolidação da venda
também é fundamental, fase que vamos
classificar aqui como promotores. Nela,
os clientes se tornam defensores e
multiplicadores da marca. Porém, para
que isso aconteça, eles precisam ter
todas as suas expectativas atendidas e
até mesmo superadas durante a jornada.
Funil e etapas de conversão 7

No Quadro 1, pode-se visualizar que cada fase do funil de conversão


reflete uma ação direta das etapas de inbound marketing. Isso significa
dizer que, se os conteúdos de atração foram exitosos, o número de usuários
visitantes no site vai refletir isso. Seguindo o funil, se o conteúdo de captura
obtiver sucesso, a quantidade de leads gerados será impactada; se o processo
de nutrição for adequado, o número de leads qualificados pelo marketing
será positivo (MQL); se os conteúdos focados na conversão alçarem os seus
objetivos, o leads qualificados para vendas (SQLs) serão exitosos; por fim,
se os conteúdos de vendas forem estratégicos e relevantes, isso impactará
diretamente o número de clientes que serão alcançados na última etapa do
funil — ou, melhor, penúltima, pois os promotores também serão importantes
nessa jornada).
No caso específico dos promotores, deve-se considerar que um cliente
que teve uma excelente experiência durante toda a sua jornada no funil
de conversão precisa ser bem amparado após a concretização da venda,
especialmente se o produto pode ser adquirido mais vezes. Além disso,
esse cliente pode ser um propulsor da marca para mais pessoas, pois ele
pode comentar sobre a sua experiência nas redes sociais da empresa ou nos
diversos canais disponíveis on-line e até mesmo off-line, em uma roda de
conversa com amigos, familiares, colegas do trabalho, etc.
Um ponto de reforço sobre a importância do funil de conversão para um
negócio on-line é a compreensão de que todas as suas etapas podem ser
analisadas e otimizadas para a melhoria do negócio. Ou seja, um bom funil
de conversão requer esforços constantes e adequações conforme o que for
verificado no momento de análise (MARQUES; LEVI, 2019).
A grande diferença entre um funil de conversão e um processo de compras
que podemos chamar de tradicional consiste no fato de que, no funil de
conversão, o objetivo vai muito além de somente atrair potenciais clientes,
visando, sobretudo, a guiá-los por uma jornada até o momento da efetivação
da compra e no momento pós-compra. Isso reforça ainda mais a importância
do funil de conversão para um negócio, pois um número significativo de
visitantes que acessam um site acaba não efetivando a compra no primeiro
acesso. Muitos deles, apesar de sinalizarem o interesse inicial de visitar o
site e conhecer a empresa, precisam ser estimulados para seguirem até o
momento da conversão.
Para que esses estímulos sejam positivos e façam o usuário seguir por
todas as etapas do funil, é necessário investir na experiência do usuário em
cada etapa. Isso significa dizer que cada momento da trajetória do usuário
no funil de conversão pode afetar diretamente o todo. Ou seja, um site pode
8 Funil e etapas de conversão

gerar um volume muito bom de visitantes e de leads; porém, se os leads não


forem nutridos e qualificados para o momento da etapa de vendas, os bons
números de usuários que trafegam no site e de leads que disponibilizam os
seus contatos podem significar números ruins de vendas, pois a etapa de
qualificação do lead pelo marketing e pelas vendas foi falha.
Portanto, torna-se primordial compreender o que é otimização de um
funil e como é possível melhorar a conversão de cada potencial cliente que
entra no funil e precisa seguir até a etapa desejada para a conversão, seja
para comprar um produto ou registrar um contato.
Veja a Figura 1, que elucida todos os pontos que abordamos até aqui. Nela,
é possível observar a representação visual do funil de conversão e todas as
suas etapas. Na parte esquerda, estão as etapas de inbound marketing que
estabelecem relação direta com cada fase do funil.

Leads

Figura 1. Etapas de inbound marketing e funil de conversão.


Fonte: Adaptada de Costa (2019).

A essa altura, você provavelmente já consegue identificar todas as etapas


do funil de conversão, mas talvez esteja se perguntando como ele funciona
na prática ou como é possível estruturá-lo em um site. Por isso, é importante
saber que existem ferramentas de marketing e vendas que são utilizadas para
gerir um funil de conversão, como, por exemplo, a CRM. Por meio da CRM,
é possível criar etapas de conversão personalizadas e gerir, diariamente,
cada etapa de um funil de conversão. A escolha da ferramenta de CRM mais
Funil e etapas de conversão 9

adequada para a gestão de um funil está relacionada com o mapeamento


prévio das etapas de análise desejadas pela empresa.
Outra ferramenta importante e gratuita que permite criar um funil de
conversão é o Google Analytics. Nessa ferramenta, é possível cadastrar a
função “Metas”, que representa um objetivo desejado para que o usuário
execute no site, como clicar em um botão de cadastro e registrar os dados
(SANTOS JR., 2008). Após a definição da “Meta” no Analytics, é necessário
definir o seu “Destino”. Nessa etapa, é necessário indicar o URL (uniform
resource locator, ou localizador uniforme de recursos) ao qual o usuário será
direcionado após realizar uma ação. Essa etapa é fundamental na mensuração
da conversão obtida. Por exemplo, caso o usuário cadastre os seus dados,
ele pode ser direcionado para um URL que pode ser nomeado como “página
de obrigado”. Nela, pode ter uma informação simples de “Agradecemos o seu
registro” ou, no caso da compra, “Agradecemos a sua compra”. Mesmo que
a mensagem seja simples ou curta, isso será fundamental para rastrear se a
conversão foi ou não realizada.
Portanto, entender as formas de conversão em cada etapa do funil e como
otimizá-las é essencial para garantir o sucesso de um funil de conversão.
A compreensão de todo esse processo será fundamental para guiar as es-
tratégias a serem adotas e os conteúdos adequados para o público em cada
fase, e melhorar e/ou potencializar os resultados obtidos.

Otimização e conversão em cada


fase do funil
Para cada fase do funil de vendas, é possível pensar em estratégias, ferra-
mentas, indicadores e técnicas que vão auxiliar na mensuração dos resultados
obtidos e nas possibilidades de melhorias que podem ser aplicadas em cada
momento. Nesse sentido, otimização do funil de vendas consiste em aplicar
melhorias contínuas para melhorar a experiência do usuário durante toda a
jornada do funil e garantir a efetivação da sua conversão.
De acordo com Marques e Levi (2019), o trabalho de manter o funil de
vendas otimizado é uma tarefa que envolve, especialmente, as equipes de
marketing e vendas. Para que esses times estejam alinhados, é necessário
o acompanhamento constante de alguns indicadores, que vão sinalizar se as
estratégias adotadas estão ou não funcionando.
10 Funil e etapas de conversão

Com relação à taxa de conversão, em termos simples, podemos defini-


-la como uma métrica essencial para verificar os resultados obtidos em
comparação com os investimentos realizados, sejam eles financeiros ou de
tempo, em um projeto digital, sobretudo em sites que visam a vendas. A taxa
de conversão poderá ser calculada em cada etapa do funil, e essa avaliação
segmentada é fundamental para fazer um diagnóstico pontual, revelando
onde será necessário um acompanhamento mais atento e, em alguns casos,
uma intervenção para melhorias.

Antes de mensurar, é importante saber como ler os números expostos


em cada etapa da conversão e saber se eles são positivos ou negati-
vos. Isso é variável, uma vez que uma boa taxa de conversão pode mudar muito
de um segmento para o outro. Nesse caso, o segredo é realizar uma pesquisa
mercadológica e identificar qual é a taxa adequada para cada tipo de negócio.

A seguir, vamos destacar alguns dos indicadores mais importantes, como


medi-los e melhorar a sua otimização. Antes disso, porém, cabe destacar
que, comumente, esses valores são mensurados em porcentagens; portanto,
no fim de todas as fórmulas, o valor encontrado será multiplicado por 100.
É necessário destacar, também, que esses indicadores são baseados na
prática de grandes empresas que atuam com sistemas de automação para
marketing digital, como a Hubspot, empresa americana que desenvolve
produtos de software para marketing, vendas e atendimento ao cliente, e a
Resultados Digitais, empresa brasileira que desenvolve o RD Station, software
de automação de marketing e vendas.

Quantidade de visitantes que se tornaram leads


A mensuração desse indicador visa a identificar o número total de usuários
que visitaram o site em um determinado período e quantos desses visitantes
se tornaram leads, cadastrando os seus dados em algum formulário do site.
Para isso, a fórmula de mensuração que deve ser considerada é:

(Número de leads gerados/Número de visitantes) × 100


Funil e etapas de conversão 11

O resultado dessa fórmula representa a porcentagem de leads gerados


em comparação com o universo de visitantes do site.
Para otimizar e melhorar as taxas de conversão nessa etapa, é funda-
mental que seja realizado um estudo sobre o perfil dos usuários que estão
trafegando no site. Dessa forma, será possível ofertar conteúdo e/ou pensar
em estratégias cada vez mais personalizadas para esse tipo de público. Uma
ação possível nesse estágio, por exemplo, é a realização de pesquisas que
indiquem interesses e preferências do público visitante.

Quantidade de visitantes que compraram


a oferta on-line
Em alguns casos, o caminho desejado para a conversão é um pouco mais
curto e direto, pois o objetivo é que o cliente atraído para o site realize logo a
compra de algo sem passar por um funil extenso. Nesse contexto, para medir
se o objetivo foi alcançado, pode-se utilizar a fórmula:

(Número de vendas efetivadas/Número de visitantes) × 100

O resultado vai revelar a porcentagem de compras em relação à quantidade


de visitantes.
Uma estratégia para melhorar as taxas de conversão nesse estágio é
investir na experiência do cliente no site e na facilitação do processo de
compra on-line.

Quantidade de leads que foram qualificados


pelo marketing
Considerando os casos em que a etapa de leads é fundamental para o funil
de conversão, esse indicador será importante para mensurar quais leads
captados foram nutridos com as informações do marketing (MQL). Lembrando
que a classificação de um lead como nutrido ou não depende diretamente
da estratégia definida em cada situação. Nesse caso, para mensurar pode-se
utilizar a seguinte fórmula:

(Número de MQLs/Número de leads gerados) × 100


12 Funil e etapas de conversão

O resultado da equação será valioso para avaliar quantos leads seguiram


ativos no processo de consumir os conteúdos disponibilizados pelo marketing.
Essa etapa é fundamental para definir os leads que serão repassados para
equipe de vendas.
Após a captura do lead, é fundamental que ele seja nutrido até o momento
da venda. Portanto, nessa fase, uma forma de otimizar as conversões é ofertar
conteúdo e informações que evidenciem que a solução ofertada pela empresa
vai atender aos objetivos e interesses dos leads. Para isso, também é funda-
mental entender o perfil do lead a fim de destinar uma oferta de conteúdo
personalizada e garantir que esse lead esteja realmente qualificado para
avançar em mais uma etapa do funil.

Quantidade de leads que foram qualificados


para vendas
Após o recebimento dos leads qualificados pelo marketing, essa etapa vai
focar em mensurar os leads que foram recebidos pela equipe de vendas e que
passaram por um processo de nutrição e avançaram na etapa de qualificação da
equipe de vendas. Portanto, a fórmula de cálculo para verificar esse indicador é:

(Número de SQLs/Número de MQLs) × 100

Para melhorar a conversão dos leads qualificados em oportunidades de


vendas, é essencial que, nesse estágio, sejam evidentes todos os benefícios
que a solução ofertada pela empresa trará para aquela pessoa. Portanto,
a equipe de vendas, que tem papel ativo nessa etapa, deve se concentrar
em estabelecer uma relação intensa de troca de informações que validarão
a necessidade de o lead qualificado realizar a compra e seguir para a fase de
venda no funil de conversão. Uma ação possível é a oferta de uma demonstra-
ção do produto ou serviço um momento de integração, visando a apresentar
todas as informações relevantes da solução ofertada ao lead.

Oportunidades que viraram clientes


Essa etapa é, sem dúvidas, uma das mais importantes do funil de conversão,
pois permite visualizar todas as vendas geradas. Para isso, a quantidade de
leads que foram qualificados pela equipe de vendas em comparação com a
quantidade de vendas que foram efetivadas será o guia para mensurar a taxa
de conversão obtida. Nesse caso, utiliza-se a seguinte fórmula:
Funil e etapas de conversão 13

(Número de vendas efetivadas/Número de SQLs) × 100

Nessa fase, os leads já estão muito familiarizados com a solução ofertada.


Porém, é crucial que, para aumentar as possibilidades de conversão nesse
estágio, o lead tenha acesso a um ambiente de compras confiável, com con-
dições de pagamento adequadas à sua realidade, com um prazo de entrega
rápido, etc. Para fechar a etapa de vendas com chave de ouro, deve-se garantir
que tudo está bem ajustado.

Uma empresa de festas infantis especializadas em festas ao ar livre


está com dificuldades de captar leads interessados nos seus serviços.
Apesar de o site da empresa ter muitos acessos, poucos são os contatos ativos
interessados na contratação dos serviços.
Analisando esse cenário e pensando em como otimizar o seu funil de con-
versão, a empresa decidiu produzir um e-book com os 10 passos para planejar
uma festa infantil ao ar livre. Esse e-book foi disponibilizado no site, e qualquer
usuário poderia ter acesso a ele por meio de um cadastro. Como forma de nutrir
esses leads e qualificá-los para a próxima etapa do funil, a equipe de marketing,
assim que o lead se cadastra no funil, envia um e-mail de boas-vindas com um
conteúdo de vídeo destacando os benefícios para a criança ao comemorar uma
festa ao ar livre. Os leads que clicam para assistir ao vídeo são direcionados
para uma nova página da web, na qual está o conteúdo.
Após assistir ao vídeo, é sinalizada, para esse lead, a existência de um for-
mulário no qual ele pode preencher todas as características do evento infantil
que ele pretende realizar para receber uma avaliação gratuita da empresa sobre
os principais cuidados com esse tipo de evento. Todos os leads qualificados que
preenchem esse formulário são encaminhados para a equipe de vendas, que
vai detalhar a solução oferecida pela empresa.
Com base nesse estudo de caso, considerando que, durante um mês,
a empresa conseguiu captar 250 leads e que os visitantes, nesse período, foram
1.000 usuários, calcule a taxa de conversão de visitantes para leads que essa
empresa passou a obter.

O conteúdo abordado neste capítulo evidenciou a importância do funil de


conversão para a análise e a mensuração dos resultados obtidos em toda a
jornada de um potencial cliente, desde o momento em que ele se torna um visi-
tante até a conversão final da venda. Desse modo, entender quais são as taxas
de conversão de cada fase do funil é primordial para visualizar a assertividade
da estratégia adotada em um site e quais são os pontos de atenção que neces-
sitam de melhorias e ajustes de estratégias a fim de otimizar as conversões.
14 Funil e etapas de conversão

Referências
CARNEIRO, R. Web analytics: planejamento e processo. In: CARNEIRO, R. (org.). Web
analytics: uma visão brasileira. São Paulo: Web Analytics Brasil, 2008. p. 13-18.
COSTA, S. I. Funil de conversão: o que é, para que serve e quais as etapas. 2019. Dis-
ponível em: https://fleeg.com/blog/inbound-marketing/funil-de-conversao/. Acesso
em: 13 set. 2021.
MARQUES, H.; LEVI, R. Funil de vendas: um jeito fácil para você realizar bons negócios.
São Paulo: Senac, 2019.
RÉVILLION, A. S. P. et al. Marketing digital. Porto Alegre: Sagah, 2019.
SANTOS JR., A. Mas afinal, o que é essa tal de Web Analytics. In: CARNEIRO, R. (org.).
Web analytics: uma visão brasileira. São Paulo: Web Analytics Brasil, 2008. p. 9-12.

Leituras recomendadas
FOREMAN, J. W. Data Smart: usando data science para transformar informação em
insight. Rio de Janeiro: Alta Books, 2018.
MCFARLAND, C. Experiment!: website conversion rate optimization with A/B and mul-
tivariate testing. Berkeley: New Riders, 2012.
PROVOST, F.; FAWCETT, T. Data Science para negócios: o que você precisa saber sobre
mineração de dados e pensamento analítico de dados. Rio de Janeiro: AltaBooks, 2016.
RESULTADOS DIGITAIS. Funil de vendas: o que é, para que serve, como montar um e
quais insights ele oferece. 2020. Disponível em: https://resultadosdigitais.com.br/
blog/o-que-funil-de-vendas/. Acesso em: 13 set. 2021.
ROWLES, D. Digital branding: estratégias, táticas e ferramentas para impulsionar o
seu negócio na era digital. São Paulo: Autêntica Business, 2019.

Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos


testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os edito-
res declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou
integralidade das informações referidas em tais links.
WEB ANALYTICS
Nível de
engajamento
dos usuários
Domingos Sávio da Silva Oliveira

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

> Usar métricas da web analytics para medir o engajamento dos usuários.
> Definir taxas de rejeição e seus respectivos tipos
> Explicar como o uso da métrica “visitantes únicos versus recorrentes”
auxilia na análise do nível de interações dos usuários.

Introdução
O marketing digital, quando comparado ao marketing de massa, permite
identificar uma segmentação mais precisa, ações que podem exigir menor
investimento e principalmente a possibilidade de mensurar os resultados de
forma mais assertiva. Essa possibilidade de mensuração só é possível graças
às ferramentas oferecidas pela web, tanto com diferentes produtos e serviços
quanto com diferentes players. Essa profusão de ferramentas e de possibilidades
permite mensurar de forma mais precisa o nível de engajamento dos usuários em
diferentes plataformas digitais, seja em redes sociais, websites, lojas on-line, etc.
Neste capítulo, você verá como funciona o processo de mensuração de
resultados por meio de métricas de web analytics, e o quanto é importante
saber definir métricas que permitam identificar a taxa de rejeição de uma
campanha e por que ela ocorre. Além disso, aprenderá a analisar a efetividade
de uma ação pela correlação entre visitantes únicos e recorrentes.
2 Nível de engajamento dos usuários

Medir para gerenciar


Embora o sucesso de campanhas de marketing esteja relacionado, entre
outros fatores, à correta definição dos objetivos e sua avaliação, mensurar os
resultados dessas campanhas nunca foi algo comum nas empresas, sobretudo
devido à falta de mecanismos e ferramentas que permitissem essa prática.
Contudo, com o advento do marketing digital esse cenário mudou bastante,
pois as plataformas digitais permitem que sejam estabelecidas métricas
que permitem mensurar resultados por meio da estrutura de web analyctics.
Para que uma campanha seja bem-sucedida, é fundamental estabelecer
métricas facilmente mensuráveis. Nesse contexto, os objetivos de uma cam-
panha devem necessariamente estar alinhados aos objetivos mercadológicos
da marca, principalmente para que haja assertividade no processo de gestão.
Conforme Kaplan e Norton (2018), só é possível gerenciar aquilo que é me-
dido; por isso, é preciso estabelecer métricas em quaisquer ações que uma
empresa venha a implementar, independentemente do porte da organização
ou do seu segmento de atuação, sobretudo no cenário econômico atual de
tamanha competitividade.
Contudo, é importante ressalvar que, além de estabelecer objetivos men-
suráveis e métricas adequadas, é necessário que as empresas tenham em
seu DNA a cultura de resultados. Para criar uma cultura de resultados não é
preciso procurar por pessoas que sejam movidas por resultados; na verdade,
é preciso encontrar pessoas que compartilhem seus valores e demonstrem
estar genuinamente interessadas em alcançar os resultados esperados pela
sua empresa.
Segundo Carneiro (2014), no que diz respeito à maturidade empresarial
com relação à cultura das métricas e análise de resultados, há cinco estágios
que indicam em que nível cada empresa se encontra:

„ analiticamente deficientes: empresas sem quaisquer incursões no


campo das medições de resultados;
„ analistas localizadas: empresas que aspiram melhorar apenas a per-
formance do retorno sobre o investimento (ROI), por exemplo;
„ aspirantes analíticas: empresas que vislumbram a possibilidade de
melhoria dos negócios por meio das análises de resultados;
„ empresas analíticas: organizações que aspiram inovar mediante a
prática de análises;
„ líderes analíticos: empresas que querem se manter na liderança com
uso da inteligência de negócios.
Nível de engajamento dos usuários 3

No Brasil, a cultura de resultados ainda é algo incipiente para algumas


empresas, que desconhecem seu potencial estratégico. Contudo, a implan-
tação desse modelo, que muitos conhecem como inteligência de negócios,
é complexo, pois perpassa, antes de mais nada, por aspectos culturais, que,
por sua vez, envolvem as pessoas. Conforme Para implantar uma gestão de
cultura de métricas e resultados dentro de uma organização, é preciso seguir
três pilares: transparência, objetividade e comprometimento (ENDEAVOR, 2021)
A partir do momento que se consegue alinhar as pessoas à cultura da
gestão de resultados, é preciso definir como medir os resultados de uma
ação no que tange o nível de engajamento dos usuários. Mas o que medir
para determinar qual é esse nível? Quais métricas devem ser aplicadas? Essas
e outras questões podem ter uma única resposta: depende de quais são os
objetivos que as ações de marketing digital propostas buscam alcançar.
A Figura 1 ilustra, no modelo de jornada do consumidor pelo funil de vendas,
de que forma uma empresa pode otimizar tanto a definição dos objetivos e
estratégias da campanha quanto sua mensuração. Awareness corresponde
à etapa de descoberta na jornada do consumidor, na qual a empresa precisa
trabalhar a consciência da marca, seus valores e sua lembrança. Em seguida,
vem a fase de interesse, etapa em que o consumidor desperta para o impulso
de solucionar seu problema, ocasião em que é preciso que a marca seja lem-
brada por ele. Na sequência, temos a fase de decisão, momento em que a marca
precisa ser considerada uma possibilidade para a solução de tal problema.
Por fim, vem a fase da ação, em que o consumidor efetiva sua conversão.

Awareness

Interesse

Decisão

Ação

Figura 1. Funil de vendas e jornada do consumidor.


Fonte: Adaptada de Red Deer/Shutterstock.com.
4 Nível de engajamento dos usuários

A fim de sistematizar o processo de mensuração do nível de engajamento


dos usuários, podemos dividir as campanhas de marketing digital em cam-
panhas de brand e de performance, examinadas em mais detalhes a seguir.
Essa divisão facilita não apenas o processo de mensuração como também a
definição das estratégias.

Campanhas de brand
As campanhas de brand se caracterizam por trabalhar a construção e manu-
tenção da marca, e entre os aspectos mais comuns a serem medidos estão
os níveis de awareness, share of mind e share of heart. O nível de awareness
diz respeito não apenas à lembrança da marca, mas também à noção daquilo
que a marca representa com relação a princípios básicos, ou seja, serve para
avaliar se o público associa corretamente a marca aos seus valores. Já o índice
de share of mind mensura o quanto a marca é lembrada pelo público quando
comparada com outras marcas do mesmo segmento de atuação. Por fim,
o share of heart busca identificar o quanto a marca é querida pelo público,
e o quanto o público lhe é fiel.
Mensurar o nível de engajamento dos usuários em campanhas de brand é
fundamental, pois dificilmente uma empresa conseguirá atingir seus objeti-
vos mercadológicos (performance) sem antes trabalhar adequadamente sua
marca. A Figura 1, mediante a imagem do funil de vendas, reforça o quanto é
importante trabalhar a marca. Num primeiro momento, está a etapa de awa-
reness, em que o consumidor desperta para um problema e logo em seguida
manifesta o interesse em resolvê-lo. Na sequência, o consumidor parte para
o processo de decisão, em que analisa quais marcas podem resolver seu
problema. Mas como ele pode escolher uma marca se ela não entrou em seu
radar? Por isso, é preciso mais uma vez reforçar a importância do trabalho de
brand e, mais do que isso, mensurar se esse trabalho está sendo bem feito
e qual nível de engajamento está se alcançado. Após essa etapa de brand,
em que a marca é trabalhada, vem o processo de ação, em que o consumidor
efetiva a aquisição do produto ou serviço.

Campanhas de performance
Evidentemente, todas as marcas têm objetivos mercadológicos, que incluem,
entre outros, aumentar o volume de vendas, ampliar market share, etc. Por
mais que as empresas façam campanhas de brand, como já foi abordado,
é preciso fazer campanhas que permitam alcançar seus objetivos de mercado.
Nível de engajamento dos usuários 5

As campanhas de performance têm exatamente esse foco, que é levar o cliente


ao processo de conversão.
O processo de conversão é constituído por etapas, como ilustra a Figura 1,
e, para saber se as estratégias estão sendo bem elaboradas e implementadas,
ou seja, se o esforço de marketing digital está sendo alcançado, é essencial
mensurar o nível de engajamento dos usuários, assim como se faz na etapa
de brand.
Desse modo, podemos inferir que o sucesso de uma campanha de market-
ing digital passa necessariamente pelo correto trabalho de adoção de métricas
de engajamento, que devem mensurar tanto brand quanto performance.
E isso só é possível graças à estrutura que a web dispõe no que diz respeito
à análise de dados.
Vale aqui uma pequena ressalva: as métricas podem servir tanto para uma
orientação preditiva, que procura antever determinados comportamentos ou
cenários, quanto para uma orientação descritiva, que busca compreender o
que já ocorreu. A definição adequada das métricas e sua correta interpretação
pode ajudar não apenas a avaliar resultados, mas também a definir melhores
estratégias para engajar usuários.
No ecossistema da mídia digital, há diversas ferramentas que permitem
mensurar resultados, entre elas o Google Anaytics, que talvez seja a mais
amigável e acessível aos diversos níveis de usuários. Contudo, é importante
ressalvar que não basta logar uma conta na ferramenta e acessar seus dados;
é preciso muito mais do que isso, especialmente saber interpretar os dados
que o painel da ferramenta apresenta e, desse modo, conseguir transformá-
-los em informação e conhecimento a fim de maximizar os resultados de uma
campanha de marketing digital.

Para saber mais, consulte o artigo “Como usar métricas do Google


Analytics para medir o engajamento dos leitores” (NEILPATEL, 2021a).

Métricas de engajamento
Vejamos então algumas das principais métricas de engajamento que o Google
Analytics e demais ferramentas disponíveis no mercado permitem avaliar,
tanto do ponto de vista de brand quanto de performance.
6 Nível de engajamento dos usuários

Caso a empresa queira identificar o quanto sua marca está sendo lembrada
ou citada por um determinado público, é possível usar a métrica de menções
à marca. Essa métrica permite identificar o quanto o usuário menciona sua
marca em redes sociais, o que, de certa forma, demonstra seu grau de en-
gajamento com ela. Vale lembrar, porém, que em tempos de redes sociais as
recomendações são extremamente importantes para influenciar pessoas.
Por outro lado, se o objetivo for identificar o quão relevante é o conteúdo
do seu site para o visitante e o quanto ele pode gerar engajamento, uma das
métricas indicadas nesse caso é o tempo médio de visita. Essa métrica per-
mite identificar quanto tempo o usuário permanece em seu site, suas redes
sociais, blogs, etc., o que oferece um parâmetro do quanto seu conteúdo está
sendo relevante para ele.
Quando uma marca quer aumentar sua exposição, identificar o potencial
de um público em termos de quantidade ou ainda mensurar quem ela está
efetivamente conseguindo atingir, é importante mensurar o alcance. Essa
métrica é importante para saber não apenas quantas pessoas foram impac-
tadas por sua mensagem, mas também para saber o potencial de conversão.
O sucesso de uma campanha está muito relacionado aos seus aspectos
criativos, e nesse sentido a taxa de cliques (CTR) é muito importante, pois
permite, entre outras coisas, verificar o quanto sua mensagem está con-
seguindo engajar os usuários. Na prática, mensagem pode ter alcançado o
público correto, mas sem levá-lo a clicar na mensagem. Esse dado dá ensejo
ainda a outros insights, pois com ele podemos inferir, por exemplo, que o
aspecto criativo da sua mensagem não está sendo atrativo, tendo em vista
que o público teve a oportunidade de se engajar, mas não o fez.
Na era das redes sociais, em que a figura do influenciador digital ganhou
relevância, identificar o quanto as pessoas estão compartilhando seu conte-
údo é algo fundamental para as marcas, pois boa parte do que é consumido
nesses ambientes (redes sociais e afins) é fruto de recomendação. Nesse
sentido, a métrica taxa de compartilhamento permite identificar o quanto o
usuário se identifica com sua marca ou mensagem e, mais do que isso, está
disposto a compartilhar seu conteúdo e se engajar com sua marca.
Assim como é importante mensurar o compartilhamento do conteúdo da
marca, é fundamental mensurar a métrica comentários. Mais importantes do
que curtidas são os comentários, pois eles permitem compreender o impacto
da sua mensagem junto ao usuário.
Nesse aspecto, é importante lembrar que as métricas podem ter caráter
preditivo ou descritivo. Assim, se por um lado é necessário identificar o quanto
o conteúdo da marca está conseguindo engajar, por outro é importante saber
Nível de engajamento dos usuários 7

por que a marca está tendo rejeição. Nesse sentido, a taxa de rejeição, como o
próprio nome sugere, é uma métrica que identifica o quanto o usuário rejeitou
sua mensagem, como, por exemplo, se fechou um banner sem acessar seu
conteúdo. Assim como as demais métricas, a taxa de rejeição serve como
norte para repensar estratégias criativas.
Com relação à definição das métricas de engajamento, vale lembrar que
a ações em marketing digital devem ser vistas como investimento, sendo
fundamental que possam nortear as ações e, desse modo, otimizar o ROI.

No site IAB Brasil, você pode encontrar um webinar gratuito intitulado


“Modelos de atribuição e a jornada do consumidor” (IAB BRASIL,
[2021]), apresentado por Paulo Ramazza, gerente de analytics e customer insights
da Magazine Luiza. Na apresentação, Ramazza explica de que forma as métricas
podem ajudar a otimizar os investimentos em marketing digital.

A taxa de rejeição como insight


A taxa de rejeição, além nos apresentar dados que indicam o quanto uma cam-
panha é mais ou menos aceita, pode nos servir como insight quando combinada
com outras métricas, principalmente se esses dados forem transformados
em informação e conhecimento. Para tanto, é fundamental que o profissional
de marketing digital consiga desenvolver a habilidade e a competência de
efetuar uma análise tanto descritiva quanto preditiva. Assim, é preciso que
esse profissional tenha um conhecimento holístico acerca das métricas, que
lhe possibilite interpretar o cenário atual e implementar correções quando
necessárias, valendo-se da estrutura que a web analytics oferece.
Entre os diversos parâmetros à sua disposição, a taxa de rejeição mos-
tra o quanto sua página foi visitada e abandonada, refletindo usuários que
entraram e não interagiram. Em suma, essa métrica apresenta um dado que,
se não for devidamente interpretado ou se for analisado isoladamente, pode
não revelar todas as informações contidas. Porém, de um modo geral todo
mundo tem a noção de que uma taxa de rejeição alta é ruim, e vice-versa,
ou seja, todos anseiam por uma taxa de rejeição baixa. Vale dizer que não há
um consenso quando se fala em números, mas acredita-se que uma taxa de
rejeição acima de 50% é algo ruim.
8 Nível de engajamento dos usuários

Como se calcula a taxa de rejeição para se chegar a esse número?


Trata-se do número de saídas da sua página dividido por quem a
visitou. Exemplo: se uma página é visitada num determinado período por 200 mil
pessoas (views), sendo que 125 mil saíram sem interagir, então 125.000 ∕ 200.000
= 62,5 % é a taxa de rejeição (bastante alta).

Além das questões relacionadas ao desempenho da página em si, há um


outro aspecto a ser analisado, que diz respeito a quanto ela está sendo atrativa
e, principalmente, o quanto está conseguindo levar o usuário ao objetivo que
a marca deseja. Para isso, recorre-se ao ranqueamento nos mecanismos de
busca, como, por exemplo, no Google.
Embora as informações de mercado indiquem que o algoritmo do Google
não leva em consideração a taxa de rejeição para que uma página esteja
mais bem ranqueada em suas buscas, há muitas considerações acerca dessa
informação que, por sua vez, servem como subsídios para a estratégia de
marketing digital. O Google em seu ranqueamento considera, entre outros
fatores, a relevância e a autoridade de cada página. Sendo assim, podemos
inferir que direta ou indiretamente, a taxa de rejeição interfere nesse processo,
pois nenhuma página é relevante se é rejeitada. Desse modo, analisar os
dados de rejeição de uma página é condição fundamental para que as ações
de marketing digital sejam exitosas.
Contudo, uma observação é muito importante no que diz respeito à análise
fria dos números: o Google Analytics considera rejeição quando um usuário
abandona uma página em menos de 30 minutos. Esse é um dado que reflete
quantidade, mas pode ser falho no que diz respeito à qualidade da interação.
Para entender melhor essa lógica, imagine que uma pessoa entrou numa
página e depois de 10 minutos precisou sair dela para navegar em outra
página, ou até mesmo porque precisava fazer outra coisa fora da rede. Nesse
exemplo, a ferramenta computará essa ação como taxa de rejeição. Mas
será que podemos mesmo afirmar que o conteúdo não foi relevante ou que
conseguiu engajar o usuário? Apenas por esse dado, dificilmente podemos
fazer essa inferência.
Entre as mais diversas possibilidades para chegar a essa conclusão, basta
imaginar que o objetivo de determinada marca é fazer com que o usuário se
cadastre para baixar gratuitamente um e-book, e que esse procedimento
leva menos de 10 minutos. Nesse caso, se o usuário tiver baixado o que
queria e, principalmente, se tiver preenchido o cadastro, o objetivo terá sido
Nível de engajamento dos usuários 9

alcançado. Por isso, é importante reforçar que o profissional de marketing


digital precisa ter uma visão holística no que diz respeito às métricas. Nesse
exemplo específico, a quantidade de usuários que baixaram o e-book traz
dados mais relevantes do que a taxa de rejeição da página.
Mais uma vez, é preciso saber interpretar os dados disponíveis, e para isso
é importante ter um dashboard que permita minerar dados. O dashboard é um
painel de controle com diversos dados que servem para nortear o processo de
tomada de decisão. Existem diversos modelos de dashboard para cada função,
e o painel de um automóvel é um exemplo. O importante é que o modelo que
você adotar traga os dados e as informações que lhe são necessárias. A Figura 2
apresenta um exemplo de dashboard para e-commerce.

Figura 2. Exemplo de dashboard de e-commerce.


Fonte: Bors-bors (2021, documento on-line).
10 Nível de engajamento dos usuários

Os dashboards servem como um painel para análise em tempo real dos


desempenhos das ações de marketing digital, e podem ser customizados
conforme a necessidade da campanha e seus objetivos. Vale lembrar que,
como as campanhas de marketing digital devem ir ao encontro dos objetivos
globais da empresa, ao montar um dashboard é preciso considerar quais são
os objetivos da campanha. Nesse sentido, imagine que uma marca esteja
buscando melhorar sua imagem junto ao público-alvo. Nesse caso, a campanha
de marketing digital deverá servir de auxílio no alcance desse objetivo, e o
dashboard deverá conter métricas que permitam avaliar se a campanha está
desempenhando bem nesse sentido.
Entre as métricas que um dashboard pode conter estão as rejeição, cujas
principais são listadas e examinadas a seguir.

„ Bounce rate: é a principal métrica em se tratando de rejeição, ou pelo


menos a mais usual. Correlaciona número de abandonos (saídas) com
número de visitas.
„ Taxa de abertura: oferece um parâmetro de quantas pessoas abriram
um e-mail com relação aos que foram entregues. Desse modo, é possível
inferir o quanto o e-mail foi ou não rejeitado.
„ CTR: é importante para direcionar alguns aspectos da peça, entre eles o
lado criativo, pois uma página pode ter audiência, mas não ter cliques,
o que pode estar relacionado ao lado criativo da página, que é pouca
atrativa, ou então com uma experiência não aprovada pelo usuário.
„ Taxa de conversão: embora não seja uma métrica de rejeição pro-
priamente dita, oferece um norte, pois se o usuário está visitando a
página, compartilhando, etc., mas não é convertido, há algumas pos-
sibilidades para que isso esteja ocorrendo. Uma dessas possibilidades
pode envolver um problema no chamado call to action, ou seja, pode
ser que um botão esteja em local incorreto, o convite para ação não
esteja visível, etc.

As métricas de rejeição, de acordo com seu tipo, apresentam diferentes


dados e informações e, principalmente, diferentes insights acerca do desem-
penho de uma campanha. Por isso, é recomendável, quando necessário, fazer
um teste A/B a fim de identificar qual conteúdo gera mais engajamento com
usuário e, por consequência, menos rejeição.
Nível de engajamento dos usuários 11

Para conhecer detalhes do chamado teste A/B, consulte o artigo


“Taxa de rejeição: como medir e avaliar para aumentar as conversões”
(NEILPATEL, 2021b).

Informação como insight: como transformar


visitantes em clientes
A aplicabilidade das métricas de engajamento no marketing digital vão além
dos dados quantitativos, e quando bem interpretadas podem oferecer muitos
insights acerca do comportamento de navegação do usuário.
A mensuração e o monitoramento contínuo das ações mercadológicas
levam ao conhecimento do comportamento do consumidor, não somente
nas variáveis como frequência, recência e valor de compra, mas também nos
quesitos engajamento e interação com o produto e/ou marca (OKADA, 2011,
documento on-line).
As métricas de um modo geral servem como um norte para sua estratégia
de marketing digital, mas muitas vezes é preciso ir além do que os números
mostram. Quanto ao caráter corretivo das métricas, é possível interpretar
em tempo real, por meio de uma ferramenta como o Google Analytics, o que
está acontecendo em uma campanha e, se for o caso, tomar medidas a fim de
corrigir possíveis problemas da campanha, ou então maximizar os resultados
quando o desempenho for positivo.
Por outro lado, as métricas podem ajudar de forma preditiva também, ou
seja, embasar decisões mais assertivas a partir do histórico de campanhas
anteriores e antever cenários. Contudo, é importante ressalvar que cada ava-
liação pode gerar diferentes interpretações, dependendo de cada plataforma
analisada e dos objetivos da marca. Um mesmo dado que é inadequado para
determinada avaliação pode ter outra relevância para outra. Um usuário pode
entrar e sair de uma landing page porque ficou indeciso, mas isso não quer
dizer que ele não gostou de seu produto; pode ser uma questão de adequação
e∕ou ajuste. Por outro lado, um usuário pode entrar num blog e não gostar do
conteúdo, e nesse caso temos uma rejeição ao conteúdo.
No que tange a rejeição, também podemos ampliar nossas interpretações
quando analisamos a métrica de usuários únicos versus visitantes recorrentes,
pois essa métrica, em suas diversas nuances e possibilidades de aplicação, nos
permite identificar um aspecto muito importante, talvez o primordial: como
12 Nível de engajamento dos usuários

ocorre a interação dos usuários com determinado site. A fim de esclarecer e


exemplificar esse conceito, imagine que um site receba muitas visitas em sua
página inicial, mas poucas em suas outras seções. Assim, é possível inferir
que o problema da página não está na audiência, e sim no conteúdo, que não
está conseguindo engajar os visitantes. Desse modo, seria interessante rever
os aspectos criativos da página ou, numa outra instância, sua segmentação.
Tomando como base o aspecto criativo, é possível também usar a métrica
usuários únicos versus visitantes recorrentes para uma análise de performance.
Quando falamos em atração, ou seja, em gerar tráfego para sua página, essa
métrica pode ser um bom indicador, pois consegue captar uma visão geral do
desempenho da ação e, mais do que isso, serve também para planejar ações
futuras. Se, por exemplo, uma página consegue a cada visita transformar uma
certa taxa em vendas, é possível prever a quantidade de visitas que é preciso
gerar para transformar essas visitas em leads (oportunidades de negócios) e,
por sua vez, transformar as visitas em conversão (em vendas, se for o caso).
Um dado importante e que deve ser adotado como métrica a ser elevada
é a qualidade das informações e, desse modo, para ter maior assertividade
no processo de tomada de decisão é preciso identificar a origem do tráfego.
Nesse sentido, o Google Analytics traz esses dados com precisão, o que ajuda
a otimizar os canais de comunicação.
Cabe destacar que o conceito de visitantes únicos é diferente de page
views. O primeiro considera cada interação como única, e mesmo que o usuário
entre e saia do site, ainda será contabilizada uma única visita. Já quando uma
pessoa entre e sai do site duas vezes, são contabilizadas duas page views.
Considerando que determinada página recebe um grande número de
visitantes únicos, mas não alcança um grande número de interações, pro-
vavelmente não haverá um aumento na base de visitantes recorrentes. Vale
lembrar que os visitantes recorrentes são aqueles que visitam uma página
mais de uma vez. Quando isso ocorre, é gerado tráfego, mas não a interação
desejada, e não se alcançam os objetivos da campanha. Desse modo, é ne-
cessário recorrer às demais métricas que a web analytics dispõe para uma
análise mais apurada, cruzando dados e informações. Contudo, todos esses
dados e informações que as ferramentas de analytics oferecem ficarão a
cargo da interpretação do analista.
É importante que a análise também seja parametrizada por período, pois
isso confere mais precisão acerca das ações que foram implementadas.
Com base nas aquisições e na conversão de visitantes únicos para a base de
recorrentes conforme a interação, é possível que a métricas visitantes únicos
versus recorrentes possa auxiliar na estratégia de marketing digital da marca.
Nível de engajamento dos usuários 13

Vale lembrar que a análise do quanto uma ação foi ou não eficaz depende
essencialmente dos objetivos da campanha. Para exemplificar, se a marca quiser
gerar tráfego e reduzir custos de uma campanha, a análise será uma; por outro
lado, se o objetivo for aumentar seu market share, a análise deve ser outra.
Por fim, cabe reiterar que as métricas são dados que embasam deci-
sões mais assertivas, mas para que isso ocorra é necessário que o profis-
sional de marketing digital consiga transformá-los em informações, para
então aumentar o nível de engajamento dos usuários. Contudo, também é
preciso interpretar questões inerentes ao comportamento humano, pois,
de acordo com Jenkins (2009), mais importante do que entender as ferramentas
tecnológicas é compreender o comportamento das pessoas diante dessas
ferramentas. Nesse sentido, Tamanaha (2011) afirma que ao planejar uma
campanha é fundamental que o profissional de marketing e comunicação
conheça os hábitos de mídia do público.

Referências
BORS-BORS. File:Microweber CMS - Admin dashboard.jpg. In: WIKIPEDIA. [S. l.: s. n.],
2021. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Microweber_CMS_-_Ad-
min_dashboard.jpg. Acesso em: 18 set. 2021.
CARNEIRO, R. Web analytics: planejamento e processo. São Paulo: W. Consulting, 2014.
ENDEAVOR. [Estratégia e gestão]. [S. l.: s. n.], 2021. Disponível em: https://endeavor.org.
br/estrategia-e-gestao/quem-nao-mede-nao-gere/. Acesso em: 18 set. 2021.
IAB BRASIL. Modelos de atribuição e a jornada do consumidor. São Paulo: IAB BRASIL,
[2021]. Disponível em: https://iabbrasil.com.br/webinar-modelos-de-atribuicao/. Acesso
em: 18 set. 2021.
JENKINS, H. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2009.
KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. Mapas estratégicos: balanced scorecard: Convertendo
ativos intangíveis em resultados tangíveis. São Paulo: Alta Books, 2018.
NEILPATEL. Como usar métricas do google analytics para medir o engajamento dos
leitores. [S. l.: s. n.], 2021a. Disponível em: https://neilpatel.com/br/blog/como-usar-
-metricas-do-google-analytics-para-medir-o-engajamento-dos-leitores/. Acesso
em: 18 set. 2021.
NEILPATEL. Taxa de rejeição: como medir e avaliar para aumentar as conversões.
[S. l.: s. n.], 2021b. Disponível em: https://neilpatel.com/br/blog/como-medir-taxa-de-
-rejeicao/. Acesso em: 18 set. 2021.
OKADA, S. I. Web analytics: modelos de métricas de engajamento em mídias emergentes.
Revista Brasileira de Marketing, v. 10, n. 3, p. 107–126, set./out. 2011. Disponível em:
https://www.redalyc.org/pdf/4717/471747526007.pdf. Acesso em: 18 set. 2021.
TAMANAHA, P. Planejamento de mídia: teoria e experiência. 2. ed. São Paulo: Pearson,
2011.
14 Nível de engajamento dos usuários

Leituras recomendadas
BUZZMONITOR. O que é considerada uma boa taxa de engajamento no Instagram?
[S. l.: s. n.], 2021. Disponível em: https://buzzmonitor.com.br/blog/o-que-e-considerada-
-uma-boa-taxa-de-engajamento-no-instagram/. Acesso em: 18 set. 2021.
FOREMAN, J. W. Data smart: usando data science para transformar informação em
insight. Rio de Janeiro: Alta Books, 2018.
GOOGLE SUPPORT. Dimensões e métricas. [S. l.: s. n.], 2021. Disponível em: https://
support.google.com/analytics/answer/1033861?hl=pt-BR#zippy=%2Cneste-artigo.
Acesso em: 18 set. 2021.

Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos


testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os edito-
res declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou
integralidade das informações referidas em tais links.
WEB ANALYTICS
Conversões
assistidas
Victor Andrei da Silva

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

> Definir conversões assistidas na web analytics e seus objetivos.


> Interpretar conversões assistidas na web analytics.
> Exemplificar tipos de conversões assistidas na web analytics.

Introdução
Imagine que você tem uma loja física que revende produtos naturais. Sua loja
é estruturada e muito bem localizada, recebendo diariamente um grande nú-
mero de visitantes. Diante desse fluxo, você se questiona: de onde vêm todas
essas pessoas? Quais são os caminhos que elas percorrem até chegar aqui
para comprar meus produtos? Essas perguntas são as mesmas que orientam
a reflexão sobre as conversões assistidas.
As conversões assistidas ocorrem quando usuários percorrem um caminho
no site da empresa até converter a visita em uma venda ou um preenchimento
de formulário, por exemplo. Então, é preciso definir o principal objetivo do
site, ou seja, se o foco está na venda, na captação de leads ou na geração de
cadastros. Para que a conversão aconteça, geralmente os usuários acessam
mais de uma vez o site da organização, podendo realizar essa ação por meio
de dispositivos diferentes, ao mesmo tempo, e, com alguns cliques, comparar
preços e condições até decidir efetuar a compra.
2 Conversões assistidas

Ao compreender o funcionamento das conversões assistidas, os estrate-


gistas de marketing digital se tornam capazes de criar ações mais assertivas
e que vão ao encontro das necessidades dos clientes, potencializando as
características de cada canal dentro das etapas do processo de conversão.
Neste capítulo, você poderá entender o que são as conversões assistidas,
conhecendo suas aplicações e seus objetivos na web analytics. Além disso,
vamos abordar a interpretação das conversões assistidas por meio da web
analytics, bem como os tipos de conversões assistidas na web analytics.

Análise e processo das conversões


assistidas
O usuário geralmente acessa mais de uma vez o site da empresa até decidir
finalizar uma compra. Esse comportamento tem se tornado cada vez mais
comum devido ao crescimento na oferta de produtos e serviços na web. Sendo
assim, mais do que simplesmente vender ou apresentar bons produtos e
serviços, lojistas e empresas de e-commerce devem monitorar os visitantes
e potenciais compradores de um site.
As plataformas e os sites de vendas geram diariamente milhares de dados e
informações que, se não forem utilizados de maneira correta, não vão gerar os
resultados esperados. Nesse cenário, a web analytics é a ferramenta de gestão
ideal para que essa ação ocorra do modo mais eficaz possível (PINTO, 2007).
Além de vender seus produtos ou serviços, toda empresa que atua no
universo digital precisa gerenciar as informações geradas nos tráfegos de
pesquisas. As análises dessas informações de conversões assistidas realizadas
pela web analytics possibilitam que os gestores, por exemplo, identifiquem
as fontes de tráfego que, direta ou indiretamente, contribuíram para que o
processo de conversão fosse concretizado.
Com a web analytics, é possível acompanhar as campanhas e os acessos
ao site, analisar o desempenho dos visitantes em um site ou portal, observar
os dados a partir de insights, emitir relatórios, mensurar a experiência dos
usuários e monitorar erros no site, entre outras tarefas.
Nesse ambiente de gestão, as informações e os dados gerados pela web
analytics podem ser explorados pelo Google Analytics, uma ferramenta que
“[...] disponibiliza análises de tráfego que auxiliam webmasters na otimização
de páginas, que auxiliam profissionais de marketing a tomarem decisão”
(ALMEIDA, 2015, p. 67). Assim, a web analytics e o Google Analytics, cada um
com suas particularidades, atuam de forma complementar no desenvolvi-
Conversões assistidas 3

mento de estratégias de conversões assistidas. Seu papel nesse processo é


fundamental para a obtenção de sucesso nos resultados das ações.
Provavelmente você já ouviu que não se gerencia aquilo que não se mede.
Essa afirmação pode nos ajudar a explicar a importância da web analytics no
processo das conversões assistidas. No ambiente digital, em que se busca
metrificar todos os dados possíveis, não contar com a web analytics equivale
a ficar no escuro.

Toda empresa que tem um site para vender seus produtos e serviços
precisa conhecer a origem dos visitantes da página, pois isso é essen-
cial para otimizar suas campanhas ou direcionar sua estratégia de marketing de
conteúdo. Assim, é indispensável o uso do Google Analytics ou de ferramentas
pagas. Sem o Google Analytics, é impossível ter métricas que auxiliem no pro-
cesso de gestão de dados para a tomada de decisão.

De nada adianta uma empresa receber muitas visitas e visualizações em sua


página se não houver conversões. Para auxiliar nesse aspecto, novamente a
web analytics e o Google Analytics se mostram ferramentas muito importantes
(ALMEIDA, 2015). São muitos os casos em que, nas estratégias de conversão,
as metas não são claras. Nessas situações, os algoritmos do Google Analytics
usam os dados e as informações para compreender tais comportamentos e,
assim, criar estratégias que visem a aumentar as chances de uma conversão.
Os processos de conversões assistidas variam em suas estratégias de
acordo com as particularidades dos produtos e do público. Cada caminho
percorrido até que uma visita se converta em uma compra, uma venda ou um
preenchimento de formulário é único (TORRES; COZER, 2000). No entanto, como
já mencionamos, há uma certa regularidade no comportamento dos usuários
que deve ser considerada: antes de converter, eles acessam inúmeras vezes os
sites das empresas para buscar informações sobre os produtos e os serviços.
Tais visitas anteriores à conversão, ou seja, as fontes de tráfego, geram
informações importantes, que são analisadas pelo Google Analytics. Esse é
o chamado “caminho da conversão”. Toda informação que um usuário busca
no Google a respeito de um produto ou serviço de seu interesse pode ser
considerada fonte de tráfego, que pode ser composta por diversas fontes.
Então, quando esse usuário realiza uma conversão, essa ação é considerada
uma conversão assistida.
4 Conversões assistidas

Para saber mais sobre o funcionamento do Google Analytics e en-


tender como ele estuda o comportamento de um usuário em todo o
processo de uma conversão assistida, acesse a página de suporte da empresa.

Conversões assistidas e suas interações


Quando um usuário visita um site em busca de produtos ou serviços, infor-
mações como, por exemplo, cliques efetuados e tempo de permanência na
página se tornam indicadores importantes para análises estratégicas futuras
que podem ser usadas pela agência. O caminho percorrido pelo usuário
desde suas pesquisas até a finalização de uma compra é chamado “jornada
de compra”, que pode ser mensurada em horas, dias, semanas ou meses e
varia conforme o nível de maturidade e interesse do usuário pelo bem ou
serviço desejado.
É importante que a empresa também leve em consideração os canais
utilizados pelo usuário durante sua jornada de compra, pois hoje é comum
que esse processo seja omnichannel, isto é, que ele aconteça por meio de
diferentes canais. Por exemplo, um interessado pode iniciar sua pesquisa
usando um smartphone enquanto está no ônibus, dar seguimento a ela em
um notebook quando chega em casa e, dias depois, efetivar a compra no
computador a que tem acesso em seu trabalho. Ou seja, os canais de aquisição
têm um papel muito importante na jornada de compra.
Todo esse processo de transformação de um simples visitante da página
em um comprador é denominado “conversão assistida”. De maneira sinté-
tica, a conversão assistida pode ser definida como a forma de medição dos
canais que participaram de um processo de conversão, sem se restringir
ao canal em que a venda tenha sido finalizada. Por meio de seus relatórios,
a conversão assistida informa qual foi a contribuição de cada canal para que
a venda ocorresse.
Em uma estratégia de marketing digital, é possível usar diversos canais
(p. ex.: e-mail marketing, link patrocinado e banner de publicidade), que
podem contribuir para um processo de conversão assistida e ser muito bem
explorados no Google Analytics.
Conversões assistidas 5

As conversões assistidas do Google Analytics têm importância fundamental


para análises mais profundas dentro do funil de conversões. A base de sus-
tentação de funcionamento do Google Analytics é monitorar cada passo de
um visitante nos portais de vendas ou em um website, pois é nesses passos
que ocorrem as conversões assistidas. Ademais, conforme Avis (2019), as
ferramentas que armazenam informações do usuário estão cada vez mais
modernas e têm tido cada vez mais alcance.
Para ilustrar como ocorre uma conversão assistida, vamos imaginar uma
situação hipotética. Suponha que você é um arquiteto que assina uma coluna
em um blog sobre design de ambientes. Os visitantes desse blog, ao reali-
zarem pesquisas em buscadores, podem encontrar vários artigos assinados
por você publicados em sua página pessoal e, após essas pesquisas, podem
procurar outros artigos em sites do mesmo seguimento (ALMEIDA, 2015).
Passados alguns dias, um desses visitantes pode receber um anúncio por
meio de uma campanha de remarketing, clicar nele, ser direcionado para sua
página pessoal e, por fim, acabar contratando seus serviços, ou seja, fechando
uma compra. Nesse exemplo, o blog foi a ferramenta de conversão assistida
(funcionando organicamente) e a página pessoal serviu como conversão de
último clique (anúncio pago).

Anúncios pagos usados como estratégia de remarketing estruturada


pelo Google Ads nem sempre são sinônimos de conversão por clique.
O remarketing pode ser entendido como uma ferramenta do Google Ads que
identifica e marca os usuários que já visitaram o site da empresa anteriormente.
Após realizar essa marcação, o Google passa a exibir os anúncios para tais
usuários de forma mais frequente por meio da rede de display.

Os estrategistas de marketing digital podem realizar uma gestão baseada


em métricas usando a ferramenta de relatórios de assistência do Google
Analytics, denominada “relatórios de conversões”. Nela, é possível verificar
quais foram os tipos de interação que deram assistência para que o usuário
finalizasse a compra.
6 Conversões assistidas

Esses tipos de análise mostram como redes sociais (Instagram, Facebook,


etc.), canais pagos e orgânicos, diretos ou indiretos, podem auxiliar de ma-
neira efetiva nas vendas. Quando os canais diretos se tornam os principais
responsáveis por realizar conversões, pode-se dizer que existe autoridade e
que os visitantes reconhecem isso (AVIS, 2019). É o que ocorre com sites bem
estruturados, que oferecem bastante conteúdo de qualidade aos clientes
e que, com isso, vendem de maneira direta, sem precisar direcionar cam-
panhas para outros sites parceiros, por exemplo. De acordo com Avis (2019,
p. 63), “quando as conversões vêm através de mídias pagas e estas são as
ferramentas mais importantes nesse processo, essa ação é um indicativo
de que existe investimento massivo de anúncios pagos que fomentam as
vendas dos negócios”.
É importante salientar que clientes com certa maturidade no ambiente
digital, que compram com frequência, tendem a não depender dos anúncios
pagos. Para esse perfil de cliente, construir uma autoridade de forma orgânica
é mais interessante dentro das estratégias. Já os clientes menos maduros são
mais dependentes dos anúncios pagos, exigindo, assim, mais investimentos
a curto prazo (MONTEIRO, 2007).

Para saber mais sobre os usuários que compram usando a internet,


recomendamos o livro SEO de verdade: se não está no Google, não
existe, de Maria Carolina Avis (2019). É uma leitura didática, simples e muito
esclarecedora sobre o assunto.

Conversões assistidas e web analytics


A análise de dados e informações está cada vez mais presente nas organizações
que desejam se tornar mais competitivas em seu mercado de atuação. Com
essas análises, os estrategistas de ações em marketing digital podem usar
de forma inteligente o budget dos clientes, de modo a otimizar os recursos
disponíveis e, assim, alcançar os melhores resultados. Nesse sentido, a web
analytics se apresenta como uma ferramenta de suma importância.
O grande tráfego de usuários gera uma enorme quantidade de dados, que
devem ser filtrados e interpretados. Essas ações possibilitam a compreensão
de determinados comportamentos e, desse modo, facilitam a criação de
campanhas mais assertivas, que impactem o público-alvo.
Conversões assistidas 7

Isso pode ser feito por meio da web analytics, que permite coletar da-
dos do ambiente digital (sites, portais e páginas web) gerados pelo usuário,
estruturá-los e organizá-los com ferramentas big data. Além disso, a web
analytics mensura, retém, analisa e gera relatórios sobre o comportamento
dos usuários, sendo, portanto, uma ferramenta essencial para auxiliar os
profissionais de marketing em suas tomadas de decisão.
A web analytics utiliza três análises básicas: a descritiva, a preditiva e a
prescritiva. A análise descritiva, também conhecida como “análise explorató-
ria”, se baseia nos dados e nas análises estatísticas para entender os dados.
Essas análises estatísticas podem ser univariadas (uma variável), bivariadas
(duas variáveis) e multivariadas (diversos tipos de variáveis).
A análise preditiva, por sua vez, usa fórmulas que objetivam criar parâ-
metros, apoiando-se em expressões matemáticas. Com o modelo preditivo,
é possível representar cenários reais com base na informação de dados,
visando sempre à precisão. Os supermercados, por exemplo, utilizam muito
esse modelo em suas análises de vendas para a realização de compras futuras.
Por fim, a análise prescritiva, também conhecida como “análise de re-
comendação”, corresponde à aplicação conjunta das análises descritiva e
preditiva, juntamente com o know-how de negócios. Essa combinação é uma
poderosa ferramenta que ajuda na otimização de processos e na tomada de
decisões ainda mais assertivas.
Com essas análises da web analytics, os estrategistas de marketing podem
compreender melhor a mecânica de funcionamento das conversões assis-
tidas do Google. Aliás, quando falamos em tipos e modelos de conversões
assistidas, é possível encontrar diversos exemplos eficientes que podem
ser aplicados nas estratégias de marketing digital, seja por meio de ações
orgânicas ou pagas.
É muito comum haver questionamentos sobre as diferenças entre os
tipos de conversões assistidas. Um desses modelos são as conversões de
visualização, que, no ambiente de gestão do Google Ads, são utilizadas para
informar quando os clientes visualizam o site e não realizam nenhum tipo de
interação, concluindo a conversão em uma visita posterior. Em outras colunas,
registram-se as interações dos usuários com anúncios e sua conversão.

As conversões de visualização são uma maneira útil de acompanhar o valor das


suas campanhas de anúncios gráficos ou em vídeo. Por exemplo, nas campanhas
da Rede de Display, elas medem as conversões em que um cliente viu um anúncio
antes de concluir uma conversão, mas não clicou nele. As conversões de visuali-
zação consideram as configurações das suas ações de conversão, por exemplo,
a maneira como as conversões são contabilizadas (AVIS, 2019, p. 75).
8 Conversões assistidas

As conversões assistidas também são um bom indicativo de quais são


as fontes de tráfego que, direta ou indiretamente, têm participação em um
processo de decisão do usuário para a conversão de uma compra (TORRES;
COZER, 2000). Convém destacar que, embora algumas empresas julguem mais
importantes as fontes de tráfego que levam de forma direta o usuário para
a conversão, todas as fontes de tráfego têm o mesmo grau de importância
no processo.

A campanha de marketing deve levar em consideração as etapas


do funil de vendas. A etapa inicial de uma campanha, denominada
“topo de funil”, tem como objetivo conduzir o visitante, de etapa em etapa, até
a etapa mais próxima da compra, chamada “fundo de funil”.

Outra forma de conversão disponível no Google Analytics são as conversões


assistidas por URLs. Com as URLs, é possível visualizar quais canais geram
mais conversões assistidas, pois os detalhamentos de relatórios existentes
informam quais são os endereços eletrônicos que mais geram essas con-
versões, além de possibilitarem a aplicação de filtros com palavras-chave.
Também é importante observar o relatório de conversões assistidas,
que resume as funções e as contribuições dos canais. Um canal pode ter
três funções em um caminho de conversão, quais sejam: a última interação,
a interação de assistência e a primeira interação. Para realizar cálculos e
metrificar relatórios, o Google Analytics leva em consideração as diversas
possibilidades existentes para um caminho de conversão, bem como a fórmula
de calcular, conforme apresenta o Quadro 1.

Quadro 1. Tipos de conversão

Esse é o número (e valor monetário) das vendas


e conversões assistidas pelo canal. Se um canal
Conversões aparecer em algum lugar (exceto como a interação
assistidas e valor da final) em um caminho de conversão, ele é
conversão assistida considerado uma assistência da conversão. Quanto
mais altos forem esses números, mais importante
será o papel do canal.
(Continua)
Conversões assistidas 9

(Continuação)

Esse é o número (e o valor monetário) das vendas e


Último clique, conversões que o canal realizou ou concluiu. O clique
ou conversões final, ou o tráfego direto antes de uma conversão,
diretas, e valor do recebe o crédito de “última interação” pela
último clique, ou da conversão. Quanto maiores forem esses números,
conversão direta mais importante será o papel do canal na conclusão
de vendas e conversões.

É o número (e valor monetário) das vendas e


Conversões de conversões que o canal iniciou. Essa é a primeira
primeiro clique e interação em um caminho de conversão. Quanto
valor da conversão maiores forem esses números, mais importante
de primeiro clique será o papel do canal para iniciar novas vendas e
conversões.

Esses valores resumem o papel geral de um


Clique de canal. Um valor próximo de 0 indica que um canal
assistência/último desempenhou mais o papel de conclusão do que o
clique, ou conversões de assistência de vendas e conversões. Um valor
diretas, e primeiro/ próximo de 1 indica que o canal auxiliou e concluiu
último clique, ou igualmente as vendas e as conversões. Quanto
conversões diretas mais esse valor exceder 1, maior será o papel de
assistência do canal nas vendas e conversões.

Fonte: Adaptado de Google (c2021).

Como padrão, o modelo adotado pelo Google Analytics é o modelo de


atribuição de último clique, que é usado pela grande maioria das pessoas,
sem que elas estejam conscientes disso. Esse modelo sugere que o último
clique é que realiza a conversão da venda (AVIS, 2019). Modelos de atribuição
de último clique são muito utilizados em ações de fundo de funil, como, por
exemplo, e-mail marketing, em que a conversão pode ser imediata.

Referências
ALMEIDA, A. SEO prático: seu site na primeira página das buscas. São Paulo: Casa do
código, 2015. (Série Caelum).
AVIS, M. C. SEO de verdade: se não está no Google, não existe. Curitiba: Intersaberes, 2019.
GOOGLE. Google Analytics. Suporte. Mountain View: Google, c2021. Disponível em:
https://support.google.com/analytics/answer/1191204?hl=pt-BR. Acesso em: 3 out. 2021.
MONTEIRO, R. V. Google Adwords: arte da guerra. 2. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2007.
PINTO, S. R. B. Dominando as ferramentas do Google. São Paulo: Digerati Books, 2007.
TORRES, G.; COZER, A. Alavancando negócios na internet. Rio de Janeiro: Axcel Books,
2000.
10 Conversões assistidas

Leituras recomendadas
ANDERSON, C. A cauda longa: do mercado de massa para o mercado de nicho. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2006.
CUTRONI, J. Google Analytics. Sebastopol, CA: O’Reilly, 2010.
ERCÍLIA, M.; GRAEFF, A. A internet. São Paulo. Publifolha, 2008.
FARRIS, P. W. et al. Métricas de marketing: o guia definitivo de avaliação de desempenho
do marketing. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
GOOGLE. Support. Mountain View: Google, c2021. Disponível em: https://support.google.
com/. Acesso em: 3 out. 2021.
RD STATION. RD Station Marketing. Florianópolis: RD Station, [2018]. Disponível em:
https://www.rdstation.com/marketing/. Acesso em: 2 out. 2021.
STERNE, J. Marketing na web: integrando a web a sua estratégia de marketing. 2. ed.
Rio de Janeiro: Campus, 2000.
VAZ, C. A. Google marketing: o guia definitivo de marketing digital. 2. ed. São Paulo.
Novatec, 2008.

Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos


testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os edito-
res declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou
integralidade das informações referidas em tais links.
WEB ANALYTICS
Filtros avançados
Luciana Manfroi

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

> Definir o que são filtros avançados na web analytics.


> Explicar como os filtros avançados colaboram para tornar mais eficientes
as ações e estratégias de comunicação das organizações.
> Demonstrar formas de aplicação dos filtros avançados na web analytics.

Introdução
No contexto de big data, é muito comum a utilização de dados em sua forma
bruta, que não passaram por um processo de refinamento. O problema é
que, sem um processo de filtragem, pode-se ter dados heterogêneos que não
devem participar de análises, pois não cumprem com as metas pretendidas
pela empresa.
A qualidade da solução de mineração de dados baseia-se no valor que se
imprime na estruturação das variáveis, no caso, em como se definem os filtros
avançados para as futuras mineração, análise e inteligência competitiva — daí
a importância da utilização de filtros avançados para a remoção de dados
incorretos que não se identificam com as metas para análise. Dessa forma,
a filtragem correta leva a dados mais fidedignos para a análise e, assim, à apli-
cação eficiente para as ações e estratégias de comunicação das organizações.
Neste capítulo, você vai estudar o que são filtros avançados na web analytics,
reconhecer a sua importância para as ações e estratégias de comunicação
nas organizações e identificar as formas de aplicação dos filtros avançados
na web analytics.
2 Filtros avançados

Conceito de filtros avançados para


web analytics
Para que se dê um início mais declarado para esse estudo, vamos determinar
os conceitos e as atribuições de filtros avançados.
Filtros avançados são ferramentas para análises mais detalhadas de
dados e podem ser utilizados para a decisão de qual ou quais dados devem
ser incluídos e quais devem ser excluídos na análise. Segundo o Google,
o filtro avançado permite criar campos para comunicar a partir de um ou dois
campos existentes. Um filtro avançado aceita até dois campos, A e B, para
criar o campo de saída (FILTROS AVANÇADOS, 2021).
Para planejar o que se quer analisar, deve-se seguir o objetivo e ter metas.
Portanto, os filtros devem ser pensados conforme o que está no planejamento
do negócio. Nesse sentido, os filtros são usados para agrupar os dados que
são importantes e rejeitar os que não fazem parte do objetivo.

Agrupamento é outra aplicação de nossa noção fundamental de similaridade.


A ideia básica é que queremos encontrar grupos de objetos (consumidores, negócios,
etc.) nos quais os objetos dentro dos grupos sejam semelhantes, mas os objetos
em diferentes grupos não sejam tão semelhantes (PROVOST; FAWCETT, 2016, p. 283).

Em big data, com a complexidade de dados em velocidade, volume e


variedade, os que chegam devem ser preparados porque estão ainda em seu
formato original e com anomalias, ou “sujeiras”, que eventualmente poderão
ser desprezadas pela empresa.
Ao notar que os dados são valiosos, mas que precisam de ajustes, será
necessário iniciar a etapa de preparação para realizar possíveis modificações
com a técnica de filtragem.

Etapas do processo de visualização de dados


No livro “Visualizing Data”, Ben Fry (2008) articulou sete etapas para a visu-
alização de dados:

1. Aquisição — Etapa em que os dados são coletados em diversos formatos.


2. Estruturação — Etapa que define uma estrutura padrão para esses
dados.
3. Filtragem — Etapa da filtragem dos dados, na qual se removem dados
incorretos, anômalos ou que não estão categorizados nas metas que
se buscam nas análises.
Filtros avançados 3

4. Mineração — Essa etapa dá início à análise e tem como objetivo a


aplicação de técnicas para extrair informações dos dados.
5. Representação — Etapa que é considerada a formulação de um protó-
tipo visual para a representação dos dados para a análise exploratória.
6. Refinamento — Etapa da produção final da apresentação gráfica para
a leitura e a análise dos resultados.
7. Interação — Etapa em que se busca atribuir mais funcionalidades à
apresentação, como um efeito de zoom para o aumento de mapas,
por exemplo.

Como o nosso foco de estudos neste capítulo são os filtros avançados,


vamos buscar uma compreensão sobre a etapa da filtragem para concluirmos
o entendimento com êxito.
O objetivo da utilização de filtros pode ser comparado ao seu próprio
modo de realizar ações cotidianas ou tarefas na sua vida: a de segmentar por
critérios pré-estabelecidos o que é prioridade no momento em que se está
buscando realizar as ações ou tarefas. Dessa forma, soluções de software
que classificam suas prioridades e que agrupam suas rotinas são utilizados
com frequência no seu dia a dia.
Por exemplo, um filtro em uma rede social, ou em microblog, como o Twitter,
é muito utilizado para diversos fins, como um mapeamento de conversas,
tendências e insights.
Outro exemplo ainda mais rápido e tão dinâmico quanto é o filtro por meio
de hashtags, em que se otimiza a busca por palavras-chave ou termos que
se quer incluir, seja em redes sociais, como Instagram, Facebook, LinkedIn,
ou em blogs.
Serviços como o do Google Trends, que apresenta os resultados e tendên-
cias de buscas no seu próprio buscador, é um exemplo de software que filtra
resultados de intenção de busca em tempo real, conforme mostra a Figura 1.
4 Filtros avançados

Figura 1. Painel do Google Trends com os filtros genéricos.

Na Figura 2, o Google Trends indica mais opções de filtros avançados, que


são aqueles em que você pode especificar as suas buscas.

Figura 2. Painel do Google Trends com os filtros avançados.


Filtros avançados 5

Portanto, na Figura 1, você pode observar os filtros genéricos para a busca


de tendências em tempo real. Já na Figura 2, você pode observar os filtros
avançados que são manipulados pelo usuário e que estão disponíveis para
pesquisas no Google Trends, como nas seções a seguir:

„ Localização: que pode ser filtrado como “em todo o mundo” ou em


um país específico.
„ Período: na última hora, nas últimas quatro horas, até o período de
2004, etc. Atenção, também, deve ser dada ao período personalizado,
que torna o filtro mais específico.
„ Categorias: tipos de segmentos, como animais, artes, automóveis, casa
e jardim, ciência etc.
„ Tipos de pesquisas: pesquisas na web (busca genérica), pesquisa de
imagem, Google Shopping e pesquisa no YouTube.

Portanto, como você pode analisar nas Figuras 1 e 2, os filtros avançados


são responsáveis por assegurar classificação e agrupamento aos dados,
tornando-os claros e homogêneos com foco nas metas da empresa. A limpeza
dos dados faz com que somente os de interesse sejam acessados, sendo
descartados os que não são evidenciados para as metas.
Busca-se pela utilização de filtros avançados para a remoção de dados
incorretos que não se identificam com as metas para análise. Em contra-
partida, a filtragem correta leva a dados mais confiáveis para a análise e,
assim, à aplicação eficiente para as ações e estratégias de comunicação das
organizações.
Assim, os filtros são fundamentais para a tomada de decisão de forma mais
assertiva quando os dados são configurados conforme as metas pretendidas.
Caso não fossem filtrados, os dados teriam um caráter heterogêneo, como
já vimos, com anomalias e sujeiras, não auxiliando na inteligência de gerar
resultados positivos para os negócios.
Mas quais são os reais benefícios da filtragem para a inteligência dos
negócios, de comunicação e marketing para as empresas que se utilizam dos
valores dos dados por meio dos filtros avançados?
6 Filtros avançados

Filtros avançados e a tomada de decisões


nas empresas
Todos os problemas de dados começam com uma pergunta e terminam com
uma construção de informação que fornece uma resposta clara. Os dados e a
capacidade empresarial de se extrair deles conhecimento para a tomada de
decisão devem ser considerados importantes ativos estratégicos.
Na prática, um projeto de big data envolve seis etapas:

1. identificar o problema que se vai trabalhar;


2. adquirir os dados;
3. prepará-los;
4. analisá-los;
5. gerar relatórios e insights;
6. investir em ações práticas.

As etapas de preparação, análise e relatórios e/ou insights são aquelas


concebidas como conhecimentos de organização e estruturação dos dados e
domínio dos interesses do negócio. Portanto, é nessa ordem que se aplicam
os filtros avançados, que têm como objetivo o de segmentar o que deve ser
trabalhado a partir das metas.
A tomada de decisão baseada em dados se encontra no sexto nível, o da
transformação de insights em ações. Assim, uma

Tomada de decisão orientada por dados (DOD) refere-se à prática de basear as


decisões na análise dos dados, em vez de apenas na intuição. Por exemplo, um
negociante poderá selecionar anúncios baseados puramente em sua longa expe-
riência na área e em sua intuição de que funcionará. Ou, pode basear sua escolha
na análise dos dados sobre a forma como os consumidores reagem a diferentes
anúncios. Ele também poderia utilizar uma combinação dessas abordagens. A DOD
não é uma prática do tipo “tudo ou nada”, e diversas empresas a adotam em maior
ou menor grau (PROVOST; FAWCETT, 2016, p. 41).

A análise de dados para tomada de decisão nos negócios coloca a data


science no topo do contexto da empresa. Segundo Provost e Fawcett (2016),
a tomada de decisão orientada por dados quebra o processo que havia sido
utilizado pelas empresas quando não se tinha big data em suas práticas.
Isso significa que a tomada de decisão não é mais baseada unicamente
em intuição, como era, mas na análise dos dados sobre a forma como os
consumidores reagem a diferentes contatos com os ambientes da empresa.
De qualquer forma, aqui não se exclui a experiência do analista e dos to-
Filtros avançados 7

madores de decisão, que deve ser levada em conta quando se analisam os


dados, ou seja, que reflete a combinação entre a máquina e o humano, ou os
resultados de ambos, dos dados, da experiência ou da intuição.
Para qualquer empresa que depende da web para os negócios, acompanhar
as métricas, como taxa de conversão ou visitantes de seu site, é imprescindível,
assim como é fundamental que essa prática de análise seja frequente, como
em tempo real, por exemplo:

Um analista, portanto, deveria gastar menos tempo com a produção de relatórios e


mais tempo com análises relacionadas ao seu negócio. No fim do dia, o que importa
realmente é a informação que se revelou útil para a tomada de alguma decisão.
Ao concentrar-se apenas em relatórios a empresa pode acabar limitada a um modelo
de métricas pouco flexível. É por isso que a automatização de certos processos
e a autonomia das áreas clientes para o acesso aos dados da organização são
fundamentais em uma cultura analítica (CARNEIRO, 2014, p. 34).

Um dos desafios ao se utilizar a web analytics nas empresas é que,


paradoxalmente, abrindo-se os dados para os setores responsáveis por sua
tomada de decisão, pode acontecer de essas decisões serem equivocadas
quanto à análise dos fatores de desempenho.
Com isso, fundamenta-se a necessidade do compartilhamento dos dados
dentro das organizações, a fim de que sejam democraticamente acessíveis
não apenas para analistas e gerentes. Dessa forma, o analista de dados tem
o importante papel de instruir as equipes responsáveis por cada área de
interesse sobre o uso das informações para que sejam garantidas as leituras
designadas para cada tomada de decisão setorial.
Com o passar do tempo e a comprovação de que os dados não são so-
mente um diferencial competitivo, mas uma exigência para as empresas que
querem continuar no mercado, o investimento em equipes de data science
tornou-se um fator estratégico em termos de aumento do rendimento e
diminuição de custos.
Os resultados obtidos por uma pesquisa global sobre tomada de decisões
orientadas por dados em empresas mostram que ainda são necessários
investimento e conscientização em data science:

Menos de 50% das empresas concordam que as informações são altamente valo-
rizadas para a tomada de decisões ou tratadas como um ativo em sua organização
hoje, mas dois terços acreditam que será no futuro.
Apenas um terço das empresas atualmente usa informações para identificar novas
oportunidades de negócios e prever tendências e comportamentos futuros, mas
a maioria dos dois terços restantes planeja fazê-lo no futuro.
8 Filtros avançados

Empresas com um estilo colaborativo de tomada de decisão tratam as informações


muito mais como um ativo do que as empresas com outras abordagens de tomada
de decisão. Eles também são mais propensos a usar informações para identificar
novas oportunidades de negócios, prever tendências futuras e comportamento ou
gerar receita com dados (14 SURVEY-BASED..., 2016, documento on-line).

Não apenas as empresas com tempo no mercado, mas também as que


estão surgindo já anunciam uma nova configuração: desenvolverem-se usando
a mineração de dados como um fator estratégico que se implementa na sua
raiz, com as análises moldando o seu negócio de ponta a ponta.
Portanto, podemos conceber que as práticas de data science nas empresas
hoje em dia são um fator não apenas de escolha, mas de exigência para se
tornarem competitivas e não sucumbirem diante das ofertas de dados que
se tem sobre todo o ecossistema web.
Para analisar as condições que as ferramentas para a filtragem em web
analytics apesentam hoje para a tomada de decisões empresariais, você vai
ver, a seguir, como poderemos trabalhar com a ferramenta mais utilizada no
sistema web pela maioria das empresas em nível mundial: o Google Analytics.

Como aplicar filtros avançados


na web analytics
Para a aplicação dos filtros na web analytics, deve-se seguir alguns processos,
como uma maneira de organizar os ambientes de tecnologia e os profissio-
nais envolvidos. Nesse caso, a empresa pode optar entre adquirir serviços
e profissionais para data science e realizar o processo do método de coleta
de dados com uma equipe própria.
Segundo Carneiro (2014), a escolha da ferramenta de web analytics pode
se dar sob dois fatores.

1. Software versus serviço — ao optar pela aquisição de um software (ou


licença de uso), a empresa poderá contar com soluções que vão desde
as gratuitas, mais simples, até poderosas ferramentas que utilizam
data warehouse e se integram a software de BI (business intelligence).
Caso a opção seja pelo serviço, existem diversas empresas que o
prestam sob demanda.
2. Método de coleta de dados — trata-se do método utilizado para a cap-
tura das informações, ou matéria-prima, que serão processadas pelo
programa de web analytics e darão origem aos relatórios estatísticos.
Filtros avançados 9

Existem muitas opções de software e linguagens (como Python e R)


que trabalham com filtros avançados.
No vídeo “Conheça os filtros avançados da nova grade Maker Studio”, do
canal Softwell Solutions, no YouTube, você pode ver como se trabalha com
filtros avançados no Maker Studio para criar sistemas web e aplicativos mobile
de forma simples e visual.
O Excel permite trabalhar com filtros avançados e é utilizado na web analytics
para diversos fins. Assista ao vídeo sobre filtros avançados no Excel fazendo
uma busca por “FILTRO AVANÇADO NO EXCEL - Aprenda o passo a passo de como
usar essa ferramenta completa e INCRÍVEL”, do canal Ninja do Excel, no YouTube.
No canal de Claudio Bonel, também no YouTube, você pode assistir ao vídeo
“Google Data Studio: Filtros e interações entre os objetos visuais”.

A fim de se conservar a eficiência e os resultados dos filtros, você verá,


agora, como aplicar filtros avançados por meio do Google Analytics.
Trabalhar com dados precisos é essencial para a tomada de decisões
assertivas. O Google Analytics consegue fornecer esses dados, mas há a ne-
cessidade higienizá-los, ou seja, retirar dados “impuros”, como, por exemplo,
fazer a limpeza do tráfego interno (de funcionários).

Configurações para filtros avançados


Os filtros utilizam subconjuntos de dados em uma estrutura de mineração.
Nessa situação, pode-se criar uma única estrutura de mineração e, ao criá-la,
torna-se possível a determinação de filtros para serem utilizados em partes
específicas sob partes desses dados.

Por exemplo, ao buscar compreender melhor o comportamento


dos seus consumidores, você poderá definir fontes de dados em
uma tabela de Consumidores. Para caracterizar uma associação em um filtro
avançado, poderá criar um atributo particular para a marcação, como segmentos,
tais quais a filtragem deles por estado do país.
Os benefícios reais podem ser a ampliação dessa filtragem em mais sub-
categorias para os seus consumidores, como a filtragem por cidades, gênero,
idade, etc.
10 Filtros avançados

Além disso, ainda pode-se criar entradas para diversos segmentos, como os
de idade, por exemplo: agrupamentos para as fixas etárias entre 20 e 30 anos,
comparadas com as idades de 31 a 40 anos.
A especificação de filtros complexos em conteúdo de tabela aninhada, como
exigir que um caso seja incluído no modelo, somente é feita se o cliente tiver
comprado pelo menos dois de um determinado item.

Filtros avançados no Google Analytics


O Google Analytics utiliza os filtros avançados para segmentar os dados de-
terminados sob quais metas se quer analisar. Dessa forma, em vez de gastar
tempo analisando um volume imenso de dados genéricos ou heterogêneos,
pode-se aplicar a filtragem de forma customizada para a análise mais espe-
cífica sobre os usuários.
Primeiro, você deve ter uma conta como administrador na ferramenta
Google Analytics. Em seguida, associar o seu site a essa conta e deixar que
a ferramenta capture os dados.
Ao acessar o menu, na seção Público-alvo, inclua a Visão geral, conforme
a Figura 3.

Figura 3. Painel do Google Analytics — público-alvo — visão geral.


Filtros avançados 11

Em seguida, conforme a Figura 4, selecione a opção +Adicionar segmento,


que se encontra ao lado direito do item Todos os usuários. Ao selecioná-la, uma
nova aba irá se abrir abaixo, com as opções de segmentação para a filtragem.

Figura 4. Painel do Google Analytics — Público-alvo — Visão geral — Adicionar segmento.

Se as opções de segmentos determinadas pelo Google Analytics não estive-


rem de acordo com as suas metas, é possível que você realize a segmentação
manual, incluindo tópicos para a sua própria segmentação.
Vamos dar sequência ao filtro avançado, resolvendo a questão que será
exemplificada agora. Por exemplo, se você quer analisar os visitantes que
entraram na sua página via tecnologia móvel, clique em Tecnologia e, em
seguida, Categoria do dispositivo e filtre a opção mobile, conforme segue
na Figura 5.
12 Filtros avançados

Figura 5. Painel do Google Analytics — Adicionar segmento — Tecnologia — Categoria do


dispositivo — mobile.

Na sequência, na Figura 6, vamos avançar na filtragem, na qual poderemos


especificar com a segmentação mais afunilada os visitantes via mobile.

Figura 6. Categoria do dispositivo — mobile — Filtro avançado.


Filtros avançados 13

A fim de definir o que será filtrado, basta segmentar o Comportamento,


que, no caso do exemplo, está como Termo de pesquisa. Em seguida, deve-
-se indicar o termo que se quer analisar — no nosso exemplo, colocamos
corresponde exatamente a e o termo marketing, conforme mostra a Figura 7.

Figura 7. Categoria do dispositivo – mobile – Filtro avançado – Termo de pesquisa – Corres-


ponde exatamente a – marketing.

Pode-se passar um tempo considerável na fase de preparação e identificação


do que deve ser filtrado, no início do processo, definindo variáveis a serem
utilizadas para a análise. Esse é um dos principais pontos em que a criatividade
humana, o bom senso e o conhecimento de negócios entram em jogo.
Os filtros avançados são muito importantes quando se quer utilizá-los para
segmentação e, concomitantemente, para a business performance e aplicações
em inteligência para os negócios. Por isso, o melhor é que se utilizem os filtros
avançados para serem mensurados na rotina da empresa, pois a possibilidade
de leitura em tempo real faz com que as empresas que estão em constante
captura, filtragem e análise saiam na frente em tomadas de decisões.
Neste capítulo, você estudou os filtros avançados na web analytics, a sua
importância para as ações e estratégias de comunicação nas organizações,
assim como as formas de aplicação.

Referências
14 SURVEY-BASED Recommendations on How to Improve Data-Driven Decision-Making.
Business Application Research Center, Würzburg, 17 Aug. 2016. Disponível em https://
bi-survey.com/data-driven-decision-making-business Acesso em: 30 set. 2021.
14 Filtros avançados

CARNEIRO, R. Web analytics: planejamento e processo. In: CARNEIRO, R. (org.). Web


analytics: uma visão brasileira. São Paulo: W. Consulting, 2014. p. 13–18.
FILTROS AVANÇADOS. Ajuda do Google Analytics, Mountain View, 2021. Disponível em:
https://support.google.com/analytics/answer/1034836?hl=pt-BR. Acesso em:
30 set. 2021.
FRY, B. Visualizing data: exploring and explaining data with the processing environment.
Sebastopol: O’Reilly, 2008. 368 p.
PROVOST, F.; FAWCETT, T. Data science para negócios: o que você precisa saber sobre
mineração de dados e pensamento analítico de dados. Rio de Janeiro: Alta Books,
2016. 408 p.

Leituras recomendadas
CONHEÇA os filtros avançados da nova grade Maker Studio. [S. l.; s. n.], 2019. 1 vídeo
(1 h 34 min 57 s). Publicado pelo canal Softwell Solutions. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=ajzy5zrIXc8. Acesso em: 30 set. 2021.
DUTRA, F. G. C. Monitoramento e uso de informações sobre clientes e marcas em mídias e
redes sociais digitais: um estudo em empresas públicas. Orientador: Ricardo Rodrigues
Barbosa. 2014. 211 f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação, área de concentração
Gestão e Tecnologia) – Escola de Ciência da Informação, Universidade Federal de Minas
Gerais, 2014. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/34091. Acesso
em: 30 set. 2021.
FILTRAR por região. [S. l.; s. n.], 2021. 1 vídeo (2 min 41 s). Publicado pelo canal Econo-
data. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=a_ZkXKoWIeo. Acesso em:
30 set. 2021.
FILTRO AVANÇADO NO EXCEL - Aprenda o passo a passo de como usar essa ferramenta
completa e INCRÍVEL. [S. l.; s. n.], 2021. 1 vídeo (7 min 44 s). Publicado pelo canal Ninja
do Excel. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=sPIsfMXUIVE. Acesso
em: 30 set. 2021.
GOOGLE Data Studio: Filtros e interações entre os objetos visuais. [S. l.; s. n.], 2020.
1 vídeo (19 min 10 s). Publicado pelo canal Claudio Bonel. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=o3gmEdp04Vw. Acesso em: 30 set. 2021.
MARIANO, D. C. B. et al. Data mining. Porto Alegre: Sagah, 2020. 313 p.
SHARDA, R.; DELEN, D.; TURBAN, E. Business intelligence e análise de dados para gestão
do negócio. Porto Alegre: Bookman, 2019. 614 p.

Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos


testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou
integralidade das informações referidas em tais links.
WEB ANALYTICS
Métricas, dimensões
e comparações
Renata Mateus

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

> Definir o que são métricas e dimensões.


> Identificar tipos de métricas empregadas no web analytics.
> Demonstrar formas de comparações, correlações e análise dos dados.

Introdução
Para a boa execução de um planejamento de marketing digital, é fundamental
conhecer os dados que possibilitam acompanhar e mensurar os resultados das
estratégias estabelecidas. Em web analytics, há um processo de medição, coleta e
produção de informações que utiliza uma infinidade de métricas e dimensões que
podem ser analisadas, desde o número de acessos de um site até o custo de atrair
clientes para um e-commerce. É a partir dessas análises, correlações e comparações
que a empresa pode obter insights para suas campanhas, estratégias e objetivos.
Neste capítulo, você conhecerá o conceito de métricas e de dimensões no
marketing digital, bem como estudará como analisá-las e utilizá-las para fazer
comparações e correlações.

O que são métricas e dimensões?


Em web analytics existem diversos indicadores importantes de serem moni-
torados, mas, para que se possa fazer esse acompanhamento, é fundamental
compreender o que são métricas e dimensões, pois são elas que norteiam
2 Métricas, dimensões e comparações

esses indicadores. Há uma grande quantidade de informações à disposição dos


profissionais de marketing, e, nesse contexto, os mais relevantes indicadores
de marketing digital são nomeados como indicadores chave de desempenho
(KPIs, do inglês key performance indicator). Tanto esses indicadores quanto
as métricas são de extrema valia para a empresa e podem alterar conforme
o objetivo e o tipo de negócio.
Entretanto, antes de adentrar o assunto, é importante esclarecer que indi-
cadores e métricas não significam a mesma coisa. Eles se diferem no que diz
respeito ao posicionamento de cada um diante das tomadas de decisões nas
empresas. Ambos têm o propósito de alcançar resultados e metas estabeleci-
das, porém, enquanto as métricas estão em um grau mais operacional e são
retratadas em valores e quantidades, os indicadores estão em um grau mais
tático e são normalmente representados por percentuais, pois são calculados.

Os KPIs são importantes para medir uma ação específica ou um


conjunto de ações que a empresa considera importante. Mas KPIs e
métricas não são a mesma coisa. Os KPIs são definidos pelo cliente e representam
o que realmente traz retorno e tem valor para o anunciante dentro da campanha.
A métrica é um valor que a campanha apresenta se ela passar a ser relevante.

Métrica
Segundo o BPM CBOK (ASSOCIATION OF BUSINESS PROCESS MANAGEMENT
PROFESSIONALS, 2013, p. 199), a “[...] métrica é uma extrapolação de medidas,
isto é, uma conclusão com base em dados finitos [...]”, e o “[...] indicador é
uma representação de forma simples ou intuitiva de uma métrica ou medida
para facilitar a sua interpretação quando comparada a uma referência ou
alvo [...]”. Assim, a métrica é tudo aquilo que pode ser mensurado (dado de
medição, um número, avaliação quantitativa, etc.).
Em web analytics, as métricas são utilizadas para avaliar a performance
de sites e/ou campanhas. Dessa forma, há métricas para redes sociais, sites,
e-commerce, vídeos e para praticamente tudo que pode ser mensurado, por-
tanto, são importantes indicadores para avaliar o desempenho/performance.
Métricas, dimensões e comparações 3

As métricas podem ser divididas em dois tipos:

„ Count (métricas de contagem) — envolvem números e exibem o valor abso-


lutos delas.
„ Ratio (métricas de porcentagem) — indicam em share (compartilhamento) e em
cálculos o valor delas; normalmente vêm acompanhadas pelo termo “taxa”.

As métricas no marketing digital podem ser obtidas por meio de platafor-


mas como Google Ads, Google Analytics, Facebook, Instagram, plataformas
de e-mail marketing, entre outras. A partir dessas plataformas, é possível
mensurar resultados e entender se as ações de marketing digital estão ob-
tendo os resultados esperados.
No Google Analytics, por exemplo, as métricas estão identificadas em
colunas, conforme mostra a Figura 1.

Figura 1. Métricas no Google Analytics.


Fonte: Esteves (2016, documento on-line).

As métricas, segundo Morais (2018), auxiliam no entendimento da perfor-


mance de sites, campanhas digitais, redes sociais ou qualquer outro meio
que possa medir a ação dos usuários. Elas têm como finalidade proporcionar
uma visão unânime ou específica sobre os resultados reais e concretos que
a empresa está tendo ou teve diante de uma estratégia empregada. Para o
autor, para que se tenha uma métrica é necessário:
4 Métricas, dimensões e comparações

[...] medir e considerar de onde o usuário vem, como vem, o que faz no site e para
onde vai. Também é preciso avaliar como ele interagiu: se interagiu com o produto
buscado, se viu o vídeo, se leu o texto, se fez o cadastro no site. Em outras palavras,
as métricas estão atreladas a um objetivo, sempre, e o trabalho do planejamento
é fazer a análise criteriosa desse comportamento (MORAIS, 2018, s/p).

Deve-se considerar com relação às métricas de marketing digital, entre-


tanto, que, em muitos casos, por se ter um volume grande de métricas, isso
pode gerar confusão para quem está analisando e fazer com que o foco esteja
em métricas que não auxiliam a compreender o desempenho daquilo que
se busca. Alguns autores nomeiam esses tipos de métricas de “métricas de
vaidade”, isto é, métricas que estão disponíveis, mas que não dizem muito
sobre a performance de uma estratégia digital, não permitindo tirar muitas
conclusões para melhorar os resultados efetivos da a empresa. Cutroni (2010)
e Järvinen e Karjaluoto (2015) reforçam que é necessário que esses tipos de
métricas simples de engajamento sejam analisadas dentro de um conjunto
com outras métricas que têm relação com a exposição da marca.

Dimensão
Agora que você já viu o que são métricas, é importante compreender o que
são as dimensões. No processo de análise e acompanhamento de campanhas
digitais, as métricas não podem ser analisadas isoladamente. Por isso, as
dimensões fazem parte dessa análise e são consideradas os atributos dos
dados que a empresa tem, são segmentos que definem propriedades a serem
medidas por meio de métricas, é um atributo típico dos visitantes do seu site.
São os indicadores que vão descrever a forma com que os usuários inte-
ragem com a campanha de marketing digital, além de mostrar dados como
localização do usuário, horários e datas de acesso, entre outros. De forma
simples, as dimensões são informações que os usuários fornecem, como a
origem do tráfego (orgânico ou pago), cidade, que tipo de navegador utilizou
ou até mesmo por qual dispositivo (mobile ou desktop) ele acessou.
Métricas, dimensões e comparações 5

Usando como exemplo, novamente, o Google Analytics, as dimensões são


identificadas em linhas, conforme mostra a Figura 2.

Figura 2. Dimensões no Google Analytics.


Fonte: Esteves (2016, documento on-line).

As tabelas, na maioria dos relatórios do Google Analytics, organizam os


valores das dimensões em linhas e as métricas, em colunas. Nesse tipo de
relatório, é possível, ainda, alterar a dimensão e/ou adicionar uma dimen-
são secundária. O Quadro 1, demonstra duas dimensões, “estado” e “dia da
semana”, e duas métricas, “sessões” e “páginas/sessão”.

Quadro 1. Métricas e dimensões

Dimensão Dimensão Métrica Métrica

Estado Dia da semana Sessões Páginas/sessão

São Paulo Terça-feira 3.000 3,5

São Paulo Segunda-feira 2.000 4,1

Bahia Sábado 2.000 5,5


6 Métricas, dimensões e comparações

Assim, resumidamente, pode-se dizer que a dimensão é uma caracterís-


tica, enquanto a métrica é uma quantidade. Portanto, cruzar as informações
das métricas e das dimensões, associando-as, é um processo mais do que
necessário para analisar e direcionar as campanhas em contextos diferentes
dentro do mesmo cenário.

A partir de dados de métricas e de dimensões, uma empresa


e-commerce pode verificar que o dia da semana em que ela mais
vende é na segunda-feira. Com isso, essa empresa pode direcionar seus esforços
e estratégias para que nas segundas-feiras suas ações sejam intensificadas,
colocando um orçamento maior, gerando ofertas e trazendo mais pessoas para
o seu site.

É importante ressaltar que nem todas as métricas podem ser cruzadas


com todas as dimensões. Na maioria dos casos, só é recomendado combinar
dimensões e métricas que compartilham do mesmo escopo.

Tipos de métricas
Entendido o que são métricas e dimensões, veja que tipos de métricas do
marketing digital podem ser analisadas, uma vez que cada campanha e pla-
taforma pode sugerir o uso de uma métrica diferente, conforme o objetivo
que se tem.
Uma técnica para escolher boas métricas para o negócio é focar na jornada
do cliente. O modelo Aquisição, comportamento e resultados (ABO, do inglês
acquisition, behavior and outcomes), introduzido por Kaushik (2014), mostra
que a jornada do cliente pode ser definida em três etapas: (1) aquisição —
o que estamos fazendo para trazer tráfego para o site?; (2) comportamento
— o que acontece após o cliente entrar no site?; (3) resultados — qual foi o
impacto no nosso negócio (on-line e off-line)?. A Figura 3 também demonstra
o modelo ABO.
Métricas, dimensões e comparações 7

Figura 3. Modelo ABO.


Fonte: Ames (2020, documento on-line).

Com base nessas informações, define-se quais métricas são capazes de


verificar a possibilidade de atrair as pessoas certas e influenciá-las ou, por
exemplo, entregar uma experiência a elas. Nesse sentido, existem diversas
métricas que podem ser utilizadas. A seguir, serão apresentadas algumas
delas, baseadas em autores como Kaushik (2014) e Morais (2018) e no próprio
Google Analytics.

Métricas e indicadores de audiência do site

Sessões ou visitas
Refere-se à quantidade de visitas que um site obteve, sem considerar a
quantidade de pessoas diferentes que acessaram. Assim, a quantidade de
visitantes diz respeito ao número de usuários que acessaram determinado
site ou página durante um período, não diferenciando se as visitas foram
realizadas pelo mesmo visitante.
8 Métricas, dimensões e comparações

Usuários ou visitantes únicos


Refere-se à quantidade de pessoas únicas e diferentes que acessaram o site
em um determinado intervalo de tempo. Geralmente, esse número é contabili-
zado por meio dos IPs dos computadores ou de cookies. Essa quantidade não
é exata, já que um indivíduo pode acessar o site por meio de computadores
diferentes, ou um mesmo computador pode ser utilizado por mais de uma
pessoa.

Visualizações de página
Refere-se ao número de vezes que um visitante acessa uma página no site.
Os dados de exibição de página não levam em consideração se o usuário
realmente interagiu com algo no site, isto é, as visualizações representam
apenas o número de vezes que a página foi acessada.

Páginas por sessão/visita


Refere-se à quantidade média ou absoluta de páginas visitadas por usuário.
Então, para cada visitante único, é contabilizada a quantidade de páginas
acessadas. Por meio desse indicador é possível entender se a atenção do
visitante está sendo mantida.

Tempo de permanência ou visitação


Refere-se a quanto o usuário ficou em uma determinada página (tempo mé-
dio ou absoluto). Essa métrica é relevante pois permite avaliar o índice de
engajamento ou se a página apresenta algum problema.

O tempo de permanência pode ser mensurado, principalmente,


de duas formas: por meio do e-mail marketing, pois é possível men-
surar quanto tempo em média os leitores passam consumindo o conteúdo
repassado, e por meio do próprio site, verificando o tempo médio em que os
visitantes ficam em cada página, permitindo compreender se o conteúdo é útil,
já que está sendo lido.
Métricas, dimensões e comparações 9

Tráfego total
Refere-se ao número de acessos ao site. Permite verificar a eficiência do site
e das estratégias de atração que são utilizas para angariar mais visitantes.
Em alguns casos, o tráfego pode ser utilizado como fonte de conversões
acompanhando as performances das páginas, como é o caso de e-commerces,
por exemplo.

Fonte de tráfego
Diz respeito à origem do usuário que acessou o site, isto é, por onde ele aces-
sou. Pode ser por meio de tráfego social (redes sociais), por meio de e-mail
marketing, por meio direto (digitação do endereço no navegador), por meio
de mecanismos de buscas (chamado de busca orgânica), por meio de links
que direcionam para as páginas de destino, por meio de acesso proveniente
de sites de terceiros (referral) ou até mesmo por meio de uma campanha paga
(anúncios). Com essa métrica é possível determinar quais são as estratégias
mais adequadas para a empresa.

Taxa de rejeição (bounce rate)


Essa taxa mensura a porcentagem de usuários que acessaram o site e o aban-
donaram sem acessar outras páginas, isto é, não continuam a navegação para
uma segunda página. De modo geral, representa os usuários que rejeitam o
site ou não se interessam a ponto de acessar outro conteúdo. Uma alta taxa
de rejeição revela algum problema no site, que pode ser devido à dificuldade
de utilizá-lo, ao seu design, ao conteúdo ou até mesmo à navegabilidade.

CVR (taxa de conversão)


Essa métrica pode ser definida como uma meta e pode ser analisada de
diversas formas, dependendo do objetivo estipulado e variando o resultado
a partir de qual tipo de conversão está sendo analisada. O cálculo pode ser
feito, por exemplo, pelo número de usuários que chegaram à página de destino
dividido pela quantidade de conversões realmente efetivadas. Acompanhar a
taxa de conversão possibilita identificar quais estratégias podem ser efetivas,
bem como qual deve ser o foco de investimento.

Taxa de novos visitantes


Refere-se à porcentagem de visitantes que acessaram o site pela primeira
vez em um determinado intervalo de tempo.
10 Métricas, dimensões e comparações

Métricas e indicadores de publicidade on-line

CPC (custo por clique)


Refere-se ao custo que tem cada clique recebido em um anúncio. Portanto,
essa métrica permite determinar quanto está sendo investido para que cada
pessoa chegue até uma determinada página do site. Essa métrica também
é importante para avaliar quais versões dos anúncios estão apresentando
uma melhor performance.

Impressões
É o número de vezes que o anúncio foi impresso, “apareceu” na tela do usuário.
Uma impressão não representa uma visualização, quer dizer apenas que o
anúncio foi “impresso” na página.

CPM (custo por mil)


Essa métrica permite que a empresa, em vez de pagar por clique, pague por
impressão. O CPM mostra o custo pago a cada mil impressões do anúncio.

CTR (click-through rate — taxa de cliques)


É calculado pela divisão do número de pessoas que clicaram em um anúncio
ou link pela quantidade de vezes que o anúncio foi exibido (impressões).
Refere-se à real efetividade de um anúncio, possibilitando avaliar diferentes
aspectos de um anúncio ou campanha, como a segmentação, as palavras-
-chaves, as imagens e os textos.

CPA (custo por aquisição)


Também chamado de custo por conversão, o CPA é o custo para efetivar uma
meta, que poderá ser desde a leitura de uma página até a própria venda de
um produto.

ROI (retorno sobre o investimento)


Pode ser chamado também de taxa de retorno, taxa de lucro ou simplesmente
retorno. O ROI é a relação entre o dinheiro ganho ou perdido por meio de
um investimento.
Métricas, dimensões e comparações 11

Leads gerados
Refere-se ao número de conversões e/ou interações em um determinado site.
Uma conversão, nesse caso, não necessariamente é uma venda. Por exemplo,
o preenchimento de um formulário em uma landing page.

CPL (custo por lead)


A geração de leads pode ser acompanhada a partir do CPA, mas devido a cada
vez mais se ter a necessidade de nutrir a relação entre empresa e consumidor,
há uma métrica especial para ele. Para obtê-lo, basta verificar o investimento
total da campanha e dividir pelo número de leads gerados.

CAC (custo de aquisição de clientes)


Define o custo total que se obteve com marketing e com outras ações de vendas
em relação à quantidade de novos clientes adquiridos. Aqui, é importante
incluir todos os custos envolvidos: investimentos em mídia, vendas, salários da
equipe, entre outros. Portanto, é preciso somar todo o investimento realizado
em ações de marketing em um determinado período e dividir esse valor pelo
número de novos clientes naquele mesmo período. O CAC serve justamente
para saber quanto a empresa gasta para conquistar um consumidor, seja com
um serviço ou com um produto.
Além dessas métricas, existem diversas outras, e todas elas podem ser
acompanhadas em diversas plataformas, como Google Analytics, Adobe
Analytics, WordPress, redes sociais, ferramenta de inbound marketing e o
próprio CRM da empresa. Vale ressaltar a importância de a empresa escolher
as métricas que mais se adequam aos seus objetivos.

Comparações, correlações e análise


dos dados
Como visto, existe uma infinidade de métricas e informações que podem
ser acompanhadas e analisadas em uma estratégia de marketing digital.
Com web analytics é possível fazer a análise desses dados, orientando as
estratégias da empresa.
Para Cutroni (2010), a definição de Digital Analytics engloba três principais
tarefas que cada empresa deve enfrentar ao utilizar essas ferramentas:
12 Métricas, dimensões e comparações

1. medição de dados quantitativos e qualitativos;


2. melhoria contínua do website;
3. alinhamento da estratégia de medição com a estratégia do negócio.

Todos os dados obtidos nessas análises são de extrema importância


para determinar se as métricas utilizadas estão, por exemplo, influenciando
realmente o acesso ao site da empresa. Com isso, é possível verificar se
esses resultados compensam os investimentos realizados ou se deve haver
uma adequação nesse investimento. Portanto, direcionar os investimentos a
partir de análise de dados ajuda na execução de uma estratégia ainda mais
inteligente.
A partir de todas essas métricas e até mesmo de outras fontes de dados,
é possível aprofundar ainda mais as métricas, para, assim, obter informações
mais relevantes. O próprio Google Analytics é capaz de fazer a correlação,
a comparação e a análise dos dados. Podendo-se analisar uma infinidade de
dados, é importante saber qual é o objetivo que se deseja, para que assim
seja possível fazer uma combinação de métricas que possibilitem a análise
chegar ao objetivo.

Um site que procura aumentar o número de visitantes e a permanência


deles no site pode avaliar algumas métricas. Porém, a métrica de
número de visitantes únicos por si só pode não significar muita coisa. A partir
do momento em que você qualifica essa visitação, cruzando com informações de
dimensão, como perfil do público que está visitando, idade, cidade de origem,
tipo de dispositivo, pode-se gerar estratégias mais qualificadas para o objetivo.

As análises de correlação permitem também obter informações impor-


tantes para as estratégias, já que elas permitem fazer uma análise descritiva,
que mede se existe e qual é o grau de dependência entre duas variáveis. Veja,
a seguir, alguns exemplos de correlações que podem ser feitas.

„ Tempo médio versus fontes de tráfego: o número médio de tempo


passado versus o número de visitantes vindos de mecanismos de
buscas comparado a visitantes vindos de mídias pagas. Com isso,
é possível identificar se as pessoas que vem de um determinado tráfego
permanecem mais no site do que as que vem de outro local.
Métricas, dimensões e comparações 13

„ Páginas por visita versus fontes de tráfego: esse tipo de correlação,


por exemplo, pode identificar alguns problemas de campanhas que
usam das mídias sociais ou links patrocinados para gerar tráfego a um
site. Pode-se perceber que, em um determinado período, o número de
visitantes disparou por causa dos links patrocinados, porém a quanti-
dade de páginas por visita caiu.
„ Tempo médio e página-chave: algo que pode ser feito para analisar
a “qualidade” de um visitante é combinar o tempo médio que a em-
presa julga “necessário” a uma determinada página do site. Todos os
visitantes que passarem pela página e ficarem o tempo determinado
são contabilizados.

Além disso, o Google Analytics permite comparar alguns dados com os dos
concorrentes. Por exemplo, a porcentagem de tráfego que eles recebem de
cada canal, qual é a taxa de bounce, a duração da sessão média ou mesmo
quantas são as visualizações de página por canal. Dentro da navegação do
Google Analytics não é possível obter dados específicos sobre a URL de um
concorrente, entretanto, ele mostra como a empresa está em comparação a
todos os outros do seu setor (Figura 4).

Figura 4. Dimensões no Google Analytics.


Fonte: Patel (2021, documento on-line).
14 Métricas, dimensões e comparações

Assim, quando a empresa passa a analisar os dados fornecidos, correla-


cioná-los e compará-los ela consegue:

„ mensurar o desempenho de suas estratégias;


„ quantificar o ROI das estratégias;
„ manter o foco nos objetivos;
„ entender o comportamento dos usuários;
„ monitorar os concorrentes;
„ defender as estratégias;
„ embasar a tomada de decisão;
„ aumentar a previsibilidade.

Por fim, neste capítulo, foi possível concluir que em web analytics, além de
se obter os dados e gerar relatórios, é fundamental conseguir correlacionar
esses dados e poder compará-los. Torna-se essencial ter um olhar atento na
escolha das métricas, que tipos de dados serão analisados e como monitorá-
-los, para que, assim, sejam tomadas decisões estratégicas e assertivas.

Referências
AMES, D. Métricas de marketing digital: quais são importantes? 2020. Disponível em:
https://dilmarames.com/metricas-marketing-digital/. Acesso em: 17 set. 2021.
ASSOCIATION OF BUSINESS PROCESS MANAGEMENT PROFESSIONALS. BPM CBOK: guia
para o gerenciamento de processos de negócio corpo comum de conhecimento.
[S. l.]: ABPMP, 2013. Disponível em: https://cdn.ymaws.com/www.abpmp.org/resource/
resmgr/Docs/ABPMP_CBOK_Guide__Portuguese.pdf. Acesso em: 17 set. 2021.
CUTRONI, J. Google analytics. Sebastopol: O'Reilly Media, 2010.
ESTEVES, G. O que são métricas e dimensões? 2016. Disponível em: https://metricasboss.
com.br/artigos/o-que-sao-metricas-e-dimensoes. Acesso em: 17 set. 2021.
JÄRVINEN, J.; KARJALUOTO, H. The use of web analytics for digital marketing performance
measurement. Industrial Marketing Management, [s. l.], v. 50, p. 117–127, 2015.
KAUSHIK, A. Best metrics for digital marketing: rock your own and rent strategies.
s[S. l.: s. n.], 2014. Disponível em: https://www.printfriendly.com/p/g/xsi4Wv. Acesso
em: 17 ago. 2021.
PATEL, N. 7 relatórios do Google Analytics que mostram o desempenho do seu blog.
2021. Disponível em: https://neilpatel.com/br/blog/relatorios-do-google-analytics/.
Acesso em: 17 set. 2021.
MORAIS, F. Planejamento estratégico digital. 2. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
Métricas, dimensões e comparações 15

Leitura recomendada
TORRES, C. A Bíblia do marketing digital: tudo o que você queria saber sobre marketing
e publicidade na internet e não tinha a quem perguntar. 2. ed. São Paulo: Novatec, 2018.

Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos


testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os edito-
res declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou
integralidade das informações referidas em tais links.
WEB ANALYTICS
Relatórios
personalizados
Renata Mateus

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

> Definir o que são relatórios personalizados na web analytics.


> Criar relatórios personalizados na web analytics.
> Apresentar tipos de relatórios personalizados na web analytics.

Introdução
Para uma boa execução de um planejamento de marketing digital, é fundamental
acompanhar os resultados e colocar em prática a web analytics. Para isso, é ne-
cessário ter acesso a diversos relatórios que ferramentas de web disponibilizam,
a partir dos quais é possível acompanhar, medir e gerar insights para campanhas,
estratégias e objetivos de marketing digital. No entanto, nem sempre é possível
obter as análises desejadas com os relatórios já disponíveis nas ferramentas.
Nesse contexto é que algumas plataformas permitem que usuários criem seus
próprios relatórios personalizados.
Portanto, neste capítulo você vai estudar o que são esses relatórios perso-
nalizados, por que são importantes para as empresas e qual é a relevância de
utilizar um relatório personalizado e não algo padrão que já esteja pronto. Você
verá, também, como criá-los, quais ferramentas utilizar para essa criação e o
que é relevante ter para fazer um relatório desse tipo. Por fim, aprenderá sobre
alguns tipos de relatórios que existem e podem ser adaptados para as realidades
de cada empresa.
2 Relatórios personalizados

O que são relatórios personalizados


em web analytics
Em web analytics, o uso e o acompanhamento de dados e informações são
fundamentais para as estratégias digitais de uma empresa. Cada um dos
relatórios que se desenvolve ou a que se tem acesso deve ser considerado
como fatores cruciais para a tomada de decisões das empresas. O uso desses
relatórios traz uma série de benefícios indispensáveis para a otimização do
bom funcionamento do negócio.
Para Rodrigues (2008), é importante evitar relatórios prontos das ferra-
mentas de web analytics. Assim, o autor recomenda que, para fazer relatórios
personalizados, é necessário inserir elementos familiares como nome da
empresa, período dos dados e objetivos de negócio, evitando o exagero em
cores, tendo assim uma oportunidade de personalizar, agregando valor ao
que for desenvolvido.
Uma das principais ferramentas para fazer esse acompanhamento é o
Google Analytics (GA) — e os relatórios que ele disponibiliza. Apesar de exis-
tirem diversos relatórios que já trazem algumas informações básicas e mais
genéricas, a ferramenta permite também que o usuário crie os seus próprios re-
latórios por meio dos relatórios personalizados, reunindo os dados da maneira
que desejar. Por meio deles, o usuário ganha versatilidade de customização,
possibilitando que ele escolha as dimensões e métricas que deseja analisar,
bem como decidindo como elas devem ser exibidas. Nesse tipo de relatório,
é possível configurar todos os itens, do título ao tipo de relatório que deseja
criar, passando por métricas, filtros e dimensões específicas. Após a criação
de um relatório personalizado, é possível acessá-lo, gerenciá-lo e também
compartilhá-lo com outros usuários. O GA ainda disponibiliza uma opção de
categorias para que se consiga organizar os relatórios em diferentes grupos.
Marques (2018) reforça que a personalização possibilita consultar facil-
mente os indicadores mais importantes, por meio desses relatórios perso-
nalizados ou até mesmo de painéis de controle (dashboards). Ela permite
escolher diversos elementos disponíveis e prepará-los para diversos cenários.
Vale ressaltar que a empresa deve definir primeiro qual é o principal objetivo
do relatório para dar início à construção de um relatório personalizado.
Portanto, é importante:
Relatórios personalizados 3

„ definir o objetivo do relatório;


„ ter critérios bem definidos para escolha dos indicadores a serem
analisados;
„ ter acesso aos dados;
„ monitorar e controlar a eficácia e a eficiências dos relatórios.

O Google Analytics oferece, ainda, uma ferramenta paga, o Google


Analytics 360. Nele, o usuário consegue fazer backup dos seus re-
latórios personalizados em tabelas personalizadas, e há um número maior de
métricas e recursos do que a versão gratuita.

Outra forma de personalizar ainda mais os relatórios no GA é por meio dos


filtros analytics. Eles são classificados pela dimensão, ou seja, uma segunda
forma de agrupar as métricas.

Ao agrupar as métricas por página de destino, é possível adicionar


um novo filtro de página de destino e selecionar URLs específicas
para filtrar. Outra possibilidade é filtrar por origem e mídia, caso queira ver
naquele relatório, por exemplo, apenas os usuários que vieram do Facebook.

O Google Analytics é uma das ferramentas de web analytics que permite


criação de relatórios personalizados. Outra plataforma que também disponibi-
liza esse recurso é o Facebook. Muitas empresas fazem anúncios no Facebook
e utilizam os diversos dados disponibilizados no gerenciador de anúncios,
mas nem sempre essas são as informações mais relevantes. Os relatórios
personalizados na atribuição do Facebook oferecem maior flexibilidade e
permitem criar detalhamentos personalizados, conforme os objetivos da
campanha da empresa, para analisar agrupamentos mais específicos dos
dados. Além dessas, há diversas empresas no mercado que unificam da-
dos de todas as redes sociais, GA e outros dados em uma única plataforma,
criando dashboards com todas as informações necessárias, em vez de ficar
analisando cada plataforma separadamente. Algumas delas permitem fazer o
monitoramento de redes sociais, análises de concorrência com social analytics,
4 Relatórios personalizados

acompanhamento omnichannel (canais de atendimento do cliente: FAQ, chat,


etc..) e o próprio Google Analytics. Em web analytics, os dados podem ser
fornecidos por diferentes ferramentas, por isso a importância de desenvolver
esses dashs com todas em um único local. Algumas das ferramentas que
trazem dados que podem ser unificados são:

„ Google Analytics;
„ SEMrush: faz análise de palavras-chave;
„ RD Station: voltada para e-mail marketing e campanhas digitais;
„ Google Trends;
„ redes sociais: Facebook, Instagram, Twitter, LinkedIn, etc;
„ e-commerces e marketplaces.

Vale ressaltar que no Google Analytics há a possibilidade de criar relatórios


personalizados e segmentações avançadas, porém são coisas diferentes.
O relatório personalizado permitirá inserir métricas e dimensões bem espe-
cíficas para algum objetivo. Já nos segmentos avançados, se tem acesso a
todos os tipos de relatórios padrão, mas aplicados às áreas e com condições
especificadas nas configurações da segmentação. Assim, com os relatórios
personalizados, a empresa tem em mãos as métricas que deseja acompanhar,
desde um relatório diário ou de uma campanha de marketing específica,
possibilitando criar, salvar e editar para ter uma visualização específica dos
dados que são necessários para a organização. Dessa maneira, é possível
considerar que os relatórios personalizados assumem um papel de extrema
importância para controlar de uma forma mais eficaz os resultados organi-
zacionais no universo digital.

Criando relatórios personalizados na prática


Para a criação de relatórios personalizados, é necessário fazer uso de algumas
ferramentas que permitem esse tipo de criação e trazendo diversas possibili-
dades de filtros e cruzamentos. A ferramenta mais popular e conhecida é aquela
que o próprio Google disponibiliza: o Google Analytics. Veremos, a seguir,
como criar esses relatórios tanto no Google Analytics como no Facebook.
Relatórios personalizados 5

Google Analytics
Segundo o Google, para se criar relatórios personalizados no GA, é necessário
que se tenha uma conta, a partir disso, é necessário fazer o login, navegar
até a sua vista e abrir relatórios, disponíveis no painel esquerdo. Acessando
os relatórios é necessário ir até a opção de personalização, relatórios per-
sonalizados, +novo relatório personalizado. Vale ressaltar que, caso ainda
não tenha sido criado nenhum relatório personalizado, aparecerá apenas a
“Visão geral” (Figura 1).

Figura 1. Acesso aos relatórios personalizados.


Fonte: Vitor (c2020, documento on-line).

Acessando essa visão, é possível, agora, dar início à criação de um novo re-
latório personalizado. Primeiro é necessário inserir um título ao novo relatório.
Como opção, é possível adicionar uma guia de relatório. Todos os relatórios
já têm pelo menos uma guia, mas é possível, caso necessário, adicionar mais.
Feito isso, é necessário escolher o tipo de relatório que deseja construir.
Segundo o Google, existem quatro tipos:

Explorador: o relatório padrão do Google Analytics. Inclui um gráfico de linha e uma


tabela de dados com elementos dinâmicos, como opção de pesquisa/classificação
e dimensões secundárias.
Tabela fixa: uma tabela estática e classificável que exibe dados em linhas
Cobertura regional: um mapa do mundo. Os diferentes países e regiões são mos-
trados em cores mais escuras para indicar o volume de tráfego e de engajamento.
Funil: um funil de conversão definido por você (GOOGLE, c2021, documento on-line).

Definido o tipo de relatório que se deseja personalizar, é hora de definir


as dimensões e métricas que serão utilizadas. As opções de cada tipo de
relatório variam, porque cada um exibe dados de formas diferentes.
6 Relatórios personalizados

Feito isso, é possível adicionar filtros. Essa é uma etapa opcional e pode
ser feita caso seja necessário limitar o relatório ao uso de dimensões es-
pecíficas. Adicionando filtros, restringe-se os dados exibidos no relatório.
Um exemplo é um relatório que exibe a dimensão “versão do navegador”;
adicionando um filtro, é possível exibir apenas navegadores específicos no
relatório. Para fazer isso, é necessário criar o filtro incluindo na dimensão
o navegador desejado com a correspondência exata, como, por exemplo, o
“Chrome”. Com essa configuração, é possível ver no relatório apenas os dados
do navegador Chrome, possibilitando comparações de desempenho de cada
versão do Chrome e excluindo todos os dados de outros navegadores.

Outra possibilidade opcional é a seleção do local onde o relatório


será exibido. Para isso é necessário usar o menu suspenso para
selecionar vistas específicas ou selecionar todas as vistas associadas a essa
conta para disponibilizar o relatório a todas as vistas às quais se tem acesso.
Por último, deve-se apenas salvar o relatório criado.

Os relatórios criados ficam disponibilizados para acesso e gerenciamento


na ferramenta. Para isso, basta que o usuário repita o procedimento para
criar um relatório, acessando e fazendo o login no Google Analytics, nave-
gando até a vista, abrindo os relatórios e clicando em personalização. Com
isso é possível ver uma listagem em tabela de todos os relatórios já criados.
Para facilitar a organização desses relatórios, há a possibilidade de criar
categorias, organizando os relatórios em diferentes grupos. No menu “Ações”
é possível editar, copiar, excluir e compartilhar relatórios individuais. Vale
ressaltar que quando um relatório personalizado é compartilhado, apenas
as informações de configuração são compartilhadas, e os dados do usuário
permanecem privados.
Um ponto importante na criação de relatórios personalizados no GA é
que quando eles tiverem um volume grande de dados, retornarão resultados
apenas com amostragem. Para garantir a precisão dos dados dos relatórios
personalizados, o ideal é que se faça um backup de cada relatório que seja
importante em uma tabela personalizada. As tabelas personalizadas podem
ser usadas para agregar conjuntos de dados críticos diariamente, o que garante
100% de dados sem amostragem em relatórios.
Relatórios personalizados 7

Facebook
Outro site que permite a criação de relatórios personalizados para acompa-
nhamento dos resultados é o Facebook. Segundo o Facebook for Business,
há duas formas de criar relatórios personalizados:

„ por meio do painel de desempenho em mais detalhes no próprio painel


de controle relatórios personalizados;
„ pela criação de relatórios personalizados para baixar no computador.

Antes de criar o relatório, é importante definir qual é o objetivo principal


da campanha, observando os formatos de anúncios que foram utilizados e
qual o direcionamento de público utilizado. Ter claras essas informações
é essencial para criar o relatório personalizado e excluir qualquer tipo de
informação desnecessária.

Por exemplo, um objetivo da campanha pode ser o remarketing,


assim é necessário criar um relatório focado em informações como
as métricas de conversões ou cadastros no site. Outro objetivo pode ser reco-
nhecimento de marca; nesse caso, a meta pode ser o alcance que a campanha
vai gerar, portanto é necessário um relatório que traga dados de impressões
do anúncio.
Os formatos também são fontes importantes de serem analisadas antes de
criar os relatórios personalizados. Por exemplo, uma campanha que tem um
anúncio que direciona o usuário para um link externo necessita de um relatório
que acompanhe quantos cliques foram obtidos. Já em campanhas que envolvem
vídeos, é necessário acompanhar dados como o tempo médio de visualizações.

Para criar um relatório personalizado no painel relatórios personalizados,


é necessário que o usuário acesse os relatórios personalizados. O primeiro
passo é abrir o gerenciador de anúncios do Facebook e clicar em “Relatórios
de anúncios.”
8 Relatórios personalizados

Figura 2. Acesso aos relatórios personalizados no Facebook.

É necessário que se determine quais métricas será necessário exibir como


colunas no relatório personalizado. No Facebook, é possível aplicar qualquer
um dos seguintes conjuntos de métricas pré-selecionados (predefinições).

• Desempenho: veja como as impressões, os cliques e as visitas recebem crédito


pelas conversões e com que eficiência elas são realizadas.
• Eficiência de conversão: veja com que grau de eficiência seus anúncios dire-
cionaram as interações importantes para você.
• Eficiência de custo: veja o custo das interações importantes para você.
• Retorno sobre o investimento em anúncios (ROAS): veja como os anúncios afetam
a lucratividade e onde geram o maior valor (FACEBOOK, c2021, documento on–line).

Acessando o menu suspenso denominado “Columns” (Figura 3), é possível


selecionar uma das predefinições. Outra possibilidade é adicionar métricas
adicionais relevantes para o relatório, acessando novamente o menu suspenso
denominado “Colunas” e rolando para ver a lista de métricas disponíveis,
ignorando as predefinições. É importante ressaltar que em “Colunas” há
duas opções de acompanhamento: detalhamentos e métricas. Nessa etapa
é possível definir quais categorias e informações são relevantes para o seu
relatório. Em detalhamentos haverá informações sobre o público, como loca-
lização, quais dispositivos utiliza (celulares, tablets, computadores), gênero,
idade, dentre outras informações. Já em “métricas” é possível definir o que é
interessante — ou não — saber a respeito da veiculação do anúncio (alcance,
cliques, envolvimento, conversões).
Relatórios personalizados 9

Figura 3. Detalhamento e métricas no relatório personalizado do Facebook.

Após a criação do relatório personalizado, é possível escolher o modo de


visualizar os dados: por meio de gráfico ou tabela. Além disso, há a possibi-
lidade de ver comparações mais detalhadas dos dados de desempenho da
conversão, criando um detalhamento personalizado com base nos nomes
das campanhas. É importante salvar o relatório criado. O Facebook também
permite que seja feita a exportação do relatório em formato .csv (Excel), para
que os dados possam ser analisados em formato de planilha.
O Google Analytics (GA) é a principal ferramenta hoje utilizada para a
criação de relatórios personalizados, pois permite vincular o site da empresa
e acompanhar anúncios digitais. O Facebook permite analisar e criar relató-
rios personalizados relacionadas apenas às contas/páginas do Facebook e
aos anúncios feitos na própria rede social. Dessa forma, o GA ainda é o mais
popular em web analytics.

Modelos de relatórios personalizados que


podem ser criados
Existe uma infinidade de tipos de relatórios personalizados que podem ser
criados em web analytics, desde relatórios de desempenho em mobile, por
exemplo, até relatórios de aquisição de tráfego. Cada um deles dependerá
dos objetivos que a empresa deseja atingir e das informações que se quer
acompanhar para que se consiga monitorar se os objetivos estão sendo
alcançados.
10 Relatórios personalizados

Vejamos alguns modelos de relatórios personalizados.

„ Relatório de desempenho por dispositivo: permite verificar o quanto


o site é otimizado para dispositivos móveis e onde é necessário fazer
melhorias. Personalizando esse relatório, é possível segmentá-lo ainda
mais para ver quais dispositivos móveis/navegadores os clientes estão
usando para acessar o site. Isso informará se o site está apresentando
desempenho ruim em alguns dispositivos. Outras dimensões que po-
dem ser adicionadas para personalizar esse relatório são as taxas de
rejeição, o tempo no site e até as visualizações de página (page views).
Tudo isso auxiliará a análise da experiência do usuário e o que está
falhando em um ou mais canais móveis.

Figura 4. Relatório por dispositivo.


Fonte: Hayfaz ([20--?], documento on-line).

„ Relatório de aquisição de tráfego: permite, por exemplo, verificar se os


usuários realmente estão clicando em anúncios ou se uma postagem
está gerando tráfego para o site.
„ Relatório de eficiência de conteúdo: para Kaushik (2011), autor do web
analytics 2.0, que desenvolveu esse tipo de relatório, ele permite ras-
trear entradas, visualizações de página e rejeições.
Relatórios personalizados 11

Isso auxilia a entender quais conteúdos estão engajando mais o pú-


blico, que tipo de conteúdo (imagens, vídeos, infográficos) apresenta
melhor desempenho ou até mesmo quais conteúdos obtêm mais interação dos
usuários, como compartilhamentos.

„ Taxa de rejeição versus relatório de taxa de saída: permite comparar a


taxa de rejeição versus a porcentagem de saída de diferentes páginas
de todas as páginas do site. Isso permitirá encontrar páginas com baixo
engajamento e detectar problemas de experiência do usuário no site.
„ Relatório de funil: permite entender e visualizar por etapas quais ações
os usuários seguem para concluir uma tarefa, verificando, assim, o
desempenho de cada uma das fases estabelecidas e o que está bom
ou ruim em cada uma delas. Isso faz com que a empresa obtenha
informações para melhorar o site e reduzir as jornadas ineficientes
ou abandonadas pelos usuários. Também é possível criar públicos
de remarketing para reconquistar usuários que deixam alguma das
etapas dos funis.

Assim, são inúmeras as possibilidades e os tipos de relatórios persona-


lizados que podem ser criados, desde os mais básicos, utilizando poucas
informações e cruzamentos, até os mais complexos, a exemplo dos funis
da jornada do usuário. Tudo dependerá do objetivo que a empresa deseja
atingir e o que web analytics pretende e deseja utilizar. Cada tipo de relatório
personalizado permite fazer um tipo de análise.

Referências
FACEBOOK. Create custom reports in your dashboard. c2021.Disponível em: https://
www.facebook.com/business/help/1244986885564543?id=399393560487908. Acesso
em: 12 out. 2021.
GOOGLE. Criar e gerenciar relatórios personalizados. c2021. Disponível em: https://sup-
port.google.com/analytics/answer/1151300?hl=pt-BR#zippy=%2Ct%C3%B3picos-deste-
-artigo%2Cclique-para-expandir-e-saber-mais-sobre-os-tipos-de-relat%C3%B3rio.
Acesso em: 12 out. 2021.
HAYFAZ, A. Passo a passo: como fazer relatórios personalizados no Google Analytics.
[20--?]. Disponível em: https://vooozersite.s3.amazonaws.com/wp-content/uplo-
ads/2019/01/15110924/relatorio-google-analytic-mobile-2.jpg. Acesso em: 12 out. 2021.
12 Relatórios personalizados

KAUSHIK, A. Produce actionable insights: mate custom reports with adv segments! 2011.
Disponível em: https://www.kaushik.net/avinash/actionable-web-analytics-custom-
-reports-advanced-segments/. Acesso em: 12 out. 2021.
MARQUES, V. Marketing digital 360. 2. ed. Lisboa: Actual, 2018.
RODRIGUES, J. Web analytics como ferramenta de relacionamento com o cliente em
quatro dicas. In: CARNEIRO, R. (org.). Web analytics: uma visão brasileira. São Paulo:
Web Analytics Brasil, 2008. p. 49-51. (E-book).
VITOR, L. Google Analytics: entenda as principais métricas. c2020. Disponível em:
https://eixo.digital/wp-content/uploads/2019/04/relat%C3%B3rios-personalizados-
-no-google-analytics-1.png. Acesso em: 12 out. 2021.

Leitura recomendada
TORRES, C. A bíblia do marketing digital: tudo o que você queria saber sobre marketing
e publicidade na internet e não tinha a quem perguntar. 2. ed. São Paulo: Novatec, 2018.

Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos


testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os edito-
res declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou
integralidade das informações referidas em tais links.

Você também pode gostar