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“A única constante é a mudança” já dizia o filósofo pré-socrático Heráclito de Éfeso nos anos
500 a.C. Esta é uma reflexão que certamente podemos trazer para nossos dias atuais,
principalmente quando pensamos nas organizações em todos os seus contextos, nos
modelos de gestão que constantemente são reformulados, nas ferramentas e técnicas que
frequentemente surgem para adaptação das organizações às mudanças do mundo moderno.
Como exemplo desta dinâmica, nós podemos traçar uma linha do tempo com as quatro
revoluções industriais. A primeira revolução (1760 – 1840) marcou a sociedade como um
momento de ruptura, onde os produtos artesanais passaram a ser produzidos em grande
escala através dos processos industriais. Entre os anos de 1850 a 1945 aconteceu a segunda
revolução industrial, que nos introduziu aos grandes desenvolvimentos do período, como a
indústria química, do aço e elétrica.
Após a segunda metade do século XX nós entramos na terceira revolução industrial, que nos
apresentou aos computadores e a internet que transformaram os meios de produção e de
interação social. Atualmente (meados 2010), a sociedade tem sido transformada pela quarta
revolução industrial, onde se busca a conexão das tecnologias e maior produtividade.
1Professor Fábio. Possui graduação em Administração pela Universidade Estadual de Maringá, MBA em Gestão Empresarial
e Especialização em Gerenciamento de Projetos, ambos pela mesma Universidade. Mestrado em Administração pelo
Programa de Pós-Graduação oferecido pela Universidade Estadual de Maringá na linha de Organização e Mercado. Professor
de Administração da Unicesumar, autor de livros da área de gestão, e experiência em gerenciamento de projetos e
acadêmicos e industriais. Perfil no Instagram: @ibafabio
2Professor Luciano Santana Pereira. Mestre em Ciências Sociais, pós-graduado em Gestão de Pessoas e Desenvolvimento de
Talentos, MBA em Gestão de Estratégias Empresariais. Graduado em Administração. Graduado em Gestão de Negócios.
Graduado em Pedagogia. Pós graduado em Psicopedagogia. Já atuou como gerente e coordenador de equipes em diferentes
segmentos empresariais. Como consultor empresarial já desenvolveu trabalhos em empresas de pequeno, médio e grande
porte, envolvendo as áreas de Planejamento Estratégico, Formalização de Processos e Treinamentos de Equipes e Gestores.
Atualmente, é coordenador de curso pelo NEAD Unicesumar, é idelaizador do Projeto Papo Carreira e fundador da Atuação
Profissional Educação Corporativa. Perfil no Instagram: @prof.lucianosantana
Acompanhando toda a dinâmica do mundo corporativo, as técnicas e ferramentas de gestão
têm buscado se adaptar as necessidades mutáveis das empresas. Com a quarta revolução
industrial surge à demanda por um tipo de gestão mais dinâmico e responsivo capaz de
traduzir a dinâmica moderna em resultados efetivos para a organização. Uma gestão 4.0 pode
ser compreendida como um modelo que coloca o cliente como o centro das operações e por
este motivo busca compreender a fundo as suas características e necessidades. Além da
centralidade no cliente a gestão 4.0 pode ser orientada por três importantes premissas, que
são:
• Automação dos produtos e serviços oferecidos pela organização – esta automação
pode ser potencializada com a compreensão dos consumidores através da utilização
de big data.
• Os setores do negócio devem ser integrados – as barreiras existentes na organização
devem ser eliminadas para uma maior celeridade nos processos e adaptabilidade às
mudanças.
• Uma maior eficiência dos processos através de sua virtualização – a revolução
industrial 4.0 possui como uma de suas características a integração das tecnologias,
assim a gestão 4.0 deve tornar seus processos mais dinâmicos, acessíveis e
rapidamente adaptáveis em tempo real.
A gestão 4.0 é um modelo importante para os gestores modernos e pode marcar a diferença
entre uma organização capaz de responder e se adaptar rapidamente as mudanças e uma
organização engessada e mais lenta em seus processos.
Este modelo se sustentou durante décadas, enquanto o ambiente permanecia de certa forma
estável e previsível. O fato é que atualmente este modelo tem sido superado por uma nova
economia que traz consigo o ganho de escala por meio do crescimento da demanda. À medida
que mais mercados são acessíveis, é gerado o chamado “efeito da rede”, que potencializa o
alcance do negócio. De acordo com esta tese, um sistema cresce exponencialmente à
proporção que aumenta o número de participantes de sua rede, gerando mais conexões e,
como consequência, oportunidades de negócios (MAGALDI; NETO, 2018).
A economia de escala que só era possível graças ao ciclo “mais vendas, menos custos”
conquista uma nova perspectiva. Não é mais necessário ter o controle total da cadeia de valor.
A empresa que conseguir atrair mais pessoas para sua rede tem uma vantagem competitiva
em relação aos concorrentes mesmo sem deter o controle total de seu ciclo produtivo. Como
consequência dessa virada no paradigma da gestão, emergem novos modelos de negócios.
Independente se o negócio seja online, físico ou phygital, o conceito central é que as
empresas devem transformar-se em verdadeiras plataformas de negócios, promovendo a
conexão entre os diferentes participantes do mercado, facilitando as trocas de forma a criar
valor a todos da rede (MAGALDI; NETO, 2018).
Como você pode perceber o atual contexto tem desfiado às empresas a pensarem como
evoluir o negócio atual para os modelos de gestão mais modernos e consequentemente tem
levado as lideranças a buscarem aprimoramento para poderem fazer frente às novas
demandas. Os impactos das inovações são sentidos em relação à produtividade, custos e
receitas. Ao não estar alinhado com as tendências, as organizações enfrentam dificuldades
para sobreviver e crescer no mercado, principalmente quando existem players mais eficientes
no mesmo ecossistema. Por isso se torna imprescindível compreender como a Gestão 4.0
impacta nas diferentes áreas gerenciais.
Por fim cabe destacar que os recursos tecnológicos devem estar a serviço das pessoas e não
o contrário, por mais que uma empresa possa investir em sistemas e tecnologias, a adaptação
ao novo não está relacionada exclusivamente às transformações tecnológicas, mas também
a transformação cultural e comportamental. Por esse motivo a pauta relacionada sobre
humanização na gestão sempre deve caminhar junto com as transformações digitais.
REFERÊNCIAS:
MAGALDI, Sandro. NETO, José Salibi. Gestão do Amanhã. Tudo o que você precisa
saber sobre gestão, inovação e liderança para vencer na 4ª Revolução Industrial. São
Paulo: Editora Gente, 2018.