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GRUPO I
Leia o texto.
Não existem entrevistas dele, raríssimas são as referências nos arquivos dos jornais,
inexistentes os estudos de investigação académica e quase não se dava conta das suas
movimentações. E, no entanto, ele movia-se. E bem. Tanto no plano nacional, como no
estrangeiro, próximo da Scotland Yard, sem perder as ligações, em simultâneo, à
5 Alemanha nazi. Ambíguo, sisudo, discreto, metido consigo, dizia-se que “quando
passava a porta da polícia deixava o coração lá fora”. Era ele o temível homem-sombra
nos mais sórdidos corredores do poder. O capitão Agostinho Lourenço, diretor da
polícia política que antecedeu a PIDE, permaneceria no seu posto durante mais de 25
anos – nunca nenhum outro dirigente máximo se haveria de manter neste cargo por
10 tanto tempo – e terá traçado as linhas gerais da conduta da polícia política, os métodos
científicos de tortura, as linhas base de atuação, a delineação dos opositores a quem
dar caça, morte ou prisão, a montagem do sistema prisional político, no continente ou
em Angra e dos campos de concentração nas colónias, a coordenação da rede de mil e
tal agentes e de ainda mais informadores... Existe a mão dele por detrás disto tudo. Era
15 ele o cérebro da PIDE. Depois de reformado – entre 1956 e 1960 – foi o único
português a chefiar a Interpol. E assim como apareceu, viveu, agiu na sombra, também
morreu. Sumiu-se... Na morte, tal como na vida, entre as brumas do secretismo e da
reserva. Apenas um insignificante anúncio, no DN, participava o seu óbito em 1964.
Sem mais.
20 No fundo, explica Jacinto Godinho, jornalista, autor da série da RTP2, A Pide Antes
da Pide, Lourenço seria uma personagem, reduzida às nossas devidas proporções, de
relevo semelhante ao de um Hoover (o primeiro diretor do FBI) ou de um Göring
(fundador da Gestapo). Por isso, estranha que não tenha havido mais curiosidade
histórica acerca da sua longa passagem pelos antecedentes da PIDE (que surge
25 formalmente e com este nome em 22 de outubro de 1945).
É certo que o capitão não era um operacional, não comparecia nos interrogatórios,
nem nas sessões de tortura mas, continua, “tornou-se no arquiteto, naquele que
delineava as grandes operações de força do regime contra as forças oposicionistas”.
Dono dos mais altos segredos do Estado, “todas as semanas se encontrava com
30 Salazar”. Era, aliás, dos raros vultos governativos, que, sem ser ministro, reunia com o
presidente do Conselho.
O mais poderoso homem do Estado Novo, o anjo negro de Salazar, homem quase
sem rosto até aqui (Jacinto Godinho revela imagens inéditas na série), não deixou
memórias nem bibliografia relevante. Praticamente não deixou rasto. Mas já lá estava,
35 em 31, no seu posto policial quando Salazar chegou à Presidência do Conselho, em 32.
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PORTUGUÊS 12.O ANO – TESTE DE DIAGNÓSTICO
1.5. O capitão Agostinho Lourenço, apesar de ser um “homem quase sem rosto”,
(A) era conhecedor dos mais importantes segredos da nação.
(B) tornou-se no arquiteto da política financeira do regime de Salazar.
(C) tinha o privilégio de se reunir mensalmente com Salazar.
(D) legou-nos um vasto conjunto de informações sobre a sua identidade.
2. Assinale cada uma das afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F).
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PORTUGUÊS 12.O ANO – TESTE DE DIAGNÓSTICO
GRUPO II
Responda às questões. Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.
5. No contexto em que surge, o conector “Por isso” (l. 23) tem um valor
(A) causal.
(B) condicional.
(C) conclusivo.
(D) concessivo.
6. A oração “que o capitão não era um operacional” (l. 26) classifica-se como
(A) subordinada substantiva relativa.
(B) subordinada substantiva completiva.
(C) subordinada adverbial causal.
(D) subordinada adjetiva relativa restritiva.
7. Entre a primeira e a segunda ação descritas no último período do texto verifica-se uma
relação de
(A) anterioridade.
(B) posteridade.
(C) simultaneidade.
(D) continuidade.
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PORTUGUÊS 12.O ANO – TESTE DE DIAGNÓSTICO
GRUPO III
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