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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA - UFRA

ELIANE GARCIA GONÇALVES


ROSENILDY DA SILVA BASTOS

MUDANÇAS NA PAISAGEM NATURAL DA MARGEM DA


PRAIA - ORLA E AS CONSEQUÊNCIAS NA ORGANIZAÇÃO
DA VILA DE JUBIM COMO SUBSUNÇOR PARA O ENSINO
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO 6º ANO NA ESCOLA 7 DE
SETEMBRO

SALVATERRA
2015
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA - UFRA

ELIANE GARCIA GONÇALVES


ROSENILDY DA SILVA BASTOS

MUDANÇAS NA PAISAGEM NATURAL DA MARGEM DA PRAIA -


ORLA E AS CONSEQUÊNCIAS NA ORGANIZAÇÃO DA VILA DE
JUBIM COMO SUBSUNÇOR PARA O ENSINO DA EDUCAÇÃO
AMBIENTAL DO 6º ANO NA ESCOLA 7 DE SETEMBRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Ciências Naturais da
Universidade Federal Rural Amazônia, como
requisito para obtenção do grau de Licenciado
em Ciências Naturais.
Orientadora: Profª MSc Antônia do Socorro
Américo de Assunção.

SALVATERRA
2015
Gonçalves, Eliane Garcia

Mudanças na paisagem natural da margem da praia – orla e as


consequências na organização da vila de Jubim como subsunçor para
o ensino da educação ambiental do 6º ano na escola 7 de setembro /
Eliane Garcia Gonçalves, Rosenildy da Silva Bastos. – Salvaterra, 2015.

42 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Ciências


Naturais) – Plano Nacional de Formação de Professores,
Universidade Federal Rural da Amazônia, 2015.
Orientadora: Antônia do Socorro Américo de Assunção

1. Educação Ambiental 2. Problemas Ambientais 3. Ação antrópica


4. Ilha do Marajó. 5.Salvaterra I. Título. II. Bastos, Rosenildy da Silva.

CDD – 304.207
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA - UFRA

ELIANE GARCIA GONÇALVES


ROSENILDY DA SILVA BASTOS

MUDANÇAS NA PAISAGEM NATURAL DA MARGEM DA PRAIA -


ORLA E AS CONSEQUÊNCIAS NA ORGANIZAÇÃO DA VILA DE
JUBIM COMO SUBSUNÇOR PARA O ENSINO DA EDUCAÇÃO
AMBIENTAL DO 6º ANO NA ESCOLA 7 DE SETEMBRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Ciências Naturais da


Universidade Federal Rural Amazônia, como requisito para obtenção do grau de
Licenciado em Ciências Naturais.

Data de aprovação: 21 / 02 / 2015

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________
Profª MSc Antônia do Socorro Américo de Assunção
- Orientadora
Universidade Federal da Amazônia – UFRA

___________________________________________
Profº MSc Ivanei Souza Araújo
Membro
Universidade Federal da Amazônia – UFRA

___________________________________________
Profª MSc Maria Sintia Monteiro da Costa
Membro
Universidade Federal da Amazônia – UFRA
A todos aqueles que fazem parte de nossas vidas.
Aos nossos pais, irmãos, avós, tios, amigos.
E a todas as outras pessoas que contribuíram
para nossa formação.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente а Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse, ао longo dе nossas
vidas, е nãо somente nestes anos como universitárias, mаs que еm todos оs
momentos é o maior mestre qυе alguém pode conhecer.

A esta Universidade, sеυ corpo docente, direção е administração qυе oportunizaram


а janela qυе hoje vislumbramos υm horizonte superior, eivado pеlа acendrada
confiança nо mérito е ética aqui presentes.

Agradeço а todos оs professores pоr nos proporcionaram о conhecimento nãо


apenas racional, mаs а manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо
processo dе formação profissional, pоr tanto qυе sе dedicaram а nós, nãо somente
pоr terem ensinado, mаs por terem nos feito aprender. А palavra mestre, nunca fará
justiça аоs professores dedicados аоs quais sеm nominar terão оs nossos eternos
agradecimentos.

A nossa orientadora Profª MSc. Antonia Americo, pelo suporte nо pouco tempo qυе
lhe coube, pelas suas correções е incentivos.

A Bibliotecária Sheila Silva, que nos auxiliou nesta caminhada, nossos sinceros
agradecimentos.

Agradeço аos nossos pais, heroís qυе nos dеram apoio, incentivo nаs horas difíceis,
de desânimo е cansaço.

Meus agradecimentos аоs amigos, companheiros dе trabalhos, irmãos e filhos qυе


fizeram parte dа nossa formação е qυе vão continuar presentes еm nossas vidas
cоm certeza.

A todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte dа minha formação, о mеυ muito
obrigado.

Rosenildy da Silva Bastos


ÁGUAS DE MARÇO

Disputando lugar com canaranas


a vida amanhece de bubuia
entre fome e febres...

Em cima de mutás e de marombas


um resto de esperança ainda espera
a Arca de Noé...

O pio de um chincoã rasga o silêncio


enquanto um cão panema espia o tempo
vazando sem querer, gota após gota.

O rio se torna mar...


É tanta água
é tanta solidão
é tanta mágoa
que alaga corações
que alaga mentes
que alaga as iusões
remanescentes.

Sabendo-se embiara do destino


que rege o rio e a si, o ribeirinho
se torna maleável como o barro
para resistir às leis das águas.

É o rio a correr dentro da vida,


é a vida a morrer dentro do rio...

Antônio Juraci Siqueira


RESUMO

A praia-orla da Vila de Jubim, Salvaterra-PA, em decorrência do mal uso dos


recursos naturais tem gerado modificações de forma irreversível, além de ter
causado prejuízos e aflições (inquietações) aos moradores, trazendo preocupações
dos fatores decorrentes, como a destruição das encostas, a extinção das matas
ciliares que deixam o solo vulnerável as ações das grandes marés no mês de
março que muito contribuem para a fragmentação da maior parte da rua a qual está
próximo a alcançar algumas residências. Este trabalho tem como objetivo
conscientizar e alertar a população Jubiense para maiores cuidados com a
utilização dos recursos naturais assumindo responsabilidade e compromisso social,
para manter a preservação do solo, evitando possíveis problemas futuros a
sociedade. Através das atividades vivenciadas na Escola 7 de Setembro, os alunos
e a comunidade em geral puderam se conscientizar sobre a importância de
preservar o meio ambiente o que permitiu um aprofundamento e uma vivência a
respeito das questões ambientais abordadas. Portanto, o trabalho de campo
possibilitou uma realidade mais próxima do aluno e auxiliou na construção concreta
da reprodução imaginária das falésias deixadas nas encostas da praia, assim, a
Educação Ambiental surge como um subsunçor, para a sociedade e da relação
desta com o meio ambiente para propor uma nova visão de mundo, baseada na
ação social consciente e transformadora. Essa nova visão de meio ambiente exige
uma nova visão da realidade social, em que os cidadãos estejam cientes de seu
papel na conservação do meio ambiente e na resolução dos problemas ambientais.

Palavras-chave: 1. Educação Ambiental; 2. Problemas Ambientais; 3. Ação


antrópica; 4. Ilha do Marajó; 5.Salvaterra.
ABSTRACT

the beach-edge of Jubim village, Salvaterra -pa, due to the misuse of natural
resources has resulted in changes irreversibly besides having caused losses and
afflictions (concerns) to residents, bringing concerns of factors arising as a
destruction the slopes , the extinction of riparian forests that leave the ground as
vulnerable shares of the great tide of march very contribute to the fragmentation of
most qua street is close to reaching some homes. this paper aims to raise awareness
and alert the jubiense population for more care use of natural resources assuming
responsibility and social commitment, paragraph maintain soil preservation, avoiding
possible problems futures a society. through the experienced activities at the
municipal School 7 de September and the students and community general them
were able to raise awareness about the importance of preserving the environment
what allowed hum a deepening and experience the respect environmental issues
addressed. therefore , field work enabled a reality nearest student and helped
concrete construction of imaginary play the cliffs left in slopes of the beach , so ,
environmental education arise how hum subsumer couple the company and this ratio
to the environment para proportionality a new world vision , based on the social
action conscious and transforming. this new environmental vision requires a new
vision of social reality, where citizens are aware of his role in environmental
conservation and resolution of environmental problems.

Keywords: 1. Environmental Education; 2. Environmental Problems; 3. Human


action; 4. Ilha do Marajó; 5.Salvaterra.
SUMÁRIO

CONTEXTUALIZAÇÃO........................................................................................ 10
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 12
2 OBJETIVOS.......................................................................................................... 15
2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................... 15
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................. 15
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................................................... 16
O PAPEL DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA VISÃO
4 ESCOLAR................................................................................................... 18
4.1 NA ESCOLA................................................................................................ 18
4.2 PROFESSOR.............................................................................................. 18
4.3 EDUCANDO................................................................................................ 18
UM BREVE HISTORICO SOBRE A CIDADE DE
5 SALVATERRA............................................................................................ 19
5.1 VILA DO JUBIM........................................................................................... 20
Os impactos ambientais na orla ocasionados pela ação humana no
5.1.1 espaço na praia de Jubim......................................................................... 21
5.2 ÁGUAS DE MARÇO.................................................................................... 22
6 RESULTADOS............................................................................................ 24
7 DISCUSSÃO................................................................................................ 26
8 CONCLUSÃO.............................................................................................. 28
9 REFERÊNCIAS........................................................................................... 31
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO................................................................ 34
APÊNDICE B - IMAGENS DAS APRESENTAÇÕES DO LIVRO
ECOLÓGICO........................................................................................................ 35
APÊNDICE C - IMAGENS DE 40 ANOS ATRÁS................................................ 38
APÊNDICE D - RESTAURAÇÃO DA ENCOSTA COM SACAS DE CIMENTO
E AREIA......................................................................................................... 40
APÊNDICE E - RECONSTRUÇÃO DA VEGETAÇÃO DO MANGUE APÓS 40
ANOS.................................................................................................................... 41
APÊNDICE F - RECONSTRUÇÃO DA ORLA EM 2014...................................... 42
CONTEXTUALIZAÇÃO
No período em que compreende a estiagem do Marajó, é comum o aumento
do índice de ocorrência de retirada de pedras e areias às margens da praia da Vila
de Jubim, que fica localizada na Rua 1ª, rodovia PA 154 km 17 na cidade de
Salvaterra. Sendo que este ato acontece de forma intencional por pessoas
(moradores) que na maioria das vezes tem apenas o propósito do poder lucrativo,
sem atentarem para os danos que posteriormente irão ocasionar prejuízo ao
patrimônio (Capela) que se encontra próximo a área que está sendo alterada.
Neste trabalho abordaremos as mudanças que vêm acontecendo às
margens da praia (orla) da Vila de Jubim que está diretamente relacionada com as
influências da população em relação à retirada de areia e pedras, procedimento este
que está causando a queda acentuada da margem da praia da referida vila, prática
que está provocando sérios problemas em razão da retirada e transporte de
material, uma vez que essa perda é praticamente irrecuperável sendo considerado
como em recurso natural não renovável, pois requer muito tempo para recomporem-
se os materiais que os constituem, por isso a importância de se conservar o solo que
está desestruturando a rua da vila.
Esses e outros problemas se fazem presentes na realidade dos moradores
da Vila de Jubim, o qual já perdeu grande parte das matas ciliares e encostas do
litoral, e principalmente de suas espécies naturais da flora (Massapê e Manguês) por
causa das intensas retiradas de pedras e areia. E com o passar dos anos o solo
dessa região vêm se tornando cada vez mais pobre em nutriente e causando grande
preocupação, devido à queda do restante do barranco que já atingiu a rua, mas que
no entanto com o auxílio dos moradores puderam “sanar”, porém sem nenhuma
estabilidade para que prolongue a qualidade da área afetada.
Essas constantes agressões feitas ao solo em razão das ações humanas e
dos fenômenos naturais que têm contribuído com o processo da mudança do
panorama natural e que cooperam para o agravamento das modificações causando
prejuízos aos moradores locais. Mediante as observações feitas, descrições e
informações obtidas, este tem como objetivo sensibilizar e alertar a população
Jubiense para maiores cuidados, responsabilidades e compromisso social.
Para a importância de manter um solo fértil, como um componente
fundamental do ecossistema terrestre, e que elementos introduzidos como piçarra
modificam a estrutura natural, deixando instável e vulnerável as ações da natureza.
Além de possíveis problemas a sociedade, como escombros nas ruas em proporção
maiores, casas e bares que poderão ser atingidos, como já houve caso de um bar
ser desmoronado, além de prejuízos financeiros, podem gerar outras situações de
problemas graves. Foram entrevistados dez moradores antigos que já moram entre
quarenta e sessenta anos, e relataram as constantes mudanças a respeito dessa
problemática que tanto afligem os moradores. E que não veem nenhuma
contrapartida de política, e a falta da manifestação da população tem se refletido na
atual situação vivenciada por eles.
1 INTRODUÇÃO
A educação ambiental vem constantemente assumindo o papel de debates,
com alternativa e mecanismo para possíveis soluções dos problemas ambientais,
decorrente em todo o mundo e assim mediando também a relação do homem e a
natureza em que ambos enfrentam os problemas. Educação Ambiental é um
processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do
seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, valores, habilidades, experiências e
determinação que os tornem aptos a agir e resolver problemas ambientais,
presentes e futuros (DIAS, 2004).
Por um lado o homem vem interferindo diretamente na mudança da natureza
e por outro lado a natureza reagindo, através dos fenômenos preocupantes e que
são quase irrecuperáveis, uma delas são chamadas erosões que desgastam o solo,
desestruturando a mudança nos aspectos da característica natural, tendo também a
ação humana como fonte direta ao comprometimento do solo e prejuízos as
gerações futuras.
A prática inadequada da retirada de materiais do solo, o expõe a fatores,
induzindo à destruição gradativa de suas propriedades físicas, químicas e
biológicas, bem como ao risco de erosão (CASSOL; LIMA, 2003).
Toda via o manejo inadequado aos recursos naturais, afeta diretamente a
população, pelos desperdícios de recursos e a retirada ilegal sem que haja
intervenção política ou questionamento por parte de autoridades locais, como
associações.
Em consequência disso a própria humanidade sofre com os impactos como:
erosão do solo, desmatamento, desertificação, poluição, etc. (CUNHA; GUERRA,
2003).
Nessa perspectiva o estudo dos fatores que contribuem para a mudança da
paisagem, é de suma importância para alertar, disseminar conhecimentos e
compreender as modificações ambientais provenientes de situações humanas,
processo este responsável principalmente pela alteração das mudanças.
A região em estudo apresenta-se como uma extrema beleza natural, rica em
sua biodiversidade, de clima agradável que atraem visitantes de regiões próximas na
apreciação da beleza e conforto que a área traz, pois as proximidades em que a
paisagem foi modificada, há três bares e restaurantes, além de uma capela em que
muito é visitada nos períodos de festejos católicos.
Observa-se que há uma inadequação do planejamento de uso do solo ao se
deparar com o crescente número de habitações implantadas em locais inadequados
e sem elaboração do devido estudo de impacto ambiental, principalmente porque a
população aumenta e a raça humana tem tido um impacto crescente no meio
ambiente. Com a possibilidade de aumentar seu capital o homem agi sobre a
natureza nao apenas para garantir o próprio sustento, mas com a perspectiva de
acumular bens e obter lucro. Segundo Vasconcellos (1997), a presença, em todas
as práticas educativas, da reflexão sobre as relações dos seres entre si, do ser
humano com ele mesmo e do ser humano com seus semelhantes é condição
imprescindível para que a Educação Ambiental ocorra.

O ambiente se gera e se constrói ao longo do processo histórico de


ocupação e transformação do espaço por parte de uma sociedade. (...) O
homem pensou em sua sobrevivência, progresso e conforto, e deixou de
pensar que os recursos são esgotáveis e que se a Terra ficar imprópria para
a nossa moradia não teremos para onde fugir (MEDINA, 1994, p.9).

No entanto, a escala de desperdicio efetivado na sociedade moderna


provavelmente produz e produzirá situações que ameaçam a sobrevivência da
humanidade, sendo necessario evitar-se esse curso de desenvolvimento.
(MAZZOTTI, 1998, p. 239).
Um exemplo disso envolve a influência das atividades humanas nas
mudanças que ocorrem na estabilidade das paisagens naturais. Para Quercus
(2014), “A degradação paisagística recorrente das atividades humanas em redor
constitui um grande flagelo nesta área, com a crescente ocupação urbana,
construção de segundas habitações e empreendimentos turísticos”. Uma vez que
estas podem causar a aceleração da erosão, perturbando o equilíbrio natural. Os
fatores responsáveis por este processo são as retiradas intensas de pedras e areia
das margens da praia da referida Vila.
Considerando que a paisagem natural está contida de uma série de inter-
relações, e que a ação humana em muitos momentos, intervém de forma
inadequada na natureza, pois se impõe de forma rígida desconsiderando assim, que
uma pressão por demasia sobre um lugar, pode afetar a dinâmica natural, chegando
até mesmo a alterá-la de forma profunda, transformando a paisagem em um outro
tipo de ambiente que não é diferente na Vila de Jubim.
Dessa forma os moradores vêm utilizando-se de diversas atividades, de
forma rotineira e contínua que pode parecer vantajoso, tem trazido grandes
consequências irreparáveis ao solo. Entretanto se for analisada a médio e longo
prazo, este exercício, tem causado sérios danos ao meio ambiente e a população
que residem às proximidades da praia.
Com o aumento pela procura de matérias orgânicas (pedra e areia) para
construções de casas, os problemas vêm aumentando cada dia mais. Com isso faz-
se necessário um estudo, na área que vem ocasionando impactos e mudanças na
paisagem devido a constante prática humana.
Levando em consideração a necessidade pela falta de uma profissão formal,
a extração desses materiais tem se tornado uma das principais fontes de renda das
famílias locais, em que as mesmas utilizam-se das práticas sem ter o conhecimento
dos impactos ambientais que a mesma produz ao meio ambiente, diante de tal
problemática este estudo visa sensibilizar a comunidade a respeito dos danos
causados ao solo, quanto ao meio ambiente e também a população local.
Além disso, este trabalho pretende desenvolver o ensino de educação
ambiental na escola 7 de Setembro, em Salvaterra. Para Dias (2000), a educação
ambiental na escola deve ter como objetivos a sensibilização e a conscientização; a
busca de mudança comportamental; a formação de cidadãos mais atuantes; a
sensibilização do professor, principal agente promotor da educação ambiental; a
criação de condições para que, no ensino formal, a educação ambiental seja um
processo contínuo e permanente, através de ações interdisciplinares globalizantes e
da instrumentação dos professores; a integração entre escola e comunidade,
objetivando a proteção ambiental em harmonia com o desenvolvimento sustentado,
entre outros.
Assim, a ação educativa caberia então a contribuição e a difusão de novas
relações entre a comunidade local e a natureza, é importante ressaltar de que a
paisagem é transformada como produto do trabalho humano, junto com técnicas. E
que, depois que o homem transforma a paisagem, ela nunca mais será a mesma.
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Conscientizar os moradores e os alunos das margens sobre as modificações
ambientais na Praia - Orla da Vila de Jubim, devido a ação humana (retirada de
areia e pedras) e as consequências destas na organização da referida Vila.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


 Propor atividades aos alunos que motivem a compreensão de conceitos
sobre o meio ambiente e as consequências pela retiradas de areia;
 Alertar a população local a respeito dos problemas ambientais gerados
pela retirada dessas matérias primas;
 Praticar o ensino de Educação Ambiental na escola “7 de Setembro”,
utilizando como subsunçor o estudo de campo sobre a mudança natural
na Vila do Jubim.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O trabalho foi realizado na Escola 7 de Setembro, localizada na Segunda
Rua da Vila de Jubim, em frente à praça Laercio Franco. A escola está localizada
em área rural, da cidade de Salvaterra.
Participaram alunos da turma do 6º ano do ensino fundamental, o conteúdo
trabalhado de ciências foi a erosão e outros assuntos correlacionados (mudanças na
paisagem da orla de Jubim), em consonância com as propostas pedagógicas desse
nível de ensino. Foram confeccionados livros sobre o tema proposto, com a
colaboração dos professores de Ciências, pais e alunos.
Os alunos foram divididos em grupos, através de sorteio e cada grupo ficou
com aproximadamente de três a cinco integrantes.
As atividades foram direcionadas através de:
a) Leitura e ensino aprendizagem: Para o cumprimento escolar sobre o conteúdo
erosão, foi abordado em sala de aula o tema “Mudanças na Paisagem da Orla da
Vila de Jubim”, como maneira de aprender de forma significativa, com a utilização de
livros didáticos, que embora contemple outra realidade, as ilustrações de iconografia
se assemelham com as paisagem do local estudado.
b) Textos Informativos: Para a complementação foram sugeridos, textos que
contemplem ainda mais a aprendizagem do aluno, retirado de internet, leitura de
trecho que estão disponíveis em revistas de ciências que se encontram na escola.
c) Trabalho em Campo: Os alunos fizeram visita in loco, onde registraram os
problemas ambientais e sociais.
d) Observação: Os educandos observaram e registraram através de máquina
fotográfica e escreveram sobre falésias do local que evidência os problemas, por
conta da retirada de materiais e a extinção da vegetação (massapê e mangue) e
mediram quanto foi o recua das encostas até a rua.
e) Trabalho em equipe: Depois de registrar as informações, discutiram sobre as
experiências que os alunos obtiveram, e em grupos de cinco pessoas registraram
suas opiniões em forma de um livro ilustrativo das fotografias tiradas do local. Com
auxílio de bibliografia e pesquisa sobre o assunto,
f) Socialização com a Classe: Depois da construção do livro feito pelos alunos
foram compartilhados entre os mesmos em sala de aula. Posteriormente o trabalho
foi apresentado como uma Palestra para a Comunidade local com a participação do
Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA), exposição dos trabalhos (livros),
slide afim de que fossem orientados sobre as consequências sobre o assunto
pertinente.
g) Elaboração de folders: Elaboramos folders para distribuir na comunidade local,
convidamos o Secretário de Meio Ambiente de Salvaterra, para fazer uma palestra
com a finalidade de informar sobre as leis, as consequências pela retirada de
material da área afetada. Abrimos espaços para perguntas e colocações para pais e
comunidade que participaram.
4 O PAPEL DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA VISÃO ESCOLAR
4.1 NA ESCOLA
O Trabalho desenvolvido com educação ambiental nas escolas deve ser
visto para além do cumprimento do dispositivo legal. Deve ser visto pelo seu valor
como componente essencial para formação dos nossos alunos (BARROS, 2010, p.
05). Sendo que a experiência escolar nos possibilita conhecer a nossa história e a
complexidade do que existe hoje para poder participar do nosso mundo e saber que
é possível nos posicionarmos e agirmos ante ao imprevisível, porque na escola
aprendemos a analisar, a refletir, a brigar, a ponderar, a negociar respeitando o
outro e com outro (KINDEL, 2012, p. 14)

4.2 PROFESSOR
A educação ambiental na medida em que se centra “em situações
problemas” poderá permitir a interação dos professores das disciplinas, e a
construção de saberes que possibilitem ao longo do processo educacional o uso de
práticas individuais em práticas coletivas, no sentido de mudar uma determinada
realidade, vivenciada pelos alunos.

4.3 EDUCANDO
Considerando que os alunos também fazem parte do processo
transformador no mundo contemporâneo é necessário direcionar atividades que
oportunizem a aprender de forma significativa sentindo-se parte de sua história
construída.
Segundo a teoria de Ausubel, na aprendizagem há três vantagens
essenciais em relação à aprendizagem memorística. Em primeiro lugar, o
conhecimento que se adquire de maneira significativa é retido e lembrado
por mais tempo. Em segundo, aumenta a capacidade de aprender outros
conteúdos de uma maneira mais fácil, mesmo se a informação original for
esquecida. E, em terceiro, uma vez esquecida, facilita a aprendizagem
seguinte – a “reaprendizagem”, para dizer de outra maneira. (PELIZZARI et
al., 2002, p.39)

Portanto, os educandos já possuem uma estrutura cognitiva formada que é a


Educação Ambiental, mas precisam do conteúdo de aprendizagem. Essa interação
traduz-se em um processo de modificação mútua tanto da estrutura cognitiva inicial
como do conteúdo que é preciso aprender, constituindo o núcleo da aprendizagem
significativa, o que é crucial para entender as propriedades e a potencialidades.
5 UM BREVE HISTORICO SOBRE A CIDADE DE SALVATERRA
Salvaterra é um município brasileiro, localizado na Ilha do Marajó, no estado
do Pará. Está localizada entre o rio Amazonas, Tocantins e oceano Atlântico,
apresentando como área total aproximadamente 49.606 m² constituindo dessa forma
o maior arquipélago flúvio-marítimo do mundo.

O arquipélago do Marajó é um ambiente de grande valor ecológico, seu


desenvolvimento físico e geológico, ocorre em um território cuja extensão
total está em altitude a poucos metros acima do nível médio do mar
(FRANÇA, 2003), e devido sua intensa hidrodinâmica, propicia modificações
constantes em sua estrutura física e geomorfológica (FRANÇA; SOUZA
FILHO, 2002 apud FRANÇA, 2003, p.05).

Salvaterra era, desde 1901, distrito de Soure. Foi apenas em 1961 que foi
elevada à categoria de município, conhecida desde então como a Princesa do
Marajó, apresentando hoje 20.183 habitantes. Situada a oeste do estado do Pará,
esse belo recanto amazônico proporciona aos moradores e visitantes da região um
espetáculo natural de suas praias de água doce, dos seus igarapés e de suas
fazendas. (SALVATERRA, 2015).

Mapa 01 – Mapa do município de Salvaterra – Marajó - Pará


Fonte: www.google.com.br
O município de Salvaterra é constituído pelo rio Paracauari, que serve de
limite, em grande parte, ao norte, com o município de Soure, e corre no sentido
oeste-leste. Segue seu curso apresentando meandros, principalmente, a alguns
quilômetros da foz. Seu maior afluente é o rio São Macário, além do rio Nazaré e o
rio Mangueira. O rio recebe uma série de afluentes, mas apenas os da margem
esquerda pertencem ao município de Salvaterra, entre eles, o rio Miguel, o rio Vale
do Rosário e outros. Seguindo para a baía do Marajó, aparecem os rios Condeixas e
Jubim e os Igarapés das Cobras, Água Boa e Caruana (LISBOA, 2013).
Salvaterra possui deslumbrante cenário ecológico, reunindo furos, campos,
fazendas, rebanhos de búfalos, belas praias e um folclore bastante expressivo tanto
na dança quanto na música. Possui vários empreendimentos hoteleiros que vieram
aumentar a oferta de leitos do Município, proporcionando através da atividade
turística uma fonte de recursos para a população local. Apesar dessa, atividade só
ser desenvolvida, em grande escala durante os períodos de alta temporada,
considerando os meses de férias e os feriados prolongados. Entretanto, em
decorrência da implantação do projeto Diversificação da Oferta Turística do Marajó,
que visa o desenvolvimento do turismo na ilha, Salvaterra encontra-se inserida no
projeto de desenvolvimento da atividade voltada ao turismo no meio rural assim
como, no programa de desenvolvimento do turismo (PRODETUR-PA). Este
Programa tem como objetivo desenvolver o turismo na regional do Marajó.
No município de Salvaterra destacam-se diversos atrativos naturais de
elevado potencial turísticos. Dentre esses atrativos destacam-se as praias de água
salobra que, em determinado período do ano, sofrem a influência do mar e as
fazendas de búfalos que são um forte atrativo turístico em decorrência da paisagem
natural que apresentam. Observa-se, também, a existência de vários locais com
grande potencial para desenvolver o ecoturismo e que podem receber investimentos
na área de lazer e hotelaria, bem como desenvolver a atividade de Pesca Esportiva,
passeios nos rios e igarapés, trilhas, etc (LISBOA, 2013).

5.1 VILA DO JUBIM


Em meados da década de 60, com a emancipação de Salvaterra do
município de Soure, Jubim deixa de ser “freguesia” e é elevada à categoria de
„Distrito” pela Lei nº 2.460 de 29 de dezembro de 1961, sancionada pelo Governador
do Estado Dr. Aurélio Corrêa do Carmo. Lei esta que também concedia a categoria
de município à Vila de Salvaterra e, obviamente o título de cidade.
A Vila de Jubim faz a divisa do distrito de Jubim e Salvaterra. Seguida esta
região é também cortada pelo Rio São Miguel, que é uma fluente do Camará. Corta,
no território do município de Salvaterra, o distrito de Condeixa, Joanes, Jubim e
Salvaterra.
No dia 10 de março de 1962, foi realizada a reunião solene de fundação do
município de Salvaterra, às nove horas, na Sede Social do Avante Futebol Clube. A
comemoração estreitou-se apenas para a criação do município, uma vez que, para a
elevação distrital a comemoração ficaria apenas no papel.
Nos dias atuais, Jubim é uma das principais vilas industriais do município de
Salvaterra, é uma vila litorânea e possui cerca de 1.650 habitantes. Marcada por
traços indígenas e imigrantes, a vila dispõe de aspectos culturais, políticos e
econômicos bem específicos.

5.1.1 Os impactos ambientais na orla ocasionados pela ação humana no


espaço na praia de Jubim

Os impactos ambientais são questões vigentes e questionadas em todo


planeta. Haja visto que, na Vila de Jubim fica evidente esta realidade, pois este
estudo consiste em sensibilizar sobre as mudanças do espaço na orla da praia e dos
problemas que estas podem ocasionar à margem da Vila.
Recentemente, a orla da Praia de Jubim passou por várias modificações em
sua infraestrutura, foram construídas descidas em concreto de acesso à praia.

Figura 01 – Orla da Praia de Jubim

Fonte: Produção do próprio (2015).


A imagem acima representa a nova orla do jubim (apêndice C), onde pode-
se visualizar claramente a distância entre o espaço da orla e a rua.
A ação das marés ao longo do tempo desenhou dezena de enseadas, praias
e rochedos. A orla vem sendo erodida produzindo um contorno de rara beleza. Mas
que tem o inconveniente de solapar os barrancos, ameaçando toda esta estrutura
em relação a rua da beira-rio (LISBOA, 2013).
Neste contexto, observamos que dentre os impactos ambientais que vem
ocorrendo neste espaço, podemos destacar as erosões nas falésias, pois as
mudanças do espaço, está sendo o principal fator desse impacto ambiental na orla,
além, os agentes físicos, causados pelas ondas de mares, pela infiltração do período
chuvoso que ocorre no período de janeiro a março, acelerado o escoamento
superficial acompanhado da infiltração, soma-se à ação das ondas. Os danos
causados pela erosão deste setor da costa são bem evidentes, principalmente com
a derrubada de bares, perda de rua, desmoronamento das descidas de concreto
dentre outros. Mas não desconsideramos que a produção deste espaço também
pode estar contribuindo para a erosão das falésias. Pois a produção do referido
espaço, além de ser produzido em zona de risco, deixou o solo mais vulnerável,
sendo que o peso de concreto, infiltração da água da chuva no solo, torna-o mais
pesado, contribuindo para o desmoronamento do mesmo.
Portanto, é importante ressaltarmos que a produção do espaço da orla, não
está sendo o principal fator responsável pela erosão e desmoronamento das
falésias. Mas que há uma reciprocidade entre a produção do espaço e dos agentes
físicos neste impacto ambiental, uma vez que esses agentes são mais evidentes
neste local.

5.2 ÁGUAS DE MARÇO


As águas e as marés ditam o ritmo da vida no Marajó. O arquipélago sofre
influência das águas da chuva.
As marés consistem numa mudança periódica do nível das águas
oceânicas, e se devem à atração exercida pela Lua e pelo Sol sobre elas,
especialmente da lua por estar mais próxima da Terra. Esta mudança
ocorre a cada seis horas, de tal forma que, em um dia, o nível das águas
sobe duas vezes e desce duas vezes. O nível mais alto da maré é chamado
de preamar e o mais baixo de maré baixa. (PACIEVITCH, 2015).
Durante o mês de março devido as chamadas águas grandes torna-se mais
um fator de grande relevância em relação à erosão da região costeira do Marajó
principalmente da Vila de Jubim.
Imagem 01 – Erosão das águas de março

Fonte: Pesquisa de Campo (2014)

A maneira com que as águas atingem o continente pode influenciar muito na


morfologia costeira, uma vez que o fluxo e refluxo das ondas na formação das
Barreiras erodem sua base dando origem as rupturas do solo, o que gera as
destruições em torno da orla da praia do Jubim.
6 RESULTADOS
Uma das principais causas da degradação ambiental, seja no meio rural
como meio urbano, é a erosão hídrica do solo. Para marcar o início do trabalho, os
alunos foram incentivados à leitura de livros didáticos, como forma de familiarizá-los
com o tema em estudo. A seguir, baseados no livro, nas pesquisas e discussões, os
alunos realizaram as atividades práticas como forma de conscientização sobre a
importância da preservação do ambiente. Foram visitar o local durante a execução
dos livros, propriamente dito, todos quiseram participar. Perguntaram, interagiram
através de perguntas os alunos disputaram as tarefas.
Ao trabalharem em equipe aprenderam a dividir, a respeitar o ritmo de cada
um, demonstraram suas habilidades e competências, manifestando criatividade na
construção dos livros.
Após duas semanas, os alunos socializaram os livros com a turma e
podemos constatar que a pesquisa feita pelos alunos foi de grande relevância onde
conseguirão assimilar o objetivo do trabalho.
Dias posteriores, nós professores juntamente com os alunos, saímos para
convidar pais, e a comunidade em geral para participar de uma palestra na escola “7
de setembro” na finalidade de divulgar o trabalho produzido pelos alunos e os
resultados obtidos por todos.
No momento das apresentações dos alunos, surgiram novas informações
contadas pelos participantes que ali estavam presentes, como por exemplo, que o
local estudado já era a segunda primeira rua, pois com destruição das matas ciliares
e retiradas de materiais, a mesma foi desparecendo, relata ainda que há 40 anos
moradores locais, plantaram mandioca, milho, e cana, para o seu sustento,
justamente nas proximidades onde agora é a atual primeira rua. Motivada ainda
relata sobre suas preocupações dos desaparecimentos da atual rua, bem como
casas, patrimônio a qual fizeram parte da construção.
Os relatos foram muitos significativos pois, muitos moradores embora
nativos da comunidade em recém- chegados não eram conhecedores da trajetória
conhecida praia do seu “Sabarico”, atualmente conhecida como orla do Jubim.
A partir das observações realizadas e das experiências vividas, os alunos
registraram em forma de livrinho todo o processo que envolve a aprendizagem, e os
convidados para a palestra sentiram-se satisfeitos em saber a história da
comunidade. Todos viveram um momento de sistematização do processo de
construção de novos conhecimentos que vivenciaram coletivamente ou
individualmente, pelas vivencias contadas pelos antigos moradores.
7 DISCUSSÃO
Segundo Trindade (2012), a EA tem como principal objetivo formar cidadãos
com o pensamento ecológico, capazes de mudar o comportamento em relação a
natureza. A utilização da oficina (construção de livros) permitiu um aprofundamento
e uma vivência dos alunos a respeito das questões ambientais abordadas, que para
Ausubel (1982 apud PELIZZARI, 2002) esse processo de nova informação interage
em comum à estrutura de conhecimento especifico, chamada de “subsunçor”.
Pelizzari et al. (2002) mostra que a aprendizagem é muito mais significativa
à medida que o novo conteúdo é incorporado as estruturas de conhecimento de um
aluno e adquiri significado para ele a partir da relação com seu conhecimento prévio.
Esse processo, foi percebido através do trabalho de campo onde possibilitou uma
realidade mais próxima do aluno e auxiliou na construção concreta da reprodução
imaginária das falésias deixadas nas encostas da praia.
Também durante o trabalho de campo, percebemos que a ação antrópica é
maior responsável pelos impactos causados na zona costeira, a orla de Jubim sofre
com algum tipo de impacto seja ele pelo lixo deixado na praia, pela retirada das
matas ciliares, pela construção de edificações e de obras de contenção pra proteger
as áreas construídas, tem-se mostrado uma atividade economicamente inviável.
Tanto para os proprietários quanto para a localidade que gastam, tentando
solucionar problemas de erosão costeira que afetam as obras construídas em
lugares impróprios. Esse processo foi percebido por Moura et al. (2011) quando
estudou os impactos ambientais decorrentes da erosão costeira na orla marítima de
jaboatão dos Guararapes, Pernambuco.
Guimarães (1995), acredita que a Educação Ambiental é um mecanismo
importante para isso, já que ela trata do equilíbrio dinâmico do ambiente, em que a
vida é percebida em seu sentido pleno de interdependência de todos os elementos
da natureza. Os seres humanos e os demais seres estão em parcerias que
perpetuam a vida. Neste sentido, a interação dos pais na construção do trabalho,
ficou evidente no processo de conhecimento práticas sociais que resgata os
cuidados com o meio ambiente como um todo.
Para Alberguini (2002) a forma de realizar a alfabetização ecológica é através
da Educação Ambiental. A Educação Ambiental parte da realidade vivida pela
sociedade e da relação desta com o meio ambiente para propor uma nova visão de
mundo, baseada na ação social consciente e transformadora. Essa nova visão de
meio ambiente exige uma nova visão da realidade social, em que os cidadãos
estejam cientes de seu papel na conservação do meio ambiente e na resolução dos
problemas ambientais.
8 CONCLUSÃO
De acordo com as bibliografias estudadas observar-se que há uma
constante preocupação com o meio ambiente na sociedade em geral. O respeito ao
meio ambiente ocorre de como cada indivíduo necessita e reconhece a importância
dele, onde a Educação Ambiental bem aplicada é o início para transformar a
realidade do nosso país. Contudo, como pensar em uma educação ambiental ideal,
quando a vivemos em uma sociedade onde muito se fala sobre o assunto, porém
pouco se faz pelo meio ambiente. Percebe-se claramente que há uma dicotomia
entre o desejo e a vontade e o indivíduo não percebe esta contradição em suas
ações.
É necessário apontar que os resultados esperados se voltaram para que os
alunos compreendessem a dinâmica do processo erosivo e ao compreender a tal
dinâmica os mesmos, passem a interpreta-las e assim a dar mais importância, sobre
tudo pelo motivo pela qual vem acontecendo, ou seja, pela ação humana.
Diante disso, cabe dizer que a Educação Ambiental tem a capacidade de
promover valores, não sendo somente um meio de transmitir informações, trata-se
de um processo que envolve transformações no sujeito que aprende e incide sobre
sua identidade e posturas diante do mundo.
É preciso criar a cultura de conservação do meio ambiente e para isso faz se
necessário trabalhar com parcerias e projetos voltados para EA, onde inicialmente a
sala de aula é uma porta de entrada com a intenção de se criar a consciência da
conservação em toda a comunidade escolar. Faz necessário que a educação
ambiental saia do muro das escolas e ganhe espaço em todos os outros que a
sociedade possa discutir e propor soluções.
O papel da escola ao trabalhar temas transversais é facilitar, fomentar e
integrar as ações de modo contextualizado, através da interdisciplinaridade e
transversalidade, buscando não dividir seus conhecimentos, para que a Educação
realmente constitua o meio de transformação social.
Essa pesquisa visou compreender como está se dando a percepção dos
alunos do 6º ano, sobre as mudanças na paisagem natural da margem da praia -
orla e as consequências na organização da Vila de Jubim como subsunçor para o
ensino da educação ambiental na Escola 7 de Setembro e sua importância para o
meio ambiente. A partir da análise dos dados e atividades praticadas, conclui-se
que os alunos por geral têm apenas uma leve percepção do que é meio Ambiente,
sem ter um conhecimento, mas específico da importância do meio ambiente em que
os mesmos estão inseridos e a escola é o local onde eles aprendem mais sobre a
temática educação ambiental, porém esse assunto ainda deve ser mais discutido em
salas de aulas, em casa e nos meios de comunicações.
E uma vez que observamos que dentre os impactos ambientais que vem
ocorrendo no espaço estudado, destacam-se as erosões nas falésias, por esse
motivo as mudanças do espaço, foi o principal fator desse impacto ambiental na orla
da praia da vila de Jubim, além dos agentes físicos, causados pelas ondas de
mares, pela infiltração do período chuvoso que causa aceleração do escoamento
superficial, ficando bem evidentes, principalmente porque vem causando prejuízos
aos moradores. Pois além de ser produzido em zona de risco, deixou o solo mais
vulnerável, sendo que, o peso de concreto, e a infiltração da água da chuva no solo,
torna-o mais pesado, contribuindo para o desmoronamento do mesmo.
Nota-se também, que ainda há muito trabalho a ser feito na parte de
conscientização sobre a preservação do meio ambiente, onde uma boa parte dos
alunos ainda não está com a noção correta do conceito de meio ambiente, dos
problemas ambientais, da função e responsabilidade da sociedade.
Sabemos que ainda há um longo caminho a ser percorrido, porém a
Educação Ambiental salienta a mudança de comportamento e atitudes diante do
meio ambiente de forma a possibilitar a melhoria da qualidade de vida.
Assim podemos constatar que os alunos não só aprenderam os conteúdos,
mas também passaram a se preocupar com o processo erosivo, uma vez que a
qualidade, excelência e importância das atividades desenvolvidas são essenciais
para a formação de nossos alunos.
Propõe-se que a Educação Ambiental deixe de ser um tema transversal e
passe a ser uma disciplina específica, assim, se daria uma relevância mais
significativa ao tema e se teria mais tempo para trabalhar com a conscientização dos
alunos, onde seria um caminho para chegar não somente nos alunos, mas na
comunidade da escola, na família dos alunos, onde assim o tema seria reconhecido
e a sociedade aprendesse que o planeta precisa de cuidados. Pois se continuar
sendo tratada como tema transversal acabará sempre como fator secundário no
cenário educacional. O problema do meio ambiente não é de responsabilidade
somente de alguns, mas de todos. Portanto essa consciência cidadã deve ser
assumida, despertada, estimulada e vivenciada em todos os espaços possíveis de
nossa sociedade.
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APÊNDICES
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO

Este questionário tem como objetivo obter informações a respeito da intensificação


da erosão das falésias da orla da praia da vila de Jubim. Desde já agradeço a sua
atenção e colaboração na execução deste trabalho.

Nome do entrevistado:_______________________________________

Idade: ______________ sexo: masculino ( ) feminino ( )

1- A quanto tempo mora na Vila de Jubim?


__________________________________________

Pra você qual o principal motivo da intensificação da erosão que ao longo do tempo
está destruindo grande parte da Vila de Jubim?

________________________________________________
2- É utilizada alguma medida para impedir a retirada criminosa de areia e pedras?
_____________________________________________________
3- Já foram registrados muitos casos de retirada de areia e pedras próximas à praia?
Quantos aproximadamente?
_____________________________________________________
4- Você tem uma ideia de quanto é erodido por ano ou meses (aproximadamente)?
_____________________________________________________
5- Quais os prejuízos sofridos pela população em consequência da erosão?
_______________________________________________________
6- Do seu ponto de vista qual providencia deveria ou deve ser tomada para evitar ou
amenizar a erosão que vem ocorrendo na Vila de Jubim?
APÊNDICE B – IMAGENS DAS APRESENTAÇÕES DO LIVRO ECOLÓGICO
APÊNDICE C - IMAGENS DE 40 ANOS ATRÁS

Fonte: Pesquisa de Campo (2014)

40 ANOS ATRÁS

Fonte: Pesquisa de Campo (2014)

NOS DIAS ATUAIS

Fonte: Pesquisa de Campo (2014)


Fonte: Pesquisa de Campo (2014)

Fonte: Pesquisa de Campo (2014)


APÊNDICE D - RESTAURAÇÃO DA ENCOSTA COM SACAS DE CIMENTO E
AREIA

1º MOMENTO

Fonte: Pesquisa de Campo (2014)

2º MOMENTO

Fonte: Pesquisa de Campo (2014)


APÊNDICE E - RECONSTRUÇÃO DA VEGETAÇÃO DO MANGUE APÓS 40
ANOS

Fonte: Pesquisa de Campo (2014)


APÊNDICE F – RECONSTRUÇÃO DA ORLA EM 2014

Fonte: Pesquisa de Campo (2014)

Fonte: Pesquisa de Campo (2014)

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