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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO – UNEMAT

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS – ICSA


DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM GEOGRAFIA

REGIS AMANCIO FIORENTINO

ASPECTOS GERAIS PARA CONTRIBUIR COM O ESTUDO DO TURISMO NA


CAVERNA DO JABUTI EM CURVELÂNDIA – MT

CÁCERES/MT
2007
REGIS AMANCIO FIORENTINO

ASPECTOS GERAIS PARA CONTRIBUIR COM O ESTUDO DO TURISMO NA


CAVERNA DO JABUTI EM CURVELÂNDIA – MT

Monografia apresentada como requisito


parcial para a obtenção do título de
Licenciado em Geografia, pelo
Departamento de Geografia do Instituto de
Ciências Sociais e Aplicadas da
Universidade do Estado de Mato Grosso.

Orientadora: Profª Ms. Tânia Paula da


Silva.

CÁCERES/MT
2007
FOLHA DE APROVAÇÃO

REGIS AMANCIO FIORENTINO

ASPECTOS GERAIS PARA CONTRIBUIR COM O ESTUDO DO TURISMO NA


CAVERNA DO JABUTI EM CURVELÂNDIA – MT

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de


Licenciado em Geografia, pelo Departamento de Geografia do Instituto de Ciências
Sociais e Aplicadas da Universidade do Estado de Mato Grosso.
Aprovada em 18 de Julho de 2007.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________
Profª Ms. Tânia Paula da Silva (Orientadora)
Depto. de Geografia/Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)

_____________________________________________________
Profº. Raoni Anthualpa Oliveira
Depto. de Geografia/Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)

_____________________________________________________
Profº. Ms. José Araújo Soares
Depto. de Geografia/Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)
AGRADECIMENTOS

A Deus, pela grande força de vontade que me acompanha para realizar aquilo
que é importante pra mim, pela paciência, compreensão e humildade.

A minha mãe pelos ensinamentos e apoio nos momentos difíceis e pelo amor
dedicado por toda a vida.

A minha família, minhas irmãs, sobrinhas e sobrinhos que souberam me


apoiar e compreender nos instantes em que mais precisei de um ombro amigo.

A Cleidiane pelo amor que me faz ser forte e persistente em busca da minha
felicidade e por acreditar na minha capacidade.

Aos professores do Curso de Geografia da Universidade Estadual de Mato


Grosso – UNEMAT pela contribuição e engrandecimento dos meus conhecimentos e
formação científica.

A professora Tânia Paula da Silva pela orientação constante e participação


neste trabalho sem o qual não teria sido possível realiza-lo.

Ao povo brasileiro, por patrocinar o ensino público sem o qual muitos de nós
não teríamos adquirido conhecimento para chegar à universidade.
RESUMO

Este trabalho tem como objetivo diagnosticar os possíveis impactos


ambientais com a implantação da prática do turismo na Caverna do Jabuti no
Município de Curvelândia/MT. O viés metodológico contemplado foi à pesquisa de
caráter descritivo, envolvendo uma abordagem qualitativa do pesquisador com o
objeto de estudo. A pesquisa bibliográfica permitiu nos observar que o turismo na
Caverna do Jabuti pode trazer muitas benfeitorias financeiras, como a geração de
emprego para a população, lazer, possibilidade de pesquisas diversificadas, e
muitos outros benefícios a um município como Curvelândia, que é recém
emancipado, que possui um potencial turístico muito grande, uma grande
disponibilidade de mão de obra. No entanto, este turismo deve acontecer de forma
muito planejada e monitorada seguindo todas as etapas de Licenciamento da
Legislação Ambiental, como a criação da unidade de conservação, a elaboração do
Plano de Manejo, Estudos de Impactos Ambientais e outros para evitar os impactos
destrutivos ao meio ambiente natural, acarretando prejuízos irreparáveis a fauna e
flora e a própria caverna. Este estudo comprovou que a Prefeitura do Município de
Curvelândia junto do Ibama e o CECAV/MT estão fazendo um trabalho enquadrado
na Legislação Ambiental Brasileira e com certeza terá muito sucesso com a
turistificação deste grande patrimônio ecológico, a caverna do Jabuti.

Palavras-Chave: Curvelândia, Caverna do Jabuti, Turismo em Cavernas, Impactos Ambientais.


ABSTRAT

This work has as objective to diagnosis the possible ambient impacts with the
implantation of the practical one of the tourism in the Cave of the Jabuti in the City of
Curvelândia/MT. The contemplated procedure bias was to the research of descriptive
character, involving a qualitative boarding of the researcher with the study object.
Research bibliographical allowed in to observe them that the tourism in the Cave of
the Jabuti can bring many financial improvements, as generation of job for
population, leisure, possibility of research diversified, and many other benefits to city
as Curvelândia, that is just emancipated, that a very great potential possesss tourist,
a great availability of workmanship hand. However, this tourism must happen of form
very planned and monitored following all the stages of Licensing of the Ambient
Legislation, as the creation of the unit of conservation, the elaboration of the Plan of
Handling, Studies of Ambient Impacts and others to prevent the destructive impacts
to the natural environment, causing irreparable damages the fauna and flora and the
proper cave. This study it proved that the City hall of the City of Curvelândia next to
the Ibama and the CECAV/MT is making a work fit in the Brazilian Ambient
Legislation and with certainty will have much success with the turistificação of this
great ecological patrimony, the cave of the Jabuti.

Word-Key: Curvelândia, Cave of the Jabuti, Tourism in Caves, Ambient Impacts.


SUMÁRIO

Resumo...................................................................................................................... 05
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 07
2. FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA............................................................................. 09
2.1. Turismo............................................................................................................... 09
2.2. Impactos Ambientais com a prática do Turismo................................................. 12
2.3. Cavernas............................................................................................................ 15
2.4. Espeleologia ou Turismo em Cavernas.............................................................. 16
3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO: o município de Curvelândia/MT
e a Caverna do Jabuti.............................................................................................. 18
3.1. Localização do Município de Curvelândia/MT ................................................... 18
3.2. Histórico do Município........................................................................................ 19
3.3. Aspectos Geográficos......................................................................................... 22
3.4. Aspectos Socioeconômicos................................................................................ 23
3.5. Localização da Caverna do Jabuti...................................................................... 24
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................... 26
4.1. A Caverna do Jabuti........................................................................................... 26
4.2. Aspectos Gerais................................................................................................. 30
4.3. Os impactos que a Caverna do Jabuti pode sofrer com o Desenvolvimento do
Turismo em sua área................................................................................................. 33
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 37
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 39
ANEXOS.................................................................................................................... 41
7

1. INTRODUÇÃO
A caverna do Jabuti é a maior caverna do Estado de Mato Grosso e uma das
dez maiores cavernas do país, localizada no Município de Curvelândia. São mais de
4 mil metros de extensão em plano horizontal, dividida por grandes salões facilmente
acessíveis, de formação geológica muito interessante, possuindo em seu interior,
espeleotemas, como estalactites1, estalagmites2, cortinas3, represa de travertinos4,
flores de aragonita5, além da rica biodiversidade em flora e fauna em seu entorno,
localizada em uma serra ainda não desmatada totalmente, que é a Serra Padre
Inácio, assim como a caverna, que também ainda não foi explorada turistificamente,
apenas estudada pelos agentes do CECAV, IBAMA e Prefeitura Municipal, que
preocupam com a conservação ambiental do local.
Esta caverna possui grande potencial turístico, que se transformado em
produto turístico trará uma ótima rentabilidade e sustentabilidade para o município.
Contudo, sabemos que o turismo é uma atividade que provoca impactos ambientais
de grande proporção em ambientes geológicos de longa formação.
Deste modo, tendo em vista os impactos ambientais ocorridos em diversas
áreas ecológicas com a prática do turismo e considerando a importância de
preservar a Caverna do Jabuti de impactos negativos provocados por tal atividade é
que nos propomos a realizar esta monografia.
Diante disso, esta pesquisa tem por objetivo conscientizar e sensibilizar a
comunidade local sobre a importância da preservação ambiental da Caverna do
Jabuti, diagnosticando os possíveis impactos ambientais que podem ocorrer com a
implantação do turismo nesta caverna, bem como contribuir com as discussões já
desenvolvidas por parte da prefeitura, que objetiva turistificar a caverna do Jabuti,
que é o maior patrimônio espeleológico do Estado de Mato Grosso.

1
Forma colunar pendente do teto das cavernas ou subterrâneos, resultante da precipitação de
bicarbonato de cálcio, trazido em dissolução na água.
2
Forma colunar que se eleva do chão, proveniente de pingos d'água que caem do teto de uma
cavidade ou caverna carregados de bicarbonato de cálcio.
3
Quando a gota d'água emerge em uma parede ou teto inclinado, ela escorre pela superfície
deixando um fino rastro de calcita, que, com a continuidade do processo, cresce verticalmente dando
origem a uma lâmina de calcita ondulada, branca e translúcida.
4
São formas especiais de escorrimento semelhantes a pequenos diques de calcita que represam, em
patamares e escalonados, a água que escorre pelos pisos das cavernas. Em aspecto, lembram uma
"escada alagada" cujas paredes são lamelares e sinuosas com concavidade voltada para a corrente
da água.
5
São conjuntos de feixes de cristais alongados pontiagudos que divergem de um centro puntiforme
nas paredes e tetos da caverna ou de eixos de radiação quando ocorrem recobrindo estalactites.
8

A metodologia utilizada para a realização desta pesquisa foi de caráter


descritivo, envolvendo uma abordagem qualitativa e um contato direto do
pesquisador com o ambiente pesquisado. Gil (1994) afirma que a pesquisa
descritiva, tem como objetivo primordial a descrição das características de
determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas características está na
utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como a observação
direta. Para Richardson (1999, p. 52),

A pesquisa qualitativa enfoca métodos variados, envolvendo uma


interpretação e uma maneira naturalística de abordagem. Isto
significa que pesquisadores qualitativos estudam as coisas em seu
conjunto natural, num esforço de fazer sentido, ou interpretar
fenômenos, de acordo com os significados que as pessoas atribuem
a eles.

Os procedimentos metodológicos usados foram: levantamento bibliográfico


sobre turismo e impactos ambientais em cavernas; pesquisa documental na
Secretaria de Turismo em Curvelândia/MT; visitas in loco e documentação
fotográfica.
Estruturamos a pesquisa da seguinte forma:
Na introdução foi apresentada a temática abordada para identificação do
problema, os objetivos de pesquisa que conduziram o trabalho, bem como a
justificativa e delimitações do estudo.
No segundo capítulo aborda-se os conceitos e teorias que embasam o
presente trabalho por meio da fundamentação teórica. Para tanto, apresenta-se
discussões sobre turismo e impactos ambientais em cavernas.
No terceiro capítulo contemplamos informações a respeito da área de estudo,
o município de Curvelândia/MT e a Caverna Jabuti.
No quarto capítulo encontram-se os resultados e discussões, divididos em
descrição e análise dos impactos ambientais na caverna a partir da exploração do
turismo; na seqüência apresentam-se algumas idéias para a conservação deste
ambiente espeleológico, com base em educação e desenvolvimento sustentável.
No quinto capítulo apresentam-se as conclusões da pesquisa e
recomendações para futuros trabalhos científicos.
9

2. REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo aborda-se os conceitos necessários ao entendimento e
compreensão do contexto pesquisado e da problemática da pesquisa, fornecendo
um enfoque sobre temas relacionados ao turismo e aos impactos ambientais em
cavernas.

2.1 Turismo
O conceito de turismo está relacionado com viagens, porém não são todas as
viagens que são consideradas como turismo. Em termos gerais, podemos dizer que
turismo é a viagem ou excursão feita por prazer em locais que despertam interesse.
Ou melhor, turismo é uma atividade que envolve o deslocamento voluntário e
temporário de pessoas para outra região, país, continente, visando à satisfação de
necessidades outras, não vinculada a exercício de uma função remunerada,
fundamentalmente por motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde, gerando
múltiplas inter-relações de importância social, econômica e cultural.
Segundo Campos (2005), a viagem é uma das formas mais visíveis de
manifestação das atividades do turismo. O autor afirma ainda que, o turismo é muito
mais que uma viagem, é um campo de atividade profissional, exigente de pessoal
preparado para criar e gerenciar os serviços necessários a sua execução, além de
ser um importante fator de desenvolvimento econômico, em escala nacional e
internacional, estimulando a movimentação de recursos financeiros e de negócios
envolvidos nos deslocamentos das pessoas. Ou seja, efetua a soma de operações
de natureza econômica que estão diretamente relacionadas com a entrada,
permanência e deslocamento de estrangeiros para dentro e fora de um país, cidade
ou região.
A Organização Mundial do Turismo (OMT) define turismo como “o
deslocamento de pessoas para fora do local de residência por período superior a 24
horas e inferior a 60 dias motivados por razões não-econômicas”.
Andrade apud Ignarra (2002) define que, “turismo é o conjunto de serviços
que tem por objetivo o planejamento, a promoção e a execução de viagens, e os
serviços de recepção, hospedagem e atendimento aos indivíduos e aos grupos, fora
de suas residências habituais”. No entanto, Ignarra (2002) faz uma afirmação mais
esclarecida referente a este conceito:
10

Podemos definir o turismo como o deslocamento de pessoas de seu local


de residência habitual por períodos determinados e não motivados por
razões de exercício profissional constante. Uma pessoa que reside em um
município e se desloca para outro diariamente para exercer sua profissão
não estará fazendo turismo. Já um profissional que esporadicamente viaja
para participar de um congresso ou para fechar um negócio em outra
localidade que não a de sua residência estará fazendo turismo. (IGNARRA,
2002, p. 25)

Neste sentido, podemos considerar o turismo como um processo de interação


entre os povos, possibilitando o conhecimento de diferentes ambientes e culturas,
que fomenta no sentido amplo e genérico o setor da educação, além de envolver
inúmeros setores da economia, tanto de forma direta e indireta, criando a inter-
relação de componentes ambientais, culturais, econômicos e sociais.
Cabe ressaltar que, a atividade do turismo surge pela existência prévia do
fenômeno turístico, um processo que exige a interação simultânea de várias
adequações e somando-as levará ao efeito final. Deste modo, os recursos turísticos
de dimensão estética, ecológica e cultural, são fatores que satisfazem os interesses
das pessoas que praticam essa atividade, propiciando o ato de lazer,
entretenimento, diversão, pesquisas acadêmicas, estudos mais avançados, etc.
O surgimento do turismo organizado se iniciou em meados do século XX,
como conseqüência do desenvolvimento iniciado pela Revolução Industrial e da
formação da burguesia comercial, com o tempo, dinheiro e disponibilidade para
viajar. Após a Segunda Guerra Mundial cresce a procura do turismo devido a
instituição geral das férias pagas aos trabalhadores, elevação do nível de renda,
valorização da mentalidade do direito ao lazer e ao turismo e junto a consideráveis
mudanças dos hábitos de consumo das sociedades, se transformando aos poucos
em pós-industriais, crescendo então o setor de serviços, o terciário. Além dessas
conquistas, o direto ao tempo livre, foi o principal motivador do desenvolvimento da
atividade turística, ele fez com que as viagens se tornassem um objeto de consumo
do ser humano contemporâneo.
Ressaltamos que, a evolução das comunicações e das tecnologias influencia
no crescimento da demanda turística, porque faz com que os consumidores tomem
conhecimento de outras regiões, países e culturas, despertando assim o desejo de
viajar. Como exemplo podemos citar a transmissão via satélite que facilita o acesso
a informações; as TVs por assinatura e a Internet que colocam o mundo dentro da
sala dos consumidores, entre outros. Outra influência está nos agentes econômicos
do turismo, que é a facilidade de comunicação a um sistema de informações
11

turísticas que operacionalizam através das tecnologias a forma mais ágil de


comercialização dos produtos turísticos. Como podemos citar o fax e a Internet que
possibilitam o agendamento e reservas hoteleiras e outros serviços para qualquer
parte do mundo em tempo real. Com esses avanços, os locais mais exuberantes
passam a ser conhecidos pelo mundo todo. Muitas vezes, os turistas estrangeiros
conhecem a localidade visitada até mais do que os moradores locais.
Portanto, segundo Campos (2005), o surgimento do turismo não foi um fato
isolado; começa ligado ao capitalismo e ao desenvolvimento tecnológico. É o
capitalismo que determina quem viaja e a tecnologia que diz como. Ainda segundo o
referido autor, a classe alta (elite) consome turismo individual e a classe média o
turismo de massa. No entanto, a crise econômica do final da década de 1990 está
diminuindo a faixa da população que tem acesso ao turismo.
Apesar disso, na atualidade, o turismo se tornou uma das atividades de maior
crescimento econômico no planeta, apresentando taxas elevadas nas últimas
décadas. Estas taxas são confirmadas pelo Banco Mundial, o qual afirma que “o
setor da economia mundial que mais cresceu nos últimos anos foi o turismo,
movimentando a fantástica cifra de 4,4 trilhões de dólares”. As causas desse
crescimento estão relacionadas ao aumento da renda per capita da população dos
países desenvolvidos, principalmente na pós-Segunda Guerra Mundial, e ao
desenvolvimento dos transportes, principalmente o aéreo.
Em relação ao Brasil, a Empresa Brasileira de Turismo (EMBRATUR) ressalta
que, este crescimento foi de apenas 18 bilhões de dólar. A OMT afirma que a
participação do Brasil não chega a 1% do mercado, ocupando o 29º lugar no ranking
mundial. Isto significa que, apesar de seu imenso potencial turístico a atividade
turística no Brasil é pouco desenvolvida, sendo encarada como o setor econômico
menos produtivo. Isto é, a atividade turística desenvolvida no Brasil é pouco
relevante para a sua economia.
Apesar disso, o Brasil tem encarado o turismo como uma alternativa para o
desenvolvimento econômico e social apostando nos benefícios desta atividade para
a população. Pois, observamos que os municípios que possuem algum potencial
turístico, os prefeitos municipais através de seus subordinados estão procurando
formas para implantarem o turismo, criando unidades de conservação, parques
ecológicos, monumentos e muitos outros, com interesse de gerar emprego, renda,
fomentar a cultura e, principalmente, desenvolver o setor terciário, de serviços.
12

Outrossim, cabe lembrar que, há modalidade do turismo que pode gerar uma
grande margem de lucro ao município e a comunidade local, mas sem um
planejamento prévio estas atividades podem gerar diversos impactos ambientais,
principalmente em áreas naturais. Quer dizer, as áreas que são turistificadas pelo
valor histórico natural podem sofrer com a aceleração do desgaste físico do local.
Deste modo, é importante observar que, se a atividade turística for
desenvolvida por meio de um planejamento contribui e tem a finalidade de ordenar
as ações do homem sobre o conjunto patrimonial – natural e cultural, e ainda a
fixação do homem em seu local de origem, o que favorece a preservação dos
aspectos culturais e naturais das localidades receptoras de turistas.
Por fim, lembramos que dentre as atividades turísticas mais procuradas e que
vem demonstrando grande crescimento econômico no Brasil, pois é uma
interessante alternativa econômica para as regiões onde estão concentradas as
áreas naturais, muito valorizadas por possuir ricos patrimônios histórico-culturais, é o
turismo ambiental ou ecoturismo6

2.2 Impactos Ambientais com a Prática do Turismo


O turismo foi por muito tempo, uma atividade econômica considerada limpa,
não causadora de poluição, sem degradar a natureza, e ainda geradora de um
amplo leque de oportunidades. No entanto, nos nossos dias, esta se comportando
de forma assustadora, apresentando-se como um potencial agressor, causador de
impactos destrutivos ao meio ambiente natural. Neste sentido, é importante ressaltar
o que entendemos por impacto ambiental. Para tanto, utilizaremos o conceito da
Legislação Brasileira:

[...] qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e


biológicas do meio ambiente causada por qualquer forma de matéria
ou energia resultante das atividades humanas que direta ou
indiretamente, afetam: I - a saúde, a segurança e o bem estar da
população; II - as atividades sociais e econômicas; III - a biota; IV -
as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e V - a
qualidade dos recursos ambientais (CONAMA,1986).

6
Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza de forma sustentável o patrimônio
natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista,
através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas. Os
ecoturistas procuram satisfazer o desejo de estar com a natureza, explorando o potencial turístico já
pensando na conservação e preservação do ambiente, evitando impactos negativos ao meio
ambiente (FIGUEIREDO, 2000, p. 55).
13

Assim sendo, analisaremos os impactos do turismo, que segundo Ruschmann


(1997), referem-se à gama de modificações ou à seqüência de eventos provocados
pelo processo de desenvolvimento turístico nas localidades receptoras. As variáveis
que provocam os impactos têm natureza, intensidade, direções e magnitude
diversas; porém, os resultados interagem e são geralmente irreversíveis quando
ocorre no meio ambiente natural. O referido autor afirma ainda que:

Os impactos têm origem em um processo de mudança e não


constituem eventos pontuais resultantes de uma causa específica,
como, por exemplo, um equipamento turístico ou um serviço. Eles
são a conseqüência de um processo complexo de interação entre os
turistas, as comunidades e os meios receptores. Muitas vezes, tipos
similares de turismo provocam impactos diferentes, de acordo com a
natureza das sociedades nas quais ocorrem (RUSCHMANN, 1997, p.
34).

Portanto, os impactos ambientais do turismo referem-se às diversas


modificações, alterações ou à seqüência de eventos e ações provocadas pelo
progresso de desenvolvimento turístico nas localidades receptoras desta atividade,
com larga escala de iniciativa antrópica, podendo ser caracterizadas em aspectos
positivos ou negativos ao patrimônio ecológico natural.
Rodrigues (2002) afirma que, o turismo como importante fenômeno global é,
sem sombra de dúvida, um dos maiores responsáveis por grandes impactos
ambientais, particularmente nas zonas costeiras do mundo intertropical, onde
assume características massivas, depredadora do ambiente.
Neste sentido, cabe lembrar que, o rápido crescimento do turismo a partir dos
anos 1950 resultou na degradação ambiental de inúmeros recursos turísticos em
todo o mundo. Conforme Ruschmann (1997), os indicadores apontam um
crescimento contínuo da atividade, de cerca de 4% a 5% ao ano, e,
conseqüentemente, os impactos sobre o meio ambiente também se intensificam.
Esse risco, reconhecido atualmente pela maioria dos governos dos países
receptores de turistas, faz com que se tomem iniciativas que proporcionem tanto
uma evolução dos aspectos favoráveis do turismo como a proteção ambiental.
Diante das preocupações com meio ambiente, Zart (1995) faz uma
observação importante:
14

Assim como o economicismo, o ecologismo se reduz a um campo


muito limitado. Enquanto os economicistas se programam para
transformar tudo em mercadoria, em objetos de valor e troca,
voltados à competitividade do mercado os ecologistas puritanos e
exagerados atuam no sentido restrito da preservação. Tudo e todos
representam o perigo do fim da natureza, significando uma visão e
uma postura escatológica frente à capacidade de avaliação e
reencaminhamento da avaliação. (ZART, 1995, p. 48 ).

Segundo o referido autor, o discurso dos economistas é relativamente


baseado em interesses de obter o máximo de lucro sem se preocupar com as
conseqüências. Procuram aproveitar todos os recursos naturais, tendo a natureza
como um produto disponível para ser industrializado e fácil para ser produzido
quando for preciso, nem se quer pensam que esses recursos podem acabar
drasticamente. Enquanto isso, os ecologistas mais rígidos com a preservação,
exageram em seus trabalhos, confundem preservação com não utilização.
A partir da implantação da exploração turística nos patrimônios ecológicos,
estes se tornam como um produto de mercado e a falta de planejamento conduzem
ao fim da natureza. Por este motivo há necessidade de cuidados especiais para o
bom andamento da atividade turística, visto que resultados negativos são
irreversíveis e podem comprometer o meio ambiente, já que o que a demanda desta
modalidade turística busca ambientes conservados, mais próximos do natural
possível.
Aliás, para que estas áreas de visitação turísticas permaneçam conservadas,
é necessário medidas decisórias e preventivas a favor da proteção ambiental, uma
vez que os ecossistemas naturais são frágeis às intervenções humanas e ações
intensivas podem alterá-lo de forma irreversível. Assim sendo, faz-se necessário o
planejamento ambiental destes espaços, dos equipamentos e das atividades
turísticas que ali podem ser desenvolvidas, para evitar danos sobre os meios
visitados e manter a atratividade dos recursos para que as gerações futuras possam
também praticar o turismo.
Portanto, a finalidade do planejamento turístico consiste em organizar e
ordenar as ações do homem no território, ocupando-se em direcionar a construção
de equipamentos e facilidades de forma adequada, evitando dessa forma os
impactos negativos no ambiente turístico, impactos estes que os destroem ou
reduzem sua atratividade.
15

2.3 Cavernas
Segundo a União Internacional de Espeleologia, cavernas são espaços vazios
em rochas, formados naturalmente e que apresentam dimensões suficientes para
dar acesso ao homem.
As cavernas são um componente subterrâneo do relevo cárstico, paisagem
típica sobre terrenos com rochas carbonáticas. Estão intrinsecamente relacionadas
às outras feições cársticas, servindo freqüentemente como condutos para transporte
de água subterrânea captada em superfície por dolinas, vales cegos e sumidouros,
posteriormente escoando em direção à nascentes, servindo de ambiente para
deposição de diversos tipos de sedimentos.
Centenas de milhares de cavernas já foram exploradas no planeta Terra,
totalizando provavelmente mais de 10.000 km de galerias mapeadas. Este número é
ainda pequeno, restando ao certo, outras centenas de milhares a serem
descobertas. Estes números mostram que as cavernas, embora pouco conhecidas,
quando comparadas com montanhas, rios e lagos, constituem uma feição geográfica
significativa. No Brasil, cerca de 2.500 cavernas foram registradas pelo cadastro da
Sociedade Brasileira de Espeleologia uma parcela ínfima, em se tratando do nosso
potencial, seguramente da ordem de dezenas ou mesmo centenas de milhares de
cavernas.
Nas cavernas ou nas cavidades naturais subterrâneas, importantes
informações estão sendo guardadas e conservadas há milhões de anos. Uma vez
estudadas, podem auxiliar a humanidade a compreender um pouco mais sobre a
história da Terra. Isto é possível naquele ambiente porque a temperatura e a
umidade mantêm-se praticamente constantes durante longos períodos. Na ausência
da luz solar e de chuvas, o ambiente cavernícola estabelece condições
extremamente favoráveis à manutenção de registros de informações do ambiente
externo. Os depósitos de origem química, conhecidos como espeleotemas - tais
como estalactites, estalagmites, cortinas, travertinos etc - apresentam uma
extraordinária beleza cênica e transformam o interior das cavernas em locais que
despertam grande interesse, fascínio e admiração nas pessoas. Estes ainda
possibilitam, mediante estudos científicos, identificar variações paleoclimáticas e
estabelecer datações, sendo ainda fundamentais para estudos mineralógicos, físicos
e químicos.
16

Neste sentido, cabe analisar os impactos que a atividade turística pode


causar em ambientes naturais, como as cavernas.

2.4 Espeleoturismo ou Turismo em Cavernas


Espeleologia é a ciência que tem a finalidade de localizar, explorar, observar
e interpretar as cavernas, bem como analisar seu processo de formação, seu
ambiente e o meio onde está inserida, que servirá para análise de ordem técnico-
científica, atividades de cunho espeleológico, étnico-cultural, turística, recreativa e
educativa.
A palavra é originária do grego "spelaion" (cavernas) e "logos" (estudo), a
espeleologia objetiva o uso sustentável do ambiente cavernícola por intermédio de
mecanismos que efetivamente contribuam para a sua conservação. As cavernas são
formadas ao longo de milhares de anos através de ações corrosivas no interior dos
espaços rochosos.
Os meios subterrâneos e as cavernas, em particular, são ambientes muito
frágeis, mas que favorecem a vida de muitos animais endêmicos (nativos de
determinado ambiente) e extremamente especializados que não se adaptam a viver
em outros ambientes, razão pela qual o fluxo energético e ecológico destes
ambientes é muito peculiar (próprio) para estes animais.
Pesquisas científicas freqüentemente nos mostram que este ambiente
conserva como poucos os esqueletos de animais extintos e polens de antigos
vegetais, dando origem ao desenvolvimento da ciência paleontológica - ciência que
estuda animais e vegetais fósseis - além de possibilitar a identificação dos homens
pré-históricos que um dia habitaram suas entradas e deixaram importantes
testemunhos de seus usos e costumes dentro das cavernas.
Com a evolução dos estudos do modo de vida do homem pré-histórico e de
suas relações com o meio circundante, desenvolveu-se a Arqueologia - ciência que
estuda a vida e a cultura dos povos antigos por meio de escavações ou de
documentos, monumentos, objetos etc, ali encontrados. As cavernas constituem-se,
neste sentido, em importantes sítios arqueológicos onde estão preservados artefatos
ósseos e líticos, material cerâmico, pinturas rupestres e diversos vestígios da
ocupação humana no passado, como nível de fogueira, restos de alimentação,
utensílios etc.
17

A prática do espeleoturismo, turismo de caverna, exige cuidados específicos


em função da manutenção das inúmeras ornamentações que são os espeleotemas
existentes no interior das cavernas. Nestas nada pode ser adulterado, quebrado,
pintado ou arranhado, deve-se ter todo cuidado ao se deslocar nas galerias e salões
ricamente ornamentados. Os espeleoturistas estão sempre atentos ao lema
internacional da espeleologia que diz: “De uma caverna nada se tira além de
fotografias, nada se mata além do tempo e nada se deixa além das pegadas”. No
entanto, já houve autores que afirmaram que é bom evitar o uso excessivo de
câmeras fotográficas por causa da ação do flash que podem danificar alguns
detalhes dos espeleotemas muito sensíveis a feixes luminosos com muita
intensidade.
Nossa sociedade precisar refletir sobre a importância de preservar as
cavidades naturais subterrâneas. É necessário considerá-las muito mais que simples
condutos existentes dentro da rocha, que há todo um ecossistema, frágil e delicado,
que se inter-relaciona em total dependência com o meio externo, merecendo, por
sua alta capacidade de concentração de diferentes recursos naturais e seu alto
potencial no que se refere ao desenvolvimento científico do homem, especial
atenção e proteção.
A prática do turismo em cavernas exige uma preparação no ambiente,
tornando necessário à realização de alterações e mudanças nas características
dessas áreas para satisfazer as necessidades dos turistas. É um tipo de turismo que
só funciona com a soma de serviços e relações, pois a base de funcionamento desta
atividade está diretamente ligada à infra-estrutura básica, aos equipamentos e
serviços turísticos, para que facilite a estadia dos visitantes no local. Por isso, é
importante estarmos atentos para as mudanças na preparação do ambiente, para
não resultar em sérios problemas ecológicos, mas que seja benéficos
economicamente e ecologicamente.
18

3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO: o município de Curvelândia/MT e


a Caverna do Jabuti

3.1 Localização do Município de Curvelândia/MT


Segundo Ferreira (2001), o município de Curvelândia esta geograficamente
localizado aos 15º 37’ 00’’ de latitude Sul, e 57º 55’ 07’’ longitude Oeste Gr, com
altitude média de 120 m acima do nível do mar, ocupando uma área de 748,36 Km²
da mesorregião Centro Sul Mato-grossense, na Microrregião Alto Pantanal no estado
de Mato Grosso.
O município de Curvelândia é um dos mais novo município do Estado,
desmembrado dos municípios de Lambari D’ Oeste, Mirassol D’ Oeste e Cáceres.
Sendo então os seus limites ao Norte e Leste, o município de Lambari D’ Oeste; ao
Oeste e Noroeste, Mirassol D ’ Oeste e Cáceres ao Sul. O município é distante de
sua capital 311 Km, que é Cuiabá. O perímetro urbano está disposto no Km 30 da
Rodovia MT 170 (margens esquerda e direita) e Km 0 (sentido à Mirassol D’ Oeste)
da Rodovia MT-250 (ambas totalmente pavimentadas).

CURVELÂNDIA

Figura 01: Mapa de Localização do Município de Curvelândia/MT


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Curvel%C3%A2ndia, 2007.
19

3.2 Histórico do Município


A história de ocupação da área do município de Curvelândia se iniciou a mais
de dois séculos, quando começou a formação de Cáceres no qual pertencia até
1998. Foi a partir do século XVIII, quando os primeiros desbravadores sertanistas
passaram por estas planícies ainda não habitadas por homens não-índios, mas se
presume que alguns caboclos7 desceram pelo Rio Paraguai vindo dos garimpos
diamantíferos de Alto Paraguai, Diamantino, Arenápolis e Barra do Bugres e quando
encontraram a Foz do Rio Cabaçal, subiram-no na esperança de encontrarem
metais preciosos, porém não encontraram. Foram por certo os primeiros sertanistas
a pisarem o solo fértil destas terras, coberta com a exuberante floresta amazônica,
intercalada por cerradão e uma diversificada fauna. Ou ainda aventureiros oriundos
de Corumbá que admirariam as águas do afluente Cabaçal, e espectavam os
encantos da natureza e o esplendor dos animais que habitavam nesta região,
navegando por semanas e alojavam a beira do rio Cabaçal por volta de 1900.
Alguns anos depois os Cacerenses, perceberam a comercializável Poaia8 que
colhidas pelos desbravadores acampados nas margens do Rio Cabaçal, negociavam
a matéria prima com produtos alimentícios, roupas e calçados, e transportavam em
enormes Batelões9, pois não havia estradas, e assim demoravam até oito dias para
voltar, dependendo da altura do rio e da força da natureza.
A ocupação das terras iniciou-se efetivamente na década de 70, quando o
Governo do Estado de Mato Grosso concedeu alguns títulos na faixa de fronteira
Brasil/Bolívia em terras da União, para alguns fazendeiros imigrantes do Estado de
São Paulo, no entanto essas terras foram abandonadas, e invadidas por outros
imigrantes vindo de diversos estados, como Ceará, São Paulo, Pernambuco,
Nordeste, Mato Grosso do Sul. O povoado foi formado com a vida da família
Castrilon, que se instalou nas terras do Fazendeiro Ramiro Ali Murad, que
enfrentaram muitas dificuldades em razão a falta de acesso de água e as cidades
por falta de estradas. Vieram mais tarde, imigrantes de diversas regiões do Brasil,
com incentivos dos que já moravam no povoado e que acreditavam no progresso da
comunidade, que na época era Lagoa dos Patos, e após acidente de vários bois na

7
Nativos do Estado de Mato Grosso.
8
Planta Medicinal que se utiliza a raiz como matéria-prima.
9
Canoa feita com um só tronco de árvores, movimentados por remos e zinga (vara comprida e
resistente, utilizadas para empurrar a embarcação em lugares de muita corredeira)
20

curva da estrada, ficou conhecido como Curva do Boi, e denominado Curvelândia


quando passou pelo processo de emancipação.
O município de Curvelândia foi ocupado por pessoas desbravadoras da
agricultura e da pecuária, com intenção de possuir grandes terrenos e ter o seu
próprio negócio, até porque as terras tinham preços relativamente baixos, o que
possibilitava o plantio de grandes extensões de algodão, arroz, milho (que na época
não era atingida pelas grandes pragas existentes na agricultura hoje), e ainda a
criação da pecuária, que se iniciou desde as primeiras ocupações e foi cada vez
mais se expandindo a prática desta atividade, sendo hoje a base econômica do
município.
Além do interesse de desenvolver a agricultura e a pecuária, os imigrantes
para Curvelândia também contaram com incentivos de alguns programas
colonizadores do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Com isso, aumentou a população, e começaram os interesses pela emancipação do
município, na tentativa de ter mais apoio do governo estadual, pois o distrito estava
abandonado pelo município de Cáceres, do qual foi desmembrado. Lideres e
comunidades em geral resolveram pleitear a emancipação econômica e
administrativa de Curvelândia, e ainda um projeto de autoria do Deputado Estadual
Amador Tut (1994-1998 e 1998-2002) que tinha como objetivo principal a
emancipação deste distrito, que apesar de possuir pequena extensão, possuía e
possui uma imensa diversidade ecológica e grande potencial turístico.
Foram dezenas e dezenas de viagens à Cuiabá, capital do Estado de Mato
Grosso tentando sensibilizar as autoridades e políticos a autorizarem o plebiscito
para consultar os habitantes da concordância ou não do Distrito se tornar Município.
Autorizado a realizar o plebiscito verificou-se que a grande maioria da população
desejava a emancipação, e assim foi emancipada.
No dia 28 de janeiro de 1998 a LEI nº 6.981 cria o município de Curvelândia,
desmembrado dos Municípios de Cáceres, Mirassol D ’ Oeste e Lambari D ’ Oeste,
publicada no mesmo dia pelo Diário Oficial do Estado de Mato Grosso. A Assembléia
Legislativa do Estado de Mato Grosso, tendo em vista que o artigo 42 da
Constituição Estadual aprova e o governador do Estado Sanciona a LEI que cria o
município de Curvelândia, com sede na localidade de mesmo nome.
Desde o 1º de janeiro de 2001 o município de Curvelândia tem sua própria
constituição, tendo por conta a instalação dos poderes executivo e legislativo,
21

legitimados pelo pleito eleitoral de 2000, seu prefeito e vereadores legalmente


constituídos e empossados.
Curvelândia, um município recém criado, mas é provido de grande
diversidade cultural e considerável potencial turístico, que ainda não passaram pelo
processo de turistificação, uma das grandes potencialidades são as cavernas, além
da biodiversidade de flora e fauna existente no entorno das mesmas.
O mesmo acontece com a mão-de-obra, o município possui grande
disponibilidade de mão-de-obra, mas por outro lado, possui um número preocupante
de pessoas ociosas por falta de emprego. A base econômica é a atividade
agropecuária, no âmbito do corte e leiteira, sendo a última praticada principalmente
pelos pequenos produtores, que por sua vez são pagos por preços
desestimuladores, não valendo nem o custo de produção do produtor.
A ociosidade das pessoas ativas para o mercado de trabalho aumentou muito
após alguns anos da fundação do município. Sendo necessário à deslocação diária
dos desempregados para os municípios vizinhos, como Lambari D ’ Oeste e Mirassol
D ’ Oeste em busca de empregos para sustentar as suas famílias financeiramente,
estando ausentes de suas residências no período diurno, pois saem de manhã e
retornam no período da tarde. As opções praticadas pela maioria dessas pessoas, é
o corte de cana-de-açúcar paras as usinas instaladas nesta região, lidando
diretamente com a matéria-prima. As duas usinas empregam cerca de 5 mil
trabalhadores da região, que tem sido um auxílio a este problema que atinge todo o
país, o desemprego. O desemprego tem provocado um aumento na migração para
outras localidades do norte do estado de Mato Grosso e ainda outros estados, uma
grande preocupação dos desbravadores deste município.
A região é subdesenvolvida economicamente, mas acredita que a atividade
do turismo pode oferecer meios de manter um nível de atividade econômica
suficiente para evitar uma série de motivos do grande aumento migratório das
pessoas para regiões mais desenvolvidas do país. Um importante fator nesta luta é a
participação da comunidade local, que garante a sustentabilidade do processo.
Para Becker (1997, p. 38), “a participação social no processo de tomada de
decisões constitui pré-requisito a sustentabilidade e legitimidade de todo e qualquer
projeto planejado e implementado sob a denominação conceitual de sustentável”.
O desemprego tem sido e é atualmente uma grande preocupação não só da
população curvelândense, mas também da organização política administrativa do
22

município. Estes vêm buscando alternativas para sanar pelo menos parte desta
problemática, ou seja, estão procurando outras fontes de renda. Neste sentido, os
governantes e a população curvelândense têm apostado nos indicadores turísticos
do local, pois a intenção é de construir parques e urbanizar um dos pontos turísticos
do município, a Caverna do Jabuti, com objetivo de abrir novas perspectivas sociais
que poderão resultar em desenvolvimento econômico, social e cultural para a
comunidade do município.
Portanto, consideramos que o turismo se iniciou nesta região desde quando
os homens vieram com os seus batelões movimentados a zinga, em busca da poaia.
Isto já era uma forma indireta de turismo. Quando o grupo Chalana e outros grupos
de apresentações iniciaram suas primeiras apresentações, já praticavam o turismo
cultural; com a realização dos Festivais de Artes e Cultura anuais denominada
Art&Curv, a tradicional Festa do Queijo e o Festival de Pesca que também acontece
todos os anos, ampliou-se ainda mais o turismo cultural. Hoje o município está entre
os melhores lugares com mais diversidade de opções turísticas da região, tanto na
modalidade de turismo de cavernas, quanto de turismo cultural, o que poderá
garantir a economia local, além de receber mais de 25 mil pessoas durante cada
evento anteriormente citados.

3.3 Aspectos Geográficos Gerais


O clima predominante em Curvelândia é o tropical quente e sub-úmido, com
quatro meses de seca, de junho a setembro. Chovem mais em dezembro a
fevereiro, com precipitação anual de 1.500 mm. A temperatura média anual é de 24º
C, com maior 42º C, menor 0º C. (FERREIRA, 2001)
A hidrografia do município faz parte da grande bacia hidrográfica do Prata,
que tem como contribuintes as bacias dos Rios Jauru e Cabaçal, e vários Córregos
menores como Veredinha, Panorama, Lagoão, contando também com a existência
de inúmeros lagos naturais acumulados pelas águas pluviais. O principal Rio é o
Cabaçal, afluente do Rio Paraguai. (FERREIRA, 2001)
A cobertura vegetal apresenta principalmente a arbórea densa região de
savana (cerrado) floresta estacional, savana semidecidual submontanhosa que
constitui um dos sub-conjuntos da floresta ombrófila densa.
Segundo dados da Prefeitura Municipal de Curvelândia, a malha rodoviária
cobre o município com 180 km de estradas vicinais entre 10 comunidades vizinhas
23

pertencentes ao perímetro municipal. Duas rodovias intermunicipais que cortam a


área urbana, a MT 250 com 5,6 km e a MT 36,1 km de extensão ambas
pavimentadas.
Ferreira (2001), afirma que a região onde está localizado o município de
Curvelândia é formado geologicamente nas coberturas dobradas do Proterozóico,
com granitóides associados, fazendo parte do Grupo Aguapeí e/ou complexos
metamórficos arqueanos ou pré-cambrianos indiferenciado. De acordo com o
mesmo autor, o solo é classificado como Glei pouco Húmido (Tb distrófico A
moderado de textura média e relevo plano) e Cambissolo (Tb álico A moderado de
textura média e relevo suave e ondulado).

3.4 Aspectos Socioeconômicos


O município tem como base econômica a agropecuária com larga margem a
pecuária de corte e leiteira. O rebanho é constituído por animais de baixa e média
mestiçagem zebuína (nelore e gir) e girolando (gir holandês); a produção de leite
obtida é expressiva em termos de mini e pequeno produtor. Nas grandes fazendas
são utilizados rebanhos para cria, recria e engorda predominando a raça nelore de
média e alta mestiçagem.
Intenso número de chacareiros e pequenos sitiantes trabalha na produção de
produtos hortifrutigranjeiros que são comercializados em grande escala no município
de Cáceres. Aos domingos os hortifrutigranjeiros utilizam a feira-livre de Cáceres e
Curvelândia para a comercialização de seus produtos.
As micro e pequenas indústrias contribuem para o município com a geração
de emprego e também a arrecadação tributária. Elas estão distribuídas em: olarias,
serrarias, máquinas de beneficiamento de arroz, indústria de móveis, indústria de
carrocerias, e laticínio.
Nos dias atuais, no setor urbano o município não absorve toda oferta da mão-
de-obra disponível, deste modo grande parte da população se desloca para os
municípios vizinhos, como Mirassol D’Oeste (SOROTECA) e Lambari D’Oeste
(COOPERB), passando o dia inteiro ausentes de suas casas. No período da
entressafra, gera grande ociosidade, principalmente para quem trabalha no corte de
cana-de-açúcar.
O poder público municipal busca alternativas para minimizar este quadro.
Recentemente foram descobertas várias cavernas na área do município, chegando a
24

um número de vinte três cavernas, dentre elas a que mais se destaca é a Caverna
do Jabuti, que já foi mapeada pelo IBAMA e a FEMA Estadual, passando por
pesquisas destes órgãos, que irão determinar sua viabilidade turística, que, se
comprovada, levará a realização de projetos onde se buscará a inserção da
população local, o que poderá proporcionar melhoria no padrão de vida da
população residente.
Recentemente, foi inserido no município, o cultivo da soja, numa pequena
escala, em caráter experimental, com resultado ainda indefinido, também o plantio
de cana-de-açúcar em algumas fazendas próximas a sede do município.
Curvelândia, apesar de ser emancipado há pouco tempo, tem a sua história
de fundação ligada ao povoamento do Estado Mato Grosso, com a vinda de pessoas
para região, atuar como desbravadores e alguns comerciantes que iniciavam suas
atividades na região, e também pessoas interessadas em desenvolver a agricultura
e pecuária de grande extensão, vindos do sul do país. Essa população chegou a
4.560 habitantes em 2000 (IBGE, 2000) e em 2007, conforme contagem pela
Prefeitura Municipal a população aproxima de 8.000 habitantes na zona rural e
urbana.

3.5 Localização da Caverna do Jabuti


De acordo com Bezerra (2007), a Caverna do Jabuti está localizada ao oeste
do município de Curvelândia, á 10 km do perímetro urbano, na serra Padre Inácio,
nas coordenadas 15º 33’ 56” de latitude sul e 57º 59’ 17” de longitude oeste.
O acesso a Caverna se dá pela estrada que liga Curvelândia ao
Assentamento Roseli Nunes, através de uma estrada vicinal que dá acesso a uma
trilha de 400 metros até a boca da caverna. O acesso à estrada que liga o
Assentamento Roseli Nunes a Curvelândia é através da MT – 174
(Curvelândia/Mirassol D’ Oeste) deixando aos km 2, entrando pela estrada do
cemitério, dirigindo-se a esquerda na estrada do Jabuti, e entrando na próxima
entrada ao lado direita, que é a estrada Curvelândia/Roseli Nunes. E também pode
ser encontrada pela estrada da Casemat/Córrego Grande, deixando-a ao km 3,
seguindo a estrada do Jabuti até a estrada para o Assentamento Roseli Nunes.
As estradas são facilmente acessíveis, apesar de não serem pavimentadas,
apenas a trilha é um pouco fechada pela vegetação, mas o trecho turístico da
caverna é de fácil acesso, e possui boa infra-estrutura para visitação.
25

57º 55’

15º 37’

0 1 2 3
LEGENDA: KM

– Coordenadas: 15º 37’ 00’’ lat. S; ESCALA


57º 55’ 07’’ long. W Gr

– Estradas de Acesso à Caverna

– Córrego

– Vegetação

– Pastagem (predominante) Caverna do Jabuti

– Encostas

– Lagoa

Figura 02: Foto de satélite evidenciando o local da Caverna do Jabuti


FONTE: Google Earth Inc. 2006 adaptado
26
20

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 A Caverna do Jabuti


Segundo o IBAMA-CECAV-MT, (Centro Nacional de Estudo, Proteção e
Manejo de Cavernas) a caverna do Jabuti possui 3.860,51 metros de galerias já
mapeadas em plano horizontal, sendo considerada a mais extensa caverna do
estado de Mato Grosso.
No relatório da PROECOTUR (Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo
na Amazônia Legal – Plano de Desenvolvimento do Ecoturismo para a Região do
Guaporé Mato-grossense) o IBAMA afirmou que esta é uma das dez maiores
caverna do país, classificada como um dos principais e relevantes atrativos do Pólo
Guaporé (grupo composto de 20 municípios mato-grossenses situados nas rodovias
MT 170, 174 e 175).
A caverna do Jabuti possui grande diversidade de formações em seu interior
rico em calcário, tais como: estalactites, estalagmites e as raras flores de aragonita e
a represa de travertinos. Diante de uma diversidade de rochas no interior da
caverna, é possível observar tetos e paredes rochosos de diversas cores, variando
desde o mais puro branco calcário até o marrom ferruginoso.
A Caverna do Jabuti é famosa pela impressionante beleza de suas formações
e pela grande dimensão de seus salões internos. Os espaços do interior, são de
enorme multiplicidade, passando de pequenas fendas nas rochas onde só é possível
passar uma pessoa agachada de cada vez e conduzindo a enormes salões de
pedra, como o primeiro salão que mede 70 metros de comprimento.
Algumas formações rochosas dentro da caverna já receberam nomes como o
morro do Pão de Açúcar, estalagmite de 3 metros de altura por 1,50 de diâmetro.
Outras formações já identificadas, tais como “o abismo”, um vão de grande
profundidade ainda não explorado; e o “salão da cocada”, assim denominado pela
quantidade de flores de aragonita e pequenas estalactites presentes no salão.
Na caverna há pouca água, principalmente na seca, mas na época da cheia o
fluxo aumenta, gerando pequenos córregos nas laterais das formações no interior e
dando mais brilho às paredes e ao teto.
Do lado de fora, a trilha até a caverna impressiona pela mata Amazônica
ainda preservada, e pelas inúmeras variedades de animais, e espécies de
vegetação quase não encontradas em outros locais.
27

A Caverna do Jabuti tem grande valor espeleológico e tem despertado


interesse cientifico de pesquisadores das mais conceituadas universidades do país.
Já estiveram realizando pesquisa cientifica na referida caverna integrantes do Grupo
Bambui de Espeleologia de maneira especial o professor Dr. Augusto Auler (UFMG),
renomado espeleólogo de conceito internacional, responsável pelo mapeamento da
maior caverna do Hemisfério Sul a “Toca da Boa Vista” (com 104 Km de extensão),
as Grutas de Iraquara e outras cavernas conhecidas internacionalmente. O grupo
de estudos tem intuito de gerenciar e estimular a conservação dos recursos naturais,
incentivando as atividades econômicas ambientalmente compatíveis com seu
potencial ecoturistico e a preservação do patrimônio espeleológico.
Além dos estudos realizados por pesquisadores das universidades, a
Prefeitura Municipal de Curvelândia tem investido através Projeto “Caverna do
Jabuti”. O objetivo é criar a unidade de conservação e uso público da mesma, por
meio do Programa “Parques do Brasil”, ampliando a área sob proteção, e ao mesmo
tempo inserindo nestas áreas protegidas, processos de desenvolvimento regional,
garantindo a proteção da biodiversidade, a geração de emprego e renda através de
práticas econômicas sustentáveis e a melhoria da qualidade de vida da população.
A população Curvelândense junto a Prefeitura Municipal tem observado o
potencial turístico do município e estão se mobilizando no sentido de tomarem
iniciativas a respeito da prática do turismo local sustentável, percebendo que
poderiam aproveitar não só das cavernas existentes no perímetro do município, mas
também das lagoas e da própria paisagem natural da região como uma fonte de
turismo que geraria renda e lazer a comunidade em geral.
Recentemente a Prefeitura Municipal de Curvelândia assinou Termo de
Cooperação Técnica com o IBAMA-MT, com finalidade de estabelecer uma
colaboração ampla, no sentido de intercambiar informações, documentos e base de
dados integrados a sistemas de interesse comum.
Desde 2002, quando ocorreu a descoberta oficial da Caverna do Jabuti, o
IBAMA tem sido parceiro da Prefeitura de Curvelândia, o Termo de Cooperação é
um esforço do IBAMA-MT para o fortalecimento do SISNAMA (Sistema Nacional do
Meio Ambiente). As ações intensificaram em 2004 com o mapeamento da cavidade
subterrânea, na comprovação de que a Caverna do Jabuti era a maior caverna do
estado de Mato Grosso. Criou-se então o GT de educação ambiental (grupo de
28

trabalho), realizaram-se inventários de fauna da Caverna do Jabuti e prospecção na


Serra do Padre Inácio com a descoberta de mais 22 cavernas e o abrigo do jabuti.
A Prefeitura através da Secretaria de Turismo criou o Conselho Municipal de
Turismo e Meio Ambiente compostos de membros munícipes representantes das
entidades sociais e privadas e órgãos de governo que se reúnem todas as semanas
para tratarem de assuntos referentes ao desenvolvimento turístico local, sobre a
unidade de conservação ambiental, a implantação do turismo na Caverna do Jabuti
e a preservação da mesma.
Foi instituída através de Lei Municipal a Conferência do Meio Ambiente do
município de Curvelândia, realizada em julho deste ano, e que será realizada
obrigatoriamente a cada dois anos, para avaliar em todos os seus aspectos, a
situação ambiental do Município e propor diretrizes da política ambiental e sugestões
de sua implementação. A Conferência Municipal do Meio Ambiente de Curvelândia
foi convocada pelo Prefeito Municipal em cooperação com o Conselho Municipal de
Meio Ambiente e Turismo – COMTUR, onde definiram estratégias para garantir
ampla participação da comunidade. Na conferência foram diagnosticadas e
mapeadas as situações sócio-ambientais: indicadores, atores sociais, percepções e
prioridades, promovendo um processo de mobilização e educação ambiental.
A Secretaria Municipal de Turismo e Meio Ambiente, juntamente com o
CECAV elaborou a proposta de criação da Unidade de Conservação Caverna do
Jabuti, definindo um polígono que representa a área de estudo, e também a área da
unidade de conservação medindo 249,35 ha das terras pertencentes à Fazenda
Stander de propriedade do Sr. Siderley Corso, o qual deixou esta área como reserva
legal em sua fazenda como decisão própria e também em atendimento ao INCRA
que solicita aos grandes proprietários a deixar uma área de reserva.
Atualmente, o Conselho Municipal de Turismo e Meio Ambiente e, a
Secretaria de Turismo de Curvelândia já solicitou a autorização ao proprietário, para
construção do parque em torno da caverna e já está confirmado pelo proprietário a
autorização para a execução. Dentre os interesses da Prefeitura Municipal, na
construção do parque, é promover lazer a população, gerar oportunidades de
emprego, incentivar instalação de meios receptores do turismo (hotéis, empresa de
transportes, restaurantes, etc.), meios para arrecadação monetária com as visitas.
Além disso, a prefeitura quer assegurar o ICMS Ecológico para os próximos anos,
29

para preservação da área, e a realizar a construção do monumento natural (termo


mais adequado para a realidade da caverna mencionada).
Segundo a Secretaria de Turismo essas ações serão realizadas através de
projetos, como o Projeto de viabilidade turística da Caverna do Jabuti que será
executado pela Prefeitura do Município de Curvelândia (através de empresa de
consultoria ambiental), após a conclusão do plano de manejo da Caverna do Jabuti,
onde a mesma será aberta para visitação turística ordenada. Os estudos indicarão a
capacidade de carga da caverna (visitantes/dia), os turistas irão pagar uma taxa de
visitação (voucher) para custear o funcionamento, manutenção e investimentos em
infra-estrutura, educação ambiental, implementação de outros produtos turísticos
(arborismo, rapel no entorno da caverna, tirolesa, passarela para safári fotográfico),
no entanto todas as ações da prefeitura serão sujeitas a aprovação do Conselho
Municipal de Turismo e Meio Ambiente de Curvelândia.
A Secretaria de Meio Ambiente e Turismo de Curvelândia afirma que com a
abertura da Caverna do Jabuti para visitação publica um leque de serviços a serem
oferecidos aos turistas proporcionará geração de emprego e renda, além do
escoamento das produções artesanais, setor econômico que o município demonstra
ter vocação, talento e qualidade, visto que muitos cursos de artesanato e artefatos
afins foram realizados no município, contudo a comercialização é realizada em
pequena escala.
Avaliando o grande potencial ecoturistico da Caverna do Jabuti, é necessário
a legalização através de Licença Ambiental para visitação pública da Caverna do
Jabuti, esta licença é concedida após estudo de plano de manejo, partindo deste
principio podemos reconhecer a importância da Caverna do Jabuti para o
desenvolvimento econômico, ambiental e sustentável do município, até porque o
turismo impacta 52 setores de serviços da economia, gerando renda e dignidade a
população curvelandense.
A Coodenadoria de Meio Ambiente e Turismo tem feito contatos com
empresários no ramo de hotelaria, gastronomia e outros, a prefeitura pretende
buscar recursos através de linhas de crédito e assinatura de convênios com
PROECOTUR, EMBRATUR, FNMA e outros órgãos procedentes, investindo em
infra-estrutura turística em parceria com órgãos públicos e com a iniciativa privada.
30

4.2 Aspectos Gerais


A Caverna do Jabuti situa-se na Serra Padre Inácio, na sub-unidade
denominada Depressão do Alto Paraguai, com 120 a 300 m de altitude, na parte do
interflúvio entre os rios Jauru, Cabaçal e o Rio Bugres que percorre ao oeste e
noroeste da sua borda, sendo este o maior canal de drenagem próximo da colina, e
que promove a decomposição da estrutura do relevo, por estar em sentido paralelo.
A área da caverna tem predominância de rochas calcárias da Formação
Araras pertencente ao Grupo Alto Paraguai, litologicamente constituída por rochas
carbonáticas e rochas areníticas da Formação Raizama, bem como a estratigrafia
são basicamente de rochas calcárias e areníticas das mesmas formações.
(RADAMBRASIL, 1982).
Na região da referida caverna apresenta-se afloramento de rochas
carbonáticas da Formação Araras e areníticas da Formação Raizama, e na base da
encosta da colina há pequenos afloramentos de rochas calcárias com pequenos
fragmentos de rochas presentes na transição da Formação Araras com a Formação
Raizama, tais como chert (composta principalmente de sílica, de brilho encerado) e
calcedônia (criptocristalinas do mineral quartzo, tendo um brilho graxo).
(RADAMBRASIL, 1982)
A caverna possui duas entradas, uma principal e outra constituída por uma
clarabóia no interior da caverna, que possibilita a entrada e saída da caverna. Logo
na entrada da caverna há estrato rochoso na parte superior que possivelmente é
constituída de Calcarenito da transição de duas Formações: Araras para Raizama.
Sendo a entrada uma abertura bem acessível, com um pequeno declive em direção
ao interior, mas aplainando rapidamente. A entrada principal dá acesso a inúmeros
condutos da caverna desenvolvidos de forma labiríntica, divida em vários salões ao
longo de sua extensão, interligados por aberturas estreitas ou menos estreitas, no
entanto, todos interligados entre si, por meio de cavidades estreitas. (FONSECA,
2005)
A parte inferior da caverna é caracterizada por calcários pelíticos, calcíticos e
por dolomitos no topo. Apresenta-se também seixos e grânulos de quartzo,
feldspatos, ganisses, calcários, arenitos, imersos de forma desordenada em matriz
sílico-argilosa, calcífera e de cor marrom-arroxeada. A caverna é basicamente
constituída de estratos rochosos sobrepostos de rochas calcárias da Formação
Araras, essencialmente de rochas carbonáticas podendo ser encontradas rochas
31

areníticas da Formação Raizama, em sua base frequentemente intercaladas por


camadas de chert, arenitos grosseiros e conglomerados com clastos de chert,
dolomito e seixos de quartzo, estromatólitos e fragmentos de calcedônia.
(FONSECA, 2005)
A caverna do Jabuti possui inúmeras estalactites, estalagmites com
ocorrências de escorrimentos calcíticos, cortinas, represas de travertinos, flores de
calcita e aragonita, canudos de refresco, couve-flor e outros tipos ainda não
identificados formando espeleotemas variados e de gêneses diversificados.
(FONSECA, 2005)
Ao sopé da encosta da colina onde está a Caverna do Jabuti, há pequenos
afloramentos de rochas calcárias com pequenos e médios fragmentos, além de
outros materiais, provavelmente chert e calcedônia (rochas presentes na faixa de
transição entre Formação Araras e Formação Raizama).
A boca da caverna tem pouca aparência, próximo à entrada há vários
arbustos, coqueiros, cipós e uma árvore ao lado. Na boca da caverna há grandes
camadas rochosas de arenito de sentido horizontais sobrepostas uma sobre a outra,
dando a impressão de serem separados, cobrindo a caverna como podemos
observar na figura abaixo. Acima destas camadas rochosas, ou seja, em cima da
caverna, verifica-se que há uma vegetação típica de cerrado, com subsolo bem
acumulado de húmus e folhagem das vegetações que lá se encontram.

Figura 03. Evidenciado a boca da Caverna do Jabuti, com


1,60 m de altura. Fonte: FONSECA (2004)
32
24

A Serra Padre Inácio proporciona a cobertura da cavidade, por isso caverna


não apresenta declividade muito acentuada no interior, sendo sobrepostos por
rochas de grande resistência. O piso da caverna é parcialmente plano.
A boca da caverna encontra-se bastante soterrada, pelo solo da área externa
frontal que foram escoadas pelas às águas da chuva, por apresentar uma
declividade um pouco acentuada, mas nivelando rapidamente. A figura 04 evidencia
a vista de dentro para fora da boca da caverna. Como podemos observar, existem
diversos blocos de rochas areníticas sendo rolado para dentro da caverna.

Figura 04: Vista de dentro para fora da boca da


Caverna.

Ao adentrar na caverna encontra-se um enorme salão com 70 metros de


comprimento; este salão dá acesso aos demais salões, formando em conjunto um
verdadeiro labirinto. Todo interior da caverna é basicamente em plano horizontal, no
piso existe alguns buracos devido o gotejamento de água existente em seu interior.
Em muitos lugares no interior da caverna, o piso possui certa umidade, mas a maior
parte do piso é totalmente seco.
Em visitas in loco foi possível observar que próximo ao local onde se situa a
Caverna do Jabuti existem várias montanhas, sendo que no local da boca da
caverna há uma prancha rochosa muito grande que continua sob a caverna por
longa extensão, o que serve de testemunho de grandes sedimentações e
remanejamentos do subsolo nesta área.
Acreditamos que, a caverna do Jabuti precisa ser inventariada, antes que os
impactos ambientais coloquem em risco o desaparecimento de espécies animais
ainda não catalogadas pelos cientistas, e que podem ser indícios de um passado
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remoto desta região, a fim de esclarecer as origens e processos geográficos


ocorridos ao longo de milhares de anos.

4.3 Os Impactos que a Caverna do Jabuti pode sofrer com o Desenvolvimento


do Turismo em sua Área
Antes de colocar em prática as atividades do turismo, seja de iniciativa pública
ou privada, precisamos antes saber mais a respeito do local onde tal atividades será
desenvolvidas, conhecer melhor o que cada área possui de ambiente natural
(atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera) e ambiente social (infraestrutura material
constituída pelo homem e sistemas sociais criados). Devemos levar em
consideração que nosso planeta é composto por muitos ecossistemas e ambientes
com características próprias, não podendo haver um padrão único para o estudo.
O estudo para a avaliação de impacto permite que questões como proteção,
preservação do ambiente, crescimento e desenvolvimento econômico sejam
compreendidas.
As Cavernas possuem ambiente subterrâneo que são muito procurados para
realização de estudos de determinados processos geológicos, sobretudo os
associados à dissolução e precipitação de carbonatos. São ambientes muito
distintos dos que há na superfície da terra e por isso são habitat de espécies
biológicas ainda desconhecidas, prova de que nada pode ser alterado no ambiente
da caverna, pois os estudos perderão precisão dos resultados.
A visitação desordenada destes ambientes pode acarretar prejuízos
irreparáveis à fauna e flora subterrânea assim como aos seus depósitos minerais o
que, além de prejudicar a atividade turística, compromete seriamente os trabalhos de
pesquisa científica.
E como medidas preventivas para contenção de impactos do turismo devem
se considerar o excesso de visitantes com o pisoteio ou depredação de rochas e
espeleotemas - formações calcárias ou cristalinas típicas, tais como estalactites,
estalagmites, cortinas e travertinos ocasionando desabamentos, colapsos e
mudanças da paisagem; excesso de gás carbônico, proveniente da respiração dos
turistas nas cavernas e grutas; e ameaça à fauna com essas características como os
troglóbios (animais que só vivem nas cavernas).
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Alguns dos impactos, que podem ocorrer pela falta de planejamento e plano
de manejo, tanto para a Caverna, como na unidade de conservação ambiental do
município são:
• Abertura de trilhas de acesso a Caverna, acarreta uma série de alterações
na vegetação, o desmatamento demasiado retira a proteção que a cobertura vegetal
lhe proporciona, influenciando na fauna existente ao redor do local e aceleração do
processo de escoamento superficial, deve-se então abrir a trilha sem a retirada de
vegetação de médio porte.
• Construção de trilhas para caminhar no interior da Caverna com concreto, é
necessário evitar a introdução de materiais externos, como por exemplos o uso de
cimento que pode causar a contaminação da água e a introdução de
microrganismos.
• Caminhamento de pessoas sobre espeleotema, pode causar danos aos
espeleotemas, principalmente os escorrimentos calcíticos destruindo o que natureza
demorou mais de mil anos para se formar, sugeri-se que construa as trilhas em
locais que visualize as partes mais importante e menos delicadas ao pisoteio, ou, ao
movimento de pessoas.
• Uso de lâmpadas fluorescentes para o caminhamento no interior da
caverna, através da emissão de luz interfere no crescimento de algas e musgos, a
emissão do calor diminui a umidade e provoca a deterioração dos espeleotemas,
além da possibilidade de quebra da lâmpada e emitir gases de mercúrio. É
aconselhável que use o numero de lâmpadas altamente necessárias.
• O uso de uma lâmpada halogênica também interfere no aumento do calor
no interior da caverna, o uso desta lâmpada é bom que seja restrito o mais possível,
e no uso, posiciona-la a distância mínima de 4 metros dos espeleotemas
• A visitação dos turistas pode trazer consigo a produção de lixo e resíduos, é
aconselhável montar a coleta seletiva e destino apropriado fora da área do
Monumento Natural.
• O comportamento da fauna cavernícola deverá ser observado com
periodicidade mensal, para avaliação do impacto da visitação, principalmente com
relação aos morcegos e outros animais que utilizam as cavernas como abrigo.
Outros impactos que acontecem com o decorrer do tempo são as mudanças
nos aspectos físico-químicos da atmosfera da caverna, que é acrescentada a
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poluição floral, no qual pode se apresentar como um dos agentes mais agressivos
sobre os depósitos carbonáticos no interior da caverna. A corrosão biológica pode
ocorrer pela introdução involuntária de microorganismos através dos visitantes da
caverna.
Um dos impactos ambientais decorrentes da visitação turística pode ser a
corrosão por condensação. Este processo ocorre por dissolução de carbonatos
através de vapores ácidos acima do nível freático. Recentemente este tipo de
dissolução tem chamado a atenção dos pesquisadores sobre o assunto e pode não
ser comum como se imagina. A corrosão por condensação é acentuada em função
de taxas elevadas de gás carbônico, umidade relativamente alta e alto contraste
térmico entre os níveis da caverna. Com a intensa visitação, em função da
respiração dos turistas, aumenta-se a taxa de gás carbônico (ar inspirados pelas
folhas das plantas, que no entanto, são ausentes na caverna), principalmente em
cavernas como a do Jabuti que existe apenas duas entradas bem distantes uma da
outra, o que dificulta a ventilação na mesma, sendo o aumento da taxa de gás
carbônico causador da dissolução dos espeleotemas.
E muitos outros impactos poderão ser detectados após o Estudo de Impacto
Ambiental, que deverá ser realizado por profissionais seriamente capacitados para o
executar.
A utilização turística da Caverna do Jabuti depende primordialmente de
realização de licenciamento ambiental e respectivo Plano de Manejo Espeleológico
(PME). O PME tem como alvo também promover, implementar, supervisionar,
orientar, avaliar e disciplinar a execução de atividades relacionadas ao acesso e ao
uso turístico do ambiente cavernícola, bem como o estabelecimento de critérios
visando preservar, proteger e conservar a cavidade natural subterrânea considerada,
de forma a oferecer também meios ao adequado exercício de atividades
pretendidas.
É preciso estar atento aos cuidados exigidos em ambientes de cavernas,
principalmente, por serem caracterizados pela fragilidade. Abrangência restrita,
ausência de luz, vegetação superior, temperatura interna constante são alguns
elementos que requerem atenção redobrada pelos visitantes.
Também é preciso estar alerta ao fato de que cavernas são abrigos
protegidos naturalmente, há milhares de anos, e que podem guardar vestígios
arqueológicos, paleontológicos, minerais ou biológicos por muito tempo.
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O principal atrativo turístico de Curvelândia é a Caverna do Jabuti, e é


também o alvo de atuação da Coordenadoria de Meio Ambiente e Turismo. O
turismo em cavernas, sendo conduzido de forma adequada e criteriosa, apresenta-
se como uma das atividades econômicas mais promissoras para as regiões em que
estão inseridas, gerando aumento na oferta de trabalho e revitalizando as
economias locais e regionais.
Diante das discussões apresentadas podemos observar que o turismo na
caverna, exigirá cuidados especiais e muita atenção dos empreendedores que
promoverão esta transformação do potencial para o produto turístico. Aqui neste
trabalho sugerimos uma idéia que poderia ser pensada pelo CECAV junto a
Prefeitura, o mapeamento arquitetônico para possível confecção de uma réplica da
caverna. Poderia se pensar em construir de plástico ou de concreto, um modelo da
referida caverna constituída de todos detalhes que os espeleotemas estão formados,
para visualização e visitação de turistas que não esta preparado para visitar uma
caverna de origem.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa nos faz pensar na necessidade de rever a importância de
conduzir as atividades turísticas através de ações planejadas, com a realização de
estudos para controle dos impactos ambientais, monitoramentos e análises de
capacidade de carga, visando alcançar patamares sustentáveis para a atividade,
com um maior equilíbrio entre a conservação ambiental e a satisfação dos visitantes.
Por isso, o planejamento é fundamental e indispensável para o
desenvolvimento turístico equilibrado e em harmonia com os recursos físicos,
culturais e sociais das regiões receptoras, evitando assim, que o turismo destrua as
bases que o fazem existir.
Contudo, para que estas áreas de visitação permaneçam conservadas é
necessário medidas decisórias e preventivas a favor da proteção ambiental, uma vez
que os ecossistemas naturais são frágeis às intervenções humanas, e ações
intensivas podem alterá-lo de forma irreversível.
No entanto faz-se necessário à realização de levantamentos, estudos e
pesquisas que possibilitem ampliar o conhecimento sobre a Caverna do Jabuti, e as
demais cavernas existentes no município de Curvelândia, como a realização do
Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que se trata de um estudo detalhado sobre os
impactos ambientais associados a um dado tipo de empreendimento, para ser
elaborado em seguida o RIMA - Relatório de Impacto Ambiental, o relatório que
reflete todas as conclusões apresentadas no EIA, no sentido de proteger contra a
depredação, evitando o turismo mal planejado e desmatamentos no entorno (que
afetam, sobretudo, os cursos d' água, formadores das cavernas), com grande
interação dos especialistas e da comunidade circunvizinhas. É necessário também
realização do Plano de Manejo Espeleológico (PME) da Caverna do Jabuti para uso
turístico sustentável com intuito de disciplinar e regulamentar o acesso e a utilização
dos recursos ambientais da Caverna do Jabuti prevenindo dos danos ambientais.
Para que o natural não se perca, devem ocorrer esforços de proteção crescentes,
com o intuito de evitar e conter os impactos, através da elaboração de placas de
orientação para a conservação dos recursos naturais, a presença de guias para
informações práticas e turísticas, entre outras precauções que contribuam para a
otimização da atividade e minimização dos impactos negativos.
O ambiente subterrâneo de uma caverna é, por vezes, o único ambiente
propício ao estudo de determinados processos geológicos, principalmente os
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associados à dissolução e precipitação de carbonatos. Constituem ainda ambientes


muito distintos dos da superfície e por isso são habitat de espécies biológicas ainda
desconhecidas.
As práticas do turismo desordenadas e sem planejamento podem acarretar
prejuízos irreparáveis à fauna e flora subterrânea assim como aos seus depósitos
minerais o que, além de prejudicar a atividade turística futuras, compromete
seriamente os trabalhos de pesquisa científica. Desconsiderando as danificações por
atos de vandalismo (quebra de espeleotemas, pixações e inscrições) a atividade
turística causa modificações na atmosfera da caverna devido a mudanças na
temperatura, umidade e no teor de gás carbônico.
Concluímos que a implantação do turismo na Caverna do Jabuti pode trazer
grandes benfeitorias financeiras e culturais para o desenvolvimento do município,
mas deve acontecer de forma planejada para minimizar os impactos ambientais
negativos o mais possível.
É relevante que mais pesquisas sejam realizadas no município de
Curvelândia no sentido de monitorar o desenvolvimento do turismo em cavernas,
buscando identificar os focos de estrangulamento da atividade (impactos negativos)
e pontos de aprimoramento (impactos positivos) para que se possa com
antecedência direcionar o planejamento e a gestão da área especifica.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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realidade vivida e da utopia imaginada. Cáceres: Editora da UNEMAT, 2004.
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