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GUIA DE PRÉ-NATAL

ODONTOLÓGICO
PARA MÉDICOS
GINECOLOGISTAS-OBSTETRAS
NOVEMBRO / 2023

Silvia Patricia Neves Terencio


Ana Flávia Bissoto Calvo
Ana Paula Carvalho
Haline Cunha de Medeiros Maia
José Carlos Pettorossi Imparato
Thais Gimenez
GUIA DE PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO PARA MÉDICOS GINECOLOGISTAS-OBSTETRAS

AUTORES

Silvia Patricia Neves Terencio – Mestranda em Odontopediatria

Ana Flávia Bissoto Calvo – Docente Orientadora

Ana Paula Carvalho - Docente

Haline Cunha de Medeiros Maia - Docente

José Carlos Pettorossi Imparato – Docente Coordenador

Thais Gimenez – Docente

EXPEDIENTE EDITORIAL

Alessandro Franzen - Layout e Diagramação

Kelly Pimenta – Ensaio Fotográfico da Gestante

Juliana Padilha – Foto do Bebê

Maria Luiza Peres Neves – Revisão Ortográfica

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Guia de pré-natal odontológico para médicos


ginecologistas-obstetras [livro eletrônico] /
Silvia Patricia Neves Terencio...[et al.]. --
Curitiba, PR : Ed. dos Autores, 2023.
PDF

Outros autores: Ana Flavia Bissoto Calvo,


Ana Paula Carvalho, Haline Cunha de Medeiros Maia,
José Carlos Pettorossi Imparato, Thais Gimenez.
Bibliografia.
ISBN 978-65-00-86298-0

1. Cuidado pré-natal 2. Gestantes


3. Odontopediatria I. Terencio, Silvia Patricia
Neves. II. Calvo, Ana Flavia Bissoto. III. Carvalho,
Ana Paula. IV. Maia, Haline Cunha de Medeiros.
V. Imparato, José Carlos Pettorossi. VI. Gimenez,
Thais.

23-180877 CDD-617.606
Índices para catálogo sistemático:

1. Pré-natal odontológico 617.606

Tábata Alves da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9253


NOVEMBRO / 2023

SUMÁRIO

Apresentação 5
1- O que é Pré-Natal Odontológico (PNO) 6
1.1- Passos do Pré-Natal Odontológico 7
2- Controvérsias no PNO 8
3- Inseguranças quanto ao PNO 9
4- Papel do Médico no PNO 10
5- Desfechos Adversos da Gestação 11
5.1- Como ocorre a Interação: Doença Periodontal-Desfechos Adversos 12
6- Alterações Fisiológicas da Gestação 13
6.1- Interferências das Alterações Endócrinas 14
6.2- Interferências das Alterações Respiratórias 15
6.3- Interferências das Alterações Gastrointestinais 16
7- Alterações Bucais na Gestação 17
7.1- Saliva 18
7.1.1- Capacidade Tampão da Saliva 19
7.2- Periodonto 20
7.2.1- Alterações no Periodonto 21
A- Doença Periodontal 22
B- Gengivite Gravídica 23
C- Granuloma Piogênico 24
7.3- Cárie 25
7.4- Erosão Dentária 26
8- Microbiota 27
8.1- Disbiose 28
9- Quando Atender a Gestante 29
9.1- Critérios no Atendimento à Gestante 30
9.2- Precauções no Atendimento à Gestante 31

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SUMÁRIO
10- Uso de Medicamentos 32
10.1- Tipos de Medicamentos 33
10.2- Anestésicos 34
11- Exame Radiográfico 35
11.1- Efeitos da Radiação 36
11.2- Como Radiografar 38
12- Ações Educativas 39
13- Amamentação 40
13.1- Amamentação no PNO 41
14- Sobre os Autores 43
15- Referências Bibliográficas 46

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NOVEMBRO / 2023

APRESENTAÇÃO

E
ste e-book foi concebido com o intuito consulta com o dentista, pois estes são os primei-

de elucidar as dúvidas quanto ao Pré- ros profissionais de saúde a ter contato com elas.

Natal Odontológico (PNO) para médicos


O PNO ainda é um desafio a ser vencido, tanto
ginecologistas-obstetras. É consensual que a
para os médicos, quanto para as gestantes que são
grávida precisa estar assistida por um cirurgião-
suscetíveis à cultura popular do medo de prejudi-
dentista, para que as doenças bucais não causem
car o bebê.
impactos na gestação.

Nosso objetivo neste e-book é encurtar a distân-


O Ministério da Saúde, recomenda a realização
cia entre médicos, dentistas e gestantes,
do PNO no âmbito da APS, possibilitando
no que tange o Pré-Natal Odontológico.
que toda gestante passe por acompa-
Trazendo informações baseadas em
nhamento odontológico. Mas, esse
evidências, que deixarão os gine-
atendimento ainda não é uma rotina
cologistas-obstetras mais estimula-
para a maioria das mulheres no período
dos e preparados para encaminhar as
gestacional. Essa ausência nos tra-
gestantes ao atendimento odontológico,
tamentos dentários se
transformando o PNO numa prática con-
repete com gestantes
solidada no período gestacional.
atendidas por convê-

nios e em consultórios

particulares.

As gestantes

poderiam ter mais

conhecimento e

serem melhor acom-

panhadas na questão

odontológica, se os médicos

ginecologistas-obstetras en-

caminhassem-nas para uma


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GUIA DE PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO PARA MÉDICOS GINECOLOGISTAS-OBSTETRAS

1. O QUE É PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO (PNO)

É um conjunto de atendimentos presta-


dos pelo cirurgião-dentista à gestante, que
visa identificar riscos, controlar e dar
assistência à saúde bucal, com benefí-
cios para a gestante e para a saúde
bucal do bebê.
Este acompanhamento en-
globa:

• Atendimento

• Prevenção

• Educação em Saúde

A gestante é suscetível a receber orienta-


ções educativas/preventivas e a colocá-las
em prática.

Ao iniciar o Pré-Natal a gestante deve ser


encaminhada para uma consulta odontoló-
gica para realizar o PNO.

1º Mês de Gestação

(Botelho et al., 2019) (Pereira et al., 2020)

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NOVEMBRO / 2023

1.1. PASSOS DO PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO (PNO)

1. Consulta – anamnese detalhada – o dentista esclarece as dúvidas, analisa a rotina


de higiene e dieta, faz os ajustes e orientações necessárias.
2. Exame Clínico – diagnóstico + plano de tratamento completo e adequado para
cada período.
3. Treinamento de Higiene – orientação prática de higiene oral.
4. Retornos – mínimo um por trimestre – mas depende da necessidade individual de
cada gestante.
5. Cuidados com o Bebê – benefícios do aleitamento materno; malefícios dos bicos
artificiais e hábitos deletérios; cuidados com o meio bucal do bebê antes e após a
erupção dental - essa consulta envolve a rede de apoio da gestante.
6. 1ª Consulta do Bebê – avaliação da mamada, avaliação do freio lingual, orienta-
ções para prevenção na exposição precoce do açúcar .

1. Consulta 2. Exame Clínico 3. Treinamento de higiene

4. Retornos 5. Cuidados 6. 1ª Consulta do Bebê

(Botelho et al., 2019) (Oliveira et al., 2018) (Pereira et al., 2020)

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GUIA DE PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO PARA MÉDICOS GINECOLOGISTAS-OBSTETRAS

2. CONTROVÉRSIAS NO PNO

Mesmo o PNO fazendo parte do protocolo


de cuidados de pré-natal no SUS desde
2004, e das fortes evidências acerca da
segurança nos procedimentos odon-
tológicos na gravidez, na prática
a maioria das gestantes não
passam por atendimento
odontológico.

O PNO ainda é um tema


bastante controverso. Muitos pacientes e
profissionais se sentem confusos sobre o
tema.

O medo e a insegurança quanto ao trata-


mento odontológico são frequentemente
baseados em mitos, crenças populares e
alegações sem fundamentação científica,
apenas alicerçados em tradição leiga.

2º Mês de Gestação

(Camargo et al., 2014)(Rodrigues et al., 2018)

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NOVEMBRO / 2023

3. INSEGURANÇAS QUANTO AO PNO

A desinformação sobre a PNO pode atingir gestantes, médicos e até mesmo cirur-
giões-dentistas.
Gestantes: Muitas gestantes não sabem que a sua saúde bucal se relaciona com a
saúde geral e principalmente com a saúde do feto. E acreditam que o tratamento
odontológico não é seguro para o bebê, por isso se mostram muito resistentes ao
PNO.
Ginecologistas/Obstetras: Vários médicos ainda se mostram resistentes e aca-
bam não estimulando esse encaminhamento, por uma fragilidade no conhecimen-
to mais específico do PNO.
Dentistas: Alguns profissionais se sentem inseguros e preferem postergar o aten-
dimento odontológico às gestantes devido ao receio que sentem de serem res-
ponsabilizados por possíveis intercorrências que possam acometer futuramente o
bebê. O que pode agravar o problema odontológico.

MITOS
“As gestantes podem perder um dente só por
MEDOS estarem grávidas”

“O dente da mãe perde cálcio para a formação


RADIOGRAFIA do dente do bebê”

ANESTESIA “Durante a gestação os dentes enfraquecem”

DOR “Cada gestação, um dente a menos”

“É normal gengiva sangrar na gestação”

(Botelho et al., 2019) (Camargo et al., 2014) (Kateeb E, Momany E, 2018) (Martins et al., 2013)
(Rodrigues et al., 2018) (Silva et al., 2020)
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4. O PAPEL DO MÉDICO NO PNO

Você vai ao dentista regularmente?


Seu dentista faz Pré-Natal Odonto-
lógico?
• Estas perguntas devem fazer parte
da ANAMNESE dos médicos.

• Problemas odontológicos
podem trazer implicações
adversas à gestante e
ao bebê.

O Médico Ginecologista-
-Obstetra, sendo o profissional com maior
acesso às gestantes, deve ser ESTIMULADO
a encaminhá-las para a realização do PNO.

As gestantes que são orientadas pelo


seu médico a procurar por atendimento
odontológico a frequência é muito maior do
que as que não são orientadas.

Há evidências da importância do trata-


mento odontológico no período gestacio-
nal, mas o atendimento não é uma prática
consolidada para a maioria das gestantes.

3º Mês de Gestação

(Araújo et al., 2009) (Pereira et al., 2020) (Silva et al., 2020)

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NOVEMBRO / 2023

5. DESFECHOS ADVERSOS DA GESTAÇÃO

• Parto prematuro (PP)


• Baixo peso ao nascer (BPN)
• Pré-eclâmpsia (PE)
• Aborto no primeiro trimestre (APT)
• Diabetes mellitus gestacional (DMG)

Estes são problemas multifatoriais que podem sofrer influência dos fatores geo-
gráficos e socioeconômicos, características raciais, idade, comor-
bidades e qualidade do pré-natal.
A DOENÇA PERIODONTAL na gestante é um po-
tencial indicador de risco independente para PP,
BPN e PE, e estes estão associados à morbida-
de e mortalidade materna e neonatal.

Quando as mulheres grávidas desenvol-


vem diabetes mellitus gestacional, elas
têm mais fatores de risco para desequi-
líbrio microbiano oral.

O Pré-Natal Odontológico tem o


intuito de somar esforços para com-
bater os desfechos adversos das ges-
tações.

(Barak et al., 2007) (Figueiredo et al., 2017) (Gesase et al., 2018) (Huang et al., 2014)
(Le et al., 2022) (Léon et al., 2007) (Romero et al., 2007) (Ruma et al., 2008) (Swati et al., 2012) (Yao et al., 2019)

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5.1. COMO OCORRE A INTERAÇÃO:


DOENÇA PERIODONTAL - DESFECHOS ADVERSOS
Quando as bactérias oriundas da doença periodontal ativa, ou seus subprodutos
se disseminam para a circulação fetal e para o líquido amniótico, podem estimular
uma resposta imuno/inflamatória fetal que se caracteriza pela produção de anti-
corpos IgM contra os patógenos e a secreção de níveis elevados de mediadores in-
flamatórios, que podem contribuir para o aborto espontâneo ou parto prematuro.

As alterações nas estruturas placentárias causadas por infecção/inflamação,


podem culminar na pré-eclâmpsia e na deficiência nutricional, que pode levar a
um baixo peso ao nascer, restrição de crescimento intrauterino, sofrimento fetal
agudo e crônico.

Estudos do cordão umbilical encontraram IgM fetal contra Porphyromonas gin-


givalis, o que indica uma possibilidade de translocação desses patógenos bucais
para a placenta.

Nas gestantes diabéticas, a hiperglicemia proporciona nutrição farta, principal-


mente para as bactérias anaeróbicas; aumenta a viscosidade sanguínea e a agrega-
ção plaquetária; a membrana basal dos vasos sanguíneos da gengiva fica espessa-
do, o que pode agravar a hipóxia tecidual.

• Esses processos facilitam o


O TRATAMENTO PERIODONTAL du-
crescimento dos patógenos pe- rante a gestação:
riodontais.
• Reduz os riscos de mortalidade pe-
• Os sintomas da periodontite rinatal
nas gestantes com DMG são • Reduz risco de parto prematuro
mais expressivos do que nas • Melhora o peso ao nascer
gestantes não diabéticas.

(Bi et al., 2021) (Bruzamolin CD, Gabardo MCL, 2020) (Gesase et al., 2018) (Léon et al., 2007) (Romero et al., 2007)
(Swati et al., 2012) (Yao et al., 2019)

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NOVEMBRO / 2023

6. ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA GESTAÇÃO


As gestantes são consideradas pacientes especiais, por ser um grupo de risco
para doenças bucais.

Muitas ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS ocorrem no ciclo Gravídico/Puerperal:

• Físicas

• Biológicas

• Hormonais

• Psicológicas

Algumas dessas alterações podem interferir na saúde bucal.

(Bruzamolin CD, Gabardo MCL, 2020)(Camargo et al., 2014)(Oliveira et al., 2018) (Rodrigues et al., 2018)

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6.1. INTERFERÊNCIAS DAS


ALTERAÇÕES ENDÓCRINAS

ALTERAÇÕES ENDÓCRINAS

• O ESTROGÊNIO aumenta pelo menos 30 vezes nas gestantes.

• A PROGESTERONA aumenta pelo menos 10 vezes nas gestantes.

Esses hormônios aumentados podem


trazer CONSEQUÊNCIAS PARA A PE-
RIODONTO:

• Aumenta a permeabilidade dos vasos


sanguíneos.

• Reduz a imuno competência.

• Aumenta a tendência e a gravidade da


inflamação do tecido periodontal.

(Almeida et al., 2019)(Bruzamolin CD, Gabardo MCL, 2020)(Oliveira et al., 2018)

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NOVEMBRO / 2023

6.2. INTERFERÊNCIAS DAS


ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS

ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS

O Sistema Respiratório passa por alterações na anatomia e função. A demanda


por oxigênio aumenta em 20 a 30%, o que leva a gestante a sensação de dispneia,
edema de mucosas e congestão nasal.

Essa dificuldade respiratória pode favo-


recer uma respiração bucal, que pode ser
reportada pelas gestantes como uma “sen-
sação de boca seca”, ou até em alguns ca-
sos uma XEROSTOMIA.

(Bruzamolin CD, Gabardo MCL, 2020)(Oliveira et al., 2018)

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6.3. INTERFERÊNCIAS DAS


ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS

ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS

• As glândulas salivares têm um funcionamento aumentado na gestação, le-


vando a SIALORREIA (salivação excessiva) na maioria das gestantes.

• A diminuição do tônus do esfíncter esofágico pode levar ao aparecimento de


náuseas, êmese (vômito) e esvaziamento lento do estômago.

• A diminuição da secreção gástrica pode causar mui-


tas vezes a pirose (azia).

• Ocorrem mudanças nas preferências


alimentares (alimentos doces e
ácidos).

Essas alterações em conjun-

to com modificações nos hábi-

tos de higiene podem favorecer

o surgimento e a piora dos pro-

blemas bucais.

Gestantes muitas vezes têm

DIFICULDADES com a HIGIE-

NIZAÇÃO, principalmente nos

primeiros 3 meses de gestação,

devido à estas alterações.

(Bruzamolin CD, Gabardo MCL, 2020)(Oliveira et al., 2018)

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7. ALTERAÇÕES BUCAIS NA GESTAÇÃO

Estruturas da cavidade oral que podem


sofrer alteração:

• Saliva

• Periodonto

• Dentes

4º Mês de Gestação

(Camargo et al., 2014)(Oliveira et al., 2018)

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7.1. SALIVA
A SALIVA pode ser considerada uma solução ultrafiltrada do sangue, e é uma das
grandes responsáveis pela manutenção da saúde oral.

Funções principais da saliva para a manutenção da saúde bucal:

• Proteção

• Manutenção do equilíbrio do pH bucal.

PROTEÇÃO: na saliva encontramos proteínas antibacterianas, antifúngicas e antivi-


rais, como também enzimas.

EQUILÍBRIO do pH: a manutenção desse equilíbrio ocorre principalmente pelo efeito


tampão da saliva.

O pH salivar deve ser em torno de 7,0.

• As alterações acentuadas no pH salivar podem causar doenças bucais.

O pH salivar está diretamente ligado às trocas de minerais entre os dentes e a saliva.

• pH < 5,5 = pode proporcionar perdas minerais do dente. Podendo resultar clinica-
mente em lesões de cárie ou erosão dentária.

• pH > que 7,0 = a elevação acentuada


do pH contribui para a precipitação
de fosfato de cálcio no biofilme que
reveste o dente, favorecendo a for-
mação de tártaro que podem favo-
recer a gengivite e periodontite.

(Bruzamolin CD, Gabardo MCL, 2020)(Figueiredo et al., 2017)(Oliveira et al., 2018)

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NOVEMBRO / 2023

7.1.1. CAPACIDADE TAMPÃO DA SALIVA


A Capacidade Tampão da Saliva (CTS) é a habilidade que
a saliva apresenta de equilibrar o seu pH, e mantê-lo
constante, após a ingestão de alimentos ácidos ou bá-
sicos.
• A saliva consegue neutralizar a acidez de um suco
(por exemplo) com mecanismos de tampões de bi-
carbonatos e fosfatos, utilizando uma enzima chamada
ANIDRASE CARBÔNICA - Esta enzima liga o bicarbonato com o ácido do
suco, formando água.
• Algumas pesquisas sugerem que a atividade da ENZIMA ANIDRASE CAR-
BÔNICA pode ser AFETADA por ALTERAÇÕES HORMONAIS FISIOLÓGI-
CAS da GESTAÇÃO. O que também pode AFETAR a CTS em GESTANTES,
AUMENTANDO o RISCO de CÁRIE.
• Nas gestantes, quando diminui o volume da saliva, ocorrerá também a dimi-
nuição da CTS.

• Alterações fisiológicas na gestação podem levar tanto a sialorreia em alguns


casos, como a xerostomia em outros. Ambas as alterações podem ter impac-
tos na saúde bucal.
1. Em EXCESSO, a saliva pode causar um desconforto e favorecer o apareci-
mento de queilite angular, apesar de favorecer a proteção dos dentes.
2. O fluxo salivar REDUZIDO pode aumentar o risco de enfermidades bucais
(fissuras, dor e ardência na língua, cá-
rie, gengivite, halitose etc.) e pode
causar alteração do paladar (a dimi- Na gravidez pode ser neces-
nuição na percepção do sabor doce sário em alguns casos o uso de
pode aumentar o consumo de ali- saliva artificial, para combater
mentos açucarados), este fator tam- a xerostomia e trazer conforto
bém pode aumentar o risco de cárie. à gestante.

(Bruzamolin CD, Gabardo MCL, 2020)(Figueiredo et al., 2017)(Oliveira et al., 2018)(Silva et al., 2020)

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7.2. PERIODONTO
A grande superfície de epitélio ulcerado presente nas bolsas periodontais (pe-
riodontite), facilita que as bactérias e seus subprodutos atinjam outras partes do
corpo: útero, membranas corioamnióticas, placenta, líquido amniótico, pulmões
fetais e circulação.

A periodontite em gestantes pode induzir a cascata de mediadores imunoinfla-


matórios, como PGE2, IL-1 e TNF-α, que podem estar envolvidos nos resultados
adversos na gestação.

Na PERIODONTITE as bactérias mais encontradas são as ANAERÓBICAS


GRAM-NEGATIVAS, que AUMENTAM os NÍVEIS LOCAIS e SISTÊMICOS de ME-
DIADORES PRÓ-INFLAMATÓRIOS.

Prevalência: Estudos mostram que praticamente 100% das gestantes necessi-


tam de algum tratamento periodontal – Este é um grave problema de saúde pú-
blica.

A doença periodontal (DP) e as doenças sistêmicas (DS) apresentam uma rela-


ção bidirecional.

• DP pode impactar a saúde sistêmica do indivíduo.

• DS podem influenciar a saúde periodontal.


Bactérias no periodonto Bactérias disseminando para o corpo

(Bruzamolin CD, Gabardo MCL, 2020)(Figueiredo et al., 2017)(Gesase et al., 2018)(Kashetty et al., 2018)

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NOVEMBRO / 2023

7.2.1. ALTERAÇÕES NO PERIODONTO


A gravidez NÃO CAUSA gengivite e periodontite, mas AGRAVA a doença pree-
xistente.

• Mulheres grávidas e não grávidas podem apresentar a mesma quantidade de


placa bacteriana.

• A gravidez acentua a resposta inflamatória gengival para a placa e altera o


quadro clínico resultante.

1. Doença Periodontal

2. Gengivite Gravídica

3. Granuloma Piogênico

FATORES PREDISPONENTES: alterações


hormonais.

FATORES PRECIPITANTES: presença


de placa bacteriana e tártaro.

A AVALIAÇÃO CLÍNICA E AS
TERAPIAS PERIODONTAIS
DEVEM FAZER PARTE DOS
CUIDADOS PRÉ-NATAIS PRE-
VENTIVOS PRESTADOS ÀS
GESTANTES.

(Figueiredo et al., 2017)(Kashetty et al., 2018)(Oliveira et al., 2018)

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A. DOENÇAS PERIODONTAIS
DOENÇA PERIODONTAL — é uma inflamação dos tecidos moles e duros que
suportam os dentes.

• Fase inicial – GENGIVITE: a gengiva inflamada, edemaciada e vermelha – é


a resposta natural do corpo frente à presença de patógenos.

• Fase secundária – PERIODONTITE: ocorre uma retração gengival devido a


destruição progressiva do osso de suporte, perda mínima de fixação e aumen-
to da mobilidade dentária.

EVOLUÇÃO DA DOENÇA

SAUDÁVEL GENGIVITE PERIODONTITE

Fase inicial – GENGIVITE Fase secundária – PERIODONTITE

(Bruzamolin CD, Gabardo MCL, 2020)(Oliveira et al., 2018)(Ruma et al., 2008)

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NOVEMBRO / 2023

B. GENGIVITE GRAVÍDICA
GENGIVITE GRAVÍDICA — sua etiologia
está associada ao aumento dos hormônios se-
xuais.

• A gengivite é a doença periodontal mais


prevalente associada à gestação.

• A gravidade da gengivite se reduz após


o parto, mas a gengiva nem sempre retorna ao estado de saúde sem tratamen-
to odontológico.

A HIGIENE BUCAL adequada deve ser estimulada com uso de:

1. Creme dental com FLÚOR

2. Escova de dente macia

3. Fio dental

(Bruzamolin CD, Gabardo MCL, 2020)(Oliveira et al., 2018)

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C. GRANULOMA PIOGÊNICO
GRANULOMA PIOGÊNICO – tem uma maior prevalência em mulheres no perí-
odo gestacional (em gestantes pode ser chamado de Tumor Gravídico).

• Apresenta-se como uma lesão lobulada, geralmente pediculada, com colora-


ção variando do rosa/vermelho/roxo, apresenta crescimento rápido e varia-
do, e pode sangrar profusamente quando tocado.

• Acomete 0,5 a 5% das gestantes e regride espontaneamente após o parto.

• Os sintomas clínicos incluem sangramento nas gengivas, sensibilidade e pro-


blemas estéticos, mas podem ser mais sintomáticos e necessitar de remoção
cirúrgica.

• Desenvolvimento ligado aos hormônios sexuais femininos que estimulam o


aumento da produção local de fatores angiogênicos, como o fator de cresci-
mento endotelial vascular em conjunto com irritantes locais.

(Bruzamolin CD, Gabardo MCL, 2020) (Figueiredo et al., 2017) (Oliveira et al., 2018) (Purwar et al., 2014)

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NOVEMBRO / 2023

7.3- CÁRIE

É uma doença biopsicossocial – é um desequilíbrio na microbiota bucal nativa +


ingesta frequente de carboidratos fermentáveis (principalmente a sacarose), que
leva à perda mineral nos dentes.

Aumento na prevalência das lesões de cárie em gestantes pode ser atribuído à:

• Maior e mais frequente ingestão de alimentos açucarados e ácidos

• Negligência na HIGIENIZAÇÃO BUCAL

• Atraso no atendimento odontológico

Existe um aumento nos níveis de Streptococcus mutans e Lactobacillus, princi-


palmente no 3° trimestre da gestação, comparando a saliva de gestantes com não
gestantes.

A maioria dos efeitos nos tecidos orais durante a gravidez poderiam ser evita-
dos com a PRÁTICA DE HIGIENE BUCAL ADEQUADA e acompanhamento clínico
odontológico.

(Bruzamolin CD, Gabardo MCL, 2020)(Camargo et al., 2014) (Figueiredo et al., 2017)
(Kateeb E, Momany E, 2018) (Oliveira et al., 2018)

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7.4- EROSÃO DENTÁRIA


É a perda de estrutura do tecido dental, que não apresenta envolvimento de bac-
térias, e sim uma desmineralização por um processo químico.

Pode aumentar a sensibilidade nos dentes, perda irreversível de esmalte, poden-


do levar a exposição pulpar e dor.

Etiologia na gestação

• Ingestão de alimentos ácidos em excesso

• Hiperemese

(Oliveira et al., 2018)

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NOVEMBRO / 2023

8- MICROBIOTA

O corpo humano apresenta várias regi-


ões colonizadas por microrganismos
saudáveis – cavidade bucal, intesti-
no, canal vaginal, pele.

Essa microbiota desempenha


papel importante na imuni-
dade, pois concorrem com
a instalação de micróbios
patogênicos.

5º Mês de Gestação

(Bruzamolin CD, Gabardo MCL, 2020)(Romero et al., 2007)

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8.1- DISBIOSE
DISBIOSE é um desequilíbrio na composição de uma microbiota residente. Que
pode ser: disbiose oral, vaginal ou intestinal.
Muitos fatores podem modificar a flora microbiana durante a gravidez e levar à
disbiose.
• Essas mudanças naturais podem ser BENÉFICAS para as gestantes, mas tam-
bém podem GERAR DOENÇAS.

• Variações na composição da MICROBIOTA do


CANAL VAGINAL e do intestino nas GESTANTES es-
tão sendo cada vez mais estudadas.

• Na MICROBIOTA ORAL também acontece essa


disbiose – o que aumenta o risco de doenças perio-
dontais.

• A microbiota oral possui mais de 600 gê-


neros de bactérias diferentes (Streptococcus,
Lactobacillus, Porphyromonas, Staphylococcus,
etc) e também fungos e vírus, que podem ser encon-
trados por toda a cavidade oral, com preferências es-
pecíficas de região (dentes, gengiva, língua e palato).

• A doença periodontal pode facilitar a transferên-


cia ORAL-UTERINA - devido a maior carga bacteria-
na da cavidade oral + as respostas imunes alteradas da
gestante.

• Estudos encontraram Streptococcus mutans em SLUDGE


DO LÍQUIDO AMINIÓTICO e Porphyromonas gingivalis no
TECIDO PLACENTÁRIO de prematuros.

(Bruzamolin CD, Gabardo MCL, 2020)(Léon et al., 2007)(Romero et al., 2007) (Silva et al., 2020)

- 28 -
NOVEMBRO / 2023

9- QUANDO ATENDER A GESTANTE

• A gestante PODE ser atendida em


qualquer fase da gestação.

• O dentista DEVE ser CRITE-


RIOSO na indicação dos
procedimentos odon-
tológicos para cada
trimestre.

• Criar um vínculo
de confiança entre
cirurgião-dentista e gestante
favorece o tratamento.

• O atendimento odontológi-
co à gestante NÃO deve ser
postergado.

• A persistência de uma infec-


ção dentária é mais prejudi-
cial para o binômio mãe/bebê
do que qualquer tratamento
odontológico.

6º Mês de Gestação

(Bruzamolin CD, Gabardo MCL, 2020)(Camargo et al., 2014)(Diretriz - Tratamento em Gestantes - MS, 2022)
(Oliveira et al., 2018)

- 29 -
GUIA DE PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO PARA MÉDICOS GINECOLOGISTAS-OBSTETRAS

9.1- CRITÉRIOS NO ATENDIMENTO DA GESTANTE


O cirurgião-dentista deve sempre ponderar sobre a NECESSIDADE E OPOR-
TUNIDADE para se realizar procedimentos eletivos, focando nos benefícios po-
tenciais da intervenção. As intervenções odontológicas devem sempre ter um
FATOR PROTETIVO para a gestante.

O tratamento odontológico eletivo muitas vezes é realizado no SEGUNDO TRI-


MESTRE por se mostrar, na maioria dos casos, o momento mais oportuno.

O primeiro e o terceiro trimestres podem ser utilizados para orientações de hi-


giene bucal, treinamentos, reforço na importância da amamentação e apren-
dizagem dos cuidados bucais do futuro bebê.

Época de Atendimento:

• Em caso de urgência: QUALQUER TRIMESTRE

• 1° trimestre - período menos adequado para intervenções – principais trans-


formações embrionárias e muitas indisposições (náuseas, vômitos, tontura).

• 2° trimestre - a organogênese está completa e o feto já está desenvolvido;


gestante se sente mais confortável do que nos estágios iniciais.

• 3° trimestre - maior risco de síncope, hipoglicemia, hipertensão, hipotensão


postural – tratamentos nesse período devem ser curtos.

(Bruzamolin CD, Gabardo MCL, 2020)(Diretriz - Tratamento em Gestantes - MS, 2022)(Oliveira et al., 2018)
(Silva et al., 2020)

- 30 -
NOVEMBRO / 2023

9.2- PRECAUÇÕES NO ATENDIMENTO DA GESTANTE


Em todos os casos, uma ANAMNESE MINUCIOSA deve ser feita e as precauções
observadas, como:

• uso de anestésico correto

• sessões curtas

• preferência para segunda metade da manhã

• monitoramento dos sinais vitais

• administrações de medicamentos estritamente neces-


sários

• tomadas radiográficas quando imprescindível

• posição confortável na cadeira no atendimento

• abordagens terapêuticas seguindo a filosofia da


mínima intervenção

No atendimento de gestantes, o seu bem-estar


geral, o seu conforto físico e psicológico,
devem ser muito valorizados.

(Bruzamolin CD, Gabardo MCL, 2020)(Camargo et al., 2014)(Diretriz - Tratamento em Gestantes - MS, 2022)
(Martins et al., 2013)
- 31 -
GUIA DE PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO PARA MÉDICOS GINECOLOGISTAS-OBSTETRAS

10 - USO DE MEDICAMENTOS

Em gestantes o uso de medicamentos deve


ser indicado de forma cautelosa.

Em casos de dor de origem odontoló-


gica, geralmente o que resolve é a
INTERVENÇÃO CLÍNICA, com
eliminação de fatores locais,
através de procedimentos.

A prescrição medicamento-
sa em muitos casos é dispensá-
vel.

Quando necessário deve-se utilizar:

• Dose efetiva mais baixa

• Tempo menor possível

7º Mês de Gestação
(Camargo et al., 2014)(Martins et al., 2013)(Oliveira et al., 2018)(Rodrigues et al., 2018)

- 32 -
NOVEMBRO / 2023

10.1. TIPOS DE MEDICAMENTOS


Exemplos de alguns medicamentos:

• ANTIBIÓTICOS – quando necessário, optar por grupo das penicilinas. Em


pacientes alérgicas, pode-se optar por clindamicina.

• ANTIINFLAMATÓRIOS – é contraindicado, podendo ser utilizado em casos


muito específicos, por tempo reduzido.

• ANALGÉSICOS – o Paracetamol é o medicamento mais indicado.

• CORTICOSTERÓIDES – uso seguro se usado em pequena dose e curto espaço


de tempo.

• FLÚOR – é contraindicado suplementação com fluoretos via oral. Podendo


ser feitas aplicações tópicas em consultório ou uso de enxaguante bucal em
casa.

• Tetraciclina - é contraindicada – seu uso pode trazer risco para o feto - injú-
rias no pâncreas e fígado, como também pigmentação dos dentes, depósito
nos ossos do feto e alteração do crescimento ósseo.

• Prednisona – é contraindicado – relatos na literatura


de fenda palatina associada ao uso no 1° trimestre.

• Nistatina e Clorexidina – são considerados se-


guros durante a gestação.

• Metronidazol – se necessário, somente a partir


do 2° trimestre.

(Camargo et al., 2014) (Martins et al., 2013)(Oliveira et al., 2018) (Rodrigues et al., 2018)

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GUIA DE PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO PARA MÉDICOS GINECOLOGISTAS-OBSTETRAS

10.2 - ANESTÉSICOS
Os anestésicos locais atravessam a barreira placentária por difusão passiva, e as
doses usuais são consideradas seguras e não teratogênicas.
A DOR libera cortisol e adrenalina na corrente sanguínea — o que pode levar a
contrações uterinas — que é uma complicação pior do que o potencial risco do
vasoconstrictor.
Dor leva ao estresse — Liberação Endógena — Adrenalina e Noradrenalina
muito maior do que o vasoconstrictor do anestésico.
O vasoconstrictor na composição melhora o efeito do anestésico:
• prorroga a absorção
• diminui o risco de toxicidade
• aumenta o tempo da anestesia Molécula da Lidocaína

Lidocaína 2% com Epinefrina 1:100.000


- é o anestésico local mais indicado
para as gestantes.
• Gestação risco habitual
• Gestantes
» Diabéticas
» Hipertensas controladas
» Histórico de anemia
Mepivacaína 3% sem vasoconstrictor
• Gestantes Hipertensas NÃO controladas.

» Dose máxima 2 tubetes por sessão


» A anestesia deve ser feita de forma lenta
com aspiração a cada terço do tubete, evi-
tando a injeção intravascular.

(Diretriz - Tratamento em Gestantes - MS, 2022) (Martins et al., 2013) (Oliveira et al., 2018)
(Rodrigues et al., 2018) (Silva et al., 2020)

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NOVEMBRO / 2023

11- EXAME RADIOGRÁFICO

A gravidez NUNCA é motivo para evitar


ou adiar um exame radiográfico odonto-
lógico clinicamente justificado.

Os raios-x algumas vezes são deter-


minantes no diagnóstico da doença
e na escolha do tratamento ade-
quado.

Os dentistas devem ser CAU-


TELOSOS com o risco dos
danos biológicos.

O uso de avental de chumbo


e colete tireoidiano, usados
para a redução das doses de radiação,
não devem ser negligenciados.

A radiografia odontológica envol-


ve o menor risco de radiação para
o feto de todos os procedimentos
de radiografia diagnóstica.

A FALHA EM OFERECER TRATA-


MENTO ODONTOLÓGICO ADE-
QUADO POR FALTA DE UM DIAG-
NÓSTICO PRECISO É MUITO MAIS
DELETÉRIA PARA O FETO.

8º Mês de Gestação

(Kelaranta et al., 2016)(Oliveira et al., 2018)(Prasad et al., 2016)

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GUIA DE PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO PARA MÉDICOS GINECOLOGISTAS-OBSTETRAS

11.1 - EFEITOS DA RADIAÇÃO


A radiação ionizante tem efeitos biológicos prejudiciais que afetam a célula
direta ou indiretamente e produz radicais livres que causam danos ao DNA.
As 2 primeiras semanas da gravidez são mais sensíveis às respostas biológicas,
período em que a mãe não está ciente de sua gravidez, o que pode levar ao abor-
to espontâneo do feto.
Nenhuma resposta será obtida em doses inferiores a 25 rads (250 mGy).

Doses fetais nos raio-x odontológicos variam:

• 0,005 a 2,1 mGy (com escudo de chumbo)

• 0,009 a 6,9 mGy (sem blindagem de chumbo).

As doses fetais com ou sem blindagem de chumbo ficam muito abaixo do nível
associado a qualquer tipo de prejuízo biológico de radiação ao feto.

A dose de radiação de fundo natural acumulada em 2 dias de sol ou em voo de


2 horas é maior que a estimativa superior para dose fetal em exames odonto-
lógicos.

Adiar um tratamento odontológico para o pós-parto, por falta de conhecimento


das baixas doses envolvidas na radiação odontológica pode ter um efeito preju-
dicial à mãe e ao feto.
O princípio ALARA “tão baixo quanto razoavelmente possível” tornou-se obri-
gatório durante o trabalho de rotina do dentista.
O primeiro trimestre é o período em que o feto é mais sensível à radiação.

(Kelaranta et al., 2016)(Prasad et al., 2016)

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NOVEMBRO / 2023

EFEITOS DA RADIAÇÃO NO EMBRIÃO/FETO


CONFORME DOSE E TEMPO DE GESTAÇÃO

ESTÁGIOS DA DIAS LIMITE RISCOS


GRAVIDEZ PÓS-CONCEPÇÃO DE DOSE PRIMÁRIOS

Pré-implantação
Letalidade (50% de
do embrião 0-8 0,1 Gy
risco 1 Gy de dose)
(parede do útero)

Má formação, cres-
cimento retardado
e subdesenvolvi-
Embrionária 9-50 0,05-0,1 Gy
mento da cabeça
(40% de risco para
0,5%Gy)

S u b d e s e nv o l v i -
mento da cabeça,
Feto retardo mental e
51-105 0,12 Gy
(estágio inicial) problemas de cres-
cimento (40% de
risco para 0,5 Gy)

Retardo no cresci-
Feto
160-175 0,5 Gy mento e má forma-
(estágio intermediário)
ção da cabeça

Feto Retardo no cresci-


>175 0,5 Gy
(estágio final) mento

Fonte: João Henrique Hamann/CNRD Comissão Nacional de Radioproteção e Dosimetria

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GUIA DE PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO PARA MÉDICOS GINECOLOGISTAS-OBSTETRAS

11.2- COMO RADIOGRAFAR

Técnicas que diminuem a dose absorvida devem ser reali-


zadas quando as radiografias são obrigatórias.

É de conhecimento dos dentistas que atendem gestantes:

• Dose segura para o feto

• Dose de radiação de risco para interrupção da gravidez

• Princípios de proteção radiológica

• Técnicas radiográficas que resultam em redução da dose


de radiação:

1. Avental de chumbo

2. Colar tireoidiano

3. Filmes ultrarrápidos

4. Evitar erros técnicos

A radiografia odontológica digital oferece muitas vantagens


em relação à imagem do filme, bem como doses de radiação
potencialmente mais baixas.

(Kelaranta et al., 2016)(Oliveira et al., 2018)(Prasad et al., 2016)

- 38 -
NOVEMBRO / 2023

12- AÇÕES EDUCATIVAS

Grávidas devem ser alvo de programas de orientação sobre higiene oral e trata-
mentos periodontais, pois são um grupo de fácil acesso durante a gestação, devido
a frequência consistente nos serviços de saúde.

Falhar na abordagem desse grupo é


uma oportunidade perdida.

Ações educativas e preventivas são bem assimiladas pelas gestantes,


pois a mulher tem papel central nas atitudes do núcleo
familiar, é a multiplicadora de informações. É ela
quem normalmente influencia os hábitos
alimentares e de higiene de todos
da família.

Quanto mais informa-


ção, menos intervenção.

(Botelho et al., 2019)(Camargo et al., 2014)(Martins et al., 2013)

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GUIA DE PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO PARA MÉDICOS GINECOLOGISTAS-OBSTETRAS

13- AMAMENTAÇÃO

Promover a amamentação é um dos pontos


centrais do PNO.

O aleitamento materno além de TODOS


OS BENEFÍCIOS DE SAÚDE da díade
mãe/bebê, tão bem conhecidos na medi-
cina, proporciona os movimentos que o
bebê faz para ordenhar o leite e es-
tes acabam sendo exercícios para
a boca e os músculos da face, fa-
vorecendo a criança a respirar,
engolir, mastigar, falar e ter os
dentes mais alinhados.

A Organização Mundial da Saú-


de (OMS), o Ministério da Saúde
(MS), a Sociedade Brasileira de Pe-
diatria (SBP) e também a Associa-
ção Brasileira de Odontopedia-
tria (ABOPED), recomendam o
aleitamento materno exclusivo
nos primeiros 6 meses de vida do
bebê.

(Guia Alimentar - MS, 2021)(Oliveira et al., 2018)

- 40 -
NOVEMBRO / 2023

13.1- AMAMENTAÇÃO NO PNO

No PNO é feita a abordagem da importância da amamentação natural.

• REFORÇANDO todas as orientações que ela recebe no Pré-Natal.

• COMPLEMENTANDO com os benefícios para as estruturas de face do bebê.

• ESTIMULANDO o aleitamento com manejo das técnicas de amamentação.

• DESMISTIFICANDO a idealização e ajudando a gestante a se preparar e per-


sistir na amamentação natural.

• Mostrar as desvantagens dos bicos artificiais para a saúde


do bebê.
» Risco de desmame precoce
» Risco de alteração dento/esquelética
• Casos em que a amamentação natural ne-
cessitar ser interrompida ou comple-
mentada – devido a problemas de saú-
de da mãe e/ou bebê.
» Complementação temporá-
ria
1. Uso do copinho/co-
lher
2. Translactação
» Complementação perma-
nente
1. Escolha de bicos
2. Zero adição de saca-
rose

Fortalecer e orientar a REDE DE


APOIO da gestante.

(Guia Alimentar - MS, 2021)(Oliveira et al., 2018)

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GUIA DE PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO PARA MÉDICOS GINECOLOGISTAS-OBSTETRAS

A interação Ginecologista-Obstetra/Dentista só tem a contribuir


para a promoção da saúde da díade gestante/bebê. Por isso o PNO
deve ser estimulado, para que o atendimento odontológico se tor-
ne uma prática constante na rotina do Pré-Natal

- 42 -
NOVEMBRO / 2023

14- SOBRE OS AUTORES

Silvia Patricia Neves Terencio


Mestranda em odontopediatria

Graduada pela Universidade de Marília – UNIMAR - Marília/SP.


Curso de Extensão em Odontopediatria pela APCD - Regional de
São José do Rio Preto/SP. Capacitação em Coleta de Material Bio-
lógico para Obtenção de Células-tronco pela Universidade Positivo
– Curitiba/PR. Aperfeiçoamento em Laserterapia em Odontologia
pela SPEO – Sociedade de Pesquisa e Ensino em Odontologia - Curi-
tiba – PR. Atua há 28 anos em consultório privado com foco em aten-
dimento de bebês, crianças, adolescentes e gestantes. Palestrante em
cursos de Pré-natal Odontológico em Curitiba-PR.

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GUIA DE PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO PARA MÉDICOS GINECOLOGISTAS-OBSTETRAS

Ana Flávia Bissoto Calvo - Docente Orientadora


Graduação em Odontologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Especialização
em Odontopediatria pela Fundecto – USP. Mestrado em Odontologia, na área de concentração
Cariologia, pela FOP-UNICAMP. Doutorado em Ciências Odontológicas na área de concentra-
ção Odontopediatria, pela FOUSP. Atua como docente na Especialização Odontopediatria na
Fundecto – USP e na graduação da UNIP-CPS como professora titular. Professora de pós-gradu-
ação da Faculdade São Leopoldo Mandic.

Ana Paula Carvalho - Docente


Graduação em Odontologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Especialização
em Odontopediatria pela Fundecto-USP. Mestrado em Odontopediatria pela SLMANDIC, Cam-
pinas. Doutorado em Ciências Odontológicas com ênfase em Odontopediatria pela SLMANDIC.
Habilitação em Laserterapia, além de atuar em consultório particular desde 2009 e ministrar
aula nos cursos de pós-graduação (especialização e mestrado) na Faculdade São Leopoldo Man-
dic. Professora de graduação na Faculdade de Odontologia Hermínio Ometo - Araras e Faculda-
de Anhanguera - Campinas.

Haline Medeiros - Docente


Graduação em Odontologia pela UFRN. Especialização em Odontopediatria pela Fundecto-USP.
Residência em saúde da criança pela UFRN. Mestrado em Odontopediatria pela USP. Doutoran-
da em Odontopediatria pela USP. Habilitação em sedação consciente medicamentosa e inalató-
ria. Atua em consultório odontológico na Odontopediatria há 10 anos. Professora convidada no
Curso de Atualização em Odontopediatria da Fundecto-USP e nos Cursos de Especialização e
Mestrado da Faculdade São Leopoldo Mandic.

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NOVEMBRO / 2023

José Carlos Imparato - Coordenador


Graduação em Odontologia pela Universidade de Santo Amaro. Mestrado em Ciências Odon-
tológicas pela FOUSP. Doutorado em Ciências Odontológicas pela FOUSP; Especialista em
Radiologia e Odontopediatria pela Unicastelo. Professor Livre Docente da Disciplina de Odon-
topediatria FOUSP. Coordenador de cursos de especialização e professor do Programa de Pós-
-Graduação da Faculdade SLMANDIC. Tem experiência na área de Odontologia, com ênfase
em Odontopediatria, atuando principalmente nos seguintes temas: Banco de Dentes, Anatomia
dos Dentes Decíduos e Técnicas de Mínima Intervenção para o Tratamento da Cárie Dentária.
Coordenador Técnico-Científico do Banco de Dentes da FOUSP. Produção bibliográfica: diversos
artigos, livros e capítulos de livros. Orientador e Coorientador em Especializações, Mestrados e
Doutorados. Premiado em diversas categorias.

Thais Gimenez - Docente


Graduação em Odontologia pela FOUSP. Doutorado em Ciências Odontológicas, com área de
concentração em Odontopediatria, pela FOUSP. Pós-Doutorado em Odontopediatria pela FOUSP.
Atua como docente no Programa de Mestrado em Saúde e Meio Ambiente na Universidade Me-
tropolitana de Santos - UNIMES e Professora colaboradora dos cursos de Atualização, Especia-
lização, Mestrado e Doutorado em Odontopediatria da São Leopoldo Mandic SP e Campinas.
Atua nas áreas de odontopediatria, cariologia, métodos diagnósticos e revisões sistemáticas .

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GUIA DE PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO PARA MÉDICOS GINECOLOGISTAS-OBSTETRAS

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