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Everlyn Cristina Torres Vaz¹, Thais Lelis Cândido¹, Conrado Augusto Ferreira de Oliveira²,
Carolina Saiberth Carfesan³.
RESUMO
ABSTRACT
INTRODUÇÃO
Cuidado paliativo (CP) é uma abordagem terapêutica que visa atender às necessidades
de pacientes com doenças graves, crônicas, progressivas e que ameacem a continuidade da
vida. Durante muito tempo, não havia esse cuidado, já que o modelo de tratamento priorizava
a doença em detrimento do doente (PINHO et al., 2022).
Apenas em 1960, no Reino Unido, tendo a médica Cicely Saunders como precursora,
foram introduzidos os cuidados paliativos. A partir do trabalho dessa médica (que também era
assistente social e enfermeira), foram estabelecidas as bases dos cuidados paliativos, que
incluem a assistência, o ensino e a pesquisa (GOMES e OTHERO, 2016).
CP é definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um conjunto de
medidas para promoção da qualidade de vida de pacientes com doenças sem prognósticos.
Essa abordagem é realizada por meio da identificação precoce, da correta avaliação e do
alívio do sofrimento, englobando as dimensões biopsicosocioespirituais do paciente (OMS,
2020).
Segundo a Resolução n.º 41, de 31 de outubro de 2018, que dispõe sobre as diretrizes
para a organização dos CP, à luz dos cuidados continuados integrados, no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS), estes devem ser ofertados para toda pessoa afetada por uma doença,
aguda ou crônica, que ameace a continuidade da vida (BRASIL, 2018).
Na neonatologia, tais cuidados surgem como consequência dos progressos
tecnológicos e científicos, bem como das inovações na área da saúde, que têm permitido a
sobrevivência de recém-nascidos (RNs) cada vez mais prematuros e com malformações
graves. Os cuidados paliativos neonatais (CPN) são focados na melhoria da qualidade de vida,
conforto, alívio dos sintomas físicos do RN e diminuição do sofrimento emocional e espiritual
da família (MARÇOLA et al., 2017).
Embora a mortalidade infantil tenha reduzido em decorrência dos avanços na
neonatologia, a morte contínua presente em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN).
Em todo o mundo, a percentagem de mortes por anomalias congênitas que limitam a vida é de
11,3% para neonatos. Em 2017, 5.110 crianças morreram no Brasil com anomalias
congênitas, entre 0 e 27 dias de vida (OMS, 2018). Os RNs criticamente enfermos podem
possuir a morbidade e a mortalidade associadas à sua condição clínica, o que suscita ponderar
o limite da terapêutica com esses pacientes (MARÇOLA et al., 2017).
Algumas condições clínicas podem ser beneficiadas com a utilização dos CP, tais
como: prematuridade e baixo peso extremo; trissomia dos cromossomos 13 e 18; agenesia
renal; doença policística renal bilateral; anencefalia; holoprosencefalia; lesão anóxica grave;
hidrocefalia congênita, mielomeningocele; hidropsia fetal com anasarca; gêmeos xifópagos;
agenesia traqueal; malformação adenomatosa cística e epidermólise bolhosa (SANTANA et
al., 2019).
A morte de um bebê é um momento no qual ocorre a inversão do ciclo natural da vida,
o que dificulta sobremaneira a aceitação desse evento, tanto por parte dos familiares quanto
dos profissionais de saúde. Nesse cenário, a equipe multiprofissional desempenha um
importante papel para o bebê e a família, que está inserida no CPN. Embora a implantação de
CPN na UTIN ainda seja pouco discutida, considera-se valoroso conhecer a percepção da
enfermagem a respeito desses cuidados nesse cenário (PINHO et al., 2022).
Dessa forma, o presente estudo é relevante, por ampliar o conhecimento sobre o tema.
O objetivo é descrever a percepção da enfermagem em relação aos CPN na UTIN. Nesse
sentido, questiona-se: qual a percepção da enfermagem a respeito dos CPN na UTIN?
METODOLOGIA
Enfermagem
Termo 2 Neonatal Nursing Enfermería Neonatal
Neonatal
Tabela 1 – Descritores pesquisados nas bases de dados com o termo booleano AND
Fonte: Fluxograma da seleção dos estudos segundo Preferred Reporting Items for Systematic
Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) (MOHER et al., 2009).
A síntese dos dados foi realizada sistematicamente considerando a construção das
categorias.
RESULTADOS
Estão inseridos na revisão integrativa da literatura deste estudo 7 artigos que atendiam
a todos os critérios de inclusão preestabelecidos. Destes, dois foram publicados no ano de
2017, dois em 2018, um em 2019, um no ano de 2020 e outro em 2021.
Registraram-se, quanto aos idiomas, cinco estudos em inglês (71%) e dois em
português (29%). Os estudos foram realizados na Austrália (1), Brasil (4), Portugal (1) e
Turquia (1). Classificam-se, com relação à metodologia utilizada, em estudos qualitativos
descritivos (5) e qualitativos fenomenológicos (2).
Os dados dos artigos incluídos nesta revisão foram reunidos e apresentados na tabela
2, com o código de cada um, título com (os) nome (s) do (s) respectivo(s) autor(es), ano da
publicação e o(s) objetivos. Na tabela 3, estão descritos o código de cada artigo,
metodologia(s), periódico(s), estado(s) e níveis de evidência.
DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
2. ALVES, A. M. F.; FRANÇA, M. L. R.; MELO, A. K. Entre o nascer e o morrer: cuidados paliativos na
experiência dos profissionais de saúde. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, Fortaleza-CE, v. 31, n. 1, p.
1-10, 28. fev 2018. Disponível em: https://ojs.unifor.br/RBPS/article/view/6712. Acesso em: 11 jun.2023.
4. GOMES, A. L. Z.; OTHERO, M. B. Cuidados paliativos. Estudos Avançados, São Paulo-SP, v. 30, n. 88, p.
155-166, 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/gvDg7kRRbzdfXfr8CsvBbXL/abstract/?lang=pt#.
Acesso em: 11 jun.2023.
5. KILCULLEN, M.; IRELAND, S. Palliative care in the neonatal unit: neonatal nursing staff perceptions of
facilatators and barriers in a regional tertiary nursery. BMC Palliative Care, Townsville-AU, v. 16, p. 1-12,
2017. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5425982/. Acesso em: 11 jun.2023.
6. MARÇOLA et al. Análise dos óbitos e cuidados paliativos em uma unidade de terapia intensiva neonatal.
Revista Paulista de Pediatria, São Paulo-SP, v. 35, n. 2, p. 125-129, 2017. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rpp/a/b3TnXjLNF6Fy8JRxn44W6yF/?lang=pt#. Acesso em: 11 jun.2023.
8. Ministério da Saúde (BRASIL). Gabinete do Ministro. Resolução nº 41, de 31 de outubro de 2018. Dispõe
sobre as diretrizes para a organização dos cuidados paliativos, à luz dos cuidados continuados integrados, no
âmbito Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 out. 2018. p.57. Acesso em: 08.
Ago.2023.
9. MOHER et al. Itens de relato preferidos para revisões sistemáticas e meta-análises: A declaração PRISMA.
Medicina PLoS, v. 7, p. e1000097, 2009. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1000097. Acesso
em: 11 jun.2023.
10. NOBRE, M. R. C.; BERNARDO, W. M.; JATENE, F. B. A prática clínica baseada em evidências: parte III
Avaliação crítica das informações de pesquisas. Revista brasileira de reumatologia, São Paulo-SP, v. 44, n. 6,
p. 410-418, 2004. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ramb/a/NHrvm4bRvMv7PxBT4LBhFkc/?format=pdf=pt. Acesso em: 11 jun.2023.
11. OLIVEIRA et al. Brazilian Neonatal Nurse's Palliative Care Experiences. The Journal of Perinatal &
Neonatal Nursing. São Paulo-SP, v.32, p. E3-E10, 2018. Disponível em:
https://dx.doi.org/10.1097/JPN.0000000000000361. Acesso em: 11 jun.2023.
12. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Atlas Global de Cuidados Paliativos. 2. ed. Londres, WHPCA,
2020. Disponível em: https://thewhpca.org/resources/global-atlas-of-palliative-care-2nd-ed-2020/. Acesso em: 08
ago.2023.
13. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Distribuição de causas de morte entre crianças com idade <5
anos: anomalias congênitas, 2018. Disponível em: https://apps.who.int/gho/data/view.main.ghe2002015-
CH15?lang=en. Acesso em: 11 jun.2023.
14. OUZZANI et al. Rayyan—a web and mobile app for systematic reviews. Systematic reviews, v. 5, n. 1,
2016. Disponível em: https://www.rayyan.ai/. Acesso em: 11 jun.2023.
15. PINHO et al. O papel da enfermagem nos cuidados paliativos neonatais: revisão integrativa de literatura.
Editora Científica Digital, v. 9, p. 314–332, 2022. Disponível em:
https://www.editoracientifica.com.br/artigos/o-papel-da-enfermagem-nos-cuidados-paliativos-neonatais-
revisaointegrativa-de-literatura. Acesso em: 11 jun.2023.
16. SANTANA et al. Indicação de cuidados paliativos neonatais: necessidade de uma diretriz? Residência
Pediátrica, São Paulo-SP, v. 9, n. 3, p. 275-283, 2019. Disponível em:
https://residenciapediatrica.com.br/detalhes/426/indicacao%20de%20cuidados%20paliativos%20neonatais%20n
ecessidade%20de%20uma%20diretriz-. Acesso em: 11 jun.2023.
17. SILVA et al. Conhecendo as práticas de cuidado da equipe de enfermagem em relação ao cuidado na situação
de final de vida de recém-nascidos. Escola Anna Nery, Cidade Nova-RJ, v. 21, n. 4, 2017. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ean/a/mJFKV4HjxZTDLLkxvsb3DBB/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 11 jun.2023.
18. SILVA, E. M. B.; SILVA, M. J. M.; SILVA, D. M. Percepção de profissionais de saúde sobre cuidados
paliativos neonatais. Revista Brasileira de Enfermagem, Portugal, v. 72, n. 6, p. 1707-1714, 2019. Disponível
em: https://www.scielo.br/j/reben/a/MS66dKqGn9j9xCLWmsBgQYK/?lang=en#. Acesso em: 11 jun.2023.
19. TAPLAK, A. S.; GUROL, A.; POLAT, S. Nurses’ Perceptions of the Palliative Care Needs of Neonates With
Multiple Congenital Anomalies. Journal of Hospice & Palliative Nursing, Estados Unidos, v. 22, n. 2, p. 137-
144, 2020. Disponível em:
https://journals.lww.com/jhpn/Abstract/2020/04000/Nurses__Perceptions_of_the_Palliative_Care_Needs.9
.aspx. Acesso em: 11 jun.2023.