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BOLETIM INFORMATIVO no.

01/2024

Curitiba, 01 de abril de 2024

Sobre Transfusão de Plaquetas em vigência de dengue

Este Boletim informativo tem por finalidade informar às Agências Transfusionais,


Hemonúcleos e Hemocentros, sobre as principais indicações de Transfuão de
Plaquetas em pacientes com DENGUE, para que estes possam orientar seu corpo
clínico.

O Governo do Estado do Paraná decretou Situação de Emergência em Saúde


para dengue, em 14 de março de 2024, válido por 90 dias. Uma das complicações
da doença é a plaquetopenia. A transfusão de plaquetas neste grupo de pacientes
têm se mostrado pouco efetivo, devido sua origem multifatorial, onde fatores imunes
participam de forma contundente.

De acordo com o Protocolo: DENGUE, diagnóstico e manejo clínico do adulto e


da criança do Ministério da Saúde, de 2015 e atualizado em 2022
(Downloads/dengue-manejo-adulto-crianca-5d%20(1).pdf)– Orienta-se:

* NÃO há respaldo para transfusões profiláticas mesmo quando a contagem de


plaquetas abaixo de 10.000-20.000/mm3;

* Pacientes que receberam transfusão profilática não tiveram menos sangramentos


e tiveram mais efeitos adversos;

* O incremento na contagem plaquetária após a transfusão nesse grupo não é


significativo ou sustentado – o processo imune destrói as plaquetas transfundidas,
muitas vezes diminuindo a contagem plaquetária após;
* Considerar transfusão de plaquetas apenas para sangramentos persistentes e
não controlados – lembrando sempre em também corrigir os fatores de coagulação
através da transfusão de plasma fresco (10ml/kg) e crioprecipitado (01U/5-10kg) se
necessário;

* Considerar o uso de vitamina K;

* A transfusão de Plaquetas pode retardar a recuperação das plaquetas acima de


50.000/mm3.

* Observar que o estado prolongado de hipovolemia está associado com frequência


aos sangramentos importantes.

À disposição,

Claudia Santos Lorenzato

Hematologista RT HEMEPAR

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