Sobre Transfusão de Plaquetas em vigência de dengue
Este Boletim informativo tem por finalidade informar às Agências Transfusionais,
Hemonúcleos e Hemocentros, sobre as principais indicações de Transfuão de Plaquetas em pacientes com DENGUE, para que estes possam orientar seu corpo clínico.
O Governo do Estado do Paraná decretou Situação de Emergência em Saúde
para dengue, em 14 de março de 2024, válido por 90 dias. Uma das complicações da doença é a plaquetopenia. A transfusão de plaquetas neste grupo de pacientes têm se mostrado pouco efetivo, devido sua origem multifatorial, onde fatores imunes participam de forma contundente.
De acordo com o Protocolo: DENGUE, diagnóstico e manejo clínico do adulto e
da criança do Ministério da Saúde, de 2015 e atualizado em 2022 (Downloads/dengue-manejo-adulto-crianca-5d%20(1).pdf)– Orienta-se:
* NÃO há respaldo para transfusões profiláticas mesmo quando a contagem de
plaquetas abaixo de 10.000-20.000/mm3;
* Pacientes que receberam transfusão profilática não tiveram menos sangramentos
e tiveram mais efeitos adversos;
* O incremento na contagem plaquetária após a transfusão nesse grupo não é
significativo ou sustentado – o processo imune destrói as plaquetas transfundidas, muitas vezes diminuindo a contagem plaquetária após; * Considerar transfusão de plaquetas apenas para sangramentos persistentes e não controlados – lembrando sempre em também corrigir os fatores de coagulação através da transfusão de plasma fresco (10ml/kg) e crioprecipitado (01U/5-10kg) se necessário;
* Considerar o uso de vitamina K;
* A transfusão de Plaquetas pode retardar a recuperação das plaquetas acima de
50.000/mm3.
* Observar que o estado prolongado de hipovolemia está associado com frequência