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Capítulo Um
Capítulo Dois
Sobre o Ebook
Sobre o Autor
Anteriormente:
A galáxia está cambaleando após o ataque devastador dos Nihil à Feira da
República em Valo. O caos reina enquanto os saqueadores anarquistas
fazem sentir a sua presença nos sistemas em toda parte, enquanto o Farol
Luz Estelar é chamado para a ação como uma central para a missão
coordenada da República para contra-atacar...
Velko Jahen suspirou profundamente enquanto fechava o canal
de comunicação com o Controle Central do Farol Luz Estelar. Ela
tinha acabado de supervisionar mais uma implantação dos Vetores
Jedi, no terceira do dia, os caças elegantes envoltos em hiperframes
triangulares que lhes permitiriam dar o salto para a velocidade da
luz. A manobra, comandada pelo Jedi Froziano Nooranbakarakana,
estava acelerando para ajudar a Oficial Kriss, que atualmente
estava envolvida na batalha com os invasores Nihil no sistema
Magaveene.
A vida não tinha sido exatamente tranquila desde que Velko se
apresentou para servir no Farol, mas os últimos meses haviam
beirado o caos. A Operação: Contra-ataque foi a resposta oficial à
atrocidade em Valo, onde os Nihil destruíram a Feira da República.
O Farol Luz Estelar estava no meio da ação, o ponto de partida de
dezenas de missões para expulsar os Nihil de onde quer que
estivessem escondidos. Os dias de Velko, assim como a maior parte
de suas noites, agora eram gastos coordenando vários ataques, em
grande parte atuando como uma ligação entre os Jedi e várias
forças da Coalizão de Defesa da República. Ela prosperou no
início, as emoções intensas na estação a lembravam de sua vida
anterior nas trincheiras de Soika, mas agora a adrenalina estava
começando a se esgotar. Agora ela estava cansada até os ossos.
Velko verificou seu cronômetro. Levaria mais quatro horas até
que ela pudesse desabar no monte de coberta em sua cama. Talvez
ela pudesse pegar um café rápido no saguão antes que a próxima
crise chegasse. O bip de seu comunicador disse a ela que isso não
iria acontecer.
— Aqui é Jahen. — Disse ela, tentando manter o cansaço longe
da voz enquanto atendia a ligação.
— Administradora, está ocupada?
Velko tentou não suspirar de forma audível à Ghal Tarpfen, a
Chefe de Segurança da República no Farol. Que pergunta para se
fazer. Quem não estava ocupado ultimamente?
— Do que você precisa, Chefe?
— Há uma... “fracas” em andamento no hangar 4.
— Uma Fracas?
— Você pode descer lá? Tipo, agora?
Velko beliscou a raiz de seu nariz. Uma dor de cabeça estava se
formando atrás de seus olhos.
— Mais ninguém pode...
A Mon Cal não a deixou terminar a frase.
— Eu iria, mas estou processando os prisioneiros Nihil que
foram trazidos pelo esquadrão Firebird.
— Como está indo isso?
— Bem. — Tarpfen respondeu. — Estou apenas duas dúzias
atrás do programado, o que está melhor do que ontem. A última
coisa de que preciso é sair daqui correndo até o hangar 4...
— Quando eu estou no setor ao lado.
— Você sacou. Eu pediria por favor, mas...
Velko não conseguiu não sorrir.
— Mas isso te deixaria com coceiras.
— Isso e ormachek grelhado. Então, você vai?
A relação entre Velko e Ghal havia começado meio turbulenta,
mas as duas haviam se tornado mais próximas recentemente,
aproximadas pelas crises que se seguiram desde Valo. Não diria
que eram amigas, ainda, mas estavam seguindo neste rumo.
— Estou a caminho. — Ela disse seguindo para as portas. —
Mas você fica me devendo.
Velko levou mais do que os vinte minutos que havia dado à Vane para se
acalmar, e então, apenas alguns segundos para que se afundasse na
vergonha. No que estava pensando? Revogar os privilégios de um homem
de estacionar no hangar só porque ele fez contato visual com uma Zeltron
bonita? Vane sempre tinha sido o cara das mulheres, mesmo no passado,
quando estavam nas linhas de frente. Não se importava com isso na época.
Até gostava. A última coisa de que precisava era de um relacionamento no
meio de uma zona de guerra, então esse lance casual, sem amarras, no que
quer que fosse que os dois tinham, servia bem. Então por que reagir tão
negativamente agora? Devia estar mais exausta do que pensava.
Ainda bem que os logs mostravam que a Coração de
Rapscallion ainda não havia partido. O mínimo que podia fazer era
se desculpar. Mas quando chegou no hangar 4, Vane Sarpo não
estava sozinho. Ela meio que esperava que a Zeltron estivesse com
ele, mas não o Houk, que estava fuçando em uma das caixas. Até
que ele viu Velko vindo na direção das naves estacionadas, e bateu
a tampa da caixa para fechá-la. O barulho repentino chocou a
Clune de tal forma que ela se fechou em uma bola.
— Velko! — Vane exclamou, um pouco alto demais,
levantando as mãos como se avisasse para ela ir embora.
— Eu já estou indo. Prometo. Eu só...
As suas palavras foram sumindo e Velko sentiu uma pontada
em seu estômago, um instinto em que aprendeu a confiar, não só
com Vane, mas com qualquer pessoa que não estivesse dizendo a
verdade.
— Abra a caixa. — Ela ordenou bruscamente.
— Não há necessidade disso. — Vane disse. — O meu amigo
aqui estava apenas vendo se ele ia ficar com alguma das minhas
mercadorias, mas o seu amigo Sskeer ressaltou que elas são um
lixo.
— Sim, — o Houk murmurou, fazendo menção de se apressar.
— Um monte de tralha velha.
Algo não estava certo. Velko avançou para a caixa mais
próxima, arrancando a tampa.
— Vel, não!
Agora o Houk estava praticamente correndo, mas por qual
motivo?
Uma caixa de mercadoria Jedi cafona? Isso não fazia sentido...
a menos que...
Velko enfiou a mão na caixa, agarrando a bandeja superior de
estatuetas. Saiu facilmente, revelando mais bugigangas abaixo. Ela
jogou a bandeja de lado, os enfeites de plástico fazendo barulho no
convés enquanto ela alcançava a camada mais profunda.
Desta vez, Vane não tentou detê-la. Em vez disso, ele pegou a
Clune e correu para a rampa da Rapscallion, Velko ficou ofegante
quando viu o que estava escondido sob os souvenires.
— Vane, pare já aí!
Vane não escutou enquanto corria pela rampa. Com um
grunhido de esforço, Velko jogou a bandeja, com estatuetas baratas
voando por toda parte enquanto pousava aos pés de Vane. O
Vuman tropeçou, a Clune rolou de suas mãos enquanto caía. Velko
estava em cima dele num instante, torcendo os braços para que não
pudesse escapar.
— O que é que você fez? — Ela chiou enquanto ele lutava.
— Mais do que qualquer um de nós esperava. — Sibilou uma
voz atrás.
Era Sskeer, com o sabre de luz queimando enquanto agora
algemava o Houk de volta para eles, com Ghal Tarpfen ao seu lado.
— Sskeer fez algumas pesquisas — a Mon Cal disse enquanto
Velko puxava Vane de volta a seus pés. — Acontece que o CDR
(Coalizão de Defesa da República) está observando a Coração de
Rapscallion há algum tempo.
— Eu posso explicar — disse Vane, não resistindo mais nas
mãos de Velko.
— É? — Velko disse, empurrando-o para o caixote aberto. —
Talvez você possa começar com isso.
Empurrou-o para dentro do contêiner, então foi forçado a olhar
para as prateleiras de blasters que estavam escondidas sob os
souvenirs.
— Isso é simples — sibilou Sskeer, olhando fixamente para
Vane com um olhar feroz. — O seu amigo aqui tem
contrabandeado armas... para os Nihil.
Continua...
OFarol Luz Estelar havia mudado muito em tão pouco
tempo. Quando chegou, a Administradora Velko Jahen ficou
surpresa com a atmosfera, todos tão confiantes e calmos em meio a
tanta agitação. E então houve a empolgação. Você podia senti-la no
ar. O Farol era um novo começo, tanto para a fronteira galáctica
quanto para uma veterana cansada em busca de um novo propósito
na vida. E agora? Agora era diferente. Tudo o que havia acontecido
antes de Valo. Tudo o que aconteceu antes de os Jedi receberem a
tarefa de derrubar os Nihil. Isso foi antes que as alas da torre de
segurança estivessem cheias de Nihil capturados como parte da
Operação Contra Ataque.
Agora estava parada na frente de uma cela, olhando para um
homem com quem havia lutado em Soika. Um homem que amava,
se não amava profundamente. Um homem o qual era o seu
prisioneiro. Ela mesma o trouxe. Havia prendido as algemas em
seus pulsos depois de descobrir que ele estava usando o Farol para
contrabandear armas para os Nihil, e tinha uma pergunta urgente.
— Por que?
Vane Sarpo estava sentado de costas para ela atrás do campo de
energia, sua assistente Clune enrolada em uma pequena bola
laranja, a reação instintiva de todos os Peasles em momentos de
grande perigo. A pequena insectoide não se desenrolou nenhuma
vez desde que os blasters contrabandeados foram encontrados.
— Eu preciso saber, Vane. Por que fez isso? O que eles te
ofereceram?
O Vuman tatuado não respondeu, mas os Nihil nas outras celas
certamente tinham muito a dizer por si, zombando e gritando, uma
Wookiee particularmente magra dizendo a Velko em termos
inconfundíveis o que faria com ela se os campos de energia
falhassem. Velko não estava preocupada. O guarda na porta do
bloco tinha o seu atordoador e ela tinha seu blaster. Certificou-se de
que estivesse armada. A visita não foi exatamente autorizada, e ela
tinha certeza de que a chefe de segurança Ghal Tarpfen falaria
muito se soubesse disso, mas Velko não queria correr nenhum
risco.
Ainda assim, Vane permaneceu em silêncio. Nada sobre isso
fazia sentido para Velko. O pensamento de que ele poderia ter se
juntado voluntariamente aos Nihil era terrível demais para
assimilar. Vane esteve em várias vertentes ao longo dos anos,
especialmente quando serviram juntos em Soika, ela como membro
da Força de Libertação e ele como mercenário, mas com certeza
não era um anarquista.
— Eles estão te pagando, é isso? — Sem resposta. — Você
deve dinheiro a eles? — Nada ainda. — Pelo amor do espaço,
Vane, fala comigo.
Alguém finalmente falou, mas não foi o prisioneiro.
— Administradora Jahen.
Velko praguejou baixinho ao ouvir passos pesados atrás dela.
Ela se virou para ver a forma imponente do Mestre Jedi Sskeer
caminhando em sua direção, com a sua mão boa apoiada no cabo
do sabre de luz.
— Isso — sibilou o Trandoshano — é muito... irregular. — Ele
estava abalado, ela podia ver nitidamente. Outra coisa que mudou
desde que chegou ao Farol. Antes acreditava que os Jedi eram
incapazes de emoção, uma proposição totalmente errada. Os Jedi
que conheceu eram tão profundos quanto qualquer outro. Eles
apenas eram melhores em controlar as emoções. Pelo menos, a
maioria era. Sskeer parecia lutar mais do que a maioria, e quanto a
Oficial Avar Kriss...
— Mestre Jedi — ela começou cortando seus pensamentos. —
Eu pensei que...
— Você pensou que poderia usar a sua história pessoal como
vantagem contra o prisioneiro.
— As bochechas prateadas de Velko queimaram.
— Não, não era isso.
— Claro que era — disse uma voz atrás dela, Vane falando,
finalmente. Ele ainda estava de costas para eles, mas havia um tom
em sua voz que nunca tinha ouvido antes. — Eu faria o mesmo,
mas você está perdendo seu tempo, Vel.
Não podia acreditar.
— Nós podemos te ajudar, Vane. Se você nos ajudar.
— Se eu te ajudar, como? — Ele estava de pé agora. —
Revelando os segredos dos Nihil? E o que você faria então,
Administradora? Você me protegeria como os Jays protegeram
Valo? Você é uma piada, você e seus amigos Jedi. — Os seus olhos
dispararam entre os dois. — Olhe para você, em todas as suas
roupas elegantes. Túnicas douradas e golas engomadas. Vocês vão
queimar. Você sabe disso, não é? Tudo isso vai desabar as sobre
suas cabeças. Vocês não podem me ajudar, porque vocês são o
problema!
Ao redor, os prisioneiros Nihil gritaram em apoio ao discurso
de Vane, a Wookiee sacudindo os braços compridos e emaranhados
acima da cabeça. O que Velko estava pensando? Isso era inútil.
Vane... Vane não era o homem que ela pensava que era. O homem
que tinha sido. E se ele queria apodrecer na prisão da República,
que fosse. Tinha trabalho a fazer. Trabalho importante. Trabalho
ajudando a derrubar mais homens como ele.
Girou nos calcanhares, marchando em direção ao guarda na
porta, parando apenas quando percebeu que Sskeer não estava com
ela. Ele estava parado do lado de fora da cela de Vane.
— Mestre Sskeer? — ela perguntou, mas mesmo assim, ele não
se moveu. — Mestre Sskeer, você vem?
— Algo não está certo. — ele disse, ignorando a pergunta dela,
os olhos laranja semicerrados nunca deixando o rosto de Vane. —
Eu sinto raiva.
— Ha! — Vane ironizou, levantando os braços em pantomima.
— Eles não mentiram sobre vocês Jedi, né? O lagarto consegue
dizer que estou com raiva. E eu aqui pensando que ele não era nada
além de um orvalho idiota.
— Nós devemos ir. — disse Velko ao Trandoshano.
— Finalmente ela entendeu, — Vane bufou — Deem à moça
uma medalha para a sua coleção. Vamos lá. Saiam logo daqui.
Vocês me enojam, todos vocês. O meu estômago chega a
embrulhar.
— Eu sinto mais do que raiva, — Sskeer continuou, suas
palavras estranhamente dolorosas — eu sinto vergonha. Eu sinto...
medo.
Havia algo na maneira como o Jedi falava que deu um arrepio
em Velko, as emoções que descreveu eram muito familiares. Mas
os Jedi não temiam, não é? Sskeer estava certo, no entanto. Vane
estava com medo, podia ver em seus olhos, mas de quê? Ser preso
por seus crimes? Das repercussões se ele traísse os Nihil. Não. Era
outra coisa. Outra pessoa.
Os olhos de Vane pararam em Clune e se arregalaram. A Peasle
estava balançando em sua concha, preparando-se para se
desenrolar.
O sabre de luz de Sskeer acendeu.
— Desliguem o campo de energia — ele ordenou ao guarda na
porta. Vane ergueu os braços, as palmas das mãos voltadas para a
lâmina azul.
— Não. Não faça isso. Saia. Por favor, saia.
— Não vou pedir de novo. — resmungou Sskeer.
Velko olhou de volta para o guarda em pânico, que obviamente
estava se perguntando se deveria obedecer ao Jedi ou não. Foi
quando uma luz brilhou dentro da cela de Vane.
Tudo aconteceu muito rápido. Velko se virou, com os seus
olhos se arregalando quando percebeu que o brilho estava
emanando do próprio Vane Sarpo, as tatuagens em seu rosto
brilhando como um relâmpago serrilhado.
— O campo — Sskeer gritou, com as suas narinas dilatadas
enquanto o bloco se enchia de aromas nauseantes de carne
queimada e ozônio carbonizado. — Agora!
— Não — Velko gritou, franzindo os olhos contra o brilho. —
Bloqueiem o bloco. Bloqueiem a torre inteira — ela ordenou.
O guarda correu para os controles enquanto uma luz mais
brilhante do que um sol vinha da cela de Vane. Vinha do próprio
Vane.
Velko gritou, jogando a mão sobre os olhos, mas o dano já
estava feito. Só podia rezar para que os efeitos fossem apenas
temporários, para que ela não tivesse ficado cega quando o seu ex-
amante... o quê? Explodiu? Os seus ouvidos zumbiam, mas ainda
podia ouvir o estalo dos atordoadores dos seguranças e o brandir do
sabre de luz de Sskeer. Apenas uma coisa era perceptível por sua
ausência, o zumbido dos campos de energia que mantinham os
prisioneiros afastados.
Piscando freneticamente, puxou o seu blaster, disparando
alguns tiros nas formas borradas que corriam em sua direção, com
os Nihil caindo no chão. Mirou e atirou sem ver, contando com o
seu treinamento, ouvindo os grunhidos e baques de cada inimigo
caindo antes de seguir para o próximo. Era apenas uma questão de
tempo antes que sua sorte acabasse, um Nihil evitasse seu tiro, o
blaster fosse arrancado de sua mão. Ela o ouviu escapar e atacou
cegamente, seu punho encontrando apenas ar. O Nihil não teve
nenhum problema em atingir a mandíbula de Velko, gerando uma
supernova de cores impossíveis brilhando em sua visão já confusa.
Ela caiu e eles a dominaram, não importa o quão forte ela se
debatesse e chutasse. Ela foi posta de joelhos, os braços torcidos
para trás, uma voz rouca em seu ouvido dizendo para ela parar de
lutar. Como se ela tivesse alguma escolha. Mas mesmo quando sua
visão clareou lentamente, seus olhos lacrimejando, um sorriso se
espalhou por seus lábios rachados. Sskeer iria livrá-los disso.
Sskeer era um Jedi. Sskeer tinha um sabre de luz.
Um sabre de luz que não conseguia mais ouvir. Sskeer estava
caído no convés à sua direita, preso ao chão pela Wookiee
desgrenhada que era obviamente mais forte do que parecia. Mas
eles não terminaram ainda. Sskeer usaria a Força. Ele arremessaria
os Nihil de suas costas com a mesma facilidade com que tirava sua
capa.
A qualquer momento agora...
A qualquer momento...
— Olha, que situação
Pernas minúsculas deslizaram no chão enquanto uma Peasle
corria na frente deles, uma Peasle segurando o atordoador de um
guarda.
— Clune? — Velko engasgou em choque.
— Olá, — a minúscula insetoide disse. — Não tivemos a
chance de bater um papo antes, não é?
— Antes de você se enrolar em uma bola — ela a lembrou.
— Como uma covarde. — acrescentou Sskeer.
Clune balançou a cabeça segmentada.
— Tanto preconceito, de um Jedi entre todas as pessoas.
A Peasle correu até Sskeer, cutucando-o com o atordoador que
estalava energizado. O trandoshano rugiu de dor, mas Clune apenas
murmurou.
— Não me importo em dizer, estou um pouco decepcionada.
Parece muito indigno.
— O guarda? — Velko perguntou, esticando o pescoço para
olhar ao redor. — Onde ele está?
— Oh, ele está morto — Clune informou. Bem, bem morto,
mas não antes de conseguir trancar as portas, aquelas que nossa
explosão de íons não derrubaram, aliás.
Ainda lutando contra o Nihil que a segurava com força, Velko
se virou para olhar a cela de Vane. O Vuman estava esparramado de
bruços, filetes de fumaça saindo de seu rosto oculto.
— As tatuagens do Vane — ela resmungou.
— Bem, isso foi inteligente — Clune disse, com a sua voz
cheia de um orgulho estridente. — Entrelaçada com filamentos de
íons, sabe? Preparada para detonar a qualquer momento, graças a
isso. — Ela balançou a pulseira de controle que estava pendurada
frouxamente em um de seus muitos pulsos.
— Como? — Velko perguntou.
Um sorriso apareceu no rosto segmentado da Peasle.
— É extremamente difícil desenrolar um Peasle depois que ele
se transforma em uma bola.
— E as varreduras de segurança? — Sskeer disse.
— Praticamente inúteis — Clune confirmou. — A quitina de
um Peasle é extremamente eficaz no bloqueio de varreduras de
sensores e, bem, quem suspeita de uma... como você me chamou,
Jedi? Uma covarde?
— Fascinante — Velko disse com os dentes cerrados — mas
não foi o que eu quis dizer. Como você persuadiu Vane a fazer
isso? Tatuar a pele. Para atacar o Farol?
Clune riu, um som fino e estridente.
— Ele realmente não tinha escolha. Eu disse que as tatuagens
eram inteligentes. Elas não apenas escondem uma carga iônica; elas
poderiam causar uma dor terrível se ele não fizesse o que eu digo.
Devo admitir que fiquei impressionada com a maneira como ele
tentou fazer você ir embora. Todos aqueles gritos e conversas. Ele
deve ter realmente se importado com você, não querendo que você
fosse pega em tudo... — a Peasle acenou com a haste em um
círculo que abrangia todo o bloco de celas — ... em tudo isso.
Talvez eu o tenha subestimado. Não que isso importe. Os
filamentos eram uma carga única. Eu esperava detoná-los no meio
da noite.
— Mas eu atrapalhei você — Sskeer rugiu.
— Certamente atrapalhou, o que nos traz de volta ao nosso
problema. A ideia era fugir.
— E agora você está presa — disse Velko, permitindo-se um
sorriso amargo.
— Todos nós estamos, minha querida. Incluindo você, tudo
porque você ordenou o bloqueio. Agora não temos comunicações e
nenhuma maneira de sair daqui.
— Mas nós temos isso. — Um Amanin Nihil de cabeça larga
caminhava na frente de Sskeer e Velko, segurando uma arma muito
familiar com seu braço desengonçado.
— Ah, sim — disse Clune, pegando o cabo. — O sabre de luz
do Jedi.
— Não ouse... — Sskeer rosnou, tentando, e falhando, em se
livrar da Wookiee.
— Não ouse... o quê? — Perguntou Clune — Fazer isto?
Velko estremeceu quando a Peasle atingiu Sskeer no rosto com
a empunhadura de seu próprio sabre.
— Ou isto?
A lâmina azul deslizou majestosamente do punho, com a sua
luz refletida nos olhos de Clune. O tempo todo, Sskeer lutou para
se levantar, mas foi mantido preso ao chão.
— É assim que as coisas vão acontecer — disse Clune, girando
lentamente a lâmina para que ficasse perigosamente perto do rosto
de Velko. — Nós vamos negociar por sua vida. Ou eles nos deixam
ir, ou vocês vão começar a perder membros. — Ela deu uma
risadinha antes de voltar a olhar para Sskeer. — Mais membros em
alguns casos.
— Não. — Velko disse calmamente.
— O que é isso?
Olhou Clune diretamente em seus olhos negros.
— Não importa o que fizer comigo, eu não vou te ajudar, e nem
o Jedi. Você será capturada e jogada de volta em sua cela sem
chances de escapar.
— É mesmo? — a Peasle perguntou, trazendo a lâmina
brilhante cada vez mais perto. Não havia calor, mas isso não iria
impedi-la de queimar assim que o campo de contenção tocasse a
sua pele. Velko apertou os olhos, preparando-se para a dor... dor
que nunca veio.
Um tiro de blaster disparou do nada, girando Clune, o sabre
aceso voando de sua mão. O segundo tiro atingiu-a bem nas costas
e ela caiu, o atordoador do guarda morto caindo no chão. Velko não
olhou para ver quem havia atirado. Não teve tempo. Trouxe a
cabeça para trás bruscamente, acertando a mandíbula do Nihil que
a estava segurando. Eles cambalearam para trás, perdendo o
controle e ela pulou, agarrando o atordoador e balançando para
acertar com força na lateral da Wookiee. A desgrenhada Nihil
gritou enquanto os volts fluíam livremente por seu corpo, Sskeer
finalmente capaz de se libertar. O sabre estava em sua mão em
poucos segundos, Velko e o Jedi parados ombro a ombro, armas à
mostra e prontos para punir qualquer Nihil que ousasse atacar.
Mas nenhum deles se moveu. Talvez fosse a ameaça dupla de
sabre e atordoador, ou o fato de que os Nihil haviam perdido a
vantagem. O mais provável é que tivesse algo a ver com o blaster
na mão de Vane Sarpo, pronto para atirar a qualquer momento.
Velko não tinha ideia se Vane tinha caído sobre a sua arma por
acidente, ou propositalmente a cobriu com o seu corpo enquanto
recuperava as suas forças, mas não importava, não agora que ele
estava sorrindo para ela, com o seu rosto gravemente queimado.
— Clune estava certa — ele ofegou, com os seus olhos
brilhando através da dor. — Ninguém pensa em verificar o
covarde.
—
A ALTA REPÚBLICA - LUZ ESTELAR - ERROS PASSADOS É UM LIVRO DE FICÇÃO. TODOS OS PERSONAGENS,
LUGARES E ACONTECIMENTOS SÃO FICCIONAIS.
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
TDW CRB-1/000
S28c Scott, Cavan
A ALTA REPÚBLICA - LUZ ESTELAR - ERROS PASSADOS [recurso eletrônico] / Cavan Scott
; traduzido por Tradutores dos Whills.
80 p. : 2.0 MB.
Tradução de: The High Republic - Starlight - Past Mistakes (PART 1 & 2)
Fonte: Star Wars Insider Magazine Edição 205 e 206
1. Literatura norte-americana. 2. Ficção científica. I.Dos Whills, Tradutores CF. II. Título.
2017.352
tradutoresdoswhills.wordpress.com
Star Wars: Guardiões dos Whills
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Quando Jyn Erso tinha cinco anos, sua mãe foi assassinada e seu
pai foi tirado dela para servir ao Império. Mas, apesar da perda de
seus pais, ela não está completamente sozinha, — Saw Gerrera, um
homem disposto a ir a todos os extremos necessários para resistir à
tirania imperial, acolhe-a como sua e dá a ela não apenas um lar,
mas todas as habilidades e os recursos de que ela precisa para se
tornar uma rebelde.Jyn se dedica à causa e ao homem. Mas lutar ao
lado de Saw e seu povo traz consigo o perigo e a questão de quão
longe Jyn está disposta a ir como um dos soldados de Saw. Quando
ela enfrenta uma traição impensável que destrói seu mundo, Jyn
terá que se recompor e descobrir no que ela realmente acredita… e
em quem ela pode realmente confiar.