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Ofício #38 2023 STD Anee
Ofício #38 2023 STD Anee
Ao Senhor
Eduardo Baroni Júnior
Superintendente de Regulação Técnica e Comercial
Neoenergia
Senhor Superintendente,
2. Sobre o assunto, esclarecemos que, por força legal (art. 15, §6º da Lei
nº 9.074/1995 e arts. 2º e 18 da Lei nº 14.300/2022) e regulamentar (arts. 15 e 17 da Resolução
Normativa – REN nº 1.000/2021), a conexão ao sistema de distribuição é um direito do
consumidor e demais usuários, devendo a distribuidora atender a todos os pedidos de conexão
que receber.
4. A exceção prevista na regulação é a do §2º do art. 17, que deve ser aplicada
exclusivamente para os casos em que a conexão não pode ser realizada por motivo que não seja
de responsabilidade da distribuidora.
5. Nesse dispositivo (art. 17, §2º) enquadram-se, por exemplo, casos em que a
conexão não pode ser realizada pela não obtenção de licença, autorização ou aprovação de
autoridade competente (art. 89, II), o consumidor não tiver apresentado informações de sua
responsabilidade (art. 89, I), ou nos casos em que ficar configurada a ocupação irregular do solo
(art. 67, VIII e IX).
6. O art. 17, §2º também alcança os casos que em que existam impactos no sistema
de transmissão e, consultado acerca do caso concreto e específico, o ONS (art. 76) responda pela
inviabilidade da conexão e que não existe solução planejada, não havendo alternativas de obras
no sistema de distribuição para viabilizar o atendimento.
7. A avaliação do ONS prevista no art. 75 para MMGD somente deve ser requisitada
em situações específicas, em que o estudo de impacto sistêmico da conexão elaborado pela
distribuidora local indicar a existência de impactos na Rede Básica, Rede Básica de Fronteira ou
Demais Instalações de Transmissão em função dessa conexão. O pedido de avaliação da
distribuidora deve estar acompanhado do estudo realizado, das características da carga na área
de atuação e das demais informações necessárias para avaliação pelo ONS.
9. Nesse sentido, esclarecemos que não deve ser considerada como “inexistência de
capacidade de escoamento” a simples utilização do relatório PAR PEL 2020, como defendido pela
Neoenergia em sua correspondência. Nesses casos, a não apresentação do orçamento de
conexão representa não conformidade e descumprimento legal, regulamentar e contratual.
10. Por fim, lembramos que, conforme §5º do art. 83, fundamentado no §2º do art. 40
do Código de Defesa do Consumidor, eventuais orçamentos de conexão emitidos e aprovados
devem ser cumpridos por ambas as partes, somente podendo ser alterados em comum acordo.
Atenciosamente,
(Assinado digitalmente)
PEDRO MELLO LOMBARDI
Gerente de Regulação do Serviço de Distribuição
Superintendência de Regulação dos Serviços de Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica
DV