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FICHA TÉCNICA

Autor: Fiep
Prof.: Artemir Bezerra
Tema: Efeitos prismáticos nas lentes oftálmicas e suas implicações
Data: Março de 2024
PRISMA

Conceito

• Meio transparente com determinado índice de refração (n), delimitado por


duas superfícies planas, não paralelas. (Alves, 2014)

Ápice
Ângulo prismático

Face Face OU SUPERFÍCIE

Base Bissetriz OU EIXO DO PRISMA


PRISMA

• Unidos de forma circular pela base formam as lentes convergentes.

• Unidos de forma circular pelo ápice formam as lentes divergentes.

IMAGEM
LUZ

Lente convergente LUZ


IMAGEM
Lente divergente

LUZ
IMAGEM
Lente divergente

3,00

= 0,00 Δ

3,00

Lâmina de faces paralelas

Lente plana ou afocal


PRISMA

• Embora os prismas sempre desviem a luz para a base, quem olha através
deles vê a imagem deslocar-se para o ápice.

Olho é estimulado a
buscar o ápice

Fonte: Refratometria ocular e a arte da prescrição médica. Milton Ruiz Alves


PRISMA

Formas de se obter os prismas

• Nas lentes oftálmicas é possível gerar determinado efeito prismático de duas


formas.

10 x Δ Fórmula de Prêntice
1. DS o centro óptico da lente DS =
D

ΔxØ
2. Diferença de espessuras de bordas – DB DB =
100 x (n – 1)
RX Lente

AO + 5,00 – 1,00 x 180

Obs. 3Δ BT em AO (DNPs 30 mm)

Lente pronta (alterar Xmm na DNP 5 mm 1 mm


e gerar o prisma)

DS = 10 x 3 / 5,00
DS = 6 mm
DB = 4 mm
Montar com DNP de 36 mm
Δ = 3,00

DB = Diâm x Δ / (IR – 1) x 100


Ex. 0,00 D
LENTE AFOCAL

L 0,00 Desvio da luz


paralelo
Obs. 4 prismas BN

Exemplo de lente afocal com


determinada DB

Lente plana não tem centro óptico!


+ 5,00 – 5,00
Prismas gerados a partir de erros de medidas horizontais e
verticais

CO do olho
CO da lente CO da lente
Estimular o olho pra fora
FÓRMULA ÓPTICA

LONGE ESF CIL EIXO PRISMA

OD 0,00 – – 8 Δ BT

OE 0,00 – – 8 Δ BN
Prismas gerados a partir de erros de medidas horizontais e verticais

• Os efeitos prismáticos gerados a partir de erros de medidas horizontais


e/ou verticais provocam consequências:

Sintomas astenópicos (dor de cabaça)


Motoras (musculares)
Alterações sensoriais (ex. diplopia, etc.)
Estimula o sistema a divergir
PRISMA
Insuficiência de convergência

• DNP para menos


 Lentes positivas: prisma de BN
Excesso de
 Lentes negativas: prisma de BT divergência
Erros nas medidas horizontais

DNPs • DNP para mais


 Lentes positivas: prisma de BT

 Lentes negativas: prisma de BN


PRISMA
Estimula o olho para cima

• CO para menos
 Lentes positivas: prisma de BI

 Lentes negativas: prisma de BS


Erros nas medidas verticais

CO • CO para mais
 Lentes positivas: prisma de BS

 Lentes negativas: prisma de BI


LONGE ESF CIL EIXO DNPs

OD + 0,50 – – 30,5mm
OE + 0,50 – – 31mm

Após montagem erro na DNP OD de 2 mm para menos.

Exemplo prático 1 D x DS
Δ=
10

0,50 x 2
Δ=
10
Δ = 0,10 de BN

DISCUSSÃO: Por estar de acordo com as tabelas de tolerâncias


ópticas este erro é absolutamente irrelevante?
LONGE ESF CIL EIXO DNPs

OD – 3,50 – – 32mm
OE – 4,00 – – 33mm

Após montagem erro na DNP OE de 2 mm para menos.

Exemplo prático 2 D x DS
Δ= Estimula o sistema a convergir
10

4,00 x 2
Δ=
10
Δ = 0,80 de BT

DISCUSSÃO: Além dos sintomas astenópicos este erro pode


gerar consequências motoras e sensoriais.
LONGE ESF CIL EIXO DNPs

OD – 2,00 – 3,00 90° 30mm


OE – 1,50 – 1,00 45° 31mm

Após montagem erro na DNP OD de 1,5 mm para mais.

Exemplo prático D x DS
Δ= Dioptria do meridiano horizontal
10
3
5,00 x 1,5
Δ= Δ = 0,75 de BN
10

DISCUSSÃO: Além dos sintomas astenópicos, as possíveis


consequências motoras e sensoriais.
Exemplo de montagem sem DNP

Longe Esf Cil Eixo DNPs

OD PLANO – 5,50 180° –

OE PLANO – 7,50 180° –


PRISMA

Exemplo de lente divergente com


prisma de BT.

Crédito da imagem: Prof. Ney Dias


PRISMA

• Na clínica, o que importa é a posição da imagem, não a direção da luz.


Como o ápice dos prismas é quem determina a posição da imagem, é
para ele que a atenção deve ser voltada.
• O ápice do prisma deve ser sempre apontado para onde o olho desvia ou
para onde se deseja que ele desvie.

Fonte: Refratometria ocular e a arte da prescrição médica. Milton Ruiz Alves


infinito

Objeto longe

Condição de normalidade dos eixos


visuais.

Total alinhamento.

F F
EXO? ENDO ? Cover teste – objetivo é parar o movimento do olho.

Objeto longe Objeto longe

F F F F
EXO? ENDO ? Cover teste – objetivo é parar o movimento do olho.

Objeto longe Objeto longe

F F F F
Desviado para dentro
EXO? ENDO ?

Objeto longe Objeto longe

F F F F

Luz
CASOS CLÍNICOS

Paciente 25 anos de idade. 1º exame de vista. PRESCRIÇÃO


MC cefaleia frontal e temporal quando ler 1. Total
Refração AO + 0,50 – 0,50 x 90° (20/20) 2. Só astigmatismo
CT VL E4Δ VP E16Δ 3. Não prescreve
PPC com OR Nariz (excesso)

Paciente 25 anos de idade. 1º exame de vista. PRESCRIÇÃO


MC astenopia quando ler para perto 1. Total
Refração AO + 0,50 – 0,50 x 90° (20/20) 2. Só astigmatismo
CT VL X4Δ VP X16Δ 3. Não prescreve
PPC com OR 14 cm (convergência ruim)
PRISMA – APLICAÇÃO

• Na clínica os prismas são utilizados para:

1. Medir os desvios latentes e manifestos;


2. Medir as amplitudes de fusão;
3. Promover visão binocular;
4. Tratamentos (terapias).
PRISMA

• Prismas de base temporal estimulam a convergência.

• Prismas de base nasal estimulam a divergência.

Prisma de base nasal


PRISMA

 Efeitos prismáticos induzidos por erros de DNP Lentes positivas

Prisma de BN

• Erros de DNP para menos aumentam os desvios do tipo exo e diminuem os


desvios do tipo endo.

• Erros de DNP para mais diminuem os desvios do tipo exo e aumentam os


desvios do tipo endo.
PRISMA

Na prova das RFP o prisma é colocado com BT


para avaliar a máxima capacidade de
convergência do sistema.

Na prova das RFN o prisma é colocado com BN


para avaliar a máxima capacidade de
divergência do sistema.

CRÉDITO DA IMAGEM: grupo GEMO


PRISMA

 Efeitos prismáticos induzidos por erros de DNP Lentes negativas

• Erros de DNP para menos diminuem os desvios do tipo exo e aumentam os desvios do
tipo endo.

• Erros de DNP para mais aumentam os desvios do tipo exo e diminuem os desvios do
tipo endo.
PRISMA

 Efeitos prismáticos induzidos por erros de CO Lentes positivas

Prisma de BI

• Erro de CO para menos aumentam os desvios do tipo hiper e diminuem os desvios do


tipo hipo.

• Erro de CO para mais diminuem os desvios do tipo hiper e aumentam os desvios do tipo
hipo. Prisma de BS
PRISMA

 Efeitos prismáticos induzidos por erros de CO Lentes negativas

• Erro de CO para menos diminuem os desvios do tipo hiper e aumentam os desvios do


tipo hipo.

• Erro de CO para mais aumentam os desvios do tipo hiper e diminuem os desvios do tipo
hipo.
luz branca.
O prisma decompõe a
PRISMA

CRÉDITO DA IMAGEM: e-escola.com.br

Frequência cresce

Comprim. de onda decresce


Valor ABBE

Velocid. em meio refringente decresce

Índice de refração cresce


EXEMPLO DE ERRO GRANDE DE DNP

+ 0,25 – 1,50 x 170° (+ 0,05 à 180°)

erro de 10 mm (prisma 0,02 , aprox.)


PRISMA

Aferição dos efeitos prismáticos


no lensômetro.

A montagem de lentes
prismáticas é realizada em função
do centro geométrico da mesma.

Mira do lensômetro marcando 3


dioptrias prismáticas
PRISMA

Prismas de Fresnel

Há 150 anos, Augustin Fresnel imaginou a su-


perfície contínua de uma lente, por uma série
de áreas gradativas.
Descobriu o princípio utilizado para
fabricação dos prismas, quando tentava
duplicar o poder de uma lente de grande
diâmetro, produzindo lentes mais finas e
mais leves.
CRÉDITO IMAGEM: ALVES, Aderbal de Albuquerque. Refração. 6ª Ed. Rio
de Janeiro: Cultura Médica, 2014.
Prisma puro PRISMA

Prismas de Fresnel

B
PRISMA

Indicação e/ou utilização dos prismas de Fresnel.

https://www.theeyepractice.com.au/images/blog/NovDec15/fresnel-prism.jpg
Prismas de Fresnel
PRISMA

Prismas de Fresnel

Vantagens Desvantagens

• Espessura • Ligeira diminuição de AV (em função das reflexões nas


• Peso superfícies dos prismas)
• Mais difíceis de limpar
• Estética
PRISMA

Prismas de Fresnel

• São cortados com a forma da lente que o utilizador escolher e colados a


essa lente;
• Espessura: 1mm independentemente da potência do prisma.

FONTE:
https://www.bernell.com/product/A/Home-VT
Gracias!

Instagram:
@artemirbezerra
REFERÊNCIAS

• ARTEMIR, Bezerra Silva. Óptica Oftálmica Aplicada. Salvador. 1 ed. 2013.


• Milton Ruiz, Alves. Refratometria ocular e a arte da prescrição médica. 2 ed. Rio de
Janeiro: Cultura Médica. Guanabara Koogam, 2010.
• ALVES, Aderbal de Albuquerque. Refração. 6ª Ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2014.
• https://www.bernell.com/product/A/Home-VT.

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