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Lentes de

contato e
Refração

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Adaptação de lentes rígidas gás permeáveis (LRGP)

o Indicações
 Astigmatismo corneano causando astigmatismo refracional
 Exemplo: -4,00DE -2,00DC x 180⁰ kt (ceratometria): 43 x 45 (90⁰),
ou seja, astigmatismo “batendo” igual à ceratometria
 Altas miopias
 Complicações com lentes gelatinosas (neovasos, insuficiência límbica,
CPG – conjuntivite papilar gigante)
 Astigmatismos irregulares
 Pós-tx, pós ceratotomia radial, ectasias após cx refrativas
 Opacidades corneanas
 Obs.: Na LRGP, a preferência é escolher geralmente uma lente igual ou discretamente maior que k
(que é o valor que reflete a menor curvatura da córnea), mas nunca deve-se escolher LCGP mais
curva que a maior curvatura da córnea. Ex.: 42 x 44 180 ⁰  Não escolher LC maior que 44. O motivo disso
está no fato de: usando a LRGP com curva base coincidindo com a menor curvatura, ela vai formar
consequentemente uma lente lacrimal negativa na parte da curvatura maior da córnea, corrigindo o
astigmatismo. Muitas vezes, o paciente já fica satisfeito com a acuidade visual só de colocar a LRGP antes mesmo
da sobre-refração pelo fato de o astigmatismo já ter sido corrigido pelaa formação da lente lacrimal negativa
formada entre a LRGP e a maior curvatura da córnea.

o 4 Desenhos

Blend é a fusão da curvatura anterior com a posterior.


Deve ser suave para permitir conforto (melhor troca lacrimal)

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Indicações

Positivas: para lentes que sobem muito


Negativas: para lentes que descem muito

3 tipos: anteriores, posteriores e bitóricas.

Indicação: córneas muito planas ou altas miopias que


necessitam de uma estabilização melhor

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o Tipos de borda

Borda positiva: para a lente descer um pouco mais


Borda negativa: para a lente subir um pouco mais

o Terminologia
 K: meridiano mais plano da córnea, medido na ceratometria/topografia.
É através dele que é medida a curva base da lente.
 Curva base: Raio de curvatura da superfície posterior da lente, sendo
expresso em mm (nas hidrofílicas - gelatinosas) ou D (nas rígidas). É
escolhido com base na ceratometria.
 Lentes mais curvas têm raio de curvatura menor.
 Lentes mais planas têm radio de curvatura maior
 Profundidade sagital: Distância do centro da córnea a um plano que
passa pela borda da lente.
 Para profundidade  diâmetro e/ou curva base ( raio de
curvatura, já que raio de curvatura é inversamente proporcional à
curva base) para apertar a lente
 Para profundidade  faz-se o oposto para aplanar a lente

o Fisiologia da adaptação
 A escolha da curva base da LC rígida se baseia na ceratometria. O
menor valor ceratométrico é chamado de K e as adaptações
baseadas em K são:
 Alinhamento apical: em K
 Toque apical: mais plano do que K
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 Livramento apical: mais curvo do que K

Lente + curva que k  filme lacrimal +


Lente = k  filme lacrimal = 0
Lente + plana que k  filme lacrimal –
Geralmente, a preferência é por lentes iguais a k ou mais curvas que k para evitar toque.

 Posição das pálpebras e eixo do astigmatismo corneano: têm


influência na escolha do método de adaptação
 Quando a pálpebra superior cobre a parte superior da
córneaescolher uma adaptação paralela a K (em alinhamento)
 Quando a pálpebra superior só cobre ou fica acima do
limboadaptar interpalpebral (LC+curva que K e com diâmetro <)
 Se astigmatismo leve/moderado a favor da regra escolher
adaptação paralela à curva K.
 Se astigmatismo contra a regra e a adaptação não for
satisfatória tentar adaptaçao interpalpebral

o Parâmetros de escolha para iniciar a adaptação de lentes rígidas


1. Curva base (CB)
2. Diâmetro
3. Poder dióptrico

1) Escolha da CB
a) Córneas esféricas  CB = K
 Ex.: Kt (ceratometria): 42 x 42,5  CB = 42
b) Astigmatismo < 2D  K+1/4 do astigmatismo
 Ex.: 44 x 45  CB = 44 + ¼ (45 – 44) = 44,25
c) Astigmatismo > 2D  K+1/3 do astisgmatismo

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 Ex.: 43 x 46  CB = 43 + 1/3 (46 – 43) = 44
2) Escolha do diâmetro
 Subtrai 2mm do diâmetro corneano  diâmetro da LC para iniciar
teste

3) Poder dióptrico
 Usar somente o valor esférico da refração convertido na tabela de
distância vértice. Exemplo 1: -2,00DE +4,00DC 180  +2,00DE -
4,00DC 90  poder da lente de teste: +2,00 DE. Exemplo 2: -
6,00DE -2,00DC 180 poder da lente de teste: -5,50 DE

o Padrões de fluoresceína
1) Lente plana 2) Livramento apical

Fluoresceína pode se
acumular inferiormente e
causar borramento na
Toque central + visão
acúmulo de
fluoresceína na
periferia

3) Alinhamento apical

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Boa distribuição de
fluoresceína. Apresenta
bom resultado visual

4) Toque apical

Lente soper com toque central na foto esquerda que, por isso, precisou ser apertada para 6,5 (foto à direita). Na
foto à direita, ainda há um discreto toque, porém tolerável, já que há boa distribuição e boa troca de fluoresceína.
O objetivo na verdade é que, mesmo que haja um toque, é necessário que ele não seja fixo (haja boa troca de
fluoresceína ao piscar) e seja discreto.

Padrão ideal: sem toque central + 2 toques periféricos pequenos e, a cada vez que o paciente pisca, há a troca
(passagem) de fluoresceína

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Cálculo do grau teórico
o Grau teórico = grau esférico da refração convertido pela distância
vértice + valor para neutralizar o filme lacrimal formado na adaptação
o -3,00 DE – 2,00 DC 180 KT (ceratometria) 42 x 44
o CB melhor adpatada 42, logo LC é paralela a K (e portanto, filme lacrimal
= 0)
o Logo, grau teórico = -3 (grau esférico) +0 = -3 DE
o Se CB fosse 43, a LC é adaptada 1D mais curva que K e forna um filme
lacrimal de 1+ e o grau teórico seria: -3,00 + (-1) = -4,00 DE

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Adaptação de lentes gelatinosas

- Classificação:
o Curvatura
 Esféricas
 Tóricas
 Asféricas
o Hidratação
 Alta (>60%)
 Média (40-60%)
 Baixa (<40%)
o Polímero
 Iônicas
 Não iônicas
o Material
 HEMA
 HEMA + Vinilpirrolidona
 Siloxane - hidrogel
o Fabricação
 Torneadas
 Centrifugadas
 Moldadas
 Mistas
o Espessura central
 Normal
 Finas (<0,1mm)
 Ultrafinas (<0,05mm)
o Tempo de uso
 Diário
 Prolongado
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 Contínuo
 Flexível
 Ocasional
o Coloração
 Incolores
 Filtrantes
 Cosméticas
o Vida útil
 Descartáveis
 De troca planejada

- Critérios de adaptação
o LC deve ter
1. Curva base: definida baseando-se na ceratometria e tipo de
fabricação.
 Nas lentes torneadas e moldadas de diâmetro <
13,5mmusar CB de 2 – 3D mais planas do que K.
 Se diametro > 13,5 mm CB será 5D mais plana do que K.
 Se lentes centrifugadas descartáveis  levar em consideração
diâmetro da córnea: LC deve ter diâmetro 1-2 mm maior do
que o da córnea
2. Poder dióptrico: esférico = refração convertido para distância vértice
da córnea
3. Diâmetro: deve ser 1-2mm maior que o diâmetro da córnea ao
piscar. Se maior, pode atrapalhar a acuidade visual do paciente. Se
mais apertada, pode causar hipóxia e outras complicações.
Diferentemente das LRGP, a lente gelatinosa escolhida é geralmente mais plana que k.
Fluoresceína macromolecular: é o tipo de fluoresceína que pode ser usada para ver o padrão da lente
gelatinosa. Se não for macromolecular, vai manchar a lente.

- Avaliação da adaptação
o Após pelo menos 20 min com as lentes de teste, avaliar:
1. Posição
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 Centralizada, estendendo-se por 1mm além de todo o limbo
2. Mobilidade
 Mover-se 0,5 a 1,0 mm com o piscar
3. Miras ceratométricas e reflexos retinoscópico
 Ceratometria sobre as lentes-miras nítidas antes e após cada
piscar
 Quando a LC está apertada, as miras ficam borradas antes de
piscar e nítidas após. Quando está frouxa, acontece o contrário.
o Se posição e movimento adequados  fazer sobre-refraçao e pedir LC
o Prescrição: CB mm Dioptria diam (descrever a curva base, o diâmetro e
o grau)

- Controle de adaptação
o Medida de acuidade visual
o Análise de desconforto
o Avaliação do tempo de uso e sistema de limpeza
o Biomicroscopia: neovasos, edema, infiltrados, ceratites, papilas, etc
o Ceratometria/topografia

- Lentes de contato gelatinosas tóricas


o São lentes que possuem um sistema de estabilização que mantém o
eixo na posição adequada
o Apresentam bordas mais espessas > risco de lesão no epitélio
corneano > risco de hipóxia

- Indicações
o Astigmatismos regulares > 1D e 1/3 maior do que o valor esférico
 Ex.: -1,00DE -2,00DC 180⁰ KT 43 x 43
o Má adaptação com LCRGP -1,00DE -2,00DC 180⁰ KT 43 x 45
o Melhores resultados com astigmatismos com eixos próximos a 90⁰ e
180⁰
- Tipos
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o Desenhos
 Tórica anterior
 Tórica posterior
o Descartáveis (hidrogel ou silicone-hidrogel) e não descartáveis
o Métodos de fabricação
 Fresagem
 Reprodução
 Torneamento de superfície anterior
 Moldagem posterior
o Métodos de estabilização
 Prisma de lastro
 Truncagem
 Estabilização dinâmica
 Perilastro
 Superfície posterior tórica
 Lenticulação excêntrica
 Combinações entre elas

A preferência quanto ao material é de que seja por lentes descartáveis de silicone-hidrogel, porém, estas têm
limitação do poder cilíndrico de até 2,25 D. As de hidrogel e as não descartáveis têm poder cilíndrico maior.

- Escolha da LC tórica

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- Avaliar:
o Refração, toricidade da córnea, método de estabilização, material e
hidratação da LC
o Métodos de adaptação:
1. Empírico: Encomenda-se a LC tórica pela refração (cilindro
negativo) e ceratometria do paciente, levando-se em conta a
orientação do fabricante escolhido. Com esse método não se
prevêem as alterações de posicionamento do eixo do cilindro.
2. LC gel tórica de teste: CB de acordo com a ceratometria e
esperar 20min para avaliar diâmetro, movimento,
centralização e rotação da lente

- Sugestões para uma boa adaptação


o Esperar 20 minutos para avaliar a LC
o Conferir a qualidade de rotação e corrigí-la no eixo do cilindro da LC
o Corrigir a distância vértice nos graus > 4D
o Fazer teste para predizer o sucesso
o Evitar o uso das lentes em rotações grandes (> 20⁰) e astigmatismos
oblíquos (de 45 - 135⁰)  grande risco de insucesso
Geralmente, a caixa de prova das lentes gelatinosas tóricas não tem grau. A prova vai servir mais
para avaliar o sistema de estabilização (o quanto a lente roda no olho) e, de acordo com o
encontrado adaptá-lo conforme o eixo do paciente. Se rodar no sentido horário, soma-se com o
valor do eixo do paciente. Se rodar no sentido anti-horário, subtrai-se do valor do eixo do
paciente.

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Riscos com lentes de contato

- Toda LC vai causar hipóxia em algum grau. Esse grau que vai depender do
material, do modo de uso do paciente e da limpeza da LC.
- As LC são fabricadas a partir de polímeros
- É dependendo desses polímeros que teremos > ou < permeabilidade a O2
- Permeabilidade: Capacidade de uma substância atravessar um material
- A permeabilidade de um polímero de LC é expresso por Dk
o D  Coeficiente de difusão: o quanto rapidamente as moléculas de
gás se movimentam no material
o K  Coeficiente de solubilidade que define quanto gás pode ser
dissolvido numa unidade cúbica do material
- Para o uso de LC de forma prolongada, a pO2 mínima deve ser de 55 –
60mmHg.

- Materiais das LCs


o 4 grupos
 Termoplásticos – PMMA
 Rígidos gás permeáveis – CAB, resina silicone, polímeros de
silicone acrilato, fluoropolímeros
 Elastômeros sintéticos
 Hidrofílicos e copolímeros híbridos

1. Termoplásticos – PMMA (as famosas “lentes acrílicas”)


o Não gás permeáveis: PMMA (polimetilmetacrilato) - nitidez
excelente, alta umectabilidade (gera visão melhor), excelente
transparência e resistente a depósitos
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o Atualmente são reservadas para confecção de caixas de prova

2. Rígidos gás permeáveis


a) Resina de silicone – polímeros puros de silicone em estado
rígido. Têm pobre umectabilidade e flexibilidade  embaça
muito, mas com permeabilidade maior. Foi o primeiro dos
rígidos gás permeáveis
b) Polímeros de silicone acrilato – Combinam a dureza e a nitidez
óptica do PMMA com a permeabilidade de O2
 Dk variando de 15 – 55
 O componente de silicone é hidrofóbico, o que cria
problemas de umectabilidade. Por isso as LC necessitam
de tratamento de superfície
c) Fluoropolímeros – O mais moderno das rígidas gás permeáveis.
Incorporam um monômero fluorado com material siloxane ou
polímeros de não silicone
 A permeabilidade ao O2 aumenta a valores tão altos
quanto Dk 150
 Possuem excelente umectabilidade, maior resistência à
formação de depósitos do que as LC siliconadas e
contêm filtro de luz UV incorporado na matéria-prima
 São +flexíveis que os outros RGP (+resistentes à quebra)

3. Hidrofílicos
o O grupo HEMA é o mais utilizado na fabricação de lentes gelatinosas
o A permeabilidade a O2 depende do material da LC e também do
conteúdo de água.
 Para cada 10% de água a mais, duplicamos a permeabilidade
da lente (Dk)
o O conteúdo de água pode variar de 37,5% a 79%
o A transmissibilidade da LC (Dk/L) depende da sua espessura

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 Dobrando-se a espessura, reduziremos a transmissibilidade
pela metade
o Os polímeros hidrofílicos (mesmo os de maior conteúdo de água) não
permitem um DK/L que permita seu uso noturno
Lentes para miopia apresentam maior espessura na periferia, enquanto as lentes para hipermetropia apresentam
maior espessura no centro. Logo, é importante principalmente no caso de hipermétropes, a escolha de material
com boa permeabilidade para compensar o efeito da espessura na diminuição da transmissibilidade de O2 e assim
evitar uma hipóxia maior.

4. Copolímeros híbridos
o Lentes de silicone hidrogel: recentes
 Misturam o RGP com o hidrogel: silicone hidrofílico, onde a
permeabilidade ao O2 é alta através do silicone e baixa na
porção do hidrogel
 A finalidade da fase aquosa é promover o movimento e
conforto
 Apresentam superfície plasmática tratada para ser resistente a
depósitos
 Representaram um avanço
 Disponibilidade: Esféricas, tóricas, multifocais
 Hoje em dia, é a lente de escolha em geral, desde que seja
compatível com a ametropia do paciente
 Vantagens:
 Oferecem um Dk > 80
 Indicação de eleição em casos de: neovasos, em LC
terpêutica, piggy-back
 Menor risco de complicações
 Desvantagens:
 Maior custo
 Maior risco de infecção (controverso, pois há outros fatores
associados: modo de uso e modo de descarte têm grande
influência)

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- Riscos

o Hipóxia: a complicação mais comum


A. Aguda
 Síndrome do uso excessivo
 Hipóxia aguda por tempo excessivo de LC gelatinosa 
edema na córnea  microcistos que ropem  ceratite
 Tratamento: suspensão da LC + analgésico +cicloplégico
+ oclusão com ATB
 Para diminuir risco de hipóxia:
 Escolha do material
 Orientar modo de uso
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 Diminuir tempo de uso

Hipóxia aguda. Cistos que se ropem causando ceratite (área impregnada de fluoresceína)
B. Crônica  Neovasos, deformidade corneana, ceratites (inclusive
infecciosas)
 Neovascularização corneana
 Hipóxia crônica
 Córneas com patologia ou já operadas têm > risco
 LCG espessas e com baixa hidratação, geralmente
assintomática e com depósito proteico
 Tratamento:
 Se < 2mm = LCRGP ou gelatinosa mais fina com
mais % H2O ou siloxane-gel
 Se > 2mm ou profunda = RGP alto DK se uso
prolongado

o Ceratites infecciosas
 Independentemente do material, o uso prolongado de
qualquer tipo de lente representa um risco mais alto de
ceratite microbiana comparado ao uso diário ou diário
descartável

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 No entanto as LC silicone hidrogel apresentam taxas
mais baixas
 Logo, para pacientes que pretendem usar por períodos
prolongados, deve-se optar pelas LC silicone hidrogel,
alertando-os, entretanto, para o risco aumentado de
ceratite microbiana
 Bactérias
 ¼ cocos gram + (estafilo e estrepto)
 ¾ cocos gram – (P. aeruginosa)
 Fungos
 LCT (12%), cosmética e afácico (3%)
 Acanthamoeba
 Rígida e gelatinosa  UD

Cerarite infecciosa associada ao uso de LC

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Infiltrados corneanos periféricos  possuem facilidade em tratar

Já o centrais são difíceis de tratar

o Depósitos
 As LC podem ser iônicas e não iônicas
 Os depósitos acontecem mais nas LC com carga iônica negativa
 maior risco de conjuntivite papilar gigante e maior fonte de
infecção

o Síndrome das 3 e 9h
 Dissecção corneana nasal e temporal
 QC: sensação de olho seco, desconforto, dor que aumenta com
o tempo de uso, ceratite às 3 e 9h, neovascularização,
hiperemia nasal e temporal
 Causa: Lente descentrada inferior e sem movimento,
deficiência do filme lacrimal, deficiência de piscar, lente com
borda espessa
 TTO: aumentar o diâmetro da lente e/ou aplanar a CB, lentes
asféricas, bordas finas e arredondadas, lubrificantes, diminuir
tempo de uso e melhorar piscadas com exercícios

Síndrome das 3 e 9h. Hiperemia nasal e temporal, ceratite às 3 e 9h

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o Reações de toxicidade
 Toxicidade química: causa irritação e dano celular devido à sua
atividade biológica, causando alterações morfológicas e
funcionais
 A resposta ao estímulo pode ser imediata
 O uso de LC propicia uma exposição ao produto por tempo
prolongado
 A instilação tópica crônica destes agentes pode causar um
efeito citotóxico cumulativo
 Vários preservativos e desinfetantes usados no passado e
atualmente podem ter efeitos tóxicos sobre a córnea e a
conjuntiva

Reação de toxicidade aos produtos. Ceratite punctata difusa

Thimerosal era o principal produto associado a reações de toxicidade (não é mais utilizado em soluções). Mas
ainda há outros produtos, exemplo: cloreto de benzalcônio. Para evitar reações de toxicidade, é aconselhado
enxaguar as LC com soro fisiológico antes de colocá-las no olho para diminuir o contato do produto com os olhos.

o Ceratoconjuntivite límbica superior


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 Reação de hipersensibilidade aos preservativos (thimerosal)
 Reação tóxica
 Hipóxia do limbo superior
 Má relação lente/córnea
 QC: hiperemia bulbar superior + injeção conjuntival, ceratite
puntata superior, opacidade no 1/3 superior da cornea, papilas
superiores, vascularização superior, geralmente unilateral

Ceratoconjuntivite límbica superior.


Hiperemia bulbar superior + injeção conjuntival

o Ceratite pseudodendrítica
 Desconforto, hiperemia
 Bio: lesão elevada e irregular, que cora com fluoresceína
 Causa: soluções com thimerosal ou clorexidina
 Diagnóstico diferencial: Herpes, ceratite por Acanthamoeba
(sempre descartar) devido ao fato de também apresentarem
dendritos/psedodendritos
 TTO: CE (corticosteroide), suspender solução e trocar LC

Ceratite pseudodendrítica. Pseudodendritos na córnea.

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o Ceratite numular
 Opacidades em forma de moeda na córnea (superficial ou
profunda) + desconforto + hiperemia
 Causa: reação de hipersensibilidade (thimerosal), hipóxia
 TTO: colírio de CE + suspender solução de thimerosal

Ceratite numular. Opacidades em forma de moeda na córnea

o Conjuntivite papilar gigante


 QC: prurido, excesso de muco, intolerância às lentes, papilas >
0,33 mm no tarso superior
 Causa: depósito protéico = reação de hipersensibilidade +
trauma da LC no tarso
 Diminuiu incidência com o uso de LC descartáveis (pois diminui
o tempo de acúmulo de depósito)
 Muito mais frequente em lentes gelatinosas
 TTO: suspensão da LC ou troca por outro material, lentes
descartáveis, melhor desproteinização, corticóide tópico, anti-
histamínicos, estabilizadores de mastócitos

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1. Depósito proteico
2. Papilas > 0,33 mm no tarso superior

o Deformidade corneana induzida por LC


 Causas
 Mecânica (lentes rígidas descentralizadas inferiormente)
 Hipóxica (uso abusivo de LC)
 Diagnóstico
 História  piora da AV
 Refração  mudanças
 Ceratometria  mudanças
 Topografia  mudanças
 Quadro clínico
 Usuário de longa data, assintomático, boa AV
 Sinais de hipóxia: halos, intolerância, ceratite,
borramento com óculos
 Aumento ou diminuição da miopia
 Aumento ou aparecimento de cilindro
 Mundanças desproporcionais na Rx (refração) e Kt
 Mudança no padrão de adaptação
 Principais alterações topográficas
 Aumento do astigmatismo (regular ou irregular) ou
mudança acentuada no eixo
 Perda da simetria radial
 Aumento da curvatura corneana (pseudo-ceratocone)
 Reversão do padrão normal da topografia
 Tratamento
 Suspensão do uso de LC
 Controle da refração e ceratometria quinzenal
 Evolução da topografia
 Readaptação imediata da LC
 Recuperação lenta das alterações, podendo ser
temporário ou não (podendo surgir até ectasias)
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 Novas LC após a estabilização do quadro
 CB > K, > DK, adaptação interpalpebral, > H2o, <
espessura

- Cuidados
o Anamnese
 Perfil do usuário: desleixado/cuidadoso
 Condições financeiras para manter as LC
 Profissão
 Compreensão de como colocar, remover e limpar as LC
o Explicar sobre possíveis complicações, orientar sobre sinais de alerta
(hiperemia, sensação de corpo estranho, BAV)
o Retornos periódicos

1. Procurar alterações que possam atrapalhar o uso de LC, como blefarite (foto 1 e 2), conjuntivite
papilar (3), alterações corneanas (4 e 5)
2. Verificar estado de conservação das LC e dos estojos

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Tipos de LC

- Formas de uso
o Ocasional: esportes/social  LC descartáveis são as melhores para
esses casos
o Diário: estudo/trabalho
o Prolongado: maior dependência  pode dormir com LC
eventualmente
o Flexível: dependência/comodidade  tem dias que dorme e tem dias
que não dorme
o Contínuo: exceção/terapêutica  dorme 6 noites e descarta

- Materiais e desenhos
A. Rígidas  menos complicações
o Material
 Não permeáveis aos gases: PMMA
 Permeáveis aos gases: Fluorsiliconadas
o Desenhos
 Esféricas, asféricas, soper e derivadas, tóricas anteriores
ou posteriores, geometria reversa, esclerais e
multifocais
B. Gelatinosas
o Material
 Hidrofílicas (gelationosas)
 Silicone hidrogel
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o Desenhos
 Esféricas, asféricas, tóricas, multifocais
o Tempo de descarte
 Convencionais/descartáveis
(diário/quinzenal/mensal/bimestral)

- Escolhendo o tipo de lente


o Ametropia
o Elevada ou baixa
o Presbiopia
o Topografia
o Necessidade do paciente

1. Refração esférica topográfica esférica


o Lente gelatinosa
o LRGP (para altas ametropias)
2. Astigmatismo interno
o Lente gelatinosa tórica
 Descartável
 Convencional
3. Refração esférica/astigmatismo corneano neutralizado
o Lente gelatinosa
4. Astigmatismo corneano
o LRGP
o Lente gelatinosa tórica (dependendo do eixo do astigmatismo do
paciente)
5. Astigmatismo parcialmente na córnea
o LRGP tórica anterior (preferência)
o Lente gelatinosa tórica
6. Ectasias

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o LRGP (vão regularilzar a superfície da córnea) e soper (ceratocone,
ectasia pós cx, degeneração marginal)
7. Astigmatismo corneano elevado
o LRGP tórica posterior
o Lente gelatinosa tórica
8. Córneas abladas/pós cx refrativa para miopia
o LRGP geometria reversa
9. Córneas com perfil ablado e astigmatismo elevado após cx de
transplante
o LRGP tórica posterior reversa

- Escleral (“boom” do momento)


o Pacientes sensíveis, instáveis com LRGP corneanas
o Última alternativa (quando todas as LRGP forem tentadas) devido ao
controle sobre neovascularização e edema de córnea, que dificultam
um possível transplante futuro de córnea.

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Adaptação de LC em pacientes présbitas

- Sucesso da LC em présbitas Fatores:

o Seleção cuidadosa
o Motivação
o Conhecimento do potencial e da limitação de cada LC

- Técnicas de adaptação (nenhuma é perfeita. Cada uma tem sua limitação)

1. Presbiopia inicial: pode-se inicialmente aumentar a correção óptica na


hipermetropia em 0,5 D e diminuir 0,5 D na miopia e melhorar a AV para
perto sem muita alteração na AV para longe

2. LC e óculos
o LC para longe/óculos para perto
o LC para perto/óculos para longe
 Boa visão
 Simples
 Baixo custo
 Rejeitada pela maioria
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3. Monovisão
o LC monofocal esférica ou tórica num olho para longe e no outro para perto.
Adições > 2,00 D podem causar desconforto
o Pode-se testar o olho dominante para longe ou vice-versa e ver qual o
paciente tolera mais
o Limite tolerado: +/-50 anos. Após: perda de estereopsia
o Dificuldade para dirigir à noite também
o Redução da sensibilidade ao contraste
o A maior desvantagem é a diminuição da estereopsia e a necessidade de um
período de adaptação no qual o présbita pode ter queixas de cefaléia e
fadiga

4. Monovisão modificada
I. Usa-se multifocais diferentes para os dois olhos, permitindo melhor
visão para longe no olho dominante
II. Corrige-se o dominante para longe com LC monofocal e o não
dominante com LC multifocal

5. Lentes multifocais
o Adaptar LC bifocais ou progressivas em ambos os olhos
o Fornecem 2 tipos de imagem: alternante e simultânea
o Imagem alternante através de desenhos segmentados e concêntricos
a) Multifocais de visão alternada
 Bifocais gel ou RGP (possui limitação quanto aos desenhos)
dependem do sistema de estabilização da lente (prisma de
lastro e truncagem) e do tônus palpebral
 Vantagem: fornecimento de imagens distintas para
longe e perto
 Desvantagem: desestabilização e desconforto
b) Multifocais de imagem simultânea
 Através de desenhos concêntricos, asféricos e difrativos
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1) Concêntricos:
 Podem ser LRGP ou gelatinosas
 Vantagens: Facilidade de adaptação e independem do
tônus palpebral
 Desvantagens: dependem do tamanho da pupila e têm
superposição de imagens
2) Asféricos:
 Lentes com asfericidade na face posterior permitem
melhor visão para longe do que para perto
 Lentes com asfericidade na face anterior permitem
melhor visão para perto do que para longe
 As que possuem zona central para visão de possuem
superfície posterior esférica que se aplana
progressivamente em direção à periferia. A AV para é +
nítida de dia, com miose e pode causar glare à noite
 Vantagens: boa visão intermediária e conforto
 LRGP e gelatinosas
 Proclear multifocal: é uma LC descartável cujo mecanismo é
adaptar a lente D no olho dominante e a lente N no olho não
dominante e depois fazer a sobre refração
 Frequency 55: multifocal descartável concêntrica: olho
dominante  centro longe (2,3 mm) e olho não dominante 
centro perto (1,7 mm). Descarte mensal
 Soflens multifocal: Desenho anterior  asférico, centro perto.
Desenho posterior  esférico bi-curvo

- Lentes Rígidas
o Lifestyle GP (Ultralentes)
o Boston multivision (Mediphacos)
o Permeasil 17 e Permeafluor 17
o Medcon Xtra (Mediphacos)

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Oftalmoflix Page 31
- Gelatinosas convencionais
o Sunsoft
o Optogel OP 45
o Multivision
 Zona central perto e concêntricas para visão intermediária e
longe

LC em ceratocone

- Finalidade:
o Melhorar a visão (e não estabilizar o ceratocone)
o Indicado quando visão não satisfatória com óculos

- Tipos de LC
o Cones incipientes
 Lentes gelatinosas esféricas ou tóricas: siloxane-hidrogel,
preferencialmente, se os parâmetros permitirem. AV com
lente = com óculos (o que melhora em relação aos óculos são
as LRGP)
o LRGP esféricas
 Cones centrais e redondos iniciar com LRGP esféricas de CB
mais curvas do que K e com diâmetros menores (8,0-8,7)
 Cones ovais e descentrados inferiormente começar com
curvas em K ou mais planas e com diâmetros maiores (9,0-9,5)

1. Ceratocones incipientes
o Livramento apical no cone incipiente < 46 D
o Lente monocurva
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o Se não conseguir livramento apical  fazer padrão de 3 toques
o LRGP multiesférica  Testar em cones descentrados inferiormente
o LRGP asféricas  indicações: cones ovais e descentrados
inferiormente
O melhor padrão vai ser quando houver o mínimo toque e a melhor distribuição de fluoresceína.
Não existe marca soberana. Cada ceratocone varia com o tipo de desenho e marca.
2. Cones moderados e avançados
o Quando o padrão de adaptação não for satisfatório com as LRGP
esféricas  usar lentes soper (bicurvas)

* Piggy back: LC gel siloxane hidrogel embaixo + LRGP de alta


transmissibilidade em cima

Lentes esclerais

- Característica principal: ausência de contato com a córnea apresentando


um intervalo entre a região em que ocorre o apoio escleral e o limbo
- LC esclerais RGP com Dk elevado: redução de complicações decorrentes de
hipóxia, dando uma nova dimensão ao potencial de utilização destas lentes
- Recomenda-se esgotar as possibilidades de adaptação com lentes RGP
corneais, uma vez que estas são mais acessíveis e de fácil manuseio e
adaptação

- Vantagens:
o Adaptação em córneas com topografias irregulares
o Maior estabilidade para lentes com alto poder dióptrico
o Menor sensação palpebral, maior conforto
o Menor retenção de corpos estranhos atrás das lentes
o Menor perda das lentes, devido à ação palpebral
o Melhora dos sintomas de olho seco

- Desvantagens

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Oftalmoflix Page 33
o Mais dispendiosa
o Colocação requer maior habilidade e com ventosa
o Tamanho pode intimidar paciente, provocando sensação de volume
e aparência de pseudo-propotose
o Fenestrações: podem deixar passar bolhas de ar causando alterações
visuais e também podem produzir um gradiente de pressão, levando
a uma adaptação + apertada, especialmente no limbo
o Propensão à hipóxia (uma das piores complicações), principalmente
nas LC de PMMA, mas também pode ocorrer em lentes de Dk alto,
pela ausência de troca lacrimal  neovascularização e edema de
córnea, que dificultam um possível transplante futuro de córnea.
o Necessita de reavaliação frequente, pois mesmo com teste de
adaptação adequada, o paciente precisa ser reavaliado devido a
alterações que podem surgir

- Indicações ópticas (80%)


o Ectasias corneanas primárias (ceratocone, ceratoglobo e a
degeneração marginal pelúcida)
o Ectasias corneanas secundárias (pós tx de córnea, pós cx refrativa e
nas irregularidades corneanas pós trauma perfurante) 
controverso: alguns evitam
o Afacia e altas miopias
 Indicação óptica: melhora AV deviso à criação de um filme
lacirmal estável e uniforme que corrige defeitos ópticos
decorrentes de astigmatismos corneanos irregulares

- Indicações terapêuticas (20%)


o Doenças cicatriciais de córnea e conjuntiva (Sd de Stevens Johnson,
penfigoide ocular cicatricial, entrópio cicatricial, ceratite pós-
herpética)
o Olho seco severo, deficiência congênita das glândulas de Meibomius,
ceratoconjuntivite límbica superior, Sd de Sjogren
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Oftalmoflix Page 34
- Desenho e nomenclatura
o CB e zona óptica central (optical zone)
o Zona de transição (limbal zone)
o Zona de adaptação (zona háptica ou escleral)
o Valor sagital (profundidade sagital)

Lente escleral: se apoia na esclera e possui uma porção que fica


separada da córnea
- Classificação

- Adaptação
o Método de adaptação pode variar de acordo com o fabricante
o Escolha da LC pode com base em:
 Diâmetro corneano (2 mm maior que o limbo)
 Ceratometria central
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Oftalmoflix Page 35
 Altura sagital ou “Sag”da córnea (distância entre o ápice e a
base da córnea)
o Fase 1: escolha do diâmetro – a lente deve ser cerca de 2mm > que o
limbo, sendo + facilmente observado com a luz de azul de cobalto. A
medida do HVID (diâmetro horizontal da íris visível) é bastante útil
o Fase 2: escolha da altura sagital (Sag) – observado empiricamente ao
olharmos a córnea de perfil. Será avaliada pela largura do menisco
lacrimal e o ajuste pode ser feito considerando-se a correção de
0,1mm de Sag para cada 1mm de toque na córnea. Não se deve
haver nem toque central nem toque periférico

o Fase 3: Apoio escleral e elevação da borda – considera-se adequado


quando não há aperto excessivo (“blanching”: quando se oberva uma
área esbranquiçada circular na altura do limbo). Outra maneira de se
observar o apoio excessivo é através da interrupção do fluxo
sanguíneo dos vasos episclerais limbares. A borda elevada também
não é adequada, pois pode causar desconforto e permitir a entrada
de bolhas

Aperto excessivo. Interrupção do fluxo dos vasos


o Fase 4: Sobre-refração. Deve ser feita após o paciente estar com a LC
por um período que pode chegar a 2h. Devemos tomar cuidado com
hipo ou hipercorreções e avaliar se a AV final justifica o uso da LC.

- Altura sagital
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o Pode ser estimada de forma empírica e subjetiva ao se examinar a
córnea do paciente lateralmente ou de forma mais precisa com o
auxílio de exames de imagem (OCT de câmara anterior ou Pentacam)

- LC bem adaptada
 Centralizada
 2 mm maior que o limbo
 Sag ao redor de 100 micra
 Sem toque central ou periférico
 Borda alinhada, sem compressão ou elevação
 Sem movimento ou muito discreto

- Complicações
o Principais:
 Edema corneano (27%)
 Desconforto (24%)
 Neovascularização corneana periférica (12%)
o Causas: adaptação insatisfatória em que negligenciou-se a presença
de toque corneano e/ou limbar, a espessura excessiva do
reservatório interno (Sag), e a interrupção do fluxo episcleral limbar
das lentes demasiadamente apertadas

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Oftalmoflix Page 37
o Conduta: retirar LC, esperar a córnea recuperar e decidir após se
adaptar lente corneal ou readaptar lente escleral

Neovascularização e edema de córnea

- Lentes esclerais
o Solótica
o Ultralentes
o Mediphacos
o World vision

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O que o oftalmologista deve saber sobre refração?

- Dicas na prescrição do óculos

o Boa anamnese
o Determinar poder dióptrico do olho
o Decidir se prescrever e quando prescrever

- Anamnese
o Idade e profissão
 Diferentes necessidades visuais (perto, longe e meia distância)
 Estimar amplitude de acomodação

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Tolerância acomodativa é o valor até quanto conseguimos acomodar sem desconforto.
o Queixa principal
 O motivo de o paciente estar ali
o Antecedentes oculares
 Uso ou não de óculos (tipo e lensometria)
 Se intolerante aos óculos, quais motivos
 Cx prévias
 Uso de colírios
o Antecedentes pessoais
 DM (astigmatismo, miopia e hipermetropia)
 HAS (olho seco), anemia severa (diminui amplitude de acomodação)
 Uso de drogas antiparkinsonianas, relaxantes musculares para trato
gastrointestinal, topiramato, fenotiazidas e amitriptilina (diminuem
acomodação), sulfonamidas (miopia reversível),
parassimpaticomiméticos tópicos (espasmo de acomodação)
Paciente > 50 anos com queixa de BAV  pensar nas 2 principais causas: DM e catarata

- Acuidade visual
o Monocular
o Sem correção, com correção e estenopeico

- Refratometria

o Ceratometria  identifica presença de astigmatismo


o Retinoscopia  distância de um braço: 0,67 m soma-se - 1,50D devido à
distância

- Testes subjetivos

o Começa pelo esférico e depois o cilindro

- Cilindro cruzado

o 2 lentes cilíndricas de mesmo valor, sinais diferentes e eixos em ângulo reto

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o Investigar se existe astigmatismo: colocar o cabo do cilindro posição 90 –
180⁰; 135 - 45⁰
o Emétrope: cilindro cruzado gera astigmatismo simétrico tanto quando o
cilindro negativo está a 90⁰ como a 180⁰

- Teste bicromático
o Avalia hipercorreção em míopes
o Se o paciente disser que está vendo melhor no verde, ele está
hipercorrigido

- Avaliação da medida de amplitude de acomodação


o Método que utiliza a régua de Prince e a tabela de Jaeger
1. Faz-se a refração para longe e adiciona-se + 3 DE à refração de longe
(desta forma estaremos trazendo o ponto remoto do infinito para 33cm)
2. Pede-se para que o paciente mova a tabela de Jaeger fixando nas letras
correspondentes ao J2 encontrando os pontos mais próximo e mais
afastado com nitidez
3. A diferença em dioptrias entre eles será a Amplitude de Acomodação.
Ex.: Visão nítida a 33 cm (3D) e permanece nítida até 10 cm (10 D) a
Amplitude de Acomodação será 7D (10D – 3D)

Adição estimada de adição para cada idade.

- Balanço acomodativo
o Objetivo: deixar a acomodação balanceada

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- Teste de balanço muscular
o Método da dissociação prismática
o Coloca-se 6 em um olho = diplopia, OD verá objeto mais inferior
 Se objetos duplos estiverem um sobre o outro na mesma vertical =
ortoforia
 Se o objeto estiver inferior à esquerda do superior = exodesvio
 Se o objeto estiver inferior à direita do superior = endodesvio

- Balanço vertical
o Serve para identificar qual olho com hiperdesvio/hipodesvio
o Coloca-se o prisma com base nasal, e pergunta-se ao paciente em qual
lado ele está vendo a imagem mais baixa

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- Medida de distância nasopupilar
o Por pupilômetro ou régua
o Para lentes progressivas, mede-se a DNP de perto e acrescenta-se 2,5
mm para estimar a DNP de longe

- Fundoscopia
- Biomicroscopia e tonometria
- Calcular a distância-vértice nas altas ametropias
- Quando prescrever?

o Se existe risco ou presença de ambliopia, sempre prescrever


o Se foria/tropia e a correção da ametropia influencia na diminuição dessa
alteração
o Se AV melhora com a correção o suficiente para justificar o custo e a
necessidade de óculos
o Se queixas de astenopia e a ametropia justificar essa queixa

- Hipermetropia: Limites normais e evolução

o 90% dos olhos dos RN têm < + 5,00 D


o O comprimento axial do RN é de 17-18mm (adulto 24mm)
o Cresce rapidamente dos 12-18 meses, passando de 17 para 23
o Depois cresce lentamente até os 13 anos, atingindo 24mm (emetropização)
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o Se for baixa (< +3D) e a amplitude de acomodação for suficiente para
compensá-la, poderá não provocar nem baixa de visão nem astenopia
o Se for de magnitude moderada (3,01 a 5D) ou alta (>5 D), poderá provocar
ambliopia (a partir de 2,5D bilateral e com diferenças de 1,00 entre os
olhos, ambliopia unilateral), se não corrigida na idade pré escolar
o Gerlamente a hipermetropia está associada a endodesvio
o Levar em consideração
 AV (evitar ambliopia), avaliação da MOE, queixas e a tolerância
acomodativa (exprime a capacidade de uso continuado da
acomodação sem sintomas)

Idade x tolerância acomodativa

- Hipermétropes
o Com esotropia prescrever hipermetropia total (cicloplegia)
o Como exotropia corrigir o suficiente para proporcionar boa AV e
provocar convergência acomodoativa (tolerância acomodativa)

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Sugestão de prescrição

- Miopia: limites normais e evolução


o RN: hipermetropia em 80%, emetropia em 15% e miopia em 5%
o >1,5D muito raro; miopias pequenas “desaparecem”em 36 meses de vida
o 15% aos 15 anos: miopia não patológica; início em idade escolar,
progressão e depois estabilização
o Situações sem desvio:
a) Até 2 anos não corrigir até -3,00 D (pode desaparecer
espontaneamente)
b) Não corrigir até -1,5 D na idade pré-escolar (rotina dessa idade ainda
não tem exigência)
c) Corrigir > -1,00 D no período escolar (demanda maior)
o Miopia e acomodação
a. Insuficiência de convergência prescreve-se somente para
ametropias importantes. Evitar corrigir graus baixos
b. Insuficiência de divergência prescrever o suficiente para dar boa
AV para longe
c. Excesso de convergência se esoforia de perto, adicionar lentes
positivas em bifocais/progressivas
d. Excesso de divergência  prescrever miopia para reduzir desvio de
longe

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- Astigmatismo: limites normais e evolução

o A correção pode causar distorção espacial


o O astigmatismo costuma mudar radicalmente dos primeiros anos de vida à
vida adulta
o As crianças aceitam bem a correção total, enquanto adultos podem
eventualmente não aceitá-la, mas ela deve ser sempre testada em armação
e os sintomas explicados aos pacientes
o Corrigir quando houver queixa de BAV ou astenopia compatíveis
o Correção total nas anisometropias com ambliopia
o Caso não seja necessário prescrever toda a correção cilíndrica, pode-se
adotar a regra do conoide (soma-se metade do cilindro não corrigido ao
esférico da refração)
o Armações retas, pequenas e com menor distância ao vértice

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- Indicações para prescrição de óculos (resumo):

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Anisometropias

- Definição:
o Diferença de erro refrativo (ametropia) entre os dois olhos

- Classificação
1. Hipermetrópica simples: um olho hipermétrope e outro emétrope
2. Miópica simples: um olho míope e outro emétrope
3. Astigmática simples: um olho astigmata e outro emétrope
4. Miópica composta: dois olhos míopes, um mais do que outro
5. Hipermetrópica composta: dois olhos hipermétropes, um mais do que
outro
6. Astigmática composta: dois olhos astigmatas, um mais do que outro
7. Antimetropia: um olho míope e outro hipermétrope

A. Axial: Causada por diferentes comprimentos axiais entre os olhos


B. Índice ou refrativa: Alterações nos índices de refração do olho. Ex.:
afacia monocular

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C. Mista
-
- Sintomas na anisometropia não corrigida
a) Simples: provavelmente assintomática e haverá risco de ambliopia
nas hipermetrópicas e astigmáticas
b) Compostas:
o Hipermetrópicas: podem ter borramento visual e/ou astenopia
dependendo da quantidade de hipermetropia.
o Miópicas: borramento visual é a principal causa

- Problemas na correção da anisometropia com óculos


o Aniseiconia: diferença no tamanho e forma entre as imagens
retinianas dos dois olhos
o Anisoforia: quando se olha fora dos centros ópticos das lentes,
prismas de quantidade e bases diferentes são gerados e o
mecanismo de fusão pode gerar sintomas de cansaço, intolerância
para leitura, vertigem, sensação de flutuação e tontura

- Cálculo de aniseiconia

- Cálculo prático da aniseiconia


1) Anisometropias axiais: A diferença de imagens é de 1% por diferença de
dioptrias entre os olhos. Ex.: OD plano e OE: -7,00DE  Aniseiconia = 7%
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2) Anisometropias refrativas (índice): a aniseiconia é de 2% por diferença
de dioptrias entre os olhos. Ex.: OD +1,00DE e OE +15,00 DE 
Aniseiconia = 28%

- Observações e diferenças
o Nas anisometropias axiais, a melhor forma de correção para diminuir a
aniseiconia é óculos, enquanto nas anisometropias refrativas, a menor
aniseiconia é com LC (pois estas diminuem mais a aniseiconia e
anisoforia que o óculos)
o Na correção de anisometropias axiais com óculos cuja aniseiconia é de
até 1%, os óculos são bem tolerados. Quando essa anisometropia for de
1 – 5%, devemos mudar a magnificação da imagem retiniana para poder
ocorrer a fusão. Se anieiconia > 5%, não haverá binocularidade 
Portanto a correção de anisometropias axiais com óculos ocorrerá em
anisometropias com aniseiconia até 5%
o Prescrição de óculos nas anisometropias axiais com aniseiconia de 1 –
5%:
 Prescrever as lentes, orientando o óptico a aumentar a curvatura
anterior e/ou espessura da lente no olho mais míope ou diminuir a
curva anterior e/ou espessura da lente do olho mais hipermétrope
 Sempre indicar armações pequenas e com menor distância vértice
possível
 Avaliar necessidade de correção baseado nos sintomas, AV<
tolerância na armação de prova

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Refração nas altas ametropias

- Atenção
o Refração cuidadosa
o Distância ao vértice
o Equilíbrio binocular
o Distância nasopupilar
o Centralização das lentes
o Material das lentes, armação, montagem e ajuste

- Importante
o Escolher previamente a armação
o Armação de prova: maior lente mais próxima do olho
o Medir DV

- Técnica de refração
o AV
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o Refrator
o Armação e lentes de prova
o Sobre-refração

O foco da lente deve coincidir com o ponto remoto. Na miopia, quando se aproxima a lente, deve-se então
diminuir o poder da lente para o ponto remoto coincidir com o foco. Já na hipermetropia, quando se aproxima a
lente, deve-se aumentar o poder da lente para haver o mesmo efeito

- Centralização das lentes


o Distância nasopupilar
 Pupilômetro
 Régua
o Altura dos centros ópticos
o Se descentração do centro óptico, pode haver prisma induzido
o É aconselhável avaliar os centros ópticos tanto para longe como para
perto

- Descentração desvio prismático


P=Dxd
P  Dioptria prismática
D  Dioptria da lente
d  Descentração em cm

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Deve-se principalmente evitar as descentrações de base temporal nas hipermetropias.

- Lentes para alta miopia


o Alto índice
o Material mais leve
o Aros pequenos
o DV pequena
o Centralização dos CO

Aros pequenos

- Afacia
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o Ausência do cristalino
o Mono ou binocular
o Problemas da correção:
 Magnificação de 20-35%
 Alteração de percepção da profundidade
 Distorção
 Mudanças do poder dióptrico em mínimas mudanças de
distância ao vértice e inclinação pantoscópica
 Escotoma em anel (efeito prismático base nasal na periferia da
lente)
o Refração do afácico
 Realizar sobre seus óculos para ter sob controle a distância
vértice, a curva base e a inclinação pantoscópica
 Armação de prova e medida de distância vértice são outras
opções
 Se afacia monocular, é preferível prescrever lentes de contato

 Lentes asféricas de campo total melhoram o campo periférico


 Na armação, o seu centro geométrico deve coincidir com o
centro óptico
 Armação pequena = lente pequena e menos espessa

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 Bifocais: películas pequenas e altas (1mm de CO) para aproximar
centros ópticos longe/perto e adições até 2,50 D

- Hipermetropia
o Alto índice
o Armação pequena
o Lentes asféricas
o Centralização dos CO
o DV pequena

Armação pequena

O peso dos óculos pode até causar carcinoma de pele. As lentes de resina são mais leves e aconselhadas para esses
casos de redução do peso dos óculos

- Astigmatismo
o Acima de 5,00 D

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o Frequentemente irregular
o AV baixa
o Ambliopia meridional
o Podem modificar a adaptação
 Aniseiconia meridional
 Correção prévia
o Opções
 Correção total
 Correção parcial + EQ esférica

- Causas de insucesso
o Fatores inerentes aos ópticos
o Fatores inerentes aos oftalmologistas
o Fatores inerentes aos pacientes

A. Fatores inerentes aos ópticos


1. Armação inadequada
2. Valor dióptrico diferente do prescrito
3. Eixo do cilindro diferente do prescrito
o Queixas
 BAV
 Distorção dos objetos (mudança do eixo)

Tolerância para lentes oftálmicas

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4. Descentração dos centros ópticos DNP diferente da prescrita
o Efeito prismático (EP)
o EP = Poder dióptrico x descentralização em cm
o Queixas: visão confusa e desconforto para ler
o Lentes progressivas: campo de visão diminuído e visão
confusa

Tolerância dos centros ópticos

5. Inclinação inadequada
o Inclinação normal 8⁰ e para lentes multifocais deve ser em
torno de 10 – 15⁰ em relação ao plano de face
o Quando o eixe visual está disposto obliquamente à uma
lente esférica, esta se trasnformará em uma lente esfero-
cilíndrica: poder esférico maior e cilindro com eixo 180⁰
o Queixa: sensação de incômodo e distorção das coisas,
redução do campo visual para perto e BAV para perto

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6. Posição do cilindro
o Além de 2,00D – cilindro nas face côncava, principalemente
nas anisometropias
o Cilindro na face côncava diminui não só o astigmatismo
marginal, mas também o efeito de magnitude
o Aferição através do esferômetro
7. Mudança na curva posterior
o A superfície da lente reflete cerca de 8% do raio luminoso
o A mudança da curva posterior provoca mudança dos
reflexos, sendo os míopes os mais sensíveis, mesmo nas
baixas ametropias
o Sempre que possível devemos manter as mesmas curvas
posteriores nas trocas dos óculos
o Correção: película anti-reflexo, < distância vértice, aplanar a
face côncava ou mudar a inclinação da lente
8. Curva base
o Curva base adequada é escolhida com auxílio de tabelas
para diminuir aberrações
o Curvas de margem corrigida: + 8,00 a -20,00
o Além de 8,00 D – Lentes asféricas
9. Manter a distância vértice prescrita pelo oftalmologista nas
altas ametropias

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o Foco da lente – ponto remoto para correção da ametropia
do olho
Prestar atenção principalmente em idosos, que muitas vezes se cansam durante a
refração e se afastam do aparelho de Greens.

10.Multifocais
o Início da área de progressão em posição horizontal com a
postura do paciente
o Inclinação de 10 – 15⁰ para que a lente forme um ângulo de
90⁰ com o eixo visual: é um dos principais motivos, e é comprovada
quando colocamos a haste um pouco mais pra cima e o paciente passa então a dizer
que consegue ler. Daí, faz-se uma carta para a óptica para aumentar a inclinação.
Prestar atenção que, com a alteração da inclinação, os centros ópticos também
podem precisar ser alterados com a nova alteração.
o Seguir as instruções fornecidas pelos fabricantes para
montagem das lentes
o Cruz central deve estar no eixo pupilar
o Distância vértice: menor possível para aumentar a largura
do campo para perto

B. Fatores inerentes aos oftalmologistas


1) Identificar patologias ou medicações que alterem o quadro
refracional
2) Não hipercorrigir míopes, nem hipocorrigir hipermétropes:
fogging, cicloplegia e teste verde-vermelho
3) Realizar o cilindro cruzado nas ametropias astigmatas, antes
nivelando o refrator

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4) Medir as distância vértice do exame nas altas ametropias
5) Medir a distância nasopupilar, especialmente na prescrição de
multifocais
6) Medir DNP perto e acrescentar 2,5 mm para cada olho = DNP
de longe para lentes progressivas convenionais
7) Determinação da adição conforme: idade, profissão e
amplitude de acomodação
8) Identificar se houver anisometropia axial, formas de diminuir
aniseiconia, mudando curva base, espessura e/ou distância
vértice

Em caso de bifocais, indicar a película ideal

C. Formas inerentes aos pacientes


I. Neurose ocular: desordem psicogênica
II. Catarata: alta expectativa de visão
III. Jovens présbitas

Lentes progressivas

- Desenhos
o Fatores

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 Tamanho e localização das superficies anteriores esféricas das
áreas de longe e perto
 Comprimento e largura do corredor de progressão
 Distribuição do astigmatismo marginal indesejado
- Tipos
1. Monodesign: a quantidade de astigmatismo indesejado (aberração
periférica) é proporcional à adição
2. Multidesign: Série de desenhos usados para controlar aberrações
periféricas quando a adição aumenta. À medida que a adição
aumenta, as aberrações periféricas se estendem para a área de
longe
3. Simétricas ou assimétricas
 Classificação conforme zonas de visão e corredores
A. Desenhos “Hard”:
 Zonas de visão mais larga e corredor mais curto
 Sintomas de tontura e flutuação durante movimentos de
cabeça (distorção periférica)
 A área de meia distância é muito ruim
 Proporciona um campo mais largo de visão, necessitando de
menos movimentos de cabeça ou dos olhos do paciente
B. Desenhos “Soft”:
 Áreas de visão mais estreita e corredor mais longo
 As mudanças de grau são mais graduais, se espalhando para
uma área mais ampla
 Zona longe asférica (menos astigmatismo inferior e maior
superior) ou esférica
C. Otimizadas/Ergonômicas
 Mais modernas que se situam entre as propriedades dos tipos
anteriores

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- Lentes semi-progressivas
o Área de longe – dioptria 0,75 a 1,50 D menos positiva que o poder da
lente para perto
o A área de visão para longe é totalmente eliminada
o Consequentemente, obtém-se grande área de perto com um
corredor intermediário muito amplo na horizontal e na vertical
o Comparadas com as lentes progressivas, sua área de perto é 3x
maior, e a área intemediária é cerca de 15x mais ampla
o As aberrações astigmáticas laterais não ultrapssam 0,50 D, por isso,
raramente causam problemas de adaptação
o Indicação: présbitas que necessitem de correção para perto e
distância intermediária e com pouca/nenhuma necessidade de
correção para longe
o Prescrição: receita-se o grau para perto, as distâncias naso-pupilar
direita e esquerda de perto e a marca de lente indicada
o Desvantagens x vantagens:
 Melhor estética e visão de longe, perto e distância
intermediária na mesma lente
 Desvantagens: zonas de aberração, menor campo de visão para
perto, montagem precisa, adaptação mais trabalhosa e custo

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Material das lentes oftálmicas

- Considerações gerais
o As lentes possuem uma face anterior côncava (efeito de
convergência) e uma face posterior convexa (efeito de divergência)
o O poder da lente varia conforme
 Curvatura das suas faces
 Espessura
 Densidade óptica do material
o Logo, para preferir lentes mais/menos espessas e mais/menos
curvas, devemos decidir o material da lente
o Na prática, quanto maior o índice de refração do material, mais fina
será a lente

- Aberrações
o Ocorrem porque os raios que incidem próximo às bordas são muito
mais refratados do que os que incidem próxmo ao eixo óptico
o Quando a dioptria é baixa, isso não é problema pois a pupila regula a
quantidade de feixes luminosos e elimina os raios mais periféricos
o Porém, quando se trata de um alto grau positivo, a única solução de
reduzí-las é o uso de lentes asféricas
o Aberração astigmática/cromática ocorre quando um feixe de luz
incide obliquamente em superfícies esféricas e a imagem
correspondente não será um ponto, mas linhas ou formas alongadas
em planos perpendiculares entre si

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Em pacientes com alta ametropia, quando se olha fora do centro óptico, os objetos ficam deformados, que podem
ser em crescente (no hipermétrope) ou barriete (impressão que o chão sobe no caso do míope).

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Tipos de materiais, vantagens e desvantagens. Ajuda na decisão de uma lente mais leve com melhor
qualidade óptica e estética dentro das limitações/ametropia do paciente.

- Tratamentos de superfície
o Endurecimento térmico e químico dos cristais ópticos: aumenta
resistência da lente
o Tratamento anti-reflexo: várias camadas de substâncias que vão
diminuir reflectância da lente
o Anti-risco: obrigatório das resinas
o Filtro UV: A proteção UV deve ser no mínimo 90% da radiação até da
radiação até 400 nm.
o Tingimento: Ajuda nos pacientes com fotofobia
o Tratamento polaroide: muito usado nas lentes solares, pra quem
trabalha com luz externa, como esportes radicais. Filtram em até
90% do brilho. Composta por 7 camadas
 Camada 1: filtro polaroide para eliminação do brilho
 Camadas 2 e 3: Filtro de absorção de UV. Oferecem ptoteção
total, filtrando todos os raios até 400 nm
 Camadas 4 e 5: camadas de suporte para resistência à quebra
 Camadas 6 e 7: Camadas de resistência ao risco
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