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Básico em Óptica

Ronald Witzke
Por que existe a visão?
Ou...
Por que enxergamos?
Porque existe Luz
A Luz

A fusão nuclear ocorrida no Sol produz um fluxo


maciço de energia. A parte visível pelo olho humano
desta energia é chamada de luz.
PROPAGAÇÃO DA LUZ

A luz visível representa Luz A luz é formada por ondas


eletromagnéticas que vibram no
menos de 1% do espaço originando-se de um ponto
Sol

Raio
Gamma
Raioi X Ultravioleta Visível Infravermelho Onda
Radio
400 nm 750 nm

Os raios luminosos são a representação geométrica


da trajetória de propagação da luz.
Refração

Vidro
Ar

A luz sofre redução na sua velocidade quando atravessa de


um meio para outro, com índice de refração maior, e por
conseqüência altera sua trajetória.
Reflexão, absorção e transmissão

Absorção
 O grau de reflexão 
Reflexão  Luz refletida
 O grau de absorção 
100% Transmissão  Luz absorvida
 O grau de transmissão
 Luz transmitida

2       100%
 n  n 
índice de reflexão    
 n  n 
n: meio antes da divisa de uma borda
n': meio após a divisa de uma borda Redução da luz + transmissão = 100%
A dispersão

Vermelho
Laranja
.e Amarelo
.OC
Verde
DE
Azul
F'
Anil
Violeta

Na utilização do índice de
nc‘= Índice de refração da linha vermelha (644nm) refração para meios ópticos
mencionamos como índice
ne = Índice de refração da linha verde (546nm) principal o ne .

nF‘= Índice de refração da linha verde (480nm)


O número de Abbe.

e
O nº de Abbe mede a dispersão
60 cromática. Quanto maior esse
número, melhor é essa condição.
50

40 ne  1 e
 
30
nF '  nc '  F 'C '
20
Quanto mais alto o índice de
refração, mais baixo será o da
1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 ne dispersão.
Materiais
Material Índice de Refração / Peso

Resina Comum Cr 39 - n = 1.49 – 1.27 gr./ cm 3 9.93 gr.

Resina Médio Índice - n = 1.56 - 1.32 gr./ cm 3 8.15 gr.

Resina Alto Índice - n = 1.67 – 1.42 gr./ cm 3 8.97 gr.

Resina Alto Índice - n = 1.74 - 1.46 gr./ cm 3 9.41 gr.

Resina Policarbonato - n = 1.58 – 1.21 gr./ cm 3 8.65 gr.


Resina Trivex - n= 1.53 – 1.11 gr./ cm 7.92 gr.
Cristal H. Lite - n = 1.70 – 3.20 gr./ cm 3 16.21 gr.
Cristal H. Lite - n = 1.80 – 3.66 gr./ cm 3 17.50 gr.
Cristal H. Lite - n = 1.90 – 4.20 gr./ cm 3 20.12 gr.
Olho Emétrope

O Olho

Cristalino

Retina
Íris

Fóvea central

Esclera Nervo óptico

Corte horizontal do olho humano


O OLHO HUMANO

Estrutura Básica

Possui 24mm e pesa 7,5 gramas

O globo ocular é abrigado por


uma cavidade óssea revestida
por seis músculos extrínsecos.

Músculos Oculares
Conjunto de seis músculos responsáveis
pelo movimento dos olhos.

Trabalham em sincronismo entre si,


propiciando a movimentação simultânea
dos olhos.
O OLHO HUMANO
Córnea:

Parte anterior protetora, que também é responsável por focar


a luz através da pupila para a retina.

A junção da córnea com humor aquoso possui um poder


refrativo de +/- 44,00 dioptrias.
A córnea possui 5 camadas:
O OLHO HUMANO

ÍRIS:
Disco colorido que determina a cor do
olho, e evita o excesso de entrada de
luz sobre a retina.

PUPILA:
Orifício no centro da Íris. Tem a
função de regular a entrada de luz na
retina. Ambiente com muita luz a
pupila contrai, e com pouca
luminosidade a pupila dilata.
O OLHO HUMANO

Cristalino:

É uma pequena cápsula em forma de lente


biconvexa, possui aproximadamente 20
dioptrias.

Com o auxílio da contração e relaxamento


dos músculos ciliares, o cristalino consegue
focar em diversas distâncias.
( longe, intermediário e perto )

Isso se chama acomodação.


O OLHO HUMANO

Retina
É a camada interna mais sensível a
luz, quando a luz de um objeto atinge
as células fotossensíveis, é criada uma
imagem do objeto menor e invertida

Funciona como uma tela onde se


projetam as Imagens que são
convertidas em impulsos nervosos,
que o nervo óptico envia ao cérebro.
PERFORMANCE ÓPTICA

CAMPO VISUAL
inocular(124°
B )
Nosso campo visual está separado em:

Mo n o (4 2°)

M on
Visão Binocular: Explorada por ambos os

o (4 2 °)
olhos em área máxima de 124 graus.

Visão Monocular: Explorada individualmente


pelos olhos em área máxima de 42 graus em
cada região temporal.

152º Zona Cega


Ametropias

Emétrope: Pessoa sem necessidade de correção visual

Amétrope: Pessoa que necessita de correção (compensação).


As ametropias são vícios de refração resultantes da formação
Da imagem em pontos fora da retina. As causas podem ser
Formação irregular do globo ocular , da córnea, do cristalino,
Índice de refração dos meios, etc.
Estrabismo: Problemas com a musculatura responsável pela
Movimentação do olho.
Anisometropia: Quando temos uma diferença superior a
3 dioptrias entre o OD e OE.
Baixa visão: Perda significativa da acuidade visual.
Afacia: Retirada do cristalino.
O olho EMETROPE ou normal:
Quando o foco situa-se na
retina de forma totalmente
nítida.

Córnea = +44 diop

Cristalino = +20 diop


Distância Ântero Posterior = 24mm
Ametropias
Miopia: Os míopes tem dificuldade para visualizar objetos
Que estejam a longa distância e tem facilidade para os que
Estão próximos. São exigentes e detalhistas

Olho miope:
A imagem se forma
antes da retina.

Para que o foco se


desloque para a retina a
compensasão é feita
com lentes negativas(-)
(Divergentes)
Hipermetropia: Dificuldade para visualizar objetos à
longa e curta distância. Reconhece os detalhes apenas
quando mostramos a ele.
Olho hipermétrope
A imagem se forma atrás da
retina.

Para que a imagem se


desloque para frente, sobre
a retrina, a correção é feita
com lentes positicas ( + )
(Convergentes)
Astigmatismo: visualizam os objetos de forma
embaçada e turva.

Os dois meridianos principais


tem dioptrias diferentes

 Correção através de lentes


cilíndricas

Olho astigmático
Presbiopia: „Vista cansada“. O cristalino perde,a partir dos 40 anos,
seu poder de acomodação

Com a idade o cristalino perde seu poder


de acomodação.

 A capacidade de acomodação
diminui
 A imagem se forma atrás da retina

 A correção é feita através de


uma lente positiva ( + )
TIPOS DE LENTES COM
RELAÇÃO AO FOCO
TIPOS DE LENTES COM RELAÇÃO AO FOCO
Podemos classificar as lentes com relação a quantidade de campos como:

MONOFOCAL:
São lentes de foco único, que até os 40 anos corrigem todas as distâncias e à
partir dos 40, corrigem uma distância pré determinada como longe,
intermediário ou perto.
BIFOCAL:
São lentes com dois focos, que corrigem a visão de longe e perto, longe e MD,
MD e perto, mas com traços divisórios visíveis na lente.

TRIFOCAL:
São lentes com três focos, que corrigem a visão de longe , intermediário e
perto, mas com traços divisórios visíveis na lente.

PROGRESSIVAS (Multifocais)
São lentes com três focos, que corrigem a visão de longe , intermediário e
perto, sem a presença de traços divisórios visíveis na lente.

PAL: Progressive adicional Lenses


TIPOS DE LENTES COM RELAÇÃO AO FOCO

BIFOCAL: TRIFOCAL: MULTIFOCAL:

Longe
ULTEX Intermediário
Perto

Longe
KRIPTOK Intermediário
Perto

PANOPTIK
BIOVIS
TOP RETO
FLAT TOP
Multifocais/Progressivos
Multifocais: Corrigem várias distâncias focais.
Dividido em 3 Regiões principais. Longe, MD, e
perto. A vantagem é que bem Adaptado o
usuário precisa de apenas 1 óculos.

Campo de longe

Intermediário

Campo de perto

Astigmatismo irregular
Lentes Multifocais/Progressivas

É constituída de uma série


contínua de curvas
juntando a VL, VI e VP.

Superfície Asférica Progressiva


Desenhos de Progressivos

Campo de Longe

Campo Intermediário

Campo de Perto

Astigmatismo
Indesejável

A forma com que os campos são distribuídos nas lentes são chamados
de “desenhos”.
Existem vários tipos de desenhos de multifocais.
Lentes Multifocais/Progressivas

Reunir em uma só lente as correções das visões de longe,


intermediário e perto.
Multifocais

Progressivo Simétrico

Formação da imagem
quando se olha
lateralmente em um
progressivo Simétrico
Multifocais
Progressivo Assimétrico

Formação da imagem
quando se olha
lateralmente em um
progressivo Assimétrico
Multifocais
conferência da
dioptria de longe
Cruz de
montagem

Adição: Sempre no
lado temporal

200
conferência do
prisma

conferência da
Logotipo do
dioptria de perto
fabricante

Marcações feitas à tinta Marcações indeléveis


CARACTERÍSTICAS DAS LENTES

Lentes positivas:

 borda fina
 foco real Foco
 centro espesso (real eixo óptico
)
 Aumenta a imagem do V1 V2

objeto antes do foco


 convergentes
 indicadas para
hipermetropia
 curvatura interna menor
que a curvatura externa
CARACTERÍSTICAS DAS LENTES

Lentes negativas:

 borda grossa
 centro fino eixo óptico V1 V2 F
 foco virtual
 diminui a imagem
 divergentes
 indicadas para miopia
 curvatura interna maior que a
curvatura externa
Prismas e efeitos Prismáticos
Horizontal:
Sensação de deslocamento do objeto na vertical.

Vertical:
Sensação de “buraco” ou “ressalto” do piso,
causando incomodo ao usar os óculos.

Deslocamento de imagem
Deslocamento de imagem
Convergência
Descentração - Olhos X Lentes
Interpretação de Receita - Símbolos

Rx – Receita médica DNP – Distância naso-pupilar


OD – Olho direito ▲ - Prisma, (com a posição)
OE – Olho esquerdo BN – Base Nasal
L – Óculos destinado para longe BT – Base temporal
P – Óculos destinado para perto BS – Base superior
MD ou Int – Óculos destinado p/ BI – Base inferior
meia distância ▲ - Prisma A posição tbém
DE – Dioptria esférica Pode ser informada em °.
DC – Dioptria cilíndrica 0°, 90°, 180°,270°, 360°
Eixo – Define a posição da lente AO – Ambos os olhos
Cilíndrica AD – Adição
DP ou DIP – Distância pupilar
Cuidados com o que não é usual

 Sinais trocados (tanto no esf como no cil)


 Eixos com diferenças grandes (90°)
 Diferença acentuada entre OD/OE no esf
e cil.
 Adições diferentes entre OD/OE
Anamnese
Uma “entrevista” para obtermos dados como: Nome,
endereço, aniversário, etc...
Devemos descobrir qual a real necessidade do usuário e
Atender suas expectativas na medida do possível.
Trabalho: Escritório, externo, professor, motorista, piloto...
Lazer: Velejar, atividade esportiva, cinema, natação...
Lentes: VS, bifocais, multifocais.
Materiais: Mineral, orgânico, poly.
Preste atenção ao que o cliente já usa e se está
satisfeito.
Pela receita, verifique que tipo de lentes deverão ser
adaptadas e a DP.
P+A = DP (melhor escolha)
ADIÇÃO
Longe OD +2,00 DE <> -1,00 DC x 150°
OE +1,75 DE <> -1,50 DC x 45º Ad 2,00
Perto OD +4,00 DE<> -1,00 DE x 150°
OE +3,75 DE <> -1,50 DC x 45º

Longe OD -3,00 DE <> -1,00 DC x 90°


OE -2,75 DE <> -1,50 DC x 90° Ad 3,00
Perto OD +0,00 DE <> -1,00 DC x 90°
OE +0,25 DE <> -1,50 DC x 90°

Encontrar a Adição
TRANSPOSIÇÃO
Recurso utilizado para alterarmos os valores numéricos de
uma Prescrição sem alterar sua vergência.

Regras:
1. Soma-se a Dioptria Esférica com a Dioptria
Cilíndrica. O resultado será a nova Dioptria Esférica.
2. Mantêm-se o o valor da Dioptria Cilíndrica alterando o
sinal
3. Eixo transposto:
 Se maior ou igual a 90° subtrair 90°
 Se menor que 90°, somar 90°.
Tomadas de Medidas e Alturas
 D.N.P (distância naso pupilar) com o
pupilômetro de reflexo corneano:
 Ajuste o pupilômetro para distância
que será medida (longe, meia distância
ou perto).
 Apóie o pupilômetro no nariz do
usuário na mesma posição em que os
óculos serão usados.
 Desloque a escala e sobreponha no
reflexo da luz que o pupilômetro projeta
na pupila do cliente.
CUIDADOS
Tomadas de medidas
 Quando for tirar a altura, a armação tem
que estar ajustada no rosto do cliente e a
armação com as lentes de
demonstração.

 Caso não tenha a lente de demonstração


usar fita adesiva transparente colada no
centro da armação para que o cliente
ponha-a no rosto na posição que
pretende usar.

 Com tinta branca


preferencialmente
marque exatamente no
centro da pupila, ter o
cuidado para não
provocar o efeito
paralaxe (diferença de
estatura do cliente em
relação ao técnico).
Tomadas de medidas

De frente para o cliente,com


seu rosto paralelo e alinhado
ao dele, oriente o cliente para
olhar no seu olho direito então
você marcará o olho esquerdo
do cliente, faça o mesmo para
outro olho, ou seja, oriente
novamente o cliente para olhar
para o seu olho esquerdo
então marque o olho direito
dele. Neste caso estamos
tirando a altura da pupila do
cliente, que servirá tanto para
visão simples como para o
progressivo.
Tomadas de medidas

E confira a marcação distanciando do cliente


aproximadamente três metros e se necessário
refazer a marcação.
Tomadas de medidas
Tomadas de medidas - Erros e conseqüências.

 Altura+Baixa: Perda de campo para perto.

 Altura+Alta: Perda de campo para longe.

 DP para perto: diminuição de campo visual na


horizontal.

Obs.: Em alguns casos (raros), pode ocorrer que a


altura entre os 2 olhos seja diferente, assim como a
DNP. O correto é respeitar as medidas, mas pode
ocasionar a falta de simetria na montagem das
películas no bifocais.
Tomadas de medidas - Bifocais
 Alguns técnicos defendem a tomada da altura
levando em conta a região limite entre a córnea e a
esclera (limbo) até borda inferior da armação.
 A mais comum é da pálpebra inferior até borda
inferior da armação.
DV e o Ângulo Pantoscópio
 Para melhor conforto do usuário
temos que atentar para o ajuste do
Ângulo Pantoscópico e Distância
de Vértice.
 Ângulo Pantoscópico é a
inclinação da armação em relação
ao rosto do cliente. Para visão
simples, o ângulo varia de 8 a 12
graus o mais usado é de 10 graus.

 Distância de Vértice (DV) é a


distância entre a curva interna
da lente e a córnea do cliente.
Ajustes para a venda de óculos

 Empenamento da armação.

 As hastes devem estar a 90° em relação à parte frontal


da armação.

 A curva da ponteira deve acompanhar a curva traseira


da orelha

 Deve estar inclinada entre 8° e 12° em relação ao


rosto. (inclinação pantoscópica)

 As hastes não devem se cruzar quando se fecha a


armação.
Ajustes para a venda de óculos

 Empenamento da armação.

 As hastes devem estar a 90° em relação à parte frontal


da armação.

 A curva da ponteira deve acompanhar a curva traseira


da orelha

 Deve estar inclinada entre 8° e 12° em relação ao


rosto. (inclinação pantoscópica)

 As hastes não devem se cruzar quando se fecha a


armação.
Uma perfeita adaptação aos óculos depende do
conjunto de medidas corretas.

 Quando tomamos as medidas para


montagem dos óculos, estamos
determinando a localização exata que o
centro óptico da lente deverá tomar na
armação.
 Isto se faz necessário para evitar o
surgimento de efeito prismático.
 Quando as dioptrias forem superior a
3,00 (três) negativa ou positiva,
recomenda-se tirar altura.
 
Tratamentos em Lentes Oftálmicas

FOTOSSENSÍVEIS: Escurecimento rápido e uniforme – 94% de


transparência em ambientes internos e até 75% de bloqueio dos raios
solares e 100% de ultravioleta.
Indicação: Principalmente portadores de fotofobia e degenerações
oculares.
ANTI – REFLEXO: Melhora a visão noturna, elimina os “halos” na
superfície das lentes, reduz o ofuscamento dos faróis.
Benefício estético; aumenta a transmissão de luz que dá ao usuário a
impressão de ser mais transparente; elimina as reflexões da luz e
imagens do ambiente.
ANTI – RISCO (hardcoating): Aumenta a resistência das lentes contra
riscos, sem afetar a transparência..
ANTI – UV: Tratamento incolor que filtra as radiações UV, retarda a
evolução da catarata, protege das degenerações oculares.
Tratamentos em Lentes Oftálmicas

NIGHT DRIVE: Melhora a visibilidade noturna, na chuva, na neblina e na


neve, pois acentua o contraste. Evita a sonolência e o cansaço visual dos
motoristas. Elimina os reflexos dos faróis e espelhos. Filtra todos os raios
ultravioletas. Reduz a cegueira noturna.
Indicação: Condutores de veículos e nas baixas acuidades visuais.
VÍDEO FILTER: (VÍDEO LUX) 100% de proteção ultravioleta. Evita o
cansaço visual
Indicação: Usuários de computador.
COLORAÇÃO: Em resina e policarbonato. Praticamente é possível colorir
estes materiais em todas as cores imagináveis. A intensidade das cores é
indicada normalmente de 3 maneiras:

Coloração clara: A, I ou 25%


Coloração Média: B, II ou 50 %
Coloração escura: C, III, 75%
Antirreflexo

Reflexos visíveis Reflexos córneos visíveis Reflexos visíveis para


para o usuário de para o usuário de óculos uma pessoa em frente.
óculos

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