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Surfaçagem de lentes em resina CR39 (método

simplificado):

Método de aplicação para


surfaçagem em máquinas manuais e
geradores de curva manuais.
Lentes esféricas:
• A lente esférica tem o mesmo poder de refração em todos os seus meridianos (direções), essas lentes são
compostas de duas superfícies esféricas, uma no lado côncavo (interno) sempre sinalizada pelo sinal
negativo e outra no lado convexo (externo) sempre sinalizada com sinal positivo. Vale salientar que por
convenção o Brasil adotou a opção de se trabalhar sempre com cilíndricos negativos, portanto em alguns
casos se faz necessário efetuar transposição para chegar as dioptrias negativas. Existem ainda lentes bi
convexas ou bi concavas mas essas quase não são usadas em óculos.

Lentes esféricas positivas:


• Uma lente positiva, também denominada convergente tem sua espessura central maior que a das bordas.
Observando-se através desta lente um determinado objeto deslocando-se a mesma para baixo, o objeto
será deslocado (dentro da lente) em sentido contrário, ou seja, para cima. Assim sendo objetos sempre
deslocam-se em sentido contrário ao movimento da lente. As imagens vistas pela lente convergente
parecem em tamanho maior. A lente esférica positiva é composta de duas superfícies esféricas , uma do
lado côncavo e outra do lado convexo, sendo que a do lado convexo (+) é mais acentuada que a do lado
concavo (-).
• Quando a lente é positiva, sua superfície convexa é mais forte que a
côncava e quando é negativa sua superfície côncava é numericamente
maior que a convexa.

É a relação entre as curvas interna e externa que nos dá a dioptria de uma


lente.

Lentes Esféricas Negativas:


• Assim são designadas as lentes divergentes, cuja espessura central é
menor do que as das bordas. O deslocamento dos objetos, vistos dentro
da lente negativa, ocorre na mesma direção do movimento da lente. A
curva côncava é mais acentuada do que a convexa.
Escolhendo uma Base:

• Observando os exemplos acima podemos dizer que numa lente positiva a


curvatura interna será reduzida da curva externa ou curva base, exemplo:
se temos uma lente com curva base 6.00 só poderemos usar essa lente
para conseguirmos atingir dioptrias de no máximo + 6.00. e assim por
diante.

Importante: deve-se sempre partir da base 6.00 por conta da curvatura da


córnea, caso não seja possivel confeccionar as lentes na base 6.00
devemos então escolher outras bases.

• No caso das lentes negativas acontece o inverso, ao invés de subtrairmos


da base, a curvatura interna será acrescida da base + a dioptria que se
deseja confeccionar.
Temos então como fórmulas para confecção de lentes:

Positivas: diop. = CB – CI. Negativas: diop. = CB + CI.

Dessa forma deveremos sempre estar atentos a qual dioptria queremos confeccionar para
escolhermos a melhor base afim de se obter os melhores resultados.

As bases mais comuns no mercado e indicadas para se confeccionar dioptrias positivas


são: 6.00/ 8.00/ 10.00.

As bases mais comuns no mercado e indicadas para se confeccionar dioptrias negativas


são: 0.00/ 2.00/ 4.00.

Há ainda fabricantes e tipos de lentes em que podemos encontrar bases como 1.00/ 3.00/
5.00/7.00/12.00/ 14.00/ 16.00/ 18.00 e 20.00, estas últimas estão em desuso, bases acima
de 10.00 eram encontradas em lentes tipo Katral, Kriptok e Omega.
Marcação das Lentes esféricas:
Uma vez escolhida a base, deve-se desembalar as lentes e conferir os olhos e, no
caso de bifocais e multifocais, verificar se os olhos estão corretos, adição e base
nominal. Feito isso deve se começar a marcação sempre pelo olho direito, no
caso de multifocais deve se marcar com caneta pilot as gravações na lente e
fazendo sempre um traço embaixo da gravação com a adição. Feito as marcações
com caneta, deve se aferir a base real da lente fazendo uso de um esferômetro,
em visão simples e bifocais o local de aferição deverá ser sempre no centro da
lente, no caso de multifocais a aferição deve ser feita no centro do circulo de
visão para longe. Para realizar tal aferição deve se posicionar o esferômetro em
ângulo reto a 90 graus.

Lembre-se que a adição está sempre no lado temporal, logo se a gravação está a
esquerda temos um olho direito, se estiver a direita temos um olho esquerdo.
Após aferir a base real, deve-se com o auxilio de uma escala traçar uma linha reta
no centro da lente de lado a lado, no caso de multifocais essa linha deve
obrigatoriamente passar sobre as 2 marcações feitas com caneta, coincidindo com
a linha de montagem, o profissional marcador deve calcular as espessuras inicial
final e escrever na lente a espessura desejada, assim como o eixo se houver em
caso de lentes cilíndricas bifocais e multifocais.

Desta forma a lente sendo visão simples ficaria assim, caso quisessemos
confeccionar uma lente de diop. + 1.00 esf. na base 6.00:
E sendo multifocais as lentes ficariam assim:
Marcação das Lentes Cilíndricas:

No caso das lentes cilíndricas a curva interna para se chegar ao astigmatismo sempre
será somado a curva interna esférica. Dessa forma então teremos numa base 6.00:

OD: + 1.00 – 1.00 x 90° - 5.00 – 6.00 x 90°

Podemos afirmar então que:

CC= CE + ARX

Onde:

CC = curva cilindrica.

CE = curva esférica.

ARX = astigmatismo RX.

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