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Regras para compensação na confecção de lentes em resina CR-39.

Devido ao seu baixo índice de refração (1.499) as lentes de resina em função da dioptria
a ser confeccionada precisam de uma certa compensação para que possamos obter a
dioptria correta, tal problema ocorre devido ao baixo indíce de refração das lentes de
resina CR-39 que faz com que elas percam um pouco do seu poder de refração
dependendo da dioptria a ser trabalhada, desta forma torna-se necessário o cálculo de
D1 e respectivamente D2 de acordo com a dioptria desejada, porém existe uma forma
mais simples de se corrigir essa ‘perda’ refracional sem a necessidade dos respectivos
cálculos de D1 e D2, apenas compensando a eventual perda que a lente sofrerá no
processo de surfaçagem.

Tal compensação só se faz necessária no processo de marcação das lentes em formeiros


de índice 1.499 pois esses não tem sua curvatura ‘compensada’ ou corrigida. Nos
formeiros de 1.533 não é necessário compensar a dioptria pois os mesmos já são
compensados.
As regras de compensação variam de 0.12 a 0.25 na confecção de dioptrias esféricas e no caso das dioptrias cilíndricas
essa compensação pode variar de 0.12 até 0.50 dependendo do cilíndrico desejado.

Observemos o exemplo abaixo de uma lente que se deseja confeccionar:

OD: +1.25 Base Real: 6.00

Neste caso aplicando a fórmula: CB = BR – Diop. RX teríamos:

CB = 6.00 – 1.25 = 4.75.

Sem a compensação essa lente fatalmente sairia com dioptria 0.12 ‘mais fraca’ ,ou seja, a dioptria final desta lente
seria: +1.12.

O mesmo ocorre em lentes negativas, observe o exemplo abaixo:

OE: -1.50. Base Real: 6.00

Neste caso aplicando a fórmula: CB = BR + Diop. RX teríamos:

CB= 6.00 + 1.50 = 7.50.

Sem a compensação essa lente fatalmente sairia com dioptria 0.12 ‘mais fraca’ ,ou seja, a dioptria final desta lente
seria: - 7.37.

Nota: Observe que para cálculos simples desprezamos sempre os sinais nas equações matemáticas, pois ora nos
referimos a Base Real onde que por convenção trabalhamos sempre com curvaturas positivas e ora nos referimos as
curvaturas internas onde também por convenção trabalhamos sempre com curvaturas negativas.
Muito embora as lentes oftálmicas possuam tolerâncias tanto para dioptrias quanto para desvios de eixos é
sempre desejável a confecção de lentes com a dioptria exata portanto para que isso aconteça devemos
dispor dos devidos cálculos matemáticos para se atingir a perfeição e a exatidão da lente confecionada.

Para conseguirmos a exatidão das dioptrias adotemos então a tabela de compensação abaixo:

Dioptria Esférica: Compensação:


De 000 a +/- 0.75 ____
De +/- 1.00 a +/-1.75 + 0.12
De +/- 2.00 a - 3.75 + 0.25
De - 4.00 a – 5.75 + 0.37
De - 6.00 a - 8.75 + 0.50
De - 9.00 em diante + 0.62
No caso de lentes cilíndricas ou combinadas torna-se necessário a compensação também
na curva cilíndrica, porém diferentemente das lentes esféricas, tal compensação pode
chegar até em 0.50 dependendo do cilíndrico desejado, pois nesse caso a resposta
refracional das lentes de resina é ainda mais deficiente.

Desta forma, vamos observar o exemplo abaixo:

OD: +0.50 – 1.50. Base Real: 6.00.

A fórmula para esse caso seria: CB = BR – diop. esf.

E para se chegarmos curvatura cil. teríamos: CC = CB + diop. cil.

Montando a equação então teríamos:

CB = 5.50.

CC = 7.00.

Nota: Observe que para cálculos simples desprezamos sempre os sinais nas equações
matemáticas, pois ora nos referimos a Base Real onde que por convenção trabalhamos
sempre com curvaturas positivas e ora nos referimos as curvaturas internas onde também
por convenção trabalhamos sempre com curvaturas negativas.
Desta forma se não aplicarmos a compensação novamente teríamos a inexatidão da dioptria
cilíndrica, ao final do processo fatalmente teríamos uma dioptria de: OD: + 0.50 – 1.37.

Portanto assim como nas dioptrias esféricas convém obter a exatidão das dioptrias a serem
confeccionadas, e para isso basta seguirmos a tabela abaixo:

Dioptria Cilíndrica: Compensação (cilindro):


de – 0.25 a -0.75 ______
de – 1.00 a – 1.75 + 0.12
de – 2.00 a – 3.75 + 0.25
de – 4.00 a – 4.75 + 0.37
de – 5.00 em diante + 0.50
Por conta dessa perda de poder refracional devemos ter atenção na hora de marcarmos o
bloco oftálmico afim de trabalharmos o mesmo no molde correto com o valor já
compensado, isso faz com que o molde utilizado seja imprescindivel para se alcançar a
exatidão da dioptria desejada.

Mas então como proceder quando não dispusermos do molde correto em nosso laboratório?

Em caso de lentes esféricas deve-se procurar sempre o molde ‘mais forte’ ou seja, para
positivas deve se diminuir a curvatura, exemplo: na falta do molde 4.00 usar o 3.87.

E no caso das negativas aumenta-se a curvatura, exemplo: na falta do molde 7.00 usar o 7.12.

Tal regra porém só pode ser aplicada em DIOPTRIAS ESFÉRICAS, as dioptrias cilindricas nunca
podem ser alteradas, o valor da diferença entre a curva esférica e curva cilindrica devem ser
os mesmos previamente calculados.

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