Você está na página 1de 15

Ficha técnica

Sergio Ricardo Segovia Barbosa PRESIDENTE – APEX-BRASIL


Augusto Souto Pestana DIRETOR DE NEGÓCIOS – APEX-BRASIL
Ana Claudia Cunha Barbosa GERENTE DE COMPETITIVIDADE E ENSINO – APEX-BRASIL
Deborah de Oliveira Rossoni COORDENADORA DE COMPETITIVIDADE – APEX-BRASIL
Renan Lucas Ferraz ELABORAÇÃO – APEX-BRASIL

REVISÃO
Carla Ramos COORDENADORA DE INTELIGÊNCIA DE MERCADO – APEX-BRASIL
Daniel Pirola GESTOR DE CONVÊNIOS – APEX-BRASIL
Adriana Fabrini UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
Daniel Polydoro ADUANEIRAS e UNICAMP
Rodrigo Braga Faria GRUPO EDUCACIONAL UNIS
Luciana Leal PEIEX em São Paulo

CONTRIBUIÇÃO
Núcleos do PEIEX: Belo Horizonte (MG); Brasília (DF) – físico e à Distância; Campo Grande (MS); Cascavel (PR); Curitiba (PR); Juiz de Fora (MG); Londrina (PR); Maringá (PR); Porto Velho (RO); São
Leopoldo (RS); São Luís (MA); São Paulo (SP).

Setor de Autarquias Norte, Quadra 5, Lote C CEP – 70040-250 – Brasília – DF Tel.: 55 (61) 2027-0202 www.apexbrasil.com.br E-mail: apexbrasil@apexbrasil.com.br

© 2020 Apex-Brasil Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Todos os direitos reservados.

Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte. A Gerência de Competitividade e Ensino da Apex-Brasil, responsável pelo desenvolvimento deste material, quer saber a
sua opinião sobre ele. Se você tem comentários ou sugestões a fazer, por favor, envie e-mail para peiex@apexbrasil.com.br
Registro internacional de marcas e patentes –
conceitos básicos
• As marcas são sinais visualmente perceptíveis e distintivos que servem para identificar e
diferenciar um produto de outros, principalmente dos concorrentes. Portanto, possibilitam
distinção e contribuem para a definição da percepção de imagem, reputação e confiabilidade
dos produtos:
• Marcas são consideradas ativos para a maioria das empresas, representando um diferencial intangível;
• Servem para a identificação dos atributos do produto e representam valor (inclusive monetário);
• Facilitam a comunicação entre o cliente e o produto e fazem alusão à experiência ou lembrança positiva;
• Permitem que o cliente identifique o produto a partir de sua expectativa de satisfação, ajudando na
decisão de compra;
• Incentivam o investimento na manutenção ou no aprimoramento da qualidade dos produtos;
• Representam perspectivas de benefícios a serem alcançados a partir da compra do produto;
• Podem ser licenciadas, gerando uma fonte direta de receita à empresa (“royalties”).

• Podem ser consideradas como marcas: figura, texto, palavras, expressões, letras, números,
desenhos, formas, cores, logomarcas, rótulos ou demais combinações:
• No caso do Brasil, há limites na regulamentação do que pode ser considerado uma marca: símbolos com
possibilidade de representação gráfica ou visualmente perceptíveis.

• Na exportação, o país de origem do produto também pode exercer grande influência na marca
a partir da percepção gerada no mercado consumidor. Portanto, trata-se de aspecto a ser
analisado com cuidado.
Registro internacional de marcas e patentes –
conceitos básicos
• Por outro lado, de acordo com o INPI, as patentes são um “título de propriedade
temporária sobre uma invenção ou modelo de utilidade, outorgado pelo Estado aos inventores
ou autores ou outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação”:
• As patentes têm a função de proteção a uma invenção, garantindo ao titular os direitos exclusivos de uso
da mesma por um período limitado de tempo;
• Com esse direito, o inventor ou detentor pode impedir que terceiros produzam, usem, coloquem à venda,
vendem ou importem produto objeto da patente;
• Uma contrapartida requerida do inventor é que revele todo o conteúdo técnico da matéria protegida pela
patente;
• Toda invenção é patenteável, desde que seja nova, possua atividade inventiva e seja suscetível de
aplicação industrial (Art. 8º da LPI).

• As patentes podem ser de 3 tipos:


• Patente de Invenção (PI): cumpre com os requisitos de atividade inventiva, novidade e aplicação industrial,
tendo validade de 20 anos a contar da data de depósito. Trata-se de uma invenção de fato;
• Patente de Modelo de Utilidade (MU): suscetível de aplicação industrial e que resulte em melhoria
funcional no uso ou na fabricação de um objeto ou parte deste, tendo validade de 15 anos a contar da data
de depósito. Trata-se de uma inovação ligada à utilização;
• Certificado de Adição de Invenção (C): trata-se de aperfeiçoamento ou desenvolvimento introduzido no
objeto da invenção, mas dentro do mesmo conceito inventivo. O certificado emitido é acessório à patente
e apresenta a mesma data final desta.
Registro internacional de marcas e patentes –
conceitos básicos

• Entende-se que sem uma devida proteção à propriedade intelectual, os incentivos à inovação
tecnológica seriam minados e os produtos legítimos poderiam perder espaço nos mercados
em função de falsificações e cópias sem maiores consequências:
• Assim, a existência de leis e de um sistema capaz de garantir seu cumprimento são importantes para a
competitividade de produtos em mercados estrangeiros.

• A propriedade industrial é o ramo da propriedade intelectual que abrange temas relacionados


a patentes, desenho industrial, marcas e indicações geográficas:
• Algumas das características da propriedade industrial são: dimensão temporal (direitos com prazo máximo
de vigência); segurança jurídica (evita a exploração indevida por terceiros sem a prévia autorização do
titular do direito); territorialidade (validade no país de depósito); entre outros;
• No Brasil, a propriedade industrial é regulada pela Lei de Propriedade Industrial (LPI) de 1996;
• Os direitos concedidos a marcas e patentes têm a finalidade de promover a criatividade pela proteção, a
disseminação e a aplicação industrial de seus resultados.
Registro internacional de marcas e patentes –
aspectos da LPI
• De acordo com a Lei de Propriedade Industrial (LPI), para fins de registro, a marca precisa
ter: 1) veracidade (caráter verdadeiro); 2) liceidade (ser considerada lícita para registro); 3)
distintividade; e 4) disponibilidade:
• Segundo o INPI, “a marca registrada garante a propriedade e o uso exclusivo em todo o território nacional por
dez anos”, sendo prorrogável por períodos iguais e sucessivos;
• Não há possibilidades de registro de marcas olfativas ou sonoras, por não serem visualmente perceptíveis;
• O INPI adota a Classificação Internacional de Produtos e Serviços de Nice (NCL – a sigla em inglês);
• Maiores informações sobre o registro de marcas podem ser obtidas no link abaixo:
http://www.inpi.gov.br/servicos/perguntas-frequentes-paginas-internas/perguntas-frequentes-
marca#comoregistrar

• Ainda em consonância com a Lei de Propriedade Industrial (LPI), a concessão de patente se dá


com base ao atendimento dos requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial:
• Segundo o INPI, a patente é o mecanismo adequado para proteção de uma invenção ou criação
industrializável;
• A patente é válida somente no território nacional;
• Mediante extinção dos direitos referentes à patente, a técnica torna-se de domínio público e a sociedade fica
livre para utilizá-la em seu próprio benefício;
• Maiores informações sobre a concessão de patentes podem ser obtidas no link abaixo:
http://www.inpi.gov.br/servicos/perguntas-frequentes-paginas-internas/perguntas-frequentes-
patente#patente
Registro internacional de marcas e patentes –
importância
• O registro de marca e a concessão de patentes são importantes pois outorgam ao proprietário o
direito de uso exclusivo em todo o território nacional em seu ramo de atividade econômica,
protegendo-o de eventuais falsificações e/ou cópias, impedindo os concorrentes de se
apropriarem da marca e assim confundirem os consumidores, e minimizando o impacto da
concorrência desleal.

• Para sinalizar a importância do tema, a duração do registro de marcas e/ou da concessão de


patentes é padronizada em grande parte dos países, sendo prevista no Tratado Internacional
(TRIPS).

• Caso a empresa queira exportar e comercializar produtos em outros países, é necessário o


depósito de direito de propriedade industrial em cada mercado em que o produto for
comercializado para garantir a exploração econômica e proteger o seu direito de uso:
• Em relação à marca, o ideal é depositá-la em nível internacional a partir de acordos feitos pelo INPI com
organizações congêneres em outros países, evitando assim problemas em futuras exportações ou mesmo de
cópia da marca em outros mercados. Um exemplo disso é o Protocolo de Madrid (mais informações a seguir);
• No que toca à patente, não existe cobertura em todos os países. Assim, é necessário estar atento pois
existem diferenças consideráveis entre os diversos sistemas nacionais na hora das respectivas solicitações. O
procedimento também pode ser simplificado a partir de acordos feitos pelo INPI – seja via Convenção da
União de Paris (CUP) ou do Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes (PCT).
Registro internacional de marcas e patentes –
Protocolo de Madrid
• O Protocolo de Madri entrou em vigor no Brasil a partir de outubro de 2019.

• Com ele, o solicitante pode requerer o registro de sua marca para vários países e a partir de um
único processo e um único idioma:
• Outras vantagens do Protocolo de Madrid são: maior previsibilidade do tempo da resposta; data única de
prorrogação; concentração do pagamento em uma única moeda, evitando assim a aplicação de múltiplas
taxas de conversão; ausência de obrigatoriedade de constituição de um procurador para depósito nos países
desejados.
• Os pedidos podem ser submetidos diretamente pelo website: http://www.inpi.gov.br/menu-
servicos/marcas/protocolo-de-madri-vigencia-razoes-como-dar-entrada-no-pedido-e-preparo-do-inpi

• A lista dos países ou organizações que ratificaram o Protocolo de Madri pode ser acessada em
https://www.wipo.int/madrid/memberprofiles/#/
• Dentre os signatários, estão: Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, México, Colômbia, Canadá e União Europeia
(o que inclui Espanha, Portugal, Itália, Alemanha e França, por exemplo), dentre outros.
Registro internacional de marcas e patentes –
Convenção da União de Paris (CUP)
• Uma das formas de solicitar a concessão de patentes em outros países é via Convenção da União
de Paris (CUP), que conta com 173 países signatários, incluindo o Brasil.

• A CUP não tem como objetivo a uniformização das leis nacionais, exigindo apenas paridade, ou
seja, que o tratamento conferido a um pedido nacional seja estendido também ao estrangeiro:
• Ao prever a equiparação entre os nacionais dos países da União e os nacionais dos países não participantes
mas que possuem domicílio ou estabelecimentos industriais / comerciais efetivos e reais no território de um
dos países da União, a CUP se traduz em um mecanismo para proteção internacional da propriedade
industrial.

• Uma vez efetuado um depósito simples (pedido de concessão de patentes) em um dos países
membros, a CUP assegura um prazo de salvaguarda para efetuar um depósito similar nos demais
países membros:
• Esse prazo é de 12 meses e, uma vez expirado, perde-se o direito de se reivindicar a data do 1º depósito
como data de prioridade.
Registro internacional de marcas e patentes – Tratado
de Cooperação em Matéria de Patentes (PCT)
• O Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes (PCT) é gerenciado pela WIPO
(Organização Mundial da Propriedade Intelectual – sigla em inglês) e conta com 152 países
signatários, dentre os quais o Brasil.

• Trata-se de um tratado multilateral que permite a requisição da patente em um grande número


de países simultaneamente e por meio de um único pedido, denominado “depósito
internacional”:
• O principal objetivo do PCT é simplificar a proteção das invenções e torna-la mais econômica;
• Na prática, o pedido internacional é transformado em vários pedidos nacionais nos diferentes países.

• O depósito internacional é feito diretamente no INPI e, após os trâmites e a fase inicial, inicia-se
uma etapa de constituição de procuradores nos diversos países de interesse, quando a empresa
solicitante deve providenciar traduções e pagar a taxa básica de depósito (bem como eventuais
demais taxas) cobrada por cada país.
Registro internacional de marcas e patentes –
cuidados
• No tocante à temática de registro internacional, alguns pontos de atenção que precisam ser
levados em consideração:
• No caso dos acordos internacionais, é necessário ficar atento pois estão sempre se atualizando,
gerando modificações;
• Para concessão de patentes, avaliar se o pedido em poucos países (Brasil e mais um, por exemplo) não
é mais fácil via depósitos independentes em cada país ao invés de seguir o trâmite via PCT;
• Em se tratando de marcas, cabe investigar se país permite o registro da marca sem ela nunca ter sido
usada, ou se é necessário comprovar seu uso prévio;
• Ainda na temática “marcas”, é importante verificar se o registro pode ser cancelado após determinado
período sem uso e, em caso afirmativo, qual o trâmite a ser realizado;
• Ter em mente que algumas regras podem variar de país a país e atentar-se para prazos de requisição da
proteção no exterior;
• No mercado de exportação, não divulgar prematuramente os produtos antes de protegê-los;
• Sempre averiguar a disponibilidade de entrada de uma marca ou patente em determinado território
como parte do planejamento à exportação.
Registro internacional de marcas e patentes –
links úteis
• Guia Básico de Patentes – INPI: http://www.inpi.gov.br/servicos/Portal/menu-servicos/patente

• Convenção da União de Paris (CUP): http://www.inpi.gov.br/legislacao-1/cup.pdf

• Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes (PCT):


https://www.wipo.int/export/sites/www/pct/pt/texts/pdf/pct.pdf

• Guia Básico de Marcas – INPI: http://www.inpi.gov.br/servicos/servicos/Portal/menu-servicos/marcas

• Protocolo de Madrid: http://www.inpi.gov.br/menu-servicos/marcas/protocolo-de-madri-vigencia-razoes-


como-dar-entrada-no-pedido-e-preparo-do-inpi

• Tmview: https://www.tmdn.org/tmview/welcome.html?lang=pt
• Pode ser usado para: 1) verificar a disponibilidade de uma ideia para o nome de uma marca em diversos
países; 2) descobrir os produtos protegidos por marcas registadas pelos concorrentes da empresa; dentre
outros.
Registro internacional de marcas e patentes –
informações adicionais
• Lei de Propriedade Industrial (LPI): http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9279.htm

• Legislação de Patentes – INPI: http://www.inpi.gov.br/menu-servicos/patente/legislacao-patente-1

• Perguntas frequentes sobre patentes – INPI: http://www.inpi.gov.br/servicos/perguntas-frequentes-


paginas-internas/perguntas-frequentes-patente#patente

• Legislação de Marcas – INPI: http://www.inpi.gov.br/menu-servicos/marcas/legislacao-marca

• Manual de Marcas – INPI: http://manualdemarcas.inpi.gov.br/

• Perguntas frequentes sobre marcas – INPI: http://www.inpi.gov.br/servicos/perguntas-frequentes-


paginas-internas/perguntas-frequentes-marca#comoregistrar
Registro internacional de marcas e patentes –
informações adicionais
• Guia “Aprendendo a Exportar”: http://www.aprendendoaexportar.gov.br.

• Organização Mundial de Propriedade intelectual (WIPO): http://www.wipo.int

• Classificação Internacional de Produtos e Serviços de Nice (NCL): http://www.inpi.gov.br/menu-


servicos/marcas/classificacao

• Google Patents: https://patents.google.com/

• Passaporte para o Mundo – Apex-Brasil: https://passaporte.apexbrasil.com.br/apex/login/Login.aspx


• Curso: EXP60 - Fortalecimento de Marca.
Nome
Cargo

Você também pode gostar