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2. Origem do Símbolo
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Caveira de guerra, atual Coordenador de Operações da CORE/PCBA
aliadas diante da derrocada nazifascista na Guerra. Ao cravá-lo, o militar teria bradado:
“este punhal representa a vitória, e essa caveira significa a morte... Vitória sobre a morte!”.
Apesar de emblemático e marcante, tal fato não pôde ser comprovado de forma
documental através de pesquisas em arquivos históricos, de tal forma que não
conseguimos confirmá-la. No entanto, o acontecimento é tido como verdade por diversas
unidades que admitem a Caveira como símbolo.
A segunda história, essa sim comprovada, e com participantes ainda vivos capazes
de reafirmá-la, dá conta de que nos anos de 1968, durante a realização do Curso de Ações
de Comandos do Exército Brasileiro, mais especificamente no pico das Agulhas Negras na
cidade de Resende/RJ, durante uma madrugada gelada após a realização de uma
extenuante instrução de montanha, o 1º Ten Inf Maurizzio Manoel Procópio da Silva, foi
compelido por outros companheiros a desenhar um símbolo que representasse tudo que
estavam passando durante o curso.
O objetivo era deixar uma marca irreversível, que admitisse todos os elementos
capazes de ultrapassar a barreira do tempo, fincando-se um símbolo forte, vibrante e fulcral.
Ao amanhecer, estava desenhado o primeiro esboço da “faca na caveira”, o qual foi
aperfeiçoado ao longo do tempo, mas manteve sua essência de nascedouro. Anos mais
tarde, em 1970, a referência serviu de inspiração para a criação do símbolo do atual BOPE
PMERJ, cujos fundadores realizaram estágio de Comandos e Operações Especiais no
Exército Brasileiro.
A formatação dos Cursos de Operações Especiais das policias segue uma linha de
Comandos e Ações Táticas, baseadas no aprimoramento das capacidades físicas e
psicológicas dos operadores em diferentes ambientes, além de um refino técnico nas
premissas de intervenções em ambientes urbanos. Notadamente, as etapas do processo
contam com elevado grau de dificuldade, haja vista que a excelência da capacidade
operativa em missões de altíssima complexidade é uma necessidade perene.
Destaque-se, que, em 1975, Policiais Civis desta UOEsp - GOE, foram destacados
para lutar na Guerra Civil Angolana, com atribuições não convencionais, para, além de
prestarem apoio contingencial nas incursões de guerra, destruírem pontes utilizando seus
notórios conhecimentos em explosivos.
A sede dessa unidade era conhecida como Base Falcão e as viaturas operavam
como Falcão IV até́ Falcão X. Integrada por trinta e oito policiais, alguns com o Curso de
Comandos, paraquedismo, entre outros, estava subordinada à Superintendência de Polícia
de Segurança da SSP e posteriormente ao Departamento Geral de Investigações Especiais
(DGIE) da Policia Civil. O SERESP tinha, além da Unidade de Operações Especiais
propriamente dita, um grupo especializado em desativação de artefatos explosivos, uma
unidade de recursos cinematográficos e uma unidade de recursos eletrônicos, sendo que
todos os integrantes, não obstante estarem disponibilizados nas diversas unidades, eram
formados em Operações Especiais.
Este grupo recebeu ainda outras denominações, depois da fusão do Estado da
Guanabara com o Estado do Rio de Janeiro: Divisão de Operações Especiais (DOE),
Serviço de Apoio Operacional (SAO), Coordenadoria de Apoio Operacional (CAO),
Coordenadoria de Inteligência e Apoio Policial (CINAP) e, finalmente, Coordenadoria de
Recursos Especiais (CORE), cuja resolução normativa foi desenvolvida pelo Delegado de
Polícia Marcio Franco de Mendonça. (MULLER, 2010)
Imperioso destacar que, para além de uma atribuição superficial, o que vai definir
a Unidade de Operações Especiais é justamente a demanda a qual ela é designada. Com
efeito, a Polícia Civil da Bahia emprega à CORE em demandas tanto do tipo “SWAT” como
de tipo “Comandos”, o que impõe a necessidade de um curso de Operações Especiais
amplo, especializado e completo.
Para acatar ao curso de maneira eficaz, aplica-se o melhor que se tem em avaliação
a nível cognitivo, estratégico, psicológico, físico e técnico, assentadas sobre vasto
arcabouço operacional, conglobando-se as especialidades e especificidades necessárias a
um Operador de Forças Especiais de Segurança Pública, de modo a permitir que este tenha
a plena capacidade de operar com eficiência em cenários de alta complexidade e em amplo
espectro dos conflitos armados.
7. Conclusão
Com fulcro em tudo exposto, percebe-se que é um ledo engano limitar, ao atribuir,
o uso do símbolo da Caveira exclusivamente à uma determinada instituição policial.
Malgrado o equívoco, não é raro se encontrar referencias àqueles formados em
cursos de Operações Especiais das Policiais Militares como “caveiras”, ou a concluintes
formados pela Polícia Civil como “coteanos”, o que é um erro.
CAVEIRA DE GUERRA – Nº 35
Referências:
DÉNECÉ, Eric. A história secreta das forças especiais. São Paulo: Larousse do
Brasil, 2009. 450 p. ISBN: 978-85-7635-608-0
LEÃO, Décio José Aguiar. A história dos Comandos. São Paulo: 1993.