Você está na página 1de 33

Português

B.O.P.
Batalhão de
Operações
E
Policiais
Especiais

Aluna: Ivette Beatriz Valera García

Nome do professor: Elison da Silva

Idioma/ Ciclo: Português / 8

Data: Sábado 15

Mês/ Ano: Março / 2014

Pá gina 1
Português

INTRODUÇÃO

Exercícios intermináveis pela noite, marchas que duram dias, frio, fome e sono...
Misturam-se a instruções de sniper, emboscada, defesa pessoal, conduta de patrulha,
montanhismo, sobrevivência no mar, primeiros socorros, armamento, situações com
reféns e diversas outras situações de risco e disciplinas pertinentes.

Durante o curso os candidatos dormem em qualquer lugar, comem quando tem a


oportunidade e sua única preocupação é a sobrevivência. Existe um jargão que reflete
bem esse pensamento:

“Se mandarem sentar, deite.

Se mandarem deitar, durma.”

Ou seja, aproveite todo e qualquer momento de descanso, você não sabe quando terá
outro.

Um operações especiais deve ter um psicológico inabalável e um condicionamento físico


de atleta. É lógico que o fator sorte também conta muito, afinal ninguém está a salvo de
ficar doente durante um curso tão árduo e longo. A duração de um curso de operações
especiais varia bastante, mas geralmente é entre 6 e 8 meses.

Pá gina 2
Português

BOPE

Batalhão de Operações Policiais Especiais

I. O BATALHÃO
O Batalhão de Operações Policiais Especiais
(BOPE) é uma força de intervenção da
Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro
(PMERJ), responsável por atuar em
situações críticas, sendo a reserva tática de
pronto emprego da Corporação. Seu
efetivo é voluntário, formado por policiais
de elevado preparo técnico, tático e
psicológico.

Hoje o BOPE é conhecido em todo o Brasil


e também fora dele. Muito se fala, se
escreve e se produz sobre a unidade. No
entanto, trata-se de um batalhão com mais
de três décadas de existência, com
trajetória ampla e diversificada, na busca
constante da excelência operacional. Seu
atual comandante é o Tenente Coronel
Fabio Almeida de Souza.

I.1 . HISTÓRICO
A ideia de criar o BOPE surgiu após o trágico desfecho da ocorrência com reféns no
Instituto Penal Evaristo de Moraes, conhecido como “Galpão da Quinta”, em 1974. Na
ocasião o diretor do presídio, o Major PM Darcy Bittencourt, que era mantido refém pelos
criminosos que tentavam fuga, foi morto juntamente com alguns presos após a
intervenção da força policial. O então Capitão PM Paulo César de Amêndola, que
presenciou o gerenciamento daquela crise, propôs ao Comandante Geral a criação de um
grupo de policiais que fossem especificamente treinados para atuar em ações de extremo
risco.

Pá gina 3
Português

Dessa forma, em 19 de janeiro de 1978 foi criado o Núcleo da Companhia de Operações


Especiais (NuCOE), instalado no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP),
em Sulacap.

Os policiais que formaram o NuCOE eram voluntários, dotados de comprovada


integridade moral e alguns possuíam especialização nas Forças Armadas, tais como o
Estágio de Operações Especiais, Curso de Guerra na Selva ou o Curso de Contra Guerrilha
– CONGUE (origem do Curso Especial de Comandos Anfíbios – ComAnf).

Em 1982, o núcleo mudou sua designação para Compan hia de Operações Especiais
(COE), passando a funcionar nas instalações do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), no
Estácio. Após seis anos, o COE transformou-se na Companhia Independente de Operações
Especiais (CIOE), porém sua instalação continuou sendo dentro do BPChq.

Finalmente em 1º de março de 1991 foi criado o Batalhão de Operações Policiais Especiais


(BOPE), ficando extinta a CIOE, mas permanecendo no interior das instalações do BPChq.

Somente em dezembro de 2000, a unidade ganhou instalações próprias, um antigo prédio


abandonado no alto da comunidade Tavares Bastos, em Laranjeiras.

Em 2011, o BOPE passou a fazer parte do Comando de Operações Especiais (COE), que
também inclui o Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), o Batalhão de Ações com Cães
(BAC), o Grupamento Aeromóvel (GAM) e o Grupamento Marítimo Fluvial (GMF). Por
conta dos planos de segurança para a Copa de Mundo e Olimpíadas, a sede da unidade
tem previsão de mudança para a região de Ramos, na área de um antigo quartel do
Exército, com localização estratégica na cidade, tendo ligação direta com as principais vias
expressas da cidade.

I.2 . SELEÇÃO
A unidade possui um rígido
mecanismo de seleção. Para
pertencer ao efetivo do BOPE é
preciso ser Policial Militar do
Estado do Rio de Janeiro* e
concluir um dos cursos
ministrados pela unidade: o
Curso de Ações Táticas (CAT) ou
o Curso de Operações Especiais
(COEsp). O objetivo desse
minucioso processo seletivo é

Pá gina 4
Português

identificar, nos policiais voluntários, aqueles que possuem as competências para


pertencer à unidade. Não basta ter bom preparo físico, boa técnica e bom caráter. É
necessário ter o espírito de combatente: coragem, equilíbrio emocional, constância e
força de vontade.

I.3 . MISSÃO PACIFICAÇÃO


A partir dos anos 80, o Rio de Janeiro sofreu uma escalada da violência urbana por
inúmeros e interligados motivos. Hoje os tempos são outros, a política de Segurança
Pública está fortalecida e o carro chefe dessa mudança é a pacificação das comunidades.

Pelo Decreto nº 42.787 de 06 de Janeiro de 2011, ficou estabelecido o programa de


pacificação, dividindo a implantação de UPP em quatro fases – 1) Intervenção tática; 2)
Estabilização; 3) Implantação da UPP; e 4) Avaliação e Monitoramento. Inserido nesta
dinâmica, o BOPE vem desempenhando desde 2008 as duas primeiras fases para
implantação de uma UPP – a intervenção tática e a estabilização.

Dentro deste contexto, a unidade não somente ocupa o terreno, mas também promove
atividades de interação com a comunidade, como reuniões, torneios esportivos, eventos
religiosos entre outros. Essas atividades foram surgindo pela natural necessidade de
interação com a comunidade e acabaram por facilitar sobremaneira e tornar mais
produtivo o processo de pacificação das comunidades do Rio de Janeiro.

I.4 . VALORES
O êxito do BOPE não se sustenta apenas na apurada técnica ou na qualidade dos
equipamentos, mas sobre tudo nos princípios e valores centrais que orientam as ações
coletivas ao longo dos anos. São os valores praticados desde sua criação que construíram
sua identidade e são transferidos aos policiais a cada novo curso, forjando suas atitudes e
ações sem que haja necessidade de comando direto, seja qual for o desafio da missão.

Entre os signos e valores cultuados destacam-se a Oração das Forças Especiais, a Canção
do BOPE e os mandamentos. A oração e a canção são entoadas diariamente durante o
início de cada turno de serviço. A primeira trata-se da oração universal das forças
especiais, que foi escrita em 1961 por um capelão do Exército Americano durante a
Guerra do Vietnã. Já a canção foi criada em 1978 pelo fundador do BOPE, o então Capitão
Amêndola, em Ribeirão das Lajes, durante o I Curso de Operações Especiais.

Pá gina 5
Português

I.5 . SÍMBOLO

O símbolo da faca na caveira é adotado desde a criação do NuCOE. Tais elementos estão
presentes em várias equipes de forças especiais pelo mundo.

A faca simboliza o caráter de quem faz da ousadia sua conduta. Representa também o
sigilo das missões. É o mais perfeito instrumento de combate que o homem já
desenvolveu. Basta observar que a forma básica da faca não foi alterada em milênios.

O crânio simboliza a inteligência e o conhecimento, mas também a morte. A faca nele


cravada é o símbolo da superação humana. A origem dessa crença é incerta, porém
comenta-se que durante a Segunda Guerra Mundial um grupo de comandos das forças
aliadas teria ido a um campo de concentração nazista para libertar prisioneiros. Ao
entrarem na sala de um dos oficiais alemães verificaram que havia “troféus” macabros,
como crânios e ossos humanos. Foi quando um soldado, num gesto de indignação, tirou
uma adaga de seu uniforme e cravou em cima de um dos crânios, bradando a todos que a
vida, naquele momento, venceu a morte. Dessa forma, a faca na caveira significa a “vitória
sobre a morte”.

As garruchas são o símbolo da Polícia Militar.

Pá gina 6
Português

I.6 . MANDAMENTOS

Pá gina 7
Português

I.7 . ORAÇÃO

“Oh Poderoso Deus!


Que és o autor da liberdade e o campeão dos oprimidos,
Escutai a nossa prece!
Nós, os homens das Forças Especiais
Reconhecemos a nossa dependência no Senhor
Na preservação da liberdade humana;
Estejais conosco, quando procurarmos defender os indefesos e libertar os
escravizados!
Possamos sempre lembrar, que nossa nação, cujo lema é:
‘Ordem e Progresso’,
Espera que cumpramos com nosso dever,
Por nós próprios, com honra,
E que nunca envergonhemos a nossa fé, nossas famílias ou nossos camaradas,
Dai-nos sabedoria da tua mente,
A coragem de seu coração,
A força de seus braços e a proteção das suas mãos.
É pelo Senhor que nós combatemos
E a ti pertence os louros por nossa vitória.
Pois Teu é o Reino, o Poder e a Glória para sempre,
Amém!”

I.8 . CANÇÃO

Lealdade, destemor, integridade


Serão os primeiros lemas
Desta equipe sempre pronta a combater
Toda a criminalidade
A qualquer hora, a qualquer preço
Idealismo como marca de vitória.

Com extrema energia, combatemos todos


Os nossos inimigos
Criminosos declarados em igualdade
Derrotamos os omissos

Pá gina 8
Português

Guerra sem trégua heróis anônimos


Operações especiais.
E o batalhão coeso e unido
Não recua ante a adversidade
Com ousadia enfrentamos realidade
Vitória sobre a morte é a nossa glória prometida. URRÁ!

I.9 . SUB-UNIDADES
1.9.1. Seção de Instrução Especializada (SIEsp)

O BOPE prima pelo aperfeiçoamento constante de seu efetivo. A Seção de Instrução


Especializada (SIEsp) é a responsável por gerenciar essa capacitação e por isso é conhecida
como o coração da unidade. Ela é formada pelos policiais mais experientes e vocacionados
à instrução.

A seção possui um calendário anual de atividades, que inclui além dos cursos, estágios e
instruções, os intercâmbios com diversas forças policiais dentro e fora do país. Entre as
forças internacionais que já fizeram intercâmbio com o BOPE estão: SWAT, FBI, US
Marines Corps, Navy Seals, GSG9 Alemão, Le Raid Francesa e a Yaman, unidade antiterror
da Polícia de Israel.

1.9.2. Unidade de Intervenção Tática (UIT)

Em se tratando de ocorrências com refém, o BOPE dispõe da Unidade de Intervenção


Tática (UIT), formada por três grupos distintos: negociadores e análise (GNA), atiradores
de precisão (GAP) e o de resgate e retomada (GRR). Esses policiais atuam exclusivamente
em situações que envolvem reféns e quando essas situações ocorrem, põe a prova todo o
treinamento da unidade.

No BOPE, o treinamento não está relacionado somente a repetição continuada de


movimentos, mas ao exercício do uso da razão para buscar alternativas possíveis em
momentos de alto risco. Os policiais realizam constantes estudos de casos de situações
ocorridas no Brasil e no mundo. Além disso, são realizados exercícios simulados para
avaliação conjunta dos grupos da UIT.

Cabe destacar que a UIT também atua em casos de suicídio quando há utilização de arma
de fogo ou explosivos.

Pá gina 9
Português

1.9.3. Grupo de Negociação e Análise (GNA)

Esse grupo é formado pelos negociadores e psicólogos. Eles são a principal ferramenta em
casos de ocorrências com refém. A missão é conquistar a confiança e convencer o
tomador de refém a libertar as vítimas e se entregar. A maioria das ocorrências dessa
natureza são resolvidas com a negociação, sem necessidade do uso da força.

Os policiais que desempenham esse papel desenvolvem técnicas específicas nos cursos de
negociação realizados na unidade ou em forças co-irmãs.

Os psicólogos possuem importante papel de assessoramento ao negociador e ao gerente


da crise, dando suporte técnico e definindo o perfil psicológico do tomador de refém.

O treinamento desse grupo é realizado principalmente a partir de estudos de caso e


exercícios de simulação de ocorrência real.

1.9.4. Grupo de Atiradores de Precisão (GAP)

É formado pelos policiais que possuem melhor rendimento nos disparos a longa distância.
Eles são em tese o último recurso no Gerenciamento de Crises, porém dependendo do
perfil do tomador de refém, se faz necessário utilizar suas técnicas. Independente de
qualquer desfecho, são uma fundamental ferramenta de assessoramento ao gerente da
crise, repassando informações precisas sobre a movimentação do ambiente confinado. Os
policias que formam esse grupo possuem armamento próprio, calibrado especificamente.
A prática de tiro é constante, a repetição é fundamental.

1.9.5. Grupo de Resgate e Retomada (GRR)

É o maior grupo dentro da UIT. São utilizados quando a negociação não avança ou quando
o tomador de refém está causando sérios riscos a vida das vítimas. Esse grupo é
responsável pela entrada tática no ambiente de confinamento. Para isso utilizam técnicas
necessárias para cada caso: explosivos, rapel, arrombamento etc. O mais importante é o
fator surpresa. Contam com o importante apoio dos cães de ataque.

O treinamento desse grupo é o mais diversificado possível, simulando locais diversos para
execução da entrada tática: metrô, barcas, trem, ônibus, prédios etc.

1.9.6. Equipe de Operações Especiais (EOE)

Atualmente a unidade possui quatro companhias de operações policiais especiais. Cada


uma delas possui um oficial de operações a frente de suas patrulhas. As técnicas de
progressão em áreas de alto risco utilizadas hoje foram desenvolvidas a partir das

Pá gina 10
Português

experiências adquiridas nas constantes operações realizadas ao longo das mais de três
décadas de existência.

As operações policiais em áreas conflagradas são a principal demanda de trabalho das


equipes de serviço, porém os policiais atuam nas mais diversas missões que fujam da
rotina policial, como por exemplo o apoio à calamidades públicas.

O treinamento intensivo e diário é fundamental para que os policiais das companhias de


operações estejam prontos a atuar nas diversas missões que desempenham. Quando os
policiais não estão participando de operações, executam rigorosos exercícios
especializados que vão assegurar o bom desempenho e diminuir as possibilidades de
erros, incluindo as diversas modalidades de tiro, progressão em áreas conflagradas, artes
marciais e outros.

Com o passar dos anos, percebe-se que o BOPE não é a soma de talentos isolados, e sim
um corpo. A excelência está no conjunto.

1.9.7. Unidade de Demolição, Engenharia e Transporte (UDET)

A Unidade de Demolição, Engenharia e Transporte (UDET), também conhecida como


equipe DEMO, surgiu devido a necessidade de desobstrução dos acessos das comunidades
para a entrada das viaturas durante as operações policiais. Ela é formada por policiais com
conhecimento em mecânica de veículos pesados e explosivos. Eles são responsáveis por
operar os maquinários – pá mecânica, retroescavadeira, caminhão munk e caminhão
reboque – na liberação dos acessos e por destruir as fortificações do tráfico. Quando se
faz necessário utilizam também explosivos em suas missões.

Com a atuação do BOPE no processo de pacificação, a equipe agregou uma nova função –
montar os equipamentos desdobrados em terreno de difícil acesso, para servir de base
avançada das tropas no local a ser pacificado.

O treinamento da equipe é baseado em constantes estudos e pesquisas sobre demolição e


engenharia de combate, o que lhes permite o aperfeiçoamento das técnicas utilizadas.

1.9.8. Seção de Educação Física (SEF)

A preparação física dos policiais também é uma preocupação constante do BOPE. A Seção
de Educação Física (SEF) é o setor responsável por gerenciar todas as atividades voltadas a
esta área. A seção é composta por policiais formados em Educação Física ou graduados
em alguma arte marcial.

Pá gina 11
Português

O treinamento físico respeita a especificidade de cada grupo de trabalho. No entanto a


todos é dado um enfoque na prevenção de lesões imediatas e futuras, pois há uma grande
preocupação em devolver um homem saudável à sociedade após os seus duros 30 anos de
serviço.

As companhias de operações policiais especiais tem um protocolo de treinamento voltado


para resistência aeróbica e resistência muscular localizada devido ao tipo de serviço
desempenhado. A UIT tem o protocolo de treinamento voltado para o sistema neural
onde envolve trabalho de pró-percepção, noções espaço temporal e ato reflexo. Já o
treino do expediente é voltado para o condicionamento físico básico, mantendo- os
estimulados e com bem estar físico.

I.1 0. SAÚDE
1.10.1. Seção de Saúde

A seção de saúde do BOPE teve início com a Doutora Aleluia Matteotti, médica civil que
apoia voluntariamente as instruções e operações da unidade desde a época do NuCOE. Já
em meados da década de 80, houve a formação de um grupo de policiais paramédicos,
que atendia os feridos em combate. Ao longo dos anos o batalhão vem agregando valor
ao atendimento emergencial. Hoje a equipe de saúde possui cerca de 30 integrantes para
prevenir e tratar doenças ou lesões físicas e psicológicas.

1.10.2. Paramédicos

O atual Grupamento de Remoção Hospitalar da PM, antigo Grupamento Especial de


Salvamento e Ações de Resgate (GESAR) advém de uma pequena guarnição do BOPE, que
fora previamente treinada para acompanhar as incursões em áreas de risco. Nesta época
houve uma adaptação de uma viatura tipo PATAMO com objetivo de carregar os
equipamentos médicos até as áreas de conflito.

Atualmente a unidade possui cerca de 20 paramédicos. Eles dão apoio às operações


regulares, instruções do batalhão e ocorrências com reféns.

Com o apoio da ambulância, os policiais ficam nos arredores da operação e vão avançando
à medida que a força progride no terreno. Caso haja necessidade, eles fazem o primeiro
atendimento seja em pessoas civis, policiais ou criminosos.

1.10.3. Psicologia

O serviço de psicologia teve início em 2004, primeiramente por conta da necessidade


técnica nas ocorrências com reféns. Com o tempo o serviço foi se ampliando e hoje

Pá gina 12
Português

desempenha diversas atividades. São elas: a seleção psicológica dos cursos; instruções
sobre liderança, psicologia no gerenciamento de crises e motivação; treinamentos com a
tropa através de dinâmicas de grupo; atendimentos clínicos dos policiais e seus
dependentes e assessoramento ao negociador em ocorrências com reféns. Para
desempenhar essas funções o BOPE conta com duas oficiais psicólogas.

1.10.4. Nutrição

O assessoramento de um nutricionista teve início em 2011 após a formação da primeira


turma de policiais desse quadro complementar na PM. O oficial da área é responsável pela
alimentação dos policiais, na sede e durante as missões externas. Com a chegada desse
profissional, a alimentação passou a ser balanceada, e a tropa ficou mais hidratada e bem
alimentada. Em grandes operações a unidade conta com o apoio de um ônibus com
capacidade de manter a temperatura ideal da alimentação e das bebidas energéticas.

I.1 1. CURSOS
1.11.1. Curso de Operações Especiais (COEsp)

O Curso de Operações Especiais (COEsp)


surgiu no 2º semestre de 1978, ainda no
primeiro ano NuCOE. Os policiais já cursados
pelas Forças Armadas foram os primeiros
instrutores da tropa. O curso tem por
objetivo habilitar oficiais e praças graduados
para a execução de missões especiais, bem
como a manutenção do estado físico e
atualização de conhecimentos especializados
necessários ao bom desempenho em
quaisquer missões especiais, com ênfase aos
treinamentos visando ações em áreas
urbanas.

O COEsp tem duração média de quatorze


semanas e é realizado em período integral.
Seu funcionamento ocorre na sede da
unidade e em bases de instrução destacadas
por todo território nacional.

Pá gina 13
Português

As instruções no COEsp estão voltada à especialização do policial militar, com a execução


intensiva de sessões práticas e teóricas que proporcionem um perfeito conhecimento e
um acentuado adestramento para o cumprimento de missões especiais atribuídas ao
BOPE. O curso inclui toda grade curricular do CAT, além de outras instruções específicas,
como mergulho autônomo, vida na selva, montanhismo, paraquedismo, explosivos,
combate policial em áreas de alto risco e outras.

1.11.2. Curso de Ações Táticas (CAT)

No ano de 1996, o BOPE viu a necessidade de aumentar seu efetivo devido aos inúmeros
empregos de sua tropa. O Curso de Ações Táticas (CAT) surgiu como um condensado do
COEsp, específico para cabos e soldados.

O Curso de Ações Táticas tem por objetivo capacitar os praças técnica, física e
psicologicamente a cumprir missões de natureza não convencional, que exijam
comportamento e habilidades específicas.

O CAT tem duração de cinco semanas e suas instruções ocorrem na sede da unidade e em
outras bases de instrução destacadas no Estado do Rio de Janeiro.

Fazem parte das instruções do CAT: Instrução Tática Individual, Operações em Altura,
Socorros de Urgência, Combate Corpo a Corpo, Técnicas Especiais de Tiro, Táticas
Especiais, Técnicas Especiais de Patrulha entre outras.

Público Alvo

Os cursos do BOPE são direcionados aos policiais militares do Estado do Rio de


Janeiro.

No caso de interesse de Instituições Co-irmãs, é necessário solicitação formal ao


Comando da Polícia Militar.

I.1 2. SUGESTÃO DE TREINAMENTO


Este programa de treinamento físico visa preparar e condicionar fisicamente os
candidatos ao Curso de Operações Especiais, os candidatos deverão manter a sequência
do programa, a fim de cumprir todas as etapas, respeitando a progressão pedagógica dos
diferentes níveis de treinamento. Portanto, o volume (tempo/distância) e a intensidade
(velocidade/carga), devem respeitar o condicionamento físico e a individualidade
biológica de cada candidato. Para completar um curso de operações especiais é

Pá gina 14
Português

necessário, além de uma boa preparação física, também treinar a cabeça (psicológico),
pois durante o curso ela será exigida para produzir pensamentos positivos de superação.

O candidato deverá estabelecer metas de curto, médio e longo prazo, respeitando os


limites do corpo, sem pular etapas do treinamento e sabendo, relaxar e descansar para
uma boa recuperação.

Antes de iniciar o programa de treinamento físico, é importante que o candidato siga


alguns passos fundamentais para que o programa de treinamento físico possa ocorrer da
forma mais segura possível. O primeiro passo é procurar um profissional médico,
devidamente registrado em seu conselho profissional competente, com especialidade em
cardiologia ou medicina do esporte.

RESISTÊNCIA MUSCULAR LOCALIZADA TREINO 01

BARRA: 5 Séries de x repetições. (obs: 2 repouso).

ABDOMINAL: -Supra: 3 Séries de x repetições.

-Infra: 3 Séries de x repetições.

-Isométrico: 3 Séries de 1 minuto

-Remador: 3 Séries de x repetições.

FLEXÃO: 5 Séries de x repetições. (obs: 2 minutos de repouso).

OBS: O número de repetições será: O número máximo de repetições que o candidato


executa do exercício, menos 20%. Exemplo: Número máximo de barras do candidato 10,
então será 10 – 20%= 08, o número de repetições será 08.

RESISTÊNCIA AERÓBIA TREINO 01

CORRIDA: 8 Km em 45 minutos.

INTERVALADO: 6 Tiros de 200metros.(Obs: estimulo Max. 40 segundos. Recuperação


1minuto e 20 segundos).

NATAÇÃO TREINO 02

CRAWL: 200 metros direto.( tempo abaixo de 5 minutos).

CRAWL: 6 Séries de 100 metros. (obs: intercalar com peito).

PEITO: 6 Séries de 100 metros. (obs: intercalar com crawl).

Pá gina 15
Português

APNÉIA/ESTATICA: 5 Séries de 40 segundos.

APNÉIA/DINAMICA: 5 Séries de 15 metros.

FLUTUAÇÃO: 60 MINUTOS. (obs: se possível fardado).

OBS: Intercalar os dias dos treinos 01 e 02.

Combinar o treino 02 com academia. (obs: havendo disponibilidade).

Alongamento e aquecimento antes dos treinos e alongamento no final.

PROGRAMA DE MUSCULAÇÃO

OBJETIVO: FORÇA E RESISTÊNCIA.

 MEMBROS SUPERIORES

OMBRO: ELEVAÇÃO LATERAL 90° (HBC) 3X12.

BÍCEPS: ROSCA ALTERNADA (HBC) 3X12.

ROSCA DIRETA APOIADA (BARRA) 3X12.

TRÍCEPS: EXTENSÃO DE COTOVELO (CORDA) 3X12.

EXTENSÃO DE COTOVELO (BARRA) 3X12.

PEITORAL

SUPINO RETO: 3X12.

SUPINO 45°: 3X12.

VOADOR DEITADO: (HBC) 3X12.

COSTA

PUXADA NO APARELHO: (BARRA) 3X12.

REMADA SENTADO: 3X12.

PUXADA PEITORAL APOIADO: 3X12.

 MEMBROS INFERIORES

CADEIRA EXTENSORA: 3X12.

Pá gina 16
Português

MESA FLEXORA: 3X12.

LEGPRESS: 3X12.

Agachamento unilateral: 3×20.

 ABDOMINAL

SUPRA: 3X40.

INFRA: 3X40.

ISOMÉTRICO: 3X1MIN.

OBS: Alternar as séries exemplo: Supino reto 3×12 alternado com puxada no aparelho
(com barra) 3×12, Supino 45º 3×12 alternado com Remada sentada, sempre trabalhando
bíceps/ tríceps, peito/costa, de acordo com o exemplo.

“Quanto mais suamos nos treinos, menos sofremos nos cursos”

“FORÇA E HONRA”

ORIENTAÇÕES GERAIS

 ORIENTAÇÕES SOBRE HIDRATAÇÃO E ALIMENTAÇÃO

A fadiga será um dos piores inimigos a ser enfrentado, que estará relacionado com a
hipoglicemia, a desidratação e aos baixos estoques de glicogênio muscular.

HIPOGLICEMIA:

A glicemia (nível de açúcar no sangue) deve estar sempre constante para que o
desempenho seja mantido. O carboidrato é o nutriente que mais será utilizado em
situação de treinamento intenso. Segue abaixo os alimentos ricos em carboidratos:

Pães

Bolos

Massas

Biscoitos

Pá gina 17
Português

Cereais (trigo, milho, aveia, centeio, malte)

Pizzas

Legumes

Frutas (exceto, açaí e abacate)

Doces

Carb’ up

Maltodextrina

Ribose

Dextrose

DESIDRATAÇÃO:

60% da massa corporal é água

75% da massa muscular é água

Apesar da abundância de água no organismo, uma pequena diminuição já resulta em


consequências na performance. Quando nosso cérebro sinaliza sede já existe uma
desidratação leve instalada. Por conta disso, não se deve esperar sentir sede para beber
água. Estudos mostram que 5% de desidratação resulta em diminuição de até 30% do
desempenho.

Fatores que influenciam a perda de água:

tamanho corporal;

composição corporal;

condições climáticas;

nível de atividade física.

Em atividades físicas intensas, além de água perdem-se muitos eletrólitos também,


especialmente sódio e cloro(sal de cozinha), que também deverão ser repostos. Assim, os
repositores hidroeletrolíticos ou isotônicos ou soro são as bebidas ideais para reposição,
pois irão fornecer água, glicose e eletrólitos. O ideal é que a cada 1 hora de treino intenso
se ingira de 2 a 3 garrafas de 500ml de hidroeletrolítico. Caso não esteja disponível algum

Pá gina 18
Português

isotônico ou soro, pode-se fazer a reposição com água e algum alimento que contenha sal
e carboidrato, como: biscoito salgado, farofa pronta, frutas secas e pães.

Baixos estoques de glicogênio muscular:

O glicogênio é um reserva de energia sob a forma de carboidrato que possuímos para


utilizarmos em situações de treinamento intenso e/ou prolongado. Quando não se tem
alimento disponível e o açúcar no sangue cai, esse estoque de energia é utilizado. O ideal
é que essa reposição seja feita nos primeiros 60 minutos pós-treino, com alimentos ricos
em carboidratos.

Riscos da suplementação excessiva de proteína:

Sobrecarga renal e hepática

Aumento do tecido adiposo

Osteoporose

Hipocalcemia

Cálculo renal

Piora da desidratação

Nutrientes mais importantes em treinamento intenso:

Carboidratos

Água

Eletrólitos

Vitaminas e minerais

Substâncias antioxidantes

Fontes de vitaminas e minerais:

Hortaliças

Legumes

Frutas

Pá gina 19
Português

Oleaginosas

Grãos integrais

Suplementos

Fontes de substâncias antioxidantes:

Hortaliças

Legumes

Frutas

Grãos integrais

Azeite extra-virgem

Peixes de águas profundas

Oleaginosas

Suplementos

Suplementos permitidos:

Carboidratos (gel, ribose, dextrina, maltodextrina)

Multivitamínicos e multiminerais

Antioxidantes (ômega 3, resveratrol, quercetina, picnogenol, antocianinas, selênio,


vitamina E e C)

Termogênicos naturais (cafeína, taurina, chá verde)

CÂIMBRAS

Causas:

Desidratação

Fadiga muscular

Varizes

Falta de treinamento específico

Pá gina 20
Português

Prevenção e Tratamento:

Alongamento pré e pós-treino

Treinamento específico

Hidratação

Alimentação rica em cálcio, potássio e magnésio (hortaliças, legumes, grãos integrais,


frutas, castanhas)

RABDOMIÓLISE

Definição: ruptura do músculo com extravasamento do seu conteúdo na circulação. A


miioglobina (proteína muscular responsável pelo transporte de oxigênio) liberada causa

Pá gina 21
Português

lesão renal. Os minerais liberados serão responsáveis pelos sintomas de câimbra, fraqueza
muscular e dor.

Causas:

Trauma ou injúria direta (desmoronamento, acidentes de trânsito, agressão)

Excesso de atividade muscular

Defeitos enzimáticos hereditários

Outras causas clínicas (drogas e toxinas, hipóxia muscular, doenças endócrinas, alterações
temperatura, infecção viral e bacteriana)

Sintomas:

dores musculares

hipersensibilidade

edema

fraqueza muscular

urina escura

A HIDRATAÇÃO E ALIMENTAÇÃO ADEQUADOS SÃO UM DOS PILARES PARA O ÓTIMO


DESEMPENHO!

I.1 3. PROJETOS SOCIAIS


O que pouca gente tem conhecimento é que o BOPE possui dois projetos sociais. Eles
tiveram início a partir da interação com a comunidade Tavares Bastos. Hoje esses projetos
cresceram a tal ponto que pessoas de diversas partes da cidade fazem as aulas na sede do
batalhão.

Além dos projetos, a unidade também possui uma banda gospel, formada por policiais e
civis, que nas horas de folga ensaiam e participam de eventos religiosos. A banda Tropa de
Louvor é também uma ótima ferramenta de interação com as comunidades ocupadas
para instalação de UPP.

Pá gina 22
Português

I.1 4. ARTES MARCIAIS


O BOPE em parceria com o Rio 2016 da SUDERJ promovem um projeto de artes marciais
que consiste em ensinar gratuitamente o jiu jitsu, kickboxing e muay thai para crianças,
jovens e adultos.

Um policial da unidade junto com um professor civil são os instrutores das aulas
ministradas às segundas, quartas e sextas das 18h às 22h30 no dojô da unidade. O projeto
surgiu em 2009 visando a aproximação do BOPE com a comunidade Tavares Bastos,
porém a procura foi tão grande que novas turmas foram criadas.

Para participar e permanecer no projeto os integrantes são exigidos no que tange ao


cuidado com o asseio pessoal, pontualidade nas aulas, rendimento escolar e bom
comportamento na sociedade.

Anualmente o BOPE promove um Campeonato de Jiu Jitsu envolvendo outros projetos


semelhantes, como os promovidos pelas UPP’s.

As aulas formaram campeões estaduais, brasileiros, sul-americanos e mundiais. O projeto


já recebeu três prêmios pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e SUDERJ, que
foram: Prêmio Polícia Cidadã, Prêmio Esporte Seguro e Prêmio Rio 2016.

I.1 5. GINÁSTICAS ESPECIAIS


Assim como o projeto de artes marciais, o BOPE em parceria com o Rio 2016 da SUDERJ
possui desde 2009 um projeto de ginástica para as senhoras da Tavares Bastos.

As aulas são ministradas por um policial do BOPE formado em educação física e ocorrem
todas as terças, quintas e sábados das 7h30 às 9h no dojô da unidade ou em ambientes
externos. As alunas têm aulas de ginástica localizada, alongamento, respiração,
musculação e realizam mensalmente passeios culturais e esportivos.

As senhoras do projeto tem faixa etária entre 46 e 76 anos e se chamam por números –
01, 02, 03 – fazendo uma referência aos cursos do BOPE.

Pá gina 23
Português

II. TROPA DE LOUVOR

Um grupo de policiais da unidade formou em 1995 a Congregação Evangélica


do BOPE. Em 2009, integrantes dessa Congregação criaram a “Tropa de
Louvor”, uma banda gospel com 14 integrantes entre policiais e civis. Eles
também são conhecidos como “Caveiras de Cristo” e lançaram em 2010 o
primeiro CD da banda.

Com o lema “se queres a paz, prepara-te para a guerra”, eles participam de
cultos durante as ocupações do BOPE nas comunidades em processo de
pacificação. Até hoje a maior missão da “Tropa de Louvor” foi a apresentação
para 40 mil pessoas em 2012, durante um evento humanitário promovido
pelo BOPE em Conquista – Nova Friburgo, após a tragédia das chuvas da
Região Serrana.

III. COMO SE FORJAM CAVEIRAS: A TROPA DE ELITE


Como treinar um homem para que se torne um combatente? Como fazer com que ele
resista a fome, ao frio, intempéries, frustrações, medo e tudo aquilo que corrói o
psicológico e o físico de um ser humano no campo de batalha, onde sua vida está em
risco?
É simples, leve-o ao limite. É nisso que se baseia um curso de Operações Especiais.

3.1. ENFRENTAR A MORTE… E VENCER.

Grande parte dos cursos desse tipo têm


em seus brevês o símbolo da caveira
com uma faca, ou outro objeto,
cravada no crânio. Esse simbologia
representa a vitória sobre a morte. Este
é um dos conceitos que são pregados
durante todo o curso. Fazer o
combatente, ou aspirante a “caveira”,
crer que é capaz de enfrentar a morte e
sair vitorioso é parte da filosofia que
deve ser absorvida por sua
personalidade para que seja capaz de
cumprir as mais difíceis missões.

Pá gina 24
Português

Na verdade, a grande diferença existente nos demais cursos para o de Operações


Especiais é que neste último não são apenas as técnicas e a preparação física o foco de
treinamento, mas também o fortalecimento da psique por meio de simbologias (como
a caveira) e outros artifícios como um vocabulário próprio, valores específicos e a
sensação de fazer parte de uma família de membros selecionados nos mais rigorosos
testes.
Ou seja, um soldado treinado em Operações Especiais é diferente dos demais, mesmo
que apenas no psicológico – e isso faz toda a diferença.
Geralmente os aspirantes ao curso já são atletas, pois passam por uma seleção
rigorosa, na qual sua capacidade física é levada ao extremo. Durante o curso, porém,
toda essa capacidade é apenas um dos atributos requeridos. Imaginem privação de
sono, fome, treinamentos intermináveis, terror psicológico e a necessidade de estar
sempre alerta para o perigo; isso é o cotidiano de um curso dessa natureza.
De que vale a técnica se na hora do combate (em meio a tiros e ameaças reais) não
agirmos, se imergirmos em estado catatônico pondo em risco a vida de companheiros
que contam com nosso apoio? É por isso que o curso deve preparar o homem para a
pior das situações.

3.2. COMO FUNCIONA O TREINAMENTO ESPECIAL


Durante o curso não há graduações ou patentes. Todos os candidatos são colocados no
mesmo patamar, como candidatos, independente das funções que desempenham em
sua corporação ou tempo de serviço.
Exercícios intermináveis pela noite, marchas que duram dias, frio, fome e sono…
Misturam-se a instruções de sniper, emboscada, defesa pessoal, conduta de patrulha,
montanhismo, sobrevivência no mar, primeiros socorros, armamento, situações com
reféns e diversas outras situações de risco e disciplinas pertinentes.

OS CURSOS EXISTENTES NO BRASIL


Eles existem em diversas organizações policiais e militares. No Brasil podemos citar
alguns, como o Comandos, um curso de Operações Especiais do Exército Brasileiro,
sem dúvida um dos mais difíceis do mundo. Ele é seguido pelo curso de Forças
Especiais, no qual os caveiras precisam demonstrar ainda mais sua capacidade física,
intelectual e psicológica.
Temos também o COMANF, da Marinha Brasileira, com ênfase na parte de
sobrevivência no mar, e o COESP, da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, com
ênfase no combate urbano.
Outras polícias militares do Brasil também possuem cursos de operações especiais,
como a da Bahia e de São Paulo, entre outras. O curso mantém um padrão
internacional de exigência. Podemos encontrar este tipo de curso em outros países,

Pá gina 25
Português

como a Colômbia, com quem as polícias militares e o exército brasileiro mantém


convênio.
Não sou formado em operações especiais. Mas durante o curso de Formação de
Oficiais fomos convidados a realizar um estágio com o Batalhão de Operações
Especiais – o BOPE. Isso não se compara com o verdadeiro Curso de Operação
Especiais (COESP), mas já dá um aperitivo do que pode se esperar em um COESP.
Confesso que não é nada fácil. Lembro da adrenalina em alta o tempo todo, da
caminhada interminável, do frio e das instruções. O cansaço já fazia parte do nosso
corpo e a sensação de alerta se refletia nos olhares assustados de todos. Sem dúvida
este é uma experiência para poucos…

CAMPO DE CONCENTRAÇÃO: O MITO


Alguns caveiras mais antigos contam que, em sua época, ao término do curso de
operações especiais, os candidatos eram levados a um lugar deserto, similar a um
acampamento militar, onde tinham de se livrar dos instrutores, que os levavam ao
limite da resistência humana com todo tipo de torturas. Segundo relatos, que podem
ser reais ou não, eles passavam por torturas como choques elétricos e afogamentos.
Seria como uma espécie de iniciação para os caveiras.
Na realidade, entretanto, não há nada comprovado sobre isso. Podemos, sim, crer que
as provações nesse tipo de treinamento são extremas.

MULHERES COMO OPERAÇÕES ESPECIAIS


De fato, a maioria dos cursos de Operações Especiais não chegam a mencionar a
exclusividade para o sexo masculino. Todavia a exigência física seria a mesma para
ambos os sexos, afinal trata-se da busca de moldar o combatente para ser capaz de
cumprir as mais difíceis missões existentes, independente de ser homem ou mulher.
Até o presente momento não tenho conhecimento de que uma mulher tenha obtido
sucesso em completar um curso destes.

3.3. OUTROS CURSOS DE ELITE


Existem outros cursos que podem ser considerados de elite, como o CIGS – Guerra na
Selva, do Exército Brasileiro, e o GRUMEC, da Marinha Brasileira. A cobrança é tão alta
quanto no de Operações Especiais, sendo mais específicos ainda quanto ao tipo de
terreno e técnicas aplicadas.

Conta a lenda que existem certas rivalidades entre os cursados neste cursos e os
combatentes de operações especiais. O fato é que ambos são combatentes de elite: é
difícil precisar qual deles é o melhor, eu diria que depende de diversos fatores como o
terreno de combate e o tipo da missão.

Pá gina 26
Português

É importante esclarecer que operações especiais e agentes secretos (ou de inteligência)


não são a mesma coisa. Embora diversos agentes secretos sejam oriundos das forças
especiais. Mais tarde comentarei sobre estes agentes, seu treinamento, forma de atuação
e alguns mitos. Até mais.

IV. TROPA DE ELITE (O FILME)

Tropa de Elite, alternativamente conhecido como Tropa de Elite - Missão Dada é Missão
Cumprida, é um filme policial brasileiro de 2007, dirigido por José Padilha, que também
escreveu seu roteiro, com Braulio Mantovani e Rodrigo Pimentel, e produziu com Marcos
Prado. Tem como tema a violência urbana na cidade brasileira do Rio de Janeiro e as ações
do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e da Polícia Militar do Estado do Rio
de Janeiro. O filme é baseado em elementos presentes no livro Elite da Tropa, de André
Batista e Rodrigo Pimentel, em parceria com Luiz Eduardo Soares. É estrelado por Wagner
Moura, André Ramiro, Caio Junqueira, Milhem Cortaz, Fernanda Machado, Paulo Vilela,
Fernanda de Freitas, Maria Ribeiro e Fábio Lago.

É o primeiro longa de ficção do diretor José Padilha, que anteriomente dirigiu o


documentário Ônibus 174 (2002). Foi objeto de grande repercussão antes mesmo de seu
lançamento, por ter sido o primeiro filme brasileiro a, meses antes de chegar aos cinemas,
vazar para o mercado pirata e a internet. Um dos protagonistas do filme, o ator Caio
Junqueira, chegou a declarar que, por mais que achasse a pirataria algo negativo, sabia
que havia sido "por causa dela que o trabalho atingiu o público da televisão". Uma
pesquisa feita pelo Ibope chegou a estimar que mais de 11 milhões de brasileiros teriam

Pá gina 27
Português

visto o filme de forma ilegal – isso, entretanto, não impediu o filme de ter sido bem-
sucedido nas bilheterias, tendo estreado em primeiro lugar8 .

Ao criticar os usuários de substâncias ilícitas, atribuindo-lhes a culpa pela expansão do


tráfico de drogas e da violência urbana, o filme gerou grande debate na mídia brasileira.
As práticas de tortura por parte dos policiais também foram abordadas, gerando
questionamentos quanto a uma suposta transformação de tais personagens em heróis em
virtude de suas atitudes frente aos criminosos ou à população pobre e aos moradores de
favelas. Esse posicionamento, no entanto, é contestado por Padilha.

O filme recebeu o prêmio Urso de Ouro de melhor filme no Festival de Berlim 2008. Uma
continuação, Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro, foi lançada no dia 8 de outubro de
2010.

4.1. SINOPSE
Rio de Janeiro, 1997. Roberto
Nascimento, capitão da Tropa de Elite do
Rio de Janeiro, é designado para chefiar
uma das equipes que tem como missão
“apaziguar” o morro do Turano por um
motivo que ele considera insensato. Mas
ele tem que cumprir as ordens enquanto
procura por um substituto. Sua esposa,
Rosane, está no final de sua gravidez e
todos os dias lhe pede para sair da linha
de frente do batalhão. Pressionado, o
capitão sente os efeitos do estresse.
Nesse clima, ele é chamado para mais
uma emergência num morro. Em meio a
um tiroteio em um baile funk, Nascimento e sua equipe têm que resgatar dois aspirantes a
oficiais da PM: Neto Gouveia e André Mathias. Ansiosos para entrar em ação e
impressionados com a eficiência de seus salvadores, os dois se candidatam ao curso de
formação da Tropa de Elite.

4.2. PREPARAÇÃO DO ELENCO


Para a preparação dos atores de Tropa de Elite foi contratada Fátima Toledo. O elenco foi
submetido a situações de pressão por meio de exercícios físicos e psicológicos com o
objetivo de arrancar as emoções necessárias para atuação no filme. Para tanto, Fátima

Pá gina 28
Português

utiliza várias técnicas que vão da bioenergética ao kundalini. A preparação, chamada de


"O Método", é conhecida pelas dores que impõe aos atores que muitas vezes reagem com
"choro, vômito ou até brigas nos ensaios".

A preparação de Fátima foi montada sob o programa treinamento de Paulo Storani que
simulava o Curso de Operações Especiais, muito semelhante ao mostrado no filme. O ex-
caveira já havia coordenado o 9º Curso de Operações Especiais em 1996.21 A preparação
de Storani, seguiu os preceitos da "etnodramaturgia" elaborado pelo diretor teatral
Richard Schechner e pelo antropólogo Victor Turner nas décadas de 60 e 70.

A "etnodramaturgia" consiste em fazer com que os atores não apenas estudassem o "Rito
de Passagem" mas o vivenciassem na prática. O treinamento tinha como objetivo fazer o
elenco desenvolver atitudes semelhantes às dos policiais. Os atores "cantavam hinos da
polícia, chegaram a comer no chão e eram submetidos a sanções disciplinares quando
erravam". Para ajudar no processo Storani convidou outros três ex-membros do Bope
para auxiliá-lo.

A preparação durou duas semanas e foi dividida em duas etapas. Na primeira os atores
aprenderam sobre conceitos básicos das operações policiais desde aspectos
comportamentais e hierárquicos até como se movimentar e segurar uma arma de fogo. O
período incluiu também punições físicas e psicológicas que eram dividas em três tipos de
advertências: verbal, física (com flexões, etc) e o chamado tanque tático no qual os atores,
caso não reagissem às duas primeiras, eram obrigados a mergulhar em água gelada e
depois tinham que retornar ao treinamento, molhados e com frio. Nem Wagner Moura
escapou das punições.

O treinamento do elenco foi tão rígido quanto o curso real como explicou Pimental:
"Levamos os atores a um nível de exaustão muito parecido com o que os policiais têm no
curso de operações especiais". Os instrutores não "aliviaram" o treinamento para nenhum
dos atores. "Nós dizíamos que quem não aguentasse podia sair do filme. Foi um
tratamento muito rigoroso, que incluiu até, na fase final, um processo de retorno à
realidade dos atores" explicou o preparador ao Ego Notícias.

Em um momento de estresse Moura reagiu com fúria as provocações do preparador que


gritava "Você vai desistir! Pede para sair! Você não vai conseguir ser um ator em ‘Tropa de
Elite’!". O ator não "demonstrava a agressividade necessária ao seu personagem" o que
levou Storani a provocá-lo. O ator partiu para cima de Storani e quebrou o nariz do ex-
caveira: "Ele foi tão rápido que eu só consegui livrar meu rosto e deixei meu nariz de
frente", disse Storani ao jornal Extra". A segunda etapa do treinamento consistiu no

Pá gina 29
Português

treinamento de liderança. Storani mostrou a Moura como trabalhar a postura de voz e de


liderança.

4.3. REPERCUSSÃO
Tropa de Elite tornou-se
notório por diversos
pontos. Desde seu
lançamento antecipado –
que acendeu uma
discussão sobre as cópias
ilegais de filmes – até o
impacto cultural e a
inserção de frases do
filme no cotidiano
brasileiro.

O Capitão Nascimento, interpretado por Wagner Moura, chegou a ser citado pela mídia
como um "herói nacional" – questionamento que chegou a estampar a edição da revista
CartaCapital que tratava do filme. O Secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José
Mariano Beltrame, declarou que o filme representava de forma apropriada um capitão do
BOPE e que Nascimento poderia sim, ser considerado um herói – não pela violência, que
"só ocorre na ficção", segundo o secretário, mas por enfrentar "picos de tensão" mas se
manter como uma "pessoa muito disciplinada e bem preparada" O ator André Ramiro,
intérprete do personagem André Mathias, não o considera um herói, e chegou a declarar
que "Polícia era uma coisa que eu abominava. Continuo com a mesma opinião, mas agora
conheço as pessoas". Padilha declarou ter se impressionado com a reação popular ao
filme. Segundo o diretor, o filme é uma crítica clara contra a violência e a tortura e não um
suporte à violência policial. Wagner Moura disse duvidar que moradores de países como
Finlândia ou Suíça veriam tais policiais como heróis, ao passo que muitos brasileiros
claramente nutrem um certo respeito pelo Cap. Nascimento.

O Cap. Rodrigo Pimentel, ex-membro do BOPE e co-autor do livro que foi adaptado para o
roteiro, disse que o filme surgiu em um momento delicado pelo qual passa a cidade do Rio
de Janeiro, envolta pelo caos e violência. Pimentel, que possui uma surpreendente
semelhança física com o ator, em uma entrevista fornecida pouco após o término da
operação policial que antecedeu a chegada do Papa à cidade e a qual liderou, afirmou: "a
policia esqueceu a sua missão principal. Não estamos mais aqui para servir e proteger,
mas apenas lutando nossa pequena guerra particular contra os traficantes". A desilusão
que se seguiu fez com que o capitão deixasse o BOPE em 1998. A frase "Guerra Particular"

Pá gina 30
Português

foi adotada pelo cineasta João Moreira Salles para intitular o documentário "Notícias de
uma guerra particular", do qual a entrevista citada faz parte.

V. CONCLUSÕES

 O Bope é um tigre treinado e capacitado para rugir

 Hoje em dia, em algumas missões de pacificação, as pessoas já as recebem com


outro olhar. Muitos perguntam quando a sua favela será pacificada.

 O filme seria coerente com a realidade no sentido de mostrar que os policiais do


Bope, de fato, "abominam a corrupção".

 Alguns oficiais negam que os agentes da elite da PM utilizem métodos como a


tortura a fim de obter informações.

 O Bope é uma unidade de polícia e respeita a lei. Não compactua com qualquer
meio ilegal, seja ele qual for. Para o Bope, os fins não justificam os meios.

 Aqueles que sugerem que o Bope usa de violência exacerbada ou desmedida, que
'entra na favela atirando', não conhece a verdade dos fatos. O volume de munição
consumido em combate comprova isso. Tendo em vista o treinamento e a
preocupação com a população que está na área de conflito, só se faz uso do
armamento letal em último caso.

VI. REFERÊNCIAS

http://www.bopeoficial.com/contato/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalh%C3%A3o_de_Opera
%C3%A7%C3%B5es_Especiais_(PMPR)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tropa_de_Elite

http://papodehomem.com.br/como-se-forjam-caveiras-a-tropa-de-elite/

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/01/19/bope-
completa-35-anos-para-ex-comandantes-elite-da-pm-do-rio-superou-
fenomeno-tropa-de-elite.htm

Pá gina 31
Português

ÍNDICE

INTRODUÇÃO

I. O BATALHÃO

1.1 . HISTÓRICO

1.2 . SELEÇÃO

1.3 . MISSÃO PACIFICAÇÃO

1.4 . VALORES

1.5 . SÍMBOLO

1.6 . MANDAMENTOS

1.7 . ORAÇÃO

1.8 . CANÇÃO

1.9 . SUB-UNIDADES

1.9.1. Seção de Instrução Especializada (SIEsp)

1.9.2. Unidade de Intervenção Tática (UIT)

1.9.3. Grupo de Negociação e Análise (GNA)

1.9.4. Grupo de Atiradores de Precisão (GAP)

1.9.5. Grupo de Resgate e Retomada (GRR)

1.9.6. Equipe de Operações Especiais (EOE)

1.9.7. Unidade de Demolição, Engenharia e Transporte (UDET)

1.9.8. Seção de Educação Física (SEF)

1.10. SAÚDE

1.10.1. Seção de Saúde

Pá gina 32
Português

1.10.2. Paramédicos

1.10.3. Psicologia

1.10.4. Nutrição

1.11. CURSOS

1.11.1. Curso de Operações Especiais (COEsp)

1.11.2. Curso de Ações Táticas (CAT)

1.12. SUGESTÃO DE TREINAMENTO

1.13. PROJETOS SOCIAIS

1.14. ARTES MARCIAIS

1.15. GINÁSTICAS ESPECIAIS

II. TROPA DE LOUVOR

III. COMO SE FORJAM CAVEIRAS: A TROPA DE ELITE

3.1. ENFRENTAR A MORTE… E VENCER

3.2. COMO FUNCIONA O TREINAMENTO ESPECIAL

3.3. OUTROS CURSOS DE ELITE

IV.TROPA DE ELITE (O FILME)

4.1. SINOPSE

4.2. PREPARAÇÃO DO ELENCO

4.3. REPERCUSSÃO

V.CONCLUSÕES

VI.REFERÊNCIAS

Pá gina 33

Você também pode gostar