Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo: Descreve-se metodologia inovadora na realidade brasileira, implantada na parceria entre Fundação Seade e Secretaria da Saúde
do Estado de São Paulo, para elaboração de base unificada de nascimentos e óbitos, a partir do relacionamento
das bases originárias do registro civil com as do SIM/Sinasc, de fonte hospitalar.
Palavras-chave: Fontes de dados. Metodologia de vinculação. Estatísticas vitais.
Abstract: This paper presents the innovative methodology enterprise in Brazil to create a unified database of birth and death statistics put into
practice by Fundation Seade and the Health Department of Sao Paulo State. Such methodology combines the information
of the vital statistics (Civil Register) with the information produced at hospitals (SIM/Sinasc).
Key words: Source of data. Linkage methodology. Vital statistics.
E
xistem, no Brasil, duas fontes produtoras de dados
sobre nascimentos e óbitos. A primeira, coordenada pelo IBGE, foi desenvolvida com base nas informações
do Registro Civil de Pessoas Naturais, coletadas nos cartórios de registro civil de todos os municípios brasi-
leiros. A segunda, sob a coordenação do Ministério da Saúde e implantada em todas as Secretarias Municipais
de Saúde do país, baseia-se nas informações contidas nas declarações de óbito – DO e declarações de nascido
vivo – DN.
O IBGE iniciou a produção das estatísticas do registro civil após a promulgação da Lei n. 6.015, de 31 de
dezembro de 1973, que dispôs sobre o registro civil de pessoas naturais e regulamentou a coleta dos dados para
Þpu"guvcv uvkequ."ictcpvkpfq"c"Þfgfkipkfcfg"fqu"fcfqu"g"rcftqpk|cpfq"c"vtcpuokuu«q"fqu"oguoqu0"Q"tgikuvtq"
civil assegura o acesso aos documentos fundamentais ao exercício da cidadania.
As informações captadas pelos cartórios de registro civil correspondem aos nascimentos e óbitos que foram
tgikuvtcfqu."Þecpfq"woc"rctegnc"fguugu"gxgpvqu"hqtc"fg"ugwu"tgikuvtqu"g."rqtvcpvq."fcu"guvcv uvkecu"fq"KDIG0"
Isso se deve ao atraso na realização deste registro, que residência. Esse fenômeno, que pode ser chamado de
pode ocorrer quando os familiares residem distante “invasão disfarçada”, altera o número de nascimentos
dos cartórios ou desconhecem a necessidade e impor- e de óbitos segundo o lugar de residência de vários
tância de tal registro. Outro fator relacionado a essa municípios.
problemática é a existência de cemitérios clandestinos Os antecedentes, aqui apresentados, levantam al-
em alguns municípios brasileiros. Os índices de sub- gumas limitações existentes nas duas fontes de dados
registro variam conforme a Unidade da Federação e mencionadas, que interferem na elaboração de diver-
podem resultar em um dimensionamento parcial dos uqu"kpfkecfqtgu"fgoqit Þequ"g"grkfgokqn„ikequ"ow-
nascimentos e dos óbitos ocorridos no país. nicipais, em especial nos referidos à mortalidade infan-
Para atender à Norma Operacional Básica do Siste- til, e ainda acarretam indesejável situação de se dispor
ma Único de Saúde – NOB-SUS 01/96, estabelecida de indicadores distintos sobre um mesmo fenômeno.
pelo Ministério da Saúde, que prevê o fornecimento O Estado de São Paulo é singular nesse campo por
periódico das estatísticas de mortalidade e natalidade, ser a única Unidade da Federação que desenvolveu,
a partir da atualização dos sistemas de informações ao longo de décadas, um sistema próprio de produ-
sobre mortalidade e sobre nascidos vivos – SIM e ção de estatísticas vitais independente e, ao mesmo
Sinasc, os gestores municipais de saúde foram envol- tempo, integrado aos sistemas nacionais do IBGE e
vidos diretamente no processo de produção desses do Ministério da Saúde. Por essa razão, a Fundação
dados. Assim, todas as Secretarias Municipais de Saú- Seade consegue relacionar, de forma contínua, os
fg"rcuuctco"c"eqngvct."eqfkÞect"g"rtqeguuct"cu"kphqt- dados epidemiológicos originários das DOs e DNs
mações contidas nas declarações de nascimentos e com aqueles do registro civil e produzir bases mais
óbitos, fundamentais para subsidiar a vigilância dos abrangentes e consistentes.
grupos de risco da população municipal. A Fundação Seade levanta, mensalmente, os even-
Nas bases de dados produzidas pelos sistemas mu- tos vitais nos cartórios de registro civil do Estado de
nicipais de saúde, também são evidenciadas algumas São Paulo, por meio de dois instrumentos de coleta:
fkÞewnfcfgu0" Woc" fgncu" tghgtg/ug." rqt" gzgornq." cq" rncpknjcu"gngvt»pkecu"eqpvgpfq"fcfqu"gurge Þequ"fqu"
número inadequado ou parcial de nascidos vivos e de registros legais; e cópia das DOs e DNs.
óbitos segundo o lugar de residência. Este problema Assim, tradicionalmente, o Estado de São Paulo
resulta, principalmente, de dois tipos de erro: coleta processa, de forma integrada, as DOs e DNs com os
kpuwÞekgpvg"fcu"qeqtt‒pekcu"owpkekrcku"g"nwict"fg"tg- registros civis de óbitos e nascimentos. A vinculação
sidência incorreto. dos indivíduos presentes em ambas as fontes permite
Pq"rtkogktq"ecuq."c"eqngvc"kpuwÞekgpvg"tgrgtewvg" wpkÞect"vqfcu"cu"xctk xgku"fgoqit Þecu"g"grkfgokq-
tanto no total dos eventos do município em ques- lógicas em uma única base de dados, aprimorada por
tão como nos totais dos demais municípios. Assim, woc"tqvkpc"fg"xgtkÞec›«q"fg"eqpukuv‒pekc."rqt"ogkq"fc"
quando uma cidade não envia os dados ou o faz par- comparação das informações comuns às duas fontes.
cialmente, suas estatísticas e as de outras localidades Tal modelo de produção foi aperfeiçoado e utiliza
são afetadas, em especial daquelas que não dispõem os recursos da informática para automatizar e agilizar
de maternidades e hospitais. A segunda questão re- o processamento e a vinculação das duas fontes de
lacionada ao município de residência depende do informações sobre óbitos e nascimentos. Do mesmo
endereço da mãe ou do paciente informado no mo- modo complementam-se as bases de dados com to-
mento do atendimento nas maternidades e hospitais, das as informações disponíveis em cada uma delas,
que consta na DN e na DO. Tal endereço pode não que são comparadas para análise das divergências e
corresponder à sua residência habitual, mas sim à do melhoria da qualidade. A experiência acumulada na
acompanhante, ou mesmo decorrer de uma declara- adoção desse modelo resultou no conhecimento de-
›«q"kpvgpekqpcnogpvg"hcnuc."rctc"lwuvkÞect"q"ceguuq" u" talhado das limitações e potencialidades das informa-
unidades de saúde em cidades diferentes daquela de ções básicas contidas nas fontes originais, tendo sido
decisiva para o aperfeiçoamento das estatísticas vitais gera e envia à Secretaria de Estado da Saúde os ban-
do Estado de São Paulo. cos de dados anuais de nascimentos e óbitos e os in-
Ao longo do tempo, a Fundação Seade consolidou dicadores de mortalidade e de natalidade, para todos
duas grandes parcerias: com o IBGE e com a Secre- os municípios paulistas.
taria de Estado da Saúde. A primeira é voltada para O Ministério da Saúde, na segunda metade da
a produção e o aperfeiçoamento das estatísticas do década de 1990, envolveu os gestores municipais de
registro civil. Em seu âmbito, a coleta dos dados nos saúde diretamente no processo de produção das es-
cartórios, que era realizada duplamente pelo IBGE e tatísticas de mortalidade e natalidade: o Sistema de
pela Fundação Seade, passou a ser feita apenas por Informações sobre Mortalidade – SIM e o Sistema de
esta última. Tal racionalização nas atividades de co- Informações sobre Nascidos Vivos – Sinasc. Assim,
leta nos cartórios proporcionou o aprimoramento da todas as Secretarias Municipais de Saúde passaram a
qualidade das informações e maior agilidade na trans- eqngvct."eqfkÞect"g"rtqeguuct"cu"kphqtoc› gu"eqpvkfcu"
missão informatizada dos arquivos de dados. nas declarações de nascimento e óbito. Tais dados
A parceria com a Secretaria de Estado da Saúde são fundamentais para subsidiar a vigilância dos gru-
possibilitou o desenvolvimento de diversos projetos pos de risco da população municipal.
de elaboração, monitoramento e análise de indica- A partir do ano 2000, nova parceria foi estabele-
fqtgu"grkfgokqn„ikequ"g"fgoqit Þequ"rctc"q"rncpg- cida com o objetivo de monitorar as bases de dados
jamento de ações do governo do Estado. Desde o dos recém-implantados sistemas municipais de saúde.
início da implantação do SIM/Sinasc em São Paulo, a O Seade, então, recepcionava os arquivos municipais
Fundação Seade apoiou o desenvolvimento dos siste- enviados pelas Direções Regionais de Saúde – DIRs;
mas municipais de saúde e colaborou com a melhoria emitia relatórios das regionais faltantes ou com proble-
da cobertura e da qualidade dos dados produzidos. ma no envio; avaliava a regularidade desse envio; con-
Em 2005, novo projeto entre as duas instituições vtqncxc"q"tgegdkogpvq"fg"pqvkÞec›«q"pgicvkxc"gokvkfc"
rgtokvkw"c"gncdqtc›«q"fc"dcug"wpkÞecfc"fg"pcuekogp- pelos municípios sem ocorrência de eventos; agregava
tos e de óbitos, pela integração dos bancos de dados cu"dcugu"owpkekrcku="kfgpvkÞecxc"qu"nqvgu"eqo"fgenctc-
dos sistemas municipais de saúde com os tradicio- ções duplicadas; emitia relatórios de captação de dados
nalmente produzidos pelo Seade. Este novo processo rqt"FKT"g"rqt"owpke rkq="encuukÞecxc"qu"fcfqu"ugiwp-
deu origem a bases de dados mais completas e pre- fq"q"owpke rkq"fg"tgukf‒pekc"g"kfgpvkÞecxc"cu"gxcu gu"
cisas, incorporando os eventos não captados por um dos eventos. Mensalmente essas informações eram
dos sistemas e introduzindo controles mais acurados encaminhadas à Secretaria de Estado da Saúde, como
de consistência para os atributos de cada registro subsídio em seu processo de supervisão técnica.
contido nesses bancos. A comparação entre os arquivos de ocorrências
O objetivo do presente estudo é recuperar a traje- elaborados nos municípios, por um lado, e a base
tória da parceria entre as duas instituições estaduais de dados da Fundação Seade, por outro, permitiu a
e apresentar os principais resultados alcançados com kfgpvkÞec›«q"g"c"cp nkug"fc"tgiwnctkfcfg."eqdgtvwtc"g"
a aplicação do novo processo de trabalho para gera- qualidade dos dados produzidos pelos municípios.
›«q"fg"dcug"wpkÞecfc"fg"pcuekogpvqu"g"„dkvqu"rctc"q" Assim, em 2002 e 2003 foi realizada uma pesquisa
Estado de São Paulo, que representa uma experiência para avaliar a qualidade dos dados de nascimentos e
inédita na realidade brasileira. óbitos produzidos pelos sistemas municipais de saú-
de, que consistiu na análise de cada variável presente
UM POUCO DA HISTÓRIA DA PARCEIRA ENTRE pq" dcpeq" fg" fcfqu" g" uwc" Þfgfkipkfcfg" go" tgnc›«q"
FUNDAÇÃO SEADE E SECRETARIA DA SAÚDE às declarações de nascido vivo e de óbito. Isso foi
possível devido à disponibilidade das declarações de
Dando continuidade a uma rotina desenvolvida há nascidos vivos e de óbitos enviadas mensalmente pe-
várias décadas, o Seade, desde sua criação em 1978, los cartórios de registro civil do Estado.
Figura 1
Vinculação das Bases de Dados das Estatísticas do Registro Civil e do SIM/Sinasc
Estado de São Paulo – 2005-2006
2005 2006
8.882
8.882 605.287
605.287 6.636
6.636 80.366
80.366 519.840
519.840 3.957
3.957
Óbitos Óbitos
Estatísticas do SIM Estatísticas do SIM
Registro Civil Registro Civil
9.120
9.120 233.921
233.921 644
644 24.479 255.675 649
enquanto nas estatísticas do registro civil este valor A avaliação do grau de cobertura de tais eventos,
cnecp›qw"8220428"pcuekogpvqu0"C"dcug"wpkÞecfc"hqk" apresentada a seguir, considerou o movimento de
composta de 604.163 nascimentos, revelando que na- 2006, por tratar-se do último ano concluído no mo-
quele ano os sistemas municipais de saúde captaram mento de realização deste estudo. O diagnóstico do
um volume 12,7% menor que o registrado nos car- grau de cobertura foi realizado por comparação entre
tórios e processados pelo Seade. Em relação aos óbi- os totais de eventos presentes nas bases dos sistemas
tos, também se observa comportamento semelhante, municipais de saúde e naquelas do Registro Civil.
sendo que os totais foram de 226.324 ocorrências no Qu" xqnwogu" fg" pcuekfqu" xkxqu" encuukÞecfqu" ug-
SIM, de 250.154 nas estatísticas do Registro Civil, e gundo a residência da mãe, relativos às duas fontes,
fg"4720:25"pc"dcug"wpkÞecfc"*Hkiwtc"3+0 foram distintos. Para, as estatísticas do Registro Ci-
A informação sobre o número de nascidos vivos vil, o total de nascimentos em 2006 foi de 599.604, e
e de óbitos segundo o município de residência é mui- para os sistemas municipais de saúde esse número foi
to utilizada no planejamento de ações de saúde e no menor, 522.561 eventos. Quando se considera a base
cálculo de diversos indicadores. Ela resulta da conso- wpkÞecfc."cr„u"c"kfgpvkÞec›«q"fqu"gxgpvqu"eqowpu"g"
lidação dos bancos individualizados de cada sistema da incorporação daqueles presentes em apenas uma
municipal e de cada cartório do registro civil e, nos das fontes, o total atingido é de 602.820 nascidos de
dois casos, torna-se necessária a existência de um ór- o«gu"tgukfgpvgu"pq"Guvcfq"fg"U«q"Rcwnq0"XgtkÞec/ug."
gão central que receba as informações individualiza- assim, um grau de cobertura do Seade (Registro Ci-
das e realize o processamento segundo o critério do vil) superior ao observado no Sinasc: 99,5% e 86,7%,
município de residência. respectivamente.
As diferenças nos totais de nascimentos dos sis- registram-se menos ocorrências do que nas bases de
temas municipais de saúde resultam, em grande par- 22 municípios. Apenas Ribeirão Preto apresentou
vg."fc"eqngvc"kpuwÞekgpvg"fcu"qeqtt‒pekcu"owpkekrcku0" diferença de 103 nascimentos de residentes (1,4%),
Para se ter uma idéia desta questão, haveria uma per- enquanto nos demais municípios nesta situação, a
da de 80.259 nascimentos em 2006, caso a base de diferença absoluta não alcançou dois dígitos. A Ta-
nascimentos segundo o lugar de residência da mãe bela 1 ilustra estes exemplos.
fosse obtida apenas com as informações dos sistemas As diferenças encontradas nos totais de nascidos
municipais de saúde. vivos por localidade podem ser também atribuídas
Em contrapartida, nos sistemas municipais exis- ao fenômeno da “invasão disfarçada”. Quando a mãe
tem 3.216 nascimentos que o Seade (Registro Civil) rtqewtc"wo"ectv„tkq"rctc"tgikuvtct"ugw"Þnjq."go"igtcn"
não captou. Uma parcela deles é registrada em ou- declara o endereço correto e, caso ele seja distinto da-
tra Unidade da Federação e o restante, mesmo com quele mencionado na DN, a mãe assina uma declaração
a gratuidade dos registros e os enormes progressos formalizando a correção do mesmo. Tais alterações no
decorrentes dos registros efetuados diretamente na endereço de residência são captadas pelo Seade em seu
maternidade, ainda é realizado com certo atraso. processo de produção das estatísticas vitais. Se as cor-
reções não são feitas, a natureza dos erros implica a
RESULTADOS SEGUNDO O MUNICÍPIO superestimação do número de nascimentos em muitos
DE RESIDÊNCIA DA MÃE municípios e a conseqüente subestimação em outros.
Em relação aos óbitos, observa-se comporta-
A distribuição dos nascimentos segundo o município ogpvq" ugognjcpvg" cq" xgtkÞecfq" pqu" pcuekogpvqu0"
de residência da mãe revela diferenças importantes. No Mapa 1 é apresentada a distribuição dos óbitos
Os resultados da comparação encontram-se no Mapa segundo o município de residência e apontam-se di-
3." go" swg" qu" owpke rkqu" u«q" encuukÞecfqu" ugiwpfq" ferenças importantes entre as duas fontes de dados.
as diferenças porcentuais existentes entre os sistemas Em 581 municípios a cobertura dos sistemas muni-
municipais de saúde e o Seade. A primeira constata- cipais de saúde foi inferior à do Seade e tal cobertura
ção é a de que 592 municípios apresentam cobertura não é uniforme entre os municípios paulistas.
desses eventos inferior à do Seade e entre as cidades As localidades que tiveram, em 2006, as maiores
vcn"eqdgtvwtc"xctkc"fg"hqtoc"ukipkÞecvkxc0 diferenças absolutas nos totais de óbitos constam da
Em 2006, entre os 592 municípios que registra- Tabela 2, destacando-se alguns dos mais populosos.
ram as maiores diferenças absolutas entre a base do São eles: São José do Rio Preto, com menos 1.061
Seade e a dos sistemas municipais, no que se refere óbitos (-39,6% de diferença); Campinas, com menos
ao total de nascimentos segundo o lugar de residên- 966 óbitos (-15,9%); Mogi das Cruzes, com menos 617
cia da mãe, 132 apresentam diferença superior a 100 óbitos (-29,3%); e Taboão da Serra, com menos 539
eventos. Entre os mais populosos, destacam-se: Gua- óbitos (-42,4%). Considerando-se a diferença relativa,
rulhos, com menos 4.436 nascidos (-21,5% de dife- sobressaem Araras, com -64,8% e uma variação de me-
rença); Osasco, com menos 3.936 nascidos (-35,2%); nos 469 óbitos; Lençóis Paulista (-57,7% e -187 óbi-
Bauru, com menos 2.906 nascidos (-65,3%); Suzano, tos); Itapetininga (-55,7% e -531 óbitos); Moji Mirim
com menos 2.728 nascidos (-62,9%); Taubaté, com (-55,3% e -325 óbitos), para citar apenas alguns.
menos 2.205 nascidos (57,1%) e São José do Rio Observa-se que o total de óbitos da base do Seade
Preto, com menos 2.022 nascidos (-42,2%). Consi- foi inferior ao correspondente dos sistemas munici-
derando-se a diferença relativa, alguns municípios pais de saúde em apenas 35 casos. As maiores diferen-
exibem grande distanciamento entre os totais, como ças relativas foram registradas para Araçatuba (3,4%
Amparo, com -91,0%, e uma variação de menos e menos 46 óbitos) e São Sebastião (3,2% e menos 11
714 nascimentos; Lins (-76,5% e -672 NV) e Jabo- óbitos). A maior diferença absoluta ocorreu no Mu-
ticabal (-75,8% e -674 NV). No sistema do Seade, nicípio de São Paulo, com menos 485 óbitos de re-
Mapa 1
Diferenças entre Fundação Seade e Sistemas Municipais de Saúde (1)
Estado de São Paulo – 2006
Nascidos Vivos
Diferença
}
0% a 15% (278)
15% a 40% (178) Seade Maior
40% a 91% (136)
Óbitos
Diferença
}
0% a 10% (237)
10% a 25% (160) Seade Maior
25% a 80% (184)
Tabela 1
Total de Nascidos Vivos e Maiores Diferenças Observadas entre Fundação Seade e Sistemas Municipais de Saúde,
segundo Município de Residência da Mãe
Estado de São Paulo – 2006
Nascidos Vivos Diferenças
Município de Residência
Fundação Seade Sinasc Absoluta Relativa (%)
Fundação Seade Maior
Guarulhos 20.621 16.185 -4.436 -21,5
Osasco 11.193 7.257 -3.936 -35,2
Bauru 4.448 1.542 -2.906 -65,3
Suzano 4.334 1.606 -2.728 -62,9
Taubaté 3.863 1.658 -2.205 -57,1
São José do Rio Preto 4.794 2.772 -2.022 -42,2
Diadema 6.842 4.854 -1.988 -29,1
Franca 4.866 3.139 -1.727 -35,5
Pindamonhangaba 2.038 635 -1.403 -68,8
São José dos Campos 8.788 7.434 -1.354 -15,4
Jaú 1.883 580 -1.303 -69,2
Limeira 3.784 2.697 -1.087 -28,7
Jundiaí 4.775 3.769 -1.006 -21,1
São Paulo 172.772 171.805 -967 -0,6
São Vicente 5.097 4.231 -866 -17,0
Guaratinguetá 1.537 672 -865 -56,3
Arujá 1.253 410 -843 -67,3
Itaquaquecetuba 5.292 4.450 -842 -15,9
Guarujá 4.968 4.139 -829 -16,7
Lorena 1.229 470 -759 -61,8
Moji Mirim 1.084 345 -739 -68,2
Ubatuba 1.326 601 -725 -54,7
São Sebastião 1.234 512 -722 -58,5
Amparo 785 71 -714 -91,0
Catanduva 1.377 669 -708 -51,4
Jaboticabal 889 215 -674 -75,8
Lins 879 207 -672 -76,5
Mococa 910 263 -647 -71,1
Santos 5.237 4.615 -622 -11,9
Lençóis Paulista 836 231 -605 -72,4
Itapira 812 217 -595 -73,3
Itapetininga 2.208 1.622 -586 -26,5
Campos do Jordão 891 342 -549 -61,6
Votuporanga 834 288 -546 -65,5
Carapicuíba 6.767 6.274 -493 -7,3
Tabela 2
Total de Óbitos e Maiores Diferenças Observadas entre Fundação Seade e Sistemas Municipais de Saúde,
segundo Município de Residência do Óbito
Estado de São Paulo – 2006
Óbitos Diferenças
Município de Residência
Fundação Seade SIM Absoluta Relativa (%)
Fundação Seade Maior
São José do Rio Preto 2.682 1.621 -1.061 -39,6
Campinas 6.057 5.091 -966 -15,9
Mogi das Cruzes 2.103 1.486 -617 -29,3
Taboão da Serra 1.272 733 -539 -42,4
Itapetininga 953 422 -531 -55,7
Bragança Paulista 988 469 -519 -52,5
Santos 3.980 3.507 -473 -11,9
Araras 724 255 -469 -64,8
Osasco 3.994 3.538 -456 -11,4
Itapevi 833 407 -426 -51,1
Jundiaí 2.293 1.876 -417 -18,2
Atibaia 810 414 -396 -48,9
Ourinhos 710 321 -389 -54,8
Rio Claro 1.242 904 -338 -27,2
Moji Mirim 588 263 -325 -55,3
Mauá 1.895 1.581 -314 -16,6
Catanduva 931 626 -305 -32,8
Diadema 1.983 1.692 -291 -14,7
Sorocaba 3.508 3.224 -284 -8,1
Votuporanga 582 312 -270 -46,4
Mococa 500 231 -269 -53,8
Sumaré 1.057 789 -268 -25,4
Americana 1.286 1.024 -262 -20,4
Santa Bárbara d'Oeste 988 746 -242 -24,5
Limeira 1.596 1.363 -233 -14,6
Matão 418 204 -214 -51,2
Barretos 829 627 -202 -24,4
Fernandópolis 439 238 -201 -45,8
Ibiúna 458 258 -200 -43,7
Lençóis Paulista 324 137 -187 -57,7
Ibitinga 353 169 -184 -52,1
Embu 1.088 911 -177 -16,3
Hortolândia 822 646 -176 -21,4
Jales 311 139 -172 -55,3
Arujá 381 220 -161 -42,3
sidentes na capital, mas que representa tão-somente de comparação a taxa de mortalidade infantil – TMI
-0,7% destes eventos. ecnewncfc"eqo"c"dcug"wpkÞecfc"rctc"q"Guvcfq"fg"U«q"
Uma importante conseqüência dos problemas Rcwnq." go" 4228." xgtkÞec/ug" swg." swcpfq" guvc" vczc" fi"
constatados nos totais de nascimentos e óbitos é o calculada com os dados dos sistemas municipais de
korcevq" pq" e newnq" fg" kpfkecfqtgu" fgoqit Þequ" g" saúde, ela se mostra 7,5% maior, enquanto o uso
fg" uc¿fg." go" gurgekcn" rctc" qu" eqgÞekgpvgu" fg" oqt- da base da Fundação Seade leva a uma diferença de
talidade infantil. Considerando-se como parâmetro apenas -0,2%.
Tabela 3
Taxas de Mortalidade Infantil – TMI e Variação entre as Bases Unificadas Fundação Seade e
Sistemas Municipais de Saúde, segundo Municípios de Residência
Estado de São Paulo – 2006
Alguns exemplos dessa situação são apresentados As sensíveis diferenças no volume de eventos vi-
na Tabela 3. Entre os municípios com maior núme- tais, segundo as duas fontes de dados, nos dois anos
ro de eventos, a TMI calculada com informações da de adoção do novo processo de trabalho, sugerem
Fundação Seade aproximou-se muito daquela corres- que a base de dados do Registro Civil é mais estável
rqpfgpvg" "dcug"wpkÞecfc."fguvcecpfq/ug"crgpcu"Lc¿" e registra grau de cobertura superior à outra fonte
e Cruzeiro, com as maiores diferenças, respectiva- de dados. Essa questão está associada ao fato de que
mente -9,9% e -5,0%. muitas secretarias municipais do Estado trabalham
Em compensação, quando foram utilizadas as in- com equipes com pouca experiência no tratamento
formações dos sistemas municipais de saúde, mesmo dessas estatísticas ou apresentam alta rotatividade en-
para as cidades com mais eventos, diferenças impor- tre seus componentes.
tantes foram observadas na comparação com as taxas É importante, também, um esforço permanente
de mortalidade infantil estimadas a partir das bases para melhorar a cobertura e a qualidade dos dados pro-
wpkÞecfcu0"Go"Lc¿."Rkpfcoqpjcpicdc"g"Nqtgpc."rqt" duzidos de forma isolada pelos sistemas municipais de
exemplo, as diferenças foram superiores a 200%, sen- saúde, bem como aprimorar, cada vez mais, a base de
do que tal discrepância decorre principalmente da bai- fcfqu"wpkÞecfc"rctc"q"eqpjgekogpvq"ocku"crwtcfq"fc"
xa cobertura dos nascimentos. Já em Taboão da Serra, realidade das condições de saúde da população.
Itapevi, Bragança Paulista, Atibaia, Ibiúna e Araras, C"gncdqtc›«q"fc"dcug"wpkÞecfc"rctc"q"Guvcfq"fg"
xgtkÞectco/ug"fkhgtgp›cu"pgicvkxcu"uwrgtkqtgu"c"62'." U«q"Rcwnq"fgoqpuvtqw"uwc"gÞek‒pekc"g"xkcdknkfcfg."g"
e nestes casos, apesar da boa cobertura dos nascimen- suscitou a perspectiva de aplicação em outras Uni-
vqu."jqwxg"fgÞek‒pekc"pc"eqdgtvwtc"fqu"„dkvqu0 dades da Federação. Tal experiência já foi objeto de
discussão em diversas oportunidades no Instituto
CONSIDERAÇÕES FINAIS Dtcukngktq" fg" IgqitcÞc" g" Guvcv uvkec" Ï" KDIG" g" pc"
Rede Interagencial de Informações para a Saúde –
A aplicação desse novo processo de trabalho repre- RIPSA/MS.
senta importante salto de qualidade na produção das O IBGE, diretamente empenhado na melho-
estatísticas vitais no Estado de São Paulo e uma inicia- ria da qualidade das estatísticas vitais do Brasil, deu
tiva que soma esforços das duas instituições estaduais um passo fundamental para avançar na proposta de
envolvidas – Seade e Secretaria de Estado da Saúde. integração das bases do Registro Civil com aquelas
Permite a complementação e o enriquecimento do produzidas pelo Ministério da Saúde. Em 2006, ini-
conteúdo das bases de dados, que são produzidas de ciou contato com todas as Corregedorias Estaduais
hqtoc"kuqncfc."g"dgpgÞekc."kiwcnogpvg."cu"guhgtcu"fq" de Justiça, no sentido de introduzir o número das
planejamento municipal e estadual. declarações de nascimento e de óbito no conjunto
Cada sistema tem suas limitações, mesmo dentro das informações declaradas no momento do registro
fg"ugwu"qdlgvkxqu"gurge Þequ."ocu"q"vtcvcogpvq"eqp- civil desses eventos, em todos os cartórios do Brasil,
junto procura reduzi-las, sendo fundamental para a e passou, também, a coletar e processar esta variável.
qticpk|c›«q" fg" woc" dcug" wpkÞecfc" fg" pcuekogpvqu" Mais recentemente, a experiência vivida no Estado
e óbitos com informações mais completas e preci- fg"U«q"Rcwnq"eqo"c"gncdqtc›«q"fc"dcug"wpkÞecfc"fgu-
sas, com controles mais acurados de consistência dos pertou o interesse do Instituto de Apoio à Pesquisa
atributos de cada registro e com a incorporação de e ao Desenvolvimento “Jones dos Santos Neves”, do
eventos não captados por um dos sistemas. governo do Estado do Espírito Santo, que procurou
Para as atividades de planejamento, destaca-se a subsídios na Fundação Seade para aprimorar a quali-
grande vantagem de se trabalhar com um único nú- dade e a cobertura dos dados e indicadores demográ-
mero para os eventos vitais, em especial no processo Þequ"g"fg"uc¿fg"rtqfw|kfqu"pcswgng"Guvcfq0
de monitoramento das condições socioeconômica, Go"4229."eqo"Þpcpekcogpvq"fq"EPRs"c"rctvkt"fg"
fgoqit Þec"g"fg"uc¿fg"fc"rqrwnc›«q0 seleção de projeto de pesquisa de edital do Ministério
Nota
Trabalho apresentado no XVI Encontro Nacional de Estu-
dos Populacionais, Abep, realizado em Caxambu - MG – Bra-
sil, de 29 de setembro a 3 de outubro de 2008.
BERQUÓ, E.; GONÇALVES, M.A.I. A invasão de óbitos GODINHO, R.E. C"vtclgv„tkc"fcu"guvcv uvkecu"xkvcku"pqu"cpqu":2"g"ugwu"
no município de São Paulo. Ecfgtpqu"Egdtcr, São Paulo, n. 19, tgàgzqu"pq"Þo"fq"okn‒pkq"pq"Guvcfq"fg"U«q"Rcwnq. Tese (Doutorado)
1974. Ï"Fgrctvcogpvq"fg"IgqitcÞc"fc"Hcewnfcfg"fg"HknquqÞc."Ngvtcu"
e Ciências Humanas da USP, São Paulo, 1999.
CAMARGO, A.B.M. Os fenômenos da invasão e evasão
de óbitos em São Paulo (1977-80): fatores determinantes e IBGE. Coordenação de População e Indicadores Sociais.
diferenciais regionais. Kphqtog"Fgoqit Þeq."São Paulo, Fundação Guvcv uvkecu"fq"Tgikuvtq"Ekxkn"fg"4228. Rio de Janeiro, v. 33, 2006.
Seade, n. 12, 1984. 162p.
JORDANI, M.S.; CAMARGO, A.B.M. Nova forma de
FERNANDES, D.M. Concatenação de Infor mações processamento das estatísticas vitais: informações mais rápidas
sobre Mortalidade e Natalidade no Distrito Federal 1989- e precisas. Eqplwpvwtc"Fgoqit Þec. São Paulo, Fundação Seade,
1991. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS n. 29, p. 1-5, out./dez. 1994.
POPULACIONAIS DA ABEP, 11., Anais... Caxambu, MG,
Abep, 1998. MELLO JORGE, M.H.P.; LAURENTI, R.; GOTLIEB,
S.L.D. Análise da qualidade das estatísticas vitais brasileiras: a
FERREIRA, C.E.C. A declaração de nascido vivo, uma fonte experiência de implantação do SIM e do Sinasc. Ek‒pekc"&"Uc¿fg"
promissora. Nascer aqui: análise de uma nova fonte de dados Coletiva, v. 12, p. 643-654, 2007.
sobre os nascimentos no Estado de São Paulo. Kphqtog"Fgoqit Þeq,
São Paulo, Fundação Seade, n. 29, p. 1-4, 1995. MELLO JORGE, M.H.P.et al. Avaliação do Sistema de
Informação sobre Nascidos Vivos. Nascer aqui: análise de uma
______. Oqtvcnkfcfg" kphcpvkn" g" fgukiwcnfcfg" uqekcn" go" U«q" Rcwnq. nova fonte de dados sobre os nascimentos no Estado de São
Tese (Doutorado) – Faculdade de Saúde Pública da USP, São Paulo. Kphqtog"Fgoqit Þeq, São Paulo, Fundação Seade, n. 29, p.
Paulo, 1990. 5-13, 1995.
MORAIS, L.C.C. Fundação Seade. Vinculando bancos para TEIXEIRA, M.L.P.; WALDVOGEL, B.C. Vinculação de bases
recuperação histórica dos casos de Aids no Estado de São – fonte para análise de casos fatais de acidentes do trabalho. In:
Paulo. In: CONFERÊNCIA NACIONAL DE ESTATÍSTICA CONFERÊNCIA NACIONAL DE ESTATÍSTICA – Confest,
– Confest, 2., Anais... Rio de Janeiro, IBGE, 2006. 2., Anais... Rio de Janeiro, IBGE, 2006.
ORTIZ, L.P. Utilização da técnica de concatenação de WALDVOGEL, B.C. Cekfgpvgu" fq" vtcdcnjq: os casos fatais. A
base de dados para o estudo da mortalidade neonatal. In: swguv«q"fc"kfgpvkÞec›«q"g"fc"ogpuwtc›«q0"Vgug"*Fqwvqtcfq+"Ï"
CONFERÊNCIA NACIONAL DE ESTATÍSTICA – Confest, Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública
2., Anais... Rio de Janeiro, IBGE, 2006. da USP, São Paulo, 1999.
____. Ectcevgt uvkecu"fc"oqtvcnkfcfg"pgqpcvcn"pq"Guvcfq"fg"U«q"Rcwnq. WALDVOGEL, B.C. et al. Pesquisa pioneira recupera casos de
Tese (Doutorado) – Faculdade de Saúde Pública da USP, São Aids no Estado de São Paulo: integração das bases do Sinan-
Paulo, 1999. Aids e do Seade. Dqngvko"Grkfgokqn„ikeq."ETV/FUV1CKFU/EXG.
n.1, out. 2004.
ORTIZ, L.P.; CAMARGO, A.B.M. A construção de indicadores
regionais de mortalidade e a questão da evasão dos óbitos. WALDVOGEL, B.C.; FERREIRA, C.E.C. Estatísticas da vida.
Eqplwpvwtc" Fgoqit Þec. São Paulo, Fundação Seade, n. 24/25, U«q"Rcwnq"go"Rgturgevkxc, São Paulo, Fundação Seade, v. 17, n. 3-4,
p. 5-11, jul./dez. 1993. p. 55-66, jul./dez. 2003.
SILVA, Z.P. et al. Associação entre mortalidade neonatal e WALDVOGEL, B.C.; RODRIGUEZ WONG, L. O
assistência obstétrica: o uso de técnica de nkpmcig em sistemas comportamento do registro atrasado de nascimento (RAN)
de informação. In: CONFERÊNCIA NACIONAL DE no Estado de São Paulo: uma tentativa de correção do sub-
ESTATÍSTICA – Confest, 2., Anais... Rio de Janeiro, IBGE, registro. Kphqtog" Fgoqit hkeq, São Paulo, Fundação Seade,
2006. n. 13, p. 53-135, 1984.
Resumo: O artigo apresenta e discute as probabilidades de morte e riscos relativos da mortalidade neonatal no Estado de São Paulo em 2006. Os resultados
apontam para a necessidade de estimular políticas e ações de saúde direcionadas para atenção pré-natal, ao parto e ao recém-nascido.
Palavras-chaves: Mortalidade neonatal. Fatores de risco. Recém-nascido.
Abstract: The article present and discuss the probabilities of death and risks related to neonatal mortality in the State of Sao Paulo in 2006. The results
point to the necessity of stimulating the politics and actions within the Health Sector of the Government addressed directly to the prenatal,
childbirth and to the newborn baby.
Key words: Mortality neonatal. Risk factors. Newborn.
A
diminuição da mortalidade infantil no Estado de
São Paulo a partir dos anos 1980 deveu-se, principalmente, à redução do número de mortes de crianças com
mais de 27 dias de vida – componente pós-neonatal –, enquanto a queda da mortalidade dos menores de 28
dias – componente neonatal – tem sido proporcionalmente menor, provocando concentração de óbitos infantis
nas primeiras semanas de vida. Em 1980, metade dos óbitos infantis ocorreu no período neonatal; em 2006,
mais de dois terços se concentrou nessa idade e 49% na primeira semana.
A taxa de mortalidade neonatal do Estado de São Paulo, que atinge 9 óbitos por mil nascidos vivos em
2006, pode ser considerada baixa se comparada com a média do Brasil, que chega a 15 por mil em 2004, mas
é muito elevada em relação aos países desenvolvidos, onde esse indicador não ultrapassa 4 mortes por mil
(HALLSWORTH et al., 2008).
Muitos desses óbitos ocorrem no período pós-parto, quando uma parcela considerável dos recém-nascidos
ainda se encontra sob a responsabilidade dos serviços de saúde, como resultado de uma série complexa de
fatores biológicos, socioeconômicos e de atenção à saúde de difícil redução.
No Brasil, as informações geradas pelos Sistemas de Informação sobre Mortalidade – SIM e dos Nascidos
Vivos – Sinasc, administrados pelo Ministério da Saúde, são muito utilizadas para conhecer os níveis e carac-
terísticas da mortalidade. Em São Paulo, a utilização de bases vinculadas de dados de nascidos vivos e óbitos
infantis, realizada pela Fundação Seade, possibilita aprofundar esses estudos, em particular aquele relativo ao
rgtÞn"fc"oqtvcnkfcfg"pgqpcvcn0
Nesse contexto, o presente estudo tem como ob- A vinculação desses registros foi muito elevada
jetivo analisar as mortes neonatais de uma coorte de devido à utilização dos campos nome da criança, obtido
nascidos vivos do Estado de São Paulo, no primeiro pelas informações dos cartórios de Registro Civil, e
semestre de 2006, apresentando as probabilidades de nome da mãe e a padronização de variáveis. O resultado
morte segundo as principais características do recém- Þpcn"fq"rtqeguuq"fg"xkpewnc›«q"oquvtc"swg"crgpcu"fqku"
pcuekfq."fc"iguvc›«q."fq"rctvq"g"fc"o«g."eqo"c"Þpc- óbitos neonatais não foram pareados, índice comparável
lidade de apontar linhas de ação para sua redução ou ao registrado em países como os Estados Unidos
eliminação. *OCVJGYU="OGPCEMGT="OCEFQTOCP."4226+0
Tabela 2
Probabilidade de Morte e Risco Relativo de Óbito Neonatal, segundo Características Selecionadas
Estado de São Paulo – Jan.-Jun. 2006
Probabilidade de Morte (1) Risco Relativo
Características Selecionadas
Precoce Tardio Total Precoce Tardio Total
PERÍODO NEONATAL 6,7 2,6 9,3
RECÉM-NASCIDO
Sexo
Masculino 7,4 2,7 10,1 1,2 1,1 1,2
Feminino (2) 6,0 2,5 8,5 1,0 1,0 1,0
Peso ao nascer (3)
Menos de 1.000 gramas 497,4 144,6 642,0 301,6 179,8 261,7
De 1.000 a 1.499 gramas 133,4 82,8 216,2 80,9 103,0 88,1
Menos de 1.500 gramas 272,8 106,4 379,2 165,4 132,4 154,6
De 1.500 a 2.499 gramas 17,9 7,4 25,3 10,9 9,2 10,3
Menos de 2.500 gramas 53,2 21,1 74,3 32,2 26,3 30,3
2.500 gramas e mais (2) 1,6 0,8 2,5 1,0 1,0 1,0
GESTAÇÃO E DO PARTO
Duração da gestação
Pré-termo (22 a 36 semanas) 60,3 21,3 81,5 31,3 22,1 28,2
22 a 27 semanas 487,7 112,7 600,4 253,3 117,1 207,9
28 a 36 semanas 31,0 15,7 46,7 16,1 16,3 16,2
Termo (37 a 41 semanas) 1,9 1,0 2,9 1,0 1,0 1,0
Pós-termo (42 semanas e mais) 3,4 1,7 5,0 1,7 1,7 1,7
Gestação/Peso ao nascer (4)
Pré-termo
Menos de 2.500 gramas 92,1 35,7 127,8 47,9 37,1 44,3
2.500 gramas e mais 7,8 2,4 10,2 4,1 2,5 3,5
Termo
Menos de 2.500 gramas 11,3 5,5 16,9 5,9 5,7 5,8
2.500 gramas e mais 1,4 0,7 2,2 0,7 0,8 0,8
Pós-termo
Menos de 2.500 gramas 36,4 0,0 36,4 18,9 0,0 12,6
2.500 gramas e mais 2,4 1,8 4,2 1,2 1,9 1,4
Tipo de gravidez
Única (2) 6,1 2,4 8,6 1,0 1,0 1,0
Múltipla 33,8 10,6 44,4 5,5 4,4 5,2
Tipo de parto
Vaginal (2) 8,4 2,6 11,0 1,0 1,0 1,0
Cesáreo 5,4 2,6 8,0 0,6 1,0 0,7
MÃE
Número de consultas de pré-natal
Menos de 4 consultas 40,2 11,1 51,3 13,4 7,8 11,6
De 4 a 6 consultas 11,5 4,7 16,2 3,9 3,3 3,7
7 consultas e mais (2) 3,0 1,4 4,4 1,0 1,0 1,0
Idade
Menos de 20 anos 9,0 3,6 12,6 1,5 1,6 1,5
De 20 a 34 anos (2) 6,2 2,3 8,5 1,0 1,0 1,0
35 anos e mais 7,0 2,9 10,0 1,1 1,3 1,2
Parturição
Primíparas (2) 9,4 3,6 13,1 1,0 1,0 1,0
Multíparas 6,1 2,5 8,6 0,7 0,7 0,7
Escolaridade
Nenhuma 8,8 3,1 11,9 1,7 1,6 1,7
1 a 7 anos 7,7 3,1 10,8 1,5 1,6 1,5
8 a 11 anos 6,7 2,6 9,3 1,3 1,3 1,3
12 anos e mais (2) 5,1 2,0 7,1 1,0 1,0 1,0
Fonte: Fundação Seade.
(1) Por mil nascidos vivos.
(2) Categoria de referência.
(3) Considerando gravidez única e com 22 semanas e mais de gestação.
(4) Considerando como categoria de referência 37 a 41 semanas de gestação.
nascidas de mães mais jovens resulta 1,5 vez maior, Em relação ao risco de morte segundo sexo, a
relação que chega a 1,2 no caso das mães de 35 anos literatura sobre o tema indica realmente existir uma
e mais. Por idade da criança ao morrer, os riscos re- maior probabilidade de morte para o sexo masculino
lativos de nascidos vivos tanto de mães muito jovens em todas as idades (MARTINS; VELÁSQUES-
como de mães de mais idade não apresentaram mu- OGN¡PFG¥." 4226=" NCWTGPVK" gv" cn0." 4227="
fcp›cu"ukipkÞecvkxcu0" FERRARI et al., 2006). Além disso, a diferença entre
os sexos é maior quanto mais próxima do nascimento
Filhos Tidos (Parturição) hqt" c" oqtvg." q" swg" fi" eqpÞtocfq" rgnqu" fcfqu"
Na coorte em estudo, a probabilidade de morte entre analisados neste trabalho: o risco relativo diminui à
qu" Þnjqu" fg" rtko rctcu" hqk" ockqt" swg" c" eqttgurqp- medida que avança a idade ao morrer das crianças.
dente aos nascidos de multíparas. O risco relativo, O baixo peso ao nascer é considerado um predi-
calculado utilizando como categoria de referência os tor de sobrevivência de recém-nascidos (UNICEF;
pcuekfqu"xkxqu"fg"o«gu"rtko rctcu."Þeqw"cdckzq"fg"3" WHO, 2004) e um indicador de saúde muito sensí-
(0,7) durante todo o período neonatal. xgn" " gÞek‒pekc" fq" ukuvgoc" fg" uc¿fg" nqecn" *MCDKT."
2002). No âmbito da pesquisa encontrou-se que, en-
Grau de Instrução tre os óbitos de recém-nascidos de gestação única –
Utilizando como referência a categoria de 12 anos e excluídos os nascidos com menos de 22 semanas de
ocku"fg"gueqnctkfcfg."xgtkÞec/ug"swg"qu"pcuekfqu"xkxqu" gestação e os com peso ao nascer ignorado –, 50,8%
cujas mães não tinham instrução exibiram risco relati- pertenciam à categoria de muito baixo peso ao nascer
vo 1,7 vez maior que a categoria de referência; relação (menos de 1.500 g), 21,1% ao grupo de 1.500 a 2.499
que diminui para os nascidos vivos de mães com maior gramas e 28,1% à categoria de 2.500 gramas e mais.
escolaridade, atingindo 1,3 quando a escolaridade das Tendo em conta que muitas crianças que faleceram
mães é de 8 a 11 anos. Segundo a idade da morte da na primeira semana de vida provavelmente estavam em
criança, os riscos relativos permanecem constantes. berçário, o elevado risco relativo dos recém-nascidos
fg" owkvq" dckzq" rguq" rqfg" ukipkÞect" fgÞek‒pekcu" pq"
DISCUSSÃO atendimento pré-natal, aumentando o risco de morte de
prematuros. Nesse sentido, alguns trabalhos mostram
A elevada concentração de óbitos nos primeiros dias que cuidados adequados na atenção pré-natal, no
fg" xkfc" fc" etkcp›c" oquvtc" swg" c" kpàw‒pekc" fg" hcvq- rctvq" g" r„u/rctvq" v‒o" ghgkvq" ukipkÞecvkxq" pc" tgfw›«q"
res endógenos, tais como condições da gestação e do fc" oqtvcnkfcfg" pgqpcvcn" *OCEJCFQ=" JKNN." 4225="
parto, e as características maternas têm participação OCTVKPU=" XGNéUSWGU/OGN¡PFG¥." 4226="
owkvq" ukipkÞecvkxc" pc" oqtvcnkfcfg" pgqpcvcn" go" U«q" GIGLIO et al., 2005).
Paulo; por sua vez, os fatores exógenos, mais ligados A elevada taxa de mortalidade neonatal registrada
às condições de vida, tais como habitação e sanea- em São Paulo para recém-nascidos de muito baixo
mento básico, embora importantes, apresentaram in- peso (379 por mil), com risco relativo acima de 150,
àw‒pekc"tgncvkxcogpvg"ogpqt0 sugere problemas na assistência a essas crianças. Essa
Praticamente três em cada quatro óbitos neona- vczc"fi"rgnq"ogpqu"vt‒u"xg|gu"uwrgtkqt" "xgtkÞecfc"go"
tais ocorreram antes que os recém-nascidos comple- países desenvolvidos e, embora durante o período
tassem uma semana de vida, sendo que uma parcela pgqpcvcn" vctfkq" ug" tgfw|c" ukipkÞecvkxcogpvg." eqpvk-
considerável dessas crianças (32,6%) faleceu com nua sendo muito elevada: 132 vezes maior do que a
menos de um dia de vida. Esses fatos indicam que, observada para os nascidos vivos com 2.500 gramas
provavelmente, muitas mortes aconteceram no hos- e mais.
pital onde foi realizado o parto, local no qual, teori- Estes resultados mostram-se coerentes com os
camente, seria mais fácil tomar as medidas adequadas encontrados em hospitais de Fortaleza (CASTRO;
para evitar o óbito. LEITE, 2007) e do município do Rio de Janeiro
mães que nunca passaram por atendimento pré-natal no qual foi observado maior risco de morte neonatal
é superior entre aquelas com menor escolaridades: (CARNIEL et al., 2008). É possível que estes fatos
15,1% tinham três anos ou menos de estudo, enquan- estejam também relacionados com uma atenção mais
to somente 4,1% possuíam 12 ou mais anos de estu- adequada a estas mães no período pré-natal, prolon-
fq0"Gpvtg"cswgncu"swg"Þ|gtco"ugvg"qw"ocku"eqpuwnvcu." gando a duração da gestação e reduzindo a probabi-
5,3% tinham três anos ou menos de estudo e 19,4%, nkfcfg"fg"oqtvg"pgqpcvcn0"Vcodfio"kpàwgpekctkc"vcku"
12 anos ou mais. resultados a melhoria da assistência pré-natal a essas
A idade materna é uma variável muito utilizada nos gestantes. Altas ordens de nascimento aumentam sig-
guvwfqu"fgoqit Þequ"g"grkfgokqn„ikequ0"Gpvtgvcpvq." pkÞecvkxcogpvg"q"tkueq"fg"tgvctfq"fg"etguekogpvq"fcu"
a relação entre a idade da mãe e a mortalidade neonatal crianças.
não é totalmente clara. Para alguns estudiosos, o Ao analisar o risco de morte segundo grau de ins-
fato de a mãe ser jovem ou ter mais de 35 anos não vtw›«q."xgtkÞec/ug"c"vgpf‒pekc"gurgtcfc"fg"fkokpwk›«q"
constitui elemento de maior mortalidade neonatal do risco de morte neonatal à medida que aumenta
(CÉSAR et al., 2000), enquanto para outros existe a escolaridade da mãe. Esta variável pode constituir
cuuqekc›«q"rqukvkxc"gpvtg"guucu"xctk xgku"*CNOGKFC" uma boa aproximação do estrato social materno,
et al., 2002; GIGLIO et al. 2005). O fato é que, ugpfq"owkvq"ukipkÞecvkxc"rctc"guvwfct"c"oqtvcnkfcfg"
embora seja esperada uma associação positiva entre infantil.
idade da mãe e mortalidade neonatal, uma vez que as Go" woc" rguswkuc" swg" gzcokpqw" c" kpàw‒pekc" fc"
mães adolescentes apresentam maior ocorrência de educação feminina no crescimento das crianças bra-
crianças com baixo peso ao nascer, ela ainda não está sileiras, encontrou-se nítida relação entre a baixa es-
fgÞpkvkxcogpvg" eqortqxcfc0" Woc" ukvwc›«q" ukoknct" colaridade materna e o retardo de desenvolvimento
ocorre entre mortalidade neonatal e mães com idades na infância. A não-conclusão do ensino fundamental
de 35 anos ou mais. aumenta em 1,7 vez o risco de retardo de crescimento,
Q" p¿ogtq" fg" Þnjqu" pcuekfqu" xkxqu" fi" woc" xctk - enquanto a escolaridade materna inferior a quatro anos
xgn"kpfkecvkxc"fc"fkuvtkdwk›«q"fqu"Þnjqu"ugiwpfq"uwc" está associada a chances de retardo 4,3 vezes maiores.
ordem de nascimento e a idade da mãe no momento O fato de a escolaridade da mãe persistir fortemente
do nascimento, associando-se ao nível socioeconômi- associada ao crescimento infantil, mesmo quando são
co da mãe e à mortalidade infantil. Alguns estudos semelhantes as condições socioeconômicas, é consis-
mostram estreita relação entre múltiplas gestações e a tente com a importância dos cuidados apropriados
mortalidade neonatal (CARVALHO; GOMES, 2005; (alimentação, higiene, manejo de enfermidades) para a
FERRARI et al., 2006). saúde e a nutrição da criança (MONTEIRO, 1997).
Embora exista uma associação entre peso ao nas-
cer e nascidos vivos provenientes de mulheres primí- CONSIDERAÇÕES FINAIS
paras e multíparas, não foram observadas diferenças
marcantes nessas probabilidades de morte, que po- A vinculação das bases de dados de nascidos vivos
deriam estar relacionadas, no caso dos nascidos vi- e óbitos neonatais possibilitaram aprofundar o estu-
vos provenientes de gestações de grandes multíparas, do da mortalidade neonatal no Estado de São Paulo,
com o fato de não se ter obtido risco relativo de mor- cpcnkucpfq"go"woc"eqqtvg"gurge Þec"fg"pcuekfqu"xk-
vg"ukipkÞecvkxq"rctc"qu"RKI0"Vcn"ukvwc›«q"guv "nkicfc" " vos as características do recém-nascido, da gestação,
constatação de que a elevada parturição é considera- do parto e da mãe.
da um risco para as crianças com crescimento intra- Os riscos de morte mais elevados correspondem
uterino retardado. às crianças que nascem com muito baixo peso e pré-
No caso dos nascidos vivos de primíparas, uma termo, indicando a existência de uma interação entre
hipótese refere-se à existência de associação entre guvcu"fwcu"ecvgiqtkcu"g"fq"ukipkÞecvkxq"rcrgn"fc"fwtc-
esta variável e os pré-termos de baixo peso, grupo ção da gestação na mortalidade neonatal.
Nota
1. Na categoria de partos vaginais incluem-se as informações
sobre partos por fórceps e outros.
CÉSAR, C.C.; RIBEIRO, P.M.; ABREU."F0O0Z0"Ghgkvq/kfcfg" MATHEWS, T.J.; MENACKER, F.; OCEFQTOCP, F.
ou efeito-pobreza? Mães adolescentes e mortalidade neonatal Infant mortality statistics from the 2002 period linked birth/
em Belo Horizonte. Revista Brasileira de Estudos de População, infant death data set. National Vital Statistics Reports, v. 53, n. 10,
n. 17, p. 177-196, 2000. p. 1-30, 2004.
MARTINS, E.F.; XGNéUSWGU/OGN¡PFG¥."I0"Fgvgtokpcp- ORTIZ, L.P. A mortalidade neonatal no Estado de São Paulo:
tes da mortalidade neonatal a partir de uma coorte de nascidos níveis e tendências segundo à duração da gestação. In: Encontro
vivos, Montes Claros, Minas Gerais, 1997-1999. Rev. Bras. Saúde Nacional da Associação Brasileira de Estudos Populacionais, 15., Ca-
Matern. Infant., n. 4, p. 405-412, 2004. xambu. Anais... Caxambu, Abep, 2006a.
MINAMISAWA, R. et al. Fatores associados ao baixo peso ao ______. Utilização da técnica de concatenação de base de dados
nascer no Estado de Goiás. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 6, para o estudo da mortalidade neonatal. In: Encontro Nacional de
p0"5."42260"Fkurqp xgn"go<">jvvr<11yyy0hgp0whi0dt@0 Rtqfwvqtgu"g"Wuw tkqu"fg"Kphqtoc› gu"Uqekcku."Geqp»okecu"g"Vgttkvqtkcku,
2., Rio de Janeiro, 2006b.
MONTEIRO, C.A. Melhoria em indicadores de saúde associados à ______. Características da mortalidade neonatal no Estado de
pobreza no Brasil dos anos 90: descrição, causas e impacto sobre U«q"Rcwnq0"Vgug"*Fqwvqtcfq+"Ï"Hcewnfcfg"fg"Uc¿fg"R¿dnkec"fc"
desigualdades regionais. São Paulo: Nupens/USP, 1997. USP, São Paulo, 1999.
MONTEIRO, C.A. et al. Tendência secular do peso ao nascer UNICEF – United Nations Children’s Fund; WHO – World
na cidade de São Paulo (1976-1998). Revista de Saúde Pública, São Health Organization. Low Birthweight: Country, regional and
Paulo, v. 34, n. 6, 2000. global estimates. New York: Unicef, 2004.
Resumo: Apresentam-se considerações sobre a situação recente da natimortalidade e da mortalidade perinatal para o Estado de São Paulo e suas regiões.
Destacam-se algumas de suas principais características e os níveis observados para os indicadores.
Palavras-chave: Óbito fetal. Natimorto. Óbito perinatal.
Abstract: There are considerations on the recent situation of perinatal mortality and the stillborn rates for the state of Sao Paulo and its regions.
Among them some of their main characteristics and the levels observed for the indicators were emphasized.
Key words: Fetal death. Mortality registries. Perinatal mortality.
A
mortalidade perinatal é considerada, atualmente,
um dos indicadores mais importantes para avaliação das condições de saúde de uma população, “visto que
seu estudo revela informações valiosas acerca da qualidade da assistência prestada à mulher durante o ciclo
gravídico-puerperal” (VARDANEGA et al., 2002, p. 2).
Nos países desenvolvidos, esse indicador é utilizado desde os anos 40, quando Peller propôs o termo peri-
natal, por considerar “necessário analisar como ‘unidade estatística’ a soma dos nascidos mortos (perdas fetais
tardias) com a morte durante os sete primeiros dias de vida” (LAURENTI; BUCHALLA, 1997, p. 2). Almeida
et al. (2006) destacam que, “Na Inglaterra e País de Gales, os natimortos passaram a ser registrados em 1928
e, apenas em 1949 foram somados aos óbitos neonatais precoces, criando-se assim o indicador mortalidade
perinatal”.
Já nos países em desenvolvimento, somente recentemente este indicador passou a merecer maior atenção,
sendo incluído na avaliação das condições de saúde.
Guvg"vgoc"egtvcogpvg"Þeqw"go"rncpq" ugewpf tkq"fgxkfq" u"ectcevgt uvkecu"swg"rtgfqokpctco" rqt" owkvq"
tempo na mortalidade infantil: grande presença de óbitos com mais de um mês de vida e alta incidência das
doenças infecciosas e parasitárias, o que, provavelmente, direcionou a maior parte das análises para tais aspec-
vqu."eqo"c"Þpcnkfcfg"fg"cfswktkt"ocku"eqpjgekogpvq"g"vcodfio"rtqrqtekqpct"ognjqtkc"pcu"eqpfk› gu"fg"uc¿fg"
das respectivas populações. Algumas dessas melhorias são consideradas relativamente simples de serem alcan-
çadas, uma vez que determinadas causas podem ser eliminadas ou reduzidas acentuadamente com condições
adequadas de saneamento, vacinação, instalação de postos de saúde, atenção ao parto e à gestante e realização
de pré-natal.
Laurenti, Buchalla e Costa (1984) destacam que a em particular na América Latina, as causas ligadas à gestação
e ao parto contribuíram com somente 6% para a redução total
mortalidade infantil tem sido estudada exaustivamente em to- dos óbitos infantis, passando a ocupar o primeiro lugar entre as
dos os países e, pode-se dizer, muito se sabe a seu respeito [...] causas de óbito de crianças no seu primeiro ano de vida.
Poucos estudos têm sido feitos entre nós, referentes às mortes
no período perinatal; o seu conhecimento seria importante em Eqo"cu"owfcp›cu"pq"rgtÞn"fc"oqtvcnkfcfg."q"gp-
termos de sua redução e representaria, por outro lado, uma foque dos estudos passou a demandar maior conhe-
contribuição importante para a redução da mortalidade infan- cimento sobre sua ocorrência, englobando também a
til como um todo. mortalidade perinatal, pois, como ressaltado anterior-
mente, seus componentes – óbitos infantis neonatais
Aquino e Ceccatti (1998) acrescentam, ainda em precoces (0 a 6 dias) e natimortos (óbitos fetais de
relação à mortalidade fetal, que “pouco se tem es- 22 ou mais semanas de gestação) – apresentam ca-
tudado a seu respeito separadamente das mortali- racterísticas e fatores associados muito semelhantes
dades perinatal e infantil”. Nurdan (2003, p. 5), em (LANSKY; FRANÇA; LEAL 2002; LAURENTI;
estudo sobre a natimortalidade em microrregião do BUCHALLA, 1997).
kpvgtkqt" okpgktq." cÞtoc" swg" Ñqu" rqwequ" vtcdcnjqu" Esse diagnóstico é muito importante não apenas
existentes na literatura estão relacionados a grandes para avaliar a qualidade do atendimento às crianças
cidades”. e às gestantes, mas também para implementar políti-
Além desses aspectos, deve-se ressaltar que a dis- cas que proporcionem a continuidade da redução da
ponibilidade de informações da natimortalidade tem mortalidade infantil, observada nos últimos anos.
sido tradicionalmente menor do que a da mortalida- Tendo em vista que o conhecimento da morta-
de infantil, o que torna seu conhecimento mais com- lidade infantil é mais amplo, mesmo quando se tra-
plexo para determinadas regiões. Sobre isto, Lansky, ta do período neonatal precoce, é priorizada aqui
França e Leal (2002, p. 3) destacam que: a apresentação de alguns aspectos relacionados à
natimortalidade. Posteriormente, apresenta-se sua
Pouca atenção tem sido dada às mortes que ocorrem antes do participação na mortalidade perinatal, para o Estado
pcuekogpvq."crguct"fc"oqtvcnkfcfg"hgvcn"ugt"kpàwgpekcfc"rgncu" de São Paulo e suas regiões, especialmente para os
mesmas circunstâncias e a mesma etiologia que a mortalidade últimos anos.
neonatal precoce.
AS INFORMAÇÕES PARA SÃO PAULO
À medida que a mortalidade infantil diminui acen-
tuadamente em muitas áreas, os óbitos concentram- Como se destacou inicialmente, a análise das infor-
se nas primeiras idades, especialmente na primeira se- mações da natimortalidade depende da sua disponi-
mana de vida (CAMARGO, 1992, 1996; FERREIRA, bilidade em termos tanto quantitativos como quali-
1989, 1992; ORTIZ, 2002; FUNDAÇÃO SEADE, tativos. Em relação ao primeiro aspecto, ressalta-se
2005, 2007). que o Estado de São Paulo conta com séries de in-
hqtoc› gu" fgoqit Þecu" owkvq" korqtvcpvgu" swg" tg-
A redução da mortalidade peri e neonatal tem sido mais difícil oqpvco"cq"Þpcn"fq"ufiewnq"ZKZ0"Rctc"c"oqtvcnkfcfg"
e lenta do que a da mortalidade pós-neonatal, já que esta últi- infantil e a natimortalidade, é possível observar as
ma é mais vulnerável às melhorias globais da condição de vida importantes alterações que vêm ocorrendo de forma
e às intervenções do setor de saúde (LANSKY; FRANÇA; contínua pelo menos desde os anos 20 do século pas-
LEAL, 2002, p. 3). sado, possibilitando acompanhar as principais altera-
ções ocorridas entre as principais causas de morte, a
Ainda neste sentido, Vardanega et al. (2002) des- distribuição por sexo e idade e também para as áreas
tacam que, igqit Þecu"*IQNFCPK."3;:4+0
5
Em caso de morte fetal, os médicos que prestavam assistên-
ekc" "o«g"Þeco"qdtkicfqu"c"hqtpgegt"c"fgenctc›«q"fg"„dkvq"fq" 0
feto, quando a gestação tiver duração igual ou superior a 20 < 22 22 a 27 28 a 31 32 a 36 37 a 41 42 e +
Duração da gestação
semanas ou o feto tiver peso corporal igual ou superior a 500
gramas e/ou estatura igual ou superior a 25 centímetros.
Fonte: Fundação Seade.
(1) Excluindo os óbitos fetais com duração da gestação
Em gestações de menos de 20 semanas, ignorada.
It Þeq"5
Proporção de Óbitos Fetais com Menos de 37 Semanas de Gestação, por Direções Regionais de Saúde – DIRs
Estado de São Paulo – 2006
%
100
95
90
85
80
75
70
65
60 DIRs
ital sco reto zes reto dré etos ente ara stado ocha gistro ubaté pinas ucatu arília Vista atuba antos mpos icaba auru ranca Assis caba
Cap Osa Rio P as Cru irão P nto An Barr Prud raraqu E da R Re Ta Cam Bot M Boa ç S Ca irac B F Sor
o
o d e Sa te A Ara os P
é d ogi Rib den nco od
a
éd
Jos M r esi Fra Joã Jos
Sã o P Sã o Sã o
PESO AO NASCER
It Þeq"6 O peso ao nascer também é uma variável muito im-
Razão de Mortalidade Fetal (1), segundo Sexo rqtvcpvg."ugpfq"owkvcu"xg|gu"wvknk|cfc"rctc"fgÞpk›«q"
Estado de São Paulo – 2000-2006 dos natimortos, especialmente quando se desconhece
a duração da gestação. Geralmente nesses casos, con-
Masculino Feminino
sideram-se natimortos os óbitos fetais que tenham
Taxa (por mil nascidos vivos)
14 pelo menos 500 ou 1.000 gramas.
13 Existe grande associação entre peso ao nascer e
duração da gestação: em 2006 que, entre aqueles com
12
22 a 27 semanas de gestação, somente 1% possuía
11 peso igual ou maior que 2.500 gramas, enquanto en-
10 tre os de 37 ou mais semanas 74% alcançaram esse
peso.
9
No caso de São Paulo tem-se utilizado tradicional-
8 mente a duração da gestação para o cálculo dos co-
7
gÞekgpvgu"fg"oqtvcnkfcfg"rgtkpcvcn"g"pcvkoqtvcnkfcfg"
uma vez que só recentemente esta variável apresen-
6
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 tou menores porcentuais de desconhecimento.
Nos últimos anos, o preenchimento dessa infor-
Fonte: Fundação Seade.
mação vem melhorando, ainda que não tenha al-
(1) Por mil nascidos vivos. cançado níveis considerados totalmente adequados.
IDADE DA MÃE
15
It Þeq":
Distribuição dos Nascidos Vivos, dos Óbitos Fetais e Razão entre Óbitos Fetais e
Nascidos Vivos (1), por Idade da Mãe
Estado de São Paulo – 2000-2006
% Nascidos Vivos Óbitos Fetais Razão (OF/NV) Razão (1)
30 60
25 50
20 40
15 30
10 20
5 10
0 0
Menos de 15 15 - 19 20 - 24 25 - 29 30 - 34 35 - 39 40 - 44 45 e mais
Idade da Mãe
Este padrão observado para o Estado de São Pau- maternas, não obrigatoriamente relacionadas com a
lo repete-se em outras áreas, tanto em países desen- gravidez atual” (10,9%). Já bem abaixo, com cerca de
volvidos como naqueles em desenvolvimento. 4% do total, vem a causa denominada “feto e recém-
nascido afetados por complicações maternas da gra-
Vários trabalhos têm demonstrado existir uma relação entre a videz”, ressaltando-se que as cinco causas destacadas
mortalidade neonatal e a idade da mãe, evidenciando que o au- representam cerca de 90% do total. No grupo das
mento da idade faz aumentar essa mortalidade. Relativamente malformações congênitas, as denominadas “anence-
cqu"pcuekfqu"oqtvqu"qu"eqgÞekgpvgu"ugiwktco"c"vgpf‒pekc"oquvtc- falia e malformações similares” aparecem como as
da nos referidos trabalhos: a possibilidade ou ocorrência de per- mais importantes, com 1,2% do total de ocorrências
das fetais tardias foi maior nas mulheres de menos de 20 anos em 2006.
do que naquelas dos grupos etários seguintes (20 a 24 e 25 a Go" tgnc›«q" cqu" eqgÞekgpvgu" fcu" rtkpekrcku" ecw-
29 anos), aumentando depois com o crescer da idade e atingindo sas de mortalidade fetal, observa-se que as reduções
seu valor máximo no grupo de mulheres entre 40 e 44 anos mais importantes observadas desde 2000 ocorreram
(LAURENTI; SILVEIRA; SIQUEIRA, 1975). naquelas causas que apareciam na terceira e quarta
posições das mais importantes e citadas acima. Já a
Laurenti destacava, já em 1975, que hipóxia, que aparece como a principal, diminuiu 17%
fgufg"4222."cq"rcuuct"fg"wo"eqgÞekgpvg"fg"5.7"rqt"
as mulheres com idades compreendidas entre 40 e 49 anos okn"rctc"4.;"rqt"okn"go"42280"L "cu"Ñp«q"gurge ÞecuÒ"
constituem grupo de alto risco e estão, portanto, a merecer maior fkokpw tco"egtec"fg"58'."eqo"q"eqgÞekgpvg"rcuucp-
atenção dos serviços de atendimento pré-natal e ao parto. do de 3,6 por mil para 2,3 por mil, no período analisa-
fq."ukipkÞecpfq"rgswgpc"ognjqtkc"pq"rtggpejkogpvq"
Na Inglaterra, Gales e Irlanda do Norte, segundo nas causas de morte dos óbitos fetais.
informações referentes a 2004, a razão de natimortos Quanto ao item denominado “restante das afec-
para os nascidos vivos, para mães de 45 anos ou mais, ções perinatais”, os valores foram de 1,4 e 1,1 por
era cerca de três vezes maior do que a registrada entre mil, respectivamente em 2000 e 2006 (It Þeq 9).
aquelas de 20 a 29 anos. Ainda em relação aos resultados apresentados,
chamam atenção os elevados porcentuais dos óbitos
CAUSAS DE MORTE incluídos na categoria no item “morte fetal de causa
p«q"gurgekÞecfcÒ."swg"rctc"q"Guvcfq."tgrtgugpvcxco"
No Estado de São Paulo, em 2006, 93,3% dos óbi- cerca de 26% do total, em 2006, mas em algumas
tos fetais ocorreram devido a problemas perinatais e regiões eram mais elevados, chegando a quase 50%
6,6% por malformações congênitas, havendo ainda na DIR da Capital, 41,8% na de Presidente Prudente,
três casos de neoplasias. 34,7% em Araçatuba e 33,3% em Barretos. Já nas
Considerando-se uma desagregação maior de cau- DIRs de Ribeirão Preto, Marília, Taubaté, Santo
sas de morte, percebe-se que, desde 2000, a hipóxia Cpftfi" g" U«q" Lqufi" fqu" Ecorqu." Þectco" cdckzq" fg"
intra-uterina vem representando a principal causa de 12%, sendo que na primeira alcançou 6% (Tabela 1).
morte fetal, com cerca de 30% do total. A “morte Qu"gngxcfqu"xcnqtgu"rctc"cu"ecwucu"p«q"gurgekÞec-
hgvcn" fg" ecwuc" p«q" gurge ÞecÒ." swg" pc" xgtfcfg" tg- dos, observados em algumas regiões, comprometem
rtgugpvc" c" ecwuc" ocnfgÞpkfc" rctc" qu" „dkvqu" hgvcku." fg" hqtoc" ukipkÞecvkxc" wo" ognjqt" fkcip„uvkeq" rctc"
vem a seguir e muito próxima da anterior, com va- estas áreas, demandando medidas urgentes para sua
lores de 26% a 29% no período. Aparecem depois melhoria.
as seguintes causas: “feto e recém-nascido afetados Go" tgnc›«q" u" ecwucu" gurge Þecu." qdugtxc/ug" swg"
por complicações da placenta, do cordão umbilical em 13 das 24 DIRs a hipóxia intra-uterina aparece
e das membranas” (16%) e as causas denominadas como a principal causa, variando entre 26%, na DIR
como “feto e recém-nascido afetados por afecções de Assis, e 66%, na de Osasco. A causa denominada
Vcdgnc"3
Proporção de Óbitos Fetais, por Principais Causas de Morte, segundo Direções Regionais de Saúde – DIRs
Estado de São Paulo – 2006
Em porcentagem
Feto e Recém- Feto e Recém-
Nascido Afetados Nascido Afetados por
Hipóxia Morte Fetal
por Complicações da Afecções Maternas, Demais
DIRs Intra- de Causa Não
Placenta, do Cordão Não Obrigatoriamente Causas
uterina Especificada
Umbilical e das Relacionadas com a
Membranas Gravidez Atual
em seu preenchimento, demandando melhorias para diminuiu seu limite para 22 semanas de gestação. As-
sua utilização. sim, devido a tais alterações, não é possível analisar a
Enquanto, para o tipo de parto, o porcentual de tendência desses indicadores considerando apenas um
desconhecimento, em 2006, foi de quase 30% nas ou- período, pois os resultados não são comparáveis, uma
vtcu"xctk xgku"Þectco"gpvtg"72'"g"77'0 vez que os intervalos utilizados anteriormente para a
Fato semelhante ocorre com a variável “morte em duração da gestação não podem ser compatibilizados.
relação ao parto”, que seria extremamente importan- Deve-se ressaltar que, recentemente, a Rede Inte-
te, mas que praticamente não é preenchida em São ragencial de Informação para a Saúde – Ripsa sugeriu
Paulo. a inclusão dos óbitos fetais com duração da gestação
ignorada no cálculo da mortalidade perinatal,
TENDÊNCIA DA NATIMORTALIDADE
E DAMORTALIDADE PERINATAL Eqpukfgtcpfq"c"uwdpqvkÞec›«q"fg"„dkvqu"hgvcku"g"c"rtgectkgfcfg"
da informação disponível sobre a duração da gestação, reco-
Os resultados apresentados mostram que as infor- menda-se somar, tanto ao numerador como ao denominador, o
mações necessárias à obtenção de indicadores que número de óbitos fetais com idade gestacional ignorada ou não
envolvem os óbitos fetais possuem problemas con- preenchida (RIPSA, 2008, p. 117).
ukfgtcfqu"o pkoqu."swcpvq" "uwc"swcpvkÞec›«q"rctc"
o Estado de São Paulo e regiões (FUNDAÇÃO No caso do Estado de São Paulo, essa alteração
SEADE, 2006). Antes de apresentar sua evolução no não foi realizada até o momento, pois, além de re-
tempo, porém, destacam-se as razões que geram os estimar toda a série de informações disponíveis para
indicadores aqui utilizados, ou seja, a natimortalida- os anos anteriores, isto implica variações de cerca de
de e a mortalidade perinatal, que são expressadas da uqogpvg"5'"pqu"eqgÞekgpvgu"guvcfwcku"fg"oqtvcnkfc-
seguinte forma: de perinatal nos anos mais recentes. Dessa forma, no
It Þeq 10, que apresenta a evolução dos indicadores
Taxa de Natimortalidade = Nascidos Mortos * 1000 a partir de 1980, englobam-se as informações calcu-
Nascidos Vivos + Natimortos ladas segundo as razões apresentadas, porém, para
dois períodos distintos para sua observação: de 1980
Taxa de Mortalidade Perinatal = a 1995 e de 1996 a 2006, que correspondem às CIDs
Óbitos infantis de 0 a 6 dias + Natimortos * 1000 utilizadas.
Nascidos Vivos + Natimortos Assim, tendo em conta tais considerações, obser-
Ao contrário da maioria dos indicadores demo- va-se a evolução das taxas de natimortalidade, morta-
it Þequ." p«q" j " wpkhqtok|c›«q" rctc" qdvgp›«q" fc- lidade neonatal precoce e mortalidade perinatal, para
queles que envolvem os natimortos, devido à falta o Estado de São Paulo a partir de 1980, bem como a
de padronização internacional quanto ao registro proporção que os natimortos representam sobre esta
dos fetos. “Ainda hoje, em vários países, somente última.
os fetos com 20 semanas ou mais de gestação são As informações do It Þeq 10 apontam a impor-
rotineiramente registrados, enquanto que em ou- tante redução dos níveis de natimortalidade e morta-
tros apenas os conceptos considerados como per- lidade perinatal no Estado de São Paulo, desde 1980,
das fetais tardias (idade gestacional > a 28 semanas kpfgrgpfgpvg" fc" encuukÞec›«q" wvknk|cfc0" Go" 3;:2." c"
ou peso > 1.000g) têm o seu registro obrigatório” taxa de natimortalidade era de 13,4 por mil no Es-
(DE LORENZI, 2001, p. 142). tado, chegando a 8,2 por mil em 1992, a mais baixa
Além disso, como ressaltado anteriormente, estas registrada no período da CID-9, e, posteriormente,
razões alteram-se no decorrer do tempo em função aumentando para 9,2 por mil, ou seja, 12% maior do
das mudanças de conceito dos natimortos, que na que o valor observado em 1992. Ao se iniciar o perío-
EncuukÞec›«q" Kpvgtpcekqpcn" fg" Fqgp›cu" ocku" tgegpvg" do que corresponde à utilização da CID-10 (1996), o
It Þeq"32
Coeficientes de Mortalidade Neonatal Precoce, Perinatal e Natimortalidade
e Proporção de Natimortos no Total da Mortalidade Perinatal
Estado de São Paulo – 1980-2006
CID-9 CID-10
30
50
Neonatal
25 Precoce
40
Perinatal
20
Natimor-
30 talidade
15 Proporção
Natimortos
20
10
10
5
0 0
1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006
índice era de 10,7 por mil, 16% superior ao do ano apresentou evolução mais lenta. Devido a esse com-
cpvgtkqt." q" swg" fi" lwuvkÞecfq" rgnq" ockqt" p¿ogtq" fg" portamento, observa-se, ainda no It Þeq 10, que a
eventos, ao se reduzir, no novo conceito de natimor- cada ano as taxas de natimortos aproximam-se das
to, o tempo da duração da gestação. Nos anos seguin- pgqpcvcku" rtgeqegu." uwrgtcpfq/cu" fgÞpkvkxcogpvg" c"
vgu."qu"eqgÞekgpvgu"fkokpwgo."ejgicpfq"c":.2"rqt"okn" partir de 1999. Em 2006, a natimortalidade represen-
em 2006, ou seja, 30% menor que em relação a 1996. tava 55% da mortalidade perinatal, o que torna muito
Já a mortalidade perinatal, que correspondia a 31 importante analisar não apenas sua ocorrência, mas
por mil em 1980, reduziu-se para cerca de 22 por mil também suas principais características e fatores asso-
nos últimos anos da CID 9, enquanto de 1996 a 2006 ciados à sua ocorrência.
passou de 22,5 para 14,4 por mil, com um decréscimo Segundo Vardanega et al. (2002, p. 2), a maior re-
da ordem de 37% nesses dez últimos anos. fw›«q"fqu"eqgÞekgpvgu"fg"oqtvcnkfcfg"pgqpcvcn"rtg-
Por sua vez, a mortalidade neonatal precoce dimi- coce em relação à natimortalidade
nuiu 34,6%, entre 1980 e 1996, e 45,4% no período
mais recente, no Estado, enquanto para a natimorta- é atribuída aos contínuos progressos observados nos campos da
lidade esses valores são de, respectivamente, 20,3% e Obstetrícia, pela melhoria da assistência pré-natal e da Neo-
25,1%. Portanto, para a redução da taxa de mortali- natologia. Esta última corresponde principalmente à criação
dade perinatal, foi maior contribuição da mortalida- dos centros de terapia intensiva neonatal, o que tornou possível
de neonatal precoce, uma vez que a natimortalidade uma maior sobrevida de fetos nascidos pré-termo.
It Þeq"33
Taxas de Natimortalidade (1), por Direções Regionais de Saúde – DIRs
Estado de São Paulo – 2000-2006
2000 2006
14
12
10
0
lo
ar co
ba
ília
O a
ra
s
s
o
Ar uru
ta
am a
Ri tos
am a
ro
te
l
os
ra ré
s
a
tu
té
ita
na
ze
si
ub
et
C nc
po
et
b
ch
u
s
ua
en
st
a
d
s
ba
ca
nt
ar
ca
As
Pa
ap
Vi
do arre
Pr
Pr
Ba
de tuc
sa
ru
An
pi
at
a
gi
Ro
Sa
aq
ud
M
u
ci
Fr
ro
C
a
aç
Re
o
o
an ão
Ta
do Bo
Bo
sé B
irã
Pr
So
da
as
nt
C
S
Pi
Ar
s
be
te
Sa
id
da
do
co
en
Ri
og
ão
sé
id
M
Jo
Fr
Jo
Jo
es
ta
Es
Pr
o
Sã
Sã
Sã
Vcdgnc"5
Taxas de Mortalidade Neonatal Precoce, Natimortalidade e Mortalidade Perinatal e Participação da Natimortalidade na
Mortalidade Perinatal, segundo Direções Regionais de Saúde – DIRs
Estado de São Paulo – Média de 2005/2006
te baixos quando comparados aos de áreas menos a melhoria das condições de saúde da população e
desenvolvidas. certamente será ampliado com a constituição dos Co-
Quando confrontados com os de países mais okv‒u"swg"kpxguvkico"c"oqtvcnkfcfg"rgtkpcvcn."kfgpvkÞ-
avançados, no entanto, percebe-se que ainda há um cando novos elementos, tais como as doenças relata-
importante caminho a ser percorrido, além de se per-
das, aspectos sociais, hábitos, número de consultas e
ceber a persistência de importantes diferenças entre
acesso aos serviços médicos.
as regiões.
A simples redução dos níveis de natimortalidade Algumas análises já apontam esses fatores, ressal-
e da mortalidade neonatal precoce nas regiões com tando-se aqueles mais importantes, especialmente os
maiores índices, especialmente Santos, Registro, São relacionados a melhorias no acesso e na qualidade do
João da Boa Vista, Sorocaba e Taubaté, diminuiria a pré-natal e do parto. Isto teria impacto também na
distância entre o resultado do Estado e aqueles ob- mortalidade infantil, especialmente do período neo-
servados nos países mais desenvolvidos. natal precoce, em que ocorre, atualmente, cerca de
Deve-se ainda acrescentar a necessidade de me-
metade dos óbitos infantis do Estado e cujas caracte-
lhorias no preenchimento de algumas variáveis da
rísticas são muito semelhantes aos dos natimortos.
Declaração de Óbito, inclusive a causa de morte,
ampliando, assim, o conhecimento epidemiológico e Com isso, a mortalidade infantil manteria a ten-
fgoqit Þeq"fg"vcku"„dkvqu0 dência de queda observada de forma quase contínua
Esse conhecimento das características demográ- nas três últimas décadas e aproximar-se-ia dos níveis
Þecu" fi" xkvcn" rctc" gncdqtc›«q" fg" rqn vkecu" swg" xkuco" observados nos países desenvolvidos.
CAMARGO, A.B.M. Transição epidemiológica no Brasil: evolu- ______. Análise da natimortalidade no Estado de São Paulo –
ção e novos fatos. In: SEMINÁRIO SOBRE PREVIDÊNCIA Relatório I. Painel de indicadores de monitoramento e avaliação
SOCIAL. Brasília, 1996. em Saúde. São Paulo, 2006a. Mimeografado.
______. A mortalidade infantil em São Paulo e a ocorrência das ______. Análise da natimortalidade no Estado de São Paulo –
causas perinatais. In: ENCONTRO DE ESTUDOS POPULA- Relatório II. Painel de indicadores de monitoramento e avaliação
CIONAIS, 8., Anais... Brasília, 1992. v. 2, p. 309-332. em Saúde. São Paulo, 2006b. Mimeografado.
______. Mortalidade infantil no Estado em 2006. Índice é 22% _______. Perdas fetais do Distrito de São Paulo. Dissertação
menor que o registrado em 2000. UR"Fgoqit Þeq. São Paulo, ano (Mestrado em Saúde Pública) – Faculdade de Saúde Pública,
8, n. 2, jul. 2005. Universidade de São Paulo, 1974.
GOLDANI, A.M. O potencial e o uso das estatísticas vitais de MELLO, V.F.L. et al. Mortes perinatais em Belo Horizonte: Mo-
São Paulo: a experiência do GEADE. Kphqtog"Fgoqit Þeq, São nitorar para prevenir. In: GPEQPVTQ"FG"GZVGPUËQ"FC
Paulo, Fundação Seade, n. 7, p. 57-81, 1982. UFMG, 8., Belo Horizonte. Anais... out. 2005. Disponível em:
<http://www.ufmg.br/proex/arquivos/8Encontro/Saude_33.
LANSKY, S; FRANÇA, E.; LEAL, M.C. Mortalidade perinatal pdf>. Acesso em: 28 abr. 2008.
e evitabilidade: revisão da literatura. Revista de Saúde Pública, São
Paulo, v. 36, n. 6, dez. 2002.
NURDAN, N. Óbito fetal em microrregião de Minas Gerais:
LAURENTI, R. Fatores de erros, na mensuração da mortalidade causas e fatores associados. Revista Brasileira de Ginecologia e
infantil. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 9, n. 4, dez. 1975. Obstetrícia, Rio de Janeiro, v. 25, n. 25, mar. 2003.
LAURENTI, R.; SILVEIRA, M.H.; SIQUEIRA, A. Mortalidade RIPSA – Rede Interagencial de Informação para a Saúde.
perinatal em São Paulo, Brasil. Revista de Saúde Pública, São Indicadores básicos para a saúde no Brasil: conceitos e aplicações.
Paulo, v. 9, n. 2, jun. 1975. Disponível em: <http://www. Brasília, Organização Panamericana da Saúde, 2008.
scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
89101975000200004&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 28 abr. VARDANEGA, K. et al. Fatores de risco para natimortalidade
2008. em um hospital universitário da Região Sul do Brasil. Revista
Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de Janeiro, v. 24, p. 617-22,
MELLO JORGE, M.H. Registro dos eventos vitais: sua impor- 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v24n9/
tância em saúde pública. Série Divulgação, São Paulo, n. 5, 1990. v24n9a08.pdf>. Acesso em: 28 abr 2008.
Eqoq"ekvct"q"ctvkiq<
CAMARGO, A.B.M. A natimortalidade e a mortalidade perinatal em São Paulo. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, Fundação
Seade, v. 22, n. 1, p. 30-47, jan./jun. 2008. Disponível em: <http://www.seade.gov.br>; <http://www.scielo.br>.
Resumo: A fecundidade é um dos componentes demográficos, juntamente com a mortalidade e a migração, determinantes do crescimento
e da estrutura etária da população. O estudo descreve a redução da fecundidade e as transformações no comportamento reprodutivo
das mulheres residentes em São Paulo e em suas regiões de saúde, ao longo da última década.
Palavras-chave: Fecundidade. Idade média da fecundidade. Regiões de saúde.
Abstract: The fertility is one of the demographic components, together with the mortality and the migration, determinant of the growth
and the age structure of the population. The study describes the reduction of the fertility and the transformations in the reproductive
behavior of the resident women in Sao Paulo and its regions of health, throughout the last decade.
Key words: Fertility. Mean age of fertility. Regions of health.
A
" " hgewpfkfcfg" fi" woc" fcu" xctk xgku" fgoqit Þecu."
lwpvcogpvg"eqo"c"oqtvcnkfcfg"g"c"okitc›«q."fgvgtokpcpvgu"fq"etguekogpvq"rqrwncekqpcn"g"fc"guvtwvwtc"rqt"
kfcfg"fc"rqrwnc›«q0"Cuuko."c"tgfw›«q"pq"tkvoq"fg"etguekogpvq"rqrwncekqpcn"qdugtxcfc"pq"rc u"g"pq"Guvcfq"fg"
U«q"Rcwnq."pcu"¿nvkocu"ffiecfcu."dgo"eqoq"c"owfcp›c"pc"guvtwvwtc"gv tkc."fi"q"tguwnvcfq"fc"korqtvcpvg"swgfc"fc"
hgewpfkfcfg"go"vqfq"q"rc u."cnfio"fc"fkokpwk›«q"fc"oqtvcnkfcfg"g"fc"okitc›«q0"Fkxgtucu"ecwucu"guv«q"cuuqekcfcu"
cq"fgen pkq"fc"hgewpfkfcfg0"Guvwfqu"tgcnk|cfqu"rqt"Ogttkem"g"Dgtsw„"*3;:5+."Ectxcnjq."Rckxc"g"Ucy{gt"*3;:3+."
Rckxc"*3;:7+."Hctkc"*3;:;+."Cnxgu"*3;;6+."Hctkc"g"Rqvvgt"*3;;6+"oquvtco"swg"q"fgen pkq"Ñfi"q"tguwnvcfq"fc"kpvgtc-
›«q"fg"wo"eqplwpvq"eqorngzq"fg"vtcpuhqtoc› gu"fg"pcvwtg|c"geqp»okec."uqekcn"g"kpuvkvwekqpcnÒ"*RGTR¡VWQ="
CIWKTTG."3;;:."r0"50224+0"Cnfio"fkuuq."guvc"owfcp›c"qeqttgw"fcfc"c"fkurqpkdknkfcfg"g"fkhwu«q"fg"ofivqfqu"
eqpvtcegrvkxqu"fg"cnvc"gÞe ekc."fgvgtokpcpvg"rt„zkoq"ocku"korqtvcpvg"pguug"rtqeguuq"fg"swgfc"fc"hgewpfkfcfg"
*RGTR¡VWQ="CIWKTTG."3;;:+0
¡"vcodfio"dcuvcpvg"eqpjgekfc"c"cuuqekc›«q"gpvtg"c"hgewpfkfcfg"g"q"p xgn"uqekqgeqp»okeq"qw"eqpfk›«q"fg"xkfc"
fc"rqrwnc›«q0"Q"p xgn"fg"kpuvtw›«q"fcu"o«gu"fi"igtcnogpvg"wvknk|cfq"eqoq"proxy"fguvcu"xctk xgku."rqku"guv "owkvq"
cuuqekcfq"c"qwvtqu"kpfkecfqtgu."eqoq"tgpfc."rqdtg|c."gve0."swg"fgvgtokpco"q"uwditwrq"rqrwncekqpcn"cq"swcn"
It Þeq"3
Taxa de Fecundidade Total (1)
Estado de São Paulo – 1960-2006
TFT
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005
cpqu0"C"xctkc›«q"pc"ffiecfc"ugiwkpvg"*3;;2/4222+"hqk" Vcdgnc"3
dgo"ogpqt."q"swg"gtc"gurgtcfq."woc"xg|"swg"c"swgfc" Taxa de Fecundidade Total – TFT e Variação
jcxkc"ukfq"korqtvcpvg"pq"rgt qfq"cpvgtkqt0"Pq"s¯kp- Estado de São Paulo – 1980-2006
s¯‒pkq" ugiwkpvg." q" fgen pkq" hqk" tgvqocfq." eqo" woc"
tgfw›«q."uqogpvg"pguug"rgt qfq."fg"3;.6'"pc"vczc"fg"
Variação
hgewpfkfcfg" vqvcn." qw" 2.6" Þnjq" rqt" ownjgt0" Gurgtc/
Anos TFT (1)
ug"swg."pqu"rt„zkoqu"cpqu."c"vgpf‒pekc"fg"swgfc"ug" Nos
%
ocpvgpjc."ocu"go"tkvoq"ogpqt."rqku"cu"vczcu"fg"hg- Absolutos
ewpfkfcfg"l "cnecp›ctco"xcnqtgu"dcuvcpvg"tgfw|kfqu0
Q"p xgn"fg"hgewpfkfcfg"xctkc"eqphqtog"q"nqecn"fg" 1980 3,43
tgukf‒pekc"fc"ownjgt"qw"fg"ugw"p xgn"uqekqgeqp»okeq0"
1,06 -30,8
Q"Guvcfq"fg"U«q"Rcwnq"guv "fkxkfkfq"go"46"Fktg› gu"
Tgikqpcku"fg"Uc¿fg"*FKTu+.4"pcu"swcku"cu"vczcu"xctkco" 1990 2,37
gpvtg"wo"o pkoq"fg"3.5;"Þnjq"rqt"ownjgt."pc"FKT"
fg" U«q" Lqufi" fq" Tkq" Rtgvq." tgik«q" vtcfkekqpcnogpvg" 0,21 -8,8
eqpjgekfc" rqt" crtgugpvct" woc" fcu" ogpqtgu" vczcu."
2000 2,16
g"wo"o zkoq"fg"3.;8"Þnjq."pc"FKT"fg"Tgikuvtq."fg"
hqtoc"swg"vqfcu"cu"tgik gu"rcuuctco"c"tgikuvtct"vczcu" 0,42 -19,4
kphgtkqtgu"c"fqku"Þnjqu"rqt"ownjgt."go"42280
C"hgewpfkfcfg"pq"Guvcfq"fg"U«q"Rcwnq"ugiwpfq" 2006 1,74
cu"tgik gu"rqfg"ugt"qdugtxcfc"pq"It Þeq"40"Fcu"46" Fonte: Fundação Seade; Wong (1985).
FKTu."3:"tgikuvtco"vczcu"kphgtkqtgu" "ofifkc"fq"Guvc- (1) Número médio de filhos por mulher.
It Þeq"4
Taxas de Fecundidade Total – TFT (1), segundo Direções Regionais de Saúde – DIRs
Estado de São Paulo – 2006
TFT
2,0
1,8
1,6
1,4
1,2
1,0 DIRs
to a lia os ra Vista ente uru inas aba ssis reto até pos dré aba atu cha lo tos es ca o l ro
Pre tub arí t ua a c A oP ub am n uc au San Cruz Fran sasc apita gist
io raça M arre araq Boa Prud B amp iraci irã
c o
Ta os C to A Soro Bot da R ão P
o R A B Ar a nte C P b e d n S d as O C Re
d d Ri a o e gi
os
é o
oã sid
e os
é S nc od
oJ oJ Fra stad Mo
o J Pre Sã E
Sã Sã
Vcdgnc"4
Taxas de Fecundidade Total – TFT (1) e Variações, segundo Direções Regionais de Saúde – DIRs
Estado de São Paulo – 1995-2006
Ocrc"3
Taxas de Fecundidade Total – TFT (1), segundo Direções Regionais de Saúde – DIRs
1995-2006
1995
TFT = 2,26
São José
do Rio Preto Franca
Barretos
Araçatuba
Ribeirão Preto
São João
Marília Araraquara da Boa Vista
Bauru
Presidente Prudente
Piracicaba
Assis
Campinas Taubaté
Botucatu Franco São José
da Rocha dos Campos
Mogi das
Capital Cruzes
Sorocaba Osasco
Santo André
Santos
Registro
2000
TFT = 2,13
2006
TFT = 1,74
TFT
Até 1,5 filho
Mais de 1,50 a 1,80 filho
Mais de 1,80 a 2,10 filhos
Mais de 2,10 a 2,50 filhos
Acima de 2,50 filhos
0 50 100 150
Quilômetros
It Þeq"5
Taxas de Fecundidade, por Faixa Etária (1)
Estado de São Paulo – 1980-2006
160,0 1995
2000
140,0 2006
120,0
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 45 a 49
anos anos anos anos anos anos anos
It Þeq"6
Taxas de Fecundidade, segundo Faixa Etária (1)
Estado de São Paulo – 1980-2006
Taxas (por mil)
200 15 a 19 anos
20 a 24 anos
160 25 a 29 anos
30 a 34 anos
35 a 39 anos
120
40 a 44 anos
80
40
0
1980 1985 1990 1995 2000 2005
Vcdgnc"5
Indicadores de Fecundidade
Estado de São Paulo – 1980-2006
Variações (%)
Indicadores de Fecundidade 1980 1990 2000 2006 1980- 1990- 2000-
1990 2000 2006
xcogpvg." c" e¿urkfg" fgunqec/ug" gpvtg" 42" g" 52" cpqu0" rctc"c"hgewpfkfcfg"Þpcn0"Cuuko."go"4228."c"ogvcfg"fc"
Pq"rtkogktq"s¯kps¯‒pkq"fqu"cpqu"4222."c"tgfw›«q" hgewpfkfcfg"vqvcn"hqk"tgcnk|cfc"rgncu"ownjgtgu"fg"42"c"
fc" hgewpfkfcfg" fcu" ownjgtgu" ocku" lqxgpu" *fg" 37" c" 4;"cpqu="cfkekqpcpfq/ug"c"eqpvtkdwk›«q"fq"itwrq"fcu"
4;"cpqu+"hqk"fg"crtqzkocfcogpvg"42'."gpswcpvq"c" cfqnguegpvgu"fg"37"c"3;"cpqu"*39'+."qu"vt‒u"itwrqu"
fcu" ocku" xgnjcu" rgtocpgegw" rtcvkecogpvg" guv xgn0" lwpvqu."fg"37"c"4;"cpqu."eqpvtkdw tco"eqo"swcug"92'"
Cuuko."c"hgewpfkfcfg"fcu"ownjgtgu"rcwnkuvcu"g"dtcuk- fc"hgewpfkfcfg"Þpcn"*Vcdgnc"5+0"Pguvc"vcdgnc"qdugtxc/
ngktcu"ectcevgtk|c/ug"rqt"ugt"fq"vkrq"rtgeqeg."go"swg" ug"swg"c"rctvg"fc"hgewpfkfcfg"cfqnguegpvg"cwogpvqw"
c"ocvgtpkfcfg"eqpegpvtc/ug"go"kfcfgu"ocku"lqxgpu0" fg"33'"rctc"3:'."pq"rgt qfq"fg"42"cpqu."ejcocpfq"
Eqoq"eqpugs¯‒pekc."c"kfcfg"ofifkc"fc"hgewpfkfcfg" c"cvgp›«q"fg"fkxgtuqu"ugvqtgu"fc"rqrwnc›«q0"C"gxqnw-
Ï"woc"ogfkfc"tguwoq"fc"guvtwvwtc"fc"hgewpfkfcfg" ›«q"fcu"vczcu."pq"It Þeq"6."kpfkec"swg"guvg"cwogpvq"
rqt" kfcfg" Ï" tgfw|kw" fg" 49.9" rctc" 48.6" cpqu." gpvtg" qeqttgw"fgxkfq" "tgfw›«q"fc"hgewpfkfcfg"go"vqfcu"
3;:2"g"c"ffiecfc"fg"3;;2."g"cwogpvqw"rctc"49"cpqu." cu"kfcfgu."eqo"gzeg›«q"fq"itwrq"fg"37"c"3;"cpqu."pq"
go"4228."tgàgvkpfq"q"tgvqtpq"fc"e¿urkfg"rctc"kfc- swcn"ocpvgxg/ug"guv xgn"g"cvfi"cwogpvqw"pq"rgt qfq0"
fgu"ockqtgu"*Vcdgnc"5+0 Qdugtxc/ug."vcodfio"pqu"It Þequ"5"g"6."c"rctvkt"fq"
Qwvtq"kpfkecfqt"swg"knwuvtc"c"rtgeqekfcfg"fc"hgewp- Þpcn"fqu"cpqu"3;;2."woc"egtvc"owfcp›c"pguvg"rcpq-
fkfcfg"rcwnkuvc"fi"c"gngxcfc"hgewpfkfcfg"fcu"lqxgpu"fg" tcoc."go"swg"c"hgewpfkfcfg"fcu"ownjgtgu"lqxgpu."fg"
37"c"3;"cpqu"g"c"eqpvtkdwk›«q"fqu"itwrqu"ocku"lqxgpu" ogpqu"fg"52"cpqu."ocpvfio/ug"go"swgfc."q"swg"rtc-
It Þeq"7
Taxa de Fecundidade, por Faixa Etária (1)
Estado de São Paulo, Países Europeus Selecionados e Japão
Estado de São Paulo 2000 (2,2) Estado de São Paulo 2006 (1,7)
120
100
80
60
40
20
0
15 a 19 anos 20 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 34 anos 35 a 39 anos 40 a 44 anos 45 a 49 anos
Ocrc"4
Taxa de Fecundidade da População Feminina de 15 a 19 Anos (1), segundo Direções Regionais de Saúde – DIRs
1995-2006
1995
Taxa = 78,7‰
São José
do Rio Preto Franca
Barretos
Araçatuba
Ribeirão Preto
São João
Marília Araraquara da Boa Vista
Bauru
Presidente Prudente
Piracicaba
Assis
Campinas Taubaté
Botucatu Franco São José
da Rocha dos Campos
Mogi das
Capital Cruzes
Sorocaba Osasco
Santo André
Santos
Registro
2000
Taxa = 74,3‰
2006
Taxa = 58,6‰
0 50 100 150
Quilômetros
Vcdgnc"6
Distribuição das Taxas de Fecundidade, por Faixa Etária, segundo Direções Regionais de Saúde – DIRs
Estado de São Paulo – 1995-2006
Em porcentagem
1995 2006
Direções Regionais de Saúde
15 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 15 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos
fq" cq" hgp»ogpq" fc" itcxkfg|" fg" wo" itwrq" fg" ow- fkfcfg"vqvcn"g"cwogpvq"fcswgnc"fcu"ownjgtgu"Ñocku"
njgtgu"swg"cfkco"c"ocvgtpkfcfg"go"hwp›«q"fg"qwvtcu" xgnjcuÒ0"Q"It Þeq"8"oquvtc"swg"cu"kfcfgu"ofifkcu"u«q"
rtkqtkfcfgu."eqoq"woc"ognjqt"hqtoc›«q"g"rtqÞuu«q." ugognjcpvgu"pcu"tgik gu."xctkcpfq"gpvtg"48"g"4:"cpqu0"
sendo mais comum em grandes cidades das áreas me- Go"eqorctc›«q" "kfcfg"ofifkc"fq"Guvcfq"*49"cpqu+."
vtqrqnkvcpcu."eqoq"fi"q"ecuq"fg"U«q"Rcwnq0 go" 4228." ugku" FKTu" rquuwgo" xcnqtgu" nkigktcogpvg"
Eqoq" c" tgfw›«q" fc" hgewpfkfcfg" hqk" ocku" kpvgp- ocku"cnvqu."gpswcpvq"cu"fgocku"crtgugpvco"kfcfgu"ug-
uc"gpvtg"cu"ownjgtgu"ocku"lqxgpu."go"eqorctc›«q" " ognjcpvgu"qw"ogpqtgu0
fcu"ocku"xgnjcu."jqwxg"cnvgtc›«q"pc"rctvkekrc›«q"fqu" Cu"cp nkugu"fc"hgewpfkfcfg"rqt"kfcfg."pcu"tgik gu"
itwrqu" gv tkqu" pc" hgewpfkfcfg" vqvcn" *Vcdgnc" 6+." qw" fg"uc¿fg"fq"Guvcfq."rctc"q"¿nvkoq"fge‒pkq."oquvtco"
uglc." c" rctvkekrc›«q" fc" hgewpfkfcfg" fq" itwrq" fg" 42" swg"qu"eqorqtvcogpvqu"u«q"owkvq"ugognjcpvgu"pcu"
c"46"cpqu."rtkpekrcnogpvg."g"fcswgng"fg"47"c"4;."pc" fkhgtgpvgu" tgik gu." xctkcpfq" swcpvq" u" ocipkvwfgu"
hgewpfkfcfg"vqvcn."fkokpwk"pq"rgt qfq."gpswcpvq"c"fq" fcu"vczcu."eqphqtog"q"p xgn"fg"hgewpfkfcfg"Þpcn0"Cu"
itwrq"fg"ownjgtgu"fg"52"c"5;"cpqu"tgikuvtqw"rgswg- ewtxcu" fg" hgewpfkfcfg" ocku" tgegpvgu" kpfkeco" swg" c"
pq"cwogpvq0"C"rctvkekrc›«q"fcu"cfqnguegpvgu"rctc"c" guvtwvwtc"fc"hgewpfkfcfg."ckpfc"swg"rtgeqeg."vgpfg"c"
hgewpfkfcfg"Þpcn"ocpvgxg/ug"guv xgn"go"itcpfg"rctvg" crtgugpvct"woc"e¿urkfg"fkncvcfc."gpvtg"42"g"52"cpqu0"
fcu"tgik gu"g"tgfw|kw/ug"go"cniwocu"*Vcdgnc"6+0"Cvtc- C"hgewpfkfcfg"fq"itwrq"fg"lqxgpu"fg"37"c"3;"cpqu."
xfiu" fcu" cnvgtc› gu" pc" kfcfg" ofifkc" fc" hgewpfkfcfg." swg"xgo"ugpfq"dcuvcpvg"fkuewvkfc"pqu"¿nvkoqu"cpqu."
xgtkÞeco/ug" cu" owfcp›cu" qeqttkfcu" pc" guvtwvwtc" fc" vcodfio" oquvtc" vgpf‒pekc" fg" tgfw›«q" c" rctvkt" fqu"
hgewpfkfcfg"rqt"kfcfg."pcu"tgik gu0"Q"It Þeq"8 crtg- cpqu"42220"C"guvc"vgpf‒pekc"fg"swgfc"fcu"vczcu"fg"hg-
ugpvc"c"gxqnw›«q"fguvg"kpfkecfqt"pq"rgt qfq0 ewpfkfcfg."go"rtcvkecogpvg"vqfqu"qu"itwrqu"gv tkqu."
C" kfcfg" ofifkc" fc" hgewpfkfcfg" cwogpvqw" rqweq" citgic/ug"wo"pqxq"hgp»ogpq."swg"cqu"rqwequ"xck"ug"
ocku" fg" ogkq" cpq." go" ofifkc." go" vqfcu" cu" tgik gu." vqtpcpfq"ocku"xku xgn"pcu"tgik gu"Ï"q"fc"hgewpfkfc-
pq"rgt qfq"3;;7/4228."ocu"ejgiqw"c"wo"cpq"go"cn- fg"vctfkc0"Eqorqtvcogpvq"l "qdugtxcfq"go"itwrqu"
iwocu"fgncu0"Kuvq"ug"fgxg" "tgfw›«q"fc"rctvkekrc›«q" uqekqgeqpqokecogpvg"ocku"rtkxkngikcfqu"fc"rqrwnc-
fc"hgewpfkfcfg"fcu"ownjgtgu"ocku"lqxgpu"pc"hgewp- ›«q." q" hgp»ogpq" rcuuc" c" ugt" ocku" xku xgn." " ogfkfc"
It Þeq"8
Idade Média da Fecundidade, por Direções Regionais de Saúde – DIRs
Estado de São Paulo – 1995-2006
27,0
26,5
26,0
25,5
25,0
24,5
24,0 DIRs
os
to
s
a
es
ur u
nte
o
to
ta
até
tro
a
dré
a tu
ba
to s
s
ra
o
s is
nto
l
nc
asc
tub
Pre
ríli
a
ina
ch
aul
Vis
Pre
mp
ab
ruz
pit
gis
ua
de
Ba
ica
ub
As
tuc
Fra
rr e
Ma
An
Sa
o
ro c
ça
oP
mp
Os
r aq
Ca
Ca
sC
ão
oa
aR
Pru
Re
Ta
io
ac
Ba
Bo
nto
Ara
Sã
oR
eir
So
aB
Ca
Ara
P ir
da
os
od
te
Sa
Rib
de
éd
éd
od
en
gi
nc
ado
Mo
s id
os
os
oã
Fra
oJ
oJ
Est
Pre
oJ
Sã
Sã
Sã
uqekqgeqp»okecu"pc"ecrkvcn0 Tatuapé
Q"Ocrc"5"crtgugpvc"cu"vczcu"fg"hgewpfkfcfg"vqvcn" Pinheiros Aricanduva
rctc" qu" fkuvtkvqu" fc" ecrkvcn." go" 42280" Cu" ogpqtgu"
vczcu"*cvfi"3.7"Þnjq"rqt"ownjgt+"u«q"qdugtxcfcu"pcu"
tgcu"rt„zkocu" "tgik«q"egpvtcn"fc"ecrkvcn."gpswcpvq"
cu" ockqtgu" *cekoc" fg" 4.3" Þnjqu" rqt" ownjgt+" qeqt-
tgo."rtkpekrcnogpvg."pcu" tgcu"rgtkhfitkecu"g"egpvtcku="
qu"xcnqtgu"kpvgtogfk tkqu"*gpvtg"3.7"g"4.3"Þnjqu+"u«q"
xgtkÞecfqu" pcu" tgcu" kpvgtogfk tkcu0" Guvgu" tguwn- Nº filho / mulher
Parelheiros Até 1,5
vcfqu" eqkpekfgo" eqo" c" fkuvtkdwk›«q" fc" rqrwnc›«q" De 1,5 a 1,8
ugiwpfq" uwc" eqpfk›«q" uqekqgeqp»okec" pq" gurc›q" De 1,8 a 2,1
fg"p«q"ugtgo"jqoqi‒pgqu."u«q"dcuvcpvg"tgfw|kfqu"
go"vqfc"c"ecrkvcn."kpfkecpfq"swg"c"rqrwnc›«q"dwuec"
eqpvtqnct" q" vcocpjq" fg" uwcu" hco nkcu0" C" xkuwcnk|c-
Fonte: Fundação Seade.
›«q"gurcekcn"fc"VHV"pq"Owpke rkq"fg"U«q"Rcwnq."rqt" (1) Número médio de filhos por mulher.
fkuvtkvqu."kpfkec"swg"q"guvwfq"fc"hgewpfkfcfg"qw"fg"
swcnswgt"qwvtc"xctk xgn"fgxg"eqpukfgtct"c"fgukiwcn-
fcfg"fg"uwcu"rqrwnc› gu."rctc"c"ognjqt"eqortggp- hgewpfkfcfg"qdugtxcfc"go"Vcvwcrfi"g."rtkpekrcnogp-
u«q"fq"hgp»ogpq0" vg."Rkpjgktqu"l "fi"dgo"rctgekfc" swgncu"cpvgtkqtogpvg"
Cnfio"fg"qu"p xgku"fg"hgewpfkfcfg"xctkctgo"ugiwp- eqpuvcvcfcu" rctc" cniwpu" rc ugu" gwtqrgwu." qw" uglc." c"
fq"q"fkuvtkvq"fg"tgukf‒pekc."q"eqorqtvcogpvq"tgrtq- hgewpfkfcfg" fi" dckzc" cpvgu" fqu" 52" cpqu" g" c" e¿urkfg"
fwvkxq"fi"fkhgtgpvg"vcodfio"rqt"kfcfg."eqoq"rqfg"ugt" ukvwc/ug" cr„u" qu" 52" cpqu0" Pqvc/ug" swg." c" rctvkt" fqu"
qdugtxcfq"cvtcxfiu"fcu"ewtxcu"fg"fkuvtkvqu"ugngekqpc- 52"cpqu."c"fkhgtgp›c"fcu"vczcu"fg"hgewpfkfcfg"pcu"fk-
dos no It Þeq"90"Pcswgngu."qpfg"c"Vczc"fg"Hgewp- xgtucu" tgcu"fi"rgswgpc0"C"kfcfg"ofifkc"fc"hgewpfkfc-
fkfcfg"Vqvcn"fi"ocku"gngxcfc."c"ewtxc"fi"ocku"rtgeqeg." fg"tgàgvg"guvcu"fkhgtgp›cu"pcu"guvtwvwtcu"gv tkcu<"48.9"
eqo"cnvcu"vczcu"pq"itwrq"fg"37"c"3;"cpqu"g"rkeq"pq"fg" cpqu"go"Rctgnjgktqu="49.7"cpqu"go"Ctkecpfwxc="4;.5"
42"c"46"cpqu."eqoq"fi"q"ecuq"fg"Rctgnjgktqu0"Ê"ogfkfc" g"52.:"cpqu"go"Vcvwcrfi"g"Rkpjgktqu."tgurgevkxcogpvg."
swg" c" VHV" ug" tgfw|." cu" vczcu" rqt" kfcfg" fkokpwgo." gpswcpvq"c"ofifkc"pc"ecrkvcn"fi"fg"49.5"cpqu0"
ocu"qeqttg"vcodfio"wo"fgunqecogpvq"pcu"e¿urkfgu" Egtvcogpvg." guvcu" fkhgtgp›cu" vcodfio" fgxgo" ugt"
fcu" ewtxcu." swg." rqt" uwc" xg|." x«q" ug" vqtpcpfq" ocku" qdugtxcfcu" pcu" FKTu." ugpfq" pgeguu tkc." rqtvcpvq."
gpxgnjgekfcu0"Pq"fkuvtkvq"fg"Ctkecpfwxc."rqt"gzgo- woc" fgucitgic›«q" gurcekcn" qw" uqekqgeqp»okec" rctc"
rnq."c"hgewpfkfcfg"ocku"gngxcfc"qeqttg"gpvtg"42"g"52" ognjqt" eqpjgegt" q" eqorqtvcogpvq" tgrtqfwvkxq" fg"
cpqu"g"c"fcu"cfqnguegpvgu"fi"dgo"ogpqt0"C"ewtxc"fg" uwcu"rqrwnc› gu0
It Þeq"9
Taxa de Fecundidade, por Faixa Etária, segundo Distritos Selecionados
Município de São Paulo – 2004/2006
Parelheiros Tatuapé
Ermelino Matarazzo Pinheiros
120
100
80
60
40
20
0
15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 45 a 49
anos anos anos anos anos anos anos
Notas 50"Q" ìpfkeg" Rcwnkuvc" fg" Xwnpgtcdknkfcfg" Uqekcn" Ï" KRXU" gnc-
dqtcfq" rgnc" Hwpfc›«q" Ugcfg." ectcevgtk|c" q" Guvcfq" fg" U«q"
30"Q"p xgn"fg"tgrquk›«q"fi"q"xcnqt"fc"vczc"fg"hgewpfkfcfg"swg" Rcwnq" ugiwpfq" ukvwc›«q" fg" xwnpgtcdknkfcfg." eqo" dcug" pcu"
ictcpvg"c"tgrquk›«q"fc"igtc›«q"fcu"ownjgtgu."swg"fi"fg"crtq- fkxgtucu" ectcevgt uvkecu" fgoqit Þecu" g" uqekqgeqp»okecu"
zkocfcogpvg"4.3"Þnjqu"rqt"ownjgt0"¡"wo"rqpvq"etwekcn"go"
fc" rqrwnc›«q0" Q" ocrc" fq" Owpke rkq" fg" U«q" Rcwnq" ugiwp-
rtqlg› gu"rqrwncekqpcku."rqku."ocpvgpfq/ug"eqpuvcpvg"fwtcp-
fq" KRXU" kfgpvkÞec" ecfc" wo" fqu" ugwu" ugvqtgu" egpukv tkqu"
vg"owkvq"vgorq."q"etguekogpvq"fc"rqrwnc›«q"ugt "pwnq0"Go"
ecuq"fc"rgtocp‒pekc"rqt"wo"nqpiq"rgt qfq"fg"vczcu"kphgtkq- ugiwpfq" guvg" pfkeg." qpfg." fg" hqtoc" igtcn." c" tgc" egpvtcn"
tgu"c"guvg"xcnqt."c"rqrwnc›«q"vgpfgt "c"fkokpwkt0 ectcevgtk|c/ug" rqt" cwu‒pekc" qw" owkvq" rqwec" xwnpgtcdknkfc-
40"Go" 4229" jqwxg" cnvgtc›«q" pc" fkxku«q" tgikqpcn" fg" uc¿fg." fg"eqpvtcuvcpfq"eqo"tgik gu"rgtkhfitkecu."qpfg"qu"p xgku"fg"
rcuucpfq"fcu"46"FKTu"rctc"39"Fgrctvcogpvqu"Tgikqpcku"fg" xwnpgtcdknkfcfg" u«q" ockqtgu" *yyy0cn0ur0iqx0dt1ygd1krxu1
Uc¿fg"Ï"FTU0 kpfgzakrxu0jvo+0
Ctvkiq"tgegdkfq"go"32"fg"lwpjq"fg"422:0
Crtqxcfq"go"4;"fg"ugvgodtq"fg"422:0
Eqoq"ekvct"q"ctvkiq<
[C¥CMK."N0O0"Cp nkug"fc"hgewpfkfcfg"pq"Guvcfq"fg"U«q"Rcwnq0"São Paulo em Perspectiva."U«q"Rcwnq."Hwpfc›«q"Ugcfg."x0"44."
p0"3."r0"6:/87."lcp01lwp0"422:0"Fkurqp xgn"go<">jvvr<11yyy0ugcfg0iqx0dt@=">jvvr<11yyy0uekgnq0dt@0
Resumo: São descritos os acidentes do trabalho para motoristas profissionais residentes no Estado de São Paulo. Os dados tiveram
origem em base específica elaborada nas CATs e processos notificados na Previdência Social do Estado de São Paulo, entre 1997 e 1999.
Apresentam-se as características dos motoristas acidentados e dos acidentes do trabalho. São analisadas taxas de incidência,
mortalidade e letalidade dos motoristas para o Estado, Região Metropolitana de São Paulo e Município de São Paulo.
Palavras-chave: Acidente do trabalho. Motorista profissional. Acidentes de motoristas profissionais.
Abstract: This manuscript describes occurrence of work injuries and work-related diseases, from 1997 to 1999, of professional drivers,
residents of the State of Sao Paulo. Data basis was obtained from the official communication of work injuries and the
Social Security registry of the State of Sao Paulo. Incidence and mortality rates were analyzed for the State,
for the metropolitan area of Sao Paulo and the city of Sao Paulo, Brazil.
Key words: Work injuries. Professional drivers. Work injuries of professional drivers.
O
" oqvqtkuvc" rtqÞuukqpcn" nkicfq" cq" ugvqt" vtcpurqtvg"
guv "uwlgkvq"c"gngxcfq"p¿ogtq"fg"tkuequ"pq"vtcdcnjq."swg"q"vqtpco"ocku"gzrquvq" "qeqtt‒pekc"fg"cekfgpvgu"fq"
vtcdcnjq0"Qu"vtcdcnjcfqtgu"fguuc"ecvgiqtkc"gzgtego"uwc"cvkxkfcfg"rtqÞuukqpcn"pq"gurc›q"fc"twc."uwlgkvqu" "xkq-
n‒pekc."cqu"rtqdngocu"wtdcpqu"g"cqu"tkuequ"kpvt pugequ"fg"ugw"rtqeguuq"fg"vtcdcnjq"*YCNFXQIGN."4223+0"Pq"
Dtcukn."go"4228."qeqttgtco"5420555"ecuqu"fg"cekfgpvgu"fg"vt¤pukvq"eqo"x vkocu."fqu"swcku"3420786"hqtco"pq"
Guvcfq"fg"U«q"Rcwnq"g"460;46"pq"Owpke rkq"fg"U«q"Rcwnq0"Guugu"vtcdcnjcfqtgu."oqvqtkuvcu"rtqÞuukqpcku."eqpu-
vkvwgo"c"ecvgiqtkc"ocku"gzrquvc"cqu"cekfgpvgu"fg"vt¤pukvq."tgrtgugpvcpfq."pq"Dtcukn."3.57'"fcu"x vkocu"hcvcku"g"
52.;'"fcu"p«q/hcvcku0"Rctc"q"Guvcfq"fg"U«q"Rcwnq"g"Owpke rkq"fg"U«q"Rcwnq."guugu"fcfqu"u«q."tgurgevkxcogpvg."
3.2:'"g"3.27'"rctc"qu"cekfgpvgu"eqo"x vkocu"hcvcku"g"52.;'"g"48.5'"rctc"p«q/hcvcku"*FGPCVTCP."422:+0
Guvwfqu"ekvcfqu"pc"nkvgtcvwtc"fgoqpuvtco"qu"citcxqu"g"cu"eqpugs¯‒pekcu" "uc¿fg"fqu"oqvqtkuvcu."eqortqogvgpfq"
ugw" fgugorgpjq" ncdqtcn0" Eqpuvcvc/ug" swg" guhqt›qu" h ukequ" g" ogpvcku" ecwuco" rtqdngocu" fg" rquvwtc." jfitpkcu."
htcvwtcu." vqt› gu." eqpvwu gu." nqodcnikcu" *ECOGTKPQ." 3;;9+." xctk|gu." dwtukvgu." ctvtqugu." kttkvcdknkfcfg"
goqekqpcn."ugpuc›«q"fg"guiqvcogpvq"ogpvcn."rtqdngocu"i uvtkequ"g"kpvguvkpcku."jkrgtvgpu«q."rtqdngocu"ectf cequ"
*HKUEJGT."4223+."cdwuq"fg"dgdkfcu"cneq„nkecu"g"wuq"fg"guvkowncpvgu"*OQTGPQ="RCUSWC="ETKUVQHQNGVVK."
Quadro 1
Agrupamento de Motoristas Criado com Base nas Tabelas do Grupo de Base
da Classificação Brasileira de Ocupações – CBO
It Þeq"3
Acidentes do Trabalho de Motoristas, por Faixa Etária, segundo Agrupamentos Criados
Estado de São Paulo – 1997-1999
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
Fq" vqvcn" fg" cekfgpvgu" tgikuvtcfqu" g" cpcnkucfqu" kpcpkocfqu" g" 36.7'" rqt" qdlgvqu" eqtvcpvgu1eqp-
*360789+."qu"cekfgpvgu/vkrq"tgrtgugpvctco":2.;'"fqu" vwpfgpvgu0"
ecuqu"*3309:4+."qu"cekfgpvgu"fg"vtclgvq":.9'"*30495+."cu" Gpvtg"qu"cekfgpvgu"fg"vtclgvq."3:.3'"hqtco"rtqxq-
fqgp›cu"fq"vtcdcnjq"8.5'"*;2;+"g"qu"kipqtcfqu"6.3'0" ecfqu"rqt"swgfc"fg"oqvqekengvc."39.5'"rqt"ejqswg1
Gpvtg" qu" cekfgpvgu/vkrq." q" ockqt" p¿ogtq" fg" cek- eqnku«q"eqo"oqvqekengvc"g"38.2'"rqt"ejqswg1eqnku«q"
fgpvcfqu"eqttgurqpfgw"cqu"oqvqtkuvcu"fg"ecokpj«q" fg"xg ewnqu"c"oqvqt0"
*4:.;'"fqu"ecuqu+."ugiwkfqu"rgnqu"oqvqtkuvcu"go"ig- Pcu" fqgp›cu" fq" vtcdcnjq" qw" tgncekqpcfcu" eqo"
tcn"*48.5'+."eqpfwvqtgu"fg"»pkdwu"*:.;'+."oqvqekenku- q" vtcdcnjq." q" ocn" u¿dkvq1guvtguug" eqttgurqpfgw" c"
vcu"*:.2'+."oqvqtkuvcu"fg"ecokpj«q"rgucfq"*8.6'+"g" 55.5'." qu" vtcwocvkuoqu" qw" ngu gu" c" 54.:'" g." eqo"
qwvtqu"*4.6'+0" korqtvcpvg"rctvkekrc›«q."c"rgtfc"cwfkvkxc"ecwucfc"rqt"
Pqu"cekfgpvgu"fg"vtclgvq."fguvcectco/ug"qu"oqvqtku- tw fq"tgurqpfgw"rqt"47.9'"fqu"tgikuvtqu0"
vcu"go"igtcn"*5.8'+."qu"oqvqekenkuvcu"*4.2'+"g"qu"oq-
vqtkuvcu"fg"»pkdwu"*3.:'+0"L "pcu"fqgp›cu"fq"vtcdcnjq" MOTOCICLISTA
uqdtguucgo"qu"oqvqtkuvcu"go"igtcn"*4.8'+."qu"fg"ecok-
pj«q"*3.;'+"g"qu"fg"»pkdwu."eqo"3.2'"*Vcdgnc"4+0 Qu" cekfgpvgu/vkrq" fguvc" ecvgiqtkc" hqtco" rtkpek-
C"rctvkt"fc"xctk xgn"Ñfguetk›«q"fqu"cekfgpvguÒ."u«q" rcnogpvg" qu" ejqswgu1eqnku gu" fg1eqo" oqvqekeng-
fguvcecfcu"cu"vt‒u"rtkogktcu"ecwucu"fqu"cekfgpvgu."go" vc" *77.;'" fqu" ecuqu+0" Go" ugiwkfc" x‒o" swgfc" fc"
ecfc"itwrq"fg"oqvqtkuvcu"cxcnkcfqu"*Vcdgnc"5+0" oqvqekengvc"*47'+"g"cvkpikfq"rqt"qdlgvq"cq"fktkikt"
*6.;'+0"
MOTORISTAS EM GERAL Pqu" cekfgpvgu" fg" vtclgvq." fguvcectco/ug" ejqswg1
eqnku«q"fg1eqo"oqvqekengvcu"*73.9'"fqu"ecuqu+."swg-
Gpvtg"qu"cekfgpvgu/vkrq."39.:'"qeqttgtco"rqt"ejq- fc"fq"oqvqtkuvc"*4:'+"g"cvkpikfq"rqt"qdlgvq"cq"fktkikt"
swg1eqnku«q=" 38.4'" hqtco" ecwucfqu" rqt" qdlgvqu" *7.;'+0
Tabela 2
Distribuição dos Acidentes do Trabalho de Motoristas, por Tipo de Acidente, segundo Agrupamentos Criados
Estado de São Paulo – 1997/1999
Acidente de Doenças do
Acidente-tipo Ignorado Total
Trajeto Trabalho
Agrupamentos Criados
Nos Abs. % Nos Abs. % Nos Abs. % Nos Abs. % Nos Abs. %
Total 11.782 80,9 1.273 8,7 909 6,3 603 4,1 14.567 100,0
Motorista de caminhão 4.217 28,9 86 0,6 278 1,9 142 1,0 4.723 32,4
Motoristas em geral 3.824 26,3 519 3,6 381 2,6 208 1,4 4.932 33,9
Motorista de ônibus 1.291 8,9 268 1,8 146 1,0 55 0,4 1.760 12,1
Motociclista 1.161 8,0 288 2,0 10 0,1 151 1,0 1.610 11,0
Motorista de caminhão pesado 926 6,4 45 0,3 59 0,4 29 0,2 1.059 7,3
Outros motoristas 363 2,4 67 0,4 35 0,3 18 0,1 483 3,3
Fonte: Teixeira (2005). Elaboração das autoras.
Tabela 3
Principais Descrições dos Acidentes, por Tipo, segundo Agrupamentos Criados
Estado de São Paulo – 1997/1999
Rctc" qu" oqvqekenkuvcu. cu" rctvgu" fq" eqtrq" ocku" TAXAS DE INCIDÊNCIA,
cvkpikfcu."pqu"cekfgpvgu/vkrq."hqtco"qu"ogodtqu"kp- MORTALIDADE E LETALIDADE
hgtkqtgu"*64.4'+."ugpfq"swg"cu"rgtpcu"tgrtgugpvctco"
52.7'"g"qu"rfiu."33.9'0"Eqo"32.4'"fqu"ecuqu"Þec- Gpvtg"c"rqrwnc›«q"vtcdcnjcfqtc"pq"ugvqt"vtcpurqtvg."
tco" qu" ogodtqu" uwrgtkqtgu1dtc›qu0" Pqu" cekfgpvgu" 68.4'"tgukfkco"pq"kpvgtkqt"fq"Guvcfq"g"75.:'"pc"Tg-
fg"vtclgvq."vcodfio"fguvcectco/ug"qu"ogodtqu"kphg- ik«q"Ogvtqrqnkvcpc"g"Owpke rkq"fg"U«q"Rcwnq"*46.7'"
tkqtgu."eqo"65.:'"fqu"ecuqu"*ugpfq"53.5'"tghgtgpvgu" g"4;.5'."tgurgevkxcogpvg+0"
u"rgtpcu"g"34.7'"cqu"rfiu+."xkpfq"c"ugiwkt"q"vtqp- C" vczc" fg" kpekf‒pekc" gpeqpvtcfc" rctc" q" Guvcfq" fg"
eq"*:.2'+0"Pcu"fqgp›cu"fq"vtcdcnjq."tgikuvtctco/ug" U«q"Rcwnq."pguvg"guvwfq."hqk"fg"64.7"cekfgpvgu"rqt"okn"
62.2'" rctc" q" vtqpeq." 52.2'" rctc" qu" ogodtqu" uw- vtcdcnjcfqtgu."pq"rgt qfq"3;;9/3;;;0"Q"kpvgtkqt"fq"Gu-
rgtkqtgu1o«qu."42.2'"rctc"ecdg›c1qwxkfqu"g"32.2'" vcfq"crtgugpvqw"wo"kpfkecfqt"fg"74.:"cekfgpvgu"rqt"okn"
rctc"q"rgueq›q0 vtcdcnjcfqtgu."gpswcpvq"c"Tgik«q"Ogvtqrqnkvcpc"fg"U«q"
Pqu"cekfgpvgu/vkrq"qeqttkfqu"eqo"oqvqtkuvcu"fg"ec- Rcwnq"g"q"Owpke rkq"fg"U«q"Rcwnq"tgikuvtctco."tgurgevk-
okpj«q. qu"ogodtqu"kphgtkqtgu1rfiu"g"qu"ogodtqu"kp- xcogpvg."53.3"g"54.6"cekfgpvgu"rqt"okn"vtcdcnjcfqtgu0
hgtkqtgu1rgtpcu"tgrtgugpvctco"42.6'"g"33.;'."tgurge- C"vczc"fg"oqtvcnkfcfg"pq"Guvcfq"fg"U«q"Rcwnq."pq"
vkxcogpvg."fcu"rctvgu"fq"eqtrq"ocku"cvkpikfcu."xkpfq"c" rgt qfq"guvwfcfq."gtc"fg"33"„dkvqu"rqt"32"okn"vtcdc-
ugiwkt"q"vtqpeq"eqo"33.7'0"Rctc"qu"cekfgpvgu"fg"vtclgvq." njcfqtgu."ugpfq"39"„dkvqu"rqt"fg|"okn"rctc"q"kpvgtkqt."
fguvcectco/ug"qu"ogodtqu"kphgtkqtgu1rgtpcu"*44.7'+." 8.8"rctc"c"Tgik«q"Ogvtqrqnkvcpc"fg"U«q"Rcwnq"g"7.2"
Þecpfq" gorcvcfqu." go" ugiwpfq" nwict." qu" ogodtqu" rctc"q"Owpke rkq"fg"U«q"Rcwnq0"
kphgtkqtgu1rfiu" g" qu" ogodtqu" uwrgtkqtgu1dtc›qu" eqo" Q"Guvcfq"fg"U«q"Rcwnq"crtgugpvcxc"woc"vczc"fg"
33.4'"fqu"cekfgpvgu0"Pcu"fqgp›cu"fq"vtcdcnjq."q"vtqpeq" ngvcnkfcfg"fg"48.2"„dkvqu"rqt"okn"ecuqu"fg"cekfgpvgu"
hqk"c"rctvg"fq"eqtrq"ocku"cvkpikfc."eqo"87.:'"fqu"ec- fq"vtcdcnjq0"Guug" pfkeg"eqttgurqpfkc"c"54.3"rctc"q"
uqu."ugiwkfq"rgnc"ecdg›c1qwxkfqu."eqo":.8'0" kpvgtkqt"fq"Guvcfq."43.2"rctc"c"Tgik«q"Ogvtqrqnkvcpc"
Rctc"qu"oqvqtkuvcu"fg"ecokpj«q"rgucfq."pqu"cek- g"37.6"rctc"c"ecrkvcn"*Vcdgnc"6+0
fgpvgu/vkrq." cu" vt‒u" rtkogktcu" rquk› gu" Þectco" eqo" C"itcxkfcfg"fq"cekfgpvg"rqfg"ugt"cpcnkucfc"rgncu"vc-
ogodtqu"kphgtkqtgu1rfiu."*39.5'+."ogodtqu"uwrgtkq- zcu"fg"ngvcnkfcfg"rctc"qu"citwrcogpvqu"etkcfqu."ugpfq"
tgu1fgfq"*33.5'+"g"vtqpeq"*32.5'+0"Pqu"cekfgpvgu"fg" swg"c"ecvgiqtkc"fqu"oqvqtkuvcu"go"igtcn"fguvceqw/ug."
vtclgvq." cu" rctvgu" ocku" cvkpikfcu" hqtco" qu" ogodtqu" eqo"55.;"„dkvqu"rqt"okn"vtcdcnjcfqtgu0"Q"itwrq"fqu"
kphgtkqtgu1rgtpcu" *37.8'+." c" ecdg›c" *35.5'+" g" qu" oqvqekenkuvcu"crtgugpvqw"vczcu"rt„zkocu"rctc"c"Tgik«q"
ogodtqu"uwrgtkqtgu1o«qu"*33.3'+0" Ogvtqrqnkvcpc"*33.;"„dkvqu"rqt"okn"vtcdcnjcfqtgu+"g"q"
Pcu"fqgp›cu"fq"vtcdcnjq."ecdg›c1qwxkfqu"*69.7'+" Owpke rkq"fg"U«q"Rcwnq"*34.4"„dkvqu"rqt"okn"vtcdcnjc-
g"vtqpeq"*4:.:'+"hqtco"cu"rctvgu"fq"eqtrq"ocku"cvkp- fqtgu+0"Eqo"swcug"53.9"g"6;"„dkvqu"rqt"okn"vtcdcnjc-
ikfcu." ugiwkfcu" rgnqu" ogodtqu" uwrgtkqtgu1dtc›qu." fqtgu."tgurgevkxcogpvg."qu"oqvqtkuvcu"fg"ecokpj«q"g"
eqo"32.4'"fqu"ecuqu0 qu"eqpfwvqtgu"fg"ecokpj«q"rgucfq"fguvcectco/ug"pq"
Rctc"qu"oqvqtkuvcu"fg"»pkdwu."cu"rctvgu"ocku"cvkpik- kpvgtkqt0"Qu"oqvqtkuvcu"fg"»pkdwu"tgikuvtctco"52.8"„dk-
fcu"pqu"cekfgpvgu/vkrq"hqtco"qu"ogodtqu"kphgtkqtgu1 vqu"rqt"okn"vtcdcnjcfqtgu"pc"Tgik«q"Ogvtqrqnkvcpc"g"
rfiu"*43.3'+."qu"ogodtqu"kphgtkqtgu1rgtpcu"*36.8'+" c" ecvgiqtkc" qwvtqu" oqvqtkuvcu" uqdtguuckw" pq" kpvgtkqt."
g"q"vtqpeq"*34.2'+0"Pqu"cekfgpvgu"fg"vtclgvq."qu"ogo- eqo"54.2"„dkvqu"rqt"okn"vtcdcnjcfqtgu"*Vcdgnc"7+0
dtqu"kphgtkqtgu1rfiu"tgrtgugpvctco"45.9'"fqu"ecuqu."
qu"ogodtqu"kphgtkqtgu1rgtpcu"33.5'"g"qu"ogodtqu" INCAPACIDADE E ÓBITO
uwrgtkqtgu1dtc›qu"32.;'0"Eqo"fguvcswg."pc"ecuc"fqu"
77.2'."qu"oqvqtkuvcu"fg"»pkdwu"vkxgtco"c"ecdg›c1qw- Cxcnkcfcu"cu"eqpugs¯‒pekcu"fqu"cekfgpvgu"fq"vtcdcnjq."
xkfqu"eqoq"cu"rctvgu"fq"eqtrq"ocku"cvkpikfcu"rctc"cu" xgtkÞeqw/ug"swg"c"kpecrcekfcfg"vgorqt tkc"tgrtgugp-
fqgp›cu"fq"vtcdcnjq."ugiwkfcu"rgnq"vtqpeq"*43.;'+"g" vqw" ;6.5'" fqu" ecuqu" cpcnkucfqu." c" kpxcnkfg|" rgtoc-
ogodtqu"kphgtkqtgu1rgtpcu"*8.4'+0 pgpvg"eqttgurqpfgw"c"3.5'"g"q"„dkvq"c"4.8'0
Tabela 4
Proporção da População do Setor Transporte de 18 a 69 anos, Taxas de Incidência, Mortalidade e Letalidade
Estado de São Paulo, Região Metropolitana de São Paulo, Município de São Paulo e Interior – 1997/1999
Em porcentagem
Tabela 5
Taxa de Letalidade, por Agrupamentos Criados
Estado de São Paulo, Região Metropolitana de São Paulo, Município de São Paulo e Interior – 1997/1999
Em porcentagem
Motorista de
Região Metropolitana, Município de Motoristas Motorista de Motorista Outros
Motociclista Caminhão Total
São Paulo e Interior do Estado em Geral Caminhão de Ônibus Motoristas
Pesado
Estado de São Paulo 27,8 12,4 26,7 44,4 22,2 20,7 26,0
Região Metropolitana de São Paulo 18,3 11,9 19,3 41,0 30,6 21,3 21,0
Município de São Paulo 15,4 12,2 13,2 31,7 19,4 6,5 15,4
Tabela 6
Distribuição dos Acidentes do Trabalho, por Tipo de Conseqüência, segundo Agrupamentos Criados
Estado de São Paulo – 1997/1999
Em porcentagem
IMPLICAÇÕES E AGRESSÕES À SAÚDE cdtcpi‒pekc" igqit Þec." swg" eqortggpfgw" vqfqu" qu"
DOS MOTORISTAS PROFISSIONAIS owpke rkqu"fq"Guvcfq"fg"U«q"Rcwnq0
Qu"cekfgpvgu"fq"vtcdcnjq."godqtc"rtqxcxgnogpvg"
Q" guvwfq" fc" rqrwnc›«q" fg" vtcdcnjcfqtgu" fq" ugvqt" guvglco" uwdpqvkÞecfqu." u«q" pwogtququ0" Qu" cekfgp-
vtcpurqtvg"vgttguvtg"rgtokvkw"cxcnkct"cu"rquu xgku"ko- vgu/vkrq"tgrtgugpvco."rctc"q"owpfq"g"rctc"q"Dtcukn"
rnkec› gu"gpvtg"q"codkgpvg"fg"vtcdcnjq"g"c"qeqtt‒pekc" *DTCUKN." 4225." 4226+." c" ockqtkc" fqu" ecuqu0" Pguvg"
fg"citguu gu" "uc¿fg0"Qu"360789"cekfgpvgu"fq"vtcdc- guvwfq."guvgu"hqtco."vcodfio."qu"swg"rtgfqokpctco"
njq"cpcnkucfqu"oquvtctco"wo"rcpqtcoc"fc"ukvwc›«q" go":3.2'"fq"vqvcn0"Fguvceco/ug."gpvtg"q"citwrcogp-
gzkuvgpvg." fguvcecpfq/ug" qu" ecuqu" ocku" htgs¯gpvgu" g" vq"fg"oqvqtkuvcu."qu"oqvqekenkuvcu"owkvq"lqxgpu"*42"c"
cswgngu" swg" crtgugpvco" ockqt" tkueq" cq" vtcdcnjcfqt" 46"cpqu+"g"eqo"itcpfg"p¿ogtq"fg"ecuqu"tgikuvtcfqu"
pq"gzgte ekq"fg"uwc"rtqÞuu«q0" fg"cekfgpvgu0"Ognnq"Lqtig"g"qwvtqu"*4223+."go"guvwfq"
Woc" fcu" swguv gu" hwpfcogpvcku" rctc" q" guvw- tgcnk|cfq"eqo"cekfgpvgu"fg"oqvqekengvc."vcodfio"qd-
fq" fqu" cekfgpvgu" fq" vtcdcnjq" fi" c" hqpvg" fg" fcfqu" ugtxctco"swg"c"ockqtkc"fg"cekfgpvcfqu"gtc"eqorquvc"
*YCNFXQIGN=" VGKZGKTC." 4226+0" Gzkuvgo" vtc- rqt"cfwnvqu"lqxgpu"fq"ugzq"ocuewnkpq."fc"hckzc"gv tkc"
dcnjqu"swg"ug"dcugkco"go"rguswkucu"fg"ecorq."pcu" fg"37"c"46"cpqu0
swcku" qu" gpvtgxkuvcfqu" fguetgxgo" ugwu" cekfgpvgu" g" Swcpfq" cpcnkucfcu" cu" fguetk› gu" fqu" vkrqu" fg"
eqpfk› gu" fg" vtcdcnjq" *DTCPFËQ" gv" cn0." 3;;7=" cekfgpvgu" qeqttkfqu" eqo" qu" vtcdcnjcfqtgu" fq" ugvqt"
HCTKC."4223+="qwvtqu"wvknk|co"tgikuvtqu"cfokpkuvtcvk- vtcpurqtvg."gzegvq"cekfgpvgu/vkrq"rctc"qu"oqvqtkuvcu"
xqu."pqu"swcku"cu"rtkpekrcku"hqpvgu"fg"kphqtoc›«q"u«q" fg"ecokpj«q."go"vqfqu"qu"itwrqu"hqtco"qdugtxcfqu."
cu"ECVu"g"cu"Fgenctc› gu"fg"ðdkvqu"*OCEJCFQ=" eqoq" rtkpekrcku" ecwucu" pc" fguetk›«q" fqu" cekfgpvgu."
IðOG¥."3;;7="YCNFXQIGN."3;;;="VGKZGKTC=" qu"ejqswgu1eqnku gu0"Fcfqu"ngxcpvcfqu"rgnq"PKQUJ"
HTGKVCU." 4225+0" C" ockqtkc" fcu" cp nkugu" gzkuvgpvgu" *4226+"oquvtco"swg"qu"cekfgpvgu"swg"vkxgtco"eqoq"
uqdtg"q"vgoc"fg"cekfgpvgu"fq"vtcdcnjq"tghgtg/ug"c"gu- fguetk›«q"eqnku gu"g"ejqswgu"gpvtg"xg ewnqu"qewrcxco"
vwfqu" fg" ecuq" qw" guvwfqu" eqo" tgcu" nkokvcfcu0" Pq" c"rtkogktc"rquk›«q0"Qu"hcvqtgu"cuuqekcfqu"cq"ejqswg"
rtgugpvg" vtcdcnjq." go" rctvkewnct." rqfg/ug" fguvcect" c" kpenw tco" uckt" fq" ecokpj«q" *68'+." fktkikt" cekoc" fq"
nkokvg"rgtokvkfq"*45'+."hcnvc"fg"cvgp›«q"*33'+."uqpq- guvtguug"go"vqfqu"qu"itwrqu"fg"oqvqtkuvcu"cpcnkucfqu"
n‒pekc"qw"fqtokt"cq"xqncpvg"*9'+0"Go":'"fqu"ejq- pguvg"guvwfq0
swgu"qu"eqpfwvqtgu"jcxkco"dgdkfq0 Guvwfqu"fq"PKQUJ"oquvtctco"swg"qu"oqvqtkuvcu"
C"rgtfc"cwfkvkxc."uwtfg|."hqk"fguetkvc"eqoq"woc"fcu" fg"ecokpj gu"rgucfqu"crtgugpvctco"q"ockqt" pfkeg"
rtkpekrcku"ecwucu"fcu"fqgp›cu"fq"vtcdcnjq"go"vqfqu"qu" fg" „dkvqu." eqo" 4:.2'" fqu" ecuqu" guvwfcfqu0" Gpvtg"
itwrqu" fg" oqvqtkuvcu." uqdtgvwfq" rctc" qu" eqpfwvqtgu" 3;;4"g"4223."guugu"rtqÞuukqpcku"tgrtgugpvctco"c"og-
fg"ecokpj«q"g"»pkdwu."rctc"qu"swcku"c"rtqrqt›«q"hqk" vcfg" fcu" oqtvgu" fqu" oqvqtkuvcu" go" igtcn" *PKQUJ."
uwrgtkqt"c"72'0"Eqtt‒c"Hknjq"gv"cn0"*4224+"gpeqpvtctco" 4226+0
cuuqekc›«q"rqukvkxc"gpvtg"q"vgorq"fg"cvwc›«q"go"qew-
rc› gu"fg"gzrquk› gu"cq"tw fq"g"c"rgtfc"cwfkvkxc"kpfw- CONSIDERAÇÕES FINAIS
|kfc"rqt"tw fq"*Rckt+0"Fqu"326"ecuqu"fg"oqvqtkuvcu"fg"
»pkdwu"cpcnkucfqu."54.9'"fq"vqvcn"crtgugpvctco"rgtfc" Guvg"guvwfq"vtc›qw"wo"rgtÞn"fqu"cekfgpvgu"fq"vtcdc-
cwfkvkxc0"J "woc"icoc"fg"hcvqtgu"fg"tkueq"swg"rqfgo" njq"fg"oqvqtkuvcu"tgukfgpvgu"pq"Guvcfq"fg"U«q"Rcwnq."
igtct"rtqdngocu"fg"uc¿fg"rctc"oqvqtkuvcu."gpvtg"gngu<" eqo"dcug"pqu"tgikuvtqu"cfokpkuvtcvkxqu"fc"Rtgxkf‒p-
rgtkiq" eqpuvcpvg=" rquk› gu" kpe»oqfcu=" guhqt›qu" h uk- ekc" Uqekcn." go" gurgekcn" c" ECV0" Cu" nkokvc› gu" fguvg"
equ="tgrgvkvkxkfcfg="oqpqvqpkc="vgorgtcvwtc"kpcfgswc- guvwfq"kpenwgo<"qu"vtcdcnjcfqtgu"kphqtocku"swg"p«q"
fc"pqu"codkgpvgu"fg"vtcdcnjq="rtguu«q"fqu"vgorqu"c" eqpuvco"fcu"dcugu"fg"fcfqu"eqpuwnvcfcu="g"rtqdngocu"
ewortkt="guvcfq"fg"cngtvc"eqpuvcpvg0"Vqfq"guvg"eqplwp- fg"rtggpejkogpvq"fqu"tgikuvtqu0"
vq"fg"hcvqtgu"ngxc"qu"vtcdcnjcfqtgu"c"wo"fguicuvg"h uk- Woc"fcu"eqpvtkdwk› gu"fguvg"vtcdcnjq"tghgtg/ug" "
eq."ogpvcn"g"rukeqn„ikeq"*UCPVQU."4226="CNOGKFC." gncdqtc›«q"fqu"kpfkecfqtgu"fg"kpekf‒pekc."oqtvcnkfc-
4223="DTQYP."3;;4+0 fg"g"ngvcnkfcfg"rctc"woc" tgc"igqit Þec"cdtcpigpvg0"
Q"guvcfq"fg"cngtvc"Ï"ecrcekfcfg"fg"ocpvgt"q"hqeq" C"etkc›«q"fg"citwrcogpvqu"gurge Þequ"fc"qewrc›«q"
fg"cvgp›«q"uqdtg"wo"fcfq"guv ownq"rqt"vgorq"rtq- oqvqtkuvc" rgtokvkw" tgcnk|ct" cp nkugu" ocku" rtgekucu" g"
nqpicfq"Ï"fi"woc"fcu"gzki‒pekcu"eqipkvkxcu"fq"vtcdcnjq" fgvcnjcfcu"fqu"cekfgpvgu"fg"vt¤pukvq"g"fqu"oqvqtkuvcu"
fg"oqvqtkuvcu0"Q"itcpfg"p¿ogtq"fg"hcvqtgu"fg"tkuequ" rtqÞuukqpcku"cekfgpvcfqu0"
cuuqekcfqu" " cvkxkfcfg" fqu" oqvqtkuvcu" rtqÞuukqpcku" Qu" fcfqu" cswk" crtgugpvcfqu" rqfgo" cwzknkct" pqu"
g"qu"j dkvqu"fg"xkfc"p«q"ucwf xgku"htgs¯gpvgu"pguvg" rtqitcocu"fg"rtgxgp›«q"fc"qeqtt‒pekc"fguvgu"gxgp-
itwrq"qewrcekqpcn"rqfgo"ngx /nqu"c"ukpvqocu"fg"ocn" vqu."uglc"pc"hqtoc›«q"fg"rtqitcocu"fg"vtgkpcogpvq"
u¿dkvq"g"guvtguug. gpvtg"qwvtqu"rtqdngocu"korqtvcpvgu swg"kpenwco"kphqtoc› gu"fg"uc¿fg"rctc"guvc"ecvgiqtkc"
fg" uc¿fg" *OQTGPQ=" HKUEJGT=" TQVGPDGTI." rtqÞuukqpcn."uglc"pc"ecrcekvc›«q"fg"gswkrgu"fg"gogt-
4225+." q" swg" rqfg." rgnq" ogpqu" go" rctvg." gzrnkect" i‒pekc." vtcvcogpvq" g" tgcdknkvc›«q" fguvg" korqtvcpvg"
rqt"swg"hqtco"tgikuvtcfcu"cu"ecwucu"fg"ocn"u¿dkvq1 itwrq"qewrcekqpcn0
EçOCTC."Q0"Q"tkueq"fg"cekfgpvgu"gpvtg"oqvqtkuvcu"rtqÞuukqpcku" OCEJCFQ."L0O0J0="IðOG¥."E0O0"Cekfgpvgu"fg"vtcdcnjq<"
go" hwp›«q" fg" guvtguug" g" hcfkic0" Revista Abramet." U«q" Rcwnq." eqpegr› gu" g" fcfqu0" Kp<" OKPC[Q." O0E0U0" *Qti0+0" Os muitos
p0"52."r0"53/57."3;;;0 Brasis<"uc¿fg"g"rqrwnc›«q"pc"ffiecfc"fg":20"U«q"Rcwnq<"Jwekvge1
Cdtcueq."3;;70"r0"33:/3640
ECOGTKPQ." F0" gv" cn0" Rwdnke" vtcpurqtvcvkqp" ftkxkpi" cpf"
fkuqtfgtu"qh "vjg"xgtvgdtcn"urkpg<"uwdlgevkxg"gxcnwcvkqp"qh "vjg" OGNNQ"LQTIG."O0J0R0"gv"cn0"Cekfgpvgu"fg"oqvq"pq"Þpcn"fq"
tkumu0"Med Lav."x0"::."p0"7."r0"5:4/5;7."3;;90 ugiwpfq"okn‒pkq<"guvwfq"fqu"rcekgpvgu"kpvgtpcfqu"pq"Owpke rkq"
fg"U«q"Rcwnq0"Revista Abramet."U«q"Rcwnq."x0"ZKZ."p0"58."r0"75/
EQTTèC"HKNJQ."J0T0"Percepção de riscos na ocupação precedendo 84."42230
lesões do trabalho<" wo" guvwfq" pq" owpke rkq" fg" Ecorkpcu." U«q"
Rcwnq." 3;;4/3;;50" Vgug" *Fqwvqtcfq+" Ï" Hcewnfcfg" fg" Uc¿fg" OQTGPQ." E0T0E0=" HKUEJGT." H0O0=" TQVGPDGTI." N0" C"
R¿dnkec"fc"WUR."U«q"Rcwnq."3;;60 uc¿fg" fq" vtcdcnjcfqt" pc" uqekgfcfg" 46" jqtcu0" São Paulo em
Perspectiva." U«q" Rcwnq." Hwpfc›«q" Ugcfg." x0" 39." p0" 3." r0" 56/68."
lcp01oct0"42250
EQTTèC"HKNJQ."J0T0"gv"cn0"Rgtfc"cwfkvkxc"kpfw|kfc"rqt"tw fq"
g"jkrgtvgpu«q"go"eqpfwvqtgu"fg"»pkdwu0"Rev. Saúde Pública."x0"58."
OQTGPQ."E0T0E0="RCUSWC."K0="ETKUVQHQNGVVK."H0"Vwtpqu"
r0"8;5/923."42240 kttgiwnctgu"g"uwc"kpàw‒pekc"pqu"j dkvqu"cnkogpvctgu"g"fg"uqpq0"
Q"ecuq"fqu"oqvqtkuvcu"fg"ecokpj«q0"Revista Abramet."U«q"Rcwnq."
FGPCVTCP"Ï"Fgrctvcogpvq"Pcekqpcn"fg"Vt¤pukvq0"Anuário p0"58."r0"39/46."42230
Estatístico de Acidentes de Trânsito0"Dtcu nkc."422:0"Fkurqp xgn"go<"
>jvvr<11yyy0fgpcvtcp0iqx0dt@0"Ceguuq"go<"52"ciq0"422:0 PKQUJ"Ï"Pcvkqpcn"Kpuvkvwvg"hqt"Qeewrcvkqpcn"Uchgv{"cpf"Jgcnvj0"
La prevención de lesiones y muerte del trabajador como consecuencia de
FWHH[."E0="OE"IQNFTKEM."C0G0"Uvtguu"cpf"vjg"dwu"ftkxgt" ejqswgu"cwvqoqxkn uvkequ"tgncekqpcfqu"eqo"gn"vt Þeq0"Ycujkpivqp."F0E0"
kp"vjg"WM"Vtcpurqtv"Kpfwuvt{0"Work and Stress."Nqpfqp."x0"6." Fkurqp xgn"go<">jvvr<11yyy0efe0iqx1urcpkuj1pkquj"@0"Ceguuq"
p0"3."r0"39/49."3;;20 go<"33"ciq0"42260
Ctvkiq"tgegdkfq"go"4"fg"lwnjq"fg"422:0
Crtqxcfq"go":"fg"ugvgodtq"fg"422:0
Eqoq"ekvct"q"ctvkiq<
VGKZGKTC."O0N0R0="HKUEJGT."H0O0"Cekfgpvgu"g"fqgp›cu"fq"vtcdcnjq"pqvkÞecfcu."fg"oqvqtkuvcu"rtqÞuukqpcku"fq"Guvcfq"
fg" U«q" Rcwnq0" São Paulo em Perspectiva." U«q" Rcwnq." Hwpfc›«q" Ugcfg." x0" 44." p0" 3." r0" 88/9:." lcp01lwp0" 422:0" Fkurqp xgn" go<"
>jvvr<11yyy0ugcfg0iqx0dt@=">jvvr<11yyy0uekgnq0dt@0
Resumo: No artigo se esboça um panorama atual das condições de vida e seu impacto sobre a saúde da população segundo raça/cor, no país
e no Estado de São Paulo, utilizando informações procedentes de fontes secundárias.
Palavras-chave: Desigualdades raciais. Saúde. Mortalidade infantil. Mortalidade materna.
Abstract: The article discusses an actual situation of living conditions and their impact on health of the population according race in
the country and in the State of Sao Paulo, using information from secondary sources.
Key words: Racial inequalities. Health. Infant Mortality. Maternal Mortality.
E
studos que trazem à tona a questão das desigualda-
fgu"uqekcku"g"q"korcevq"pc"uc¿fg"fc"rqrwnc›«q"hc|go"rctvg"fc"cpvkic"vtcfk›«q"dtcukngktc"pcu"tgàgz gu"eqpegkvwcku"
e metodológicas, incorporando diferentes referenciais analíticos e abordagens interdisciplinares.
Cu" o¿nvkrncu" fkogpu gu" fcu" kpks¯kfcfgu" go" uc¿fg" egpvtcfcu" pq" guvwfq" fcu" fgvgtokpc› gu" guvtwvwtcku" fc"
uqekgfcfg"dtcukngktc"Ï"eqpfk› gu"fg"xkfc."ukvwc› gu"fg"rqdtg|c."kfgpvkÞec›«q"fg"itwrqu"fg"tkueq."gpvtg"qwvtcu"Ï"g"
uwc"eqttgurqpf‒pekc"eqo"cu"eqpfk› gu"fg"uc¿fg"hqtco"corncogpvg"gzrnqtcfcu."rgtokvkpfq"eqpvct"pc"cvwcnkfc-
fg"eqo"wo"ce¿ownq"ukipkÞecvkxq"fg"rtqfw›«q"ekgpv Þec0
Os resultados destas pesquisas adquiriram suma importância, subsidiando o desenho e a implementação de
rqn vkecu"r¿dnkecu"g"rtqitcocu"uqekcku"eqoq"cnvgtpcvkxcu"ecrc|gu"fg"tgxgtvgt"qw"okvkict"q"swcftq"fg"rqdtg|c."
gzenwu«q"g"kpks¯kfcfgu"go"uc¿fg0
Posteriormente, surgiu no cenário nacional uma linha de pesquisa referida à saúde da população afro-descen-
fgpvg"egpvtcfc"pwoc"xku«q"uqekqgeqp»okec."cflwfkecpfq"cu"fkhgtgp›cu"gpeqpvtcfcu"uqogpvg" "fgvgtokpc›«q"
fcu"eqpfk› gu"fg"xkfc"c"swg"guuc"rqrwnc›«q"guvctkc"gzrquvc0"
Mais recentemente, ampliou-se o escopo temático mediante o reconhecimento de doenças que encontram
tgurcnfq"ekgpv Þeq"eqpuqnkfcfq"rctc"ugtgo"eqpukfgtcfcu"ocku"rtgxcngpvgu"pc"rqrwnc›«q"pgitc."go"xktvwfg"fq"
condicionamento de fatores genéticos com efeitos diretos ou indiretos na saúde desse subgrupo populacional.
Em que pese o acúmulo de conhecimentos so- Na Tabela 1 apresenta-se uma síntese de indica-
dtg"c"uc¿fg"ugiwpfq"tc›c1eqt."cetgfkvc/ug"swg"gzku- fqtgu"uqekqgeqp»okequ"swg"eqttqdqtctco"q"swcftq"
vgo" ckpfc" itcpfgu" fgucÞqu" c" ugtgo" gpectcfqu" pc" fg" fgukiwcnfcfg" tcekcn" gzkuvgpvg" pq" rc u<" gpswcpvq"
produção de conhecimento sobre esse tema. Nesse 26% da população declarada como branca pode ser
ugpvkfq."eqpukfgtc/ug"korqtvcpvg"swg"pqxqu"guvwfqu" considerada pobre, para os negros essa porcentagem
hqswgo"uwcu"cvgp› gu"pq"crtqhwpfcogpvq"g"cvwcnk- ug"fwrnkec.""q"oguoq"qeqttgpfq"eqo"vczc"fg"cpcnhc-
zação dos condicionantes do processo saúde–doen- dgvkuoq"fc"rqrwnc›«q"ockqt"fg"37"cpqu"g"qu"p xgku"
›cÏoqtvg."eqpukfgtcpfq"cu"qeqtt‒pekcu."eqpfk› gu." de renda domiciliar per capita." Qwvtq" hcvq" swg" fgxg"
citcxqu"g"fkÞewnfcfgu"fg"ceguuq"cqu"ugtxk›qu"fg"uc¿- ugt"fguvcecfq"tghgtg/ug" "gxkf‒pekc"fg"fqku"p xgku"fg"
fg0"Ckpfc"eqo"c"Þpcnkfcfg"fg"hqtpgegt"uwdu fkqu"pc" fkuetkokpc›«q" cvwcpfq" fg" hqtoc" eqplwpvc<" c" gfwec-
nwvc"rgnc"gs¯kfcfg"go"uc¿fg."vcodfio"fgxgtkco"ugt" ekqpcn"g"c"tcekcn0"Kphqtoc› gu"gor tkecu"tgxgnco""swg"
enfatizados aspectos sobre cuidados e tratamentos mesmo nos casos em que os negros apresentam esco-
fg"fqgp›cu"hqtvgogpvg"chgvcfqu"rgncu"eqpfk› gu"uq- laridade idêntica à dos brancos, em nenhuma circuns-
ekqgeqp»okecu"fguhcxqt xgku"fg"fgvgtokpcfqu"itw- v¤pekc" gngu" qdv‒o" p xgku" fg" tgpfc" ukoknctgu." Þecpfq"
pos populacionais. ugortg"cdckzq"fqu"xcnqtgu"rgtegdkfqu"rgnc"rqrwnc›«q"
Pguvg"eqpvgzvq."q"rtgugpvg"ctvkiq"rtgvgpfg"eqpvtk- branca.
buir para este debate, esboçando um panorama atual Outra maneira de demonstrar essa grande dife-
fcu" eqpfk› gu" fg" xkfc" g" ugw" korcevq" uqdtg" c" uc¿fg" renciação entre negros e brancos está na utilização
fc"rqrwnc›«q"ugiwpfq"tc›c1eqt."pq"rc u"g."gurgekÞec- fqu" xcnqtgu" fq" ìpfkeg" fg" Fgugpxqnxkogpvq" Jwoc-
mente, no Estado de São Paulo, a partir de informa- pq"Ï"ecnewncfq"c"rctvkt"fg"vt‒u"kpfkecfqtgu<"gfwec›«q."
› gu"rtqegfgpvgu"fg"hqpvgu"ugewpf tkcu0 gurgtcp›c" fg" xkfc" g" tgpfc" Ï" cnecp›cfqu" rqt" codqu"
os subgrupos populacionais. Como se percebe, este
CONSTATAÇÕES DAS DESIGUALDADES índice médio situa a população negra, num ranking
RACIAIS NO PAÍS qticpk|cfq"fcu"ognjqtgu" u"rkqtgu"eqpfk› gu"fg"xkfc."
numa posição 111 inferior à da população branca.
O Brasil abriga a segunda maior população negra do Por entender que a saúde da população está forte-
mundo, concentrando atualmente quase 50% da sua ogpvg"eqpfkekqpcfc"rgncu"fkogpu gu"uqekqgeqp»ok-
rqrwnc›«q" cwvqencuukÞecfc" eqoq" chtq/fguegpfgpvg" ca, cultural e política, pode-se concluir que este pa-
*rctfqu"qw"rtgvqu+."go"xktvwfg"fq"rtqeguuq"jkuv„tk- pqtcoc"fguhcxqt xgn"go"swg"xkxg"c"rqrwnc›«q"pgitc"
eq"fc"guetcxcvwtc"kpkekcfq"c"rctvkt"fq"ufiewnq"ZXK0"C" dtcukngktc"rtqxqect "korcevqu"pc"hqtoc"g"kpvgpukfcfg"
construção social da desigualdade de oportunidades do processo saúde-doença e morte.
entre brancos e negros condicionou e condiciona a Qu"tguwnvcfqu"fc"Vcdgnc"4"oquvtco"c"dckzc"rtq-
hqtoc" fg" xkxgt" fguvgu" itwrqu." hc|gpfq/ug" gxkfgpvg" rqt›«q" fg" o«gu" pgitcu" swg." eqorctcvkxcogpvg" u"
pcu"fkurctkfcfgu"fcu"eqpfk› gu"fg"xkfc0" dtcpecu."vkxgtco"rgnq"ogpqu"woc"eqpuwnvc"rtfi/pcvcn"
C" dkdnkqitcÞc" gzkuvgpvg" rgtokvg" ucdgt" swg." go" fwtcpvg"c"itcxkfg|0"Ug"fi"hcvq"swg"c"ufitkg"jkuv„tkec"fg"
igtcn."qu"ocrcu"fg"rqdtg|c"ug"uwrgtr go"eqo"qu" 2000 até 2004 mostra uma tendência de melhoria da
fc" fkuvtkdwk›«q" rqt" gvpkc0" Kuuq" ukipkÞec" swg." pq" atenção ao pré-natal das mulheres negras, também é
Dtcukn."qu"pgitqu"qewrco"cu"rquk› gu"ogpqu"swc- xgtfcfg"swg"guucu"ownjgtgu"ejgico"cq"oqogpvq"fq"
nkÞecfcu" g" rkqt" tgowpgtcfcu" pq" ogtecfq" fg" vtc- rctvq"eqo"woc"fguxcpvcigo"etwekcn."gngxcpfq"qu"tku-
dcnjq."crtgugpvco"p xgku"ocku"dckzqu"fg"kpuvtw›«q." equ"fg"xkfc"fgncu"g"fg"ugwu"Þnjqu0
tgukfgo"go" tgcu"swg"qhgtvco"ogpqu"ugtxk›qu"fg" L "q"It Þeq"3"tgxgnc"swg."gpvtg"cu"ownjgtgu"swg"
kphtc/guvtwvwtc" d ukec" g." Þpcnogpvg." uqhtgo" ockq- cumpriram o mínimo de consultas médicas reco-
tgu" tguvtk› gu" pq" ceguuq" c" ugtxk›qu" fg" uc¿fg." swg." mendadas pela OMS, há diferença da ordem de 40%
quando prestados, são de pior qualidade e menor c" hcxqt" fcu" dtcpecu0" Guug" tguwnvcfq." swg" gzrtguuc" c"
tguqnwvkxkfcfg"tgncvkxc0" "fkÞewnfcfg" fg" ceguuq" c" ugtxk›qu" fg" uc¿fg." rqfgtkc"
Tabela 1
Características Socioeconômicas da População, segundo Raça/Cor
Brasil – 2000-2005
It Þeq"5 g" 42220" Guugu" tguwnvcfqu" uwigtgo" swg" qu" Þnjqu" fg"
o«gu"pgitcu"eqpvkpwco"c"uqhtgt"fguxcpvcigo"eqo-
Taxas de Mortalidade Infantil, segundo Raça/Cor
rctcvkxc"pq"swg"ug"tghgtg" "gzrquk›«q"fg"cfqgegt"g"
Brasil – 1991-2000
de morrer.
Rctc"eqpenwkt"guvg"dtgxg"tguwoq"fc"uc¿fg"fc"rq-
Brancos Negros Total
pulação brasileira segundo raça/cor, remete-se ao co-
pjgekogpvq"fg"swg"c"oqtvcnkfcfg"ocvgtpc"tgàgvg"wo"
Por 1.000 nascidos vivos eqplwpvq"fg"hcvqtgu."eqoq"c"swcnkfcfg"fc"cuukuv‒pekc"
100
rtguvcfc"fwtcpvg"c"xkfc"tgrtqfwvkxc"fqu"ekfcf«qu"g"c"
80
cuukuv‒pekc" "uc¿fg"fc"ownjgt"gurgekÞecogpvg0"Nqiq."
qu" p xgku" gngxcfqu" fcu" vczcu" fg" oqtvcnkfcfg" ocvgt-
60 na poderiam ser atribuídos ao grande número de
itcxkfg|gu" swg" crtgugpvco" swcftqu" fg" oqtdkfcfg"
40 gurge Þequ." u" fkÞewnfcfgu" fg" ceguuq" g" wuq" fg" ugt-
xk›qu"fg"uc¿fg."g" "swcnkfcfg"fc"cuukuv‒pekc"rtguvcfc"
20
às mulheres durante o período do pré-natal, parto e
0 puerpério.
1991 2000
Mesmo tendo ocorrido uma melhora histórica na
coleta dos dados, não se conhece, da mesma forma
Fonte: PNUD/Cedeplar. Atlas Racial Brasileiro 2005. Elaboração swg"pc"ockqtkc"fqu"rc ugu"uwdfgugpxqnxkfqu."q"tgcn"vc-
Nepo/Unicamp. ocpjq"fq"rtqdngoc"g"c"swgo"chgvc"oclqtkvctkcogpvg."
fgxkfq" u"fgÞek‒pekcu"swcpvkvcvkxcu"*dckzc"eqdgtvwtc+"
g" swcnkvcvkxcu" *gttqu" fg" rtggpejkogpvq" fcu" xctk xgku"
pqu" cvguvcfqu" fg" „dkvqu+" fcu" kphqtoc› gu" uqdtg" cu"
It Þeq"6 mortes maternas.
Taxas de Mortalidade na Infância, segundo Raça/Cor Go" swg" rgug" q" hcvq" fg" tgeqpjgegt" c" rquu xgn"
Brasil – 1991-2000 uwdguvkoc›«q" pq" e newnq" fcu" vczcu" fg" oqtvcnkfc-
fg"ocvgtpc."cu"guvkocvkxcu"fktgvcu"rctc"4222"g"4226"
*It Þeq"7+"eqpÞtoco"c"guvcdknkfcfg"fq"p xgn"pguug"
Brancos Negros Total período, além da sobremortalidade de 35% das mu-
lheres negras quando comparadas às brancas. Estas
Por 1.000 nascidos vivos eqpuvcvc› gu" cngtvco" rctc" c" pgeguukfcfg" fg" ugtgo"
100
etkcfcu"guvtcvfiikcu"fg"tgfw›«q"p«q"uqogpvg"fc"vczc"fg"
80
mortalidade materna – 90% das quais consideradas
rcuu xgku"fg"ugtgo"gxkvcfcu"Ï."ocu"vcodfio"fq"fkhg-
60 tgpekcn" l " crqpvcfq." eqpvgorncpfq" gurgekÞekfcfgu"
tcekcku."cnfio"fcu"eqpfk› gu"uqekqgeqp»okecu0"C"tkiqt"
40 fgxgtkco"ugt"cpcnkucfcu"cu"fqgp›cu"swg"chgvco"eqo"
ockqt"rtgxcn‒pekc"woc"qw"qwvtc"uwdrqrwnc›«q."eqoq."
20
rqt"gzgornq."jkrgtvgpu«q"gurge Þec"fc"itcxkfg|."kp-
0
hge› gu."cdqtvq."cekfgpvg"egtgdtcn"xcuewnct."fkcdgvgu."
1991 2000 enfermidades renais, etc., que se destacam como as
principais causas de morte das mulheres em idade
tgrtqfwvkxc"rgncu"eqornkec› gu"fc"itcxkfg|."rctvq"g"
Fonte: PNUD/Cedeplar. Atlas Racial Brasileiro 2005. Elaboração
Nepo/Unicamp. puerpério.
It Þeq"8 It Þeq"9
Óbitos sem Assistência Médica Taxa de Mortalidade Infantil
Brasil – 2004-2005 sem Assistência Médica
Brasil – 2004-2005
5,7 0,8
6,0
0,6
0,5
4,0
3,5
0,4
0,4
2,2
2,0 0,2
1,5 0,2
0,0 0,0
2004 2005 2004 2005
na Tabela 3, permite concluir que a população clas- de estudos é cerca de um ano e meio menor do que a
ukÞecfc"eqoq"pgitc"xkxgpekc"woc"ukvwc›«q"cnvcogpvg" média registrada pelos brancos.
fguxcpvclquc"eqo"tgnc›«q" "dtcpec"pq"swg"ug"tghgtg" u" Wo"¿nvkoq"eqogpv tkq"uqdtg"cu"eqpfk› gu"fg"xkfc"
eqpfk› gu"uqekqgeqp»okecu0" da população paulista, segundo raça/cor, refere-se ao
Assim, a proporção de população pobre entre os xcnqt"fq"KFJ."swg."oguoq"go"rcvcoctgu"uwrgtkqtgu"
negros é 46% maior do que no caso dos brancos. "ofifkc"pcekqpcn."gxkfgpekc"swg"qu"pgitqu"cnecp›co"
Além disso, os negros recebem os menores rendi- wo"xcnqt"kphgtkqt"cq"fqu"dtcpequ0"Q"swg"ecdg"kpfcict."
mentos independente dos anos de estudo alcançados, portanto, é se as características salientadas repercu-
icpjco"ogvcfg"fc"tgpfc"ofifkc"ogpucn"eqorctcvkxc- vgo"pgicvkxcogpvg"pcu"eqpfk› gu"fg"uc¿fg"fc"rqrw-
mente com os brancos, e apresentam as maiores ta- lação negra residente em São Paulo.
zcu"fg"fgugortgiq"Ï"swcug"q"fqdtq"fqu"dtcpequ0"Rqt" Antes de fazer referência ao comportamento de
¿nvkoq."c"vczc"fg"cpcnhcdgvkuoq"fc"rqrwnc›«q"pgitc" alguns indicadores de saúde segundo raça/cor, é
eqo"ocku"fg"37"cpqu"fi"5:'"ockqt"g"c"ofifkc"fg"cpqu" preciso salientar que a cobertura deste quesito entre
Vcdgnc"5
Características Socioeconômicas da População, segundo Raça/Cor
Estado de São Paulo – 2000-2006
Renda média domiciliar per capita (R$ de 2002) (1) 2003 503,4 244,5 427,7
Taxa de desemprego aos 25 anos ou mais (%) (2) 2001 6,8 11,6 8,0
Taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais (%) (4) 2006 4,3 6,9 5,0
Média de anos de estudo da população de 15 anos ou mais (4) 2006 8,6 7,1 8,2
It Þeq":
Óbitos sem Declaração de Raça/Cor
Brasil e Estado de São Paulo – 1996-2005
%
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
It Þeq";
Nascimentos sem Declaração de Raça/Cor
Brasil e Estado de São Paulo – 1996-2005
Brasil Estado de São Paulo
%
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
It Þeq"32 It Þeq"33
Proporção de Mães com Assistência Pré-natal, Proporção de Nascidos Vivos de Baixo Peso
por Raça/Cor ao Nascer, por Raça/Cor
Estado de São Paulo – 2004 Estado de São Paulo – 2004
% %
100,0 10,5
75,5 10,0
80,0 10,0
72,6
61,3
60,0 9,5
9,1
40,0 9,0
8,7
20,0 8,5
0,0 8,0
Branca Negra Total Branca Negra Total
Fonte: Fundação Seade. Elaboração Nepo/Unicamp. Fonte: Fundação Seade. Elaboração Nepo/Unicamp.
It Þeq"34 It Þeq"35
Esperança de Vida ao Nascer, Taxas de Mortalidade Infantil,
segundo Sexo e Raça/Cor segundo Raça/Cor
Estado de São Paulo – 1980-2000 Estado de São Paulo – 1991-2000
74,95 75,64
75
40
73,26
70,56
70 68,00
69,11 30
65
62,09 65,76 65,31
20
61,89
60
60,76
10
55
55,04
0
50
1991 2000
1980 1991 2000
Fonte: PNUD/Cedeplar. Atlas Racial Brasileiro 2005. Elaboração Fonte: PNUD/Cedeplar. Atlas Racial Brasileiro 2005. Elaboração
Nepo/Unicamp. Nepo/Unicamp.
It Þeq"36 rwgtrfitkq0"Qu"fcfqu"tgxgnco"pqxcogpvg"c"uqdtgoqt-
Taxa de Mortalidade na Infância, segundo Raça/Cor talidade das mulheres negras quando comparadas às
Estado de São Paulo – 1991-2000 brancas, chegando a representar 40% em 2000. Mes-
oq"vgpfq"swg"vqoct"ecwvgnc"pcu"cp nkugu"fguvg"gxgp-
Brancos Negros Total vq"fgoqit Þeq."fgxkfq" "rquu xgn"uwdguvkoc›«q"fcu"
guvkocvkxcu" qdvkfcu" c" rctvkt" fcu" guvcv uvkecu" qÞekcku."
Por 1.000 nascidos vivos ejcoc"c"cvgp›«q"q"cwogpvq"fq"p xgn"fg"oqtvcnkfcfg"
50
materna entre as mulheres negras e a diminuição da
vczc"rctc"cu"dtcpecu."pq"rgt qfq"4222/42270"Guvg"fg-
40
ugorgpjq"fcu"vczcu"fg"oqtvcnkfcfg"ocvgtpc"rtqxq-
cou um aumento substancial das assimetrias raciais,
30
rcuucpfq"c"fkhgtgp›c"gpvtg"cu"vczcu"qdugtxcfcu"rctc"
60% em 2005.
20
Q"crcpjcfq"fg"kphqtoc› gu"crtgugpvcfqu"cvfi"cswk"
rgtokvg."rqtvcpvq."gxkfgpekct"cu"fkhgtgp›cu"fg"tc›c1
10
cor presentes nas distintas formas de adoecer e mor-
0
rer da população brasileira e da paulista, mostrando
1991 2000 woc" rquk›«q" cnvcogpvg" fguxcpvclquc" qewrcfc" rgnq"
segmento dos negros, em todos os indicadores con-
Fonte: PNUD/Cedeplar. Atlas Racial Brasileiro 2005. Elaboração siderados.
Nepo/Unicamp.
CONCLUSÕES
enraizadas na sociedade brasileira, que contemplem fgo" rctc" q" ceguuq" cqu" ugtxk›qu" fg" uc¿fg" g" rctc"
cu"pgeguukfcfgu"gurge Þecu."rtqoqxgpfq"q"fktgkvq" " os indicadores de mortalidade. Pode-se dizer que
igualdade de parcelas de população que se inserem de a população negra brasileira sofre um acúmulo de
hqtoc"gzenwfgpvg"pq"rc u0 fgukiwcnfcfgu"uqekqgeqp»okecu"g"tcekcku."swg"nkok-
C" eqorknc›«q" fg" kphqtoc› gu" cswk" crtgugpvcfc" vco" p«q" uqogpvg" q" ugw" p xgn" fg" dgo/guvct." ocu"
aponta para o fato de que a questão racial é um fator vcodfio" q" fcu" hwvwtcu" igtc› gu0" Pc" xgtfcfg." cu"
altamente condicionante para os estados de saúde, eqortqxc› gu" gor tkecu" kpfkeco" wo" hcvq" kpeqp-
sendo que os negros sistematicamente encontram-se vguv xgn<" c" ockqt" xwnpgtcdknkfcfg" fqu" pgitqu" eqo"
go"rquk›«q"owkvq"fguxcpvclquc0"Oguoq"tgeqpjgegp- tgnc›«q" " uqdtgxkx‒pekc" swcpfq" eqorctcfqu" "
do que a raça/cor não é por si só um fator de risco, situação dos brancos.
fgxg/ug" eqpukfgtct" swg" c" kpugt›«q" uqekcn" cfxgtuc" fq" Em resumo, acredita-se que, com respaldo cien-
pgitq"ugo"f¿xkfc"eqpuvkvwk"wo"citcxcpvg"fg"uwc"xwn- v Þeq"eqpukuvgpvg"swg"crqtvg"gxkf‒pekcu"gor tkecu."
pgtcdknkfcfg"fkcpvg"fcu"eqpfk› gu"fg"uc¿fg0" q"tgeqtvg"fivpkeq1tcekcn"fgxgtkc"eqpuqnkfct/ug"eqoq"
Eqpuvcvqw/ug" swg" cu" fguxcpvcigpu" qdugtxcfcu" uma dimensão central, da mesma forma que a clas-
pcu" eqpfk› gu" fg" xkfc" fc" rqrwnc›«q" pgitc" gzvtc- se social e gênero, na produção, disseminação de
rqnco"qu"kpfkecfqtgu"uqekqgeqp»okequ"g"ug"guvgp- kphqtoc› gu"g"cp nkugu"fqu"fkhgtgpekcku"go"uc¿fg0"
Nota
Pguvg" ctvkiq" wvknk|c/ug" c" xctk xgn" tc›c1eqt" ectcevgtk|cpfq" c"
população em branca e negra (somatória da população preta
g"rctfc"ugiwpfq"encuukÞec›«q"qÞekcn"fq"KDIG+."ceqorcpjcp-
fq"c"eqpxgp›«q"gortgicfc"pqu"guvwfqu"tghgtgpvgu" "rtqdng-
mática racial.
DTCUKN0"Okpkuvfitkq"fc"Uc¿fg0"Manual de doenças mais importantes, aaaaaa0" Etkcp›cu" rcwnkuvcu<" fkhgtgp›cu" tcekcku" cq" pcuegt" g" cq"
por razões étnicas, na população brasileira afro-descendente. Brasília, oqttgt0" Kp<" GPEQPVTQ" PCEKQPCN" FG" GUVWFQU"
FH<"42220" RQRWNCEKQPCKU." 350." 4224." Qwtq" Rtgvq0" Anais… Belo
Jqtk|qpvg<"Cdgr."42240 EF/TQO0
ECTXCNJQ."L0C0="YQQF."E0J0"C"fgoqitcÞc"fc"fgukiwcnfcfg"pq"
aaaaaa0"Kphcpv"oqtvcnkv{"cpf"tceg<"vjg"fkhhgtgpegu"qh "kpgswcnkv{0"
Brasil0"Tkq"fg"Lcpgktq<"Krgc."3;;60
Kp<"JQICP."F0L0"*Qti0+0"Population change in Brazil<"eqpvgorqtct{"
rgturgevkxgu0" Ecorkpcu<" Rqrwncvkqp" Uvwfkgu" Egpvgt" *Pgrq1
EWPJC."G0O0I0R0"Rcpqtcoc"cevwcn"fg"ncu"eqpfkekqpgu"uqekqg- Unicamp), 2001. p. 333-336.
eqp„okecu"{"fgoqit Þecu"fg"nc"rqdncek„p"pgitc"dtcukng‚c"{"uwu"
eqpugewgpekcu"gp"nc"ucnwf0"Kp<"LQTPCFCU"CGRC.";0."E„tfqdc." ______. Condicionantes da mortalidade infantil segundo raça/cor no
2007. Anais... Córdoba, 2007. Estado de São Paulo, 1997-19980"42230"3:2h0"Vgug"*Fqwvqtcfq"go"
Uc¿fg"Eqngvkxc+"Ï"Hcewnfcfg"fg"Ek‒pekcu"Ofifkecu."Wpkxgtukfcfg"
aaaaaa0" Gxkf‒pekcu" fg" fgukiwcnfcfgu" tcekcku" pc" oqtvcnkfcfg" Estadual de Campinas, Campinas, 2001.
infantil. Boletim Epidemiológico Paulista – Bepa."U«q"Rcwnq."x0"5."r0"
7:/84."42280"Qp/nkpg0 aaaaaa0"Tc›c<"curgevq"guswgekfq"pc"kpks¯kfcfg"go"uc¿fg"pq"
DtcuknA"Kp<"DCTCVC."T0D0"gv"cn0"*Qti0+0"Eqüidade e saúde<"eqp-
aaaaaa0" Oqtvcnkfcfg" kphcpvkn" rqt" tc›c" g" eqt0" Kp<" DCVKUVC." vtkdwk› gu"fc"grkfgokqnqikc0"Tkq"fg"Lcpgktq<"Hkqetw|1Cdtcueq."
N0G0=" MCNEMOCPP." U0" Seminário Saúde da População Negra 1997. p. 219-234. (Série Epidemiológica, n. 1).
Ctvkiq"tgegdkfq"go"36"fg"ciquvq"fg"422:0
Crtqxcfq"go"37"fg"qwvwdtq"fg"422:0
Eqoq"ekvct"q"ctvkiq<
EWPJC."G0O0I0R0"Q"tgeqtvg"tcekcn"pq"guvwfq"fcu"fgukiwcnfcfgu"go"uc¿fg0"U«q"Rcwnq"go"Rgturgevkxc."U«q"Rcwnq."Hwpfc›«q"
Ugcfg."x0"44."p0"3."r0"9;/;3."lcp01lwp0"422:0"Fkurqp xgn"go<">jvvr<11yyy0ugcfg0iqx0dt@=">jvvr<11yyy0uekgnq0dt@0
Resumo: A regionalização constitui um dos pressupostos da atual fase de descentralização do Sistema Único de Saúde – SUS e um importante processo para
diminuir as grandes desigualdades no território brasileiro. Apesar de avanços relevantes, o artigo identifica como uma nova perspectiva para a regionalização da
saúde se mostra necessária para que um projeto nacional mais efetivo e coerente com as diversidades dos lugares se conforme no Brasil.
Palavras-chave: Regionalização. Política de saúde. Descentralização.
Abstract: The regionalization is one of the premises for the current phase of decentralizing the Unified Health System – SUS and an important process to reduce
the significant inequalities in Brazil. Despite advances relevant, this article identifies how a new perspective regarding the regionalization of health care is needed in
order to establish a national project which is more effective and coherent with regional diversity in Brazil.
Key words: Regionalization. Health Policy. Decentralization.
D
esde que o Sistema Único de Saúde – SUS foi ins-
tituído no Brasil, por meio da Constituição Federal de 1988, a estratégia privilegiada para a implantação do
sistema foi a da descentralização, notadamente a responsabilização dos municípios pela provisão dos serviços e
organização de sistemas municipais de saúde. Somente mais recentemente é que a estratégia da regionalização
crctgegw"eqo"hqt›c"pqu"fqewogpvqu"qÞekcku"g"vgxg"kp ekq"wo"rtqeguuq"ocku"ghgvkxq"fg"etkc›«q"fg"kpuvtwogpvqu"
propícios à criação de regiões de saúde e de pactos intergovernamentais, visando o estabelecimento de relações
mais cooperativas e solidárias para responder às demandas crescentes dos cidadãos por serviços de saúde mais
resolutivos e de melhor qualidade.
Um conjunto de leis e portarias foi instituído para determinar as regras e os mecanismos desse processo em
todo o território nacional, com destaque para: Constituição Federal de 1988; Leis Orgânicas da Saúde n. 8.080
e n. 8.142 de 1990; Normas Operacionais Básicas de 1993 e de 1996; Norma Operacional de Assistência à
Saúde (01/2001 e 01/2002) e Pacto pela Saúde de 2006.
de saúde, o que compromete o fortalecimento 1993), que as estabelecem como “instâncias privile-
dos entes municipais na condução do projeto giadas para negociação e decisão quanto aos aspectos
nacional de saúde proposto na Constituição Fe- operacionais do SUS”. Segundo relatório do próprio
deral de 1988. Okpkuvfitkq" fc" Uc¿fg." vqfqu" qu" Guvcfqu" crtgugpvc-
O segundo ciclo se inicia na primeira metade da xco."go"fg|godtq"fg"3;;6."uwcu"EKDu"eqpuvkvw fcu"
década de 1990 e caracteriza-se pelas tentativas de g"go"hwpekqpcogpvq0"Guuc"pqxc"guvtwvwtc"eqngikcfc."
fortalecimento da gestão municipal, apoiado pelo acrescentada à estrutura de gestão do SUS no plano
maior aporte de recursos para os entes municipais, estadual, visava mudar a estratégia política de descen-
fgÞpkfq"rgnc"Ectvc"fg"3;::0"Cu"kpkekcvkxcu"fg"rqn vkec" tralização das ações e serviços de saúde, de forma a
são muito dependentes das estruturas e histórias sa- hqtvcngegt"q"rcrgn"tgiwncfqt"fqu"Guvcfqu"g"hcxqtgegt"
nitárias locais. Nesse ciclo, o processo de descentrali- c"etkc›«q"fg"ukuvgocu"uwrtcowpkekrcku0"Cuuko." u"EKDu"
zação baseia-se fundamentalmente nas transferências foi atribuído o papel de adequar as normas nacionais
Þuecku" g" ugvqtkcku" *fq" UWU+" p«q" tgfkuvtkdwvkxcu." rqku" u"eqpfk› gu"gurge Þecu"fg"ecfc"Guvcfq"g"rtqrqt"og-
são fortemente dependentes da capacidade de produ- fkfcu"tgiwncfqtcu"fcu"tgnc› gu"Guvcfq1owpke rkqu"g"
ção e faturamento dos serviços de saúde (pagamento município/município na implementação do SUS.
por prestação de serviços e transferência segundo sé- O terceiro ciclo da descentralização da política de
rie histórica de produção e faturamento). saúde é aquele inaugurado pela Norma Operacional
Guug"ekenq" ectcevgtk|c/ug."ckpfc." rgnq"hqogpvq"cq" Básica de 1996 (NOB 96), em que se inicia um pro-
fortalecimento das estruturas subnacionais, a partir cesso redistributivo por meio das transferências per
do aprendizado institucional incentivado pelas mo- capita e por programas como o Piso de Atenção Bá-
dalidades de habilitação (condições diferenciadas de ukec"Ï"RCD."Þzq"g"xctk xgn."g"kpegpvkxqu"rctc"c"cfq›«q"
gestão em saúde) previstas pela Norma Operacio- fq" Rtqitcoc" Uc¿fg" fc" Hco nkc" Ï" RUH0" Guucu" pqxcu"
nal Básica de 1993 (NOB-SUS 01/93). Se, por um ogfkfcu" fg" Þpcpekcogpvq" hcxqtgegtco" cu" tgik gu"
lado, essas modalidades trouxeram avanços na des- Norte e Nordeste, justamente as mais empobrecidas
centralização do poder, com maior autonomia para fq"rc u"g"eqo"itcpfgu"fkÞewnfcfgu"pc"eqpfw›«q"fcu"
os municípios, e contribuíram para organização dos rqn vkecu"fg"uc¿fg"*NKOC."4229+0
sistemas locais de saúde, por outro, não trataram de Cnfio"fcu"owfcp›cu"pq"Þpcpekcogpvq"g"fc"ognjq-
forma adequada o papel das esferas estaduais na in- ria da distribuição dos recursos pelo território, que
dução e fortalecimento da cooperação intermunici- favoreceu as esferas municipais situadas em regiões
pal. A situação de desigualdade dos municípios para mais pobres do país, não foram propostas medidas
assunção de suas responsabilidades se agrava a partir ocku" gurge Þecu" fg" hqogpvq" cq" hqtvcngekogpvq" fcu"
da entrada do Brasil numa economia globalizada e guvtwvwtcu"uwdpcekqpcku0"Guug"vgtegktq"ekenq"guiqvqw/
modernizadora. se pela sua incapacidade de alterar o quadro de desi-
No entanto, houve avanços para a pactuação na- gualdades regionais e intra-regionais na saúde. Ainda
cional e para a conformação de um ambiente inter- nesse sentido, apesar da construção de um ambiente
governamental mais cooperativo com a institucio- kpvgtiqxgtpcogpvcn" eqqrgtcvkxq." xkc" Eqokuu gu" Kp-
pcnk|c›«q"fcu"Eqokuu gu"Kpvgtiguvqtgu0"C"Eqokuu«q" tergestores, há certa estagnação dos avanços na des-
Kpvgtiguvqtgu" Vtkrctvkvg" Ï" EKV." go" ¤odkvq" pcekqpcn." egpvtcnk|c›«q"g"tgikqpcnk|c›«q"fq"UWU0"Kuuq"ug"fgxg" "
g" cu" Eqokuu gu" Kpvgtiguvqtgu" Dkrctvkvg" Ï" EKDu." go" maior complexidade das dinâmicas territoriais nesse
âmbito estadual, foram criadas na área da saúde, em período, com a inserção mais efetiva do Brasil na eco-
face da necessidade de conciliar as características do nomia globalizada, o que acarretou maiores desigual-
sistema federativo brasileiro e as diretrizes do SUS. fcfgu"uqekqgurcekcku"pq"rc u."igtcpfq"pqxqu"fgucÞqu"
Cu"EKDu"hqtco"kpuvkvw fcu"itcfcvkxcogpvg"pqu"Gu- para a saúde.
tados brasileiros, entre os anos de 1993/1994, con- Além disso, novos agentes, como os consórcios
hqtog" fgnkdgtc›«q" fc" PQD/UWU" 231;5" *DTCUKN." intermunicipais, provedores e planos privados de
saúde, ganharam importância na conformação de so, ante a excessiva normatividade técnica e rigidez
ukuvgocu" nqeq/tgikqpcku" fg" uc¿fg0" Guugu" cigpvgu." pq" embutidas na proposta de conformação das micror-
entanto, não ganharam representação dentro dos am- regiões e regiões de saúde, há um estímulo ao plane-
bientes intergovernamentais, como no caso das Co- lcogpvq"tgikqpcn"pq"¤odkvq"fqu"Guvcfqu."eqo"c"kpu-
okuu gu"Kpvgtiguvqtgu."q"swg"qecukqpqw"woc"gpqtog" vkvwk›«q"fq"Rncpq"Fktgvqt"fg"Tgikqpcnk|c›«q"Ï"RFT0"
fragmentação de interesses e situações de saúde no C" guvg" Rncpq" xkpewnco/ug" ckpfc" q" Rncpq" Fktgvqt" fg"
recorte regional, sem iniciativas de regulação. Kpxguvkogpvqu"Ï"RFK"g"c"Rtqitcoc›«q"Rcevwcfc"Kp-
C"rctvkt"fguug"vgtegktq"ekenq."rqfg/ug"cÞtoct"swg" vgitcfc"Ï"RRK0
houve um enfraquecimento do pacto nacional a favor Go"4228."eqo"q"ncp›cogpvq"fq"Rcevq"rgnc"Uc¿fg"
do SUS, tendo como agravante os fatos de que as *DTCUKN."4228c+."pqxcu"fktgvtk|gu"u«q"rtgeqpk|cfcu"
políticas neoliberais incentivaram a competição entre para a regionalização do sistema de saúde, baseadas
os entes federados, na corrida pela modernização do em um fortalecimento da pactuação política entre os
país; e as políticas tornadas extremamente setoriais entes federados, sobretudo no âmbito municipal, e na
não favoreceram uma compreensão integrada da di- diversidade econômica, cultural e social das regiões
nâmica territorial brasileira, em constante e rápida fq"rc u"rctc"c"tgfgÞpk›«q"fcu"Ñtgik gu"fg"uc¿fgÒ01
transformação, impedindo o governo federal de atua- Pode-se presumir que o Pacto pela Saúde inicia
lizar sua visão regional do país. um novo ciclo de descentralização do SUS ao pro-
No Brasil, a necessidade da negociação e formação curar garantir a função da regionalização de trazer os
de acordos entre as esferas de governo é pressionada conteúdos do território para dentro das lógicas de
ainda pelas baixas condições institucionais de grande sistema e de descentralização, como forma de pensar
p¿ogtq"fg"owpke rkqu"g"Guvcfqu."kiwcnogpvg"tgurqp- e buscar maior coerência e aproximação entre essas
sabilizados pela atenção à saúde de seus cidadãos. duas lógicas.
Fguvcec/ug"swg"cu"guvtcvfiikcu"fg"fguegpvtcnk|c›«q"ko- O SUS é único para todo o território brasileiro,
plantadas até meados dos anos 2000 mostraram-se assegurando o direito ao acesso ao sistema de saú-
ht igku" go" htgpvg" fqu" ciwfqu" eqpàkvqu" hgfgtcvkxqu." de para toda a população do país, entretanto, não se
go"wo"eqpvgzvq"fg"tguvtk›«q"Þuecn"g"jgtcp›c"fg"fg- realiza da mesma forma em todos os lugares, devido
ukiwcnfcfgu" geqp»okecu" g" uqekcku" *XKCPC=" NKOC=" às diferentes heranças territoriais e heterogeneidades
QNKXGKTC."4224+0" presentes no Brasil. Nesse sentido, a regionalização,
Além disso, a falta de um planejamento regional como principal estratégia da descentralização, preci-
das estratégias de descentralização da política de saú- sa ser, sobretudo, um processo político de lida com
de comprometeu sua adequação às múltiplas realida- a diversidade do próprio SUS e a sua relação com
des que se apresentam no território brasileiro. Não cu"fgukiwcnfcfgu"fq"vgttkv„tkq"dtcukngktq0"Kuuq"vqtpc"q"
jqwxg"woc"fkxgtukÞec›«q"fg"rqn vkecu"swg"ognjqt"tg- processo de regionalização mais complexo do ponto
lacionassem as necessidades de saúde segundo as di- de vista analítico, institucional e político.
p¤okecu"vgttkvqtkcku"gurge Þecu"*XKCPC"gv"cn0."4229+0"
O quarto ciclo de descentralização se inicia na vi- UMA OUTRA PERSPECTIVA PARA A REGIONALIZAÇÃO
rada dos anos 2000, com a edição da Norma Opera-
cional de Assistência à Saúde – Noas-SUS, nas ver- Guvcu" tgàgz gu" rctvgo" fc" ugiwkpvg" swguv«q<" fg" swg"
sões 01/2001 e 01/2002, que enfatizou o processo de maneira a ênfase na regionalização proporciona me-
regionalização do SUS como estratégia fundamental lhorias na descentralização e na democratização, além
para ampliação do acesso às ações e aos serviços de de maior sensibilidade política e analítica diante das
saúde, baseada, sobretudo, na distribuição e organi- desigualdades do território brasileiro?
|c›«q"fqu"ugtxk›qu"pq"vgttkv„tkq0"Godqtc"c"Pqcu"p«q" Rctc"tgurqpfgt"c"guuc"swguv«q."rctvg/ug"fc"cÞtoc-
vtqwzguug" cxcp›qu" ukipkÞecvkxqu" rctc" c" cfgswc›«q" ção feita por Ribeiro (2004a) de que a seleção de uma
regional dos processos de descentralização em cur- categoria de análise e de seu conceito é uma escolha de
visão de mundo e de uma determinada prática intelec- portanto, conteúdo e não simples continente, onde
tual e política. “A função dos conceitos não é sempre se pode recuperar um enfoque totalizador,3 imbuído
a mesma, na medida em que se alteram a totalidade re- do comprometimento com um saber que dê conta
àgvkfc"g"qu"ugpvkfqu"fc"c›«q"uqekcnÒ"*TKDGKTQ."4226c." fc" tgcnkfcfg" eqpetgvc0" Fguug" oqfq." " guug" eqpegkvq"
r0"69+0"Fg"ceqtfq"eqo"c"cwvqtc."c"ecvgiqtkc"fg"cp nkug"g" se mostra como importante fundamento para outra
seu conceito revelam a sensibilidade analítica e política perspectiva sobre regionalização.
em relação ao mundo, num dado período histórico. Fk|/ug"swg"c"tgikqpcnk|c›«q"fi"woc"fgnkokvc›«q"fq"
Fwtcpvg" nqpiq" vgorq." hqtvgu" eqttgpvgu" fc" Igq- território usado, feita a partir de critérios técnicos e
itcÞc"guvkxgtco"rqukekqpcfcu"eqoq"ek‒pekc"nkokvcfc" políticos que buscam coerência nas diferenciações es-
ao enfoque das localizações. Hoje, diante de uma paciais e que têm por objetivo a instrumentalização
eqorngzkÞec›«q" fc" tgcnkfcfg" uqekcn." gxqnw fc" fqu" política da dinâmica territorial.
processos dinamizados pela técnica, pela ciência e Porém, no Brasil, as divisões regionais produzidas
pela informação, esse veio epistemológico mostrou Ï"go"tgitc"igtcn."uqnkekvcfcu"rgnq"Guvcfq"rctc"ugtxktgo"
vgt"wo"rqfgt"gzrnkecvkxq"kpuwÞekgpvg0"C"inqdcnk|c›«q." à formulação e implementação de políticas públicas –
fenômeno do período atual, coloca lugares distantes subsidiam cada recorte com uma variedade de critérios
go" tgekrtqekfcfg." wpkÞecpfq" fkuv¤pekcu" rgnc" kphqt- que, pontuados para satisfazer a razão estratégica do
mação e pelo dinheiro, ou seja, pelos sistemas técni- interesse requerido pela divisão, terminam por prejudi-
cos e políticos. car a efetividade das políticas propostas e acirrar desi-
Guuc" pqxc" igqitcÞc" fq" rgt qfq." pqxc" tgcnkfcfg" gualdades socioterritoriais (SOUZA, 1993).
social, tem atualmente exigido novas concepções Nesse sentido, Ribeiro (2004b) presta grande con-
e renovações do arcabouço teórico que a concebe. tribuição com duas concepções principais que per-
Com o objetivo de perseguir uma interpretação da meiam as práticas de regionalização e de proposição
história do presente e as possibilidades do futuro, de planos regionais. Trata-se da regionalização como fato
Oknvqp"Ucpvqu."fgufg"c"ffiecfc"fg"3;92."gorgpjqw"c" e como ferramenta.
rtqrquvc"fg"eqortggpfgt"q"gurc›q"igqit Þeq""eqoq" A regionalização como fato:
ente dinamizador da sociedade, e não simplesmente
receptáculo ou palco onde se dão as relações sociais, Independe da ação hegemônica do presente. [...] depende da
tampouco materialidade inerte às relações que nele reconstrução histórica dos múltiplos processos que movimenta-
se dão. ram e limitaram a ação hegemônica. Desta maneira, a regio-
Guuc"rgturgevkxc"eqpfw|" "kffikc"fg"swg"q"gurc›q"fi" nalização como fato encontra-se vinculada aos jogos dinâmicos
banal, pois de todos os homens, não importam suas da disputa de poder, inscritos nas diferentes formas de apro-
diferenças, de todas as instituições, não importa sua priação (construção e uso) do território *TKDGKTQ."4226d."
força, de todas as empresas, não importa seu poder p. 194-195).4
*UCPVQU."3;;8d+0"Gpvgpfgpfq/q"vcpvq"eqoq"tguwn-
tado do processo histórico quanto a base material e Já a regionalização como ferramenta refere-se a
uqekcn"fcu"pqxcu"c› gu"jwocpcu."q"gurc›q"igqit Þeq" sua instrumentalidade vinculada a essa ação hege-
fi"fgÞpkfq"go"ugw"rcrgn"cvkxq."rcrgn"oqvqt0" mônica da atual conjuntura. Não raro, então, a re-
Nesse sentido, busca-se a compreensão não pu- ik«q" cuuko" eqpegdkfc" rtguuwr g" qdlgvkxkfcfg1Þo1
ramente do território, herança de conceitos da mo- instrumentalidade, articulando-se com ideologias e
dernidade, utilizada por homens da ciência política, tgewtuqu"rqn vkeq/cfokpkuvtcvkxqu"*TKDGKTQ."4226d+0"
por juristas, antropólogos, mas sim do território usado2 A regionalização, nesse sentido, aparece menos como
(SANTOS, 1994, 1996, 1999), híbrido de materiali- wo"hcvq"g"ocku"eqoq"woc"encuukÞec›«q"fg" tgcu"g"nq-
dade e ações, entre trabalho morto e trabalho vivo, cais. A multiplicidade de elementos que caracterizam
entre forma e conteúdo, entre o meio construído a existência da regionalização como fato cede lugar a
e o movimento da sociedade. O território usado é, wo"eqplwpvq"fg"xctk xgku"guvcdgngekfcu."ugiwpfq"c"Þ-
nalidade a se alcançar, e acompanha a transformação Fguuc" ocpgktc." fi" korqtvcpvg" eqortggpfgt" swcku"
fc"gÞe ekc"go"ogvc"rqn vkec"g"c"korquk›«q"fq"cikt"kpu- são os projetos territoriais propostos pelos atuais go-
vtwogpvcn"g"guvtcvfiikeq"*TKDGKTQ."4226d."r0"3;9+0 vernos para poder, entre outras coisas, relacioná-los
A regionalização constituiria, assim, uma ferramenta com os anseios e pressupostos das políticas públi-
nos dizeres de Ribeiro (2004b), haja vista que regio- cas de saúde que enfocam a questão regional como
nalizar, segundo a autora, compreende a instituciona- principal estratégia para avançar na descentralização
lização de fronteiras e limites na busca de implemen- do Sistema Único de Saúde e na universalização da
vct"woc"c›«q"gurge Þec<"cpcn vkec."rqn vkec."geqp»okec." saúde.
uqekcn"*TKDGKTQ."4226d."r0"422+0 A descentralização e sua face regionalizadora são
de suma importância para o processo de planejamen-
A regionalização como ferramenta sempre sustentou a ação to do território nacional. A imensidão do Brasil e suas
hegemônica. [...] Nos movimentos do presente, a região como históricas desigualdades requerem políticas públicas
ferramenta é disputada pelo Estado, pelas corporações e pelos de fôlego para a diminuição das iniqüidades atrelada
oqxkogpvqu"uqekcku."ugpfq"vcodfio"eqpvguvcfc"pqu"eqpàkvqu"vgt- c" wo" rtqlgvq" pcekqpcn" fg" fgugpxqnxkogpvq0" G" rctc"
tkvqtkcku." tgncekqpcfqu" " cÞtoc›«q." go" fkhgtgpvgu" guecncu." fg" que essas políticas sejam efetivas e coerentes com a
novos sujeitos e novas redes sociais [...]"*TKDGKTQ."4226d." realidade de cada lugar, a regionalização se mostra um
p. 196-197). instrumento imprescindível para o planejamento.
As desigualdades não devem ser vistas como um
Xckpgt" *3;;8+" vcodfio" vtc|" korqtvcpvgu" tgàgz gu" empecilho para a regionalização do SUS, pelo contrá-
para pensar o processo de regionalização, alertando rio, é por conta delas que se faz cada vez mais urgente
rctc" c" tgngx¤pekc" fg" kfgpvkÞect" qu" cigpvgu" swg" fgÞ- uma regionalização de fato do sistema e da política.
nem os recortes regionais, isto é, quem fala pela re- A regionalização da saúde permanece muito vincu-
gião: “quem se propõe a dizer: a região quer, a região lada à organização do sistema (acesso, infra-estrutura,
luta por, a região reivindica, a região necessita de?”, Þpcpekcogpvq."rtqitcocu."gve0+."q"swg"ngxc"c"woc"xk-
além da importância de evidenciar que recortes estão são setorial da situação de saúde, restrita a parâmetros
go"eqphtqpvq"*XCKPGT."3;;8."r0"42+05"Q"cwvqt"cÞt- epidemiológicos e de assistência. Uma regionalização
ma também que, se nenhum sujeito histórico assume fundamentada em outra concepção teórica contribui-
a região como recorte relevante nas suas estratégicas ria para ampliar o debate sobre a relação entre saúde
políticas, econômicas e simbólicas, uma regionaliza- e território, superando a visão estática, estatística e
ção proposta pode nunca existir, pode ser um projeto setorial dessa relação. Assim, um planejamento terri-
de região não instaurado socialmente, concretamente, vqtkcn"p«q"ukipkÞec"wo"uqocv„tkq"fg"rqn vkecu"ugvqtkcku"
jkuvqtkecogpvg"*XCKPGT."3;;8."r0"42+0 e sim uma articulação de políticas em torno de um
Nesse sentido, Guimarães (2005), ao elaborar dis- projeto nacional embasado pelo território usado: suas
cussão sobre a regionalização na saúde, faz uma críti- desigualdades e possibilidades.
ca à Noas e conclui que: Assim, a regionalização deve ser encarada como
um processo de pactuação política no âmbito de pla-
A história recente da descentralização da saúde já demonstrou nejamento territorial e nacional entre entes federados
swg" c" Pqcu" p«q" fi" uwÞekgpvg" rctc" kpegpvkxct" ogecpkuoqu" fg" – não necessariamente contíguos territorialmente,
co-gestão regional do SUS. Como um meio e, ao mesmo tem- porém solidários organizacionalmente pelos usos do
po, um resultado da produção social da democracia brasileira, vgttkv„tkq"*Þzqu"g"àwzqu"fkpcok|cfqu"rqt"tcekqpcnkfc-
qualquer proposta de regionalização da saúde no Brasil deverá des diversas). A regionalização não resulta, obrigato-
contribuir para o fortalecimento da identidade local e de um riamente, na delimitação, nomeação e hierarquização
determinado território no qual o poder político-institucional é de áreas no território, mas, sim, em acordos políticos
exercido por um amplo conjunto de atores sociais envolvidos embasados por informações coerentes com a dinâmi-
*IWKOCTËGU."4227."r0"30246+0 ca de uso do território.
regionais e aperfeiçoamento da qualidade das ações A construção das regiões de saúde pode ter resul-
de saúde; fortalecimento e aperfeiçoamento da capa- tados muito diferentes quando há um olhar só volta-
cidade de gestão estadual e gestão da educação e do do para o setor público e quando há uma visão inte-
trabalho no SUS. grada do setor público e do privado. Para entender as
As atuais mudanças na estrutura regional do SUS lógicas de regionalização é preciso, antes, fazer uma
em São Paulo resultam de dois movimentos distin- abordagem integral do mix"r¿dnkeq/rtkxcfq"pq"Guvc-
tos, um por parte dos municípios e outro por parte fq"fg"U«q"Rcwnq."c"rctvkt"fc"kfgpvkÞec›«q"fq"complexo
fq"Guvcfq."swg"dwueco"woc"eqpxgti‒pekc"fgpvtq"fc" regional da saúde.
perspectiva de uma nova regionalização da saúde. As diferentes estruturas, instituições, instâncias e
Fguug" oqfq." c" Ugetgvctkc" fg" Guvcfq" fc" Uc¿fg" Ï" atores públicos e privados que participam do proces-
UGU"xqnvc"c"fkuewvkt"q"ugw"rcrgn"pc"tgikqpcnk|c›«q"fq" so de constituição, planejamento, organização, gestão
sistema, no contexto de busca de uma descentraliza- e regulação da saúde no âmbito regional, constituem
ção baseada num processo mais dependente da arti- o que se denomina complexo regional da saúde.
culação política entre os entes federados, como pro- Go"tgnc›«q"cq"Guvcfq"fg"U«q"Rcwnq."fq"rqpvq"fg"
posto pelo Pacto da Saúde. vista analítico, duas instituições privadas que mere-
Pq"gpvcpvq."q"ukuvgoc"fg"uc¿fg"pq"Guvcfq"fg"U«q" cem destaque por sua atuação regional da saúde, são:
Rcwnq"crtgugpvc"woc"gurgekÞekfcfg"korqtvcpvg"fkcp- ̋" as cooperativas médicas, que têm um forte po-
vg"fguug"pqxq"rtqeguuq"fg"tgikqpcnk|c›«q0"Fcfq"q"ugw" der de inserção no mercado de planos de saúde,
alto grau de desenvolvimento econômico, sobretudo uqdtgvwfq"pq"kpvgtkqt"fq"Guvcfq."g"cuuko."gzgt-
pqu"owpke rkqu"ocku"rqrwnququ."q"Guvcfq"eqpegpvtc" cem uma grande força política na comunidade
investimentos na área da saúde, como em ciência e médica;
tecnologia, e possui o maior mercado consumidor ̋" cu" kpuvkvwk› gu" Þncpvt„rkecu." swg" vcodfio" v‒o"
dos serviços suplementares e equipamentos de saúde grande inserção no sistema de saúde do interior
fq"rc u0"Rqt"eqpugs¯‒pekc."q"Guvcfq"cdtkic"q"ukuvgoc" paulista.
de saúde mais complexo do Brasil, constituindo um Fg"ceqtfq"eqo"Kdc‚g|"g"Ecuvtq"*4227."r0"456+."fi"
sistema característico do mix público-privado. nos municípios com mais de 50 mil habitantes “que
O poder do setor privado em organizar e regular os interesses no mercado de planos de saúde são mais
a saúde em São Paulo é imenso e faz frente ao pró- relevantes”. Segundo os autores,
rtkq" rqfgt" fc" Ugetgvctkc" fg" Guvcfq" fc" Uc¿fg" g" fqu"
municípios. Como, então, incorporar este setor priva- ainda vale salientar a presença capilar das Cooperativas Mé-
do, representante do complexo econômico da saúde dicas notadamente no interior do Estado, com 71 operadoras
nacional e mundial, aos espaços públicos e gover- que, apesar de estarem sediadas em municípios-chave, desem-
pcogpvcku"fg"fkuewuu«q"fc"uc¿fg"pq"Guvcfq"fg"U«q" penham papel articulador de caráter regional *KDC¢G¥="
Rcwnq"g"pq"rc uA"G"ocku"ckpfc<"eqoq"kpeqtrqtct"qu" CASTRO, 2005, p. 235).
agentes privados a essa discussão sem perder de vista
que a saúde é uma questão de política pública e assim As Unimeds,7 nesse sentido, são os maiores exem-
deve ser encarada? plos, porque estão cada vez mais independentes poli-
¡"lwuvcogpvg"pguug"ugpvkfq"swg"c"UGU"fg"U«q"Rcwnq" ticamente e têm uma atuação regional forte e conso-
gphtgpvc"wo"itcpfg"fgucÞq"rctc"Þtoct"ugw"rcrgn"g" lidada nos municípios.
seu poder na descentralização regional do SUS. Hoje, Go"tgnc›«q" "korqtv¤pekc"fc"cvwc›«q"fcu"kpuvkvwk-
o grande problema da gestão estadual é lidar com a › gu"Þncpvt„rkecu.8 as Santas Casas exercem um papel
diversidade de instâncias e instituições, sejam públicas crucial por serem os principais órgãos prestadores de
uglco"rtkxcfcu."eqo"qw"ugo"Þpu"nwetcvkxqu."cnfio"fc" ugtxk›qu"rctc"q"UWU."pq"Guvcfq0
heterogeneidade de agentes e interesses, que atuam Fq"rqpvq"fg"xkuvc"tgikqpcn."fguvceco/ug"ckpfc"qu"
direta ou indiretamente na saúde. consórcios intermunicipais de saúde, que abrigam, em
grande parte, aqueles municípios com menor porte modo, as políticas de saúde devem levar em conta a
populacional e/ou desenvolvimento econômico.9 São distinta natureza dos agentes do complexo regional
esses municípios que possuem menor poder político da saúde e suas lógicas de atuação e pactuação no
e econômico de barganha diante do mercado privado território.
de serviços de saúde e de compra de equipamentos Segundo Bernardes et al. (2000), os distintos agen-
e medicamentos, assim como possuem menor com- tes não possuem o mesmo poder de comando, levan-
plexidade e especialização dos serviços públicos de do a uma multiplicidade de ações e usos do território,
saúde.10 Nesses casos, os consórcios também surgem inclusive pela saúde.
como uma alternativa de curto e médio prazos para
c"tguqnw›«q"fg"fkÞewnfcfgu"swg"guugu"owpke rkqu"v‒o" Para os agentes hegemônicos o território usado é um recurso,
em comum no processo de organização e funciona- garantia da realização de seus interesses particulares, [...]
mento dos seus sistemas de saúde e de pactuação re- já os atores hegemonizados têm o território como um abrigo,
gional das ações. dwuecpfq" eqpuvcpvgogpvg" ug" cfcrvct" cq" ogkq" igqit Þeq"
Fg"ceqtfq"eqo"Tkdgktq"g"Equvc"*4222+< local recriando estratégias que garantam sua sobrevivência
*DGTPCTFGU"gv"cn0."4222."r0"34+0
Os consórcios intermunicipais de saúde têm se consolidado, no
caso brasileiro, como importante mecanismo de regionalização Fguug"oqfq."cu"rqn vkecu"fg"uc¿fg"rtgekuco"dwuect"
da oferta pública [...]. Enquanto uma tendência no âmbito um enfoque totalizador, isto é, considerar o espaço
do SUS, os Consórcios Intermunicipais de Saúde substituem dcpcn."c"Þo"fg"cwvqtk|ct"woc"kpvgtxgp›«q12 regional
responsabilidades tradicionalmente concentradas na esfera do que interesse à maior parte da população.
gestor estadual, racionalizando o uso dos recursos disponíveis e Bahia (2005) chama a atenção para o fato de que as
realçam a importância dos governos municipais *TKDGKTQ=" interligações entre o público e o privado, assim como
COSTA, 2000, p. 214-216). a hierarquização dos serviços de saúde, dos médicos
e dos tipos de planos de saúde, são bem mais tortuo-
Assim, a proliferação dos consórcios11 se mostra, sas, complexas e sutis do que “o delineado por uma
muitas vezes, como uma resposta dos municípios à clivagem dual entre os ‘que têm planos de saúde’ e
estrutura regional fragilizada técnica e politicamente, os ‘que só têm direito ao SUS’”. Para a autora (2005,
no âmbito do SUS. p. 447),
O Quadro 1 traz as principais instâncias e institui-
ções regionais a serem consideradas dentro do pro- A demarcação das fronteiras entre esfera pública e esfera priva-
cesso de regionalização do Sistema Único de Saúde da não apenas pela percepção de suas demandas, mas também
pq"Guvcfq"fg"U«q"Rcwnq0 pelo mapeamento de interesses privados e seus representantes,
A regionalização da saúde recentemente construí- pode contribuir para aproximar o país real do país formal.
fc"pq"Guvcfq"fg"U«q"Rcwnq"p«q"rqfg"fgkzct"fg"eqp-
siderar a existência das forças e dos interesses envol- Nesse sentido, uma proposta de regionalização da
vidos no complexo regional da saúde. Nesse sentido, saúde como fato e não como ferramenta deve incor-
é preciso repensar a própria representatividade do porar, entre outras coisas, as forças e os interesses
mix público-privado nas instâncias de caráter público, envolvidos no complexo regional da saúde.
eqoq"cu"EKDu."c"EKT."q"Eqpugnjq"Guvcfwcn"fg"Uc¿fg" Uma investigação13 em desenvolvimento por ins-
e os próprios Colegiados de Gestão Regional. tituições de pesquisa em parceria com a Secretaria de
É importante atentar para o fato de que se pre- Guvcfq"fc"Uc¿fg"fg"U«q"Rcwnq"gncdqtqw"wo"guvwfq/
sencia, cada vez mais, uma regulação híbrida do território rknqvq"fc" tgc"fg"cdtcpi‒pekc"fq"Fgrctvcogpvq"Tg-
*CPVCU"LóPKQT."4223+."kuvq"fi."woc"iqxgtpcdknkfc- ikqpcn"fg"Uc¿fg"fg"Tkdgkt«q"Rtgvq"Ï"FTU"ZKKK."pq"
fg"swg"p«q"fi"ocku"gzenwukxkfcfg"fq"Guvcfq."ocu""gzgt- intuito de uma primeira aproximação do complexo
ekfc" vcodfio" rqt" woc" xctkgfcfg" fg" cigpvgu0" Fguug" tgikqpcn"fc"uc¿fg"pq"Guvcfq0
Quadro 1
Complexo Regional da Saúde
Estado de São Paulo – 2007
Instâncias e instituições Forma de atuação Caracterização
Comissões Intergestoras Espaço de articulação e pactuação entre os entes, que objeti- Integrada por representantes do governo estadual
Bipartite – CIB va orientar, regulamentar e avaliar os aspectos operacionais e municipal.
da descentralização da saúde.
Colegiado de Gestão Espaço de decisão através da identificação, definição de Constituído por gestores municipais de saúde do
Regional – CGR prioridades e de pactuação de soluções para a organiza- conjunto de municípios da região de saúde, que o
ção de uma rede regional de ações e serviços de atenção colegiado representa, e por representantes do(s)
à saúde, integrada e resolutiva. gestor(es) estadual(ais).
Departamentos Regionais Divisão administrativa regional. São responsáveis pelas Constituídos por gestores e técnicos estaduais, re-
de Saúde – DRS da atividades das SES no âmbito regional e por promover a presentados pelos chefes dos departamentos.
SES-SP articulação intersetorial, com os municípios e organismos
da sociedade civil.
Coordenadoria Regional Responsável pela coordenação, articulação e organização Constituída por gestores e técnicos estaduais de
de Saúde da SES-SP do sistema de saúde loco-regional, pela compatibilização saúde, representada pelo Coordenador.
dos planos, programas e projetos dos DRS em razão
das políticas e diretrizes estaduais e dos recursos
disponíveis.
Consórcios de Saúde Entes federativos se conformam em consórcios para so- Podem ser constituídos por municípios, por Estado
lucionar demandas específicas ou problemas que não po- e municípios, por Estados e por Estado, municípios
dem ser resolvidos de forma isolada por cada município. e União (no caso de os municípios ou Estados esta-
A gestão associada, além do planejamento, regulação e rem localizados na área de fronteira internacional).
fiscalização, também pode ser ajustada para prestação de
serviços públicos. Há três tipos de consórcios: 1- Admi-
nistrativo de direito privado; 2- Público de direito privado;
e 3- Público de direito público (Lei n. 11.107 de 6/4/05).
Unimed (representando É um complexo empresarial, formado por: Cooperativas O Sistema Unimed é a maior cooperativa médica do
as cooperativas médicas) de Trabalho Médico (Unimeds); Cooperativas de Usuários Brasil (1). Atualmente, tem 30% de participação no
(Usimeds); Cooperativas de Crédito (Unicreds); Fundação mercado nacional de planos de saúde, atendendo
Unimed; e Universidade Unimed Virtual; 14,5 milhões de clientes. São 376 cooperativas com
- Empresas: Central Nacional Unimed; Unimed Segurado- abrangência em 74,9% do território nacional (4.125
ra; Unimed Tecnologia; Unimed Administração e Serviços; municípios). Conta com 103 mil médicos cooperados.
Transporte Aeromédico; Unimed Participações; e Unimed Especificamente no Estado de São Paulo, há 17 Uni-
Corretora. meds, com 3.627.447 clientes e 15.085 cooperados.
Santa Casa (representando Instituições filantrópicas e particulares, de origem por- O Estado de São Paulo concentra o maior número de
a assistência filantrópica) tuguesa, que atuam oferecendo serviços médico-hos- hospitais filantrópicos no Brasil. São 374 hospitais de
pitalares a pacientes carentes e do SUS. A assistência um total de 1.414. Em São Paulo, é nítida a maior par-
prestada é totalmente gratuita. ticipação relativa dos leitos filantrópicos nos municí-
pios com menos de 100 mil habitantes, equivalendo
a mais de 70% dos leitos. Quase 90% dos municípios
paulistas com mais de 100 mil habitantes apresen-
tam hospitais filantrópicos que possuem contratos
com planos privados.
Universidades e Hospitais As universidades e seus hospitais de ensino e pesquisa O Estado de São Paulo possui 31 escolas médi-
Universitários conformam a principal estrutura de formação de profis- cas, sendo 21 privadas e 10 públicas, que ofe-
sionais da saúde no país. O Estado de São Paulo é privi- recem 3.226 vagas no primeiro ano. O estado
legiado pela concentração dessas instituições em relação abriga 18% do total de escolas médicas existen-
aos outros estados do Brasil. Os profissionais da saúde, tes no país. Em relação aos Hospitais Universitá-
sobretudo os médicos, são atores importantes na confor- rios, o estado possui 14 no total, sendo 5 deles
mação dos complexos regionais da saúde, por atuarem privados.
de maneira ampla no sistema de saúde. Eles participam
de todas as instâncias e instituições referidas acima e,
muitas vezes, trabalham simultaneamente para o setor
público e o privado.
C" tgc" fq" FTU" fg" Tkdgkt«q" Rtgvq" ectcevgtk|c/ug"" voltados para as demandas das empresas do agrone-
por um forte setor público e um forte setor privado. gócio da cana. É importante ressaltar que, apesar de
Ambos se expandiram a partir da segunda metade do a Unimed ter um alcance nacional, cada uma de suas
ufiewnq" ZZ." go" fgeqtt‒pekc" fg" vt‒u" curgevqu" guugp- singulares tem grande autonomia para tomar decisões
ciais da cultura regional: a constituição de um pólo g"ug"cfcrvct"cq"ogtecfq"tgikqpcn"go"swg"cvwc."eqpÞiw-
de saúde em Ribeirão Preto (com a concentração de rando diferentes lógicas regionalizadas.
serviços e universidades, mas não de pesquisa e tec- Apesar da existência de toda essa complexidade de
nologia de ponta); a reunião de médicos com grande lógicas e relações regionais da saúde no território, não
xqec›«q" gortguctkcn" g." Þpcnogpvg." q" hqtvcngekogpvq" há ainda uma instância de debate que agregue esses
da economia por meio do agronegócio. atores e instituições. O setor privado discute sua atua-
Eqo" guug" guvwfq/rknqvq." hqk" rquu xgn" kfgpvkÞect"" ção regional de maneira fragmentada, por empresa,
quatro grupos com diferentes lógicas regionais de rqt"vkrq"fg"cvkxkfcfg."rqt"vkrq"fg"ogtecfq0"G"q"ugvqt"
atuação na saúde: público discute apenas ele mesmo, desconsiderando
̋" ugtxk›qu"fq"UWU"ctvkewncfqu"eqo"qu"jqurkvcku"Þ- as lógicas regionais do setor privado e suas implica-
lantrópicos; ções para a regionalização da saúde.
̋" sistema Unimed;
̋" operadoras de planos de saúde que contam com CONSIDERAÇÕES FINAIS
hospital próprio;
̋" plano privado coletivo colado a uma grande ativi- Fg"hcvq."q"Rcevq"rgnc"Uc¿fg"tgrtgugpvc"wo"pqxq"oq-
dade econômica regional, no caso, a produção de mento para a regionalização da saúde, pois rompe
cana-de-açúcar. com as perspectivas normativas anteriores e possibili-
C"kfgpvkÞec›«q"fg"cniwpu"rqpvqu"fg"eqpvcvq"fktg- ta a incorporação de diferentes conteúdos do territó-
tos e indiretos entre as lógicas de atuação desses gru- rio nesse processo. Por conta do curto período que se
rqu"ugtxkw"rctc"tgcÞtoct"c"korqtv¤pekc"fg"ug"dwuect" segue após o lançamento do Pacto, ainda não se pode
uma visão mais integrada das lógicas regionais públi- avaliar com profundidade os avanços em relação à in-
cas e privadas na saúde. corporação das dinâmicas do território nacional nas
A relação entre as lógicas pode variar bastante, pqxcu"rtqrquvcu"fg"tgikqpcnk|c›«q"pqu"Guvcfqu0
ocu""vt‒u"rqpvqu"ogtgego"fguvcswg0"Go"rtkogktq"nw- Rctvkewnctogpvg"pq"Guvcfq"fg"U«q"Rcwnq."fi"korqt-
gar, os serviços de alta complexidade oferecidos pelo tante notar que o Pacto desencadeou um processo
grupo 1 servem de referência de atendimento para acelerado de retomada da discussão sobre o papel re-
qu""qwvtqu"itwrqu0"Kuuq"ukipkÞec"swg"c"rtguu«q"rctc" ikqpcn"fc"Ugetgvctkc"Guvcfwcn"fc"Uc¿fg."cuuko"eqoq"
internações decorre tanto do setor público quanto do de mobilização dos municípios para a criação das no-
ugvqt"rtkxcfq0"Go"ugiwpfq"nwict."qu"ugtxk›qu"jqurkvc- vas regiões de saúde.
nctgu"Þncpvt„rkequ"rctvkekrco."cq"oguoq"vgorq."fcu" Go"eqpvtcrquk›«q.""guug"pqxq"oqogpvq"fc"tgikq-
n„ikecu"fqu"swcvtq"itwrqu"kfgpvkÞecfqu0"Rqt"Þo.""qu" nalização não representa ainda o enfrentamento de
serviços de baixa complexidade oferecidos pelo gru- uma das mais importantes questões que é, justamen-
po 1 servem de referência para os grupos 3 e 4. te, a existência de diversas articulações entre o siste-
Guucu" tgnc› gu" gpvtg" qu" itwrqu" oquvtctco" swg" q" ma público e o privado na conformação dos sistemas
SUS na região de Ribeirão Preto é base de apoio para loco-regionais de saúde.
a atuação de um sistema privado fortemente regionali- C" fkp¤okec" vgttkvqtkcn" fq" Guvcfq" fg" U«q" Rcwnq"
zado, isto é, que não tem alcance nacional ou estadual, mostra a importância de se considerar o mix público-
cujas raízes estão: na constituição de um pólo regional privado na discussão regional, isto é, de se atentar aos
de saúde (cujo representante máximo é o Hospital das interesses e às forças daquelas instâncias e institui-
Clínicas de Ribeirão Preto); na difundida cultura do ções que conformam um verdadeiro complexo regio-
médico empresário e nos planos coletivos diretamente nal da saúde.
Notas solidária [...] Suas decisões devem se dar sempre por consenso
[...] O CGR deve ser composto por todos os gestores munici-
30"ÑU«q"tgeqtvgu"vgttkvqtkcku"kpugtkfqu"go"gurc›qu"igqit Þequ" pais de saúde dos municípios que integram a Região de Saúde e
eqpv pwqu0"KfgpvkÞe /nqu"fi"tgurqpucdknkfcfg"fqu"iguvqtgu"ow- por representantes do(s) gestor(es) estadual(ais). Nas Regiões de
nicipais e estaduais, tendo como base a existência de identida- Saúde de Fronteiras, o gestor federal também deverá compor o
des culturais, econômicas e sociais, assim como de redes nas Colegiado. [...] Os desenhos e formas de organização dos CGRs
áreas de comunicação, infra-estrutura, transportes e saúde. devem espelhar as diversas possibilidades de conformação das
Nessas regiões, as ações e serviços devem ser organizados Tgik gu"fg"Uc¿fg"]000_"Fguvcecoqu"c"ugiwkt"cniwocu"c› gu"tgng-
com o objetivo de atender às demandas das populações dos vantes que devem compor as agendas dos CGRs: fazer a identi-
municípios a elas vinculados, garantindo o acesso, a eqüidade Þec›«q"g"q"tgeqpjgekogpvq"fc"Tgik gu"fg"Uc¿fg="cfqvct"rtqegu-
e a integralidade do cuidado com a saúde local. Para tanto, sos dinâmicos no planejamento regional; atualizar e acompanhar
deve estar garantido o desenvolvimento da atenção básica da c" Rtqitcoc›«q" Rcevwcfc" Kpvgitcfc" Ï" RRK" fg" cvgp›«q" " uc¿fg="
assistência e parte da média complexidade, assim como as gncdqtct" q" fgugpjq" fq" rtqeguuq" tgiwncv„tkq." fgÞpkpfq" enctc-
ações básicas de vigilância em saúde. As Regiões de Saúde ogpvg" qu" àwzqu" g" rtqvqeqnqu" pgeguu tkqu=" rtkqtk|ct" cu" nkpjcu"
podem assumir diferentes desenhos, desde que adequados às de investimentos; estimular estratégias que contribuam para a
diversidades locais, mesmo que não acompanhando as divi- swcnkÞec›«q"fq"eqpvtqng"uqekcn="crqkct"rtqeguuqu"fg"swcnkÞec›«q"
u gu"cfokpkuvtcvkxcu"tgikqpcku"l "wvknk|cfcu"rqt"cniwpu"Guvcfqu" da gestão do trabalho e da educação em saúde; construir estra-
na organização de seus trabalhos. A delimitação das Regiões tégias para que sejam alcançadas as metas priorizadas no Pacto
de Saúde não pode ser vista, portanto, como um processo rgnc"Xkfc."eqo"c"fgÞpk›«q."ug"pgeguu tkq."fg"qwvtcu"rtkqtkfcfgu"
ogtcogpvg"cfokpkuvtcvkxq0"Rctc"swg"uglc"gÞec|"g"ghgvkxc."fgxg" loco-regionais; constituir processos dinâmicos para a avaliação
levar em conta todos os fatores envolvidos, viabilizando des- e o monitoramento regional; aprimorar os mecanismos de re-
sa forma o desenvolvimento de uma ‘regionalização viva’” gulação da assistência à saúde; fortalecer as iniciativas e ações
*DTCUKN."4228d."r0"45+0 contidas no Pacto em defesa do SUS; coordenar a agenda e o
2. “O que interessa discutir é, então, o território usado, sinô- trabalho da(s) Câmara(s) Técnica(s) Permanente(s); dentre ou-
pkoq"fg"gurc›q"igqit Þeq0"G"guuc"ecvgiqtkc."vgttkv„tkq"wucfq." vtcu0Ò"*DTCUKN."4228d."r0"57/59+0
aponta para a necessidade de um esforço destinado a anali- 90"Fg" ceqtfq" eqo" Fwctvg" *4225+." c" Wpkogf." swg" uwtikw" go"
sar sistematicamente a constituição do território” (SANTOS; 1967, em Santos-SP, como uma cooperativa médica, hoje, é
UKNXGKTC."4223."r0"42+0 uma organização complexa, caracterizada por um mix de co-
50"Ugiwpfq" Mctgn" Mqukm" *4224+." Ñc" vqvcnkfcfg" p«q" ukipkÞec" qrgtcvkxcu"g"gortgucu"fg"ecrkvcn0"ÑFwtcpvg"q"ugw"etguekogpvq."
vqfqu" qu" hcvqu0" Vqvcnkfcfg" ukipkÞec" tgcnkfcfg" eqoq" wo" vqfq" perdeu as características originais mas ampliou as possibilida-
estruturado, dialético, no qual ou do qual um fato qualquer des de atuação no mercado, adquirindo um formato caracterís-
(classe de fatos, conjunto de fatos) pode vir a ser racionalmente vkeq"fg"wo"eqorngzq"geqp»okeqÒ"*FWCTVG."4225."r0"446+0
eqortggpfkfqÒ"*MQUKM."4224."r0"65+0 :0"ÑQ"Guvcfq"fg"U«q"Rcwnq"rquuwk"867"owpke rkqu"g"wo"vqvcn"fg"
4. “Convém esclarecer, ainda, que entendemos por ação hege- 85:"jqurkvcku."fqu"swcku"596"*7:.2'+"u«q"Þncpvt„rkequ"*Fcvcuwu."
mônica aquela conduzida pelas forças econômicas e políticas 4225+0"]000_"Guug"fcfq"eqvglcfq"eqo"q"rtqeguuq"jkuv„tkeq"fg"gzrcp-
que dominam o território brasileiro, expressivas da aliança en- u«q"fc"tgfg"Þncpvt„rkec"go"fktg›«q"cq"kpvgtkqt"g"c"dckzc"rtgugp›c"
tre agentes externos e condutora de numerosas e difusas ações fguvcu"kpuvkvwk› gu"pc"tgik«q"ogvtqrqnkvcpc"rgtokvg"cÞtoct"swg"c"
uwdcnvgtpcu"qw"uwdcnvgtpk|cfcu0Ò"*TKDGKTQ."4226d."r0"3;6+0 cobertura e o papel desta rede no interior são cruciais para o SUS
70"Ñ¡." gpÞo." tqorgt" eqo" q" hgvkejkuoq" swg" vqoc" c" tgik«q" pguvgu"owpke rkquÒ"*KDC¢G¥="ECUVTQ."4227."r0"44:/44;+0
eqoq"kpuetkvc."rqt"uk."pq"vgttkv„tkqÒ"*XCKPGT."3;;8."r0"42+0 9. Os consórcios intermunicipais de saúde, em São Paulo, con-
6. O Pacto pela Saúde prevê, no âmbito da nova regionalização egpvtco/ug"pcu"tgik gu"uwn"g"qguvg"fq"Guvcfq"g"q"p¿ogtq"fg"
da saúde, a criação do Colegiado de Gestão Regional, que “deve municípios, em cada consórcio, varia de 4 a 26, perfazendo de
operar como espaço permanente de pactuação e co-gestão 640:39"c"76;04;;"jcdkvcpvgu"*UVWEEJK."4228."r0"355/35;+0
10. “[...] a maioria deles [dos consórcios em São Paulo] busca 12. “A idéia de intervenção supõe um interesse político, entendido
ampliar a rede de serviços de apoio diagnóstico e especialidades como interpretação histórica mais ampla, que implica um ideal
ofifkecu0"]000_"Eqo"c"korncpvc›«q"fqu"EKU"]eqpu„tekqu"kpvgtow- de futuro como espaço de resolução de problemas supostamente
nicipais de saúde] forma-se, em geral, uma rede de referência cttckicfqu"pcu"uqekgfcfguÒ"*DGTPCTFGU"gv"cn0."4222."r0"33+0
e contra-referências intermunicipais, com estabelecimento de 13. Relatórios parciais da pesquisa O Pacto pela Saúde e a Gestão
àwzqu"rcevwcfqu"eqo"qu"ugtxk›qu"tgikqpcku"gurgekcnk|cfqu."hcek- Regional em São Paulo: fatores intervenientes e reorientação da política da
nkvcpfq"q"ceguuq"fc"rqrwnc›«qÒ"*UVWEEJK."4228."r0"362/367+0 Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo0"Fgugpxqnxkfc"rgncu"kpu-
11. “Os consórcios, além do mais, são inovações porque criam pa- vkvwk› gu<"Egpvtq"fg"Guvwfqu"Cwiwuvq"Ngqrqnfq"C{tquc"Icn-
râmetros inusuais de cooperação e coordenação da política de saú- x«q"Ï"Egcnci="Egpvtq"fg"Guvwfqu"fg"Ewnvwtc"Eqpvgorqt¤pgc"
fg"go"p xgn"nqecn0"Go"wo"egp tkq"fg"hqtvg"htciogpvc›«q"rqn v"kec" Ï"Egfge="Fgrctvcogpvq"fg"Ogfkekpc"Rtgxgpvkxc"fc"Hcewnfcfg"
fgeqttgpvg"fg"eqpàkvqu"rctvkf tkqu"g"gngkvqtcku."gngu"guvcdgngego." fg"Ogfkekpc"fc"Wpkxgtukfcfg"fg"U«q"Rcwnq"Ï"FOR1HOWUR0"
rgnc"gzgew›«q"fc"rqn vkec"fg"uc¿fg."tgnc› gu"fg"eqpÞcp›c"g"tgurgk- Guuc"rguswkuc"fi"crqkcfc"rgnc"Hwpfc›«q"fg"Corctq" "Rguswkuc"
vq"gpvtg"iqxgtpqu"nqeckuÒ"*TKDGKTQ="EQUVC."4222."r0"439+0 fq"Guvcfq"fg"U«q"Rcwnq0
NELSON IBAÑEZ
Livre-Docente em Saúde Pública, Professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e médico sanitarista
do Governo do Estado de São Paulo, Pesquisador do Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão
Resumo: O trabalho analisa o Consórcio de Saúde do Alto Vale do Ribeira, descrevendo seu desenho institucional
e analisando os resultados e as principais transformações ocorridas na rede de serviços dos municípios consorciados, após sua implementação.
Palavras-chave: Municípios. Consórcios intermunicipais de saúde. Relações intergovernamentais.
Abstract: This work analyses the “Alto Vale do Ribeira” Health Consortium, describing its institutional design
and analyzing the outcomes and transformations occurred in the health services’ net of the involved municipalities, after its introduction.
Key words: Municipalities. Inter-municipal health consortia. Intergovernmental relations.
O
tema do federalismo ganhou grande importância
na ciência política brasileira a partir da Constituição de 1988, em função da descentralização promovida por
aquela Carta e da elevação dos municípios ao status de ente federado, num desenho institucional inédito entre
os países federativos. Entretanto, ainda que tenham ganhado proeminência no cenário nacional, os municípios
não têm recebido grande destaque pela literatura acadêmica, e os trabalhos que tratam da descentralização e
do federalismo no Brasil tendem a voltar sua atenção apenas para os dois níveis de governo analisados pela
literatura internacional sobre federações, isto é, governo central e governos subnacionais – entendidos como os
governos estaduais. Por sua vez, a parca literatura existente sobre poder local foca-se mais na dinâmica interna
dos municípios do que nas suas relações com as demais esferas de governo. No mesmo sentido, as relações
intergovernamentais não têm merecido destaque e, conseqüentemente, as formas de cooperação intergover-
namentais, tais como consórcios, agências e câmaras setoriais, não são temas analisados em profundidade no
Brasil, principalmente no que se refere aos resultados obtidos pelas experiências existentes. Embora haja alguns
trabalhos inovadores e relevantes, como o de Abrucio e Soares (2001) e o de Rocha e Faria (2004), os poucos
existentes não se aprofundaram na questão dos resultados obtidos pelas experiências de consorciamento ou
outras formas de cooperação intergovernamental, atendo-se à descrição dos consórcios em termos de sua es-
trutura administrativa e jurídica, ou das questões políticas que envolveram suas institucionalizações.
Todavia, considerando que um dos aspectos centrais dos sistemas federativos é justamente a cooperação
entre os níveis de governo, somada à sua independência, conforme apontou Wheare (1964), a questão da co-
tre entes federativos, que, dada sua natureza autônoma, nhos e soluções criativas aos problemas locais. Por
só cooperam com os demais se assim o desejarem, nas outro lado, a descentralização pode gerar o aumento
circunstâncias que lhes forem convenientes. do poder das oligarquias locais, ou ainda agravar as
Pq"Dtcukn."vcn"fkÞewnfcfg"fi"citcxcfc"rgnq"hcvq"fg" desigualdades regionais, principalmente em países
que, ao contrário das demais federações existentes, que não possuem mecanismos compensatórios, de
não são apenas dois os entes federados autônomos transferências de recursos das regiões mais ricas para
– Estados e governo federal, mas sim três, soman- as mais pobres, como a Índia e o Brasil (ABRUCIO;
do-se a estes os municípios. Esse “federalismo tri- SOARES, 2001). Deve-se ainda acrescentar às des-
no” brasileiro não apenas descentralizou as políticas vantagens da descentralização, embora a literatura
r¿dnkecu."tgrcuucpfq"cqu"owpke rkqu"tgewtuqu"Þpcp- não aprofunde essa questão, o mau uso dos recursos
ceiros e responsabilidades sobre o provimento de públicos em países com pouca ou nenhuma capacida-
serviços sociais, como também lhes concedeu au- fg"fg"cwfkvqtkc"g"Þuecnk|c›«q"fcu"c› gu"fqu"iqxgtpqu"
tonomia decisória, cabendo-lhes a escolha sobre as subnacionais.
políticas a serem implementadas e os recursos que No Brasil, a descentralização tem promovido re-
a elas serão alocados, ainda que dentro de certo li- sultados diversos, conforme a política social em ques-
mite constitucional, nos casos da saúde e educação.5 tão. Arretche (2000, 2002) demonstrou que, enquanto
Nesse contexto, em concordância com Abrucio e
a saúde e a educação alcançaram um alto grau de des-
Soares (2001, p. 26, grifo nosso), por descentraliza-
centralização, políticas como habitação e saneamento
ção entende-se:
básico ainda não conseguiram o mesmo desempe-
nho. Esse fato explica, ao menos em parte, a razão
[um] processo político que resulta em transferência e/ou
pela qual a saúde é a área em que as experiências de
conquista de autonomia em termos de poder decisó-
cooperação intergovernamental mais se desenvolve-
rio, sendo diferente, portanto, da mera delegação de funções
ram, em especial os Consórcios Intermunicipais de
administrativas.
Saúde: amplamente descentralizada, alguns gestores
municipais do SUS encontraram no consorciamento
Embora a descentralização tenha sido percebida,
no momento de sepultamento do longo regime auto- woc"hqtoc"fg"uwrgtct"cu"fkÞewnfcfgu"gphtgpvcfcu"pc"
ritário brasileiro que vigorou de 1964 a 1982, como provisão local (e “individualizada”) dos serviços pú-
uma fórmula mágica de democratização e geração de blicos de saúde.
acesso a políticas sociais universais, a literatura sobre
o tema a discute como um mecanismo que apresenta AS (ESCASSAS) EXPERIÊNCIAS DE COOPERAÇÃO
vantagens e desvantagens. Entre as primeiras, estão: a INTERGOVERNAMENTAL NO BRASIL
chamada “democratização do poder local”, ou seja, a
proximidade dos governos em relação aos cidadãos, A década de 1990 presenciou um aumento no nú-
resultando (teoricamente) em crescimento da partici- mero de experiências de cooperação intermunicipal,
rc›«q"rqn vkec="q"cwogpvq"fc"gÞe ekc"g"fc"gÞek‒pekc" sejam estas autônomas, iniciadas pelos próprios go-
da ação governamental, através da diminuição dos vernos municipais, ou induzidas pelos governos es-
custos de transação que envolve a centralização ex- taduais. Embora sem demonstração empírica, Rocha
cessiva de recursos e atribuições, como, por exemplo, e Faria (2004) apontam, como efeitos positivos da
a compra centralizada de medicamentos, para poste- cooperação, o aumento da capacidade de realização
rior distribuição aos 5.560 municípios;6 e o incentivo g"q"cnecpeg"fcu"rqn vkecu"r¿dnkecu="c"ockqt"gÞek‒pekc"
a inovações administrativas, com base na idéia de que no uso dos recursos públicos; e maior poder de ne-
os governos locais seriam mais responsivos às polí- gociação dos municípios diante dos demais níveis de
ticas adotadas localmente, em função de interesses governo e a de outras instituições, públicas ou priva-
eleitorais, o que os levaria a encontrar novos cami- das. Nas palavras dos autores:
a cooperação pode ser, assim, uma maneira de reunir esforços para Vqfcxkc." pgpjwoc" pqtoc" qw" ngk" gurgekÞecxc" q"
uwrtkt"c"ect‒pekc"kpfkxkfwcn"fqu"owpke rkqu"go"tgewtuqu"Þpcpegk- tipo de regime jurídico, a natureza ou obrigações dos
ros, tecnológicos e humanos necessários à execução das atribuições municípios consorciados, e esses eram os únicos ins-
que lhe competem (ROCHA; FARIA, 2004, p. 16). trumentos legais que tratavam do consorciamento.
Rqtvcpvq."ecdkc"cqu"owpke rkqu"swg"Þtocxco"q"eqp-
Os Consórcios Intermunicipais são apenas uma sórcio o estabelecimento das regras que o regeriam.
das formas existentes de cooperação intergoverna- A primeira experiência de CIS surgiu em 1985, no
mental, podendo citar ainda as Câmaras Setoriais, as Estado de São Paulo, com o Consórcio de Saúde de
Associações, as Agências e as Redes de Cooperação. Penápolis, o qual serviu de modelo para outros que
Entre os consórcios existentes no Brasil, os de saúde surgiram posteriormente. Dada a ausência de regula-
são os mais difundidos, conforme apontou o Institu- ogpvc›«q"gurge Þec."qu"eqpu„tekqu"swg"hqtco"etkcfqu"
to Polis (apud BNDES):7 ao longo dos anos 1990, em geral, reproduziam mo-
delos já existentes, sem grandes inovações estruturais,
A operação conjunta da rede pública de serviços de saúde tem contando apenas com pequenas adaptações locais,
sido o motivo da criação de vários consórcios municipais nos go"gurgekcn"swcpvq"cq"gueqrq."qw"uglc."swcpvq" "Þ-
últimos anos. Isto porque é um tipo de serviço que exige gran- nalidade última do consorciamento e, paralelamente,
des investimentos e que naturalmente é hierarquizado em rede com a delimitação dos recursos que seriam abrangi-
por demanda: um município de pequena população não terá dos pelo consorciamento. Grosso modo, a maioria
condições (nem fará sentido que o faça) para oferecer todo o dos consórcios tem como principais aspectos legais:
leque de serviços possíveis e necessários. ̋" a necessidade de aprovação pelas Câmaras Mu-
nicipais de todos os municípios participantes e o
Neste artigo, os Consórcios Intermunicipais de posterior registro em Cartório;
Saúde – CIS serão tratados como: ̋" c" fgÞpk›«q." rgnqu" rtghgkvqu." fq" owpke rkq/ugfg" g"
do valor da contribuição de cada parceiro para sua
a união ou associação de dois ou mais municípios visando a manutenção;
resolução de problemas do setor e a busca de objetivos comuns, ̋" c"rtkpekrcn"hqpvg"fg"Þpcpekcogpvq"fi"rtqxgpkgpvg"
mediante a utilização conjunta de recursos humanos e mate- do Fundo de Participação dos Municípios (FPM),
riais disponíveis (ROCHA; FARIA, 2004, p. 17). visto que a Lei n. 8.080/90 (LOS) possibilita a
wvknk|c›«q" fg" tgewtuqu" fq" Hwpfq" rctc" guug" Þo"
Os CIS estavam previstos na Lei Orgânica da Saú- (artigo 3º);
de – LOS, de 1990, segundo a qual os municípios ̋" em geral, os CIS acordam que o município-sede do
podem estabelecer consórcios com o objetivo de de- consórcio, quase sempre o maior e com mais re-
senvolver ações e serviços de saúde, competindo à cursos instalados, contribua com o dobro do por-
administração municipal do SUS a formação do que a centual do Fundo de Participação destinado pe-
LOS chama de “consórcios administrativos intermu- los demais municípios (por exemplo, o município
nicipais”. Em seguida, através da Norma Operacional sede contribui com 2% do seu FPM e os demais
Básica da Saúde de 1993 (NOB 01/93), a formação com 1%), mas esses valores variam de consórcio
fg"eqpu„tekqu"gpvtqw"pqxcogpvg"go"swguv«q."Þecpfq" rctc"eqpu„tekq."Þecpfq"c"etkvfitkq"fqu"iguvqtgu"ow-
estipulado que os municípios deveriam levar em con- nicipais, no momento em que o CIS é criado.
sideração, na formação dos consórcios, Com relação à estrutura administrativa, os consórcios
possuem:
[as]"ectcevgt uvkecu"igqit Þecu."àwzq"fg"fgocpfc."rgtÞn"grkfg- ̋" Conselho de Municípios, responsável pela condu-
miológico, oferta de serviços e, acima de tudo, a vontade política ção da política do consórcio;
expressa pelos diversos municípios de se consorciar ou estabele- ̋" Eqpugnjq"Hkuecn."tgurqpu xgn"rgnc"iguv«q"Þpcpegk-
cer qualquer outra relação de caráter cooperativo. ra do consórcio;
Swcftq"3
Consórcios Intermunicipais de Saúde
Estado de São Paulo – 2005
Ano de
Consórcios Municípios consorciados População Municípios
Formação
CIMSA Nova Canaã Paulista, Rubinéia, Santa Clara d’Oeste, Santa Fé do
Sul, Santa Rita d’Oeste, Três Fronteiras. 1995 42.817 6
Cisa Alto Alegre, Avanhandava, Barbosa, Braúna, Glicério, Luiziânia,
Penápolis. 1985 89.225 7
Cisavar Adrianópolis (Paraná), Apiaí (1), Barra do Chapéu (1), Iporanga (1),
Itaóca (1), Itapirapuã Paulista (1), Ribeira (1). 2001 46.750 7
Cisnap Dracena, Flora Rica, Irapuru, Junqueirópolis, Monte Castelo, Nova
Guataporanga, Ouro Verde, Panorama, Paulicéia, Santa Mercedes,
São João do Pau d’Alho, Tupi Paulista. 1998 117.354 12
Civap Assis, Borá, Campos Novos Paulista, Cândido Mota, Cruzália,
Echaporã, Florínia, Ibirarema, Iepê, Lutécia, Maracaí, Nantes, Oscar
Bressane, Palmital, Paraguaçu Paulista, Pedrinhas Paulista, Platina,
Quatá, Rancharia, Tarumã. 2001 299.323 20
Conderg Aguaí, Águas da Prata, Caconde, Casa Branca, Divinolândia, Espírito
Santo do Pinhal, Itobi, Mococa, Santa Cruz das Palmeiras, Santo
Antonio do Jardim, São João da Boa Vista, São José do Rio Pardo,
São Sebastião da Grama, Tambaú, Tapiratiba, Vargem Grande. 1985 473.142 16
Conisca Águas de Lindóia, Lindóia, Serra Negra, Socorro. 2004 82.963 4
CIS Birigui Birigui, Brejo Alegre, Buritama, Clementina, Coroados, Gabriel
Monteiro, Lourdes, Piacatu, Santópolis do Aguapeí, Turiúba. 2000 146.618 10
CIS Capivari Capivari, Elias Fausto, Mombuca, Rafard. 1997 71.844 4
CIS Conchas Anhembi, Bofete, Conchas, Pereiras, Porangaba. 1986 44.048 5
CIS Itanhaém, Peruíbe,
Itariri, Pedro de Toledo Itanhaém (1), Itariri (1), Pedro de Toledo (1), Peruíbe (1). 2000 170.850 4
Consaúde Apiaí, Barra do Chapéu, Barra do Turvo, Cajati, Cananéia, Eldorado,
Iguape, Ilha Comprida, Iporanga, Itanhaém, Itaóca, Itapirapuã
Paulista, Itariri, Jacupiranga, Juquiá, Juquitiba, Miracatu,
Mongaguá, Pariquera-Açu, Pedro de Toledo, Peruíbe, Registro,
Ribeira. 1989 549.299 26
Consirj Aparecida d’Oeste, Aspásia, Dirce Reis, Dolcinópolis, Jales,
Marinópolis, Mesópolis, Palmeira d’Oeste, Paranapuã, Pontalinda,
Santa Albertina, Santa Salete, Santana da Ponte Pensa, São
Francisco, Urânia, Vitória Brasil. 2001 102.578 16
Ummes Bernardino de Campos, Canitar, Chavantes, Espírito Santo do Turvo,
Ipauçu, Manduri, Óleo, Ourinhos, Ribeirão do Sul, Salto Grande,
Santa Cruz do Rio Pardo, São Pedro do Turvo, Timburi. 1994 225.555 13
Fonte: CPS-SES/SP (2005).
(1) Município pertencente a mais de um consórcio.
̋" oito (57%) envolvem a prestação de atendimen- O Cisavar engloba sete municípios da região, sen-
to de média complexidade em prontos-socorros, do um deles no Estado do Paraná. São eles: Adria-
hospitais e maternidades; nópolis (Paraná), Apiaí, Barra do Chapéu, Iporanga,
̋" oito (57%) envolvem atendimento em clínica mé- Itaóca, Itapirapuã Paulista e Ribeira. Ao todo, o con-
dica especializada, como, por exemplo, oftalmo- sórcio abrange uma população aproximada de 46.700
logia, otorrinolaringologia, ortopedia, cardiologia, pessoas. Apenas o município-sede, Apiaí, possui
neuroclínica, dermatologia e oncologia; mais de 20.000 habitantes (27.621),14 sendo todos os
̋" sete (50%) prestam serviço de apoio diagnóstico, demais de pequeno porte, com uma população que
envolvendo a realização de exames laboratoriais; varia de 3.000 a 6.000 habitantes, aproximadamente,
̋" quatro consórcios (29%) possuem UTI móvel e fortemente SUS-dependente. De acordo com dados
prevêem a remoção de pacientes graves para aten- da Agência Nacional de Saúde (ANS), apenas 2,2%
dimento no pólo regional; da população desses municípios, em média, possui
̋" três consórcios (21%) prevêem a contratação de assistência médica privada de saúde, sendo que em
pessoal, já que este se tornou um problema para municípios, como Itapirapuã Paulista, esse valor não
os gestores, após o limite de gastos imposto pela chega a 0,5%.
ngk"fg"tgurqpucdknkfcfg"Þuecn0 A análise do consórcio levará em consideração
Entretanto, ainda que o consorciamento tenha au- apenas os municípios do Estado de São Paulo, uma
mentado nos últimos anos no Estado de São Paulo, vez que Adrianópolis, pertencente ao Paraná, passou
esse é um instrumento pouco utilizado pelos gestores a integrar o consórcio somente em 2003 e sua inclu-
municipais como forma de ampliação dos serviços são na análise poderia gerar uma distorção nos resul-
disponibilizados aos cidadãos, abrangendo apenas tados. Além disso, dado o pequeno tempo de partici-
21% dos municípios do Estado, ou mesmo como pação desse município no consórcio, acredita-se que
mecanismo de aumento do poder de barganha destes sua exclusão não afetará os resultados encontrados.
junto ao gestor estadual. Mas o governo, embora não
tenha adotado o consórcio como uma política públi- RECURSOS FINANCEIROS
ca para o aprimoramento da rede SUS estadual, tem
clwfcfq"Þpcpegktc"g"vgepkecogpvg"cniwpu"eqpu„tekqu" Q" Ekucxct" fi" Þpcpekcfq" eqo" tgewtuqu" rtqxgpkgpvgu"
swg"ug"Þtoctco"pq"Guvcfq.11 como é o caso do Con- dos municípios envolvidos e do governo estadual.
sórcio de Saúde do Alto Vale do Ribeira. Apiaí, que é a sede do consórcio, destina 4% do Fun-
do Municipal de Saúde à manutenção do CIS, e os
O CONSÓRCIO DE SAÚDE DO ALTO demais municípios contribuem com 2% de seus Fun-
VALE DO RIBEIRA – CISAVAR dos. O município-sede contribui com uma parcela
maior visto que os recursos vão para a manutenção
O Consórcio de Apiaí, município-sede do Consór- do Hospital de Apiaí e são os munícipes dessa cidade
cio do Alto Vale do Ribeira – Cisavar, foi formado os que mais utilizam os serviços por ele prestados.
em 2001, após uma dissidência dos municípios en- Esses valores são descontados, por Lei Municipal,
volvidos no grande consórcio existente na região do dos Fundos de Saúde de cada município e creditados
Vale do Ribeira, o Consaúde.12 O principal escopo do na conta bancária do consórcio. O Estado, por sua
Cisavar é a manutenção do Hospital de Apiaí (CPS- vez, contribui com uma parcela mensal semelhante
UGU1UR."4227+."swg"fi"wo"jqurkvcn"Þncpvt„rkeq"*Ucpvc" àquela dos municípios envolvidos que não são sede,
Casa de Misericórdia) e foi reformado após a coope- repassando os recursos diretamente ao Hospital de
ração estabelecida entre os municípios envolvidos e Apiaí (CPS-SES/SP, 2005).
clwfc"Þpcpegktc"fq"iqxgtpq"guvcfwcn."swg"tgrcuuqw." Analisando as despesas totais em saúde no perío-
em 2002, recursos na ordem de R$ 480.000,00 para do 2001 a 2003, pode-se perceber que houve uma
investimentos em saúde em Apiaí.13 ampliação dos gastos com saúde por habitante em
Tabela 3
Despesas por Habitante e Transferências do SUS
Município de Apiaí –2001-2004
Despesa total com saúde por habitante (R$) 105,07 133,61 141,10 148,83
Despesa com recursos próprios por habitante 70,98 110,93 109,20 109,97
Fonte: Datasus.
It Þeq"4
Variação na Produção Ambulatorial do Cisavar
Brasil – 1995-2004
600.000
500.000
400.000
300.000
200.000
100.000
0
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Fonte: Datasus.
It Þeq"5
Produção Ambulatorial per Capita
Município de Apiaí – 1996-2005
13,54
14,00
13,44
12,00
10,00
8,00
6,00
4,00
2,00
0,00
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Fonte: Datasus.
Também não houve ampliação no número de Q" It Þeq" 6" fgoqpuvtc" c" fkhgtgp›c" gpvtg" qu" p¿-
leitos hospitalares na região com a implantação do meros de pacientes internados em Apiaí que residem
consórcio. Apiaí, que apresentava 74 leitos hospita- no município e os que não residem. Até 1998, Apiaí
nctgu" fg" iguv«q" owpkekrcn" g1qw" Þncpvt„rkec17 antes apresentava predomínio de invasão de pacientes de
do consórcio, mantém esse número até o presente. outros municípios e, por isso, recebia o pagamento
Iporanga, o único que também possui leitos hospita- de Autorização de Internação Hospitalar – AIH por
lares entre os municípios do Cisavar, além de Apiaí, pacientes que eram internados no seu hospital, mas
registrava, entre 1994 e 2001,18 os mesmos 14 leitos, que não residiam na cidade. De 1999 a 2001, entre-
segundo dados do Datasus. tanto, o município passou a apresentar predomínio
Todavia, a introdução do consórcio parece ter ge- de evasão de pacientes para hospitais de outras loca-
rado resultados positivos em termos de produção de lidades, o que demonstra a alteração na capacidade
serviços especializados, justamente aqueles mais escassos do hospital em receber e atender pacientes. Somen-
em regiões pobres e com muitos municípios de pe- te a partir de 2002, coincidindo com o período de
queno porte, como no Vale do Ribeira. Analisando os formação do consórcio e de investimentos estaduais
dados da produção ambulatorial de maneira desagre- no hospital, é que o Hospital de Apiaí voltou a ter
gada separando consultas médicas básicas de exames invasão de pacientes, sendo que a diferença entre o
e cirurgias ambulatoriais, percebe-se que, no período total de AIHs pagas e o número de AIHs pagas aos
anterior ao Cisavar, a média de consultas básicas era pacientes do município de Apiaí voltou a ser positi-
rt„zkoc" "xgtkÞecfc"cr„u"c"uwc"etkc›«q."ocu"cu"ofi- va, indicando que o hospital retomou o atendimento
dias de exames e pequenas cirurgias eram bem infe- a pacientes de outros municípios. A partir de então,
riores, apresentando aumento da ordem de 30,5% e o número de procedimentos externos prestados au-
47%, respectivamente (Tabela 4). mentou gradativamente. A reforma do hospital pare-
Assim, o consórcio parece ter produzido bons ce ter ajudado sua reestruturação e a retomada do seu
resultados no que diz respeito ao acesso a serviços papel de hospital “regional”, no sentido de ser um es-
mais especializados, como cirurgias ambulatoriais, e tabelecimento de referência para aqueles municípios,
de maior complexidade, como internação hospitalar, ainda que de pequeno porte.
o que pode ser comprovado pelo número de consultas Esse fato pode ser entendido como um dos efei-
prestadas a pacientes de municípios da área de abran- tos do consorciamento e da conseqüente reforma do
gência do Cisavar, que não de Apiaí – que serão cha- Hospital de Apiaí, uma vez que o aumento de aten-
mados aqui de “pacientes externos”. dimentos a munícipes externos ocorreu justamente
Tabela 4
Média de Atendimentos, segundo Grupo de Procedimentos
Município de Apiaí – Out. 1999-2004
Fonte: Datasus.
(1) Inclui exames da categoria “procedimentos especializados”, que são: patologia clínica, radiodiagnóstico, exames ultra-
sonográficos e diagnose.
It Þeq"6
Diferença entre o Total de Autorizações de Internação Hospitalar – AIHs Pagas
e o Número de AIHs Pagas a Pacientes do Município
Município de Apiaí – 1995-2004
800
623
600
464 489 459
400
200 135
77
28
0
-30 -10
-200
-400
-600 -552
-800
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Fonte: Datasus.
no período posterior à instituição do consórcio. Ade- de leitos hospitalares disponibilizados, criou uma
ocku."qu"fcfqu"eqttqdqtco"c"cÞtoc›«q"fq"ugetgv tkq" reestruturação e organização dos serviços especiali-
estadual de Saúde sobre o Consórcio de Apiaí: zados de saúde prestados pelo hospital-sede do con-
sórcio, em Apiaí, proporcionando o crescimento da
A gente tem um consórcio aqui em São Paulo, o consórcio de produção de serviços especializados, como exames e
saúde de Apiaí, que tem a cidade de Apiaí como sede do con- cirurgias ambulatoriais. Ou seja, o consórcio gerou
sórcio e mais seis outras cidades. A cidade de Apiaí, que é a um melhor aproveitamento dos recursos instalados
maior, tem 30 mil habitantes; todas as outras juntas dão mais já existentes. Ao ser questionada20 sobre os principais
uns vinte mil habitantes. Dá um total de 50 mil habitantes no ganhos alcançados pela criação do consórcio, a atual
eqpu„tekq0"Q"Jqurkvcn"fq"eqpu„tekq"fi"woc"Ucpvc"Ecuc"swg"Þec" secretária municipal de Saúde de Apiaí, Sra. Márcia de
na cidade de Apiaí. Quando começou, o Hospital de Apiaí Lguwu"fc"Uknxc."cÞtoc"swg<
estava precisando de reformas. Nós repassamos um recurso
para a reforma do Hospital. Ele é a sede do consórcio. [...] Com a implantação do Cisavar, o principal ganho [para a
E ele [o consórcio] funciona muito bem. Todos participam prefeitura] foi o da minimização de gastos com transportes,
igualmente, todos mandam no hospital e a direção do hospital sendo que anteriormente os pacientes eram encaminhados para
fi"eqpvtcvcfc."fi"wo"rtqÞuukqpcn."g"q"rtgukfgpvg"fq"eqpu„tekq"ecfc" Sorocaba para [os serviços de] especialidades. [Para a po-
ano é um dos sete [prefeitos]; eles vão mudando (Dr. Luiz pulação, houve] diminuição no tempo de espera por uma
Roberto Barradas Barata).19 consulta especializada, agilidade e resolutividade a nível local.
pouquíssimos casos graves por ano. Seria um des- para a reforma e manutenção do Hospital de Apiaí, o
rgtf ekq"fg"tgewtuqu"r¿dnkequ0"GpÞo."vtcvc/ug"fg"wo" fato de terem se comprometido formalmente, através
problema de escala, conforme apontou o secretário do consorciamento, a investir e manter o hospital pa-
estadual de Saúde:21 rece ter gerado um incentivo ao gestor estadual. Do
ponto de vista do Estado, é muito mais racional para
Um município de 5.000 habitantes querendo ser gestor pleno a Secretaria Estadual de Saúde investir no desenvolvi-
de saúde. Gestor pleno do quê? Em torno de 50 partos, faz mento dos serviços de uma região do que apenas de
o quê? Por ano, dá um parto por semana... Fazer uma ma- um município. O consorciamento é, de certa forma,
ternidade para atender um parto por semana? Vai ser a ma- uma garantia de que os recursos investidos serão uti-
ternidade mais cara do mundo! [...] Uma maternidade que só lizados e aproveitados por toda a região englobada
faz um parto por semana não pode ser uma boa maternidade. pelo consórcio, e daí o maior interesse estadual em
Então, não compete a um município de 5 ou 10 mil habitantes investir e colaborar.
vgt"woc"ocvgtpkfcfg0"Kuuq"fgxg"Þect"rctc"woc"tgik«q"fg"62" Por outro lado, os municípios consorciados sen-
a 50 mil pessoas. Aí comporta você ter uma maternidade, tem-se fortalecidos, aumentando o seu poder na
porque aí você vai ter pelo menos um parto por dia. Assim busca por recursos estaduais para a região. Certa-
você consegue montar uma maternidade (Dr. Luiz Roberto mente, terão maior poder de negociação unidos do
Barradas Barata). que teriam caso fossem isoladamente em busca dos
recursos estaduais. A probabilidade de terem seu pe-
Considerando-se as questões expostas anterior- dido negado é muito maior quando isolados, princi-
ogpvg." rqfg/ug" cÞtoct" swg." godqtc" p«q" vgpjc" ig- palmente nas situações em que o partido político no
rado um aumento na rede de serviços públicos de poder local é opositor do partido (ou da coalizão) no
saúde, o consórcio produziu, na região de Apiaí, uma comando do governo estadual.
organização do acesso aos serviços existentes, algo Aliás, a questão partidária também deve ser con-
que vem sendo buscado, sem grandes avanços, pelo siderada em análises sobre relações intergoverna-
processo de regionalização do SUS. Por isso, pode-se mentais, ainda mais no caso do consorciamento, uma
dizer que a organização do sistema, em termos de vez que a ajuda estadual aos municípios pode ou não
encaminhamento de pacientes e de pagamentos pelos ocorrer, de acordo com a “vontade” (ou interesse)
municípios pela utilização do Hospital de Apiaí, foi o do gestor. No caso do Consórcio de Apiaí, esse dado
principal avanço obtido pelo consórcio. não deixa de ser relevante: das seis prefeituras que
Somado a isso, cita-se, ainda, algo que parece ter formaram o consórcio, três eram governadas por
sido conseqüência do consorciamento, que é o au- partidos da base aliada do governador (PFL, PPB e
mento do poder de barganha dos municípios junto PTB) e outras três pelo próprio partido do governa-
cq"iqxgtpq"guvcfwcn."q"swg"r»fg"ugt"xgtkÞecfq"rgnqu" dor, o PSDB. Ou seja, todas as prefeituras envolvidas
repasses para investimento e custeio do governo es- eram da base do governo estadual.
tadual ao Hospital de Apiaí, auxiliando a manutenção Embora apenas análises comparadas possam mos-
do consórcio. Cuuko" eqoq" cÞtoqw" q" gz/ugetgv tkq" trar se a cooperação Estado-municípios, para a manu-
adjunto da Secretaria Estadual de Saúde:22 tenção de consórcios, se dá única ou majoritariamen-
te entre partidos aliados, o fato é que a “concordância
Ele [o consórcio] pode ser apenas um meio de racionali- partidária” esteve presente no caso do Consórcio de
zação administrativa para aumentar o poder de barganha no Apiaí e pode ter sido um fator facilitador da coope-
mercado, seja no mercado público ou no mercado de oferta (Dr. tc›«q" kpvgtiqxgtpcogpvcn0" Ocu." tgcÞtoc/ug." crgpcu"
Oswaldo Yoshimi Tanaka). cp nkugu"eqorctcfcu"rqfgt«q"xgtkÞect"q"rguq"ghgvkxq"
dessa variável.
Ckpfc"swg"p«q"ug"rquuc"cÞtoct"swg"ugo"q"eqpu„t- GpÞo."ckpfc"swg"c"Ñcornkc›«q"fc"qhgtvcÒ"crctg›c"
cio os municípios não conseguiriam o apoio estadual como a principal inovação trazida pela instituição dos
consórcios, segundo a pesquisa da Opas/MS com os tadas pelos gestores, mostrou-se um ganho impor-
gestores do SUS nos municípios (LIMA; PASTRA- tante gerado pela criação do Cisavar na região. E este
NA, 2000), ela não parece ter sido a grande inovação fi"wo"dgpgh ekq"uwduvcpekcn."fcfc"c"fkÞewnfcfg"swg"q"
no caso de Apiaí. A “articulação política”, que tam- SUS vem encontrando para a promoção da regionali-
bém surge como uma das principais inovações apon- zação proposta pela Constituição de 1988.
Referências Bibliográficas IBGE. Brasil em síntese" Ï" fcfqu" igqit Þequ0" Tkq" fg" Lcpgktq."
2005. Disponível em: <www.ibge.gov.br/brasil_em_sintese/ >.
ABRUCIO, F.; SOARES, M. Redes Federativas no Brasil: Coopera- Acesso em: 29 nov. 2006.
ção intermunicipal no Grande ABC. São Paulo: Fundação Konrad
Adenauer, 2001. LIMA, A.P.; PASTRANA, R. Diagnóstico da situação atual
dos Consórcios Intermunicipais de Saúde no Brasil. Relatório de
ARRETCHE, M. Federalismo e relações intergovernamentais Pesquisa, Opas/MS, 2000.
no Brasil: a reforma dos programas sociais. Dados – Revista de
Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 45, n. 3, 2002. NICOLETTO, S.C.; CORDONI Jr., L.; COSTA, N.R. Consórcios
Intermunicipais de Saúde: o caso do Paraná, Brasil. Cadernos de
______. Estado Federativo e políticas sociais: determinantes da des- Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, p. 29-38, jan./fev. 2005.
centralização. Rio de Janeiro/São Paulo: Revan/Fapesp, 2000.
OLSON, M. A lógica da ação coletiva. São Paulo: Edusp, 1999.
BNDES. Disponível em: <http://federativo.bndes.gov.br/
dicas>. Acesso em: 18 nov. 2005. RIBEIRO, J.M.; COSTA, N.R. Consórcios Intermunicipais no SUS.
Brasília: Ipea, 1999. (Texto para discussão, n. 669).
BRASIL. O consórcio e a Gestão Municipal de Saúde. Brasília:
Ministério da Saúde, 1997. ROCHA, C.A.; FARIA, C.A. Cooperação intermunicipal, reter-
ritorialização da gestão pública e provisão de bens e serviços
COELHO, J.R.; VELOSO, C. Consórcios Intermunicipais de sociais no Brasil contemporâneo: experiência dos consórcios
Saúde em Minas Gerais. Divulgação em saúde para debate, v. 17, de saúde em Minas Gerais. In: Encontro Nacional da ABCP,
p. 36-38, mar. 1997. 4., Rio de Janeiro, 2004.
CPS-SES/SP. Consórcios Intermunicipais de Saúde no Estado TEIXEIRA, L.; MACDOWELL, M.C.; BUGARIN, M. Consór-
de São Paulo. Relatório. São Paulo, set. 2005. (Produzido por cios Intermunicipais de Saúde: uma análise à luz da teoria dos jogos.
Olímpio Nogueira Bittar e Maria Luiza Stucchi). Brasília: Ipea, jul. 2002.
ELAZAR, D. Exploring Federalism. Alabama: The University of WHEARE, K.C. Federal Government. 4th Ed. New York: Oxford
Alabama Press, 1987. University Press, 1964.
Eqoq"ekvct"q"ctvkiq<
OLIVEIRA, V.E. Municípios cooperando com municípios: relações federativas e consórcios intermunicipais de saúde no
Estado de São Paulo. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, Fundação Seade, v. 22, n. 1, p. 107-122, jan./jun. 2008. Disponível
em: <http://www.seade.gov.br>; <http://www.scielo.br>.
Resumo: O presente artigo trata das empresas paulistas do segmento de produtos médico-hospitalares, focando sua inserção internacional, localização
geográfica e possíveis políticas de incentivo ao segmento. Para isso, foram analisados dados sobre o comércio exterior de instrumentos médicos,
produtos farmacêuticos, medicamentos e equipamentos médicos de diagnóstico de 180 países entre 1997 e 2005. Os dados coletados
demonstraram que os fabricantes nacionais, no contexto internacional, ainda apresentam fragilidade competitiva externa e interna.
Palavras-chave: Indústria de produtos médicos. Concentração. São Paulo.
Abstract: The present article is about international insertion, policy demands and geographic localization of São Paulo’s health care companies.
The work analyzed foreign commerce of medical instruments, pharmaceutical products, medicines and medical equipment of 180 countries
between 1997 and 2005. The analyses of collected data demonstrates, in the international context, that the Brazilian and São Paulo’s
health care companies have external and internal weakness.
Key words: Medical industry. Concentration. São Paulo.
N
os últimos cinco anos, as empresas brasileiras vêm
quebrando sucessivos recordes nas exportações. Nesse período, os fabricantes de produtos médico-hospitalares
também aumentaram suas vendas externas, embora não tenham demonstrado os mesmos avanços no mercado
doméstico. Esse trabalho reúne dados para formar uma visão panorâmica do mercado disponível para empresas
de produtos médicos instaladas no Brasil, sobretudo no Estado de São Paulo. O interesse por esse segmento
industrial decorre de seu valor social. A indústria que abastece o sistema de saúde, além de gerar oportunidades
de negócio, renda e emprego, aumenta a segurança no abastecimento nacional de produtos essenciais para o
bem-estar da coletividade.
METODOLOGIA
Para visualizar a inserção externa das empresas instaladas no Brasil, utilizaram-se os dados do Handbook of
statistics, da United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD, 2008), e do International
Trade Centre (ITC) (UNCTAD/WTO/ITC, 2007), Periodicamente, novos países são incluídos nas lis-
swg"ugiwgo"c"Uvcpfctf"Kpvgtpcvkqpcn"Vtcfg"EncuukÞ- tagens do ITC, porém, os que entraram no período
cation, Revision 3. Nesses bancos de dados os pro- estudado respondem por menos de 0,5% do total do
dutos médicos estão inseridos em três seções. Da comércio mundial de produtos médicos, o que não
seção 5, foram analisados os grupos de produtos 541 cnvgtc" cu" vgpf‒pekcu" xgtkÞecfcu0" Qu" fqku" dcpequ" fg"
(farmacêuticos) e 542 (medicamentos inclusive vete- dados apresentam vantagens e desvantagens. O ITC
rinários). Da seção 7, foram coletados os dados do oferece informações mais recentes, porém, apenas
grupo 774 (aparelhos médicos de diagnóstico) e, na dos últimos cinco anos, inclusive os dados de 2005.
seção 8, analisaram-se as informações do grupo 872 A série histórica do Handbook of statistics é mais com-
(instrumentos médicos). pleta (1980 a 2003), mas não apresenta dados tão atu-
A diferença entre o Handbook of statistics da alizados.
UNCTAD e os dados apresentados pelo ITC encon- Os problemas apontados anteriormente ocorrem
tra-se na seção 5. No primeiro, o grupo 541 inclui com qualquer que seja o segmento analisado, o banco
os dados dos grupos 541 e 542 do ITC, englobando, fg"fcfqu"qw"q"ofivqfq"fg"encuukÞec›«q"fg"ogtecfq-
portanto, produtos farmacêuticos e medicamentos rias. Desse modo, os dados coletados podem ser úteis
num mesmo grupo. para estimar e vislumbrar tendências no comporta-
Alguns bens voltados para a saúde humana estão mento das principais economias que participam do
incluídos em grupos como, por exemplo, de equipa- comércio internacional de produtos médicos. Com o
mentos elétricos, produtos de plásticos e borracha, devido cuidado, os dados disponíveis no ITC servem
veículos e máscaras. Da mesma forma, os grupos como ponto de partida para a formação de uma visão
pesquisados no ITC incorporam produtos que não cross-country do setor produtor de bens para a saúde.
são exclusivamente para uso médico em humanos, Por meio desses dados é possível destacar em quais
tais como produtos veterinários, por exemplo. Al- países as indústrias de produtos médicos vêm encon-
iwpu"rtqfwvqu"rqfgo"ugt"encuukÞecfqu"uqd"fkhgtgpvgu" trando condições de desenvolvimento e se as empre-
nomenclaturas, o que torna praticamente impossível sas brasileiras estão perdendo ou ganhando market
isolar os dados sobre produtos médicos de forma share no mercado internacional.
absolutamente precisa. Deve-se considerar, também, Rctc"xgtkÞect"ug"qu"fcfqu"fq"KVE"g"fq"Handbook
que parte das exportações refere-se a re-exportações são consistentes, optou-se por compará-los com in-
de insumos, partes e peças, o que resulta em algum formações já publicadas sobre o tema. Comparando
grau de dupla contagem dos dados. os dados da presente pesquisa com aqueles apresen-
Tabela 1
Comparações entre os Dados do “UNCTAD Handbook of Statistics 2005” e do International Trade Centre – ITC
2002-2003
Média entre os anos de 2002 e 2003 (Em US$ bilhões a preços correntes) B/A
Grupos do “UNCTAD Handbook of Statistics 2005” (A) Grupos do International Trade Centre – ITC (B) (%)
Tabela 2
Comparações entre Dados Pesquisados e Publicados sobre o Comércio Brasileiro de Produto Médico-Hospitalar (1)
1997-1998
Anos Dados do
Dados do ITC Dados do Dados do ITC
livro “Brasil: Dados do Ministério
(soma dos grupos Ministério do (soma dos grupos
radiografia do Desenvolvimento
541,774 e 872) (2) Desenvolvimento 541,774 e 872) (2)
da saúde”
Exportações
1997 160.336 169.006 140.941 5,41 -12,10
1998 165.979 168.823 146.604 1,71 -11,67
Importações
1997 1.096.775 1.250.411 1.052.012 14,01 -4,08
1998 1.197.333 1.291.629 1.157.888 7,88 -3,29
Fonte: UNCTAD/WTO/ITC (2007); UNCTAD (2006); Brasil (2007a); Furtado e Souza (2001).
(1) Exceto medicamentos.
(2) Produtos farmacêuticos = 541; Equipamentos elétricos de diagnóstico = 774 e Instrumentos médicos = 774.
tados por Furtado e Souza (2001, p. 82 e 84), para US$ 58,0 bilhões, em 1948, para mais de US$ 10,4
1998, a diferença não ultrapassa 5%. Em relação às trilhões, em 2005. No bojo dessa expansão, as ven-
informações disponíveis no Ministério do Desenvol- das internacionais de produtos médicos cresceram
xkogpvq"*DTCUKN."4229c+."q"fguxkq"Þec"rqt"xqnvc"fg" intensamente. O volume exportado a preços corren-
10,0%. Confrontando as duas fontes – Handbook of tes quase triplicou, passando de US$ 115 bilhões para
statistics de 2005 e no International Trade Centre –, a mais de US$ 348 bilhões, entre 1997 e 2005 (Tabela
diferença não chega a 1,0%. Portanto, apesar de algu- 3), isto é, 3,3% das exportações mundiais. Se a taxa
mas limitações, os dados considerados neste trabalho de crescimento anual das exportações repetir o que
u«q"dcuvcpvg"eqpÞ xgku0 ocorreu entre 2001 e 2005, é provável que as exporta-
Para localizar as empresas de produtos médicos no ções em 2006 tenham chegado a US$ 400 bilhões.
Brasil, foi consultada a Relação Anual de Informa- Somando os dados de remédios e produtos far-
ções Sociais – Rais (BRASIL, 2005). Nesse banco de macêuticos, tem-se o sexto grupo de produtos com
dados, foram pesquisados os estabelecimentos fabri- o maior valor exportado entre 2002 e 2003 (2,6%
cantes de: farmoquímicos; medicamentos; materiais, das exportações mundiais), perdendo, segundo a
aparelhos e instrumentos para uso médico, hospita- UNCTAD (2006, p. 177), apenas para veículos, pe-
lar, odontológico, laboratorial e ortopédico; e apare- tróleo, válvulas e transistores, equipamentos de tele-
lhos e instrumentos de medida, teste e controle não comunicação e computadores.
utilizados em processos industriais. Cerca de 60% das exportações mundiais de produ-
tos médicos correspondem a medicamentos. Em se-
O MERCADO INTERNACIONAL guida estão os segmentos de produtos farmacêuticos
DE PRODUTOS MÉDICOS (19,2%), instrumentos médicos (14,1%) e aparelhos
de diagnóstico (7,3%). As exportações de produtos
O comércio entre nações cresceu acentuadamente médicos cresceram em média 15%, entre 1997 e
nas últimas décadas: a preços correntes, passou de 2005. Uma média impressionante considerando que
Tabela 3
Exportações Mundiais de Produtos para a Saúde
1997-2005
é uma taxa superior ao crescimento do PIB mundial, p. 89), os países desenvolvidos respondem por 73,6%
das exportações mundiais e das exportações mun- do valor adicionado do setor manufatureiro, enquan-
diais de manufaturados. Também foi superior aos to os nove países citados acima controlavam 77% das
12,1% que o setor apresentou nas décadas de 1980 e exportações de produtos médicos em 2004.
1990 (UNCTAD, 2004). Entre 1997 e 2005, as ven- Os Estados Unidos, o maior comprador em 2005,
das internacionais de medicamentos cresceram mais importaram mais de US$ 56 bilhões, o que representa
de 374%. Produtos farmacêuticos e de instrumentos 16% de todos os produtos médicos importados no
médicos aumentaram acima dos 240%, enquanto as mundo. Considerando os dez maiores exportadores e
exportações de aparelhos de diagnóstico duplicaram. os dez maiores importadores, somente Japão e Esta-
Nos últimos cinco anos, vários países aproveitaram dos Unidos não pertencem à União Européia. Esses
o dinamismo no mercado de produtos médicos para dados demonstram que grande parte do comércio in-
elevar suas exportações, tais como Espanha, China, ternacional de produtos médicos ocorre entre países
México e Canadá. Mesmo países de economias me- ricos e dentro de blocos econômicos.
nores, como Grécia, Costa Rica, República Tcheca e Apenas dez países compraram 60% dos produtos
Malásia, aproveitaram o bom momento do comércio médicos comercializados no mercado internacional,
mundial de produtos médicos para ultrapassar os vo- em 1997, e 70%, em 2004. De um total de 180 países,
lumes exportados pelas empresas brasileiras. trinta importaram, em 1997, 87,2% de todos os
Pc"Vcdgnc"6"xgtkÞec/ug"swg"crgpcu"fg|"rc ugu"eqp- produtos médicos negociados no mercado externo e
trolam 80,4% das exportações de produtos médicos. mais de 91% em 2005. Cinco países, com os quais o
Somente Alemanha, Estados Unidos, Bélgica, Reino Brasil mantém relações comerciais rotineiras (Estados
Unido, Suíça, França, Irlanda, Holanda e Itália detêm Unidos, Bélgica, Alemanha, Reino Unido e França),
77% do volume exportado. Nesse grupo não se en- representaram metade do mercado para produtos
contram países desenvolvidos, como Canadá e Japão, médicos exportados em 2005.
o que revela que o nível de concentração nas expor- Algumas nações registram imensos volumes ex-
tações de produtos médicos é superior ao nível de portados e diminutas importações de produtos mé-
concentração industrial. Segundo a UNCTAD (2004, dicos, o que sugere que o comércio externo desses
Tabela 4
Maiores Exportadores de Produtos para a Saúde
1997-2005
1 Alemanha 16.820 19.886 20.511 18.288 24.409 23.961 32.366 44.463 49.121 14,35
2 Estados Unidos 17.690 19.382 21.615 24.085 27.646 28.002 31.996 37.790 44.278 12,20 26,55
3 Bélgica 5.808 6.482 7.743 8.135 10.779 23.151 27.320 32.966 37.305 10,64 37,19
4 Suíça 9.083 10.805 12.384 11.575 14.427 16.984 20.145 24.650 27.704 7,96 53,32
5 França 9.497 11.035 11.939 12.098 14.964 17.507 21.091 23.976 26.371 7,74 61,06
6 Reino Unido 10.716 11.553 11.833 12.601 14.976 17.279 21.938 25.319 25.499 8,17 45,36
7 Irlanda 4.496 5.975 6.394 6.248 9.481 16.544 18.537 22.948 22.402 7,41 68,47
8 Holanda 5.934 5.720 6.851 7.062 7.515 9.411 12.217 15.811 17.546 5,10 73,57
9 Itália 5.435 5.956 6.657 7.473 8.544 10.309 11.818 13.115 15095 4,18 77,75
10 Suécia 3.937 4.488 4.822 4.754 4.973 5.568 7.608 8.255 8.149 2,66 80,41
32 Brasil 267 305 331 326 340 368 406 512 654 0,18
Fonte: UNCTAD/WTO/ITC (2007).
Tabela 5
Empresas Fabricantes de Produtos Médicos, por Grupos, segundo Número de Funcionários
Brasil – 2005
Aparelho e
Produtos Medicamentos Aparelho e
Material instrumento de
farmo- para uso instrumento Total
Número de médico medida, teste e
químicos humano médico
funcionários controle
Nos Nos Nos Nos Nos Nos
% % % % % %
Abs. Abs. Abs. Abs. Abs. Abs.
Total 197 100,0 647 100,0 411 100,0 1.154 100,0 211 100,0 2.620 100,0
Até 4 53 26,9 156 24,1 144 35,0 506 43,8 57 27,0 916 35,0
Tabela 6
Balança Comercial de Produtos Médicos
Brasil – 1997-2005
Em US$ milhões correntes
Grupos 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Exportações
Total 267 305 332 327 341 368 406 512 654
Farmacêuticos 119 112 107 113 109 102 111 156 198
Medicamentos 98 136 171 153 168 184 202 238 311
Equipamentos 8 9 7 8 9 11 11 11 13
Instrumentos 42 48 47 53 55 72 82 107 132
Importações
Total 2.039 2.238 2.381 2.220 2.454 2.368 2.218 2.598 2.994
Farmacêuticos 673 660 821 766 851 871 835 963 1.054
Medicamentos 789 947 1.129 1.038 1.059 1.060 1.052 1.235 1.417
Equipamentos 357 421 272 226 338 250 171 209 273
Instrumentos 221 211 159 191 206 187 161 191 251
Saldo
Total -1.772 -1.933 -2.050 -1.894 -2.113 -1.999 -1.812 -2.086 -2.340
Farmacêuticos -554 -548 -714 -653 -742 -769 -723 -807 -856
Medicamentos -690 -810 -958 -885 -891 -876 -850 -997 -1.105
Equipamentos -348 -413 -265 -218 -329 -239 -160 -198 -260
Instrumentos -179 -162 -112 -138 -151 -115 -79 -84 -119
pão em 2002. As empresas brasileiras detêm apenas bela 7, as empresas ligadas ao ramo da saúde concen-
0,25% do market share internacional, apesar de ter ele- tram-se no Estado de São Paulo. Das 2.620 empresas
vado suas exportações em 218%, no período de 1997 encontradas na Rais, 1.187 estão em solo paulista. O
a 2005. segundo estado com mais fabricantes, Minas Gerais,
Em resumo, o quadro externo das empresas bra- é sede de apenas 267 estabelecimentos. Na capital
sileiras de produtos médicos não é otimista, mas o paulista, estão localizadas 497 empresas (Tabela 8).
comportamento externo de países pequenos e com O segundo município que apresenta a maior concen-
menos tradição industrial do que o Brasil demonstra tração de empresas é a cidade do Rio de Janeiro com
que é possível criar políticas de apoio ao segmento 163 empresas seguida de Belo Horizonte (95) e Porto
de produtos médicos. Para isso, é necessário locali- Alegre (84). A quinta cidade em quantidade de em-
|ct" guucu"gortgucu"pq" vgttkv„tkq" pcekqpcn" g" xgtkÞect" presas de produtos para a saúde no Brasil é Ribeirão
se as mesmas dispõem de infra-estrutura de apoio, Preto com 69 empresas. Em seguida vem Curitiba
pelo menos, na região de maior concentração setorial. (54), Goiânia (44) e Campinas (38).
Partindo dessa visão, é possível pensar em medidas Pode-se notar na Tabela 8 que apenas dez cidades
voltadas para promover o desenvolvimento compe- paulistas concentram mais de 28% dos fabricantes
titivo desse importante segmento industrial, que gera nacionais de produtos médicos. Incorporando a esses
mais de 100 mil empregos diretos. dez municípios a área do Estado compreendida entre
os municípios de São José do Rio Preto, São José dos
LOCALIZAÇÃO DAS EMPRESAS Campos, Sorocaba e Marília, tem-se um “polígono”
DE PRODUTOS MÉDICOS NO BRASIL que engloba a Região Metropolitana de São Paulo
mais 49 cidades. Nessa região estendida, encontram-
Os fabricantes nacionais estão espalhados por 477 se 1.047 das 2.620 empresas brasileiras (39,9%) e 45%
cidades brasileiras, entretanto, como demonstra a Ta- das empresas paulistas de produtos médicos. Nada
Tabela 7
Empresas Fabricantes de Produtos Médicos, por Grupos
Brasil – 2005
Aparelho e
Produtos Medicamentos Aparelho e instrumento
Material
farmo- para uso instrumento de medida, Total
médico
Estados químicos humano médico teste e
controle
Nos Nos Nos Nos Nos Nos
% % % % % %
Abs. Abs. Abs. Abs. Abs. Abs.
Minas Gerais 17 8,6 68 10,5 50 12,2 117 10,1 15 7,1 267 10,2
São Paulo 52 26,4 256 39,6 198 48,2 541 46,9 140 66,4 1.187 45,3
Rio Grande do Sul 15 7,6 47 7,3 20 4,9 80 6,9 25 11,8 187 7,1
Tabela 8
Polígono Paulista de Fabricantes de Produtos de Médicos
Brasil e Estado de São Paulo – 2005
menos do que 55 mil dos 60 mil empregos gerados José dos Campos e Guarulhos e aos Portos de Santos
pelo segmento no Estado de São Paulo. e São Sebastião, este localizado na “terceira melhor re-
gião portuária do mundo” (SÃO PAULO, 2007a).
PROPOSTAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS O polígono estará ligado diretamente ao futuro
DE APOIO AO SEGMENTO “Corredor de Exportação Campinas-Vale do Paraí-
ba-Litoral Norte” (SÃO PAULO, 2007b). Assim, ca-
O “polígono paulista de produtores de material médi- beria pensar em novas medidas de apoio que pudes-
eqÒ"eqpvc"eqo"wo"fkxgtukÞecfq"ukuvgoc"fg"vtcpurqtvg0" sem estimular o desenvolvimento do segmento e sua
As infra-estruturas aéreas, viárias, ferroviárias e hidro- integração com a infra-estrutura local de apoio.
viárias se ligam a um amplo sistema rodoviário, for- A região do “polígono paulista de fabricantes de
mado pelas Rodovias Washington Luís, Marechal Ron- produtos médicos” concentra perto de 300 empresas
don, Castelo Branco, Anhangüera, Bandeirantes, Dom e importantes centros formadores de mão-de-obra de
Pedro I, Adhemar de Barros, Santos Dumont, Dutra, nível tanto técnico quanto superior. A área também
Imigrantes, entre outras. Tais rodovias permitem aces- conta com infra-estrutura de apoio à distribuição e ao
so a todos os Estados próximos a São Paulo, à Hidro- contato com o mercado externo, grande número de
via Tietê-Paraná, aos Aeroportos de Viracopos, São hospitais e a presença de renomados centros pesquisa.
bricantes e os atores de apoio (agências reguladoras, pesquisa e extensão para pequenas empresas também
bancos de desenvolvimento, exportadores, empresas pode receber a atenção do setor público.
de publicidade e fornecedores) é um canal de difusão
de novas e melhores práticas organizacionais e produ- ESTUDOS ESPECIAIS
tivas, que deve ser estimulado pelo poder público.
Muitas pequenas e médias empresas apresentam
MELHORIA NA GESTÃO PÚBLICA E NO itcpfgu" fkÞewnfcfgu" rctc" ceguuct" kphqtoc› gu" pg-
RELACIONAMENTO DO ESTADO COM A SOCIEDADE cessárias ao seu desenvolvimento. Em alguns casos,
informações básicas sobre mercados nacional e ex-
Economias já industrializadas, como a brasileira, ne- terno podem ser disponibilizadas através de estu-
eguukvco"fg" igku"g"gÞekgpvgu"guvtwvwtcu"fg"iqxgtpq" dos encomendados por agentes públicos. O Estado
e relacionamento com os agentes econômicos. O pode encomendar estudos setoriais ou pesquisas pré-
quadro descrito por nossa pesquisa sugere que uma comerciais junto às universidades para subsidiar as
política pública de apoio aos fabricantes nacionais de empresas do setor de material médico, como ocorre
produtos médicos é fundamental. Não se trata, ob- regularmente nos Estados Unidos, por exemplo.
viamente, de restabelecer políticas intervencionistas
ditadas de cima para baixo, como já ocorreu no pas- POLÍTICA E INFRA-ESTRUTURA PARA O COMÉRCIO EXTERIOR
sado. É possível o trabalho em conjunto do governo
com a iniciativa privada. Para que as empresas do setor de produtos médicos
O Estado pode desenvolver novas estruturas de possam evoluir no comércio internacional, é preci-
governo e relacionamento com os agentes econô- so o estabelecimento de acordos comerciais com os
micos para eliminar o clientelismo, a corrupção, grandes mercados de produtos médicos. Canais de
c" kpgÞek‒pekc" g" q" kpvgtxgpekqpkuoq0" L " cu" gortgucu" escoamento como os Centros de Distribuição de
podem se esforçar pela busca de uma competitivida- Rtqfwvqu" Dtcukngktqu" pq" Gzvgtkqt" Ï" EFu" g" q" Þpcp-
de sistêmica, na qual toda a cadeia produtiva esteja ciamento para obtenção de registros internacionais,
xqnvcfc"rctc"c"qdvgp›«q"fc"gÞek‒pekc"g"fc"kpqxc›«q0" como o CE na Europa e o FDA nos Estados Unidos,
Para isso, as empresas de material médico-hospitalar também são importantes fatores de competitividade
necessitam desenvolver inter-relações com o sistema dos fabricantes brasileiros.
nacional de inovação, isto é, com as instituições de
pesquisa, ensino e treinamento e com as consultorias CRÉDITO E INVESTIMENTO PÚBLICO
privadas, instituições de crédito e os fornecedores de
insumos, bens de capital e serviços. Grande parte do consumo hospitalar, da oferta tec-
É possível promover um ambiente inovador com pqn„ikec"g"fq"Þpcpekcogpvq" u"gortgucu"fi"gzgewvcfc"
regulamentos e pressões competitivas provenientes pelo Estado. Assim, é possível melhorar a integração
das agências reguladoras, da demanda pública e do rtqfwvkxc"eqo"Þpcpekcogpvq"r¿dnkeq"rctc"kpegpvkxct"
mercado externo. O ambiente legal é um dos fatores a difusão tecnológica, a especialização industrial e as
que incentivam as empresas a alcançarem alto grau conexões entre a demanda dos hospitais, a tecnologia
de competitividade. As exigências e o estabelecimen- das universidades e dos centros de pesquisa e a capa-
to de padrões de qualidade de produtos e processos cidade produtiva da indústria de material médico já
de fabricação promovidos pela Agência Nacional de instalada no Brasil.
Vigilância Sanitária – Anvisa são exemplos de boas
medidas nessa direção. Entretanto, um controle mais POLÍTICA DE COMPRA DO ESTADO
rígido sobre a qualidade de produtos e normas de fa-
bricação também deveria operar sobre produtos im- O desenvolvimento produtivo e tecnológico do seg-
portados. O incentivo às atividades tecnológicas e de mento industrial de bens para a saúde requer subsídio
" rguswkuc." Þpcpekcogpvq" cq" ecrkvcn" fg" tkueq." kpew- centros de pesquisas que podem auxiliar a capacitação
badores de tecnologia, estímulo à concentração das tecnológica das empresas.
empresas e, muitas vezes, encomendas pioneiras. Por
isso, uma possível área de atuação governamental é a CONCLUSÕES
política de compra do Estado. Esse é um instrumen-
vq" gÞec|" rctc" igtct" fgocpfc." vguvct" g" fgugpxqnxgt" As empresas brasileiras avançaram no mercado inter-
bens e serviços estratégicos. Através de instrumentos nacional de produtos médicos na última década. Suas
contratuais ou promovendo parcerias, a política de exportações cresceram 144% entre 1997 e 2005. En-
compras do Estado pode ser um indutor tecnológico, tretanto, o aumento da competitividade no mercado
desde que seja transparente, temporária e reservada internacional de produtos médicos vem criando no-
a segmentos estratégicos. Caso contrário, corre-se o vas exigências para os fabricantes nacionais. É preciso
risco de promover a corrupção e o desvio de dinheiro uma estratégia de desenvolvimento das exportações
r¿dnkeq"g"citcxct"qu"eqpàkvqu"fg"qtfgo"lwt fkec"pq" de produtos médicos que envolva o apoio público e
comércio internacional. incorpore tanto assistência tecnológica quanto técni-
cas em estratégia exportadora, design e gestão.
ESPECIALIZAÇÃO TECNOLÓGICA Entre a segunda metade dos anos 1990 e a primei-
tc"ogvcfg"fc"ffiecfc"ugiwkpvg."jqwxg"wo"ukipkÞecvkxq"
As motivações dos agentes para ações coletivas vol- aumento da demanda interna, uma maior especializa-
tadas para a criação de capacidades técnicas e de ção da oferta e um grande aumento das importações.
aprendizagem podem motivar os agentes para o uso A oferta interna de produtos tecnologicamente mais
dos recursos e competências locais. Nesse caso, um complexos não respondeu adequadamente aos inves-
bom exemplo seria a montagem de cursos de exten- timentos e aos gastos de custeio da administração
são para o desenvolvimento tecnológico de empresas pública, dos hospitais, dos laboratórios e das clínicas.
nqecku0"Rctc"guug"Þo."q"rqn iqpq"fg"rtqfwvqtgu"rcw- Atualmente, as indústrias do setor médico conti-
listas possui uma infra-estrutura invejável. nuam apresentando uma considerável perda de com-
Nessa área encontram-se várias indústrias de alta petitividade associada, principalmente, à distância tec-
vgepqnqikc"*kphqto vkec."vgngeqowpkec› gu."sw okec"Þpc" nológica em relação aos concorrentes de países que
e biologia) e centros de ensino e pesquisa, tais como: as adotam estratégias mais dinâmicas de inovação. Isso
universidades públicas (Unicamp, Ufscar, USP e Unesp); mostra que é absolutamente necessário incentivar a
Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUC- capacitação tecnológica e produtiva do segmento.
Campinas; Universidade Paulista – Unip; Centro de Incentivar Arranjos Produtivos Locais pode criar
Pesquisa de Desenvolvimento em Telecomunicações – rotinas coletivas de inovação e difusão tecnológica,
CPqD; Companhia de Desenvolvimento Tecnológico melhoria no design e diminuição nos custos da produ-
– Codetec; Instituto Agronômico de Campinas – ção e logística. Também pode incentivar a interação
IAC; Instituto Tecnológico para Alimentos – Ital; entre as empresas, favorecendo as micro e pequenas
Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada – rtqfwvqtcu"fg"dgpu"Þpcku"qw"fg"rg›cu."rctvgu."eqo-
Cati; Instituto de Zootecnia – IZ; Instituto Biológico ponentes e serviços.
– IB; Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária A colaboração entre empresas e a relação usuário-
– Embrapa; Centro de Pesquisas Renato Archer – produtor são ferramentas fundamentais para o avan-
Cenpra; Laboratório Nacional de Luz Síncroton ço no conhecimento tecnológico da cadeia produtiva.
– LNLS; Observatório Capricórnio; e Fundação Quando reunidas em grupos, as empresas conseguem
Tropical de Pesquisa e Tecnologia “André Tosello”. diminuir custos, melhorar o processo produtivo e facili-
Assim, a região que concentra os produtores brasileiros tar a inovação de produto e processo. Trabalhos conjun-
de produtos médicos conta com toda a estrutura vqu"gpvtg"gortgucu"vcodfio"fkokpwgo"cu"fgueqpÞcp›cu"
de colégios técnicos, importantes universidades e e ativa o desenvolvimento de parcerias estratégicas.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE MA- FURTADO, A.T.; SOUZA, J.H. Evolução do setor de
TERIAL MÉDICO-HOSPITALAR. Cadastro Abimo. São Paulo: insumos e equipamentos médico-hospitalares, laboratoriais e
Abimo. Disponível em: <http://www.abimo.org.br/associados/as- odontológicos no Brasil: a década de 90. In: NEGRI, B.; DI
sociados.asp?cod_tipo_associado=2>. Acesso em: 15 jan. 2006. GIOVANNI, G. (Org.). Brasil<"tcfkqitcÞc"fc"uc¿fg0"Ecorkpcu."
SP: Unicamp-IE, 2001.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Ex-
terior. Sistema Alice-Web. Brasília, DF, Mdic. Disponível em: <http:// FURTADO, J.E.M. A indústria de equipamentos médico-hospitalares:
aliceweb.desenvolvimento.gov.br/>. Acesso em: 10 jan. 2007a. Elementos para uma caracterização da sua dimensão
internacional. Brasília: Ministério da Saúde, 2000.
______. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior. Caracterização dos arranjos produtivos locais. Brasília, DF, Mdic. GUTIERREZ, R.M.V.; ALEXANDRE, P.V.M. Complexo
Disponível em: <http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/inter- industrial da saúde: uma introdução ao setor de insumos e
na/interna.php?area=2&menu=937>. Acesso em: 10 jan. 2007b. equipamentos de uso médico. BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 19,
p. 119-155, mar. 2004. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/
______. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio conhecimento/bnset/set1906.pdf>. Acesso em: 22 maio 2007.
Exterior. Assessoria de Comunicação Social. Seminário quer
estimular a internacionalização de empresas. Brasília, DF, Mdic/Ascom, LALL, S. Industrial Policy: the role of government in promoting
15 set. 2006. Disponível em: <http://www.desenvolvimento. industrial and technological development. UNCTAD Review,
gov.br/sitio/interna/noticia.php?area=1¬icia=7176>. New York, United Nations, 1994.
Acesso em: 20 out. 2006.
LASTRES, H.; SZAPIRO, M. Arranjos produtivos locais e proposições
______. Ministério do Trabalho e Emprego. Relação Anual de de política de desenvolvimento industrial e tecnológico. Rio de Janeiro:
Informações Sociais – Rais. Brasília, DF: MTE, 2005. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2000.
NEGRI, B.; DI GIOVANNI, G. (Org.). Brasil<"tcfkqitcÞc"fc" ______. Development and Globalization: Facts and Figures. Central
saúde. Campinas, SP: Unicamp-IE, 2001. Statistics and Information Retrieval Branch of UNCTAD’s
Division on Globalization and Development. Genebra:
SANTOS, A.M.M.; GUARNERI, L.S. Características gerais de apoio UNCTAD, 2004.
a arranjos produtivos locais. BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 12,
p. 195-204, set. 2000. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/ UNCTAD – United Nations Conference on Trade and
conhecimento/bnset/set1210.pdf>. Acesso em: 22 maio 2007. Development. WTO – World Trade Organization. ITC
– International Trade Centre. International Trade Statistics:
SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Estado dos Transportes. Porto General Trade Data by Product Group and Country. Genebra:
de São Sebastião. Disponível em: <http://www.transportes.sp.gov.br/ UNCTAD/WTO/ITC, 2007. Disponível em: <http://www.
v20/portosaosebastiao.asp>. Acesso em: 26 maio 2007a. intracen.org/tradstat/>. Acesso em: abr. 2007.
______. Secretaria de Estado dos Transportes. Projeto de desestatização UNITED NATIONS. United Nations Statistic Division. Standard
do corredor de exportação Campinas – Vale do Paraíba – Litoral Norte. Kpvgtpcvkqpcn"Vtcfg"EncuukÞecvkqp."Tgxkukqp"50"Detailed structure and
Disponível em: <http://www.transportes.sp.gov.br>. Acesso em: explanatory notes. New York: UN/UNSD, 1999.
26 maio 2007b.
VOLKER, P.; CAPORALI, R. (Org.). Metodologia de desenvolvimento
SCATOLIN, F.D.; MEIRELLES, J.G.P.; CURADO, M.L.; PAULA, de Arranjos Produtivos Locais: Projeto Promos/Sebrae/BID:
N.M. de. Arranjos produtivos e a dinâmica do comércio internacional. versão 2.0. Brasília, DF: Sebrae, 2004.
In: LASTRES, H.M.M.; CASSIOLATO, J.E.; MACIEL, M.L.
(Org.). Pequena empresa: cooperação e desenvolvimento local. Rio WORLD BANK. World Development Indicators. Washington:
de Janeiro: Relume Dumará, 2003. p. 423-440. WORLD BANK, 2006.
TEMPORÃO, J.G. Entrevista. Valor Econômico. Disponível em: WO R LD BANK’s HE ALTH, NUTR ITIO N AND
<http://www.conasems.org.br/cgi-bin/pagesvr.dll/Get?id_ POPULATION DATA PLATFORM. Demographic Projections.
doc=315>. Acesso em: 22 maio 2007. Total Population, 2006. EUA: World Bank, HNPStats.
Disponível em: <http://devdata.worldbank.org/hnpstats/
UNCTAD – United Nations Conference on Trade and HNPDemographic/total.xls>. Acesso em: 20 jan. 2007.
Development. UNCTAD Handbook of Statistics 2007. Genebra:
UNCTAD, 2008. WORLD TRADE ORGANIZATION. International Trade
Statistic 2005 Selected long-term trends. Exportations mondiales de
______. UNCTAD Handbook of Statistics 2005. Genebra: merchandises, production et produit intérieur brut, 1951-04.
UNCTAD, 2006. Genebra: WTO, 2005.
JOSMAR CAPPA
Economista e Doutor pela Unicamp, Professor do curso de Economia da PUC-Campinas.
(josmar.cappa@puc-campinas.edu.br)
Resumo: O trabalho enfoca a renúncia fiscal com gastos privados em saúde por parte das pessoas físicas e jurídicas. Os objetivos foram os de levantar evidências
acerca da relação desta renúncia com a demanda por seguros e serviços privados de saúde, quantificá-la, a partir de dados da Secretaria da Receita Federal, e
relacioná-la com os gastos privados das famílias e gastos públicos em saúde. Problematiza-se seu papel na promoção da eqüidade do financiamento no país.
Palavras-chave: Financiamento da saúde. Gastos tributários. Política de saúde.
Abstract: The work focuses the tax expenditures originated from families private health expenses and fringe benefits to workers. The objectives are to raise
evidences concerning the relation of this kind of public expenditures with the demand for private health insurance and heath services. It uses official data from the
federal Fiscal Authority and relates them with the private and public expenses in health. The promotion of the equity in health financing is debated.
Key words: Health financing. Tax expenditures. Health policy.
The driving forces that generate social inequities in health are, to a great extent, related
to the macro-policy environment. This environment includes neoliberal economic growth strategies,
which have widened income inequalities and increased poverty
WHITEHEAD AND DAHLGREN (2006b, p. 34)
D
esde os anos 1980, as políticas de saúde no Brasil
têm logrado se tornar tema de debates ampliados envolvendo atores externos ao âmbito da tecnocracia estatal
g"fqu"rtqÞuukqpcku"fg"uc¿fg0"Guug"hcvq"rqfg"ugt"hqtvgogpvg"cvtkdw fq" "pqxc"kpuvkvwekqpcnk|c›«q"fc"rctvkekrc›«q"
rqrwnct"go"Eqpugnjqu"g"Eqphgt‒pekcu"fg"Uc¿fg."htwvq"fg"owfcp›cu"pc"ngikunc›«q"fq"ukuvgoc"cr„u"c"rtqownic-
›«q"fc"Eqpuvkvwk›«q"fg"3;::"g"fcu"Ngku"Qti¤pkecu"fg"Uc¿fg."go"3;;20"C"eqplwpvwtc"geqp»okec"fq"rc u."cuugp-
vcfc"go"ogvcu"fg"clwuvg"Þuecn"g"fg"eqpvgp›«q"fqu"icuvqu"r¿dnkequ."xkigpvgu"gurgekcnogpvg"cr„u"3;:;"g"swg"ug"
ocpv‒o"cvfi"gpv«q."kor g"woc"cigpfc"ckpfc"tguvtkvkxc"swcpvq"cqu"icuvqu"fq"ugvqt"r¿dnkeq"pc" tgc"fc"uc¿fg."c"
fgurgkvq"fg"kpkekcvkxcu"fg"ngikunc›«q"swg"rtqewtctco"fct"woc"ockqt"guvcdknkfcfg" u"fqvc› gu"qt›cogpv tkcu"fktg-
ekqpcfcu"cq"ugvqt."eqoq."rqt"gzgornq."c"GE"4;142220"Q"vtcdcnjq"gphqec"pqvcfcogpvg"c"tgp¿pekc"Þuecn"qtkwpfc"
fqu"icuvqu"rtkxcfqu"fcu"rguuqcu"h ukecu"g"fcu"lwt fkecu"eqo"ugtxk›qu"fg"cvgp›«q" "uc¿fg."vgoc"fg"rguswkuc/qdlgvq"
fq" Gfkvcn" fq" EPRs1Okpkuvfitkq" fc" Uc¿fg." go" 42260" tributários são gastos indiretos do governo realizados por in-
Qu"qdlgvkxqu"fc"rguswkuc"eqpvgornco< termédio do sistema tributário visando atender objetivos econô-
̋" c"dwuec"fg"gxkf‒pekcu"pc"nkvgtcvwtc"gurgekcnk|cfc" micos e sociais"]000_"No Brasil, a Secretaria de Receita Federal
cegtec" fc" tgnc›«q" fguvc" tgp¿pekc" eqo" c" fgocp- vem utilizando o termo benefícios tributários como sinônimo de
fc"rqt"ugiwtqu"g"ugtxk›qu"rtkxcfqu"fg"cvgp›«q" " gastos tributários ]000_"tem considerado, desde 1986, como sen-
saúde; do benefício tributário toda desoneração que cumulativamente
̋" c"swcpvkÞec›«q"fguuc"xctk xgn=" satisfaça os seguintes requisitos: 1- reduza a arrecadação poten-
̋" c"kfgpvkÞec›«q"fqu"cvqtgu"swg"v‒o"kpenw fq"c"swgu- cial; 2- aumente a disponibilidade econômica do contribuinte;
v«q"fcu"fgfw› gu"fqu"icuvqu"rtkxcfqu"eqo"cvgp›«q" 3- constitua, sob o aspecto jurídico, uma exceção à norma que
"uc¿fg"fq"Korquvq"fg"Tgpfc"fg"Rguuqcu"H ukecu" referencia o tributo ou alcance, exclusivamente, determinado
Ï"KTRH"g"fq"Korquvq"fg"Tgpfc"fg"Rguuqcu"Lwt fk- grupo de contribuintes.
ecu"Ï"KTRL"pc"cigpfc"fq"Þpcpekcogpvq"fq"ecorq"
da saúde. Cu"Þpcnkfcfgu"fqu"icuvqu"vtkdwv tkqu"ugtkco<
Pc"gxgpvwcnkfcfg"fg"owfcp›cu"pqu"octequ"cvwcku" ̋" eqorgpuct" icuvqu" tgcnk|cfqu" rgnqu" eqpvtkdwkpvgu"
fc"tgiwncogpvc›«q"fc"ocvfitkc"uqdtg"guucu"fgfw› gu." eqo"ugtxk›qu"fg"uwc"tgurqpucdknkfcfg"p«q"cvgpfk-
c"gs¯kfcfg"pq"Þpcpekcogpvq."c"fgurgkvq"fc"gzkuv‒pekc" dos pelo governo;
fg"ocku"fg"woc"kpvgtrtgvc›«q"cegtec"fg"ugw"ukipkÞec- ̋" eqorgpuct"c› gu"eqorngogpvctgu" u"hwp› gu"v rk-
do, poderia orientar os atores a se posicionarem na ecu"fg"Guvcfq"fgugpxqnxkfcu"rqt"gpvkfcfgu"ekxku=
ctgpc" fqu" fgdcvgu" fg" cnvgtpcvkxcu" gzenwfgpvgu" gpvtg" ̋" rtqoqxgt"c"gswcnk|c›«q"fg"tgpfcu"gpvtg"cu"tg"ik gu=
qdlgvkxqu"g"tguwnvcfqu"fc"tgp¿pekc"Þuecn0" ̋" guvkownct"fgvgtokpcfcu" tgcu"fc"geqpqokc"qw"nq-
Q"ctvkiq"guv "fkxkfkfq"go"ekpeq"rctvgu0"Cr„u"guvc" calidades.
kpvtqfw›«q."c"rtkogktc"cdqtfc"c"fgÞpk›«q"g"c"eqpvgz- Wo" curgevq" korqtvcpvg" tguucnvcfq" rqt" Dgijkp"
vwcnk|c›«q"fg"icuvqu"vtkdwv tkqu0"C"ugiwkt."pc"ugiwpfc" *4227+"ugtkc"c"rquukdknkfcfg"fg"q"icuvq"vtkdwv tkq"ugt"
rctvg." fi" crtgugpvcfc" woc" fkuewuu«q" uqdtg" gs¯kfcfg" uwduvkvw fq"rqt"icuvqu"qt›cogpv tkqu"fktgvqu0"Q"ecuq"
pq" Þpcpekcogpvq" fq" ecorq" fc" uc¿fg" tgncekqpcfc" fcu"fgfw› gu"eqo"icuvqu"tghgtgpvgu" "cvgp›«q" "uc¿fg"
eqo"c"tgp¿pekc"Þuecn0"C"tgxku«q"fc"nkvgtcvwtc"uqdtg"q" pq"KTRH"g"KTRL"guv "gpswcftcfq"pq"eqpegkvq"fg"icu-
vgoc"fi"q"hqeq"fc"rctvg"vt‒u0"C"swctvc"rctvg"fq"ctvkiq" vq"vtkdwv tkq0"Q"xcnqt"tgpwpekcfq"rgnq"ugvqt"r¿dkeq"fi"
hqk" wvknk|cfc" rctc" hc|gt" woc" guvkocvkxc" fc" ocipkvw- ugortg"hwp›«q"fktgvc"fg"icuvqu"swg"qu"eqpvtkdwkpvgu"
fg"fc"tgp¿pekc"Þuecn"qtkwpfc"fq"ugvqt"uc¿fg."pq"rc u0" fgenctco"vgt"eqo"fgvgtokpcfqu"kvgpu"fg"ugwu"fkur‒p-
Gpegttcpfq"q"ctvkiq."pc"swkpvc"rctvg."u«q"eqogpvcfcu" fkqu"inqdcku"eqo"uc¿fg0"Guvgu"kvgpu"v‒o"xctkcfq."pq"
cu"cnvgtpcvkxcu"gzenwfgpvgu"tgncekqpcfcu"eqo"c"swgu- Dtcukn." ugpfq" swg" uqogpvg" cr„u" 3;;2" *cpq/dcug" fg"
v«q"fc"tgp¿pekc"Þuecn0 3;:;+"hqk"rgtokvkfc"c"kpenwu«q"fg"fgurgucu"eqo"ugiw-
tqu"fg"uc¿fg0"Fgurgucu"eqo"cuukuv‒pekc"codwncvqtkcn"
GASTOS TRIBUTÁRIOS EM SAÚDE: g"jqurkvcnct"rcicu"fktgvcogpvg"cqu"rtguvcfqtgu"fg"ugt-
CONTEXTUALIZAÇÃO xk›qu"l "gtco"eqpukfgtcfcu0"Fgufg"3;;2."p«q"gzkuvgo"
nkokvgu"rctc"c"fgfw›«q"fguugu"icuvqu"fc"tgpfc"vtkdwv -
Q"gpvgpfkogpvq"fq"eqpegkvq"fg"tgp¿pekc"Þuecn"eqo" xgn"fcu"rguuqcu"h ukecu."pq"swg"ug"tghgtg" u"fgenctc› gu"
icuvqu"rtkxcfqu"go"uc¿fg"tgogvg" "rctegnc"fqu"vtkdw- fg"clwuvg"fq"korquvq"fq"vkrq"Ñp«q/ukornkÞecfcuÒ0"C"
vqu"fgxkfqu"fqu"eqpvtkdwkpvgu."rguuqcu"h ukecu"g"lwt fk- gzeg›«q" "tgitc"u«q"qu"icuvqu"eqo"q"eqpuwoq"fg"og-
ecu."swg"q"Guvcfq"fgenkpc"cttgecfct0"Fg"ceqtfq"eqo" fkecogpvqu." swg" p«q" guv«q" eqpvgorncfqu" pq" tqn" fg"
Ucnxk."Fg"Rcwnc"g"Nqwtgu"*4225."r0"8."35+." fgfw› gu"fcu"rguuqcu"h ukecu0"Cu"fgurgucu"eqo"uc¿fg"
fcu"rguuqcu"lwt fkecu"u«q"eqpukfgtcfcu"icuvqu"qrgtc-
o termo utilizado internacionalmente para referir-se às despesas ekqpcku."tgfw|kpfq."cuuko."q"nwetq"vtkdwv xgn"*UC[F."
governamentais indiretas efetuadas por meio do sistema tribu- 4225+0" Pc" cvwcnkfcfg." qu" rtqegfkogpvqu" tgncvkxqu" c"
tário é o de gasto tributário *vcz" gzrgpfkvwtg+" ]000_ gastos guvcu"fgfw› gu"guv«q"eqpvgorncfqu"pq"TKT1;;"*Tg-
iwncogpvq"fq"Korquvq"fg"Tgpfc1;;+0"Guug"kpegpvkxq" Hqtc"fq"¤odkvq"cecf‒okeq."pqu"cpqu"4222."swgu-
iqxgtpcogpvcn"rgtokvkw"swg"qu"icuvqu"rtkxcfqu"eqo" vkqpcogpvqu"uqdtg"qu"icuvqu"vtkdwv tkqu"crctgego"go"
ugtxk›qu"fg"cvgp›«q" "uc¿fg"hquugo"fgfw|kfqu"fc"tgp- gxgpvqu"eqoq"q"Ukor„ukq"fg"Uc¿fg"Uwrngogpvct."tg-
fc"vtkdwv xgn"fqu"eqpvtkdwkpvgu"rguuqcu"h ukecu"g"fq"nw- cnk|cfq"go"4223"rgnc"E¤octc"fqu"Fgrwvcfqu"*DTC-
etq"vtkdwv xgn"fcu"rguuqcu"lwt fkecu."fkokpwkpfq."fguuc" UKN."4223+0"Ugiwpfq"q"tgncv„tkq"fq"ukor„ukq."q"Þpcp-
hqtoc."q"xcnqt"fq"korquvq"c"tgeqnjgt0" ekcogpvq"r¿dnkeq"fqu"ugtxk›qu"rtkxcfqu"fg"ewkfcfqu"
Ecdg"tguucnvct"swg"p«q"fi"eqpugpuwcn"c"eqpegkvwc›«q" "uc¿fg."oqtogpvg"fqu"rt‒okqu"fqu"ugiwtqu/uc¿fg."
fq" cdcvkogpvq" eqo" uc¿fg" fq" KTRH" eqoq" icuvq" qw" cvtcxfiu"fc"tgp¿pekc"Þuecn."fi"rqn‒okeq"g"swguvkqp xgn0"
dgpgh ekq"vtkdwv tkq0"Fg"ceqtfq"eqo"wo"fqewogpvq" U«q" eqpukfgtcfqu" icuvqu" uqekcku." rqku" u«q" eqorctvk-
gncdqtcfq"rgnc"cuuguuqtkc"vfiepkec"fc"WpcÞueq"Ukpfkecn" njcfqu"rgnc"uqekgfcfg0"Go"eqpvtcrctvkfc."guuc"tgp¿p-
*Fktgvqtkc"Gzgewvkxc"Pcekqpcn"fq"Ukpfkecvq"Pcekqpcn" ekc"Þuecn"rqfg"eqpuvkvwkt"wo"gngogpvq"fgekukxq"rctc"
fqu" Cwfkvqtgu" Hkuecku" fc" Tgegkvc" Hgfgtcn+." fg" 4225." c"ghgvkxkfcfg"fc"c›«q"vtkdwv tkc"cttgecfcfqtc."pc"og-
q"Okpkuvfitkq"fc"Hc|gpfc"guv "encuukÞecpfq"fg"hqtoc" fkfc"go"swg"tgcn›c"tgegkvcu"cwhgtkfcu."rtkpekrcnogpvg."
gswkxqecfc"cu"fgurgucu"eqo"fgrgpfgpvgu."eqo"gfw- rgnqu"rtguvcfqtgu"fg"ugtxk›qu."swg"fg"qwvtc"hqtoc"rq-
ec›«q"g"eqo"ewkfcfqu" "uc¿fg"swg"u«q"fgfw|kfcu"fc" fgo"ghgvwct"uqpgic›«q"pq"ogtecfq"fg"cvgp›«q"fktgvc"
tgpfc"vtkdwv xgn"fcu"rguuqcu"h ukecu0"Rctc"c"WpcÞueq" "uc¿fg0"
Ukpfkecn"guugu"icuvqu"u«q"Ñfgurgucu"rctc"wo"o pkoq" Ê"iwkuc"fg"uwrqtvg."hqtc"fq"ecorq"fc"uc¿fg."fgu-
gzkuvgpekcnÒ." rqtvcpvq." p«q" fgxgo" ugt" eqpukfgtcfqu" vcec/ug"c"kpenwu«q"ocku"igtcn"fq"vgoc"fqu"uwdu fkqu"cq"
eqoq" dgpgh ekq" vtkdwv tkq" *tgp¿pekc" Þuecn+0" P«q" tg- eqpuwoq"rctc"hco nkcu"fg"ockqt"tgpfc"pq"fqewogpvq"
rtgugpvco"cwogpvq"fc"fkurqpkdknkfcfg"geqp»okec"fq" fq"Okpkuvfitkq"fc"Hc|gpfc."Rqn vkec"Geqp»okec"g"Tg-
eqpvtkdwkpvg."l "swg"uwduvkvwgo"icuvqu"eqo"ugtxk›qu" hqtocu"Guvtwvwtcku."swg"ugtxkw"fg"qtkgpvcfqt"rctc"c"
p«q"ictcpvkfqu."pc"rt vkec."rgnq"Guvcfq<" rqn vkec"geqp»okec"fq"rtkogktq"iqxgtpq"Nwnc"*4225/
4228+0"Guug"fqewogpvq"vgo"eqoq"qdlgvkxq"crtgugp-
Não se pode renunciar a uma renda que não existe, pois o vct"cu"rtkqtkfcfgu"fc"cigpfc"geqp»okec"fq"Okpkuvfitkq"
rendimento bruto não representa a capacidade contributiva do fc"Hc|gpfc"g"crqpvct"eqoq"guvcu"rtkqtkfcfgu"ug"kpug-
contribuinte. Esta só começa após a dedução dos gastos neces- tgo"pq"eqpvgzvq"fg"owfcp›c"fq"rc u0"Q"fqewogpvq"
sários à aquisição e manutenção da renda e do patrimônio, crtgugpvc" wo" fkcip„uvkeq" tguwokfq" fqu" rtkpekrcku"
assim como do mínimo indispensável a uma existência digna rtqdngocu" geqp»okequ" fc" eqplwpvwtc" g" cpcnkuc" qu"
para o contribuinte e sua família *WPCHKUEQ" UKPFK- korcevqu"uqekcku"fc"guvtwvwtc"vtkdwv tkc."cuuko"eqoq"
ECN."4225."r0"9+0" c"eqorcvkdknk|c›«q"gpvtg"c"gÞe ekc"fqu"icuvqu"uqekcku"
fc"Wpk«q"g"cu"nkokvc› gu"geqp»okecu"gphtgpvcfcu0"Fg"
C"kpenwu«q"fqu"icuvqu"vtkdwv tkqu"Ï"qtkwpfqu"fc"ct- ceqtfq"eqo"q"vgzvq<
tgecfc›«q"eqo"q"KTRH"g"KTRL"Ï"eqo"q"ugvqt"uc¿fg"
pq"fgdcvg"cecf‒okeq"uqdtg"Þpcpekcogpvq"fc"cvgp›«q" Os impostos e transferências, no Brasil, não atenuariam as de-
"uc¿fg"pq"Dtcukn"rqfg"ugt"gpeqpvtcfc."pqu"cpqu"3;;2." sigualdades de renda, pois seriam destinados aos não-pobres.
go" vtcdcnjqu" fc" tgc" fg" uc¿fg" eqngvkxc*O¡FKEK." No Brasil, o grupo dos 10% mais ricos se apropria de 44% da
3;;2="CPFTGC¥¥K."3;;3+0"Guugu"vtcdcnjqu"rtqew- tgpfc"vqvcn"fq"Rc u."gpswcpvq"qu"32'"ocku"rqdtgu"Þeco"eqo"
tctco"kfgpvkÞect"q"rtqdngoc"g"swcpvkÞe /nq"c"rctvkt" 1% da renda total. Da população economicamente ativa, cerca
fcu"hqpvgu"fkurqp xgku."ejcocpfq"c"cvgp›«q"rctc"wo" de 85% recebe rendimentos inferiores a cinco salários mínimos,
fg"ugwu"rcrfiku"tgngxcpvgu<"q"fg"uwdu fkq" "cvgp›«q"rtk- o que corresponderia, aproximadamente, ao limite de isenção do
xcfc0"Qemfi/Tgku"*3;;7+"crqpvc"cu"rquu xgku"tgnc› gu" imposto de renda de pessoas físicas (IRPF). Como conseqüên-
gpvtg"guugu"icuvqu"vtkdwv tkqu"eqo"c"ocpwvgp›«q"fg" cia, quase toda a receita do IRPF, cerca de 96%, é arrecadada
wo" rcft«q" fg" qhgtvc" rtkxcfc" fg" korqtvcpvg" ocipk- de indivíduos que se encontram no grupo dos 10% de renda
vwfg"pq"Dtcukn"g"eqo"q"etguekogpvq"fq"ogtecfq"fg" mais alta, sendo que os 1% mais ricos são responsáveis por
ugiwtqu"fg"uc¿fg"rtkxcfqu0" mais de 40% de arrecadação *DTCUKN."4225c."r0":3+0"
Rkcpecuvgnnk"g"Pcuekogpvq"*4227+"ejcoco"c"cvgp- tgfw›«q"pc"rctvkekrc›«q"fq"gortgicfqt"pq"rcicogp-
›«q." gpvtgvcpvq." rctc" c" pgeguukfcfg" fg" woc" cp nkug" to dos prêmios dos empregados, de acordo com as
ocku"kpvgitcn"fq"ukuvgoc"vtkdwv tkq"g"fq"icuvq"r¿dnkeq" fkhgtgpvgu" cn swqvcu" fg" vtkdwvc›«q" swg" tgfwpfctco"
rctc"chgtkt"ugw"itcw"fg"rtqitguukxkfcfg."g"p«q"q"fg"wo" go" tgp¿pekc" Þuecn0" Woc" eqpenwu«q" kpvgtguucpvg" hqk"
imposto apenas. swg"cu"Þtocu"gortgicfqtcu"ugtkco"ocku"ugpu xgku" "
xctkc›«q"fqu"rtg›qu"fq"swg"qu"gortgicfqu0"
OS IMPACTOS DA RENÚNCIA FISCAL Itwdgt"g"Oempkijv"*4225+."rtqewtcpfq"gpvgpfgt"
COM GASTOS PRIVADOS EM SAÚDE qu"oqvkxqu"rgnqu"swcku"vgtkc"fkokpw fq"c"eqdgtvwtc"
rqt"ugiwtq"fg"uc¿fg"fq"gortgicfqt."pqu"GWC."gpvtg"
Swcn"ugtkc"q"rcrgn"fc"tgp¿pekc"Þuecn"uqdtg"c"fgocpfc" 3;:4"g"3;;:."eqpuvcvctco"swg"qu"hcvqtgu"ocku"hqtvg-
fg"cvgp›«q"rtkxcfc"eqo"uc¿fg."kpenwkpfq/ug"c "ugiw- ogpvg"cuuqekcfqu"c"guuc"eqdgtvwtc"hqtco"qu"ewuvqu"
tqu"g"ugtxk›qu"fg"uc¿fgA"Tgurquvcu"c"guvc"swguv«q"p«q" fc" cuukuv‒pekc" ofifkec" *pgicvkxcogpvg+" g." go" ugiwk-
v‒o" ukfq" wpkhqtogogpvg" gpeqpvtcfcu" pc" nkvgtcvwtc0" fc." c" rqn vkec" Þuecn" hcxqt xgn" *rqukvkxcogpvg+0" Cu"
Pc"vgqtkc"oketqgeqp»okec"eqpxgpekqpcn."c"rgtiwpvc" eqpenwu gu" c" swg" ejgictco" hcxqtgego" c" eqpeguu«q"
equvwoc"ugt"vtcfw|kfc"rgnq"eqpegkvq"fg"gncuvkekfcfg." fq"uwdu fkq"cqu"gortgicfqtgu."rqku"kuuq"p«q"crgpcu"
swg"fi"c"tgnc›«q"gzkuvgpvg"gpvtg"c"queknc›«q"fg"woc"xc- cwogpvctkc"c"eqdgtvwtc."ocu"vcodfio"tgfw|ktkc"c"rct-
tk xgn"geqp»okec"*rtg›q1tgpfc+"g"c"queknc›«q"fg"qwvtc" vkekrc›«q"Þpcpegktc"fqu"gortgicfqu"pq"ewuvgkq"fqu"
xctk xgn"go"guvwfq"*swcpvkfcfg"fc"fgocpfc1qhgtvc+0" ugiwtqu0
Pq"ecuq"go"vgnc."vtcvc/ug"fc"gncuvkekfcfg/rtg›q"fc"fg- Ugnfgp"g"Oqgnngt"*4222+"guvwfctco"c"ocipkvwfg"g"c"
ocpfc." eqpukfgtcpfq" swg" c" tgp¿pekc" tgfw|c" q" rtg- fkuvtkdwk›«q"fqu"uwdu fkqu"vtkdwv tkqu"qhgtgekfqu"rgnq"
›q"Þpcn"rciq"rgncu"hco nkcu"*rguuqcu"h ukecu"pq"status iqxgtpq"pqtvg/cogtkecpq"rctc"q"ugiwtq"fg"uc¿fg0"Qu"
fc"vtkdwvc›«q+"qw"rgncu"gortgucu"*rguuqcu"lwt fkecu+0" uwdu fkqu" u«q" tgeqpjgekfqu" eqoq" p«q" gs¯kvcvkxqu."
Rqfgo/ug" gpeqpvtct" pc" nkvgtcvwtc" pqtvg/cogtkecpc" rqku" c" uwc" kpekf‒pekc" xctkc" eqo" c" vczc" octikpcn" fc"
gzgornqu"fguugu"guvwfqu0" vtkdwvc›«q0"Kuuq"ukipkÞec"swg"swcpfq"gzkuvg"woc"xc-
Itwdgt"*4223+."go"woc"cornc"tgxku«q"dkdnkqit Þ- tkc›«q"pq"p xgn"fg"tgpfc"fguugu"wuw tkqu"eqpvtkdwkpvgu"
ec"uqdtg"tgp¿pekc"Þuecn"go"uc¿fg."eqpukfgtc"swg"qu" j " woc" owfcp›c" pq" p xgn" fc" hckzc" fg" eqpvtkdwk›«q"
cejcfqu"fqu"guvwfqu"eqorctcvkxqu"fqu"ewuvqu"g"dgpg- vtkdwv tkc."hcxqtgegpfq"ocku"cu"hco nkcu"fg"cnvc"tgpfc0"
h ekqu"fguuc"tgp¿pekc"u«q"eqpvtcfkv„tkqu"go"tc|«q"fg" C"eqpenwu«q"fqu"cwvqtgu"hqk"swg"c"gxgpvwcn"ectic"vtk-
woc" ufitkg" fg" rtguuwrquvqu" uqdtg" q" eqorqtvcogpvq" dwv tkc."cfkekqpcn"korquvc"uqdtg"c"uqekgfcfg."cfxkpfc"
fc"fgocpfc"swcpfq"fc"wvknk|c›«q"fq"dgpgh ekq"Þuecn0" fc"tgfw›«q"qw"gnkokpc›«q"fqu"uwdu fkqu."chgvct "guucu"
Go"cniwpu"vtcdcnjqu"tgcnk|cfqu"pqu"GWC."swg"eqo- classes de renda.
rctctco"fkhgtgp›cu"fg"eqdgtvwtc"fg"ugiwtqu"fg"uc¿fg" Fqyf"gv"cn0"*4223+"cpcnkuctco"qu"ghgkvqu"fc"kugp-
Þpcpekcfqu"rqt"gortgucu"fg"vcocpjqu"ugognjcpvgu"g" ›«q"fg"korquvqu"uqdtg"qu"rt‒okqu"fq"ugiwtq/uc¿fg"
eqo"fkhgtgpvgu"rt‒okqu"r„u/vczc›«q"fg"ceqtfq"eqo" rciq"fktgvcogpvg"rgnq"ugiwtcfq"gortgicfq"pc"gueq-
q" Guvcfq" fg" qtkigo" fcu" gortgucu" eqpvtcvcpvgu." hq- njc"fg"wo"fgvgtokpcfq"vkrq"fg"eqdgtvwtc0"Xcng"fk|gt."
tco" gpeqpvtcfcu" gncuvkekfcfgu" swg" xctkctco" fg" /2.:" c"rguswkuc"eqpukuvkw"pq"guvwfq"fc"gncuvkekfcfg/rt‒okq"
c"/4.;0"Kuuq"ukipkÞec"swg"rctc"woc"fcfc"xctkc›«q"fq" fc"fgocpfc"fq"ugiwtq/uc¿fg"go"hwp›«q"fg"kugp›«q"
rtg›q"r„u/vczc›«q."c"fgocpfc"xctkqw"pq"ugpvkfq"kp- Þuecn" rtqrqtekqpcfc" rgnq" korquvq" uqdtg" c" tgpfc"
xgtuq0"Itwdgt"ekvc."ckpfc."tguwnvcfqu"fg"guvwfqu"tgc- rctc"qu"gortgicfqu0"Qu"tguwnvcfqu"kpfkectco"swg"c"
nk|cfqu" go" Swgdge" *Ecpcf +." qpfg" q" uwdu fkq" rctc" fgocpfc" fi" ugpu xgn" *gn uvkec+" cq" rt‒okq." rqtvcpvq" c"
ugiwtq" uwrngogpvct" fqu" gortgicfqtgu" hqk" tgvktcfq." gzkuv‒pekc"*qw"p«q+"fc"kugp›«q"fg"korquvqu." "iwkuc"fg"
crtgugpvcpfq" gncuvkekfcfgu" fgocpfc/rtg›q" fg" /2.64" woc"xctkc›«q"pq"rtg›q."cnvgtc"c"fgocpfc"*gueqnjc"fq"
c"/2.76."gxkfgpekcpfq."pguug"ecuq."woc"ogpqt"xctkc- wuw tkq+0"Qu"cwvqtgu"eqpukfgtco"swg"kuuq"fkuvqtegtkc"
›«q"fc"fgocpfc"tgncvkxc" "queknc›«q"fq"rtg›q0"Qwvtqu" c" eqorgvk›«q" pq" ogtecfq." eqpvtkdwkpfq" rctc" woc"
vtcdcnjqu"gzcokpcfqu"rqt"guvg"cwvqt"oquvtctco"woc" kpgÞekgpvg"cnqec›«q"fqu"tgewtuqu"pc"cvgp›«q" "uc¿fg0"
Fq"rqpvq"fg"xkuvc"fqu"gortgicfqtgu"g"fqu"gortgic- c"fkokpwk›«q"fguug"rqtegpvwcn0"Cnfio"fc"tgnc›«q"rq-
fqu."c"kugp›«q"fg"vtkdwvqu"rctc"qu"rcicogpvqu"fktgvqu" sitiva entre o crescimento da renda e o crescimento
pc"cswkuk›«q"fg"ugiwtq/uc¿fg"eqpuvkvwk"htkpig"dgpgÞv"Þ- fqu"icuvqu"go"uc¿fg."go"eqpuqp¤pekc"eqo"qwvtqu"gu-
pcpekcfq"rgnqu"eqpvtkdwkpvgu"go"igtcn0 vwfqu."uwr g/ug"c"gzkuv‒pekc"fg"wo"rcvcoct"go"swg"q"
Go" fkxgtuqu" rc ugu" fc" Gwtqrc" j " tgp¿pekc" Þuecn" cwogpvq"fc"tgpfc"kornkectkc"pwo"cwogpvq"ogpqt"fq"
com gastos privados de saúde das empresas e das pes- eqpuwoq"fg"uc¿fg0"
uqcu"h ukecu"*EQNQODQ="VCRC[."4226+."godqtc"eqo" Ecdg" tgikuvtct" swg." pq" Dtcukn." tgfw|kw/ug" eqpuk-
vgpf‒pekcu" "tgfw›«q"qw" "gnkokpc›«q"*OQUUKCNQU=" fgtcxgnogpvg" q" tgpfkogpvq" ofifkq" fcu" hco nkcu" pqu"
VJQOUQP."4224+0"Q"Tgkpq"Wpkfq"fi"wo"ecuq"rgew- cpqu" 3;;2" *RQEJOCPP." 4223+0" Vqocpfq/ug" c"
nkct"fg"gzrgtkogpvq"pcvwtcn0"Fg"ceqtfq"eqo"guvwfq" eqdgtvwtc" fg" ugiwtqu" fg" uc¿fg" fqu" kpfkx fwqu" qew-
fg" Googtuqp." Htc{pg" g" Iqqfocp" *4223+." qu" rqu- rcfqu" go" rguswkucu" fg" coquvtc" rqrwncekqpcn." pq"
uwkfqtgu" fg" ugiwtq" rtkxcfq" fg" uc¿fg" ockqtgu" fg" 82" Dtcukn." qdugtxqw/ug" woc" tgnc›«q" fktgvc" fguuc" eqdgt-
cpqu."cvfi"3;;9."uqd"c"hqtoc"fg"wo"uwdu fkq"gzkuvgp- vwtc"eqo"c"tgpfc0"Q"tcoq"fg"cvkxkfcfg"fcu"gortgucu"
vg"fgufg"qu"cpqu"3;82."dgpgÞekcxco/ug"fc"tgp¿pekc" rcicfqtcu" fqu" rncpqu" eqngvkxqu" vcodfio" eqpuvkvwkw"
Þuecn"fq"korquvq"fg"tgpfc"Ï"rguuqc"h ukec"Ï"swcpvq" wo" hcvqt" gzrnkecvkxq" fc" fkhgtgpekc›«q" fc" eqdgtvwtc"
cqu"fkur‒pfkqu"eqo"qu"rt‒okqu"rciqu0"Q"korcevq"fc" fg" gortgicfqu" *KDIG." 4222+0" Ufitkgu" jkuv„tkecu" fg"
kpvgttwr›«q"fguug"dgpgh ekq"hqk"cxcnkcfq"rqt"ogkq"fc" gxqnw›«q" fc" eqdgtvwtc" fg" dgpgÞek tkqu" fg" ugiwtq/
tgfw›«q"fc"eqdgtvwtc"fg"ugiwtqu"fg"uc¿fg"pguuc"hckzc" uc¿fg."godqtc"gkxcfcu"fg"kpegtvg|cu"go"tc|«q"fc"rtg-
gv tkc."eqorctcfc"eqo"c"gxqnw›«q"fc"eqdgtvwtc"fg"ug- ectkgfcfg" fcu" hqpvgu." gxkfgpekctco" woc" tgfw›«q" fc"
iwtqu"gpvtg"qu"ocku"lqxgpu."c"swgo"guug"dgpgh ekq"p«q" xgnqekfcfg"fg"etguekogpvq"c"rctvkt"fq"Þpcn"fqu"cpqu"
gtc"eqpegfkfq0"Eqo"c"tgvktcfc"fq"uwdu fkq."q"rtg›q" 3;;2" *CPFTGC¥¥K=" MQTPKU." 4225+0" Fg" ceqtfq"
fq"ugiwtq"rctc"q"eqpuwokfqt"cwogpvqw"go"4;.;'0" eqo"fcfqu"fc"Ci‒pekc"Pcekqpcn"fg"Uc¿fg"Uwrngogp-
Qu" tguwnvcfqu." c" rctvkt" fq" wpkxgtuq" fqu" ockqtgu" fg" vct"tghgtgpvgu"c"4227."q"p¿ogtq"fg"dgpgÞek tkqu"fg"
82" cpqu" ugiwtcfqu." gswkxcngtco" c" woc" gncuvkekfcfg" vqfcu"cu"oqfcnkfcfgu"fg"ugiwtqu"rtkxcfqu"fg"uc¿fg."
fq" dgpgh ekq" Þuecn" go" tgnc›«q" " fgocpfc" fg" 2.9." q" gpvtg"fg|godtq"fg"4222"g"ockq"fg"4227."rcuuqw"fg"
gswkxcngpvg."pqu"fcfqu"fc"rguswkuc."c"60222"rguuqcu" 59.9"oknj gu"rctc"62.9"oknj gu"*DTCUKN."4227+0"Vcn"
pwo"vqvcn"fg"722"okn0"Qw"uglc."c"tgvktcfc"fq"dgpgh ekq" gxqnw›«q"rqukvkxc."egpvtcnogpvg."fgxgw/ug"cqu"rncpqu"
vgxg"korcevq"rgswgpq"uqdtg"c"fgocpfc0"Pc"Ktncpfc." qfqpvqn„ikequ."oqfcnkfcfg"ocku"tgegpvg"pq"ogtecfq"
c"tgegkvc"eqo"ugiwtqu"xqnwpv tkqu"fg"uc¿fg."fg"ect vgt" fq"swg"qu"rncpqu"ofifkeq/jqurkvcnctgu0"
uwrngogpvct"cq"ukuvgoc"r¿dnkeq."gswkxcnkc."go"3;;:."c" Kpvgtguucpvg" pqvct" swg" qu" guvwfqu" tgcnk|cfqu" pqu"
;.67'"fq"icuvq"vqvcn"eqo"uc¿fg0"Qu"uwdu fkqu"Þuecku" GWC."qpfg"q"ukuvgoc"r¿dnkeq"fg"uc¿fg"p«q"hqtpgeg"
eqttgurqpfkco." go" 3;;9." c" 4.7'" fq" icuvq" r¿dnkeq" eqdgtvwtc"rctc"woc"rctegnc"korqtvcpvg"fc"rqrwnc›«q."
vqvcn0"Guvkocvkxcu"fc"tgvktcfc"fq"uwdu fkq"crqpvcxco" g"cu"rguswkucu"pc"Gwtqrc."qpfg"j "eqdgtvwtc"ockqt"
wo" cwogpvq" fg" 54'" pq" rtg›q" Þpcn" fq" rt‒okq" cq" fq" ukuvgoc" r¿dnkeq." oquvtco" cniwocu" vgpf‒pekcu"
eqpuwokfqt"*OQUUKCNQU="VJQOUQP."4224+0 ugognjcpvgu0" Pc" ockqtkc" fqu" guvwfqu" cpcnkucfqu." c"
Fq" rqpvq" fg" xkuvc" fc" tgnc›«q" gpvtg" c" tgpfc" g" qu" tgfw›«q"fcu"fgfw› gu"vtkdwv tkcu"eqo"uc¿fg"pq"ko-
icuvqu"eqo"cvgp›«q"rtkxcfc" "uc¿fg."hqtco"gpeqpvtc- rquvq"fg"tgpfc"fgenctcfq"rgncu"hco nkcu"g"rgnqu"go-
fcu"pc"nkvgtcvwtc"gurgekcnk|cfc"gncuvkekfcfgu"rqukvkxcu" rtgicfqtgu"p«q"kornkeqw"woc"fkokpwk›«q"rtqrqtekq-
eqoq."rqt"gzgornq."go"[wpgu"*3;;7+0"Pq"guvwfq"fg" pcn" fc" fgocpfc" rqt" cvgp›«q" rtkxcfc0" Kuuq" ukipkÞec"
Uc{f"*4225+."tgcnk|cfq"go"3;;;"c"rctvkt"fcu"fgfw› gu" cetebus paribus"wo"ockqt"rguq"fq"kvgo"uc¿fg"pq"icuvq"
fg" rguuqcu" h ukecu" pq" Dtcukn." c" rctvkekrc›«q" rqtegp- fcu"hco nkcu"g"fqu"gortgicfqtgu0"Pq"ecuq"dtcukngktq."
vwcn"fq"icuvq"fgenctcfq"eqo"uc¿fg"pq"vqvcn"fqu"tgp- j " swg" ug" eqpukfgtct." rctc" c" guvkocvkxc" fq" korcevq"
fkogpvqu" fgenctcfqu" etguegw" rqukvkxcogpvg" eqo" c" fq"dgpgh ekq"Þuecn"uqdtg"c"fgocpfc"fg"cvgp›«q"rtk-
tgpfc"cvfi"wo"fgvgtokpcfq"rcvcoct."gswkxcngpvg"c"52" xcfc" " uc¿fg." swg" cu" hco nkcu" guv«q" pwoc" ewtxc" fg-
ucn tkqu"o pkoqu"fc"firqec0"C"rctvkt"fc ."xgtkÞeqw/ug" etguegpvg" fg" tgpfkogpvqu." rtkpekrcnogpvg" cswgncu"
ukvwcfcu" cekoc" fq" nkokvg" fg" kugp›«q" rctc" q" korquvq" cwogpvcfq0" Rctc" 4222" q" xcnqt" fc" fqvc›«q" vqvcn" hqk"
fg"tgpfc0"Swcpvq" u"gortgucu."rqfgtkc"uwrqt/ug"swg" fg"T&"420;;9.:4"oknj gu."etguegpfq";9.6'"cvfi"4228."
q"korcevq"fq"cwogpvq"fq"icuvq"fg"uc¿fg"eqo"qu"go- swcpfq" cnecp›qw" c" ekhtc" fg" T&" 630668.94" oknj gu0"
rtgicfqu"uglc"rtqrqtekqpcnogpvg"ockqt"rctc"cswgncu" C" ofifkc" fq" kpetgogpvq" pq" rgt qfq" 4222/4228" hqk"
swg"c"vwco"go"ogtecfqu"eqorgvkvkxqu."ugo"nwetqu"gz- fg"34'"rctc"ecfc"cpq0"Ug"c"cp nkug"hqect"q"eqorqt-
vtcqtfkp tkqu0"G"vcodfio"rctc"cswgncu"ocku"kpvgpukxcu" vcogpvq"fc"fgurguc"tgcnk|cfc"eqo"uc¿fg."go"vgtoqu"
go" o«q/fg/qdtc." pcu" swcku" q" rguq" fc" hqnjc" fg" rc- "tgcku."eqpuvcvc/ug"swg"gpvtg"4222"g"4228"q"etguekogp-
icogpvq"fi"ocku"ukipkÞecvkxq0"Fq"rqpvq"fg"xkuvc"fqu" vq"hqk"fg"3;.8'."eqo"woc"ofifkc"cpwcn"fg"4.;'0
kvgpu"swg"eqor go"c"eguvc"fg"eqpuwoq"eqo"uc¿fg." Ecdg."Þpcnogpvg."cuukpcnct"swg"c"tgvktcfc"fcu"fg-
fi"rquu xgn"uwrqt"owfcp›cu"pq"ugpvkfq"fg"woc"hqec- fw› gu" kornkectkc." ckpfc." woc" kphqtoc›«q" tgfw|k-
nk|c›«q"pqu"kvgpu"eqpukfgtcfqu"fg"ockqt"pgeguukfcfg" fc"uqdtg"q"xqnwog"fc"dcug"fg"tgegkvc"vtkdwv xgn"fqu"
qw"fg"woc"okitc›«q"rctc"qu"rtguvcfqtgu"eqo"rtg›qu" rtguvcfqtgu"rtkxcfqu"fg"uc¿fg."ewlqu"ghgkvqu"uqdtg"q"
mais competitivos. eqplwpvq" fc" cttgecfc›«q" fg" vtkdwvqu" p«q" u«q." cvfi" q"
Korqtvc"eqpukfgtct"swg"c"tgfw›«q"qw"oguoq"gnk- oqogpvq."swcpvkÞe xgku0
okpc›«q" fc" tgp¿pekc" Þuecn" p«q" ukipkÞectkc" woc" cw-
vqo vkec" gngxc›«q" fq" icuvq" r¿dnkeq" eqo" uc¿fg" swg" ESTIMATIVA DA MAGNITUDE DA RENÚNCIA
eqorgpucuug"q"ockqt"gpectiq"cuuwokfq"rqt"hco nkcu" FISCAL COM AS DEDUÇÕES DOS GASTOS
g"gortgucu0"C"fgurgkvq"fq"rtkpe rkq"fc"wpkxgtucnkfcfg" DE ATENÇÃO PRIVADA À SAÚDE
fq"Ukuvgoc"ópkeq"fg"Uc¿fg."q"qdlgvkxq"rtkpekrcn"fc"
rqn vkec"geqp»okec"cvwcn"fi"c"ocpwvgp›«q"fg"uwrgt - Rctc"c"guvkocvkxc"fqu"icuvqu"vtkdwv tkqu"eqo"uc¿fg."
xkv"rtko tkq."xkc"eqpvtqng"fqu"icuvqu"r¿dnkequ0"Vcnxg|" c"hqpvg"fg"fcfqu"wvknk|cfc"hqk"c"Ugetgvctkc"fc"Tgegkvc"
q" ugvqt" r¿dnkeq" fg" uc¿fg" cduqtxguug" woc" rctvg" fc" Hgfgtcn."gurgekÞecogpvg"qu"guvwfqu"rwdnkecfqu"rgnc"
fgocpfc" cvwcnogpvg" wuw tkc" fg" ugtxk›qu" rtkxcfqu." Eqrcv0" C" v vwnq" fg" guenctgekogpvq" ogvqfqn„ikeq."
gurgekcnogpvg" hco nkcu" fg" tgpfc" ocku" dckzc" g" vtcdc- wvknk|ctco/ug." pguvg" ctvkiq." qu" eqpegkvqu" fg" icuvq"
njcfqtgu" fg" rgswgpcu" g" ofifkcu" gortgucu." swg" p«q" vtkdwv tkq"g"dgpgh ekq"vtkdwv tkq."qtkwpfqu"fq"vtcdc-
rqfgtkco" ocku" uwrqtvct" q" rcft«q" cpvgtkqt" fg" icuvq" njq" fc" gswkrg" fc" Eqrcv1Eqrcp" *DTCUKN." 4225f+0"
privado com saúde. Fg" ceqtfq" eqo" guuc" hqpvg." gpvtg" 3;;:" g" 4225." qu"
Go"eqpvtcrctvkfc."rqfg/ug"eqpuvcvct"swg"qu"icuvqu" dgpgh ekqu" vtkdwv tkqu" eqo" cuukuv‒pekc" " uc¿fg" fcu"
r¿dnkequ"eqo"uc¿fg"hqtco"gurgekcnogpvg"chgvcfqu"pc" rguuqcu" h ukecu" crtgugpvctco" woc" vgpf‒pekc" enctc"
eqplwpvwtc"r„u/Eqpuvkvwk›«q"fg"3;::"cvfi"c"rtkogktc" " tgfw›«q." eqo" xcnqtgu" fg" T&" 3.6" dknj«q" g" T&" 3.4"
ogvcfg"fqu"cpqu"3;;2."swcpfq"c"wpkxgtucnk|c›«q"fc" dknj«q" *xcnqtgu" fg" 4225+" pq" rtkogktq" g" pq" ¿nvkoq"
eqdgtvwtc"cuukuvgpekcn"c "guvcdgngekfc"gzkikw"c"uwc"gz- cpq"fq"rgt qfq."tgurgevkxcogpvg."gswkxcngpvg"c"wo"
rcpu«q" *QEM¡/TGKU=" TKDGKTQ=" RKQNC." 4223+0" fgetfiuekoq"fg"33'0
Oguoq"pqu"cpqu"swg"ug"ugiwktco" "rtqownic›«q"fc" Vcku" tguwnvcfqu" u«q" eqgtgpvgu" eqo" qu" cejcfqu"
GE"4;14222."c"fgurgkvq"fc"eqpuvcvc›«q"fc"gzrcpu«q" fcu"Rguswkucu"fg"Qt›cogpvqu"Hcoknkctgu"Ï"RQHu"fq"
fq"icuvq."pqvqw/ug"swg"gng"Þeqw"cswfio"fq"gurgtcfq" KDIG"tgcnk|cfcu"pqu"cpqu"3;;2"g"42220"Gpvtg"3;:9"
rqt"woc"ufitkg"fg"oqvkxqu0"Fg"ceqtfq"eqo"Octswgu"g" g"3;;8."c"fkokpwk›«q"fqu"icuvqu"hcoknkctgu"eqo"cvgp-
Ogpfgu"*4227+."x tkqu"Guvcfqu"p«q"ewortktco"eqo" ›«q" "uc¿fg"hqk"fg"52'"*QEM¡/TGKU="UKNXGKTC="
q"rkuq"guvcdgngekfq"rgnc"GE"4;0"Cnfio"fkuuq."swcpvq" CPFTGC¥¥K."4225+0"Gpvtg"3;;8"g"4225."hqk"gpeqp-
"Wpk«q."hqtco"kpenw fcu"fgurgucu"eqo"woc"ufitkg"fg" vtcfc"woc"tgfw›«q"fg"54'"go"xcnqtgu"tgcku0
kvgpu" cpvgtkqtogpvg" p«q" eqpukfgtcfqu" eqoq" c› gu" Qemfi/Tgku." Uknxgktc" g" Cpftgc||k" *4225+" xgtk-
fg"uc¿fg."gzgornkÞecpfq."q"Hwpfq"fc"Rqdtg|c0"Ug"c" Þectco." ckpfc." c" rctvkt" fcu" RQHu" fg" 3;:9" g" 3;;8"
hqpvg"fg"fcfqu"rguswkucfc"hqt"c"fqvc›«q"qt›cogpv - swgfc"fg"56.67'"pc"tgpfc"fcu"hco nkcu."rqtegpvwcn"
tkc"oquvtcfc"pq"Dcncp›q"Igtcn"fc"Wpk«q"Ï"DIW."go" ugognjcpvg"cq"xgtkÞecfq"rqt"Rqejocpp"*4223+"pqu"
vgtoqu"pqokpcku."x‒/ug"swg"c"fgurguc"eqo"uc¿fg"v‒o" anos 1990.
Tabela 3 ict." q" iqxgtpq" hgfgtcn." qrqpfq/ug" cqu" uwdu fkqu" u"
Deduções com Assistência à Saúde do Lucro Tributável classes de maior rendimento e interessado no alcan-
das Pessoas Jurídicas eg"fg"ogvcu"fg"uwrgt xkv"rtko tkq"fcu"eqpvcu"r¿dnk-
Brasil – 1998-2003 ecu"xkucpfq"qu"eqortqokuuqu"fg"rcicogpvq"fg"lwtqu"
fg" f xkfc0" Cniwpu" fg" ugwu" tgrtgugpvcpvgu" pcekqpcku"
Em milhões de reais
Ï" dcpequ." ugiwtcfqtcu." kpxguvkfqtgu" kpuvkvwekqpcku"
Valores
Anos eqoq" qu" hwpfqu" o¿vwqu" g" hwpfqu" fg" rgpu«q" g" cu"
Correntes 2003 (1) itcpfgu"gortgucu"*EJGUPCKU."3;;:+"Ï."eqpvtcfkvq-
1998 2.921,94 4.467,42 tkcogpvg."dgpgÞekco/ug"fcu"fgfw› gu"tgncvkxcu"c"icu-
vqu"eqo"uc¿fg"go"rtqn"fg"ugwu"gortgicfqu0"Rqtfio."
1999 2.589,42 3.634,13
fcfcu" cu" guvtwvwtcu" eqpegpvtcfcu" fqu" ogtecfqu" fg"
2000 2.448,17 3.242,19 dcpequ"g"ugiwtqu."fi"fg"ug"gurgtct"swg"guucu"gortg-
2001 3.565,02 4.384,82 ucu" guvglco" go" ognjqtgu" eqpfk› gu" fg" tgrcuuct" qu"
icuvqu" qrgtcekqpcku" eqo" c" uc¿fg" fg" ugwu" gortgic-
2002 3.035,26 3.317,54
fqu" cqu" rtg›qu0" Eqoq" gpvtg" gncu" guv«q" cu" ockqtgu"
2003 4.333,13 4.333,13 gortgucu"fg"ugiwtqu"fg"uc¿fg"dtcukngktcu."go"eqpvtc-
rctvkfc."c"gnkokpc›«q"fqu"dgpgh ekqu"vtkdwv tkqu"eqo"
Fonte: Brasil (2003d). Elaboração dos autores.
(1) Corrigido pelo IPCA. uc¿fg"rqfgt "cecttgvct"rgtfc"fg"tgegkvcu"go"tc|«q"fc"
tgvtc›«q"fg"eqpvtcvqu"eqngvkxqu"g."vcodfio."kpfkxkfw-
cku0"Q"dcncp›q"fg"rgtfcu"g"icpjqu"p«q"ugtkc"rquu xgn"
r¿dnkeq"vqvcn"pq"ugvqt."go"4224."go"T&"72.7"dknj gu." swcpvkÞect."pguvg"oqogpvq0"Rctc"q"iqxgtpq"hgfgtcn."
crtqzkocfcogpvg"T&"542.22"per capita."q"swg"tgogvg- j " qwvtcu" eqpvtcfk› gu" swg" tghqt›co." gpvtgvcpvq." c"
tkc"qu"dgpgh ekqu"vtkdwv tkqu"go"swguv«q"c"6.4'"fguvg" ocpwvgp›«q" fcu" fgfw› gu" eqo" uc¿fg0" Cu" rqn vkecu"
oqpvcpvg0"Go"vgtoqu"fq"icuvq"vtkdwv tkq"eqo"uc¿fg" uqekcku"hqecnk|cfcu"go"ugiogpvqu"rqdtgu."fg"ceqtfq."
per capita." rctc" cu" rguuqcu" h ukecu." qu" tgewtuqu" u«q" fc" ckpfc." eqo" q" tgegkvw tkq" fqu" qticpkuoqu" Þpcpegk-
qtfgo"fg"T&"9.47"cpwcku0"Rctc"cu"rguuqcu"lwt fkecu."q" tqu" kpvgtpcekqpcku." c" fgurgkvq" fqu" octequ" lwt fkequ"
xcnqt"fi"fg"T&"5.94"*UC[F."4225+0 wpkxgtucku" fq" ukuvgoc" fg" uc¿fg." ectgegtkco" fg" og-
ecpkuoqu"eqorgpucv„tkqu"rctc"cu"encuugu"ofifkcu"fg"
TRADE-OFF RELACIONADOS tgpfc."rgswgpqu"g"ofifkqu"gortgu tkqu"g"rctc"qu"vtc-
À RENÚNCIA FISCAL EM SAÚDE dcnjcfqtgu" hqtocku0" Kuuq" rqfg" ug" fct" rqt" ogkq" fc"
ocpwvgp›«q"fcu"fgfw› gu"Þuecku"qtkwpfcu"fg"icuvqu"
Pguvg"ugiogpvq"fq"ctvkiq."eqo"dcug"pqu"rtguuwrqu- rtkxcfqu"eqo"uc¿fg0"Fg"ceqtfq"eqo"qu"fcfqu"cswk"
tos sobre o comportamento da demanda, associados crtgugpvcfqu."guvkoc/ug"swg"guugu"icuvqu"vtkdwv tkqu"
" fkuewuu«q" uqdtg" q" rcrgn" fcu" fgfw› gu" pq" KTRH" g" eqo" uc¿fg" p«q" u«q" fg" itcpfg" oqpvc." rqfgpfq" ugt"
KTRL"fg"fkur‒pfkqu"nkicfqu" "uc¿fg."rtqr g/ug"cxcnkct" ocku" ukipkÞecvkxq" q" icpjq" rqn vkeq" rctc" q" iqxgtpq"
cu"rgtfcu"g"qu"icpjqu"eqo"guug"dgpgh ekq"vtkdwv tkq" hgfgtcn"eqo"c"ocpwvgp›«q"fguugu"uwdu fkqu"eqorc-
rctc" qu" fkhgtgpvgu" cvqtgu" gpxqnxkfqu" eqo" q" vgoc0" tcvkxcogpvg" cqu" ewuvqu" geqp»okequ" rctc" q" Guvcfq."
Guuc" fkuewuu«q" ngxct " go" eqpukfgtc›«q" qu" octequ" tgncvkxqu" "tgp¿pekc"Þuecn0
fcu"rqn vkecu"geqp»okecu"g"fcu"rqn vkecu"fg"tgrtqfw- Rqt" oqvkxqu" eqorngvcogpvg" fkxgtuqu." qu" dgpg-
›«q"uqekcn"fq"iqxgtpq"cvwcn0"LwuvkÞec/ug"guug"gzgte ekq" h ekqu" vtkdwv tkqu" eqo" icuvqu" rtkxcfqu" eqo" uc¿fg"
rctc"cenctct"qu"godcvgu"g"ceqtfqu"gurgtcfqu"go"hceg" guvctkco" go" eqpvtcfk›«q" eqo" q" oqfgnq" fg" qticpk-
fc"rtqdngo vkec"fc"tgp¿pekc"fc"cttgecfc›«q"Þuecn"pq" |c›«q"fc"rtqfw›«q"g"fcu"rqn vkecu"uqekcku"eqpvkfq"pc"
cvwcn"octeq"tgiwncv„tkq0 Eqpuvkvwk›«q" fg" 3;::. na medida em que esta preconiza
Swgo" rqfgtkc" guvct" kpvgtguucfq" go" tgxgt" guucu" um sistema de saúde universal com qualidade que cubra as
fgfw› gu"pq"Dtcukn."pc"cvwcnkfcfgA"Go"rtkogktq"nw- necessidades básicas de todas as famílias0" Fg" hcvq." cr„u" c"
rqn vkecu" fg" tgfw›«q" qw" gnkokpc›«q" fguug" uwdu fkq" " tgp¿pekc" pguuc" hckzc" fg" tgpfc" tgrtgugpvcxco." go"
swcpvq" "rtqoq›«q"fc"gs¯kfcfg"fq"ukuvgoc"fg"uc¿fg" 3;;;.";.3'"fc"tgp¿pekc"vqvcn"eqo"uc¿fg."qw"uglc."T&"
dtcukngktq."pq"oqogpvq"cvwcn."oguoq"eqpukfgtcpfq" 3.29"per capita"cpwcn"*UC[F."4225+0"
swg"guugu"tgewtuqu"tgxgtvco"go"dgpgh ekq"fcu"rcteg- Swcpvq" u" rguuqcu" lwt fkecu." qu" oguoqu" ctiw-
ncu"ocku"rqdtgu"fc"rqrwnc›«q0 ogpvqu" tghgtgpvgu" cqu" korcevqu" fkhgtgpekcfqu" fc"
LwuvkÞec/ug" eqpukfgtct" swg." pq" ecuq" fcu" rguuqcu" tgvktcfc"fqu"dgpgh ekqu"Þuecku"fq"KTRL"u«q"x nkfqu."
h ukecu."c"tgvktcfc"fguugu"dgpgh ekqu"Þuecku"ukipkÞectkc" fcfc"c"eqpegpvtc›«q"fq"ecrkvcn"gzkuvgpvg"pq"rc u."uk-
woc"tgfkuvtkdwk›«q"fg"tgpfc"rqt"ogkq"fc"rqn vkec"Þu- vwc›«q"gzrn ekvc"rgnc"fgukiwcnfcfg"gpvtg"cu"gortgucu"
ecn"swg"rgpcnk|ctkc"vcpvq"cu"ecocfcu"fg"tgpfc"ofifkc" go"vgtoqu"fg"tgegkvc"g"nwetq0"
g" qu" vtcdcnjcfqtgu" hqtocku" eqoq" hco nkcu" eqortq- P«q"pgicpfq"swg"c"rqn vkec"Þuecn"vgpjc"wo"rcrgn"
xcfcogpvg"cdcuvcfcu0"¡"korqtvcpvg"cswk"swguvkqpct" korqtvcpvg"pc"tgfkuvtkdwk›«q"fc"tgpfc."c"gnkokpc›«q"
c"crnkec›«q"¿pkec"fq"etkvfitkq"fc"tgpfc"hcoknkct"rctc" desse abatimento com gastos privados com saúde
cxcnkct" c" fgukiwcnfcfg" uqekcn" pq" rc u." vcpvq" go" vgt- rqt"rctvg"fg"rguuqcu"h ukecu"g"lwt fkecu."eqoq"ogfkfc"
oqu" fg" ucn tkqu" eqoq." rtkpekrcnogpvg." go" rgtegp- kuqncfc"fg"rtqoq›«q"fg"gs¯kfcfg"go"uc¿fg."vqtpc/
vku"fc"fkuvtkdwk›«q"fc"tgpfc."godqtc"uglc"woc"hqtoc" ug" rcuu xgn." rqtvcpvq." fg" swguvkqpcogpvq0" Vcn" fgek-
htgs¯gpvgogpvg" gpeqpvtcfc" pguug" vkrq" fg" guvwfq." u«q" cvkpiktkc." gurgekcnogpvg." cu" ecocfcu" uqekcku" fg"
kpenwukxg" fg" fgukiwcnfcfgu" go" uc¿fg0" Wo" fqu" rtq- tgpfc"ofifkc"g"qu"vtcdcnjcfqtgu"cuucnctkcfqu"hqtocku."
dngocu" c" ugt" gphtgpvcfq" tgukfg" pc" jgvgtqigpgkfcfg" rctegncu"swg"xkxgo."rtkpekrcnogpvg."fc"tgpfc"fq"vtc-
fcu"hco nkcu"eqo"tgpfcu"uwrgtkqtgu"c"52"ucn tkqu"o - dcnjq" *OGFGKTQU." 4226+0" Guucu" ecocfcu" uqekcku"
pkoqu." qw" qu" ¿nvkoqu" rgtegpvku" fc" fkuvtkdwk›«q" fc" ghgvwco"icuvqu"rtkxcfqu"eqo"uc¿fg"ogpqu"rqt"qr-
tgpfc." fcfc" uwc" eqpegpvtc›«q" pq" Dtcukn0" Ogfgktqu" ›«q."ocu"korgnkfqu"rgnc"kpugiwtcp›c"swcpvq" "qhgt-
*4223+."fgpvtq"fguuc"nkpjc."eqnqec"c"rgtiwpvc"fq"p - vc" r¿dnkec" fqu" ugtxk›qu." oguoq" ug" vtcvcpfq" fg" wo"
xgn"fg"tkswg|c"swg"rqfgtkc"ugt"eqpukfgtcfq"o pkoq0" fktgkvq"eqpuvkvwekqpcn0"Kuuq"ugo"swg"uglco"vqecfcu."
Eqpenwk"swg"woc"nkpjc"fg"tkswg|c"ugtkc"wo"eqpegkvq" cpvgtkqtogpvg."fgukiwcnfcfgu"ocku"octecpvgu"fc"uq-
tgncekqpcn"c"rctvkt"fg"woc"nkpjc"fg"rqdtg|c."swg"go- ekgfcfg"dtcukngktc."cvkpikpfq."go"rtkogktq"nwict."qu"
dqtc"p«q"uglc"eqpugpuwcnogpvg"cfqvcfc"go"guvwfqu" itwrqu"uqekcku"ocku"rtkxkngikcfqu0"Tgp¿pekcu"Þuecku"
uqdtg" fgukiwcnfcfg." rqfgtkc" ugt" eqpukfgtcfc" eqoq" fkuvkpvcu"fcswgncu"cswk"vtcvcfcu."fgpvtq"fqu"octequ"
o pkoq"pgeguu tkq" "uqdtgxkx‒pekc0"Rctc"guug"cwvqt." pqtocvkxqu" cvwcku" fg" vtkdwvc›«q." u«q" ocku" kp swcu."
nkpjc"fg"tkswg|c"fi"q"rqpvq"c"swg"ug"ejgic"swcpfq."c" eqoq" tguucnvc" q" fqewogpvq" fc" WpcÞueq" Ukpfkecn"
rctvkt"fg"woc"rqn vkec"tgfkuvtkdwvkxc."cswgngu"ukvwcfqu" *4225+."rqku"p«q"rwpgo"qu"tgpfkogpvqu"fq"ecrkvcn0"
cdckzq"fc"nkpjc"fg"rqdtg|c"u«q"gngxcfqu"cq"nkokvg"fc" Guvcu"u«q"c"kugp›«q"fg"vtkdwvc›«q"uqdtg"nwetqu"g"fk-
uqdtgxkx‒pekc0"Pq"Dtcukn."go"3;;;."gtco"eqpukfgtc- xkfgpfqu"tgegdkfqu"rqt"rguuqcu"h ukecu"pq"KTRH"g"c"
fcu" tkecu" cu" hco nkcu" eqo" tgpfc" per capita acima de p«q/vtkdwvc›«q"fcu"tgoguucu"fg"nwetqu"g"fkxkfgpfqu"
T&" 40:38.69" eqttgpvgu0" Rctc" woc" hco nkc" ofifkc" fg" rctc" q" gzvgtkqt0" Ugiwpfq" guug" oguoq" fqewogpvq."
vt‒u" rguuqcu" ukipkÞectkc" woc" tgpfc" hcoknkct" ogpucn" j " wo" rguq" fgurtqrqtekqpcn" fqu" vtkdwvqu" uqdtg" qu"
fg" T&" :066;.63" qw" 84" ucn tkqu" o pkoqu" rqt" o‒u" " cigpvgu"geqp»okequ"ewlc"tgpfc"fi"qtkwpfc"crgpcu"fq"
firqec0"Gpswcftcxco/ug"pguuc"ecvgiqtkc":22"okn"rgu- vtcdcnjq0
uqcu."2.7'"fc"rqrwnc›«q"dtcukngktc0"Pq"ecuq"fc"ko- C"korquk›«q"fg"wo"nkokvg"rctc"c"wvknk|c›«q"fq"dg-
rquk›«q" fg" wo" nkokvg" fg" tgpfc" rctc" q" wuwhtwvq" fq" pgh ekq"Þuecn."fg"ceqtfq"eqo"c"tgpfc"fcu"rguuqcu"h uk-
dgpgh ekq"Þuecn"eqo"uc¿fg."rqt"gzgornq."ecuq"hquug" ecu"qw"fg"ceqtfq"eqo"q"hcvwtcogpvq"g"nwetcvkxkfcfg"
wucfq"wo"eqtvg"pc"encuug"fcu"hco nkcu"eqo"tgpfc"cek- fcu"rguuqcu"lwt fkecu."rqfgtkc"ugt"woc"rqn vkec"r¿dnkec"
oc"fg"52"ucn tkqu"o pkoqu"ogpucku"Ï"rctegnc"eqpuk- fkuvtkdwvkxc"swg"cnecp›ctkc"guugu"itwrqu"uqekcku"ocku"
fgtcfc"rqt"Ogfgktqu"*4223+"eqoq"owkvq"fkuvcpvg"fc" rtkxkngikcfqu0"Rctc"woc"cornkc›«q"cfgswcfc"fq"icuvq"
tkswg|c"Ï."cnfio"fg"gncu"eqpuvkvw tgo"wo"rqtegpvwcn" r¿dnkeq"go"uc¿fg."eqpvwfq."lwnic/ug"vcn"ogfkfc"dcu-
rgswgpq" fc" rqrwnc›«q." qu" xcnqtgu" eqttgurqpfgpvgu" tante limitada.
Tgewtuqu"ocku"xwnvququ"cfxktkco"fq"tgfktgekqpc- Pqvc/ug."pc"nkvgtcvwtc"dtcukngktc"eqpuwnvcfc."kpenwuk-
ogpvq"fq"qt›cogpvq"r¿dnkeq0"¡"ucdkfq"swg"itcpfg" xg"go"fqewogpvqu"fg"rqn vkec"fg"uc¿fg"qÞekcku"eqoq"
parte da renda gerada no país, e arrecadada como q" Tgncv„tkq" fc" ZK" Eqphgt‒pekc" Pcekqpcn" fg" Uc¿fg."
vtkdwvqu." fi" fguvkpcfc" cq" rcicogpvq" fq" guvqswg" g" woc"vgpf‒pekc"fg"tguvtkpikt"cq"kpvgtkqt"fq"rt„rtkq"ug-
fq"àwzq"fqu"gpectiqu"fc"f xkfc"r¿dnkec"ewlq"oqp- vqt"q"fgdcvg"cegtec"fcu"owfcp›cu"pgeguu tkcu" "rtq-
vcpvg"c"v vwnq"fg"lwtqu"ugswgt"fi"fgÞpkfq"rqt"tgitcu" oq›«q"fg"woc"ockqt"gs¯kfcfg"pq"Þpcpekcogpvq0"Pq"
eqpvtcvwcn"ogpvg" enctcu." qw" uglc." ewlcu" vczcu" v‒o" ug" gpvcpvq."cuuko"eqoq"pq"swg"vcpig"cqu"fgvgtokpcpvgu"
uwdqtfkpcfq"cqu"ogecpkuoqu"fc"gurgewnc›«q"Þpcp- fc"uc¿fg."cu"rqn vkecu"fg"uc¿fg."eqoq"cswgncu"cswk"tg-
egktc" kpvgtpcekqpcn" *DTGUUGT/RGTGKTC." 4225+0" hgtkfcu."guv«q"pgeguuctkcogpvg"kpugtkfcu"pq"eqpvgzvq"
Rctc" vcpvq." q" iqxgtpq" hgfgtcn" ug" xcng" kpenwukxg" fq" ocku" cornq" fcu" qr› gu" fq" oqfgnq" fg" fgugpxqnxk-
eqpvkpigpekcogpvq" fq" Qt›cogpvq" fc" Ugiwtkfcfg" ogpvq"fq"rc u0"C"fkuewuu«q."rqtvcpvq."fg"woc"ogfkfc"
Uqekcn."rqt"ogkq"fc"twdtkec"qt›cogpv tkc"Fguxkpew- tgfkuvtkdwvkxc"swg"p«q"cvkplc"cu"ecocfcu"uqekcku"fgvgp-
nc›«q" fg" Tgegkvcu" fc" Wpk«q0" Fg" ceqtfq" eqo" fqew- vqtcu"fc"ockqt"rctvg"fc"tgpfc"g"fc"tkswg|c."oguoq"
ogpvq"gncdqtcfq"rgnc"rtghgkvwtc"fg"U«q"Rcwnq"*4225+" swg" vgepkecogpvg" gsw¤pkog." rqfg" vgt" wo" ghgkvq" fg"
g"gswkrg."gzkuvktkc."fg"hqtoc"octecpvg"cr„u"3;;:."wo" gorqdtgegt"q"fgdcvg"uqdtg"c"gs¯kfcfg"go"uc¿fg0"G."
guswgoc"oqpuvtwquq"fg"ftgpcigo"fq"ugvqt"rtkxcfq" cnfio" fkuuq." fg" kpegpvkxct" woc" rwipc" gpvtg" ecocfcu"
g"fc"tgpfc"fq"vtcdcnjq"rctc"woc"cewownc›«q"guugp- uqekcku"fg"tgpfc"ofifkc."vtcdcnjcfqtgu"hqtocku"g"rg-
ekcnogpvg"Þpcpegktc< swgpcu"g"ofifkcu"gortgucu."rqt"wo"ncfq."g"cu"ecocfcu"
ocku"fgurtqvgikfcu."vtcdcnjcfqtgu"kphqtocku."fgugo-
a correlação entre carga tributária e aumento do superávit rtgicfqu." ecorqpgugu." rqt" qwvtq." rgnc" fkuvtkdwk›«q"
primário é por demais transparente para demonstrar que o fqu"»pwu"eqo"q"Þpcpekcogpvq"fc"uc¿fg0"Q"swg"fgk-
cttqejq"Þuecn"vgo"ukipkÞecfq"woc"vtcpuhgt‒pekc"fg"tgewtuqu" zctkc"fg"hqtc"qu"rtkpekrcku"dgpgÞek tkqu"fc"ocpwvgp-
rctc" q" ugvqt" Þpcpegktq." vgpfq." cnk u." rctegnc" ukipkÞecvkxc" ›«q"fc"fgukiwcnfcfg"g"fc"rqdtg|c."tgurqpu xgku"rgnqu"
sido subtraída da renda do trabalho *UËQ" RCWNQ." fgvgtokpcpvgu"guvtwvwtcku"fqu"guecuuqu"tgewtuqu"jqlg"
4225."r0"95+0 fguvkpcfqu" u"rqn vkecu"r¿dnkecu0
Notas
Guvg"vtcdcnjq"hqk"tgcnk|cfq"eqo"crqkq"fq"EPRs."Gfkvcn"5914226." 40"XgtkÞecfq" pc" Cvc" 384" fq" Eqpugnjq" Pcekqpcn" fg" Uc¿fg0"
Rtqeguuq"625067:14226/:"g"Hcrgtl"G/4813720;36142270 Fkurqp xgn" go<" >yyy0epu0iqx0dt@0" Ceguuq" go<" 34" ugv0"
30"Fkurqp xgn"go<">yyy0eqpugnjqucwfg0dt@0"Ceguuq"go<"3³"ugv0"42260 42280
DTCUKN0" Ci‒pekc" Pcekqpcn" fg" Uc¿fg" Uwrngogpvct1CPU0" OCTSWGU." T0O0=" OGPFGU." C0" UWU" g" ugiwtkfcfg" uqekcn<"
Crtgugpvc›«q"fg"Egtgu"Cndwswgtswg"go"qÞekpc"rctc"rtguvc- go"dwuec"fq"gnq"rgtfkfq0"Saúde e Sociedade."x0"36."p0"4."r0"5;/6;."
fqtgu" c" rctvkt" fq" Ecfcuvtq" fg" DgpgÞek tkqu0" Tkq" fg" Lcpgktq." ockq1ciq0"42270"
ugv0"42270
OGFGKTQU."O0"As fontes de rendimentos dos ricos no Brasil0"Dtcu nkc<"
aaaaaa0" Okpkuvfitkq" fc" Hc|gpfc0" Política Econômica e Reformas Krgc."42260"*Vgzvqu"rctc"fkuewuu«q."p0"30236+0
Estruturais0"Dtcu nkc<"4225c0"Fkurqp xgn"go<">yyy0hc|gpfc0iqx0
dt@0"Ceguuq"go<"42"lwp0"42270" ______. A construção de uma linha de riqueza a partir da linha de
pobreza0"Dtcu nkc<"Krgc."42230"*Vgzvqu"rctc"fkuewuu«q."p0":34+0
aaaaaa0"Okpkuvfitkq"fc"Hc|gpfc0"Ugetgvctkc"fg"Rqn vkec"Geqp»-
okec0"Icuvq"uqekcn"fq"iqxgtpq"egpvtcn<"4223"g"42240"Econômica, O¡FKEK." C0E0" Kpegpvkxqu" iqxgtpcogpvcku" cq" ugvqt" rtkxcfq" pq"
Tkq"fg"Lcpgktq."x0"7."p0"3."r0";/8;."4225d0" Brasil. Relatórios Técnicos0"Tkq"fg"Lcpgktq."Gpeg1KDIG."p0"3."3;;20
VJG" YQTNF" DCPM0" Financing Health Services in Developing ______. Levelling up" *rctv" 4+<" c" fkuewuukqp" rcrgt" qp" eqp-
Countries0"Cp"Cigpfc"hqt"Tghqto0"Ycujkpivqp."FE<"3;:90 egrvu"cpf"rtkpekrngu"hqt"vcemnkpi"uqekcn"kpgswkvkgu"kp"jgcnvj0"
Eqrgpjcigp."Fgpoctm<"YJQ"Tgikqpcn"QhÞeg"hqt"Gwtqrg."
WIé."O0C0F0="UCPVQU."K0U0"Woc"cp nkug"fc"gs¯kfcfg"fq"Þpcpekc- 4228d0
mento do sistema de saúde brasileiro0"Tgncv„tkq"fg"Rguswkuc0"Rtqlgvq"
Geqpqokc"fc"Uc¿fg0"Eqqrgtc›«q"Vfiepkec"Dtcukn"Ï"Tgkpq"Wpkfq." [WPGU."T0"Fgocpfc"g"fgocpfc"go"uc¿fg0"Kp<"RKQNC."U0H0="
42270" Fkurqp xgn" go<" >yyy0qrcu0qti0dt1qdugtxcvqtkq1ctswk- XKCPPC."U0O0"Economia da saúde0"Eqpegkvq"g"eqpvtkdwk›«q"rctc"
xqu1Fguvcswg;;0rfh@0"Ceguuq"go<"34"oct0"42270 c"iguv«q"fc"uc¿fg0"Dtcu nkc<"Krgc."3;;70"r0";;/3440
BERNARDO SICSÚ
Doutor em Saúde Coletiva, Economista, Pesquisador do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da UFRJ.
*dukeuwBkgue0whtl0dt+
TÁSSIA HOLGUIN
Economista.
*vcuukcijBjqvockn0eqo+
Ctvkiq"tgegdkfq"go"3;"fg"lcpgktq"fg"42290
Crtqxcfq"go"4"fg"lwnjq"fg"422:0
Resumo: Este artigo se propõe a distinguir os termos avaliação e auditoria, tomando como referência o Sistema Nacional de Auditoria.
Essas ferramentas têm assumido uma posição central na manutenção e no desenvolvimento do Sistema Único de Saúde.
Palavras-chave: Auditoria em saúde. Sistema Nacional de Auditoria. Avaliação em Saúde.
Abstract: This article considers distinguishing the terms evaluation and auditorship, taking as reference the Brazilian National System of Auditorship.
These tools have assumed a central position in the maintenance and development of the Unified Health System of Brazil.
Key words: Auditorship in health area. National System of Auditorship. Evaluation in Health Area.
A
valiação e auditoria, ferramentas presentes na estrutu-
ra regimental do Sistema Único de Saúde – SUS, utilizadas para melhoria da qualidade da gestão e accountability1
da política, ainda apresentam, no campo da saúde, mesmo entre os integrantes da força de trabalho do Ministé-
tkq"fc"Uc¿fg"Ï"OU."woc"pq›«q"rqweq"enctc"fqu"ukipkÞecfqu"fg"woc"g"fg"qwvtc0"Cuuqekco/ug"c"guucu"ukvwc› gu"q"
número limitado de pesquisas e o uso não muito adequado dos termos e instrumentos de avaliação e auditoria,
owkvcu"xg|gu"wvknk|cfqu"fg"ocpgktc"gswkxqecfc0"
No âmbito do SUS, a avaliação já apresenta um referencial teórico e uma prática mais consolidada; o Sistema
Pcekqpcn"fg"Cwfkvqtkc"Ï"UPC"ckpfc"guv "vgpvcpfq"fgoctect"guugu"rct¤ogvtqu"vcodfio"rctc"c"cwfkvqtkc0"Fkcpvg"
desse cenário, fazem-se necessários estudos que possibilitem entender a dinâmica dessas práticas, incluindo
q"oqfgnq"rqn vkeq"g"qticpk|cekqpcn"xkigpvg0"Guvg"ctvkiq"ug"rtqr g"c"guenctgegt"guugu"eqpegkvqu."gpvgpfgpfq"c"
egpvtcnkfcfg"swg"guucu"hgttcogpvcu"x‒o"cuuwokpfq"pc"cfokpkuvtc›«q"r¿dnkec0"
Caleman, Moreira e Sanches (1998) assinalam que o termo audit foi proposto para os serviços de saúde, pela
rtkogktc"xg|."go"3;78."rqt"Ncodgem."eqo"c"Þpcnkfcfg"fg"cxcnkct"c"swcnkfcfg"fqu"rtqeguuqu"g"qu"tguwnvcfqu"fgu-
ugu"ugtxk›qu."rqt"ogkq"fc"qdugtxc›«q"fktgvc"fq"tgikuvtq"g"fc"jkuv„tkc"en pkec"fq"wuw tkq0"Pc"rgtegr›«q"fg"¥cpqp"
*4223+."pq"gpvcpvq."c"cwfkvqtkc"ofifkec"hqk"etkcfc"go"3;65."rqt"Xgtikn"Ungg0
tégica no processo de construção e manutenção do a avaliação compreende estudos que buscam analisar
UWU0"C"tgguvtwvwtc›«q"tgikogpvcn"fq"UPC."rgnq"Fg- os processos e resultados de um programa ou políti-
etgvq"p0"506;8"fg"4222"*DTCUKN."4222d+."eqpÞiwtc" ec."c"rctvkt"fg"kpfkecfqtgu"tgncekqpcfqu" "Ñtgngx¤pekc."
eqoq"eqorgv‒pekc"fq"Fgpcuwu"c"fgvgtokpc›«q"fcu" gÞek‒pekc."ghgvkxkfcfg."tguwnvcfqu."korcevqu"qw"c"uwu-
responsabilidades dos órgãos de auditoria, o controle vgpvcdknkfcfgÒ0"Vgo"eqoq"qdlgvkxq"ognjqtct"c"swcnk-
e avaliação, bem como a correção de irregularidades dade de determinado programa ou política e oferecer
rtcvkecfcu"pq"UWU0 subsídios que reorientem os processos de formulação
C"rtqrquk›«q"fq"UPC"fi"fg"eqorngogpvct"cu"qw- g"korngogpvc›«q0
tras instâncias de controle e regulação, fazer levan- C"cxcnkc›«q"fi"woc"cvkxkfcfg"fg"rguswkuc"swg"xkuc"
tamento das principais carências, estimar o impacto c"uqnw›«q"fg"swguv gu"tgncvkxcu"c"fgvgtokpcfc"eqngvk-
fcu"c› gu"fg"uc¿fg"g"vtc›ct"q"rgtÞn"fg"wvknk|c›«q"fqu" vidade, através da análise da efetividade ou não das
serviços para as mudanças necessárias no plane- kpvgtxgp› gu" uqekcku0" Guuc" oqfcnkfcfg" fg" cvkxkfcfg"
lcogpvq." iguv«q." gzgew›«q" g" cxcnkc›«q" fcu" c› gu" fg" valoriza a formulação e a implementação do progra-
uc¿fg0" Qu" Ocpwcku" fg" Pqtocu" fg" Cwfkvqtkc" *DTC- oc."eqpukfgtcpfq."rtkpekrcnogpvg."eqpfk› gu"uqekcku"
SIL, 1996, 1998) enfatizam que o principal objetivo rtqdngo vkecu"*DCT¥GNC[."4224+0
fq"rtqeguuq"fg"cwfkvqtkc"fi"Ñc"swcnkfcfg"fcu"c› gu"fg" Um processo clássico de avaliação baseia-se nos
ugtxk›qu"rtguvcfqu"pq"ecorq"fc"uc¿fgÒ0"L "pq"rncpq" rtkpe rkqu" fc" eqpÞcdknkfcfg" g" fc" kugp›«q" fqu" cxc-
internacional, o Centro de Gestión Hospitalaria da nkcfqtgu0" C" rguswkuc" fg" cxcnkc›«q" fgxg" hqecnk|ct" qu"
Colômbia (2000) realça que a qualidade dessa atenção qdlgvkxqu" rtgguvcdgngekfqu" qw" c" gÞe ekc" fcu" c› gu."
à saúde depende do cumprimento de alguns requisi- envolvendo suas diversas fases, desde a formulação
vqu"guugpekcku."gpvtg"gngu."c"eqorgv‒pekc"rtqÞuukqpcn." até os impactos das políticas, além de suas causas e
cvtcxfiu"fg"egtvkÞec›«q0 eqpugs¯‒pekcu0"Pq"gpvcpvq."ckpfc"vgo"ukfq"ocpvkfc"
Buscando priorizar as diretrizes do SUS, os pro- como objetivo principal a análise dos impactos dos
cessos de auditoria têm sido sistematizados como rtqitcocu."xgtkÞecpfq/ug"uwc"ghgvkxkfcfg0"Q"rct¤og-
instrumentos de suporte estabelecidos para avaliar os vtq"wvknk|cfq"rctc"fgÞpkt"c"ghgvkxkfcfg"fi"q"ugw"cnecpeg"
ugtxk›qu"g"uwcu"kpvgtxgp› gu."rtkpekrcnogpvg."swcpfq" em relação ao controle ou à cura de determinado mal
a auditoria assume a posição de referência para re- uqekcn."rtgugtxcpfq/ug"c"uqekgfcfg"go"igtcn0"Q"ofi-
fgÞpk›«q"fg"qdlgvkxqu."guvcdgngekogpvq"fg"eqpvg¿fqu" rito de um programa está no cumprimento de seus
e estratégias para consolidar melhorias nos serviços qdlgvkxqu" eqo" wo" cfgswcfq" ewuvq/dgpgh ekq0" Pguuc"
de saúde, tomando por base imperativos sociais, po- perspectiva, um avaliador tem a função de sugerir e
n vkequ" g" vfiepkequ0" Pguuc" rgturgevkxc." fi" hwpfcogpvcn" implementar pesquisas capazes de emitir pareceres
c" eqortggpu«q" fc" n„ikec" fq" eqpvgzvq" gurge Þeq" fg" técnicos sobre o processo que envolve uma política
cada auditado, de maneira a nortear a implementação r¿dnkec"*DCT¥GNC[."4224="PQTQPJC."4226+0
das políticas locais, dentro das suas possibilidades e Xgfwpi" *crwf" PQTQPJC." 4226+" ectcevgtk|c" c"
nkokvc› gu"*TGKU."3;;5+0 avaliação como um processo analítico, que pode ser
utilizado no âmbito da administração pública e em
AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS/PROGRAMAS/SERVIÇOS todas as etapas do processo de formulação e imple-
mentação das políticas públicas, compreendendo
Q" ecorq" fc" cxcnkc›«q" cdtkic" eqpegr› gu" fkuvkpvcu0" seus produtos e impactos, bem como viabilizando
Rctc"Fqpcdgfkcp"*3;:6+."c"cxcnkc›«q"eqpuvkvwk"wo"rtq- tghqtownc› gu"pgeguu tkcu"rctc"c"ognjqtkc"pc"vqocfc"
cesso sistemático e objetivo que busca analisar a efeti- fg"fgeku gu0"Q"cwvqt"crqpvc"swg"cu"cp nkugu"a posteriori,
vidade ou o impacto de determinada atividade, a partir ou seja, aquelas que se baseiam apenas nos impac-
de objetivos predeterminados, de maneira a reorien- vqu"fcu"c› gu"iqxgtpcogpvcku"gzkigo"rtqegfkogpvqu"
v /nc"rctc"c"eqpswkuvc"fg"dgpgh ekqu0"L "pc"rgturgevkxc" minuciosos de monitoramento, sistematização e clas-
fg" Xckvuocp." Tqftkiwgu" g" Rcgu/Uqw|c" *4228." r0" 44+." ukÞec›«q"fqu"tguwnvcfqu"fcu"c› gu"korncpvcfcu."rqku"
é a partir dessas análises que poderão ser previstas Quanto ao propósito de se estabelecer uma di-
ognjqtkcu"hwvwtcu"pguucu"c› gu0"Pguug"ugpvkfq."c"cxc- ferenciação conceitual entre avaliação e auditoria, é
nkc›«q"fi"wvknk|cfc"rctc"Þpu"fg"accountability (responsa- tgngxcpvg"c"cp nkug"fg"Dct|gnc{"*4224+0"Guug"cwvqt"tgu-
bilização), conforme a percepção de Barzelay (2002), salta que é equivocada a terminologia empregada na
l "gzrquvc"cpvgtkqtogpvg0 modalidade auditoria de desempenho, baseando-se
Vedung acrescenta que a responsabilização pode no fato de que ela se enquadra no âmbito da avalia-
ser delegada pelo agente político, cidadão, cliente ou, ›«q"g"p«q"fc"xgtkÞec›«q0"Vgo"eqoq"Þpcnkfcfg"crtg-
ckpfc." rgnq" iguvqt0" Q" cigpvg" rqn vkeq" fi" cswgng" swg." ciar, ajuizar quanto à otimização ou não dos progra-
eleito pelo povo, serve-se da avaliação para defen- ocu"g"rtqeguuqu"rtqfwvkxqu0"Gnc"uqogpvg"rqfgt "ugt"
der as políticas propostas por ele e responsabiliza a conceituada como auditoria quando submetida aos
dwtqetcekc" rgnc" uwc" dqc" qw" o " eqpfw›«q0" Rqt" uwc" rcft gu" rwtcogpvg" dwtqet vkequ." go" swg" c" Ñoqnc/
vez, o cidadão a emprega para responsabilizar seus oguvtcÒ" fi" c" xgtkÞec›«q" crgpcu" fc" eqphqtokfcfg" fc"
cigpvgu"rqn vkequ0"L "q"enkgpvg"hc|"wuq"rctc"eqpÞtoct" c›«q"qw"fq"ugtxk›q0
c"kpvwk›«q"fq"xcnqt"fc"rqn vkec"korngogpvcfc0"G."rqt" Cuuko."qrvqw/ug"rqt"fkueqttgt"uqdtg"q"ugw"ofitkvq"g"
Þo."q"iguvqt"c"wvknk|c"rctc"xgtkÞect"eqoq"c"rqn vkec" xctkc› gu."vtcvcpfq/c"eqoq"fqo pkq"fc"cxcnkc›«q0"Dct-
guv "ugpfq"korngogpvcfc0"Q"cwvqt"cetguegpvc"swg"cu" zelay (2002) sinaliza que o mérito da auditoria de de-
kphqtoc› gu" gzvtc fcu" go" ecfc" hcug" eqpuvkvwgo" wo" sempenho se situa em políticas que conseguem promo-
rtqeguuq" swg" rtqewtc" eqortggpfgt" q" ÑvqfqÒ." p«q" xgt"c"kpvgtxgp›«q"uqekcn"qdlgvkxcfc0"Q"tgurqpu xgn"rgnc"
se limitando aos produtos gerados, mas abrangendo korngogpvc›«q"fguuc"rqn vkec"dwuec"woc"gÞek‒pekc"fg"
swguv gu"eqoq"gÞek‒pekc."gÞe ekc."ghgvkxkfcfg."swcnk- tgewtuqu."c› gu"gÞec|gu"g"rtqfwvqu"p«q"etkuvcnk|cfqu"g"
dade da administração e accountability0 rgtog xgku" u"owfcp›cu"pgeguu tkcu0"Cuuko."guug"ofi-
Os resultados de determinada política social po- rito se sustenta em indicadores como otimização dos
dem ser avaliados através do seu produto ou dos seus rtqeguuqu"fg"geqpqokc<"gnkokpc›«q"fg"fgurgtf ekqu"fg"
korcevqu0"Rctc"Pqtqpjc"*4226+."gzkuvgo"fkÞewnfcfgu" kpuwoqu"*gÞek‒pekc+="c› gu"cfgswcfcu."cfxkpfcu"fc"wvk-
em distinguir o que é produto e o que é impacto gera- nk|c›«q"fguugu"tgewtuqu"*gÞe ekc+="g"vtcpuhqtoc›«q"fg"
fq"rgnc"korngogpvc›«q"fg"fgvgtokpcfc"rqn vkec"uqekcn0" insumos em produtos que gerem impactos positivos
Na concepção de Merhy (2000), produto é o objeti- *ghgvkxkfcfg+0"Guugu"kpfkecfqtgu"u«q"eqpjgekfqu"eqoq"
vo alcançado, enquanto o impacto está relacionado qu"5"GÔu"fc"iguv«q"r¿dnkec"g"uwc"rtgugp›c"ectcevgtk|c"
às mudanças promovidas de maneira efetiva por esse q" dqo" hwpekqpcogpvq" cfokpkuvtcvkxq" *DCT¥GNC[."
qdlgvkxq0"Rqt"gzgornq."woc"rqn vkec"swg"dwuec"xkcdknk- 4224="IQOGU."4224="PQTQPJC."4226+0
zar alguns recursos para implantação de consultas de Cu" xctkc› gu" tghgtgpvgu" " cwfkvqtkc" fg" fgugorg-
pré-natal visa alcançar, como produto, a cobertura do nho, segundo Barzelay (2002), podem relacionar-se
pré-natal e, como impacto, uma diminuição no índice à abrangência da avaliação, ao foco do trabalho, à
fg"oqtvcnkfcfg"ocvgtpc0 modalidade de revisão e à unidade de análise, classi-
Fg"ceqtfq"eqo"Pqtqpjc"*4226+."fi"hwpfcogpvcn" Þecpfq/ug"go<
c" kfgpvkÞec›«q" fqu" hcvqtgu" swg" kpàwgpekco" qu" tg- ̋" cwfkvqtkc"fg"gÞek‒pekc<"cpcnkuc"c"hqtoc"eqoq"q"cw-
sultados, o que depende diretamente dos critérios ditado gerencia seus recursos humanos e materiais,
norteadores da avaliação, do contexto no qual inci- ug"gzkuvg"woc"cuuqekc›«q"rtgxku xgn"gpvtg"gÞek‒pekc"
dirá sua ação, da realidade e dos atores sociais en- e custo mínimo;
xqnxkfqu0" Guugu" etkvfitkqu." rctc" q" cwvqt." igtcnogpvg" ̋" cwfkvqtkc" fg" ghgvkxkfcfg<" gzcokpc" qu" tguwnvcfqu."
estão relacionados à abordagem adotada na avalia- xgtkÞecpfq" q" korcevq" rtqxqecfq" rgnq" rtqfwvq"
›«q<" hqeq" g" tgc" uqd" cp nkug=" kpvtqfw›«q" fg" pqxqu" fg"woc"rqn vkec0"Rtgqewrc/ug"ocku"eqo"cxcnkc› gu"
pontos de vista sobre problemas antigos, como tam- rqpvwcku"fq"swg"eqo"c"rqn vkec"pq"igtcn0"Wvknk|c/
bém sobre novos programas da agenda e as etapas se menos a pesquisa em ciências sociais, quando
pcu"swcku"ug"gpeqpvtco0 comparada com a avaliação de programas;
̋" auditoria de capacidade de gerenciamento de vkec." tgrtqfw|kpfq." fg" hqtoc" Þgn." c" guvtwvwtc" dwtq-
fgugo"rgpjq<"cpcnkuc"c"jcdknkfcfg"fq"cwfkvcfq"go" et vkec."cq"rtkxkngikct"c"cfq›«q"fg"pqtocu"g"rcft gu"
igtgpekct"rtqeguuqu"g"rtqitcocu"fg"hqtoc"gÞekgp- guvcdgngekfqu"fg"hqtoc"jkgtctswk|cfc0"Q"ofitkvq."pgu-
te e efetiva, buscando também formular orienta- se tipo de auditoria, relaciona-se apenas ao produto,
› gu"fktgekqpcfcu"c"wo"ognjqt"fgugorgpjq= ugo" eqpukfgtct" q" korcevq" fcu" vtcpuhqtoc› gu" qw"
̋" cxcnkc›«q"fg"tkueq<"ukpcnk|c"cqu"iguvqtgu"g"cqu"hqt- owfcp›cu"rtqxqecfcu"rqt"fgvgtokpcfc"c›«q0
muladores de políticas públicas os problemas que Fg" ceqtfq" eqo" Rkpc" g" Vqttgu" *4223+." q" ofitkvq"
uma determinada política implementada pode ori- go" cwfkvqtkc" vcodfio" ug" uwuvgpvc" pqu" 5" GÔu" fc" igu-
ikpct0"Guuc"cwfkvqtkc"p«q"ug"rqukekqpc."pgeguuctkc- tão pública, mencionados anteriormente, que têm
mente, quanto à efetividade do programa; rcrgn"tgngxcpvg"pq"eqpvgzvq"fc"pqxc"iguv«q"r¿dnkec0"
̋" tgxku«q" igtcn" fg" iguv«q<" xgtkÞec" c" qticpk|c›«q" g" Eqpeqtfcpfq"eqo"Tgku"*3;;5+."Rkpc"g"Vqttgu"*4223+"
p«q"q"rtqitcoc"korncpvcfq0"Cq"dwuect"c"qtkigo" advertem que é essencial a adequação desses indica-
dos problemas ou sucessos, pode ir além das audi- dores aos da realidade da instituição a ser auditada,
vqtkcu"fg"fgugorgpjq"fc"ecrcekfcfg"igtgpekcn0 desde que sejam respeitadas as expectativas de solu-
C"cxcnkc›«q"rqfg"ckpfc"ugt"fgÞpkfc"eqoq"pqtoc- ›«q"rctc"qu"rtqdngocu0"Qu"cwvqtgu"cetguegpvco"swg"
vkxc" qw" hqtocvkxc0" C" pqtocvkxc" *qw" uqocvkxc+" uwu- a priorização dos indicadores de processos2 e de re-
vgpvc/ug"go"eqpegr› gu"eqoq"lw |q"Þpcn."xcnqtc›«q" uwnvcfqu"cornkc"c"cdtcpi‒pekc" fc"cwfkvqtkc0"Pqvg/ug"
e produto, que induzem critérios predeterminados swg"c"tguqnw›«q"p0"9:31;7."fq"Eqpugnjq"Hgfgtcn"fg"
fg"ghgvkxkfcfg"qw"ukipkÞe¤pekc."swcnkfcfg"g"wvknkfcfg0" Eqpvcdknkfcfg"*EHE."3;;7+."guvcdgngeg"swg"guugu"kpfk-
C" hqtocvkxc" eqpuvkvwk" woc" cvkvwfg" kpxguvkicvkxc" swg" cadores devem considerar certos critérios, como, por
rtqewtc"eqpuekgpvk|ct"g"tgàgvkt"uqdtg"fgvgtokpcfc"uk- gzgornq<"c"qdugtx¤pekc"fg"rqn vkecu."rncpqu."rtqegfk-
tuação, com o propósito de melhorar a situação, sub- mentos e leis; a garantia dos objetivos e metas para
sidiando práticas educativas de maneira a adequá-las qrgtc› gu"qw"rtqitcocu="c"rtqvg›«q"fq"cvkxq="q"wuq"
"tgcnkfcfg"*UGUUKQPU."4223+0 geqp»okeq"g"gÞekgpvg"fqu"tgewtuqu="g"c"Þfgfkipkfcfg"
g"kpvgitkfcfg"fc"kphqtoc›«q0
AUDITORIA ndc‚g|"gv"cn0"*4223+"gphcvk|co"swg"vcku"kpfkecfqtgu"
possibilitam um melhor conhecimento das atividades
O campo da auditoria tem apresentado uma diversi- administrativas, dos recursos humanos, cargos e salá-
dade de conceitos e modalidades, variando com os rios, recrutamento, seleção, treinamento e desenvol-
cwvqtgu"g"kpuvkvwk› gu0"Ugw"gortgiq"eqoq"wo"fkurq- xkogpvq"g."ckpfc."fqu"ukuvgocu"fg"kphqtoc›«q0"C"nkok-
sitivo de controle está consolidado na área da econo- tação a um indicador isolado deve-se à pluralidade de
mia, geralmente utilizada em sua vertente contábil- necessidades que envolvem a diversidade do proces-
Þpcpegktc." chgtkpfq" xcnqtgu" fg" ocpgktc" c" eqphgtkt" c" so de trabalho em saúde, o que demanda a utilização
gzkuv‒pekc" fg" htcwfg" qw" tqwdq0" Rqfg." ckpfc." xkpew- de uma série de fatores, entre eles, os que agregam
lar-se aos processos gerenciais, assumindo, além da uwlgkvqu."gurgekcnkfcfgu"g"rtqegfkogpvqu"fkxgtuqu0
hwp›«q" fg" eqpvtqng." cvtcxfiu" fg" cp nkugu." cxcnkc› gu" g" Pc"xku«q"fg"Rkpc"g"Vqttgu"*4223+."cu"oqfcnkfcfgu"
eqortqxc› gu."c"fg"tgqtkgpvc›«q"fcu"c› gu."hwp› gu" de auditoria podem ser caracterizadas a partir do ór-
g1qw"ugtxk›qu"*CVVKG."3;:6="¥WEEJK."3;;4="RKPC=" gão auditor, do objetivo, do alcance, da periodicida-
VQTTGU."4223="OCTSWGU="CNOGKFC."4226+0 fg" g" fq" oqogpvq0" Fgrgpfgpfq" fq" „ti«q" cwfkvqt."
Barzelay (2002) enfatiza que a auditoria consiste ela pode ser dividida em auditoria interna e externa
em uma forma de investigação que tem o intuito de *OCWV¥." 3;:7=" CVVKG." 3;:6=" EHE." 3;;7=" RKPC="
xgtkÞect"q"ewortkogpvq"fg"etkvfitkqu"g"c› gu0"Q"cw- VQTTGU."4223="RGTGU"LóPKQT."4226+0
tor sinaliza que um dos pressupostos que distingue a C" cwfkvqtkc" kpvgtpc" fi" eqortggpfkfc" eqoq" woc"
auditoria tradicional de avaliação de programas é que atividade de controle administrativo, com alto grau
esta tem como principal modelo a máquina burocrá- fg"kpfgrgpf‒pekc."swg"xgtkÞec"q"kpvgtkqt"fg"woc"qt-
ogpvcu" vtcdcnjcfcu<" qu" rtqeguuqu" fg" cxcnkc›«q" g" fg" g." go" egtvcu" ukvwc› gu." kpekrkgpvg." vgo" ukfq" cfqvcfq"
cwfkvqtkc"pq"ecorq"fc"uc¿fg0"Eqoq"l "ogpekqpcfq." em diversos sentidos, ampliando-o a uma concepção
esses termos, às vezes, têm sido empregados de uma fg" cp nkug" g" xgtkÞec›«q" fg" ugtxk›q" qw" rtqitcoc" qw"
maneira inadequada, devido, principalmente, ao seu reduzindo a sua acepção a uma análise de aspectos
wuq"tgegpvg0 Þpcpegktqu0" Cvwcnogpvg." q" ecorq" fc" cwfkvqtkc" vgo"
No campo da economia, eles já apresentam uma assumido, além da análise técnica em saúde, a função
diferenciação mais consolidada, sendo que a avalia- fg"tgqtkgpvc›«q"pqu"rtqeguuqu"igtgpekcku"*¥CPQP."
ção, tanto nesse campo como nas políticas sociais, 4223=" LWJéU." 4224=" ECOCEJQ=" TWDKP." 3;;8="
tem buscado, através de pesquisa, descrever as fases JCTV¥=" ECOCEJQ." 3;;8=" FKCU" FC" EQUVC."
de formulação e implementação de um programa 3;;:="FKCU"FC"EQUVC"gv"cn0."4222="RKPC="VQT-
ou política, até os impactos provocados por eles, TGU."4223="DCT¥GNC[."4224="IQOGU."4224+0
de modo a emitir pareceres técnicos sobre todo o Crguct"fg"woc"kpuvkvwekqpcnk|c›«q"ocku"fgoctecfc"
rtqeguuq0"L "c"cwfkvqtkc."go"uwc"xgtvgpvg"vtcfkekqpcn." pq"ecorq"fc"uc¿fg."ugiwpfq"Cmgtocp"g"Pcfcpqxum{"
ugiwpfq" Rkpc" g" Vqttgu" *4223+." xgtkÞec" fgvgtokpcfq" (1992), a avaliação ainda apresenta uma tendência tra-
programa ou política, procurando discrepâncias entre fkekqpcn"fg"cpcnkuct"crgpcu"c"swcnkfcfg"fc"ÑewtcÒ0"Gu-
cu"pqtocu"g"rtqegfkogpvqu"fq"cwfkvcfq0"Pc"uwc"xgt- ses autores realçam a importância de se abranger todo
tente operativa ou de desempenho, a auditoria utiliza o processo da assistência e salientam que a avaliação
c"kpurg›«q"rctc"xgtkÞect"qu"curgevqu"fqu"rtqitcocu" p«q"ug"tgfw|"c"wo"Þo"go"uk"oguoc."cdtcpigpfq"wo"
qw" rqn vkecu" qw." ckpfc." fcu" qticpk|c› gu" gpxqnxkfcu." rtqeguuq"swg"eqttgurqpfg" u"uwcu"hwp› gu"geqp»ok-
de modo a responsabilizar os auditados pelo impacto ec."uqekcn"g"rqn vkec0"Uwc"eqorngzkfcfg"gzkig"enctg|c"g"
rqukvkxq"qw"pgicvkxq0"Guvc"fi"c"xgtvgpvg"swg"ug"crtqzk- sistematização, com critérios estabelecidos a partir da
oc"fq"qdlgvkxq"fq"UPC0 fgÞpk›«q"rtfixkc"fcu"fgocpfcu"uqekcku."fg"ocpgktc"c"
C"swcnkfcfg"fqu"tgikuvtqu"gzkuvgpvgu"pqu"rtqitc- se legitimar como um movimento de transformação
mas ou serviços de saúde é um importante referencial que, além dos resultados efetivos, busque contemplar
tanto para a avaliação como para a auditoria, poden- q"ceguuq"g"c"gs¯kfcfg"pq"ewkfcfq" "uc¿fg0
fq"kpàwgpekct"cu"kphqtoc› gu"igtcfcu"c"rctvkt"fg"wo" Cu" kphqtoc› gu" igtcfcu" rqt" woc" cwfkvqtkc" rqu-
processo de avaliação ou de auditoria e, em algumas sibilitam o redirecionamento das políticas e objeti-
ukvwc› gu."c"swcnkfcfg"fqu"tgikuvtqu"fkurqp xgku"rqfg" xqu"g."eqpugs¯gpvgogpvg."fcu"cvkxkfcfgu"g"c› gu"fqu"
ser proporcional à qualidade do programa ou servi- ugtxk›qu" fg" uc¿fg0" C" cwfkvqtkc" fi" woc" qrqtvwpkfcfg"
›q0"Guucu"fwcu"hgttcogpvcu"ukvwco"c"cdqtfcigo"fq" permanente de negociação e, ao envolver aspectos
seu objeto tanto no processo como no produto, além organizacionais e políticos relacionados, reorienta o
de se constituírem como ferramentas para a credibi- desenvolvimento do processo de trabalho em saúde
nkfcfg"fg"wo"Guvcfq"fgoqet vkeq."rqku"c"rctvkt"fg- *ECOCEJQ=" TWDKP." 3;;8=" FKCU" FC" EQUVC."
ncu"fi"rquu xgn"dwuect"gÞek‒pekc."gÞe ekc."ghgvkxkfcfg." 3;;:="FKCU"FC"EQUVC"gv"cn0."4222+0
transparência e requisitos para a responsabilização Gpvgpfgpfq"c"uc¿fg"eqoq"wo"rtqeguuq."qu"ofi-
(accountability) no que se refere ao modelo políti- vqfqu" wvknk|cfqu" rctc" cxcnkct." kpurgekqpct" g" xgtkÞect"
eq" g" fg" iguv«q" xkigpvgu" *CVVKG." 3;:6=" ¥WEEJK." programas ou serviços de saúde também apresentam
3;;4=" RKPC=" VQTTGU." 4223=" DCT¥GNC[." 4224=" um caráter dinâmico, não podendo ser baseados em
IQOGU."4224="PQTQPJC."4226+0 oqfgnqu"t ikfqu0"Woc"cwfkvqtkc"rqfg"ugt"ukownv¤pgc"
Nos serviços de saúde, a avaliação tem sua utili- ou retrospectiva a um processo de avaliação e, geral-
zação mais consolidada, constituindo-se como ins- ogpvg."eqorngogpvc"swguv gu"ngxcpvcfcu"c"rctvkt"fg"
trumento para aperfeiçoamento dos programas e woc"cxcnkc›«q0"Wo"rctgegt"gokvkfq"rqt"woc"cxcnkc-
serviços em saúde, permitindo compreender seu fun- ção, normalmente, demanda uma auditoria, que deve-
ekqpcogpvq" g" uwigtkpfq" owfcp›cu" pgeguu tkcu0" Rqt" t "xgtkÞect"c"Þfgfkipkfcfg"fguug"rctgegt."rtqrqpfq"c"
sua vez, o emprego da auditoria, além de ser recente korngogpvc›«q"fg"pqxcu"c› gu"qw"q"tgfktgekqpcogp-
to das existentes, exigindo nova avaliação e posterior tencial ou clínica se traduz como um processo que
xgtkÞec›«q"fc"ghgvkxkfcfg"fcu"ogfkfcu"cfqvcfcu0 xkuc"xgtkÞect"g"ictcpvkt"c"swcnkfcfg"fq"cvgpfkogpvq."
C"tgiwncogpvc›«q"fc"cwfkvqtkc"go"uc¿fg"c"rctvkt" fgÞpkpfq."eqoq"tgurqpucdknkfcfg"fq"owpke rkq"g"fq"
fq"UPC."fg"egtvc"ocpgktc."vgo"dwuecfq"hqtvcngegt"q" Fkuvtkvq"Hgfgtcn."c"cwfkvqtkc"fg"vqfcu"cu"c› gu"g"ugt-
processo de implantação do SUS, além de assumir a viços de saúde, públicos ou privados, sob a gestão
função de proporcionar a consolidação do SUS como fguugu0"Cq"Guvcfq"eqorgvg"ceqorcpjct"c"eqpuvkvwk-
rqn vkec"fg"Guvcfq0"Tgcn›c/ug."cuuko."q"ugw"rcrgn"uqekcn" ção dos serviços de auditoria pelos municípios, além
cq"eqpvtqnct"cu"c› gu"g"ugtxk›qu"fg"uc¿fg"g"kfgpvkÞ- fg"eqpvtkdwkt"rctc"c"swcnkÞec›«q"fqu"nqecnk|cfqu"pq"
car as causas da não-resolução das necessidades e dos vgttkv„tkq" kpvgtowpkekrcn" g" xkpewncfqu" cq" UWU0" Fg"
problemas dessa política, de maneira a preveni-los ou acordo com o pacto, o processo de auditoria deverá
uwigtkt" vtcpuhqtoc› gu" pgeguu tkcu0" Qdugtxc/ug" swg" guvct"ctvkewncfq"eqo"cu"c› gu"fg"cxcnkc›«q."eqpvtqng"g"
c"cwfkvqtkc"go"uc¿fg."pq"UPC."vgo"rtqewtcfq"woc" tgiwnc›«q"cuukuvgpekcn0"Go"tgnc›«q" "Wpk«q."fi"fg"uwc"
estruturação e operacionalização baseadas em prá- responsabilidade seguir a constituição dos serviços
vkecu" fg" pcvwtg|c" kpvgtfkuekrnkpct." ownvkrtqÞuukqpcn." de auditoria, dos prestadores de serviços vinculados
kpvgtkpuvkvwekqpcn"g"kpvgtugvqtkcn0 cq"UWU."pqu"Guvcfqu."Fkuvtkvq"Hgfgtcn"g"owpke rkqu="
C"korqtv¤pekc"fguucu"fwcu"hgttcogpvcu"rctc"q"UWU" eqncdqtct"rctc"c"swcnkÞec›«q"fqu"rtqeguuqu"fg"cwfk-
Þec"gzrnkekvcfc"pq"pqxq"qticpqitcoc"fq"Okpkuvfitkq" vqtkc" fqu" oguoqu=" cnfio" fg" xgtkÞect" qu" ukuvgocu" fg"
fc"Uc¿fg."guvcdgngekfq"rgnq"Fgetgvq"p0"70;96."fg"4228" uc¿fg"guvcfwcku."fq"Fkuvtkvq"Hgfgtcn"g"owpke rkqu0"Q"
*DTCUKN." 4228c+." cq" rqukekqp /ncu" go" uwc" guvtwvw- Rtqitcoc"Ocku"Uc¿fg"*DTCUKN."422:+."gpvtg"cu"og-
ra, a despeito da dicotomização dos departamentos, fkfcu"rtqrquvcu"go"ugw"Gkzq"7."cq"xkuct"c"SwcnkÞec-
que as utilizam como instrumentos de trabalho, em ›«q"fc"Iguv«q."rtqr g"q"hqtvcngekogpvq"fq"Ukuvgoc"
ugetgvctkcu" fkuvkpvcu0" Q" Fgrctvcogpvq" Pcekqpcn" fg" Pcekqpcn"fg"Cwfkvqtkc"fq"UWU"g"korngogpvc›«q"fq"
Cwfkvqtkc"fq"UWU"Þeqw"nkicfq" "Ugetgvctkc"fg"Iguv«q" eqorqpgpvg"owpkekrcn"fq"UPC0
Guvtcvfiikec" g" Rctvkekrcvkxc0" Q" ctv0" 52" fguug" fgetgvq"
guvcdgngeg"eqoq"hwp›«q"fguug"fgrctvcogpvq"c"xgtkÞ- CONSIDERAÇÕES FINAIS
cação, a adequação, a resolubilidade e a qualidade dos
procedimentos e serviços de saúde disponibilizados Go"u pvgug."woc"cxcnkc›«q"vgo"eqoq"qdlgvkxq"eqo-
"rqrwnc›«q0" preender e descrever o programa ou o serviço de
L "cu"qwvtcu"hgttcogpvcu"wvknk|cfcu"rctc"c"ognjqtkc" saúde, estabelecendo uma concepção valorativa, en-
da gestão – avaliação, controle e regulação – foram quanto a auditoria tem como objetivo inspecionar a
tgwpkfcu" pq" fgrctvcogpvq" fg" Tgiwnc›«q." Cxcnkc›«q" conformidade desse programa ou serviço de saúde às
e Controle de Sistemas, pertencente à Secretaria de normas vigentes, buscando melhorar a qualidade de
Cvgp›«q" " Uc¿fg" Ï" UCU0" Cu" hwp› gu" fguug" fgrctvc- uwcu"c› gu"g"cfgsw /ncu" u"fgocpfcu"g"pgeguukfcfgu"
ogpvq."cuukpcncfcu"pq"ctv0"38"fq"fgetgvq."eqortggp- fc"eqngvkxkfcfg0"Vcpvq"c"cwfkvqtkc"eqoq"c"cxcnkc›«q."
fgo"cu"c› gu"fg"ceqorcpjct."cxcnkct"g"eqqtfgpct."go" no campo da saúde, podem ser entendidas como
âmbito nacional, as atividades das unidades assisten- c› gu" uqekcku." ugpfq" swg" ugwu" tgncv„tkqu" qw" rctgeg-
ekcku"fq"Okpkuvfitkq0"Guuc"fkuvkp›«q"go"fwcu"ugetgvctkcu" res advêm da interpretação que se dá aos objetos
rqfg" fkÞewnvct" c" crtqzkoc›«q" g" eqorngogpvctkfcfg" auditados e avaliados; são ferramentas que buscam
fcu" c› gu" fguugu" fgrctvcogpvqu." swg" rqfgtkco" guvct" fornecer subsídios para a gestão no campo da saúde,
kpvgitcpfq"swcnswgt"woc"fcu"ugetgvctkcu"guvcdgngekfcu0" qdlgvkxcpfq"uwc"ognjqtkc0"Q"hqtocvq"g"c"gzvgpu«q"fg"
Q"Rcevq"rgnc"Uc¿fg"*DTCUKN."4228d+"tgeqpjgeg" um processo de auditoria relacionam-se à efetividade
swg" q" Þpcpekcogpvq" rqfg" ugt" ictcpvkfq" rgnq" uqd/ e à resolubilidade dos outros dispositivos de controle
bloco Regulação, controle, avaliação e auditoria, gzkuvgpvgu"go"fgvgtokpcfc"kpuvkvwk›«q0"Fguuc"ocpgk-
entendido como um dos instrumentos para forta- ra, entende-se que as atividades de auditoria, além de
ngekogpvq"fc"iguv«q0"Ukpcnk|c"swg"c"Cwfkvqtkc"Cuuku- eqpvtqnct."Þuecnk|ct."xgtkÞect"g"qtkgpvct"cu"cvkxkfcfgu"
qrgtcekqpcku." rqfgo" kpenwkt" c› gu" fg" qwvtcu" hgttc- vidade e não somente o cumprimento formal do apa-
mentas que buscam dar suporte para as necessárias tcvq"guvcvcn"g"c"tgcÞtoc›«q"fq"rqfgt"fq"Guvcfq0"Cpvgu"
ognjqtkcu"rqn vkecu"g"kpuvkvwekqpcku0 fg"eqpvtqnct"q"UWU."q"UPC"fgxg"iqxgtpct"c"uk"oguoq."
No âmbito das práticas sustentadas em princípios através de instrumentos que proporcionam subsídios
burocráticos e da nova gestão pública, a auditoria é para uma permanente construção/reconstrução des-
rtqfwvq"fcu"c› gu"fq"UPC"g."cq"oguoq"vgorq."tg- ucu"kpuvkvwk› gu0"Rctc"vtcpuhqtoct"cu"rt vkecu"fg"uc¿fg."
rgtewvg"pguucu"c› gu0"Pguug"ugpvkfq."guug"fkurqukvkxq" o campo da auditoria deve construir e demarcar a sua
vgo"eqoq"uwrqtvg"woc"tgfg"eqorquvc"rqt"fgeku gu" identidade nos vários espaços – da área de saúde e
tgiwncogpvctgu."kpuvkvwk› gu."ngku."ogfkfcu"cfokpkuvtc- acadêmicos –, tornando-os loci privilegiados para essa
vkxcu" g" qticpk|c› gu" ctswkvgv»pkecu0" J ." vcodfio." q" eqpuvtw›«q0"Guuc"kfgpvkfcfg"xktkc"hceknkvct"q"ugw"tgeq-
compromisso social de garantir o interesse da coleti- pjgekogpvq"rgnq"Guvcfq"g"rgnc"uqekgfcfg0
Notas cp nkug" fcu" rqn vkecu" r¿dnkecu" fgxg" eqpukfgtct" vt‒u" gvcrcu<"
a análise da estrutura de execução, o processo de execução
30" Qw"uglc<"Ñqdtkic›«q"fg"tgurqpfgt"rqt"woc"tgurqpucdknkfc- g"qu"tguwnvcfqu0"Cuuko."guugu"cwvqtgu"rtqewtco"fkuvkpiwkt"c"
fg"qwvqticfcÒ"Ï"q"swg"rtguuwr g"c"gzkuv‒pekc"fg."rgnq"ogpqu." Ñguvtwvwtc" fg" gzgew›«qÒ" fq" Ñrtqeguuq" fg" gzgew›«qÒ." cuuk-
fwcu"rctvgu<"Ñwoc"swg"fgngic"c"tgurqpucdknkfcfg"g"qwvtc"swg"c" nalando que o processo de execução envolve a teoria ou a
aceita, com o compromisso de prestar contas da forma como prescrição, isto é, corresponde ao desenho do campo social,
wuqw"guvc"tgurqpucdknkfcfgÒ"*DCT¥GNC[."4224."r0"52+0 enquanto a estrutura de execução expressa a realidade dos
40" Cniwpu"cwvqtgu."eqoq"Oc{pv|"*crwf"OGP[=""VJQGPKI, fenômenos em seu aspecto concreto; é a execução efetiva
3;;4." r0" 393+." ukpcnk|co" swg" q" ukuvgoc" fg" c›«q" rctc" woc" pq"egp tkq"uqekcn0"
aaaaaa0"Rtgukf‒pekc"fc"Tgr¿dnkec0"Fgetgvq"p0":2;."fg"46"fg"cdtkn" JCTV¥."¥0O0C0="ECOCEJQ."N0C0D0"Hqtoc›«q"fg"tgewtuqu"
fg"3;;50"Crtqxc"c"Guvtwvwtc"Tgikogpvcn"fq"Kpuvkvwvq"Pcekqpcn" humanos em epidemiologia e avaliação dos programas de
fg"Cuukuv‒pekc"Ofifkec"fc"Rtgxkf‒pekc"Uqekcn"*KPCORU+."rctc" uc¿fg0"Cad. Saúde Pública, Tkq"fg"Lcpgktq."Hkqetw|."x0"34."uwrn0"
xki‒pekc"vtcpukv„tkc="cnvgtc"q"Cpgzq"KK."rctvg"c"g"d."fq"Fgetgvq"p0" 4."r0"35/42."3;;80
32;."fg"4"fg"ockq"fg"3;;3."g"f "qwvtcu"rtqxkf‒pekcu0"Dtcu nkc."FH."
3;;5c0"Fkurqp xgn"go<">yyy0rncpcnvq0iqx0dt1eekxkn1aCvq3;;51 KNDC¢G¥"gv"cn0"Qticpk|c› gu"uqekcku"fg"uc¿fg<"q"oqfgnq"fq"
Fgetgvq1F:2;@0"Ceguuq"go<"39"fg|0"42290 Guvcfq"fg"U«q"Rcwnq0"Ciência & Saúde Coletiva."x0"8."p0"4."r0"5;3/
626."lwn01fg|0"42230
______0"Ngk"p0":08:;."fg"49"fg"lwnjq"fg"3;;50"Fkur g"uqdtg"
c" gzvkp›«q" fq" Kpuvkvwvq" Pcekqpcn" fg" Cuukuv‒pekc" Ofifkec" fc" LWJéU."T0"Utilização de indicadores para avaliação da estrutura, dos
Rtgxkf‒pekc"Uqekcn"*KPCORU+"g"f "qwvtcu"rtqxkf‒pekcu0"Diário processos internos e dos resultados em assistência à saúde bucal0"Fkuugt-
QÞekcn"fc"Wpk«q."Dtcu nkc."FH."r0"320795."4:"lwn0"3;;5d0 vc›«q"*Oguvtcfq+"Ï"Hcewnfcfg"fg"Qfqpvqnqikc."Wpkxgtukfcfg"fg"
U«q"Rcwnq."U«q"Rcwnq."42240
______0"Okpkuvfitkq"fc"Uc¿fg0"Ngk"p0":02:2."fg"3;"fg"ugvgodtq"
fg"3;;20"Fkur g"uqdtg"cu"eqpfk› gu"rctc"rtqoq›«q."rtqvg›«q" OCTSWGU." O0E0E0=" CNOGKFC." L0L0O0" Cwfkvqtkc" pq" ugevqt"
e recuperação da saúde, a organização e funcionamento dos r¿dnkeq<" wo" kpuvtwogpvq" rctc" c" ognjqtkc" fc" iguv«q" r¿dnkec0"
ugtxk›qu"eqttgurqpfgpvgu"g"f "qwvtcu"rtqxkf‒pekcu0"Fk tkq"QÞekcn" Revista Contabilidade & Finanças, U«q"Rcwnq."WUR."x0";6."p0"57."r0"
da União."Dtcu nkc."FH."p0"3:4."Ug›«q"K0."r0"3:0277."42"ugv0"3;;20 :6/;7."ockq1ciq0"42260
ECNGOCP."I0."OQTGKTC."O0N0."UCPEJG¥."O0E0"Auditoria,
OCWV¥."T0M. Princípios de auditoria."60"gf0"U«q"Rcwnq<"Cvncu."3;:70
controle e programação de serviços de saúde0" U«q" Rcwnq<" Hwpfc›«q"
Rgvt„rqnku."3;;:0
OGLìC."L0O0O0"Gu"cpvkfivkec"nc"cwfkvqtkc"fg"nc"ecnkfcf"go"ucnwfA"
MEDUNAB."x0"6."p0"33."r0"329/32."ockq1ciq0"42230
ECOCEJQ."N0C0D="TWDKP."J0T0"Tgnkcdknkv{"qh "ogfkecn"cwfkv"
kp"swcnkv{"cuuguuogpv"qh "ogfkecn"ectg0"Cad. Saúde Pública, Rio de
Lcpgktq."Hkqetw|."x0"34."uwrn0"4."r0":7/;5."3;;80 OGP[."K0G0="VJQGPKI."L0E0"Las políticas públicas0"Dctegnqpc<"
Ctkgn"Ek‒pekc"Rqn vkec."3;;40"r0"37:/43:0"*xgtu«q"go"gurcpjqn"
EGPVTQ"FG"IGUVKðP"JQURKVCNCTKC0"Eqpukfgtcekqpgu" fg"Htcpekueq"Oqtcvc+0
{" fgÞpkekqpgu" rctc" wo" ukuvgoc" fg" ictcpvkc" fg" nc" ecnkfcf" go"
Eqn»odkc0" Revista Via salud, Colômbia, Centro de Gestión OGTJ[."G0G0"Tgàgz gu"uqdtg"cu"vgepqnqikcu"p«q"ocvgtkcku"go"uc¿fg"g"
Jqurkvcnctkc."p0"34."r0"34/38."cdt01lwp0"42220" a reestruturação produtiva do setor<"wo"guvwfq"uqdtg"c"oketqrqn vkec"
fq" vtcdcnjq" xkxq0" Vgug" *Nkxtg" fqe‒pekc+" Ï" Wpkxgtukfcfg" fg"
EHE" Ï" EQPUGNJQ" HGFGTCN" FG" EQPVCDKNKFCFG0" Ecorkpcu."Ecorkpcu."42220
Resolução CFC n. 781/95." fg" 46" fg" oct›q" fg" 3;;70" Fkur g"
uqdtg"cu"pqtocu"rtqÞuukqpcku"fq"cwfkvqt"kpvgtpq0"Dtcu nkc."FH." OKPCU"IGTCKU"*Guvcfq+0"Resolução SES n. 674/97, de julho
oct0"3;;70"Fkurqp xgn"go<">jvvr<11yyy0ehe0qti0dt@0"Ceguuq" fg"3;;90"Fkur g"uqdtg"q"tgiwncogpvq"fq"Ukuvgoc"Guvcfwcn"fg"
go<"53"lcp0"42270 Cwfkvqtkc"Cuukuvgpekcn"Ï"UUC1UGU1UWU1OI0"Dgnq"Jqtk|qpvg<"
UGU."3;;90"87"r0
FKCU"FC"EQUVC."L0U0"Cwfkvqtkc"ofifkec<"cxcnkc›«q"fg"cniwpu"
procedimentos inseridos no programa de atenção integral à PQTQPJC." O0R0" O papel do Tribunal de Contas da União na
saúde da mulher no posto de saúde da Vila Municipal, Pelotas, avaliação de programas de governo<"fkhgtgpvgu"guv ikqu"g"cdqtfcigpu0"
JENI VAITSMAN
Socióloga, Mestre em Antropologia Social pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, França.
Doutora em Sociologia pelo Iuperj, Brasil.
Ctvkiq"tgegdkfq"go"4"fg"lwnjq"fg"42290
Crtqxcfq"go"43"fg"lwnjq"fg"422:0